filosofia 6º ano - censa.edu.br · de acordo com santo agostinho, deus criou primeiramente o tempo...

58
FILOSOFIA – 6º ANO 4º BIMESTRE

Upload: vuongminh

Post on 23-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

FILOSOFIA – 6º ANO 4º BIMESTRE

Page 2: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

7. TEMPO 8. ESPAÇO

Page 3: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

7. TEMPO

FILOSOFIA - 4º BIMESTRE - 2017

Page 4: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

1. A MEDIÇÃO DO TEMPO AO LONGO DA HISTÓRIA A medição do tempo é uma das grandes invenções da humanidade.

A primeira forma de medição do tempo aconteceu no período paleolítico.

Nesse período o que caracterizava as primeiras espécies de hominídeos que viviam em bandos, provavelmente na África, era o nomadismo, a caça e a coleta.

“Idade da Pedra Lascada” – aprenderam usar a madeira, osso, chifres de animis ou pedra lascada como instrumentos para caça e proteção contra os outros grupos nômades.

A principal descoberta dos hominídeos foi a técnica de fazer fogo.

Nessa época, a forma de medir o tempo consistia basicamente na observação da posição dos astros no céu e do movimento das sombras geradas pelo Sol, bem como no reconhecimento das estações.

Tudo isso foi muito importante, pois permitiu o estabelecimento de relações entre tais fenômenos com migração dos animais.

1

Page 5: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Período Neolítico, os seres humanos desenvolveram novas habilidades , como arar a terra, semear e colher.

Com o surgimento da agricultura e, com ela, as primeiras comunidades sedentárias, criou-se um ambiente propício para as invenções que marcaram esse período, como o arco e flecha, a cerâmica, a tecelagem, o polimento da pedra, pequenas embarcações, etc.

Essa radical mudança na forma de vida dos homens ficou conhecida como Revolução Neolítica, a era do Homo Sapiens.

A maior concentração de grupos humanos demandou uma maior produção de alimentos, o que criou a necessidade de conhecimento do ciclo das estações, assim como da passagem ou medição do tempo.

Nesse contexto, a marcação do tempo exigia uma referência, um evento físico que sempre se repetisse, em um mesmo intervalo de tempo.

Page 6: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

1.1. Calendários: a medição da passagem do tempo Os primeiros calendários se baseiam nos ciclos do Sol e da Lua, sempre

chamaram atenção dos homens.

Os egípcios chegaram a observar a enchente do Rio Nilo acontecia em ciclos de 365 dias,

Assim surgiu o primeiro calendário com um ano de 365 dias.

As primeiras civilizações de Mesopotâmia, do Egito e da Suméria habitaram a região do Crescente Fértil.

Esses povos desenvolveu a habilidade de associar o ciclo da fertilidade do solo ao movimento cíclico dos astros.

Nessa aprendizagem, conseguiram medir e prever os intervalos entre uma enchente e outra, a estação da semeadura e a estação da colheita.

Os sumérios também elaboraram um calendário que se parece muito com o que nós temos hoje.

Esse calendário era dividido em 12 memes de 30 dias, e os dias eram divididos em 12 períodos.

Page 7: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Na Babilônia, há cerca de 4000 anos, o calendário também era composto de 12 meses lunares.

Hoje sabemos que a rotação completa da Terra em torno de seu eixo tem a duração de um dia, sendo o ano a duração da translação da Terra em torno do Sol.

O que era mais facilmente percebido pelos primeiros humanos foi o fato de a Lua mudar sua visibilidade todos os dias.

E foi com base em seu movimento que nasceu o nosso calendário.( Ver p. 5)

Page 8: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

2.CONCEPÇÕES DE TEMPO

Há diferentes maneiras de se compreender o tempo.

Existe o tempo da natureza, percebido pelo envelhecimento das pessoas,

E o tempo cronológico, que pode ser calculado com base cem unidades de medida, como segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano milênio.

O tempo histórico, que é avaliado e medido com base nas permanências e alterações ocorridas nas diferentes culturas e sociedades.

Há também outros tipos de tempo, como o psicológico e o mítico ou religioso.

Page 9: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

2.1. O tempo psicológico em Agostinho O filósofo e o teólogo Agostinho de Hipona, popularmente conhecido

como Santo Agostinho.

No pensamento cristão, Deus é eterno, imutável e atemporal.

Sempre existiu e que sempre existirá,

Vive eternamente,

Pois se encontra fora do tempo,

não estando sujeito à sua ação.

De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres

Por isso, todas as criaturas estão submetidas ao

tempo e, consequentemente, ao seu poder de

transição.

Page 10: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Para Agostinho

Afirma que, inseridos no tempo, estamos acostumados a percebê-lo em três divisões: passado, presente e futuro.

Essa concepção do tempo é equivocada, havendo somente o presente, pois o passado já deixou de existir e o futuro ainda não existe.

E quanto dura o tempo?

Agostinho diz que a percepção da passagem do tempo depende de nossa mente, de nossa consciência, que se volta para o momento vivido e nele de fixa.

Enquanto a consciência permanecer ligada a um momento específico, ele se torna presente na mente, seja na memória, como presença do passado, seja na intenção ou na visão, que é o presente do presente, seja na espera, que é presente do futuro.

Significa que passado e futuro são construções psicológicas, existindo somente na consciência ou mente humana, não na realidade.

Page 11: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Por ter uma concepção psicológica do tempo, Agostinho afirma que não o medimos, mas sim a impressão ou percepção que temos dele.

Essa duração poderá ser maior ou menor, dependendo da extensão da mente, da ligação desta com a experiência vivida ou com a expectativa.

2.1. O tempo na consciência mítica e nas religiões

Existem diferentes concepções de tempo, visões específicas, conforme as singularidades de cada tradição cultural.

Ver figura p.8

Na Antiguidade Grega – concepção de tempo é circular.

Cultura judaico-cristã, da qual fazemos parte, o tempo é linear.

Page 12: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

No Brasil:

As tradições africanas, assim como as indígenas – não cultivaram uma percepção do tempo linear, na qual um evento vem depois do outro.

Para essas tradições, o tempo vivido é revivido , é experiência acumulada.

Nesse sentido, o que se entende por futuro é, na verdade, o retorno do passado ao presente, caracterizando uma concepção cíclica do tempo.

Essa forma diferente de conceber o mundo, a vida e o tempo contribui para que os europeus desenvolvessem:

uma visão estereotipada e pejorativa com relação aos negros e índios,

que passaram a ser vistos como preguiçosos, entregues à ociosidade, à “perda de tempo”,

o que é um equívoco

Page 13: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Na verdade, esses povos fazem o tempo durar tanto quanto desejam e não têm a cultura europeia e mercantilista da máxima produção no menor tempo possível.

Nessas tradições, a concepção de está relacionada:

à noção de vida e de morte,

às formas passageiras de vida e

às possíveis reencarnações no caminho de evolução espiritual.

Faz parte da consciência religiosa conceber o recomeçar como renovação da esperança e da possibilidade de melhorar a vida no próximo movimento circular.

Page 14: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

3. TRABALHO E TEMPO LIVRE

3.1. Antiguidade Grega Clássica e Romana

Na cultura grega Clássica, no período no qual viveram filósofos como : Sócrates, Platão e Aristóteles

O trabalho manual era visto como tarefa para escravos,

cuja natureza estava voltada para as questões do corpo e da matéria.

Na sociedade grega, dividida em classes ou castas sociais, os homens livres deveriam ter disponibilidade total de tempo para se dedicar aos assuntos públicos, como discutir política, pensar nos destinos da cidade, participar dos debates em praças públicas, etc.

Page 15: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Para Platão:

O homem era definido por sua atividade racional, intelectual.

Por essa razão, ele deve se voltar para contemplação das ideias, para a vida reflexiva, para atividade teorética, em busca dos conceitos, das verdades, das essências.

Para isso, ele deveria viver no ócio, tendo tempo livre para se dedicar à reflexão, à Filosofia, à teoria.

Entre os romanos, permanece o olhar pejorativo, depreciativo em relação ao trabalho manual.

Eles não associavam o tempo livre necessariamente ao ócio, à contemplação, à reflexão.

O tempo livre estava ligado também ao lazer, à diversão.

Page 16: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

3.2. Cristianismo medieval

Desde a fundação do cristianismo e por praticamente toda Idade Média, permaneceu a valorização do tempo livre:

dedicado à meditação,

à espiritualidade,

ao culto a Deus.

As reflexões filosóficas e teológicas medievais, realizadas especialmente por Santo Agostinho e Tomás de Aquino, são releituras do pensamento de Platão e Aristóteles, respectivamente.

Por isso, o pensamento cristão medieval tem muita relação com o pensamento grego, especialmente no que se refere `a concepção de ócio e virtude.

Devido ao fato do homem ser concebido como ser racional, a virtude consistia no autodomínio, no governo da razão sobre as paixões cegas.

Page 17: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Dessa foram, para se chegar à felicidade era preciso ter o “ócio”, o tempo livre dedicado à reflexão filosófica, à meditação, para poder melhor viver cada dia.

De certa forma, enquanto o homem medita, ele está em comunhão com a divindade, sendo essa a atividade primeira do ser humano.

Na visão bíblica, o trabalho passado “com o suor do rosto” veio como decorrência e castigo do pecado, que sinaliza para os humanos sua imperfeição e a necessidade de purificação.

Considerando que o ideal de vida, nesse período, estava na felicidade da eternidade, torna-se necessário suportar as dificuldade e as provações da vida deste mundo.

Por isso, os cristãos concebiam o trabalho como um meio de purificação.

A Idade Média é marcada pelo teocentrismo, concepção de mundo que coloca Deus no centro e no governo da vida dos homens.

Na visão medieval, não há salvação fora da Igreja.

Esta deve cuidar das dimensões espirituais do ser humano, sendo responsável por conduzi-lo até Deus.

Nesse sentido, a Igreja é vista como a “Casa de Deus e a porta do Céu”.

Page 18: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Esse ideal de vida contemplativa implicava a aceitação dos projetos de Deus para a existência de cada um.

Não se pensava em direitos individuais ou na autonomia do indivíduo para construir seu caminho conforme suas vontades e desejos.

Cada pessoa pertencia a uma comunidade religiosa, na qual se cultivava uma fé comum, uma tradição coletiva marcada pela aceitação da doutrina cristã.

Por isso, valorizava-se muito a vida sacerdotal e monástica, dedicada à espiritualidade nos monastérios.

3.3.Renascimento

Movimento cultural que vigorou entre os séculos XIV e XVI;

Começou a se formar uma nova concepção de homem, de vida e de tempo.

Em oposição à visão medieval, que valorizava a vida contemplativa, surgiu uma visão humanista, que reforça a dimensão ativa da vida, na qual o homem deve ser o sujeito de sua própria história.

Page 19: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Na concepção renascentista:

Não se aceita mais a ideia de destino, cultivada no período medieval,

A ênfase recai sobre a liberdade humana.

Onde há a liberdade não pode haver destino, pois este se apresenta como um caminho pré-determinado do qual não há como fugir.

Essa nova concepção do homem transforma também a ideia de tempo.

Se na Idade Média predominava a ideia de que Deus governava a vida das pessoas,

Na Renascença, os seres humanos criam a História e, com ela, novos tempos.

Homem medieval Homem renascentista

Tudo o que acontecia era lido e interpretado

como ação de Deus, pois ele governava todas

as vidas.

Alimenta-se a ideia de que nós somos os

responsáveis por tudo o que acontece

conosco, com os outros, com a sociedade.

Os seres humanos são livres e, por isso, devem

assumir as consequências do que fazem.

Page 20: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Passa a existir a ideia de futuro, de um mundo diferente e melhor.

Embora ainda hoje, nesse período, a valorização da vida contemplativa, a razão humana passa a ter um papel ativo de conhecer, governar e transformar a natureza.

Um dos fatores que mais contribuiu para essa mudança foi a Reforma Protestante, idealizada por Martinho Lutero.

Em um contexto de fortalecimento da burguesia, Lutero realizou uma nova interpretação da Bíblia, na qual o trabalho passou a ser visto como continuação da obra da Criação e compreendido como uma missão que os homens receberam de Deus.

Nessa visão, quanto mais o homem trabalhar, maior será sua recompensa divina.

O sociólogo Max Weber, em sua obra A ética protestante e o espírito da capitalismo, afirma que a ética protestante passou a valorizar a disciplina para o trabalho, a poupança, o afastamento dos prazeres carnais.

Com isso, o protestantismo foi muito importante para que o capitalismo nascesse e se firmasse.

Page 21: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

3.4. O tempo livre na sociedade capitalista

Na concepção moderna de história traz :

uma visão de progresso linear,

De expansão crescente, de conquista aumentada de novas terras, espaços, mercados.

Diferentemente da concepção circular, na sociedade capitalista ocidental o tempo é irreversível, ou seja, não volta mais.

Casa vez mais, instituições ficam abertas 24 horas, perdendo a noção de recomeço.

Os relógios digitais substituem os relógios analógicos, que ainda permitiam pensar em tempo cíclico.

Page 22: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Nesse contexto, destaca-se:

A produção em série

A crescente presença de máquinas nos processos de produção.

Havia um tempo certo e cronometrado para cada um fazer a sua parte,

O trabalhador ao lado dependia do anterior.

A máquina impunha um ritmo de trabalho.

Exigia-se sincronização, controle total do tempo e da ação dos trabalhadores.

Page 23: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Na sociedade moderna, a vida gira em tono do trabalho.

Assim, existe o tempo do trabalho e o tempo do não trabalho.

O tempo do trabalho é exaltado, pois nele se realiza:

a dignidade humana,

a produção , o progresso,

a acumulação de bens, etc.

Por isso, criou-se a expressão “tempo é dinheiro”, e ninguém deve ou quer perder dinheiro.

Em decorrência disso, o tempo do não trabalho ou o tempo livre precisa ser mais reduzido e servir para descansar e, por conseguinte, produzir mais no trabalho.

Nessa cultura, marcada pelo modo de produção capitalista, os indivíduos devem se disciplinar para trabalhar duro, tendo em vista uma acumulação de capital para aposentadoria, para ficar sem trabalhar quando a idade mais avançada vier.

Page 24: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Nessa visão, o tempo livre não é tão central quanto o tempo do trabalho, uma vez que não é nele que se produz riqueza.

Em seu tempo livre, o trabalhador não está favorecendo o processo produtivo, mas está repousando para retomar a jornada de trabalho.

Considerando o contexto atual, continua a existir em nossa sociedade a divisão entre o trabalho teórico-intelectual e o braçal-mecânico.

Em cada uma dessas formas de exercer o trabalho, há um diferente modo de se ocupar o tempo.

O trabalhador que privilegia o trabalho reflexivo costuma inserir o próprio tempo livre para aprofundar as reflexões das quais e se ocupando.

O trabalhador braçal, por sua vez, usa o seu tempo livre para o descanso físico, já que as suas atividades diárias são, muitas vezes, cansativas, e ele necessita estar descansando e bem-disposto para iniciar mais uma semana de trabalho.

Esse trabalhador costuma não perceber ou não atribuir ao seu trabalho a dimensão criativa do ser humano.

Muitas vezes, ele não se reconhece naquilo que faz, pois sua atividade está voltada para a subsistência de si e, na maioria das vezes, de sua família.

Page 25: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

3.5. Velocidade e fugacidade do tempo na sociedade atual.

Em milésimos de segundo, por meio de satélites, da Internet, entre outros, novas informações são processadas e enviadas para o mundo todo – “aldeia global”.

Essa nova realidade afeta tanto a nossa maneira de pensar o tempo e o espaço quanto a nossa organização e estilo de vida.

Uma primeira alteração em nosso modo de viver contemporâneo está na pressa, na velocidade, na imediatez com a qual queremos que tudo se resolva.

Essa pressa, velocidade e superficialidade se relacionam, sendo consequência desse novo modo de vida contemporâneo.

Em contrapartida, durabilidade, lentidão e profundidade também estão relacionados, porém são aspectos pouco privilegiados na vida ocidental moderna.

A velocidade da informação não significa conhecimento, da mesma forma que o fato de estarmos mais próximos uns dos outros não significa que estejamos nos relacionando melhor.

A inovação tecnológica nos faz ter a sensação ou percepção de que o presente passa mais rapidamente e está cada vez mais curto, e de que o futuro chega de forma mais fugaz e está cada vez mais perto.

Isso vem criando um novo espírito humano, que apresenta fortes traços de ansiedade e compulsividade para o consumo.

Ver exemplos p.14

Page 26: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

4. EM BUSCA DE UM EQUILÍBRIO ENTRE TRABALHO E TEMPO LIVRE TRABALHO –atividade humana voltada para a realização de um objetivo, seja o

de transformar ou produzir objetos, de garantir sua subsistência pessoal e familiar.

PRÁXIS HUMANA – o trabalho tem uma dimensão reflexiva, de projeto, de exteriorização e de realização da personalidade do trabalhador.

Nessa dinâmica, o trabalhador investe seu tempo

em algo que julga muito positivo e importante para si e para os demais.

Trabalho é muito mais do que emprego ou de exercer uma função

específica.

EMPREGO TRABALHO

costuma ser algo exterior, uma

obrigação e uma necessidade de

subsistência

vem como uma exigência do

interior do sujeito, em seu desejo

de realização

Page 27: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Embora trabalho e emprego sejam instâncias diferentes da vida humana, o emprego pode ser a forma de trabalho do indivíduo, quando ele se ocupa daquilo que gosta ou quando percebe muito sentido naquilo que faz.

Assim, ele não considera que está perdendo tempo, mas investindo o tempo em algo que julga ser importante para si e para a humanidade.

TEMPO LIVRE :

o tempo da não obrigatoriedade, da ausência de qualquer forma de imposição, seja externa ou interna.

É o tempo do não trabalho, da livre escolha daquilo com que o indivíduo quer ou não se ocupar.

O grande desafio da

atualidade é equilibrar trabalho

e tempo livre.

Page 28: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

É a diminuição da jornada de trabalho e aumento do tempo livre,

para que o cidadão possa cultivar outras dimensões

que são fundamentais para o seu desenvolvimento integral,

relacionadas ao universo cultural, artístico, esportivo,

religioso, familiar, político, etc.

Uma das grandes exigências contemporâneas

Page 29: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Com o crescente poder tecnológico, espera-se que sobre mais tempo para os cidadãos se dediquem a si, à cultura, à convivência social.

Com esse tempo livre, espera-se que os trabalhadores possam se dedicar a atividades de lazer, às suas famílias, a algum curso ou assunto que desejam estudar, enfim, ao que desejarem.

Espera-se, até mesmo, que possam se dedicar a outras atividades de trabalho, se assim quiserem.

Page 30: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

8. ESPAÇO

FILOSOFIA - 4º BIMESTRE - 2017

Page 31: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

1. A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PELAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

A forma como os seres humanos ocupam o espaço natural é bem diferente da forma como os outros animais o fazem.

ESPAÇO NATURAL: aquele no qual encontramos a paisagem natural

que ainda não sofreu a intervenção humana.

Imagine toda a fauna e a flora da Amazônia intocadas.

Este seria o espaço natural.

É importante lembrar que o espaço natural é

fundamental para que a vida seja preservada.

Page 32: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Os animais, chamados de “irracionais”, permanecem predominantemente no âmbito natural, utilizando-se de seus sentidos e instintos para sobreviver no mundo que já existe.

Os seres humanos analisam, planejam, criam técnicas e as aperfeiçoam. Ainda são muito frágeis e, por isso, vivem em comunidades para suprir suas distintas necessidades: comunicação, criação de leis que estabeleçam a forma de relacionar-se, de ocupar o espaço, etc.

Período Paleolítico:

As primeiras espécies desenvolveram habilidades para intervir e transformar o espaço natural por meio da utilização de objetos de madeira, de ossos e de pedra lascada.

A descoberta do fogo também marca a interferência de ser humano na natureza.

Page 33: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Período Neolítico:

A inteligência abstrata do ser humano fez com que o homo sapiens desenvolvesse outras habilidades: produzir cerâmica por meio do aquecimento d argila, cultivar a terra, semear e colher, fabricar e usar o arco e flecha, etc.

Os primeiros grupos humanos se constituíram.

A maior concentração desses grupos demandou novas exigências: estocagem de alimentos e a criação de normas e leis para ordenar a convivência.

O espaço geográfico tornou-se mais complexo.

Page 34: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Na região do atual Oriente Médio – encontrava-se o chamado Crescente Fértil, onde começaram

as primeiras grandes civilizações.

Page 35: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

A primeira formação do espaço aconteceu em torno de grandes rios, uma vez que a água abundante era a necessidade das primeiras civilizações.

Civilização chinesa, nasceu entre os rios Amarelo e Azul.

Civilização indiana, desenvolveu entre os rios Indo e Ganges,

Civilização sumério-babilônica, entre os rios Tigre e Eufrates,

Civilização egípcia, se estabeleceu nas margens do rio Nilo.

Nesses primeiros territórios urbanizados, passou a existir:

Divisão de trabalho, na qual homens e mulheres possuíam tarefas diferentes.

As primeiras profissões, ligadas ao artesanato, ao comércio, à metalurgia e à agricultura.

Essa estruturação das primeiras grandes cidades foi caracterizada por um complexo e integrado sistema de elementos necessários ao suprimento das necessidades de aglomerações humanas sedentárias.

Característica mais importante da revolução urbana:

o crescimento e a concentração populacional, a qual a ocupar um vasto território.

Page 36: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Essa concentração populacional fez surgir, em termos políticos:

Criação de leis,

A noção de Estado e

Atuação de governantes.

A revolução urbana também responsável:

pelo surgimento e desenvolvimentos dos censos,

das ciências extas e

do calendário.

Na engenharia, surgiram:

as edificações públicas e

diversos monumentos.

Na agricultura e no comércio:

apareceram os excedentes da produção,

a divisão do trabalho e

o comércio local e de longa distância.

Page 37: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Uruk, exemplo de grande aglomerações de pessoas reunidas em um espaço estruturado, que demandou significativo contingente de mão de obra na construção de obras públicas.

No período de aproximadamente 5.000 a.C., já utilizam a escrita em placas de barro.

Page 38: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

2. A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO NAS SOCIEDADES MEDIEVAL E MODERNA

2.1. O lugar de cada um no espaço: um destino de Deus

Na Idade Média, entre os séculos V e XV, a sociedade europeia se estruturava sobre a propriedade e o uso da terra.

Essa organização social e política recebe o nome de feudalismo.

Feudo era uma unidade de produção na qual se desenvolvia praticamente toda a vida social.

A propriedade de terra pertencia à nobreza ( senhores feudais, os quais acreditavam possuí-la como presente de Deus).

A terra, nesse momento, determinava a posição na hierarquia social e funcionava como instrumento das relações de poder.

O senhor do feudo, que possuía a terra e as outras riquezas, tinha o poder de cobrar impostos e taxas.

Page 39: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Um das características do sistema feudal era a agricultura e o trabalho servil, voltados, especialmente, para a subsistência.

A economia era caracterizada pela troca de mercadoria (escambo) e não pelo uso significativo de moedas.

Em termos sociais e políticos, a estrutura da sociedade era formada por estamentos ou camadas sociais, - geralmente, permaneciam assim durante toda a vida.

O feudo era a unidade de

produção do Período

Medieval e local onde

ocorria grande parte das

relações sociais.

Page 40: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Não se admitia mobilidade social, pois, sendo Deus perfeito, sua perfeição havia estabelecido a ordem social e esta não poderia ser questionada.

Aquilo que é perfeito não deve e não pode ser mudado.

Essa era a concepção de vida e de sociedade propagada pela Igreja Católica, que se julgava instrumento de Deus na vida dos homens.

Filosoficamente, a doutrina que marca o Período Medieval é o teocentrismo.

TEOCENTRISMO

Concepção religiosa,

Os princípios que orientam a vida são a obediência à vontade de

Deus,

Situa cada um dos indivíduos em seu respectivo lugar.

Imperava o respeito à ordem estabelecida por Deus.

isso alimentava nas pessoas a virtude da abnegação, da renúncia,

da humildade.

Page 41: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

ESPAÇO NATURAL

Concebido como criação e obra divina,

Era visto como uma prova da existência de Deus,

Sinal de sua bondade e de sua perfeição.

Nas relações homem com a natureza, Deus seria o mediador e o juiz

responsável por estabelecer as verdades e os julgamentos finais.

Todas as criaturas divinas: mundo natural, os seres vivos, os seres humanos

teriam recebido de Deus um destino, em desígnio, uma vontade.

Consequentemente, tudo deveria caminhar conforme essa vontade, de

modo que ser contra ela implicava castigos e maldições.

De acordo com o livro do Gênesis, o homem havia sido criado imortal.

Devido o pecado, o homem rompeu a aliança com Deus.

Em decorrência desse rompimento, foi expulso do paraíso e condenado a

trabalhar na terra e passar por sofrimentos.

Há uma concepção de trabalho como castigo, como sofrimento

necessário para a purificação da alma.

Page 42: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

2.2. O desenvolvimento do capitalismo e as mudanças no espaço.

Na Baixa Idade Média, com o renascimento comercial, observa-se mudanças significativas na organização econômica, política, cultural e social europeia.

Iniciou-se uma nova forma de ocupação do espaço, que aconteceu devido às rotas comerciais entre o Ocidente o Oriente – entre a Europa, a Índia e a China.

Propagação de grandes feiras-livres de especiarias e produtos vindos do Oriente originaram as principais cidades da Europa Ocidental.

No século XV:

Inaugurou a Idade Moderna,

Aconteceram as Grandes Navegações e a conquista de novos territórios pelos europeus (portugueses)

Ela primeira vez na História, formou-se um mercado com dimensões mundiais – presença da Europa, da América, da África e da Ásia.

Page 43: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

A Expansão Marítima permitiu a criação de um mercado mundial, dominado pelos Estados europeus – sua maioria absolutistas.

As novas colônias se tornaram posses desses Estados e somente podiam comercializar seus produtos diretamente som sua metrópole.

Essa fase mercantilista é a marca da passagem do feudalismo para o capitalismo.

Page 44: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

ABSOLUTISMO

Sistema político e administrativo que predominou na Europa

entre os séculos XVI e XVIII; O rei exercia o poder absoluto sobre todos os setores da

sociedade;

Influenciou, inclusive, o setor religioso por meio do controle do clero.

O rei criava as leis da sociedade e estabelecia os impostos e os

tributos, o que favorecia a burguesia, Recebeu do monarca todo apoio para dominar o comércio e

participar nos negócios do Estado.

Durante o absolutismo renascentista e moderno, a prática

econômica que predominava era o mercantilismo.

Page 45: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Colonização de terras e dos povos que habitavam essas terras, é uma das características do princípio da História moderna.

Essa colonização não se deu forma passiva e pacífica.

Invasão europeia – dominava e destruía a culturas locais.

Consequência dessa dominação:

Conflitos e revoltas,

Movimentos de resistência e de libertação com milhões de mortes.

Ao longo do século XVIII – formou-se , na Europa, um pensamento crítico contra o absolutismo e contra a servidão.

Page 46: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

França – berço do pensamento crítico ao absolutismo.

Ideias e ideais como liberdade, igualdade e fraternidade tiveram muita força de mobilização contra graves problemas sociais presentes naquele período.

Ideais responsáveis pela

eclosão da Revolução Francesa

Importante marco na História moderna

da nossa civilização – em 1789

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE

Page 47: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

A partir de meados do século XVIII:

Transformações econômicas, sociais ne culturais cada vez mais rápidas;

Formas de trabalho e de ocupação do espaço passaram por uma profunda revolução;

Invenção da máquina a vapor principal instrumento na mineração e na produção de mercadorias (tecidos).

Início do século XIX:

Inglaterra era a sociedade mais rica e desenvolvida da Europa.

Introdução das máquinas na produção de alimentos e na produção têxtil:

Estimulou o crescimento da migração das pessoas para as vilas operárias nos centros das cidades; onde estavam as fábricas,

O comércio e as novas profissões que iam surgindo.

O espaço ganha uma nova organização.

Processo de urbanização intensificou-se no período.

Ocorreu de maneira acelerada na Inglaterra.

Espalhando-se para outros países europeus.

Page 48: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Os ingleses alcançaram a Segunda Revolução Industrial na década de 1860

O aparato tecnológico foi aperfeiçoada;

Ampliação do uso da locomotiva a vapor;

Criação do motor a combustão;

Uso dos combustíveis derivados do petróleo , da energia elétrica e

Aperfeiçoamento da produção de aço.

As locomotivas a vapor e as ferrovias, as quais transportavam produtos e passageiros a Inglaterra, tiveram sua tecnologia exportada para vários países.

Page 49: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Aumento acelerado da população, logo surgiram problemas nesses espaços urbanos:

Sujeira;

poluição.;

Exploração do trabalho;

pobreza;

doenças e mortes, ocasionadas pela péssimas condições de trabalho dos operários.

Page 50: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

3. POR UMA ÉTICA DA RESPONSABILIDADE NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO

Tudo que fazemos gera muitas consequências: imediatas e outras a curto ou médio prazo.

As consequências somente serão vistas a longo prazo, pelas gerações que ainda não nasceram.

É importante pensar que as gerações futuras têm o mesmo direito que nós à qualidade de vida.

Agir de acordo com a moral refere-se ao nosso agir concreto, originado dos costumes e as tradições que formam nossas comunidades.

Muitas vezes, esse nosso agir apenas segue uma dinâmica social predominante.

A ética exige a reflexão crítica sobre esse agir, para que a ação humana seja autônoma, consciente e livre.

Page 51: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Quando somos movidos apenas pelo agir imediato, interessa-nos um ganho ou um vantagem do momento.

Acostumamos ouvir que o nosso mundo é um grande presenta que recebemos.

É mais justo e sensato afirmar que o nosso mundo não foi um presente que nossos antepassados nos deram, mas um empréstimo de nossos netos.

Um empréstimo gera responsabilidade.

Ao devolver este mundo para eles, ele deverá estar muito melhor e mais belo, e ter rendido e gerado maior sustentabilidade.

Page 52: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

3.1. Desenvolvimento sustentável

Lançamento de duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, na

segunda guerra mundial:

Ameaça de destruição nuclear tomasse conta do sentimento e da

consciência humana;

Preocupação com os efeitos danosos da contaminação por radiação;

Danos ambientais que a ação humanos, por meio do poder científico e

tecnológico, é capaz de causar.

Pós-Guerra até o final da década de 1970, movimento ambientalista

ganhou força com profundas denúncias relativas :

à degradação da natureza;

aos impactos ambientais, à excessiva extração dos recursos naturais,

à acentuada poluição originada do processo de industrialização.

Page 53: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Em 1987, a Comissão Sobre o Meio Ambiente elaborou o Relatório de Brundtland,

Propôs uma série de iniciativas cujo objetivo era repensar o modelo de desenvolvimento capitalista.

Utilizou-se o termo desenvolvimento sustentável, muito presente no discurso atual.

ONU promove uma ampla discussão sobre o tema na Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento ECO-92, Rio-92 ou Cúpula da Terra.

O grande motivador desse encontro, que reuniu mias de cem chefes de Estado, foi o desejo de construir os meios e as estratégias capazes de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a sustentabilidade ambiental.

Na Conferência Rio-92, o conceito de sustentabilidade alcança reconhecimento internacional.

Surgiu o projeto de ação para o desenvolvimento sustentável a nível mundial, que formalizou o conceito de sustentabilidade como um princípio político.

Desenvolvimento sustentável – ver p. 30

Page 54: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

É fruto de decisões tomadas na ECO-92.

Durante oito anos, uma comissão trabalhou na elaboração desse documento.

Trata-se de uma declaração de princípios fundamentais que devem guiar a humanidade, no século XXI, para a construção de uma sociedade marcada pelo compartilhamento da responsabilidade com o bem-estar da humanidade, na qual o conceito de desenvolvimento sustentável amplia-se.

Questões como proteção ambiental, os direitos humanos, o desenvolvimento humano igualitário e a paz são consideradas interdependentes e inseparáveis.

CARTA da TERRA

Page 55: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Os problemas ambientais e sociais já estão presentes, portanto, é preciso

construir um novo modelo de desenvolvimento, fundamentado no

princípio da sustentabilidade.

O conceito de sustentabilidade não se restringe ao aspecto ambiental.

O modelo de vida sustentável deve considerar quatro aspectos:

ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo,

culturalmente diverso.

Socialmente, o desenvolvimento é sustentável quando possibilita o acesso

ao direitos sociais fundamentais a todos os cidadãos;

Deve caminhar na direção da redução dos bolsões de pobreza e

miséria, buscando um equilíbrio econômico entre as classes sociais;

Caminhar na contramão da crescente concentração de renda.

Page 56: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Para impedir que o crescimento econômico permaneça concentrado

nas mãos de alguns privilegiados, é preciso que Estados e Governos

tomem medidas para reverter esse quadro, implementando, por

exemplo, política públicas alinhadas à proposta de desenvolvimento

sustentável.

As questões ecológica,

econômica e social são os

pilares da sustentabilidade.

Ver p. 32

Page 57: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

A sustentabilidade ambiental implica na preservação por meio da proteção e recuperação de porções dos diversos biomas.

Essa preservação deve acontecer mesmo quando o ambiente natural puder ser fonte de muita riqueza econômica, seja para a iniciativa privada, ou ainda para a tributação estatal.

É preciso aprender a pensar que a economia não pode ser considerada como o único fim a se almejar.

É preciso considerar a economia e os recursos financeiros também como meios para a preservação da vida.

Nessa lógica, a fauna e a flora das diversas regiões do globo são insubstituíveis, de cuja permanência depende o equilíbrio da vida.

Page 58: FILOSOFIA 6º ANO - censa.edu.br · De acordo com Santo Agostinho, Deus criou primeiramente o tempo e, neste, concebeu os outros seres ... 3.2. Cristianismo medieval ... nova interpretação

Torna-se necessário refletir sobre a sustentabilidade das propriedades rurais e sobre a garantia de renda real dos produtores.

Hoje em dia, os custos com a produção e com os financiamentos de instrumentos para o trabalho têm sido maiores que os resultados econômicos obtidos com a venda do produto.

Essa política não é sustentável e não consegue fixar o homem no campo.

Investir na economia rural é investir em empregos, em produtividade e em sustentabilidade alimentar.

No entanto, isso implica, igualmente, investir na correção das deficiências da infraestrutura, como a armazenagem e o transporte de grãos.