UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

RAFAEL BRIDI CORTELETTI THARCIA RIBEIRO BATISTA

WALTER TOREZANI NETO BOSCHETTI

ELABORAÇÃO DE PROBLEMA DE PESQUISA: DA CARACTERIZAÇÃO À

RELEVÂNCIA.

JERÔNIMO MONTEIRO – ES

JUNHO – 2012

RAFAEL BRIDI CORTELETTI

THARCIA RIBEIRO BATISTA

WALTER TOREZANI NETO BOSCHETTI

ELABORAÇÃO DE PROBLEMA DE PESQUISA: DA CARACTERIZAÇÃO À RELEVÂNCIA.

Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia de Pesquisa Cientifica do Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Espírito Santo, como parte das exigências para obtenção da aprovação da disciplina.

JERÔNIMO MONTEIRO – ES

JUNHO – 2012

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RESUMO

O problema de pesquisa é a chave para o sucesso de um projeto. Sem ele, a

pesquisa é sem importância e sem questionamentos. Este trabalho teve o

objetivo de caracterizar e demonstrar alguns aspectos importantes sobre o

problema de pesquisa. Elaborar um problema de pesquisa não é tarefa simples

e fácil, pois consiste em dizer de maneira clara, compreensível e explicita qual

a dificuldade com que os pesquisadores defrontam e que eles pretendem

resolver. Muitas vezes o problema de pesquisa é confundido com o tema de

um determinado assunto que se deseja desenvolver. Existem dois tipos de

problemas científicos. Os problemas de ordem prática possuem respostas para

subsidiar determinada ação. Já os problemas de ordem intelectual possuem

conhecimento sobre determinado objeto. Alguns critérios são importantes para

a escolha do problema de pesquisa, como a importância deste para a

comunidade, por exemplo, ou para a curiosidade individual. Para se formular

um problema deve seguir algumas regras práticas, destacando-se na forma de

pergunta, com precisão e clareza. É imprescindível salientar que definir,

caracterizar, estruturar um problema de pesquisa exige do pesquisador

conhecimento de técnicas cientificas, bem como ter a função do orientador de

clarear os pontos que surgem com o transcorrer do trabalho.

Palavras-chave: Metodologia cientifica. Projeto de pesquisa. Problema de

pesquisa.

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SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................... iii

2. INTRODUÇÃO........................................................................................ 1

4. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 2

2.1. O PROBLEMA DE PESQUISA.................................................... 2

4.2. TEMA DE UMA PESQUISA VERSUS PROBLEMA..................... 4

4.4. TIPOS DE PROBLEMA DE PESQUISA....................................... 5

4.6. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE UM PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................... 7

4.8. A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA.................... 8

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 11

8. REFERÊNCIAS....................................................................................... 12

1. INTRODUÇÃO

A pesquisa nasce da curiosidade investigativa de saciar indagações

sobre temas de interesse social ou individual. Apropriar esta curiosidade a

uma composição adequada na pesquisa constitui-se uma tarefa difícil, pois

certos parâmetros precisam ser respeitados para caracterizar o estudo

como científico.

O início desta inquietação é algum tipo de problema, que pelo

dicionário Houaiss (2007) possui definições como: situação difícil,

obstáculo, dificuldade que desafia a capacidade de encontrar soluções,

conflito, contratempo, mau funcionamento que acarreta transtorno, entre

outras.

A delimitação do problema norteia a condução do trabalho, pois é

em cima do incomodo gerado por ele que se darão as investigações,

garantindo o sucesso prático/teórico da pesquisa.

O problema de pesquisa não é simplesmente uma curiosidade

fundamentada em interesses pessoais, mas deve colaborar com a

mitigação de preocupações da sociedade, buscar respostas ou mesmo

atenuar os possíveis impasses das muitas relações existentes nesta.

O problema de pesquisa sustenta-se com a interpolação de

variáveis, sendo necessário que dentro de um mesmo tema construa-se

conscientemente a convergência destas variáveis, para que exista

correlação entre elas. De modo contrário o problema torna-se subjetivo e

sem boas expectativas a serem consideradas.

É importante definir se o problema de pesquisa é relevante ou de

caráter especulativo, pois as áreas de concentração da economia,

sustentabilidade, política, ambiental, entre outras, não podem contar

apenas com as informações superficiais ou sem base teórica para fazer

inferências. É preciso realizar pesquisas aprofundadas e bem estruturadas

para fazer conclusões coerentes sobre seus aspectos.

Destarte, o objetivo deste trabalho foi caracterizar assunto

metodológico problema de pesquisa conceituando sua relevância para a

pesquisa científica.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

O problema de pesquisa no primeiro momento pode parecer simples e fácil,

mas com a evolução na pesquisa literária apresenta cheio de mistérios e

características. Neste tópico será apresentada uma abordagem geral sobre o

problema de pesquisa, diferença entre o tema e problema, os tipos de problemas

e os critérios de escolha de um problema. Ressaltando ainda, as regras práticas

para formular os problemas de pesquisa.

2.1. O PROBLEMA DE PESQUISA

O problema é o assunto controverso, ainda não satisfatoriamente

respondido em qualquer campo do conhecimento, e que pode ser objeto de

pesquisa científica (HOUAISS, 2007).

É interessante deixar claro que nem todo problema é passível de

tratamento científico, ou seja, antes de se realizar uma pesquisa é preciso

identificar o que é científico daquilo que não é. Para isso pode-se afirmar que um

problema de pesquisa é de natureza científica quando envolve proposições que

podem ser testadas mediante verificação empírica, além de envolver variáveis

suscetíveis de observação (GIL, 2010).

Vergara (2006) afirma que o problema de pesquisa é uma questão não

resolvida, esta questão pode estar referida a alguma dúvida quanto à sustentação

de uma afirmação geralmente aceita, alguma necessidade de colocar a prova

uma suposição ou algo que a pesquisa científica ainda não foi capaz de

desvendar e que é objeto de discussão em qualquer domínio do conhecimento.

Para alcançar respostas a estas questões não resolvidas surgem os projetos de

pesquisas, monografias, dissertações e teses, ou seja, os estudos focados em um

assunto relativamente restrito surgem da existência de problemas científicos.

Conforme Paviani (2005 citado por ZANCHET; SOUTES, [entre 2005 e

2012]) o problema científico surge da descoberta de que o nosso conhecimento

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não é suficiente para descrever e explicar algumas situações e ele só são

percebidos por aqueles que se dedicam à busca do conhecimento. O problema é

o ponto de partida da ciência e é formulado a partir de uma situação que

pressupõe o conhecimento já produzido e, de outro o conhecimento a ser

produzido. Definir bem o problema é o mesmo que criar condições para a sua

solução.

Segundo Silva (1997) o problema é a ideia central que norteia o

relacionamento e interpretação dos fatos, é o objeto de análise e é algo para qual

vai buscar respostas, via pesquisa. Para elaborar problemas de pesquisa o

pesquisador deve possuir uma boa capacidade de reflexão, espírito crítico e

estudos profundos, com estes três quesitos ele conseguirá respostas

interessantes a este seu problema.

Kerlinger (1980 citado por SILVA; MENEZES, 2001) o problema de

pesquisa é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão,

investigação, decisão ou solução. Rudio (2000 citado por SILVA; MENEZES,

2001) enfatiza que existem vários fatores que delimitam a escolha de um

problema de pesquisa dentre eles estão à existência de recursos financeiros para

a viabilização do projeto; tempo suficiente para averiguar tal questão; se o

problema é original e relevante, dentre outros fatores.

Severino (2002 citado por ZANCHET; SOUTES, [entre 2005 e 2012])

aconselha que antes que se parta para a pesquisa é preciso ter a idéia clara do

seu problema a ser solucionado, tratando de esclarecer devidamente os limites

que se desenvolverá a pesquisa. Para este autor a identificação dos principais

motivos que abordaram a problematização revela-se como a gênese do seu

problema culminando com a apresentação de seu problema de pesquisa.

Segundo Kahlmeyer-Mertens et al. (2007) o problema de pesquisa incidi

numa indagação sobre o tema que vai ser proposto na tentativa de ser

solucionado. Para isso precisa ser formulado de maneira precisa, categórica e

simples. Se o problema de pesquisa for claro, consegue conduzir a pesquisa com

sucesso além de ser coerente entre os tópicos que o integram.

Para concretizar a definição do problema é necessário uma análise que se

específica através de perguntas: Como? Por quê? Quando? Donde? Essas

questões devem ser levantadas em termos da teoria básica, das hipóteses e dos

dados exploratórios com os quais o pesquisador pode contar (FERRARI, 1982).

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Booth et al. (2000 citado por DOXSEY; DE RIZ, 2002) apresenta um

esquema (Figura 1) que pode ser útil na hora de definir o problema que o

pesquisador pretende solucionar em sua pesquisa. Através deste esquema os

autores afirmam que o pesquisador encontrará o seu problema de pesquisa, além

de ajudar também durante a realização da pesquisa, para que se possa ter

clareza do ponto em que se encontra.

Figura 1 – Esquema para definição do problemaFonte: Adaptado de Booth et al. (2000 citado por DOXSEY; DE RIZ, 2002).

2.2. TEMA DE UMA PESQUISA VERSUS PROBLEMA

Segundo Gil (2010) os estudantes em geral inicia o processo de pesquisa

pela escolha de um tema, que por si só não constitui um problema. Ao formular

perguntas sobre o tema provoca-se sua problematização.

Em relação à distinção entre tema e problema de pesquisa, Paviani (2005,

p. 15, citado por ZANCHET; SOUTES, [entre 2005 e 2012], p. 4) apresenta:

A pedagogia da exposição e da transmissão de conhecimento nos impôs

o costume de trabalhar com temas, quando o recomendável é trabalhar

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com problemas. (...) Para o estudante a escola oferece temas, a vida

para o pesquisador oferece problemas. Essa falta de familiaridade com o

caráter problemático do conhecimento científico influi negativamente na

escolha dos problemas de pesquisa e na sua relevância social e

científica.

Geralmente os pesquisadores iniciantes confundem o tema com o

problema de pesquisa. Quando se pergunta do que se trata a sua monografia, a

resposta que se recebe está relacionada com o tema, não constituindo o

problema. É a partir do tema que se define o problema, que é a pergunta que o

pesquisador buscar responder durante a execução da pesquisa (DOXSEY; RIZ

de, 2002).

O tema é o assunto geral do qual se podem tirar algumas indagações

cientificamente relevantes e que podem ser investigadas. No tema percebe-se

com clareza qual é a área de conhecimento que despertou interesse no

pesquisador. Num tema de pesquisa podem estar vários problemas, porém em

um problema de pesquisa está relacionado apenas há um único tema. O

pesquisador deve estar ciente de que um mesmo tema pode ser investigado sob

vários enfoques (SILVA, 1997).

Andrade (2010) cita que é importante delimitar o tema para aumentar a

possibilidade de aprofundamento de sua abordagem, porém para delimitar um

tema, é indispensável conhecer pelo menos genericamente o assunto, sendo

possível mais facilmente através de leituras exploratórias. Enfim, escolher um

tema significa eleger uma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo

limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa.

Conforme Silva (1997) no tema encontra-se apenas uma variável,

enquanto no problema traz em si a relação entre duas ou mais variáveis

quantitativas ou qualitativas que o torna, através da base teórica, concreto, para a

elaboração dos objetivos a serem alcançados com a pesquisa.

2.3. TIPOS DE PROBLEMA DE PESQUISA

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Apesar de todas as indagações suscitarem repostas nem todo

problema constitui-se como de caráter científico. Questões ditas de

engenharia e de valor não são passíveis de serem estudadas sob o

cientificismo que a pesquisa científica exige.

Os problemas de engenharia, segundo Kerlinger (1980 citado por

FERNANDES; GOMES, 2003), referem-se a eficiência na execução de

ações, modo ótimo de fazer algo, que por sua vez é medida indiretamente

pela ciência.

Para Gil (2010) a maneira de proposição destes problemas fornece

apenas sugestão e inferências sobre o questionamento, pois as

indagações não tratam de como são as coisas ou suas causas e

consequências, mas de como elas são feitas. Um exemplo de problema de

engenharia é “Como aumentar a produtividade da empresa?”.

De forma semelhante, os problemas de valor não são verificados

empiricamente. Gil (2010) afirma que estes problemas são aqueles que

indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado,

melhor ou pior, se algo deve ou não ser feito. Um exemplo de problema de

valor é “É correto bater nos filhos como modo de correção?”.

Para que a pesquisa tenha cunho científico o problema de pesquisa

deve envolver variáveis que possam ser mensuráveis, testadas,

observadas ou manipuladas. A averiguação destas variáveis traduz em que

medida elas estão relacionadas entre si.

O problema de pesquisa pode então ser estabelecido por razões de

ordem prática ou de ordem intelectual. Para Gil (2010) a primeira ordem

constitui-se de subsídios para realização de determinada ação, serve para

avaliar as ações e verificar consequências de alternativas sugeridas, além

de predizer certos acontecimentos para planejamento adequado das

decisões. Cada categoria é mais bem compreendida com os exemplos a

seguir:

- Conhecer o perfil dos eleitores para compor as propostas de campanha

(subsídio);

- O efeito de determinado projeto assistencial no reenquadramento social

(avaliação);

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- Identificar que sistema de transporte seria o mais adequado para uma

metrópole (consequência);

- Em que medida a construção de um túnel poderá provocar impactos

ambientais em determinada área (predição).

As razões de ordem intelectual são fomentadas pelo interesse do

pesquisador por estudar objetos pouco explorados, insistir na exploração

de objetos já estudados com o objetivo de buscar maior precisão,

investigando as condições para que certo evento ocorra e como este pode

ser influenciado por outras variáveis, testar metodologias e teorias, e

descrever fenômenos (GIL, 2010).

Os exemplos abaixo ilustram alguns problemas de ordem intelectual:

- Joseph Black, em 1770, foi o precursor da ciência da calorimetria quando

esta era pouco conhecida;

- Identificar em que medida os fatores abióticos contribuem para

caracterização de um ecossistema, assunto já estudado, mas o

pesquisador pode se interessar em caracteriza-lo especificamente pelo

fator clima;

- Testar a metodologia da armadilha Carvalho 47 para captura de insetos,

tendo como atrativo o álcool, em culturas agrícolas;

- Traças a qualidade de um sítio pelo estudo dos horizontes do solo.

Algumas implicações são relevantes para atender o planejamento da

pesquisa, isto é, identificar que critérios conduzem o problema ou

fenômeno que se deseja investigar (FERRARI, 1982).

2.4. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE UM PROBLEMA DE PESQUISA

Ferrari (1982) ressalta que a investigação cientifica deve apresentar

importância geral para a comunidade, e que pode ao mesmo tempo

corresponder a uma curiosidade individual. No entanto alguns critérios são

pertinentes na escolha do problema de pesquisa. Estes critérios clareiam e

organizam as diversas ideias que surgem da problematização de um tema.

Conforme Garlick (1997 citado por OLIVEIRA, 2011) a prioridade na

seleção de um problema é condição factível em todas as ciências. Pelo

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planejamento da pesquisa é possível elaborar uma sequência de estudo das

variáveis do problema, pois se admite que os recursos não possam ser

despendidos em projetos que não reflitam as reais necessidades e as prioridades

de uma instituição. O pesquisador deve listar aspectos prioritários e estabelecer

sua relevância dentro de alguma perspectiva.

Outros critérios são descritos por Ferrari (1982) como importantes para a

escolha do problema de pesquisa, porém todos eles precisam levar em

consideração a ética do pesquisador. A novidade de um assunto não está

necessariamente relacionada à frequência que ele é abordado ou seu caráter

inédito, mas sim aos ângulos pelos quais ele pode ser investigado, e adequado à

realidade. Este critério é estabelecido principalmente pelo preparo do pesquisador

e seu conhecimento sobre o problema e suas respectivas soluções.

Ferrari (1982) ainda expõe a oportunidade e o comprometimento na

seleção do problema de pesquisa. O primeiro destes compreende o interesse do

pesquisador pelo programa de pesquisa como um todo, e não apenas sob a luz

dos problemas que lhe garantam visibilidade profissional. O comprometimento

com a pesquisa advém da falta de liberdade em escolher o tema que se tem

preferência de trabalhar, e ainda assim cumprir com rigor os métodos de pesquisa

científica para construção do projeto.

2.5. A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

A definição adequada de um problema por si só, não garante o êxito de

uma produção cientifica, já a definição inadequada garante o insucesso e pode

colocar abaixo todo um trabalho que em geral consome bastante tempo e energia

de seu realizador (VERGARA, 2006).

Silva (1997) ressalta diversos aspectos relacionados com a formulação do

problema e objetivos da pesquisa, dentre eles afirma que quanto maior for à

dedicação do pesquisador na elaboração do problema de pesquisa, menos tempo

será desperdiçado na investigação, e maior será a satisfação com a resposta

obtida.

A série de atividades que constitui uma pesquisa, pode se relacionar entre

si de forma a criar uma dependência entre as mesmas. Assim, se alguma fase for

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mal cuidada, certamente haverá uma maior dificuldade nas subsequentes, desta

forma se destaca a importância da formulação do problema logo no inicio da

pesquisa, caso contrario, Silva (1997) aconselha a reformulação total do

problema, diminuindo a perda de tempo, dinheiro e esforço físico.

O processo de formular um problema envolve uma gama de

variáveis que não podem, na maioria das vezes serem controladas, como é

o caso do fator criatividade (GOMIDES, 2002).

De acordo com Selitiz (1967 citado por GIL, 2010) a complexidade

da questão da formulação do problema não se faz mediante a observação

de procedimentos rígidos e sistemáticos, justamente por se vincular ao

processo criativo. No entanto, algumas condições pode facilitar esta tarefa,

tais como: imersão sistemática do objeto, estudo da literatura existente e

discussão com pessoas que acumulam muita experiência prática no campo

de estudo.

Vergara (2006) destaca algumas regras práticas para a formulação

do problema, ressaltando que antes de tudo, deve-se verificar se o

problema é realmente cientifico e se há solução, pois se a solução

científica for impossível, é evidente que o problema também não é

cientifico. GIL (2010) também afirma que o problema deve ser suscetível

de solução, senão não seria possível coletar os dados necessários.

Outra forma de melhorar a formulação do problema de pesquisa é

redigindo-a de forma interrogativa, clara, objetiva, a questão cuja solução

viável possa ser alcançada pela pesquisa (CERVO; BERVIAN, 2002). Gil

(2010) acredita que esta seja a maneira mais fácil e correta de formular,

uma vez que facilita sua identificação por parte de quem consulta o projeto

ou o relatório da pesquisa. Vergara (2006) também destaca a forma de

pergunta ao problema de pesquisa, e ressalta que desta maneira ajuda a

distinguir o problema do tema, já Gomides (2002) a indica como um

facilitador para que se consiga discernir o essencial do supérfluo.

O problema levantado deve expressar uma relação entre duas ou

mais variáveis, assim, as perguntas variam partindo da observação de um

objeto, fato ou fenômeno, ou ainda de uma série deles, é possível

perguntar se esses seguem o mesmo padrão, ou se por vezes os

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resultados são diferentes, e se há possibilidade de explicar seus processos

(CERVO; BERVIAN, 2002).

O problema de pesquisa deve ser redigido de forma clara e concisa,

na qual palavras a mais ou a menos podem confundir o pesquisador e o

leitor. É útil que se encontre um equilíbrio (VERGARA, 2006). Para Gil

(2010) quando os problemas são apresentados de forma desestruturada e

formulados de madeira vaga, não é possível imaginar nem mesmo como

começar a resolvê-los. Às vezes pode ocorrer que algumas formulações

apresentem termos definidos de forma não adequada, o que torna o

problema carente de clareza.

Tunes (1981, citado por GOMIDES, 2002) afirma que é desejável

que se enfatize aspectos de síntese, mas que não se esqueça de que a

imaginação é mais importante que a erudição. Gomides (2002) também

ressalta que o problema deve ser claro, estabelecendo o que se pretende

pesquisar e precisa identificando os elementos e instrumentos que serão

utilizados no decorrer do trabalho.

Os problemas científicos não devem se referir a valores, pois podem

conduzir inevitavelmente a julgamentos morais, e consequentemente a

considerações subjetivas. Ao estruturar o problema de forma empírica é

preciso identificar as maneiras como será feito o processo de coleta,

estudo e analise dos dados coletados. É preciso deixar claro que os

resultados alcançados são frutos de um processo de observação cientifica,

onde os julgamentos de valor do pesquisador ficaram ausentes (GIL, 2010;

GOMIDES, 2002).

É necessário, que o problema estruturado identifique a dimensão a

ser pesquisada, traduzindo um universo delimitado e devidamente

caracterizado. Fato esse, que possibilita melhor percepção acerca dos

problemas, bem como possibilita clara relação dos meios de investigação a

serem utilizados (GOMIDES, 2002). Em muitas pesquisas, principalmente

nas acadêmicas, Gil (2003) reforça que o problema tende a ser formulado

em termos muito amplos, requerendo algum tipo de delimitação, e que esta

delimitação guarda estreita relação com os meios disponíveis para a

investigação.

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Segundo Cervo e Bervian (2002), a formulação do problema de

pesquisa de maneira correta, nunca passando da escolha do tema à coleta

de dados, apresenta vantagens inegáveis, tais como: delimita, com

exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurado; leva ao pesquisador a

uma reflexão benéfica e proveitosa do assunto; fixa frequentemente

roteiros para o inicio do levantamento bibliográfico e da coleta de dados;

auxilia na prática e na tomada de apontamentos.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A caracterização do problema de pesquisa por meio da literatura

busca o real significado que este representa para um trabalho cientifico.

Contudo, a sua elaboração e formulação devem ser fundamentadas

seguindo as regras aconselhadas pelos autores, com o objetivo de tornar

mais fácil e de forma mais clara e precisa, a buscar por respostas para

solucionar problemas científicos.

Diante da relevância do problema de pesquisa, ele pode ser revisto

e testado no decorrer de toda a pesquisa, pois havendo a necessidade de

um novo problema, o pesquisador poderá revisar todos os passos e dar

início ao um novo caminho.

Neste contexto é importante considerar o que é realmente científico,

para que a pesquisa seja um estudo mensurável e capaz de suscitar

inferências consistentes. Para isso os aspectos de ordem prática e/ou de

ordem intelectual precisam ser identificados no problema de pesquisa.

Para os iniciantes das pesquisas cientificas há certa expectativa no ato de

preparação do problema, mas com o decorrer do trabalho essas aflições serão

amenizadas com o sucesso da pesquisa.

Para caracterizar um problema de pesquisa, o pesquisador deve

obter conhecimento de técnicas cientificas, bem como ter orientação de

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pesquisadores experientes para esclarecer os pontos que surgem com o

transcorrer do trabalho.

Portanto, para o desenvolvimento da ciência, acredita-se que é mais

importante saber formular problemas do que encontra soluções.

4. REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. Introdução a metodologia do trabalho cientifico. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia cientifica. 5. ed. São Paulo: Paerson Prentice Hall, 2002.DOXSEY, J. R.; DE RIZ, J. Metodologia da pesquisa científica. ESAB - Escola Aberta do Brasil, 2003. Disponível em: <http://pt.scribd.com/api _user_11797_Jos%C3%A9%20Miguel%20%20jotaeme/d/7033418Metodolgia-Da-Pesquisa-Cientifica>. Acesso em: 28 maio 2012. (Apostila)FERRARI, A. T. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. FERNANDES, L. A.; GOMES, J. M. M. Relatórios de pesquisa nas Ciências Sociais: Características e modalidades de investigação. ConTexto, Porto Alegre, v. 3, n. 4, 1º semestre 2003. Disponível em: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/necon/044%20Relat%C3%B3rios%20de%20pesquisa%20nas%20ci%C3%AAncias%20sociais%20-%20Luciane%20e%20Jo.pdf>. Acesso em: 28 maio 2012.GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.GOMIDES, J. E. A definição do Problema de Pesquisa a chave para o sucesso do Projeto de Pesquisa. Revista CESUC, Catalão, GO, ano 4, n. 6, jan./mar. 2002. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~verinha/ADEFINICAODO PROBLEMA.pdf>. Acesso: 28 maio 2012. HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

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KAHLMEYER-MERTENS, R. S.; FUMANGA, M.; TOFFANO, C. B.; SIQUEIRA, F. Como elaborar projetos de pesquisas: Linguagem e método. 1. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?id=Okz GOOzh70C&printsec=frontcover&hl=ptBR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 28 maio 2012. OLIVEIRA, R. Políticas arquivísticas e suas implicações na preservação, no acesso e no uso dos documentos. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf.. Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2011. Jun. 2011. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/15182924.2011v16nesp1p60>. Acesso em: 01 jun. 2012.SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.Disponível em:<http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia_de_pesqui sa_e_elaboracao_de_teses_e_dissertacoes_4ed.pdf>. Acesso em: 28 maio 2012. (notas de aula).SILVA, J. F. F. da (Coord.). Curso Pedir: Como elaborar projetos e desenvolver pesquisas. Viçosa, MG: UFV, 1997. (Apostila).VERGARA, S. C. Projeto e Relatório de pesquisa em administração. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2006.ZANCHET, A.; SOUTES, D. O. Problemas de pesquisa: uma análise empírica no curso de graduação em Ciências Contábeis. [entre 2005 e 2012]. Disponível em:< http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos72007/230.pdf>. Acesso em: 28 maio 2012.

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