figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

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ii UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA FIGUEIRA CV. ROXO DE VALINHOS SUBMETIDA A DIFERENTES ÉPOCAS DE PODA E NÚMERO DE RAMOS COMBINADO COM ESPAÇAMENTOS, EM AMBIENTE PROTEGIDO ADILAR CHAVES ORIENTADOR: DR. ALEXANDRE AUGUSTO NIENOW Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, para a obtenção do título de Mestre em Agronomia – Área de Concentração em Produção Vegetal Passo Fundo, fevereiro de 2003.

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Page 1: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

ii

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

FIGUEIRA CV. ROXO DE VALINHOS SUBMETIDA

A DIFERENTES ÉPOCAS DE PODA E NÚMERO DE

RAMOS COMBINADO COM ESPAÇAMENTOS, EM

AMBIENTE PROTEGIDO

ADILAR CHAVES

ORIENTADOR: DR. ALEXANDRE AUGUSTO NIENOW

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, para a obtenção do título de Mestre em Agronomia – Área de Concentração em Produção Vegetal

Passo Fundo, fevereiro de 2003.

Page 2: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

iii

Page 3: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

iv

ESTE TRABALHO É DEDICADO

- A meus filhos Rafael e Mateus, que na inocência de seus 11 e

9 anos souberam aceitar a ausência do pai em uma fase

importante de suas vidas e, em lugar de cobrança, muitas vezes

estiveram ao meu lado nas atividades de campo realizadas;

- À minha esposa Nizete, que soube ser presença em casa junto

aos filhos e também dar apoio e compreensão nos momentos

de dificuldades.

- A meus pais, que na humildade típica dos grandes seres

humanos, souberam transmitir os valores de trabalho e

dedicação, e dar o exemplo motivador que tem me

impulsionado em todas as conquistas.

Page 4: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

v

AGRADECIMENTOS

- À Direção da EAFS, que não mediu esforços para

viabilizar minha participação neste curso;

- À UPF, pela oportunidade de atualização;

- Ao Prof. Dr. Alexandre Augusto Nienow, que soube ser

presença e equilíbrio nas necessidades, sem tolher a liberdade;

- À Profa. Dra. Eunice Calvete pelo exemplo de

dedicação e pela cooperação;

- À Fapergs e à Secretaria de Ciência e Tecnologia do RS

(Pólo de Inovação Tecnológica) pelo apoio financeiro;

- Ao Professores (as): Dr. Vilson Klein pelos

tensiômetros; Dra. Jurema Shons, pelo uso do laboratório; Dr. Erlei

Melo Reis pelo auxílio e sugestões de manejo dos problemas

fitossanitários; Dileta Cechetti, pelo auxílio nas análises estatísticas;

- À colega Nair Bosa, pelo coleguismo durante o período

de convívio no curso;

- Aos demais Colegas da EAFS;

- Aos professores do Programa de Pós - Graduação em

Agronomia da UPF;

- Aos colegas do mestrado, especialmente ao Cristiano

Lajús, pela amizade demonstrada e continuidade do trabalho;

- A Deus.

Os resultados obtidos neste curso se devem à participação

de cada um Vocês... Obrigado!

Page 5: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

vi

SUMÁRIO

Lista de figuras................................................................................. ix

Lista de Tabelas ..............................................................................xiv

Lista de apêndices ............................................................................xv

INTRODUÇÃO GERAL......................................................................1

CAPÍTULO I

Figueira cv. Roxo de Valinhos submetida a diferentes épocas de

poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido...........................................................................05

RESUMO...................... ...................................................................05

SUMMARY................... ..................................................................07

1 INTRODUÇÃO........................................................................ .......09

1.1 Cultura da figueira ...................................................................09

1.1.1 Botânica, morfologia e cultivares. ...................................09

1.1.2 Clima e solo....................................................................11

1.1.3 Poda e condução .............................................................12

1.1.4 Espaçamentos .................................................................16

1.1.5 Problemas fitossanitários.................................................17

1.1.6 Colheita, classificação e armazenagem............................18

1.2 Ambientes protegidos ..............................................................19

1.2.1 Características e fatores ambientais .................................19

1.2.2 Cultivo de frutíferas em ambiente protegido....................25

2 MATERIAL E MÉTODOS ...........................................................28

2.1 Local do experimento ..............................................................28

2.2 Controle e manejo ambiental ...................................................30

Page 6: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

vii

2.3 Tratamentos.............................................................................32

2.4 Delineamento experimental .....................................................33

2.5 Poda e condução das plantas ....................................................33

2.6 Adubação e tratamentos fitossanitários ....................................37

2.7 Avaliações...............................................................................38

2.8 Análise estatística ....................................................................42

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................43

3.1 Aspectos fenológicos ...............................................................44

3.2 Aspectos vegetativos ...............................................................49

3.2.1 Crescimento dos ramos ...................................................49

3.2.2 Número de folhas por metro linear de ramo.....................57

3.3 Aspecto produtivo quantitativo ................................................59

3.3.1 Número de frutos emitidos por ramo e taxa de

frutificação ..............................................................................59

3.3.2 Número de frutos emitidos por ramo mensalmente..........61

3.3.3 Produção de frutos maduros ............................................65

3.3.3.1 Número de frutos colhidos por ramo e por planta....65

3.3.3.2 Peso médio dos frutos.............................................68

3.3.3.3 Peso de frutos por planta e por hectare....................69

3.3.3.4 Distribuição da colheita ..........................................74

3.3.4 Produção de frutos verdes ...............................................77

3.4 Aspecto produtivo qualitativo ..................................................79

3.4.1 Classificação dos frutos maduros por tamanho ................79

3.4.2 Ocorrência de podridões e rachaduras .............................80

3.4.3 Acidez (PH) e Sólidos solúveis totais (SST) dos frutos....82

4 CONCLUSÕES.............................................................................84

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................85

Page 7: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

viii

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................86

APÊNDICES ...................................................................................97

Page 8: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura Página

1. Esquema da poda de formação da figueira, conforme Abrahão et

al. (1997), apud Ufla (1999).............................................................. 13

2. Vista geral interna da estufa e do experimento de cultivo da

figueira cv. Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, submetida

a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos (Passo Fundo, UPF/ FAMV - Outubro/ 2001)............. 29

3. Croqui da distribuição espacial dos tratamentos adotados no

experimento de figueiras cv. Roxo de Valinhos, submetidas a

diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamento, em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS,

caracterizando o delineamento em blocos casualizados com

arranjo em faixas............................................................................... 34

4. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv. Roxo de

Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento

com 4 ramos por planta e espaçamento de 0,75 m x 1,90 m

(novembro/2001, Passo Fundo, RS) .................................................. 35

5. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv. Roxo de

Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento

com 8 ramos por planta e espaçamento de 1,50 m x 1,90 m

(novembro/2001, Passo Fundo, RS) .................................................. 36

6. Verticalização dos ramos com fita plástica, adotada na condução

de figueiras cv. Roxo de Valinhos em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS; Safra 2001/2002 – plantas com 2 anos de idade)............. 36

Page 9: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

x

7. Equipamento usado na determinação do pH da polpa de figos cv.

Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido ...................... 40

8. Refratômetro usado na determinação do teor de SST de figos cv.

Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido ...................... 41

9. Modelo usado na classificação de figos maduros por tamanho, da

cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS – safra 2001/2002)........................................................... 42

10. Médias semanais das temperaturas registradas no interior da

estufa nas semanas que antecederam o final da colheita (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 46

11. Aparência dos frutos de figueiras cv. Roxo de Valinhos

cultivadas em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS, no final

do período de colheita em julho/ 2002, após a ocorrência de

baixas temperaturas........................................................................... 47

12. Comprimento mensal, medido a partir de novembro, dos ramos

de figueira cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetida

a diferentes épocas de poda e números de ramos por planta,

combinados com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 51

13. Vista geral da entrelinha das filas podadas em maio e agosto, em

21/02/2002........................................................................................ 51

14. Comprimento final dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos

com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e

número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente

protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002) ................................ 54

Page 10: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xi

15. Número de folhas por metro linear de ramo de figueiras cv. Roxo

de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 58

16. Número de frutos emitidos por ramo de figueiras cv. Roxo de

Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de

poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002) ................. 60

17. Taxas de frutificação (% de folhas com fruto na axila) de

figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas

a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 62

18. Número de frutos colhidos maduros por ramo em figueiras cv.

Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 65

19. Número de frutos colhidos maduros por planta em figueiras cv.

Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 67

20. Peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv. Roxo de

Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de

poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)................. 69

Page 11: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xii

21. Peso de frutos maduros colhidos por planta em figueiras cv. Roxo

de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 70

22. Peso de frutos maduros colhidos por hectare em figueiras cv.

Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 72

23. Peso mensal acumulado de frutos maduros colhidos por hectare

em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 76

24. Número de frutos verdes colhidos por ramo em figueiras cv.

Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 77

25. Peso de frutos colhidos verdes por hectare de figueiras cv. Roxo

de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 78

26. Percentual de frutos CAT II (grandes) colhidos em figueiras cv.

Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

Page 12: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xiii

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 79

27. Percentual de frutos CAT II (grandes) + CAT III (médios),

colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 80

28. Percentual de frutos com rachaduras sobre o total de frutos

colhidos na safra em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos

de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de

ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido

(Passo Fundo, RS - safra 2001/2002). ............................................... 82

Page 13: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xiv

LISTA DE TABELAS

Tabela página

1. Limites máximo e mínimo de comprimento e diâmetro para

classificação de figos maduros, cv. Roxo de Valinhos (Adaptada

de Amaro, 1997) ............................................................................... 41

2. Comportamento fenológico de figueiras cv. Roxo de Valinhos com

2 anos de idade, em ambiente protegido, podada em diferentes

épocas (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) ..................................... 45

3. Comprimento medido mensalmente, a partir de novembro/2001

dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de

idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e número de

ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido

(Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) ................................................ 52

4. Crescimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos

com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e

número de ramos combinado com espaçamentos em ambiente

protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)................................. 53

5. Número mensal de frutos emitidos por ramo em figueiras cv. Roxo

de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 64

6. Distribuição mensal da colheita de frutos maduros (t.ha-1) em

figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 de idade, submetidas a

diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) ....................................................................................... 75

Page 14: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xv

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice Página

1A. Temperatura mensal normal histórica e médias mensais das

temperaturas máxima, mínima e média registradas no ambiente

externo em Passo Fundo, RS (Embrapa-Trigo, 2002)..................... . 98

1B. Temperaturas médias mensais (máxima, mínima e média)

registradas no interior da estufa durante o experimento (UPF/

FAMV. Passo Fundo, RS - Safra 2001/ 2002)................................ . 99

1C. Temperatura média mensal (máxima e mínima) registradas no

interior de uma estufa sob cultivo de figueiras e diferença das

médias mensais (das máximas, médias e mínimas) no ambiente

externo (Passo Fundo, RS – Safra 2001/2002) ............................... . 100

1D. Médias mensais de umidade relativa do ar verificadas no interior

da estufa às 15 h, 21 h e médias diárias, durante o período de

realização do experimento (UPF/FAMV. Passo Fundo, RS -

2001/ 2002) ................................................................................... . 101

2A. Resumo da ANOVA para o comprimento mensal dos ramos de

figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido, (Passo

Fundo, RS- safra 2001/2002) ......................................................... 102

2B. Resumo da ANOVA para o desdobramento da interação dos

efeitos da época de poda x meses sobre o comprimento mensal

acumulado dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2

anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e

Page 15: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xvi

número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente

protegido, (Passo Fundo, RS- safra 2001/2002) ............................. 103

2C. Resumo da ANOVA para o crescimento mensal dos ramos de

figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 103

2D. Resumo da ANOVA para o número de folhas por metro linear de

ramo e número de frutos emitidos por ramo em figueiras cv.

Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) .................................................................................... 104

2E. Resumo da ANOVA para a taxa de frutificação e número de

frutos maduros colhidos por ramo em figueiras cv. Roxo de

Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) .............. 104

2F. Resumo da ANOVA para o número de frutos maduros colhidos

por planta e o peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv.

Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes

épocas de poda e número de ramos combinado com

espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra

2001/2002) .................................................................................... 105

2G. Resumo da ANOVA para o peso de frutos maduros colhidos por

planta e por hectare de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2

anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e

Page 16: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xvii

número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente

protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) ............................. 105

2H. Resumo da ANOVA para a distribuição mensal da colheita de

frutos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 106

2I. Resumo da ANOVA para o peso de frutos verdes colhidos por ha

de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 107

2J. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos CAT II (grandes,

com comprimento entre 57 e 61 mm e diâmetro entre 55 e 64

mm) e percentuais somadas de CAT II + CAT III (médios, com

comprimento entre 47 e 56 mm e diâmetro entre 45 e 54 mm)

em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,

submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos

combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo

Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 108

2K. Resumo da ANOVA para a porcentagem de frutos maduros

colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de

Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) .............. 109

2L. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos maduros

colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de

Page 17: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

xviii

Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas

de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em

ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) .............. 110

Page 18: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

INTRODUÇÃO GERAL

Segundo dados da FAO (2001), a Turquia é o maior

produtor mundial de figos, tendo produzido 260.000 t, seguida pela

Grécia, com 80.000 t e a Espanha, com 63.000 t, no ano 2000. O

Brasil é o maior produtor da América do Sul, com uma produção de

16.000 t anuais em 2400 ha cultivados. Além do Brasil, são países

produtores de figo do continente americano os Estados Unidos (6.475

ha) (Cati, 2002), a Argentina (1000 ha) e o México (1000 ha) (Botti e

Muchnik, 1998).

O Brasil exporta figos maduros desde 1972, principalmente

para a Alemanha, França, Países Baixos e Suíça, mantendo-se, nos

últimos anos, o volume exportado, em torno de 740 t anuais. O pico

das exportações ocorre na segunda quinzena de dezembro (Chalfun et

al., 1998). No ano 2001, contudo, a exportação foi de 633 t (Brasil,

2002).

Os figos exportados são produzidos basicamente no

Estado de São Paulo, onde a época de colheita vai de novembro a

abril, correspondendo ao período de entressafra no hemisfério norte,

que aliado ao período das festas natalinas, propicia a obtenção de

maiores preços no mercado (Amaro, 1997).

A figueira foi introduzida no Brasil em 1532, adquirindo

importância econômica a partir de 1920, com a chegada dos

imigrantes italianos em São Paulo. A área cultivada atingiu o auge na

década de 70, quando chegou a cerca de 1000 ha somente na região de

Page 19: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

2

Valinhos, SP. Nos anos 80 passou por um período de forte decadência,

voltando a se recuperar nos anos 90 (Chalfun et al. 1998). Segundo

dados do IBGE (1996), a área cultivada com figueiras no Brasil, em

1995, era de 2600 ha, com o Rio Grande do Sul apresentando a maior

área (1278 ha), posicionando-se São Paulo e Minas Gerais em

segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Nos últimos anos, entretanto, esta área teve um aumento

significativo, chegando, em 2001, a 1896 ha no RS, com um

incremento de cerca de 50 % nos últimos 6 anos. O maior crescimento

foi verificado na região de Passo Fundo, onde a área cultivada com

figueiras atingiu 463 ha, tornando-se a 2ª região produtora do estado,

superada apenas por Pelotas (maior pólo conserveiro do RS), com 554

ha (João et al., 2002).

A região noroeste do RS, onde Passo Fundo está localizado,

caracteriza-se por um grande número de pequenas propriedades,

alicerçadas, basicamente, nos cultivos de soja, milho, trigo e aveia,

além da pecuária. Recentemente, a fruticultura vem apresentando-se

como uma opção de investimento, assumida por produtores que

buscam na diversificação da propriedade o caminho para a

viabilização do negócio agrícola.

A cultura da figueira encontra condições edafoclimáticas

adequadas nesta região, projetando desempenhar relevante papel na

economia das propriedades rurais, com conseqüências sociais

importantes, como a geração de empregos e melhoria da qualidade de

vida.

A expansão da área de plantio verificada nos últimos anos

tem sido destinada, principalmente, à produção de frutos para a

indústria. O maior entrave à expansão do cultivo objetivando a

Page 20: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

3

comercialização da fruta para o mercado in natura é a alta

perecibilidade, que exige um mercado garantido, geralmente

concorrido no período de safra. Devido à poda realizada em agosto, a

produção de frutos maduros inicia tardiamente, apenas em final de

janeiro, estendendo-se até abril e, eventualmente, início de maio,

quando a temperatura média começa a reduzir impedindo que os

frutos finalizem o crescimento e a maturação.

O cultivo em ambiente protegido tem sido uma das

alternativas promissoras para alguns setores agrícolas como a

olericultura e a floricultura, principalmente em regiões onde o clima é

o fator mais limitante, protegendo as culturas de adversidades como

geadas, ventos, chuvas e granizo, permitindo às plantas melhores

condições de desenvolvimento e produção fora dos períodos normais,

inclusive de frutíferas, como observa Saúco (2002).

Entretanto, inúmeros fatores têm impedido o emprego dessa

tecnologia com pleno sucesso e em maior escala no Brasil. Dentre

estes, destaca-se o reduzido número de pesquisas, praticamente

inexistente quando nos referimos à fruticultura.

A escolha da figueira como espécie para iniciar os trabalhos

com fruticultura em ambiente protegido deveu-se à importância

econômica da cultura e a algumas características da planta, quais

sejam: possibilidade de manter um porte arbustivo (baixo e

compacto), utilizando adequadamente a poda; baixa ou nenhuma

necessidade de horas de frio durante o inverno para brotar e frutificar;

e produção em ramos do ano, possibilitando algum retorno de capital

já no primeiro ciclo.

Assim, considerando que a ocorrência de geadas tardias é o

fator mais limitante para o desenvolvimento desta cultura na região;

Page 21: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

4

que as chuvas no período de colheita causam sérias perdas por

apodrecimento de frutos; e, que com a adoção de tecnologias

adequadas é, provavelmente, possível reduzir a lacuna de oferta de

frutos para consumo in natura durante o ano (maio a dezembro),

antecipando a entrada do produto no mercado e retardando o final da

colheita, é que esta pesquisa de cultivo em ambiente protegido foi

iniciada.

Os objetivos deste trabalho foram avaliar a figueira cv.

Roxo de Valinhos em ambiente protegido, podada em três épocas e

conduzida com diferente número de ramos, combinado com

espaçamento, quanto ao comportamento fenológico, crescimento

vegetativo e desempenho produtivo, visando desenvolver uma

tecnologia capaz de ampliar o período de colheita, reduzir as perdas

por podridão e produzir frutos de alta qualidade.

Page 22: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

5

CAPÍTULO I

FIGUEIRA CV. ROXO DE VALINHOS SUBMETIDA A

DIFERENTES ÉPOCAS DE PODA E NÚMERO DE RAMOS

COMBINADO COM ESPAÇAMENTOS, EM AMBIENTE

PROTEGIDO

Adilar Chaves1; Alexandre Augusto Nienow2

RESUMO - Os ambientes protegidos são usados na olericultura e

floricultura para reduzir danos por geadas, ventos, chuva e granizo,

proporcionando às plantas melhores condições de desenvolvimento e

produção fora dos períodos normais. No Brasil, entretanto, são raras

as pesquisas e o uso em fruticultura. A escolha da figueira para esta

pesquisa deveu-se: à facilidade de manter a planta, com a poda, em

porte arbustivo; frutificação em ramos do ano, com produção a partir

do primeiro ciclo; grande período sem oferta de frutos para consumo

in natura no mercado; baixa exigência em frio para induzir brotação;

ocorrência de geadas tardias na região que retardam a poda e o início

da colheita; e excesso de chuvas no período da colheita, favorecendo

os danos por podridões e rachaduras de frutos. Este trabalho, realizado

na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade

de Passo Fundo, teve o objetivo de avaliar o comportamento

fenológico, vegetativo e produtivo da figueira cv. Roxo de Valinhos,

1 Aluno do curso de Mestrado em Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF) e professor de Fruticultura na Escola Agrotécnica Federal de Sertão, RS. 2 Orientador, Professor de Fruticultura, Silvicultura e Horticultura Geral na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF.

Page 23: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

6

em ambiente protegido, submetida a três épocas de poda (15 de maio,

10 de agosto e 5 de outubro), conduzida com 4 ramos (espaçamento

de 0,75 m x 1,90 m) e 8 ramos por planta (espaçamento de 1,50 m x

1,90 m). O delineamento adotado foi o de blocos ao acaso, com

arranjo em faixas, usando-se 3 repetições e 4 plantas por parcela. A

análise dos resultados obtidos demonstrou que: o cultivo da figueira

em ambiente protegido é tecnicamente viável na região de Passo

Fundo, RS; com o ambiente protegido foi possível ampliar o período

de safra de figos maduros, antecipando o início para as primeiras

semanas de janeiro e retardando o final para o mês de julho; o

ambiente protegido, combinado com a fertirrigação possibilitou

grande desenvolvimento vegetativo às plantas (ramos com até 1,40 m

de comprimento em plantas com 2 anos de idade); a condução com 8

ramos por planta, no espaçamento de 1,50 m x 1,90 m, com poda em

agosto apresentou o maior rendimento por planta (11,65 kg) e por ha

(43,14 t), sem afetar o peso médio dos frutos (57,4 g) e os aspectos

qualitativos; o cultivo em ambiente protegido impediu as perdas por

podridão de frutos.

Palavras chave: Estufas, Ficus carica, figo, frutos.

Page 24: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

7

FIG TREE CV. ROXO DE VALINHOS SUBMITTED TO

DIFFERENT SEASONS OF PRUNING AND THE NUMBER OF

BRANCHES COMBINED WITH SPACEMENT IN THE

GREENHOUSE

Adilar Chaves1; Alexandre Augusto Nienow2

SUMMARY: The greenhouse are used in the horticultural and

garden houses to reduce the damage caused by frost, winds, rain and

hail, providing the best conditions for development and production

away from the normal periods. In Brazil, however, the researches and

the use in the fruit production are rare. The choice of the fig tree for

this research was given to the facilities of keeping the plant in its trim,

in its arbustive port, fructification in new branches, with the

production beginning from the first cycle, low demands in the cold to

induce sprouting, late frost incidents in the beginning of the harvest,

big periods without offer of fruits to consume in natura in the market,

the excess of rain in the harvest periods, collaborating to the rotten

damage and the cracking of the fruits. This work was done in UPF’s

FAMV, and had as objective to evaluate the phonological, vegetative

and the production of the fig tree cv. Roxo de Valinhos, in the

greenhouse, was submitted to three pruning seasons (May 10, August

10 and October 5), conducted by 4 branches (spacing of 0,75 m x 1,90

m) and 8 branches per plant (spacing of 1,50 m x 1,90 m). The

adopted outline was of occasional blocks, with arrangement in belts,

1 Student of the Master Degree in Agronomy of the University of Passo Fundo (UPF) and Fruit Production Professor at the Agricultural Federal School in Sertão, RS. 2 Advisor, Professor of Fruit Production and Silviculture of the University of Agronomy and Veterinary (FAMV) at UPF.

Page 25: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

8

with 3 repetitions and 4 plants per portion. The results showed that

the cultivation of the fig tree in the greenhouse is technically possible

in Passo Fundo, RS. It was possible to amplify the period of harvest

of mature figs, anticipating the beginning of the first weeks of January

and delaying to the end of July. The greenhouse, combining with the

fertirrigation allowed a big vegetative development for the plants

(branches up to 1,40m in length). The conduction with 8 branches per

plant, in the spacing of 1,50 m x 1,90 m and the August trim presented

the biggest hield per plant (11,65 kg) and per ha (43,14 t), without

affecting the medium fruit weight (57,4 g) and the qualitative aspects.

The cultivation in the greenhouse the loss of rotten fruits.

Key words: Ficus carica, fig, protected environment, fruits.

Page 26: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

9

INTRODUÇÃO (Revisão bibliográfica)

1.1 Cultura da figueira

1.1.1 Botânica, morfologia e cultivares

A figueira é uma planta pertencente à família Moraceae e ao

gênero Ficus. São conhecidas mais de 750 espécies, sendo que a

melhor descrita agronomicamente é a espécie Ficus carica L.

(Dominguez, 1990).

Tendo como prováveis centros de origem a Ásia Menor e a

Síria, a figueira é cultivada desde os tempos pré-históricos. Fósseis da

cultura foram encontrados em sítios arqueológicos das eras

quaternária e terciária (Franco e Penteado, 1986). A figueira também é

usada como exemplo em várias passagens bíblicas, indicando sua

importância cultural já no tempo de Cristo.

Segundo a descrição morfológica apresentada por Rigitano

(1955) e Simão (1971), o sistema radicular da figueira caracteriza-se

por uma grande expansão lateral e desenvolvimento superficial.

Chalfun et al. (1998) registram que a raiz da figueira pode ter um

desenvolvimento lateral de até 12 m e atingir 6 m de profundidade,

quando encontra condições favoráveis. Em plantas com 2 anos de

idade, cultivadas em Selvíria, MS, Vênega e Correa (1998)

encontraram 56,89 % do total de raízes localizadas nos primeiros 15

cm ao redor do tronco e 64,8 % distribuídas regularmente até 60 cm

de profundidade.

Sob condições naturais, a parte aérea pode atingir até 10 m

de altura, porém, em sistemas tradicionais de cultivo, submetida a

Page 27: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

10

podas drásticas, raramente ultrapassa 3 m. As folhas são decíduas,

com queda total no inverno (Chalfun et al., 1998).

As flores se encontram dentro de um receptáculo

botanicamente denominado de sicônio, que se desenvolve

independente da fecundação e é conhecido como o fruto da figueira. O

fruto comercial é, na verdade, uma infrutescência constituída de tecido

parenquimatoso não originado do ovário. O fruto verdadeiro e

individual é um pequeno aquênio que se forma pelo desenvolvimento

do ovário após a fecundação, não sendo encontrado sob as condições

brasileiras. Os aquênios apresentam embrião envolto pelo endosperma

e pelo tegumento nas inflorescências polinizadas (Maiorano et al.,

1997).

Baseado no comportamento da frutificação, as figueiras são

classificadas em quatro tipos pomológicos gerais: Caprifigo, Smirna,

Comum e Roxo de Valinhos. Nas figueiras pertencentes ao tipo

pomológico comum, único tipo cultivado no Brasil, a fixação e o

desenvolvimento das infrutescências é partenocárpica, não sendo

necessário estímulo da polinização. Variedades deste tipo são

cultivadas em quase todas as regiões produtoras do mundo (Medeiros,

1987).

No Brasil, a única cultivar plantada em escala comercial

expressiva é a Roxo de Valinhos, introduzida no país no início do

século XX pelo italiano Lino Bussato, no município de Valinhos, SP.

Esta cultivar apresenta grande valor econômico, caracterizando-se

pela rusticidade, vigor e produtividade. Adapta-se muito bem ao

sistema de poda drástica e produz frutos aceitos para o consumo in

natura (maduros), verdes (tipo indústria), inchados ou rami (Maiorano

et al., 1997). Quando maduros, os frutos adquirem coloração externa

Page 28: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

11

roxo-violácea escura, atingem cerca de 7,5 cm de comprimento e peso

entre 60 e 90 g. São considerados grandes, com formato piriforme e

alongado, apresentam pedúnculo curto e o inconveniente de possuírem

ostíolo grande e aberto, que facilita a penetração de fungos e insetos.

A polpa é de coloração rósea-avermelhada e apresenta cavidade

central. Nos frutos maduros são observados numerosos ovários

esclerificados, ocos (Medeiros, 1987).

1.1.2 Clima e solo

A figueira se adapta a diferentes climas, sendo cultivada

tanto em regiões subtropicais como temperadas. Para uma boa

produção, exige pequeno período de frio para repouso hibernal e

longo período vegetativo, quente, com elevada luminosidade e baixa

umidade relativa do ar (Chalfun et al., 1998).

A cultura não é indicada para regiões ou locais sujeitos a

geadas fortes, pois os ramos novos são muito sensíveis e geadas

rigorosas podem matar a parte aérea da planta (Simão, 1971; Chalfun

et al., 1998).

De acordo com Almeida e Silveira (1997), a temperatura

média ideal para a figueira situa-se entre 20 ºC e 25 ºC. Abaixo de 15

ºC o crescimento é retardado e temperaturas elevadas provocam o

aumento na ocorrência de pragas e doenças. Temperaturas acima de

40 ºC, durante o período de amadurecimento dos frutos, provocam a

maturação antecipada, com alteração na consistência da casca (Simão,

1971).

Segundo Pereira (1981), a figueira adapta-se a diferentes

tipos de solo, mas os mais apropriados são os de textura argilo-

Page 29: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

12

arenosa, bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH entre 6,0

e 6,8. Em solos mal drenados podem ocorrer podridões de raízes e,

nos excessivamente secos, a planta permanece em estado de repouso,

desenvolvendo poucas folhas e não produzindo frutos (Infoagro,

2002).

Outra característica importante relacionada à adaptabilidade

ao solo é a alta tolerância à salinidade, de concentrações até 2 g de

NaCl. L-1 (Infoagro, 2002).

1.1.3 Poda e condução

Medeiros (1987) descreve a poda de formação da figueira a

partir do desponte da muda de haste única recém plantada, feito a 50

cm do solo, deixando crescer três ramos. Na próxima poda seca, cada

ramo é cortado a 20 cm do ponto de inserção no tronco, logo após

uma gema convenientemente posicionada. Estes ramos cortados

constituem-se nas pernadas. Iniciada a brotação, é feita a desbrota,

deixando-se dois brotos vigorosos e bem posicionados em cada

pernada para formar uma copa aberta, com 6 brotos (Figura 1). Na

poda seguinte, no próximo inverno, cada ramo crescido no último

ciclo vegetativo é cortado a 10 cm de sua inserção. Após a brotação,

são deixados dois brotos por ramo, num total de 12 brotos por planta.

Desta forma, os ramos produtivos são duplicados em relação ao ano

anterior. Os brotos a serem deixados devem ser os localizados na

extremidade do ramo podado, isto é, nos dois últimos nós.

Dependendo da região, condições de solo, clima,

espaçamento e finalidade da produção, as figueiras podem ser

conduzidas com um número máximo de 12 ou 24 ramos, estabilizados

Page 30: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

13

pela poda do ano seguinte, quando se deixa apenas um broto em cada

ramo podado no inverno. A eliminação dos ramos localizados em

pontos indesejáveis é feita durante o período vegetativo (Medeiros,

1987).

Os efeitos da poda sobre a qualidade e quantidade da

produção e as implicações decorrentes do número final de ramos em

uma planta foram temas de diversas pesquisas, encontrando-se

conclusões contraditórias em diferentes trabalhos.

Figura 1. Esquema da poda de formação da figueira conforme

Abrahão et al. (1997), apud Ufla (1999).

Rigitano (1957) comparou figueiras da cv. Roxo de

Valinhos conduzidas com 10, 20, 30 e 40 ramos. Concluiu que, para a

produção de figos maduros, o melhor número se situa entre 15 e 25

Page 31: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

14

ramos por planta. Para a produção de figos verdes, destinados à

indústria, devem permanecer entre 25 e 35 ramos. Copas com maior

número de ramos provocaram diminuição do tamanho dos frutos,

antecipação da colheita e maiores gastos com pulverizações.

Comparando a influência de 12, 15 e 18 ramos por planta

sobre o desenvolvimento, produção e qualidade dos frutos de figueiras

da cv. São Pedro, Mânica et al. (1978) obtiveram aumento na

produção de figos verdes à medida que aumentou o número de ramos.

Quanto ao peso médio dos frutos, não detectaram diferença

significativa.

Pinheiro (1979) conduziu figueiras cv. São Pedro com 18,

24 e 30 ramos. Verificou que, com o aumento do número de ramos,

diminuiu o crescimento (comprimento e diâmetro médio) dos

mesmos, com tendência para a diminuição do número de folhas em

cada ramo e do peso médio dos frutos. Por sua vez, esta condição

propiciou aumento do número de frutos por planta.

Bringhenti (1980) estudou a influência da irrigação e do

número de ramos (18, 27, 36 e 45) deixados por planta na produção de

figos verdes da cv. Roxo de Valinhos. Nos tratamentos com 18, 27 e

36 ramos o número e o peso total de frutos aumentaram com a

elevação do número de ramos. O peso médio dos frutos não foi

afetado. Sem irrigação, as plantas com 27 e 36 ramos foram as mais

produtivas.

A influência do número de ramos na produção de figos

verdes na cv. Roxo de Valinhos foi estudada também por Bezerra et

al. (1986), no vale do São Francisco, PE. O número total de figos

verdes aumentou com a elevação do número de ramos até 32,

Page 32: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

15

decrescendo quando este foi aumentado para 48. O peso médio dos

frutos não foi afetado.

O efeito da intensidade da poda (curta, média, longa e

ausência de poda) na produção da figueira cv. Roxo de Valinhos foi

avaliado por Abrahão et al. (1989). A poda média (rebaixamento dos

ramos pela metade) apresentou maior produção por hectare, não

diferindo da poda longa (desponte da parte apical) e da ausência de

poda. A poda curta resultou em menor diâmetro da copa, número de

frutos, produção por planta e por hectare. Por outro lado, nas plantas

que receberam poda longa ou não foram podadas foi verificada maior

incidência de ferrugem e broca da figueira.

Santos e Corrêa (1998) avaliaram a viabilidade do cultivo

e os efeitos da época de poda (março, abril, julho e agosto) e do

número de ramos (24, 36 e 48) sobre o desenvolvimento da figueira

cv. Roxo de Valinhos e a produção de figos verdes em Selvíria, MS.

As plantas, com oito anos de idade, eram cultivadas no espaçamento 3

x 2 m e irrigadas por microaspersão. As podas realizadas em março ou

julho, conduzindo a planta com 36 ramos, proporcionaram as maiores

produções por planta e por área. A antecipação da poda possibilitou a

obtenção de figos verdes com maior peso, comprimento e diâmetro

médio. A poda em março resultou em colheitas antecipadas, com a

produção de frutos na entressafra (julho à outubro). Com o aumento

do número de ramos ocorreu acréscimo na distância entre os frutos.

Analisando economicamente os resultados da cultura da

figueira nesta região, Santos et al. (2001) concluíram que o custo de

produção foi menor para as plantas submetidas à poda nos meses de

março ou abril, em função dos menores gastos com tratamentos

fitossanitários. A receita líquida foi positiva somente para as plantas

Page 33: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

16

conduzidas com 36 ramos, submetidas às podas em março e julho,

acontecendo o mesmo com a taxa de retorno. A produção de figo

verde a partir de julho (entressafra) permitiu a obtenção de melhores

preços, devido a pouca oferta deste tipo de fruta no mercado.

Fumis et al. (2002) avaliaram a produtividade de figueiras

submetidas a diferentes épocas de poda na região de Bauru, SP.

Obtiveram os melhores resultados com as podas realizadas em maio e

junho, mais precoces em relação à comumente realizada em São Paulo

que é em agosto.

1.1.4 Espaçamentos

O espaçamento de plantio pode variar em função de

fatores como fertilidade do solo, topografia, número de ramos

conduzidos por planta, nível de mecanização e objetivo da produção.

As diferentes combinações destes fatores permitem uma ampla faixa

de espaçamentos.

Segundo Franco e Penteado (1986), o espaçamento mais

utilizado para a produção de figos de mesa é 2,5 x 2,5 m. O

espaçamento de 3,0 x 1,0 m tem sido utilizado em pomares destinados

à produção de figos verdes. Almeida e Silveira (1997) relatam que o

espaçamento pode variar de 3,0 x 2,0 m, para a produção de figo

destinado ao consumo in natura, até 2,5 x 1,5 m, para a produção de

figo tipo indústria.

El-Kansas et al. (1998) avaliaram as respostas de figueiras

jovens a diferentes espaçamentos de plantio e observaram que a

influência sobre as características morfológicas da planta foi pequena.

Nos frutos, aumentou o teor de Sólidos Solúveis Totais e diminuiu o

Page 34: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

17

N total, quando foram utilizados espaçamentos maiores, elevando a

relação C/N. Os teores de P e K nas folhas não foram alterados.

No Rio Grande do Sul, em regiões de solo fértil,

espaçamentos de até 5 m entre linhas têm sido utilizados para pomares

conduzidos com mais de 24 ramos por planta e mecanizados.

1.1.5 Problemas fitossanitários

Os principais problemas fitossanitários da figueira são a

ferrugem (Cerotelium fici), a broca da figueira (Azochis gripusalis), a

antracnose (Colletotrichum gloesporioides) e as podridões de frutos

maduros, causadas pelos fungos Phytophthora sp. e Rhizopus sp.

(Chalfun et al., 1998).

Sob condições de alta pluviosidade, a ferrugem pode

causar desfolhamento total da planta em cerca de 20 a 30 dias,

provocando perdas de até 80 % na produção de frutos. A permanência

do inóculo da doença de um ciclo para outro no pomar ocorre em

folhas remanescentes sobre a planta ou caídas recentemente. A

disseminação se dá por ação dos ventos e de respingos de chuva

(Kimati, 1980).

A ocorrência da antracnose e das podridões de frutos é

mais comum em anos com alta precipitação pluviométrica no período

de maturação (Chalfun et al., 1998; Kimati, 1980).

A broca da figueira é a larva de uma mariposa que ataca os

ramos, causando a paralisação do crescimento e a morte da ponta dos

mesmos, provocando a queda dos frutos, com prejuízos diretos à

produção (Gallo et al., 1988; Chalfun et al., 1998).

Page 35: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

18

1.1.6 Colheita, classificação e armazenagem

Segundo Chalfun et al. (1998), os figos de coloração roxa,

como os da cv. Roxo de Valinhos, destinados para o consumo in

natura, devem ser colhidos quando começam a perder a consistência e

a película ganha uma cor arroxeada, o que acontece gradualmente na

planta, exigindo colheitas diárias. No Rio Grande do Sul, o período de

colheita vai de fevereiro a abril, podendo o início ser antecipado para

fins de janeiro, em anos favoráveis.

Para uniformizar e racionalizar a colheita e a

comercialização dos frutos maduros, pode ser utilizada a prática da

“oleação”, que consiste na aplicação de 1 a 2 gotas de óleo vegetal

(soja, algodão ou oliva) sobre o ostíolo quando o fruto se encontra

com uma coloração rósea em seu interior (Mânica et al., 1972). Esta

prática uniformiza e antecipa a colheita (Amaro, 1997) em até 10-12

dias (Dominguez, 1990). A aplicação de etefon na concentração de

250 mg.L-1, em jatos dirigidos aos frutos, entre 15 e 20 dias antes da

completa maturação, quando apresentam coloração vermelha em seu

interior, também provoca a antecipação da maturação, com a

vantagem de não causar manchas na casca e melhorar o rendimento da

colheita, conforme observou Pereira (1979).

No final do período de colheita, em regiões de clima frio,

é comum a permanência de frutos que se tornam fibrosos sobre a

planta, impedidos de atingir a maturação. O aproveitamento pode ser

feito na forma de figos verdes destinados à indústria (Chalfun et al.,

1998).

O figo maduro apresenta baixa resistência à manipulação,

conservação e armazenagem, devendo ser encaminhado no mesmo dia

Page 36: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

19

para o mercado. A padronização tem sido uma exigência para a

obtenção de preços mais elevados. O figo pode ser classificado por

tamanho em grande, médio e miúdo, e também por defeitos,

descartando frutos passados, imaturos, azedos, com mancha de óleo e

sem pedúnculo. Admite-se uma tolerância máxima de 20 % dos frutos

com defeitos como danos mecânicos, coloração desuniforme e

rachaduras no ostíolo (Amaro, 1997).

Quando a comercialização imediata é impossível, os frutos

maduros podem ser conservados por até 2 semanas em câmaras

frigoríficas com temperatura entre –1 ºC e 0 ºC e umidade relativa do

ar entre 90 % e 95 %, ou por até 3 a 4 semanas em câmaras de

atmosfera controlada com 5 % a 10 % de O2 e 15 % a 20 % de CO2

(Crisisto e Kader, 2002). Estes recursos, entretanto, raramente são

utilizados no Brasil, pois o figo é uma cultura típica de pequenas

propriedades, onde esta tecnologia não está disponível (Cati, 2002).

1.2 Ambientes protegidos

1.2.1 Características e fatores ambientais

O cultivo de plantas em ambientes protegidos tem origem

remota, com registros de proteção de plantas em jardins privados já no

período renascentista. A partir do século XVIII, o valor atribuído às

espécies exóticas e raras nos jardins públicos tornou necessária a

busca de novos materiais e conhecimentos sobre o manejo desses

ambientes, gerando uma tecnologia que foi sendo desenvolvida e

adaptada até chegar ao uso agrícola atual, com os objetivos de

Page 37: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

20

produzir fora das épocas normais, melhorar a qualidade dos produtos e

aumentar o rendimento (Moschini, 1983).

Segundo Alpi e Tognoni (1983), as estufas podem ser de

variados tipos e modelos, desde simples túneis cobertos com filme

plástico sobre estruturas de madeira ou ferro, até ambientes totalmente

controlados, com dispositivos automáticos de regulagem de umidade,

temperatura e luminosidade. As estufas de alta tecnologia são mais

usadas para plantas de alto valor comercial, geralmente da área da

floricultura, e são classificadas por Martins (1996) como pertencentes

ao grupo da plasticultura empresarial.

No Brasil, as estruturas mais utilizadas têm sido as mais

baratas, não climatizadas, sem sistema artificial de aquecimento e com

controle parcial de temperatura e umidade pelo manejo de abertura e

fechamento das cortinas laterais (Goto, 1997).

A denominação mais apropriada para a identificação

destas estruturas é “ambientes protegidos” (Goto, 1997), pois o

objetivo é proteger as plantas do vento, chuvas intensas e granizo

(Buriol et al., 1993). A elevação da temperatura média pode ser de 1,5

ºC a 3,8 ºC em relação à temperatura ambiente (Farias et al., 1992b),

reduzindo o risco de danos por geadas e fazendo com que os cultivos

alcancem sua constante térmica mais rapidamente. O cultivo em

ambiente protegido também diminui a evapotranspiração e aumenta a

atividade fotossintética (Saúco, 2002), além de pressupor a adoção de

medidas prévias contra as secas (Robledo e Martin, 1988).

O material plástico mais empregado em ambientes

protegidos para fins agrícolas é o PEBD (polietileno de baixa

densidade), que apresenta boa transparência à radiação solar, deixando

passar cerca de 70 a 90% da radiação de onda curta (Tapia, 1981).

Page 38: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

21

Segundo Saúco (2002), o plástico geralmente empregado nos

ambientes protegidos é de 220 µm de espessura, com durabilidade de

cerca de 3 anos. No Brasil, predomina o uso do PEBD com 150 µm de

espessura.

A radiação solar que penetra para o interior da estufa é

absorvida pelo solo, plantas e objetos presentes, e parte é convertida

em energia térmica (radiação de onda longa). Essa radiação térmica é

emitida para o espaço e, ao atingir algum material opaco, como

deveria ser a cobertura plástica, fica retida nesse ambiente,

propiciando maior temperatura do ar. Este fenômeno é conhecido

como “efeito estufa” (Farias et al., 1992b; Herter e Reissiar, 1987).

A maior parte do calor produzido, entretanto, é perdida

por diferentes processos, destacando-se as perdas proporcionadas pela

permeabilidade do plástico às ondas longas. Segundo Seeman (1979) e

Monteiro et al. (1985), apud Farias et al. (1992a) e Tápia (1981), o

PEBD apresenta elevada permeabilidade à radiação de onda longa,

permitindo a passagem de até 80 %. Isto, muitas vezes, gera um efeito

contrário ao desejado, ou seja, valores de temperatura no interior da

estufa inferiores aos verificados a céu aberto, fenômeno conhecido por

inversão térmica.

A estabilidade térmica dentro da estufa, de acordo com

Farias et al. (1992a), está condicionada às dimensões desta,

particularmente ao volume de ar armazenado por unidade de

superfície coberta. Quanto maior o volume de ar retido, maior será a

quantidade de calor acumulada durante o dia e o efeito sobre a

elevação da temperatura mínima atingida durante a noite, após as

perdas por condução e convecção, que podem ser mais ou menos

rápidas, de acordo com o material de cobertura e as condições

Page 39: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

22

atmosféricas externas. Na maioria dos casos, a relação ideal de

volume fica em torno de 2,7 a 3,0 m3 de ar acumulado por metro

quadrado de área coberta pela estufa.

Faria Junior et al. (1997) testaram a eficiência de modelos

de estufas plásticas com coberturas tipo capela e tipo arco, cercadas

lateralmente com sombrite, em comparação com uma área a céu

aberto, em Ilha Solteira, SP. Obtiveram médias de temperaturas

mínimas iguais em ambos os modelos de estufas e a céu aberto. As

temperaturas máximas e, conseqüentemente, as médias diárias, foram

mais altas dentro das estufas, independente do modelo utilizado.

Farias (1991), avaliando as condições ambientais dentro e

fora de estufas plásticas com o cultivo de feijão-de-vagem, observou

maior alteração nas temperaturas máximas, sendo as mínimas e as

médias pouco alteradas. A evapotranspiração de referência foi menor

no interior que no exterior da estufa.

Schiedeck et al. (1997) avaliaram as condições micro

meteorológicas dentro e fora de estufas plásticas com cultivo de

videiras, em Bento Gonçalves, RS. Obtiveram, no interior da estufa,

temperaturas máximas absolutas entre 0,1 ºC e 9,1 ºC, médias entre

0,2 ºC e 9,6 ºC e mínimas entre 0,8 ºC e 3,8 ºC superiores às

temperaturas externas. As maiores diferenças entre as temperaturas

interna e externa foram obtidas com as cortinas mantidas fechadas.

Com relação à umidade relativa do ar no interior da estufa,

Prados (1986), apud Farias (1991), afirma que os valores são muito

variáveis e estão intimamente relacionados com a temperatura do ar.

Assim, para um mesmo conteúdo de vapor d’água no ar, a umidade

relativa é inversamente proporcional à temperatura. Desta forma,

durante o dia, com o aumento da temperatura, a umidade relativa

Page 40: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

23

diminui, tornando-se pouco inferior à verificada externamente. Faria

Júnior et al. (1997) observaram os menores níveis médios diários de

umidade do ar no interior das estufas às 13 horas, quando a

temperatura geralmente atinge os valores máximos nestes ambientes.

Durante a noite, a umidade relativa do ar quase sempre chega a 100 %

antes do nascer do sol, devido à queda acentuada da temperatura no

interior da estufa e à retenção de vapor d’água pela cobertura

(Camacho, 1994; Farias, 1991). Estes índices de umidade também

interferem sobre a temperatura. Segundo Robledo e Martin (1988), a

umidade retida junto à cobertura cria uma película de água sob o

plástico, atuando como uma barreira à passagem das ondas longas,

impedindo a perda de calor e auxiliando na manutenção das

temperaturas mínimas em níveis mais elevados no interior em relação

ao ambiente externo da estufa.

A interação entre umidade relativa do ar e temperatura

interfere sobre a duração do período de molhamento foliar, podendo

influenciar decisivamente na ocorrência e severidade de doenças

causadas por fungos (Freitas et al., 1997; Galli, 1980).

Schiedeck et al. (1997) observaram diferenças no

comportamento da umidade relativa do ar conforme o manejo

empregado no sistema de cortinas. Quando as cortinas foram mantidas

fechadas, a umidade relativa do ar média no interior da estufa se

manteve acima da observada a céu aberto, mas quando as cortinas

foram abertas houve comportamento inverso. Este fenômeno foi

atribuído à renovação do ar proporcionada pela abertura das cortinas,

associada à maior temperatura verificada no interior da estufa, mesmo

com as cortinas abertas.

Page 41: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

24

A renovação do ar remove a umidade relativa e auxilia na

redução das temperaturas máximas atingidas. Furlan et al. (2001)

avaliaram os efeitos do manejo das cortinas associado com o uso de

nebulização para reduzir as temperaturas máximas atingidas no

interior de estufas em Piracicaba, SP. Observaram a redução de 47,1

ºC, na estufa não manejada, para 33,1 ºC, na manejada, enquanto a

temperatura na área externa foi de 30,8 ºC. A umidade relativa do ar,

no período entre 9 h e 15 h, foi de 54,3 % na estufa manejada,

enquanto na não manejada foi de 29,7 %.

Martins e Gonzáles (1995) avaliaram o uso de ventilação

forçada, associada à nebulização, para o resfriamento no interior de

estufas em Madri, Espanha. Verificaram que a renovação de ar a uma

taxa de 39,9 vezes o volume da estufa.hora-1, associada a bicos

aspersores com vazões de 7 e 14 litros.hora-1, só mantiveram as

temperaturas internas em níveis inferiores a 30 ºC quando a

temperatura externa foi de até 22 ºC.

Outro fator ambiental importante que pode ser alterado por

ambientes protegidos é a temperatura do solo. Schneider et al. (1993)

monitoraram a temperatura em diferentes profundidades do solo no

interior e exterior de diferentes modelos de estufas plásticas em Santa

Maria, RS, entre os meses de julho e setembro, por 2 anos

consecutivos. Constataram temperaturas entre 1,7 e 6,3 ºC mais altas

no interior da estufa, com as maiores diferenças observadas às 9 h e às

21 h, e as menores às 15 h. Nascimento e Silva (2000) também

compararam as temperaturas do solo no interior de estufas, chegando

a conclusões semelhantes. Porém destacam que a elevação da

temperatura do solo é menor nas estufas com maior altura.

Page 42: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

25

Esta influência pode alterar o ciclo vegetativo de culturas

permanentes. Segundo Hartmann e Kester (1980), a elevação da

temperatura do solo pode aumentar a atividade fisiológica das raízes e

provocar a antecipação no ciclo da cultura.

1.2.2 Cultivo de frutíferas em ambiente protegido

Os ambientes protegidos têm sido pouco usados no cultivo

de frutíferas devido ao alto custo das instalações, o alto porte atingido

pelas frutíferas e o tempo necessário para que entrem em produção,

retardando o retorno do capital investido (Saúco, 2002).

Estas dificuldades têm sido superadas e, em alguns países,

os resultados obtidos são compensadores. Segundo Saúco (2002), a

bananeira, o abacaxizeiro e o mamoeiro são as três espécies frutíferas

de importância comercial mais cultivadas em ambiente protegido no

mundo. A nespereira, a lichieira e a mangueira também têm sido

cultivadas.

Samson (1986) salienta que o cultivo em ambientes

protegidos torna-se especialmente benéfico em regiões de clima

subtropical, onde as isotermas do mês mais frio giram em torno de 10

ºC e as temperaturas invernais paralisam o crescimento das espécies

de clima tropical.

No Marrocos, onde a produção de bananas ao ar livre se

mostrou inviável devido ao clima, o cultivo em ambiente protegido

teve início em 1978, obtendo rendimentos superiores a 40 t.ha-1 e

preços de mercado que proporcionaram o retorno do capital investido

no primeiro ano após o plantio (Janick e Ait-Oubahou, 1989).

Page 43: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

26

Segundo Saúco et al. (1992), nas Ilhas Canárias, Espanha,

foi obtido aumentos de cerca de 61,7 % no peso de cachos de bananas

cultivadas em estufa, alcançando produções de até 100 t.ha-1, enquanto

em cultivos a céu aberto, as melhores produções atingiram 60 t.ha-1.

Saúco (2002) cita outros benefícios do uso desta

tecnologia: o cultivo de mangueiras em ambiente protegido tem

proporcionado antecipações de até um mês no início da colheita nas

Ilhas Canárias; no Japão, tem viabilizado a oferta desta fruta no

mercado local, devido a restrições impostas às importações e auxiliado

no controle de antracnose.

O comportamento da cultura, entretanto, pode variar

conforme a espécie e o manejo utilizado. Segundo Saúco (2002), o

mamoeiro, em ambiente protegido, apresenta maior distância entre os

nós, aumentando a altura da planta. A redução do porte desta cultura

em ambiente protegido foi obtida com a aplicação do regulador de

crescimento Paclobutrazol (PP333), nas Ilhas Canárias, Espanha

(Rodriguez e Galán, 1993). Na área da olericultura, Andriolo et al.

(1997) citam o aumento do porte em tomateiros cultivados em

ambiente protegido, indicando o uso de substratos e fertirrigação em

concentrações adequadas como alternativas para o controle.

No Brasil, são poucos os trabalhos desenvolvidos na área

da fruticultura, mas resultados positivos têm sido obtidos em outras

culturas. Martins et al. (1995) relatam aumentos de rendimento em

ambiente protegido em relação ao cultivo a céu aberto: de 1,5 a 3,0

kg.m-2 para 5,1 kg.m-2 de melão; de 1,5 kg.m-2 para 4,4 kg.m-2 de

feijão-vagem; de 3,0 a 4,0 kg.m-2 para 18,0 kg.m-2 de tomate; e de 12 a

35 t.ha-1 para 42 a 45 t.ha-1 de morango.

Page 44: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

27

Segundo Goto (1997), os resultados econômicos obtidos

em ambiente protegido dependem de fatores tecnológicos, ambientais,

sociais e de manejo, e variam de uma região para outra, mas a

possibilidade de aumento no rendimento, em conjunto com a produção

fora da época normal, pode propiciar a obtenção de preços mais

elevados, viabilizando a exploração.

Na área da fruticultura, Schiedeck et al. (1999) avaliaram

o comportamento fenológico da uva ‘Niágara Rosada’ cultivada em

ambiente protegido e a céu aberto. Obtiveram pequena diminuição no

intervalo entre a poda e o início da brotação, mas antecipação de 17 a

32 dias na colheita. O resultado foi atribuído à maior soma de Graus-

dia em ambiente protegido. Schiedeck et al. (1997) também avaliaram

a acidez titulável e o teor de sólidos solúveis totais de uvas cultivadas

em ambiente protegido e a céu aberto mediante podas em 21 de julho,

01 de agosto e 11 de agosto. Verificaram um encurtamento do período

entre o início do período de maturação e o estádio de maturação

comercial com o cultivo em ambiente protegido, independente da

época de poda.

Schuck (2002), obteve pequena redução nos níveis de

acidez, ampliação no período de colheita e redução significativa na

incidência de doenças consideradas limitantes em videiras européias,

em ambiente protegido, em Santa Catarina.

Nenhum relato sobre o cultivo de figueiras em ambiente

protegido foi encontrado na literatura consultada, mas Ferrara (1999)

obteve antecipação de 6 a 8 dias na colheita de frutos quando protegeu

ramos isolados de figueiras com embalagens plásticas desde o início

da brotação. Estes resultados, em conjunto com os obtidos em outras

espécies, indicam a possibilidade de ampliar o período de colheita e

Page 45: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

28

garantir a qualidade de figos maduros, ampliando o período de oferta e

proporcionando a obtenção de preços compensadores com o cultivo

em ambiente protegido.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Local do experimento

A pesquisa foi conduzida em uma estufa plástica, instalada

junto à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da

Universidade de Passo Fundo, município de Passo Fundo, RS, situado

nas coordenadas 28º15’39” S e 52º24’33” O, a uma altitude de 680 m.

O clima local é do tipo Cfa, na classificação de Köeppen,

caracterizando-se como subtropical, com chuvas bem distribuídas no

verão (Mota et al., 1970).

Segundo Cunha (1997), as normais climatológicas de

Passo Fundo são as seguintes: temperatura média anual de 17,5 oC;

média das mínimas de 13,2 oC; média das máximas de 23,6 oC;

precipitação média anual de 1.787 mm; média anual da umidade

relativa do ar de 72 %; insolação total de 2.329,6 h; média anual de

horas de frio com temperaturas ≤ 7,0 ºC de 422 h, variando de 214 h a

554 h. Mota (1992) relata acúmulos de frio de 375 h (maio a agosto) e

420 h ≤ 7,2 oC (maio a setembro).

A análise química do solo, a partir de uma amostra

retirada de 0-40 cm de profundidade, em abril de 2001, revelou as

seguintes condições: 53 % de argila; 1,7 % de matéria orgânica; pH

(SMP) 6,0; 9 mg de fósforo, 134 mg de potássio, 0,0 mg de alumínio,

Page 46: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

29

4,1 cmol de cálcio, 3,3 cmol de magnésio e 3,6 cmol de hidrogênio +

alumínio por litro.

A estufa, disposta no sentido norte-sul, possui estrutura de

ferro galvanizado, medindo 8,2 m de largura por 39,0 m de

comprimento, com pé direito de 2,5 m e cobertura em arco, com altura

central de 3,7 m, totalizando um volume interno de 1.000 m3. A

cobertura é de polietileno de baixa densidade (PEBD), com 150 µm de

espessura, dotado de aditivo antiultravioleta. As cortinas laterais, do

mesmo material, apresentam sistema de abertura manual (Figura 2).

Figura 2. Vista geral interna da estufa e do experimento de cultivo da figueira cv. Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, submetida a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos (Passo Fundo, UPF/ FAMV - Outubro/ 2001).

Page 47: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

30

2.2 Controle e manejo ambiental

As cortinas laterais e as portas da estufa foram mantidas

completamente fechadas durante a noite e parcialmente abertas

durante o dia, quando a temperatura ambiente no entardecer esteve

abaixo de 15 ºC. Com temperaturas entre 15 e 20 ºC, permaneceram

parcialmente abertas durante a noite e totalmente abertas durante o dia

e, acima de 20 ºC, abertas inclusive durante a noite.

Entre os dias 9 de setembro e 13 de outubro de 2001, as

plantas ficaram sob condições de céu aberto em conseqüência de uma

tempestade de vento e granizo que provocou a destruição da cobertura

plástica da estufa. A partir da reposição da cobertura, em 13 de

outubro, retomou-se o manejo normal.

O sistema de irrigação utilizado até 30 de julho de 2001

foi por aspersão, com turno de rega determinado visualmente pelo

aspecto da planta. A partir 30 de julho de 2001 passou a ser utilizado o

sistema de irrigação por gotejamento, com uma linha de gotejadores

para cada linha de plantas, e pontos de gotejo a cada 30 cm na linha.

Em 10 de novembro de 2001, foram instalados dois

conjuntos de tensiômetros mecânicos simples, com escala em coluna

de mercúrio, sendo, cada conjunto, composto por três tensiômetros,

instalados nas profundidades de 10, 20 e 30 cm, na linha central de

plantas, aproximadamente a 1/3 e 2/3 do comprimento da estufa. As

irrigações passaram então a ser feitas quando a tensão de água do solo,

medida pelo tensiômetro instalado a 20 cm de profundidade, atingia

níveis de -50 a -60 kPa, visando manter a umidade em condições

próximas à capacidade de campo, estimada segundo o conceito

descrito por Reichardt (1990).

Page 48: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

31

As condições de temperatura dentro da estufa foram

monitoradas entre os dias 15/05/01 e 04/06/01 por um termômetro de

máxima e mínima instalado a 1,20 m de altura, fazendo-se as leituras

às 9 h e às 16 h, quando era anotada a temperatura máxima e mínima

ocorrida entre as duas leituras. A média diária neste período foi obtida

pela aplicação da fórmula:

Tm diária = Tmáx9 + Tmín9 + Tmáx16 + Tmín16, onde:

4 Tm diária = Temperatura média diária; Tmáx9 e Tmín9 =

Temperaturas máxima e mínima anotadas na leitura das 9 h; Tmáx16 e

Tmín16 = Temperaturas máxima e mínima anotadas na leitura das 16

h.

A partir de 05/06/2001, o monitoramento ambiental

passou a ser feito com uso de um termohigrógrafo da marca Sato,

modelo NS-II-Q, instalado a uma altura de 1,20 m dentro de um

abrigo metálico do tipo grade, com hastes distanciadas 5 cm entre si e

com 40 cm de altura, sendo coberto por uma telha de amianto de 0,5

m de largura e 1,0 m de comprimento, colocada no sentido norte-sul.

A temperatura média diária a partir desta data foi calculada aplicando-

se a fórmula:

Tm diária = Tmáx + Tmín + T9 + (2 x T21), onde: 5

Tm diária = Temperatura média diária; Tmáx e Tmín = Temperatura

máxima e mínima diária, respectivamente; T9 e T21 = Temperatura às

9 h e 21h, respectivamente.

A umidade relativa do ar também foi monitorada a partir

de 05/06/2001 e a média diária (URAm diária) calculada pela fórmula:

Page 49: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

32

URAm diária = UR9 + UR15 + (2 X UR21), onde: 4

URA9, URA15 e URA21 = Umidade relativa do ar registrada às 9 h, 15

h e 21 h, respectivamente.

As médias mensais e semanais de temperatura (médias das

máximas, das médias e das mínimas) e de umidade relativa do ar

foram obtidas pela média aritmética das médias diárias. Os dados

meteorológicos do ambiente externo, obtidos junto à Embrapa-Trigo,

localizada cerca de 3 km do local da pesquisa, e do interior da estufa,

são apresentadas nos apêndices 1A, 1B, 1C e 1D.

2.3 Tratamentos

Mudas enraizadas, do tipo tradicional, de figueiras cv.

Roxo de Valinhos foram plantadas em agosto de 2000 e, a partir de

maio de 2001, instalados os tratamentos, comparando as seguintes

épocas de poda: 15 de maio, 10 de agosto e 5 de outubro.

Para cada época de poda, foi comparada a condução das

plantas com 4 ramos no espaçamento de 0,75 m entre plantas na linha

de plantio (4 ramos/0,75 m) e com 8 ramos no espaçamento de 1,50

m entre plantas na linha (8 ramos/1,50 m), mantendo 1,90 m entre as

linhas e a densidade de 28.070 ramos.ha-1. As variáveis

representativas de crescimento de ramos e produção de frutos também

foram avaliadas no tempo.

Page 50: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

33

2.4 Delineamento experimental

O delineamento experimental foi em Blocos Completos

Casualizados, com tratamentos arranjados em faixa, e quatro

repetições. Cada parcela foi constituída de quatro plantas da linha,

coletando-se os dados das duas centrais e considerando as plantas das

extremidades como bordadura.

Foram estabelecidas cinco linhas de plantio, utilizando as

três linhas centrais para o experimento, cada uma submetida a uma

época de poda, variando o número de ramos por planta/espaçamento

ao longo da linha, na mesma ordem em todas as épocas,

caracterizando o arranjo em faixas (Figura 3).

Problemas de drenagem provocaram a desuniformidade entre

as plantas exigindo a eliminação de um bloco, para efeito de análise

dos resultados obtidos.

As duas linhas laterais foram utilizadas como bordadura,

para minimizar os efeitos ambientais externos, localizadas a 1,40 m

das fileiras experimentais e a 0,80 m da parede da estufa, com uma

distância de 1,00 m entre as plantas, conduzidas com 6 ramos por

planta.

2.5 Poda e condução das plantas

As mudas, plantadas em agosto/2000, foram podadas a 50 cm

do solo e conduzidas com 4 ramos no primeiro ciclo vegetativo,

independente do tratamento. No segundo ciclo foram instalados os

tratamentos da pesquisa, podando cada ramo a 10-15 cm da inserção

com o tronco, conforme o melhor posicionamento das gemas, nas

Page 51: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

34

Bloco não analisado Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3

8 ramos/ 1,5 m

4 ramos 0,75 m

4 ramos/ 0,75 m

8 ramos/ 1,5 m

8 ramos/ 1,5 m

4 ramos/ 0,75 m

8 ramos/ 1,5 m

4 ramos/ 0,75 m

� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �

� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �

� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �

� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Legenda:

Bordaduras Poda 15 de maio Poda 10 de agosto Poda 05 de outubro

Figura 3. Croqui da distribuição espacial dos tratamentos adotados no experimento de figueiras cv. Roxo de Valinhos, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamento, em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS, caracterizando o delineamento em blocos casualizados com arranjo em faixas.

� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �

34

Page 52: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

35

épocas previstas (maio, agosto e outubro). Quando os brotos atingiram

15 a 20 cm foi feita a desbrota, deixando nas parcelas com 0,75 m

entre plantas um broto por ramo (Figura 4) e, nas parcelas com 1,50 m

entre plantas, dois brotos por ramo (Figura 5).

A poda das linhas laterais obedeceu ao mesmo esquema,

porém na poda verde foi eliminada a pior pernada, conduzindo 2

brotos em cada pernada mantida, num total de 6 ramos por planta.

Figura 4. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv.

Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento com 4 ramos por planta e espaçamento de 0,75 m x 1,90 m (novembro/2001, Passo Fundo, RS).

Quando os brotos atingiram cerca de 70 cm de

comprimento, foram posicionados verticalmente circundando a copa

com uma fita plástica com os objetivos de evitar o cruzamento entre

ramos e minimizar o sombreamento entre plantas vizinhas, além de

facilitar a passagem na entrelinha (Figura 6). Esta amarração foi

repetida em diferentes alturas, de acordo com a necessidade.

Page 53: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

36

Figura 6. Verticalização dos ramos com fita plástica, adotada na condução de figueiras cv. Roxo de Valinhos em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002 – plantas com 2 anos de idade)

Figura 5. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv. Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento com 8 ramos por planta e espaçamento de 1,50 m x 1,90 m (novembro/2001, Passo Fundo, RS)

Page 54: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

37

2.6 Adubação e tratamentos fitossanitários

A primeira adubação foi realizada após a poda e constou

de 200 g da fórmula 5–30–15 NPK por planta nas parcelas com 0,75

m entre plantas, e 400 g nas parcelas com 1,50 m entre plantas,

correspondendo a 70 kg de nitrogênio, 420,9 kg de P2O5 e 210,45 kg

de K2O.ha-1, independente do número de ramos/espaçamento adotado.

O adubo foi aplicado manualmente e incorporado superficialmente,

distribuído em uma faixa circular com raio entre 10 e 40 cm a partir

do tronco. Nas parcelas com 0,75 m entre plantas foi aplicado em uma

faixa de 40 cm para cada lado da linha, evitando-se o contato direto

com a base do tronco.

A adubação nitrogenada foi repetida em intervalos de 45 a

60 dias, iniciando na primeira semana após a poda. As doses foram de

20 e 40 g de uréia por planta nos espaçamentos de 0,75 m e 1,50 m,

respectivamente, correspondendo a 63,14 kg de nitrogênio por hectare

em cada aplicação. A partir de 30 de julho de 2001 a adubação

nitrogenada passou a ser por fertirrigação, nas mesmas doses.

Durante o experimento o solo foi mantido sem cobertura,

com capinas manuais logo após a germinação das plantas invasoras.

Os tratamentos fitossanitários constaram da aplicação de

fungicidas, inseticidas e acaricidas, conforme as recomendações para a

cultura da figueira e a necessidade observada nas seguintes

concentrações do i.a. (ingrediente ativo) para 100 litros de água: após

a 1ª época de poda, em maio, foi feita uma aplicação de mancozeb

(160 g de i.a.100 L-1) na fila podada. No mesmo dia foi aplicado

oxicloreto de cobre (250 g de i.a.100 L-1) nas demais filas. Nas filas

Page 55: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

38

podadas posteriormente, foi aplicado mancozeb (160 g de i.a.100 L-1)

logo após a poda.

Para o controle específico da ferrugem da figueira

(Cerotelium fici) foram feitas 4 aplicações de oxicloreto de cobre (160

g de i.a.100 L-1) em 04/11/01, 19/12/01, 20/01/02 e 18/02/02 e mais 2

de tebuconazole (17,5 g de i.a.100 L-1) em 15/03/02 e 24/04/02.

Para o controle de vaquinhas (Diabrotica sp) e percevejo

verde (Nezara sp) foi aplicado folidol (80 ml de i.a.100L-1) em

05/11/2001 e de ácaros, abamectim (13,5 g de i.a.) + óleo mineral (50

ml.100 L-1), em 03/03 e 15/03/2002.

Todas as aplicações foram feitas com pulverizador costal

de acionamento manual, equipado com bico tipo cone e o volume de

calda foi o suficiente para tingir o ponto de escorrimento.

2.7 Avaliações

Os efeitos dos tratamentos realizados sobre a figueira cv.

Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, foram avaliados em

relação aos seguintes aspectos: a) fenológico – período decorrido da

poda ao início da brotação e até 50 % das plantas atingirem 4 brotos,

início e final da colheita, e duração do período de colheita; b)

vegetativo – crescimento mensal, comprimento mensal e final dos

ramos, e número de folhas por metro linear de ramo; c) produtivo

quantitativo – porcentagem de folhas com frutos na inserção (taxa de

frutificação), número de frutos por ramo, número e peso de frutos

maduros colhidos por planta e por hectare, distribuição mensal da

colheita, peso médio dos frutos maduros, número de frutos verdes

colhidos por ramo e rendimento de frutos verdes por hectare; e d)

Page 56: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

39

produtivo qualitativo – porcentagem de frutos grandes e médios, pH,

teor de sólidos solúveis totais (SST) e porcentagem de frutos com

defeitos.

Os aspectos fenológicos foram avaliados semanalmente.

Foi considerado início da brotação quando os primeiros brotos foram

emitidos; início da colheita quando amadureceu o primeiro fruto e

final da colheita quando mais de 50 % dos frutos colhidos

apresentavam coloração anormal e polpa fibrosa, sem condições para

o consumo in natura.

O comprimento dos ramos foi determinado mensalmente,

com fita métrica, medindo a distância do ponto de inserção até a

extremidade apical do broto.

O número de frutos por ramo foi avaliado através de

contagem na própria planta. A determinação do número de frutos

colhidos maduros por planta foi feita realizando três colheitas

semanais, a partir do início da produção. O peso médio foi obtido

dividindo-se o peso pelo número total de frutos colhidos.

Em algumas parcelas, onde houve ramos danificados pela

tempestade de granizo ocorrida em 09 de setembro de 2001, estes

ramos foram mantidos sobre a planta ou substituídos para que o

número previamente estabelecido fosse mantido. As determinações,

contudo, consideraram somente os ramos não danificados,

extrapolando-se a média obtida para os ramos danificados.

Para as determinações de pH e Sólidos Solúveis Totais

foram utilizados 2 frutos por parcela, colhidos na primeira colheita de

cada mês. Estes foram descascados, macerados e utilizados para as

determinações. Para a determinação do pH foi empregado um

Page 57: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

40

pHmetro com sensor eletromagnético de imersão (Figura 7), calibrado

em soluções tampão de pH 4,0 e pH 7,0, antes do uso.

O teor de SST foi determinado com refratômetro manual

marca Biobrix, com correção automática da leitura para 20 ºC (Figura

8), e os valores obtidos expressos em ºBrix. Uma ou duas gotas do

macerado obtido dos frutos descascados eram utilizadas para a

determinação.

A classificação dos frutos por tamanho foi feita avaliando-

se os primeiros 20 frutos colhidos em cada parcela, a cada mês. A

classificação adotada foi diferente do padrão proposto por Amaro

(1997), procurando criar classes com limites mais estreitos de

tamanho, conforme apresentado na Tabela 1.

Figura 7. Equipamento usado na determinação do pH da polpa de

figos cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido.

Page 58: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

41

A classificação foi feita manualmente usando um modelo

de madeira, dotado de aberturas nos diâmetros correspondentes aos

limites de cada classe e hastes com comprimento correspondente aos

limites das diferentes classes, dispostas junto às aberturas (Figura 9).

Figura 8. Refratômetro usado na determinação do teor de SST de

figos cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido.

Tabela 1. Limites máximo e mínimo de comprimento e diâmetro para classificação de figos maduros, cv. Roxo de Valinhos (Adaptada de Amaro, 1997)

CLASSES COMPRIMENTO (mm)

DIÂMETRO (mm)

CAT I (Extra Grande) � 62 � 65

CAT II (Grande) 57-61 55-64

CAT III (Médio) 47-56 45-54

CAT IV (Pequeno) � 46 32-44

CAT V (Miúdo) - � 31

Page 59: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

42

Figura 9. Modelo usado na classificação de figos maduros por

tamanho, da cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002).

2.8 Análise estatística

Os dados coletados foram submetidos à análise de

variância pelo teste F e as diferenças entre médias comparadas pelo

teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Dados coletados mensalmente

(comprimento dos ramos e produção acumulada de frutos maduros)

foram submetidos à análise de regressão polinomial, na análise ao

longo do tempo, e comparados pelo teste de Tukey dentro de cada

mês.

Page 60: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

43

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ressalvadas as diferenças decorrentes da distância entre a

estufa e o local onde foram coletadas as temperaturas externas

(aproximadamente 3 km), foi verificado que o uso do ambiente

protegido elevou a temperatura média e, principalmente, a média das

máximas. A elevação das temperaturas máximas variou entre 7,1 ºC e

10,7 ºC, e das médias entre 1,4 º C e 3,9 °C em relação à temperatura

externa. As médias das mínimas, no entanto, não sofreram influência

significativa ocorrendo, inclusive, nos meses mais frios, temperaturas

mínimas no interior da estufa inferiores às do ambiente externo

(Apêndices 1A, 1B, 1C e 1D).

Elevações das temperaturas máximas e médias, com pouca

alteração das mínimas no interior de estufas são relatadas por Tápia

(1981), Farias (1991), Farias et al. (1992a), Buriol et al. (1993) e Faria

Junior et al. (1997). Schiedeck et al. (1997), cultivando videiras em

ambiente protegido, observaram elevações entre 0,1ºC e 9,1ºC das

temperaturas máximas, e entre 0,8 e 3,8 ºC nas temperaturas mínimas,

em relação à temperatura externa.

Ocorrência de temperaturas no interior de estufas

inferiores às externas são citadas por Tápia (1981) e Farias et al.

(1992a) como resultantes das diferenças de permeabilidade às

radiações de ondas curtas e de ondas longas pelos materiais utilizados

nas coberturas que podem permitir taxas de trocas de energia com

possibilidades de uma maior perda de calor, provocando o fenômeno

da inversão térmica.

As alterações provocadas pelo ambiente protegido sobre a

temperatura, umidade do ar, radiação fotossintética e composição

Page 61: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

44

atmosférica, entre outras alterações ambientais, associadas aos

tratamentos testados, influenciaram vários aspectos fenológicos,

vegetativos e produtivos da figueira, conforme será apresentado a

seguir.

3.1 Aspectos fenológicos

A época de poda influenciou o período transcorrido entre a

poda e o início da brotação, bem como a uniformidade da mesma.

A poda em maio proporcionou brotação desuniforme e o

tempo entre a poda e a brotação foi maior. As primeiras gemas

brotadas foram observadas 3 semanas após a poda, mas o crescimento

foi pequeno, inclusive das folhas. O índice de 50 % das plantas com 4

brotos foi atingido apenas 11 semanas após a poda. Na poda de agosto

este índice foi alcançado em 4 semanas e na poda de outubro em 3

semanas (Tabela 2), comprovando a maior uniformidade da brotação

com estas épocas de poda.

Também o intervalo médio entre a poda e o início da

colheita sofreu influência da época de poda, que foi de 32,8 semanas

na poda de maio, 21,3 semanas na de agosto e 19,8 semanas na de

outubro (Tabela 2), ou seja, quanto mais tardiamente foi feita a poda,

menor foi este intervalo. Os primeiros frutos foram colhidos,

respectivamente, na 1ª semana de janeiro, 2ª semana de janeiro e 3ª

semana de fevereiro, com as podas em maio, agosto e outubro.

A antecipação da poda não contribuiu para ampliar o

período de colheita. O final da produção das plantas podadas em

maio/01 foi determinado pela realização da poda novamente em 15 de

maio/02 e, por outro lado, a antecipação no início da colheita foi de

Page 62: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

45

apenas uma semana, em relação à poda em agosto. Ainda, conforme

será discutido posteriormente, com a poda em maio foram colhidos

volumes menores de frutos em todos os meses, caracterizando

desvantagem desta época de poda.

Tabela 2. Comportamento fenológico de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, em ambiente protegido, podada em diferentes épocas (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Colheita

ÉPOCAS DE PODA

Primeiros brotos

(semanas/ data)

50 % das plantas com 4

brotos (semanas/

data)

Início (semanas/

data)

Final (semanas/

data)

Duração (semanas)

Maio (15/05)

3 sem./ 5 jun.

11sem./ 02 ago.

32,8 sem./ 31 dez.

52,1 sem./ 15 maio

19,3 sem.

Agosto (10/08)

2 sem./ 24 ago.

4 sem./ 08 set.

21,3 sem./

6 jan.

50,1 sem./

27 jul. 28,8 sem.

Outubro (05/10)

2 sem./ 19 out.

3 sem./ 26 out.

19,8 sem./

21 fev.

42,1 sem./

27 jul. 22,3 sem.

O período que a estufa permaneceu sem cobertura plástica,

entre 9 de setembro e 13 de outubro de 2001, pode ter influenciado de

maneira diferenciada as podas de maio e agosto, impedindo

antecipações mais significativas e a ampliação no período de colheita,

especialmente com a poda em maio.

A poda de outubro retardou o início da colheita, mas não

contribuiu para ampliar o período, pois o final coincidiu com o da

poda de agosto.

Em Passo Fundo, a temperatura média anual é de 17,5 ºC e

a média das mínimas de 13,2 ºC, atingindo níveis limitantes para a

figueira durante o inverno. Contudo, na safra avaliada, o final da

Page 63: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

46

colheita com as podas em agosto e outubro, ocorreu em 27/07/2002,

cerca de 3 meses após o término da produção a campo, com

possibilidades de venda do produto no mercado por valores

sensivelmente superiores aos obtidos na safra. Necessário se faz,

entretanto, ressaltar nessa safra a ocorrência do fenômeno el niño, que

proporcionou temperaturas acima das normais para a região (Apêndice

1A), favorecendo a ampliação do período de safra.

O final da colheita nas plantas podadas em agosto e

outubro ocorreu em 27 de julho de 2002, após um período de

temperaturas médias semanais baixas (Figura 10), quando mais de 50

% dos frutos apresentaram polpa com textura fibrosa e casca com

coloração anormal, típica de dano causado pelo frio (Figura 11).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

03 a

09/

05

10 a

16/

05

17 a

23/

05

24 a

30/

05

31/0

5 a

06/ 0

6

07 a

13/

06

14 a

20/

06

21 a

27/

06

28/0

6 a

04/ 0

7

05 a

11/

07

12 a

18/

07

19 a

25/

07te

mp.

méd

ias

sem

anai

s (º

C)

Máximas Mínimas médias

Figura 10. Médias semanais das temperaturas registradas no interior da estufa nas semanas que antecederam o final da colheita (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).

Page 64: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

47

Figura 11. Aparência dos frutos de figueiras cv. Roxo de Valinhos cultivadas em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS, no final do período de colheita em julho/ 2002, após a ocorrência de baixas temperaturas.

Segundo Chalfun et al. (1998), na maioria das regiões

produtoras a colheita de figos maduros ocorre de novembro a abril. O

intervalo entre a poda e o início da colheita varia em função das

condições climáticas e ambientais do local onde o pomar está

instalado e do manejo adotado, podendo chegar a um mínimo de 4 a 5

meses.

O intervalo de 21,3 semanas transcorrido entre a poda e o

início da colheita em ambiente protegido com a poda em agosto, está

próximo ao mínimo indicado por Chalfun (1998) e é menor que o

observado a céu aberto em Passo Fundo, onde o início da colheita

ocorre em final de janeiro/início de fevereiro, demonstrando a

Page 65: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

48

possibilidade de antecipação da colheita de frutos maduros em

ambiente protegido. O período de 19,8 semanas observado entre a

poda e o início da colheita nas plantas podadas em outubro

proporcionou pico de colheita em período próximo ao da poda de

agosto, não contribuindo para retardar a produção e prolongar o

período de colheita.

Os resultados obtidos concordam com Coelho et al.

(2002), que observaram um encurtamento do período entre a poda e o

início da colheita de figos verdes quando as podas foram realizadas

mais tarde, e por Norberto et al. (2001), que obtiveram um intervalo

superior a 6 meses da poda à colheita do primeiro fruto em plantas

podadas em abril, enquanto o início da colheita nas plantas podadas

entre junho e agosto ocorreu entre dezembro e janeiro (5 a 6 meses),

indicando um encurtamento do ciclo nas que receberam podas mais

tardias, em trabalhos desenvolvidos em Lavras, MG.

Estes resultados diferem dos relatados por Fumis et al.

(2002), em Bauru, SP, a céu aberto, onde foi obtida ampliação

significativa no período de colheita de figos da cv. Roxo de Valinhos

com a alteração na época de poda.

Diferem também dos resultados obtidos por Santos e

Corrêa (1997), que observaram a ampliação para 9 meses no período

de colheita de figos verdes em Selvíria, MS, com picos em outubro,

novembro e janeiro, antecipando a poda para março. As podas em

julho e agosto proporcionaram, respectivamente, 7 meses de colheita e

picos em novembro, janeiro e fevereiro, e 6 meses de colheita com

picos em janeiro e fevereiro. Em Selvíria, entretanto, a temperatura

média anual é de 24,45 ºC e a média das mínimas de 21,4 ºC (Santos e

Page 66: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

49

Corrêa, 2000), não sendo limitante para o desenvolvimento da figueira

no período de inverno.

Sampaio et al. (2002) referem-se à ampliação do período

de colheita com alteração nas épocas de poda em Bauru, SP, e citam o

final do período de colheita coincidindo com o mês da poda, exceto na

poda de junho.

Os ambientes protegidos têm permitido antecipações na

colheita também em outras espécies frutíferas. Saúco (2002) cita

antecipação de um mês na colheita de mangas. Schiedeck et al. (1997)

anteciparam em até 32 dias a colheita de uva cv. Niágara Rosada em

ambiente protegido, em Bento Gonçalves, RS, atribuindo a

antecipação à maior soma de graus dia resultante da elevação da

temperatura média observada no interior da estufa.

Estes resultados permitem afirmar que os ambientes

protegidos permitem a ampliação do período de colheita de figos

maduros, dentro de limites estabelecidos pela ocorrência de

temperaturas mínimas limitantes.

3.2 Aspectos vegetativos

3.2.1 Crescimento dos ramos

A análise de variância revelou efeito significativo da

interação épocas de poda x meses após a poda e épocas de poda x

espaçamento sobre o comprimento mensal dos ramos (Apêndice 2A).

Medido o comprimento dos brotos mensalmente, a partir

de novembro, foi verificado que o crescimento das plantas podadas

em maio apresentou um comportamento linear até a nova poda em 15

Page 67: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

50

de maio/2002, enquanto as podadas em agosto e outubro, tiveram um

crescimento quadrático, caracterizado por um crescimento inicial

maior, seguido de um período de redução progressiva até a paralisação

total durante o inverno, independente do número de ramos/

espaçamento (Figura 12 e Tabela 4).

Analisando o desdobramento da interação dos efeitos da

época de poda e meses sobre o comprimento das brotações medido

entre novembro e maio (Apêndice 2B), é possível verificar que no mês

de novembro, estatisticamente os ramos das plantas podadas em

agosto não diferiam das podadas em maio e, a partir de janeiro, os

ramos das podadas em agosto eram de maior tamanho que as de maio,

não havendo diferença entre as plantas podadas em maio e em outubro

(Tabela 3). A diferença no comprimento dos ramos observada entre as

podas de maio e agosto (Figura 13) se manteve até o final do ciclo.

O menor crescimento das plantas podadas em maio

principalmente nos meses de dezembro e janeiro se refletiu no

comprimento final dos ramos que, no desdobramento da interação

meses x épocas de poda x espaçamentos, revelou um maior

comprimento de ramos nas plantas podadas em agosto e conduzidas

com 8 ramos/1,50 m (Apêndice 2C e Figura 14).

Nas plantas conduzidas com 4 ramos/0,75 m, o maior

comprimento final de ramos foi proporcionado pelas podas de agosto

que não diferiu da poda de outubro, não diferindo, também, os ramos

das plantas podadas em outubro e maio.

Para a mesma época de poda, o maior crescimento foi

verificado nas plantas conduzidas com 8 ramos e 1,50 m entre plantas,

exceto quando a poda foi realizada em outubro, que não diferiu das

plantas conduzidas com 4 ramos e 0,75 m entre plantas.

Page 68: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

51

Poda 15/05: y = 8,8925x + 49,019 R2 = 0,94

Poda 10/08: y = -0,9454x2 + 21,345x + 30,47 R2 = 0,95

Poda 05/10: y = -3,0011x2 + 41,245x - 22,183 R2 = 0,97

0

30

60

90

120

150

Com

prim

ento

dos

bro

tos

(cm

)

Maio Agosto OutubroPoda 15/05 Poda 10/08 Poda 05/10

Figura 12. Comprimento mensal, medido a partir de novembro, dos ramos de figueira cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetida a diferentes épocas de poda e números de ramos por planta, combinados com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).

Figura 13. Vista geral da entrelinha das filas podadas em maio e agosto, em 21/02/2002

nov/01 dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02

Page 69: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

52

* Dados não submetidos à análise de variância

Tabela 3. Comprimento medido mensalmente, a partir de novembro/2001 dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Comprimento dos ramos (cm) Épocas

de poda Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.* Jul.*

Maio 55,98 a 71,79 a 79,03 b 79,99 b 85,37 b 105,71 b 114,25 b

Agosto 45,00 a 74,07 a 95,92 a 98,36 a 102,27 a 126,27 a 136,72 a 137,15 137,32

Outubro 10,31 b 52,73 b 83,33 ab 94,49 ab 99,18 ab 115,03 ab 124,37 ab 124,68 124,68

Médias não seguidas de mesma letra na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p�0,05)

52

Page 70: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

53

Tabela 4. Crescimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e número de ramos combinado com espaçamentos em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Crescimento mensal (cm) Épocas de poda

Out.*

Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio

Jun.*

Jul.*

Ago.*

Maio

7,85

38,50 a 15,82 c 7,24 c 0,96 b 5,38 a 20,34ab 8,55 a

Agosto

8,25 32,10 b 29,07 b 21,85 b 2,44 b 3,91 a 23,98 a 10,45 a

0,4

0,2

0,0

Outubro -

10,35 c 42,43 a 30,60 a 11,17 a 4,69 a 15,85 b 9,34 a

0,3

0,0

0,0

Médias não seguidas de mesma letra na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p�0,05) * Dados não submetidos à análise de variância.

53

Page 71: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

54

B 1

22,7

a

B 1

05,8

b

A 13

3,3

b

A 14

1,3

a

B 1

22,2

a

AB 1

27,1

a

0

20

40

60

80

100

120

140

160

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Com

p. fi

nal d

os ra

mos

(cm

)

maioagosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 14. Comprimento final dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

O menor crescimento das plantas podadas em maio pode

ser atribuído a uma série de razões que agiram de forma interativa,

especialmente sobre o crescimento inicial que foi maior nas outras

épocas de poda. Dentre as possíveis razões que contribuíram para esse

menor crescimento destaca-se as condições ambientais desfavoráveis,

com temperaturas baixas verificadas após a poda (Apêndice 1B)

mantendo a planta por um longo período em estado de semidormência

Page 72: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

55

com folhas sem expansão completa numa condição anormal de

vegetação. Aliado a esses fatores, considera-se também a influência

do período que a estufa permaneceu sem cobertura, e a substituição

dos sistemas de irrigação por aspersão e adubação superficial pela

irrigação por gotejo e fertirrigação, sistemas considerados mais

eficientes, a partir de 30 de julho/01, promovendo uma influência

diferenciada, com benefícios às podas de agosto e outubro .

Ainda, o menor crescimento dos ramos das plantas

podadas em maio pode ser atribuído à presença de folhas e frutos em

desenvolvimento por ocasião da poda, provocando perdas de

fotoassimilados acumulados, e conseqüente redução no vigor inicial

da brotação, conforme descreve Sousa (1990).

Norberto et al. (2001), testando os efeitos da irrigação,

aplicação de Dormex e épocas de poda, com intervalos de 15 dias,

entre os meses de abril e agosto na cultura da figueira, em Lavras,

MG, detectaram diferença apenas nas plantas irrigadas, podadas em

30 de maio, e conduzidas sem o uso de Dormex, que apresentaram

menor crescimento dos ramos. Santos e Corrêa (1998) também não

observaram diferenças significativas entre os comprimentos de ramos

de figueiras podadas em março, abril, julho e agosto em Ilha Solteira,

SP.

Matsuura et al. (2001a) submeteram folhas de figueiras

com 2 anos de idade a tratamentos com 13CO2 no outono e

monitoraram a localização dos fotoassimilados resultantes.

Observaram um acúmulo significativo nas raízes, tronco e ramos no

período de dormência, e a remobilização destes para os pontos de

crescimento no período inicial de brotação, a partir das raízes mais

grossas e ramos de 2 anos. Assim, prejuízos podem ter sido

Page 73: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

56

provocados à brotação pelo desfolhamento precoce da planta, com a

poda realizada.

Na poda de agosto, por sua vez, as plantas encontravam-se

sem folhas, indicando a transferência dos fotoassimilados para os

órgãos de reserva, que proporcionaram maior vigor às brotações,

favorecendo o maior crescimento. Condições ambientais mais

favoráveis no período após a poda também devem ter contribuído.

Cabe salientar que o período que a estufa permaneceu descoberta

coincidiu com o segundo mês após a poda, sendo este período

correspondente ao de mais rápido crescimento verificado na poda de

outubro. Mesmo os ramos danificados pelo granizo não sendo

considerados na avaliação, o desequilíbrio provocado pelo dano deve

ter causado algum efeito sobre o crescimento em geral.

As plantas podadas em outubro apresentavam muitas

gemas apicais brotadas na época de poda e tiveram um rápido

crescimento inicial, principalmente a partir do segundo mês, também

provavelmente em decorrência das condições de temperatura e

fotoperíodo ideais para a brotação e desenvolvimento. A partir de

fevereiro, o crescimento mensal foi, de modo geral, semelhante às

demais épocas (Tabela 4).

O efeito do número de ramos sobre o crescimento da

figueira foi estudado por Mânica et al. (1978), que observaram

redução no crescimento com a elevação de 12 para 18 do número de

ramos por planta com poda no mês de agosto. Nienow e Sacomori

(2001), no entanto, não observaram diferença no crescimento de

ramos de figueiras conduzidas com 8, 12, 16, 20 e 24 ramos, em Passo

Fundo, RS.

Page 74: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

57

Cabe salientar que os trabalhos apresentados para

discussão foram conduzidos a campo. Assim, as diferenças dos

resultados obtidos devem estar relacionadas com as condições de

condução dos experimentos, incluindo diferenças edáficas, climáticas

e de fotoperíodo entre os locais, de idade das plantas, etc., uma vez

que estes fatores interferem sobre a atividade fotossintética e o vigor

(Magalhães, 1979).

3.2.2 Número de folhas por metro linear de ramo

O número de folhas por metro linear de ramo sofreu

influência apenas da época de poda (Apêndice 2D e Figura 15).

A distância entre as folhas reduziu à medida que a poda

foi realizada mais cedo, mostrando-se significativamente menor nas

plantas podadas em maio em relação às podadas em outubro,

independente do número de ramos/espaçamento em que foram

conduzidas.

Este comportamento provavelmente está relacionado com

a velocidade de crescimento dos ramos, já discutida anteriormente,

que foi menor nas plantas podadas em maio, provocando o

encurtamento dos internós.

Page 75: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

58

A 3

1,78

AB

29,

34

B 2

9,25

0

5

10

15

20

25

30

35

Núm

ero

de

folh

as/

met

ro d

e ra

mo

maio

agosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 15. Número de folhas por metro linear de ramo de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

3.3 Aspecto produtivo quantitativo

3.3.1 Número de frutos emitidos por ramo e taxa de frutificação

O número de frutos emitidos por ramo sofreu a influência

da interação épocas de poda x número de ramos/espaçamento

(Apêndice 2D e Figura 16).

Page 76: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

59

O maior número de frutos foi emitido pelas plantas

podadas em agosto, destacando-se as conduzidas com 8 ramos/1,50 m

entre plantas (28,3 frutos por ramo) que apresentaram um número de

frutos maior que as conduzidas com 4 ramos/ 0,75 m (26,4 frutos/

ramo). As plantas podadas em maio emitiram o menor número de

frutos por ramo, sendo que na condução com 8 ramos/1,50 m não

diferiram da poda em outubro.

As taxas de frutificação (porcentagem de folhas com fruto

na axila) foram influenciadas pelas épocas de poda (Apêndice 2E e

Figura 17). Os maiores índices foram apresentados pela poda de

agosto (66,5 %), o que explica o maior número de frutos emitidos por

ramo neste tratamento (Figura 16).

Podando em maio e outubro, as taxas de frutificação não

diferiram estatisticamente, contudo é necessário destacar, nas plantas

conduzidas com 4 ramos/0,75 m e podadas em outubro, chegou a 60,8

% permitindo que este tratamento se destacasse quanto ao número de

frutos por ramo, ficando abaixo apenas do número de frutos

proporcionado pela poda de agosto, conforme Figura 16.

Segundo Simão (1971), Pereira (1981), Chalfun et al.

(1988) e Antunes et al. (1997), o figo exige clima quente e alta

luminosidade no período vegetativo para apresentar altos níveis de

rendimento. Os dias curtos e com baixas temperaturas verificados

durante o período inicial de brotação, logo após a poda, são as causas

mais prováveis para as baixas taxas de frutificação apresentadas pela

poda de maio. Por outro lado, a poda em agosto proporcionou um

período de dias mais longos e quentes na fase de maior crescimento e

emissão de frutos, favorecendo a atividade fotossintética e as maiores

taxas de frutificação.

Page 77: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

60

B 1

9,4

a

C 1

8,2

a

A 2

8,3

a

A 2

6,4

b

B 1

7,8

bB 2

3,2

a

0

5

10

15

20

25

30

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Núm

ero

de fr

utos

/ram

o

maio

agostooutubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 16. Número de frutos emitidos por ramo de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002)

A menor taxa de frutificação verificada nas plantas

podadas em outubro em relação às podadas em agosto pode ter sido

resultado da concorrência entre os drenos de fotoassimilados

representados pelo crescimento de ramos e emissão de frutos. Estas

plantas apresentaram alta taxa de crescimento mensal logo após a

poda (Tabela 4) e menor ciclo da poda ao início da colheita,

possivelmente exigindo maior aporte de nutrientes.

Page 78: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

61

Em videiras, Peruzzo (1990) constatou uma forte

concorrência entre a ponta de crescimento do ramo e a formação de

frutos. Sepúlveda et al. (1986) afirmam que esta concorrência é mais

forte em temperaturas elevadas.

Matsuura et al. (2001b) trataram folhas de figueira

localizadas em diferentes alturas do ramo com 13C, em várias fases de

desenvolvimento dos frutos. Observaram que a maior parte dos

fotoassimilados produzidos pelas folhas localizadas na base do ramo

foi armazenada nos frutos da axila dessas folhas e na base do ramo,

enquanto os produzidos pelas folhas da parte mais apical do ramo

foram armazenados na folha e grande parte direcionado para o ápice

do broto. Isto indica uma forte concorrência entre os pontos de

crescimento e a formação de frutos também em figueiras.

3.3.2 Número de frutos emitidos por ramo mensalmente

A emissão de frutos não foi linear no decorrer do tempo

(Tabela 5). Os maiores picos foram verificados no 4º mês após a poda

nas plantas podadas em agosto e outubro (dezembro e fevereiro,

respectivamente). A poda de maio apresentou pico de emissão em

dezembro, juntamente com as plantas podadas em agosto, ou seja, 6

meses após a poda. Em fevereiro e abril foram verificados novos

incrementos para as plantas podadas em maio e agosto, indicando a

ocorrência de picos de emissão aproximadamente a cada 2 meses.

Com a poda em outubro, o segundo pico ocorreu em maio.

Os resultados permitem constatar que é possível ampliar o

período de oferta de figos com a realização da poda mais tardiamente,

provocando picos de emissão de frutos também mais tardios,

Page 79: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

62

necessitando, entretanto que as condições de temperatura permitam

que os frutos alcancem a maturação.

B 5

0,88 A 6

6,56

B

55,2

9

0

20

40

60

80

100

Taxa

de

frut

ifica

ção

(%)

maio

agosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula não diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 17. Taxas de frutificação (% de folhas com fruto na axila) de figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Não foram encontradas referências à taxa de emissão de

frutos na bibliografia consultada, mas Simão (1971), Chalfun et al.

(1998) e Amaro (1997), referem-se a ocorrência de picos de colheita

de frutos. Sampaio et al. (1981) e Santos et al. (2001) obtiveram 2 a 3

picos, distanciados de cerca de 2 meses entre si, concordando com os

intervalos observados, possivelmente provocados por pontos de

equilíbrio atingidos na relação fonte/dreno, que seria atingido a partir

de um determinado número de frutos em formação.

Page 80: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

63

Tabela 5. Número mensal de frutos emitidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Tratamento Set/01 Out/01 nov/01 Dez/01 jan/02 fev/02 Mar/02 abr/02 maio/02 jun/02 jul/02

Maio (4 / 0,75) 0 0,1 0,5 7,5 0,2 3,1 0,3 5,0 1,6 - -

Maio (8 / 1,50) 0 0 0,6 7,2 0,6 3,1 0,4 5,7 1,9 - -

Ago. (4 / 0,75) 0,1 0 2,3 6,2 2,3 5,0 0,9 4,3 1,8 2,3 1,3

Ago. (8 / 1,50) 0,1 0 2,4 7,2 1,8 6,6 1,1 6,1 2,0 0,9 0,1

Out. (4 / 0,75) - - 0 0,8 4,3 6,8 3,6 1,7 4,0 1,9 0,2

Out. (8 / 1,50) - - 0 0,4 3,0 5,7 1,8 2,6 3,3 1,1 0,1

63

Page 81: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

64

3.3.3 Produção de frutos maduros

3.3.3.1 Número de frutos colhidos por ramo e por planta

No número de frutos colhidos maduros por ramo houve

efeito da interação épocas de poda x números de ramos/espaçamentos

(Apêndice 2E e Figura 18). C

11,

4 ns

B 1

1,9

A 2

2,4

ns

A 2

5,4

B 1

3,7 B

19,

0 ns

0

5

10

15

20

25

30

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Núm

ero

de fr

utos

co

lhid

os p

or ra

mo

maioagostooutubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

ns: Diferença não significativa para número de ramos/espaçamentos entre plantas podadas na mesma época

Figura 18. Número de frutos colhidos maduros por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Page 82: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

65

O maior número de frutos maduros por ramo foi colhido

nas plantas podadas em agosto (23,9 frutos, em média). Estes

resultados refletem os resultados obtidos para o número de frutos

emitidos por ramo (Figura 16).

Nas plantas conduzidas com 8 ramos/1,50 m, não houve

diferença entre as podas de maio e outubro. Na condução com 4

ramos/0,75 m, o número de frutos colhidos por ramo na poda de

outubro foi maior que na poda de maio (Figura 18).

Convém ressaltar, no entanto, que as plantas podadas em

maio tiveram o período de produção interrompido pela poda,

impedindo que um maior número de frutos atingissem a maturação.

Considerando-se que não houve diferença no número de

frutos verdes colhidos entre as podas de agosto e outubro, conforme é

discutido no item ‘produção de figos verdes’, admite-se que as plantas

podadas em maio atingiriam o mesmo número de frutos verdes por

ramo se a poda fosse retardada para o final de julho (final do ciclo de

maturação viável de frutos verificado), aumentando em até 3,5 o

número de frutos amadurecidos por ramo e incrementando a produção

obtida com esta época de poda.

Para o número de frutos maduros colhidos por planta, a

análise de variância demonstrou ter ocorrido efeito significativo da

interação época de poda x número de ramos/espaçamento (Apêndice

2F, Figura 19).

Neste experimento observou-se um aumento no número de

frutos por planta, em proporção semelhante ao aumento no número de

ramos, nas podas de maio (de 45 frutos nas plantas com 4 ramos para

95 nas com 8 ramos) e agosto (de 89,5 nas com 4 ramos para 202,9

nas com 8 ramos). Na poda de outubro, no entanto, o aumento no

Page 83: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

66

número de frutos por planta (76 nas conduzidas com 4 ramos/0,75 m e

109 nas conduzidas com 8 ramos/1,50 m) não ocorreu na mesma

proporção que nas demais épocas de poda. Esta diferença reflete o

menor número de frutos emitidos por ramo nas plantas podadas em

outubro e conduzidas com 8 ramos.

As prováveis causas para este resultado são discutidas no

item ‘taxa de emissão de frutos’.

C

95,0

a

C 4

5,5

b

A 2

02,9

a

A 8

9,5

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B 1

09,3

a

B 7

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b

0

30

60

90

120

150

180

210

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Nº d

e fr

utos

mad

uros

/ pla

nta

maioagostooutubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 19. Número de frutos colhidos maduros por planta em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Page 84: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

67

Estes resultados concordam com os obtidos por Mânica et

al. (1978), Pinheiro (1979), Bringuenti (1980) e Bezerra (1986), que

observaram aumento no número de frutos produzidos por planta com

o aumento no número de ramos.

3.3.3.2 Peso médio dos frutos

Apenas a época de poda apresentou influência sobre o

peso médio dos frutos colhidos maduros (Apêndice 2F e Figura 20).

O maior peso médio foi obtido nas plantas podadas em

agosto (57,5 g, em média), seguido da poda em outubro e maio (53,1 g

e 48,3 g, em média, respectivamente). Os resultados demonstram,

portanto, que o maior número de frutos produzidos com a poda em

agosto, apesar do possível maior desgaste nutricional, não chegou a

interferir reduzindo o peso médio dos frutos.

Estes resultados estão de acordo com os obtidos por

Mânica et al. (1978), Bringuenti (1980) e Bezerra (1986), à campo,

que não observaram diferença no peso médio de frutos quando

aumentaram o número de ramos por planta, e com Rigitano e Ojima

(1963), que obtiveram os maiores pesos médios de frutos com a poda

em agosto e julho, respectivamente, diferindo estatisticamente da poda

em maio e em setembro.

Sampaio et al. (1981), não obtiveram diferença no peso

médio de frutos maduros com podas em março e em agosto, no

entanto, observaram aumento progressivo, do início para o final da

safra, no peso médio dos frutos produzidos nas plantas podadas em

março, e redução progressiva nas plantas podadas em agosto.

Page 85: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

68

C 4

8,3 A

57,

5

B 5

3,1

0

10

20

30

40

50

60

70P

eso

méd

io d

os fr

utos

(g) maio

agosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 20. Peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Rigitano (1957), entretanto, relata uma redução no peso

médio dos frutos quando elevou de 6 para 10 o número de ramos por

planta; Pinheiro (1979) também destaca a tendência para um menor

peso médio de frutos quando elevou de 18 para 30 o número de ramos

por planta, mas não especifica o espaçamento utilizado entre as

plantas.

3.3.3.3 Peso de frutos por planta e por hectare

Houve efeito significativo da interação épocas de poda x

número de ramos/espaçamento sobre o peso de frutos colhidos

maduros por planta (Apêndice 2G e Figura 21).

Page 86: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

69

C 4

,5 a

C 2

.23

b

A 1

1.65

a

A 5

,16

b

B 4

,10

b

B 5

,73

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0

2

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6

8

10

12

14

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Pes

o de

frut

os m

adur

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g/pl

anta

)

maio

agosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05)..

Figura 21. Peso de frutos maduros colhidos por planta em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).

O peso de frutos maduros colhidos por planta refletiu

apenas os resultados verificados para número de frutos maduros por

planta, uma vez que o peso médio do fruto não foi afetado pelo

número de frutos por planta.

As plantas conduzidas com 8 ramos/1,50 m produziram

maior peso de frutos em todas as épocas de poda.

Page 87: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

70

Independente do número de ramos/espaçamento, a poda

realizada em agosto destacou-se por resultar em maior peso de frutos,

seguida da poda de outubro e, por último, a poda em maio.

As respostas às épocas de poda foram semelhantes às que

têm sido obtidas a céu aberto. Rigitano e Ojima (1963) testaram podas

entre maio e setembro, em figueiras cultivadas no estado de São

Paulo. Obtiveram os maiores rendimentos com a poda de agosto,

seguido pela poda de julho. Sampaio et al. (1981) podaram figueiras

em março, agosto e dezembro. Obtiveram os maiores rendimentos nas

plantas podadas em agosto, sendo que as podadas em março sofreram

uma interrupção na produção durante os meses de inverno.

Norberto (1999) testou podas a intervalos de 15 dias,

irrigação e aplicação de cianamida hidrogenada na produção de figos

verdes em Lavras, MG. Concluiu que a melhor época de poda foi 15

de abril, com aplicação de cianamida hidrogenada a 2 %. As maiores

produções por planta, entretanto, foram verificadas em podas

realizadas entre 30 de maio e 15 de agosto.

Oliveira et al. (2002) avaliaram a produção de figueiras

podadas em 24 de março, 24 de maio e 23 de junho, tendo obtido os

maiores rendimentos quando a poda foi realizada em junho.

Assim como aconteceu para peso de frutos maduros

colhidos por planta, também para peso por hectare foi significativa a

interação épocas de poda x número de ramos/espaçamento (Apêndice

2G e Figura 22).

Page 88: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

71

B 1

6,68

a

C 1

6,52

a

A 43

,14

a

A 38

,11

b

B 3

0,38

a

B 2

1,21

b

0

10

20

30

40

50

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Pes

o de

frut

os m

adur

os (t

/ha)

maioagostooutubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 22. Peso de frutos maduros colhidos por hectare em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Em decorrência do resultado para peso de frutos por

planta, as plantas podadas em agosto apresentaram maior peso de

frutos por hectare, seguidas das podadas em outubro e, com menor

rendimento, as podadas em maio.

A poda de maio, no entanto, apresentou um maior número

de figos colhidos verdes por ramo no momento da poda do próximo

ciclo (Figura 24). Admitindo que essa poda fosse retardada para final

de julho (final do período viável de maturação de frutos verificado nas

Page 89: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

72

demais épocas, onde não houve diferença no número de frutos verdes

colhidos por ramo), a poda de maio teria um incremento médio de 3,5

frutos maduros por ramo, com aumento de cerca de 4,7 t.ha-1 na

produção obtida.

Já na comparação dos pesos em função do número de

ramos/espaçamento, lembrando que a densidade de ramos estabelecida

foi fixada em 28.070 ramos.ha-1, através do aumento proporcional do

número de ramos e do espaçamento na linha, as plantas conduzidas

com 8 ramos/1,50 m, podadas em agosto, mantiveram a superioridade,

com 43,14 t.ha-1; as podadas em maio não diferiram entre si; e, com a

poda em outubro, as plantas mais produtivas passaram a ser as

conduzidas com 4 ramos/0,75 m.

O rendimento de frutos maduros em ambiente protegido

foi superior aos obtidos a céu aberto. Segundo a Cati (2002) a média

mundial de rendimento de figos maduros a céu aberto é de 28,64 t.

ha-1. No Brasil, segundo Chalfun et al (1998), o rendimento máximo

pode chegar a 20 a 30 t.ha-1, em pomares bem conduzidos, a partir dos

6 anos de idade. No Rio Grande do Sul, dados da Emater (2002)

apresentam um rendimento máximo de 15 t.ha-1, verificado em um

município, isoladamente. Nos demais municípios, o rendimento

raramente ultrapassa a 5 t.ha-1 (semelhante ao rendimento obtido

apenas com o aproveitamento de figos verdes no final da safra neste

experimento).

A produção de 43.14 t.ha-1, com plantas aos 2 anos,

representa um acréscimo de 43 % em relação aos máximos

rendimentos alcançados a céu aberto no Brasil. Em Passo Fundo,

Nienow e Sacomomori (2001) obtiveram produção de 22,79 t.ha-1 de

figos maduros, em cultivo a céu aberto, com plantas aos 5 anos de

Page 90: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

73

idade, representando um acréscimo, com o cultivo em ambiente

protegido e uso de fertirrigação, de 89,3 % no rendimento.

Este rendimento ainda pode aumentar nos próximos ciclos.

Rigitano (1957) obteve aumento na produção de figos maduros de

9.039 kg.ha-1 com plantas aos dois anos de idade para 15.990 kg.ha-1

aos 4 anos, indicando aumento no rendimento com a maturidade das

plantas.

3.3.3.4 Distribuição da colheita

A produção mensal (em peso) acumulada de frutos

maduros mostrou efeito significativo da interação épocas de poda x

número de ramos/espaçamento x mês (Apêndice 2H).

O volume mensal acumulado de colheita demonstrou um

comportamento linear até o final da safra para todos os tratamentos

(Figura 23).

Analisando a distribuição mensal da colheita (Tabela 6),

constata-se que picos de colheita ocorreram, nas podas de maio e

agosto, em fevereiro e março e, na poda de outubro, em março.

Analisando-se conjuntamente a emissão mensal de frutos

(Tabela 4) e a distribuição mensal da colheita (Tabela 6) constata-se

que os picos de colheita ocorreram entre o 2º e o 3º mês após o pico de

emissão nas podas de maio e agosto, e entre o 1º e 2º mês na poda de

outubro.

Page 91: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

74

M

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2,5

15 b

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00 c

A

8,3

66b*

B

1,7

39 c

d

74

Page 92: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

75

(4/0,75): y = 0,1233x - 4591,8 R2 = 0,9586

(8/1,50): y = 0,1248x - 4647,6 R2 = 0,9594

0

10

20

30

40

50

dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02

Pro

duçã

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de fr

utos

(t/h

a)

Maio (4 / 0,75) Maio (8 / 1,50) (4/0,75) (8/1,50)

(4/0,75): y = 0,1858x - 6916,6 R2 = 0,9391

(8/1,50): y = 0,2084x - 7756,9 R2 = 0,9439

0

10

20

30

40

50

dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02

Pro

duç

ão a

cum

ula

da

de

frut

os

(t/h

a)

Ago. (4 / 0,75) Ago. (8 / 1,50) (4/0,75) (8/1,50)

(4/0,75): y = 0,1675x - 6236,5 R2 = 0,9315

(8/1,50): y = 0,1183x - 4406,9 R2 = 0,936

0

10

20

30

40

50

jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02

Pro

duçã

o ac

umul

ada

de fr

uto

s (t

/ha)

Out. (4 / 0,75) Out. (8 / 1,50) (4/0,75) (8/1,50)

Figura 23. Peso mensal acumulado de frutos maduros colhidos por hectare em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).

Prod

ução

cum

ulad

a de

fr

utos

(t.h

a-1)

Prod

ução

cum

ulad

a de

fr

utos

(t.h

a-1)

Prod

ução

cum

ulad

a de

fr

utos

(t.h

a-1)

Page 93: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

76

3.3.4 Produção de frutos verdes

O objetivo central desta pesquisa é a produção de figos

maduros em ambiente protegido, de maior valor no mercado. Assim, a

produção de figos verdes, decorreu do aproveitamento de frutos

impedidos de amadurecer, seja pela realização da poda para o próximo

ciclo ou pela ocorrência de temperaturas baixas.

Houve efeito significativo apenas da época de poda sobre

o número de frutos verdes colhidos por ramo (Apêndice 2I e Figura

24) e o peso de frutos verdes por hectare (Apêndice 2I, e Figura 25). A

7,1

B 3

,5

B

4,0

012345678

Núm

ero

de

fru

tos

verd

es/r

amo

maio

agosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 24. Número de frutos verdes colhidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).

A poda de maio propiciou o maior número de figos verdes

colhidos por ramo atingindo um rendimento de 6,9 t.ha-1. Não houve

diferenças para o número de frutos verdes e peso por hectare entre as

podas de agosto e outubro.

Page 94: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

77

A 6

,9

B 3

,6

B 3

,9

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Pro

duç

ão d

e fr

uto

s ve

rdes

(t.h

a-1)

maio

agosto

outubro

Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).

Figura 25. Peso de frutos colhidos verdes por hectare de figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

A maior produção de figos verdes com a poda em maio se

justifica porque quando foi realizada a poda para o próximo ciclo, em

maio/2002, as plantas ainda não haviam finalizado o ciclo em

andamento. Considerando-se que não houve diferença no número de

frutos verdes colhidos entre as podas de agosto e outubro, admite-se

que as plantas podadas em maio também atingiriam o mesmo número

de frutos verdes por ramo se a poda fosse retardada para o final de

julho (final do ciclo de maturação viável de frutos verificado),

permitindo maior produção de figos maduros.

Page 95: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

78

3.4 Aspecto produtivo qualitativo

3.4.1Classificação dos frutos maduros por tamanho

A análise de variância não revelou efeito significativo dos

tratamentos sobre a classificação por tamanho dos frutos colhidos

maduros (Apêndice 2J), mas houve uma tendência da poda de maio

produzir frutos menores, conforme pode ser observado na Figura 26,

do percentual de frutos classificados como grandes ou CAT II

(comprimento entre 57 e 61 mm e diâmetro entre 55 e 64 mm), e na

Figura 27, somando grandes - CAT II + médios - CAT III

(comprimento entre 47 e 61 mm e diâmetro entre 45 e 64 mm).

NS

9,

10

N

S

12,7

0 n

s

14,

97

17,

73

ns

13,4

7

16,7

3

ns

010

2030

405060

7080

90100

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Per

cent

ual d

e fr

utos

CAT

II

(gra

ndes

)

maio

agostooutubro

NS: diferença não significativa entre plantas podadas em épocas diferentes e conduzidas com o mesmo número de ramos/espaçamento.

ns: diferença não significativa entre plantas conduzidas com diferentes números de ramos/espaçamentos, podadas na mesma época.

Figura 26. Percentual de frutos CAT II (grandes) colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Page 96: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

79

NS

66,

67

NS

67,

22 n

s

90,0

0

89,

17

ns

78,3

3 93,3

3 n

s

0

10

2030

40

50

60

7080

90

100

(4 / 0,75) (8 / 1,50)

Per

cent

ual d

e fr

utos

CAT

II +

CAT

III

maioagostooutubro

NS: diferença não significativa entre plantas podadas em épocas diferentes e conduzidas com o mesmo número de ramos/espaçamento.

ns: diferença não significativa entre plantas conduzidas com diferentes números de ramos/espaçamentos, podadas na mesma época.

Figura 27. Percentual de frutos CAT II (grandes) + CAT III (médios), colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

3.4.2 Ocorrência de podridões e rachaduras

Não foi constatada a ocorrência de podridão de frutos

maduros, resultado que comprova a eficiência do ambiente protegido

em impedir a manifestação deste problema, capaz de comprometer

totalmente a produção a céu aberto. Kimati (1980) descreve o

ambiente chuvoso e com alta umidade relativa do ar como o ideal para

a ocorrência de podridões e, no cultivo em ambiente protegido, a

pluviosidade é totalmente eliminada e a umidade relativa do ar média

é menor que a verificada externamente. É provável que os tratamentos

Page 97: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

80

destinados ao controle da ferrugem também tenham contribuído para

evitar a manifestação da doença.

A partir da segunda quinzena de março, entretanto, foi

constatada a ocorrência de rachaduras na região do ostíolo dos frutos.

A incidência de rachaduras atingiu 26,3 % dos frutos

colhidos a partir dessa época nas plantas podadas em agosto, 22,9 %

dos frutos nas plantas podadas em outubro e 20 % dos frutos nas

podadas em maio não sendo, as diferenças entre os tratamentos,

estatisticamente significativas (Apêndice 2K).

Quando considerado o total de frutos colhidos na safra, o

percentual de incidência de rachaduras foi de 15,5 % na poda de

outubro, 14,6 % na poda de agosto e 9,1 % na poda de maio, o que

também não representou diferença estatística entre os tratamentos

(Apêndice 2K e figura 28). Estes percentuais indicam uma tendência

de, com as podas mais tardias, aumentar o percentual de frutos

colhidos rachados. Isto se deve ao fato de, nas podas mais tardias, a

maior proporção de frutos maduros ter sido colhida no período de

ocorrência do problema.

A causa para as rachaduras pode ter sido ambiental e estar

relacionada a diferentes fatores, dentre os quais destacam-se as altas

temperaturas registradas no interior da estufa durante a fase de

formação, inchamento e maturação dos frutos ou ser de origem

fitossanitária, ou ainda, resultar da ação conjunta destes e outros

fatores.

Simão (1971) afirma que temperatura acima de 42 ºC pode

alterar a consistência da casca dos frutos e, no mês de março/2002,

período de surgimento das rachaduras, a média das temperaturas

máximas registradas na estufa esteve acima de 35 ºC e a média das

mínimas, próximo aos 20 ºC, sendo o mês de temperaturas mais altas

registradas durante a colheita (Apêndice 1B).

Page 98: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

81

14,6

15,1

NS

9,1

0102030405060708090

100

Per

cen

tual

de

fru

tos

rach

ado

s so

bre

o to

tal

de

frut

os

co

lhid

os n

a sa

fra

maioagostooutubro

NS: diferença não significativa entre plantas podadas em épocas diferentes.

Figura 28. Percentual de frutos com rachaduras sobre o total de frutos colhidos na safra em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

A causa fitossanitária está relacionada com danos

provocados por ácaros, pois houve incidência desta praga sobre frutos

na primeira quinzena de março. Souza e Reis (1997) descrevem o

ataque de ácaros em figueiras causando bronzeamento na casca dos

frutos, com ataques mais severos em climas secos e altas

temperaturas. Não há referências a rachaduras como conseqüência,

mas como a casca é afetada e uma maior incidência de rachaduras foi

observada nas parcelas onde iniciou o ataque dos ácaros, estabeleceu-

se esta relação.

3.4.3 Acidez (pH) e sólidos solúveis totais (SST)

O pH e SST dos frutos maduros não foram afetados pelas

diferentes épocas de poda e número de ramos/espaçamento utilizado

(Apêndice 2L), oscilando, o pH, entre 5,03 e 5,27, e o teor sólidos

solúveis totais entre 14,6 e 15,9 ºBrix.

Page 99: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

82

Os valores de pH obtidos estão abaixo dos citados por

Almeida e Martin (1997) para figos produzidos no Brasil, entre 5,5 e

6,0. Bostan et al. (1999), Koyuncu (1999), Koyunku et al. (1999) e

Oseker e Isfendiyaroglu (1999), no entanto, relatam pH entre 4,2 e 5,9

e teores de SST entre 11,90 e 27,6, verificados em figos produzidos

em diferentes regiões da Turquia, onde os frutos são considerados de

alta qualidade.

Page 100: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

83

4 CONCLUSÕES

Nas condições em que a pesquisa foi conduzida, os

resultados obtidos permitem concluir que:

1. O cultivo da figueira cv Roxo de Valinhos em

ambientes protegidos mostrou-se tecnicamente viável na região de

Passo Fundo, RS.

2. Com o ambiente protegido, foi possível ampliar o

período da safra, antecipando o início para as primeiras semanas de

janeiro e retardando em até 3 meses o final da colheita, que ocorreu

em julho.

3. O ambiente protegido, combinado com a fertirrigação,

possibilitou excelente crescimento vegetativo, considerando-se o

comprimento de até 1,40 m atingido pelos ramos, em plantas com 2

anos de idade.

4. A condução da planta com 8 ramos, o espaçamento de

1,50 m x 1,90 m, podada em 10 de agosto, apresentou melhores

resultados, proporcionando maior produção por planta e por hectare,

sem afetar o peso médio dos frutos e os aspectos qualitativos.

5. O cultivo em ambiente protegido impediu as perdas por

podridões de frutos.

Page 101: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

84

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho permitiu uma avaliação inicial da

possibilidade de cultivo de figueiras em ambiente protegido. Estes

primeiros resultados indicam a viabilidade da tecnologia e apontam a

necessidade de continuidade das pesquisas.

A ampliação do período de safra, com o uso de ambiente

protegido, e a inviabilidade da poda em maio ficaram evidentes, mas

acredita-se que com podas em épocas intermediárias (sugere-se final

de junho) e uso de quebra de dormência com produtos químicos, o

início da colheita possa ter antecipação maior, ampliando o período de

colheita obtido. Outra tecnologia usada em nível de campo e que

necessita ser investigada em ambiente protegido, é o uso da oleação.

O provável acréscimo no rendimento com o aumento da

idade das plantas e uso de outros números de ramos e espaçamentos

podem otimizar o uso do espaço, aumentando as chances de

viabilidade da tecnologia. O aspecto geral das plantas e o espaço entre

linhas observado no final deste experimento indicam a possibilidade

de conduzir um maior número de ramos por planta, aumentando o

rendimento obtido por área construída.

Alguns problemas constatados, entretanto, precisam ser

estudados em maior profundidade antes de recomendar o uso da

tecnologia em larga escala: a alta incidência de ferrugem constatada

no período de colheita pode se tornar um fator limitante; a ocorrência

de dano provocado por ácaros, praga pouco comum em figueiras

cultivadas a céu aberto, também é um fator que requer atenção.

Os resultados econômicos proporcionados pelo aumento

do rendimento, ampliação do período da colheita e redução dos riscos

de perda de frutos por podridão também precisam ser analisados em

Page 102: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

85

conjunto com o custo das instalações, para determinar a viabilidade

econômica da tecnologia.

Page 103: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

87

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Page 114: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

98

APÊNDICES

Page 115: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

99

Apêndice 1A. Temperatura mensal normal histórica e médias mensais das temperaturas máxima, mínima e média registradas no ambiente externo em Passo Fundo, RS (Embrapa-Trigo, 2002)

Temperaturas ambientes

0

5

10

15

20

25

30

35m

ai/0

1ju

n/01

jul/0

1ag

o/01

set/0

1ou

t/01

nov/

01de

z/01

jan/

02fe

v/02

mar

/02

abr/0

2m

ai/0

2ju

n/02

jul/0

2ag

o/02

set/0

2

tem

p. m

édia

s m

ensa

is (º

C)

média das máximas média das mínimasmédia das médias Normal histórica

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100

Interior da estufa

0

5

10

15

20

25

30

35

40

jun/

01ju

l/01

ago/

01se

t/01

out/0

1no

v/01

dez/

01ja

n/02

fev/

02m

ar/0

2ab

r/02

mai

/02

jun/

02ju

l/02

ago/

02S

et-0

2

tem

p. m

édia

s m

ensa

is (º

C)

média das mínimas média das máximas média das médias

Apêndice 1B. Temperaturas médias mensais (máxima, mínima e média) registradas no interior da estufa durante o experimento – (UPF/FAMV. Passo Fundo- 2001/ 2002)

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101

Apêndice 1C. Temperatura média mensal (máxima e mínima) registradas no interior de uma estufa sob cultivo de figueiras e diferença das médias mensais (das máximas, médias e mínimas) no ambiente externo (Passo Fundo, RS; Safra 2001/2002)

Temperaturas registradas na estufa

Diferenças

(estufa -ambiente) Meses máximas mínimas máximas mínimas médias

jun/01 28,0 9,0 8,83 -0,74 1,62

jul/01 28,7 8,7 9,38 -2,21 2,12

ago/01 30,4 11,9 7,73 -0,51 1,66

set/01 27,4 14,0 7,25 2,05 1,35

out/01 31,8 14,6 7,12 0,72 2,74

nov/01 36,9 16,8 9,41 1,00 3,73

dez/01 37,0 16,7 9,36 0,95 3,57

jan/02 35,8 17,7 7,99 0,87 3,20

fev/02 36,4 17,0 9,04 1,11 3,67

mar/02 36,8 20,0 7,88 1,41 2,86

abr/02 33,5 16,6 7,72 1,07 2,69

mai/02 30,6 13,5 8,23 0,59 2,35

jun/02 26,2 10,2 7,75 1,08 2,58

jul/02 26,7 9,4 8,40 0,62 2,18

ago/02 28,3 11,2 7,86 -0,12 2,29

set/02 30,7 9,8 10,72 0,73 3,91

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102

Apêndice 1D. Méd Médias mensais de umidade relativa do ar verificadas no interior da estufa às 15 h, 21 h e médias diárias, durante o período de realização do experimento (UPF/FAMV. Passo Fundo- 2001/ 2002)

20

30

40

50

60

70

80

90

100ju

n/01

jul/0

1

ago/

01

set/

01

out/

01

nov/

01

dez/

01

jan/

02

fev/

02

mar

/02

abr/

02

mai

/02

jun/

02

jul/0

2

ago/

02

UR

A (%

)

média das médias média 15 h média 21 h

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103

Apêndice 2A. Resumo da ANOVA para o comprimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido, (Passo Fundo, RS- safra 2001/2002)

Comprimento mensal acumulado dos ramos FV GL

QM p Bloco 2 794,202 0,064 Época poda 2 2496,820 0,009 Erro 1 4 134,680 Nº ramos/Espaçamento 1 1159,158 0,096 Erro 2 2 131,038 Meses após poda 6 15387,851 0,000 Erro 3 12 216,826 Época poda x Nº ramos/ Espaç. 2 684,009 0,004 Época poda x Meses após poda 12 774,059 0,000

Meses após poda x Nº ramos/ espaç.

6

31,653

0,941

Meses após poda x Época poda X nº ramos/espaç.

12

26,523

0,995

Erro 4 64 110,358

TOTAL 125 CV 1 (%) 13,17 CV 2 (%) 12,99 CV 3 (%) 16,71 CV 4 (%) 11,92

DESDOBRAMENTO (MESES APÓS PODA x ÉPOCA PODA) Época poda FV GL QM p

Regressão linear 1 13282,372 0,00 Regressão quadrática 1 102,890 0,33 M

aio

Regressão Cúbica 1 324,660 0,09

Regressão linear 1 31907,039 0,00 Regressão quadrática 1 449,990 0,05

Ago

sto

Regressão Cúbica 1 1100,359 0,00

Regressão linear 1 49916,353 0,00 Regressão quadrática 1 4540,261 0,00

Out

ubro

Regressão Cúbica 1 1289,887 0,00

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104

Apêndice 2B. Resumo da ANOVA para o desdobramento da interação dos efeitos da época de poda x meses sobre o comprimento mensal acumulado dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido, (Passo Fundo, RS- safra 2001/2002)

Comprimento acumulado de ramos Meses

Nov. Jan. Maio

FV

GL QM p QM p QM p

Trat. desdob. 2 92,980 0,36 824,07 0,00 635,91 0,01 Resíduo 64 110,360 110,36 110,36

Apêndice 2C. Resumo da ANOVA para o crescimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Taxa de crescimento FV

GL QM p

Bloco 2 108,048 0,05 Época poda 2 114,715 0,50 Erro 1 4 16,384 Nº ramos/Espaçamento 1 29,930 0,11 Erro 2 2 3,939 Meses após poda 6 2733,684 0,00 Erro 3 12 67,297 Época x Nº ramos/ Espaç. 2 25,548 0,39 Época poda x Meses após poda 12 901,889 0,00

Meses após poda x Nº ramos/Espaçamento

6

12,360

0,83

Meses após poda x Época poda X Nº ramos/Espaçamento 12 17,741 0,77

Erro 4 64 26609

TOTAL 125 CV 1 (%) 22,69 CV 2 (%) 11,12 CV 3 (%) 45,98 CV 4 (%) 28,91

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105

Apêndice 2D.

Resumo da ANOVA para o número de folhas por metro linear de ramo e número de frutos emitidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Nº de folhas /metro de ramo

Número frutos emitidos/ramo FV GL

QM p QM p Bloco 2 5,109 0,13 5,711 0,77 Época poda 2 12,341 0,04 122,749 0,01 Erro 1 4 1,456 4,445 Nº ramos/ Espaç. 1 35,001 0,20 2,722 0,52 Erro 2 2 9,842 4,421 Época poda x Nº ramos/Espaç.

2

0,771

0,66

24,202

0,00

Erro 3 4 1,682 2,232 Total 17 CV 1 (%) 4,00 9,49 CV 2 (%) 10,41 9,47 CV 3 (%) 4,31 3,36

Apêndice 2E.

Resumo da ANOVA para a taxa de frutificação e número de frutos maduros colhidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002)

Taxa de frutificação

Nº frutos maduros colhidos por ramo FV GL

QM p QM p Bloco 2 7,894 0,77 8,874 0,26 Época poda 2 391,074 0,02 228,591 0,00 Erro 1 4 27,631 4,509 Nº ramos/Espaç. 1 2,801 0,54 1,561 0,44 Erro 2 2 5,217 1,744 Época poda x Nº ramos/Espaç.

2

116,284

0,07 27,251 0,01

Erro 3 4 20,166 1,039

Total 17 CV 1 (%) 9,13 12,29 CV 2 (%) 3,97 7,65 CV 3 (%) 7,80 5,90

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106

Apêndice 2F.

Resumo da ANOVA para o número de frutos maduros colhidos por planta e o peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Nº de frutos maduros/planta

Peso médio dos frutos maduros FV GL

QM p QM p Bloco 2 239,543 0,25 37,087 0,02 Época poda 2 919,696 0,00 128,862 Erro 1 4 120,118 3,350 Nº ramos/Espaç. 1 19286,480 0,00 6,361 0,39 Erro 2 2 11,895 5,394 Época poda x Nº ramos/Espaç.

2

2681,607

0,00 1,282 0,72

Erro 3 4 8,369 3,593

Total 17 CV 1 (%) 10,64 0,46 CV 2 (%) 3,35 4,39 CV 3 (%) 2,81 3,58

Apêndice 2G.

Resumo da ANOVA para o peso de frutos maduros colhidos por planta e por hectare de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Peso de frutos maduros/planta

Peso de frutos maduros.ha-1 FV GL

QM p QM p Bloco 2 1,681 0,07 56979504,635 0,08 Época poda 2 39,962 0,00 881824641,846 0,00 Erro 1 4 0,314 10708367,315 Nº ramos/Espaç. 1 53,941 0,00 7943035,082 0,50 Erro 2 2 0,038 11811619,818 Época poda x Nº ramos/Espaç.

2

10,472

0,00 78081679,146 0,01

Erro 3 4 0,069 3878087,930

Total 17 CV 1 (%) 10,08 11,83 CV 2 (%) 3,53 12,42 CV 3 (%) 4,71 7,13

Page 123: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

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Apêndice 2H. Resumo da ANOVA para a distribuição mensal da colheita de frutos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Distribuição mensal da colheita

FV

GL

QM p Bloco 2 8,067 0,08 Época poda 2 126,406 0,00 Erro 1 4 1,520 Nº ramos/Espaçamento 1 1,215 0,48 Erro 2 2 1,643 Meses após poda 6 153,305 0,00 Erro 3 12 1,607 Época poda x Nº ramos/ Espaç. 2 32,068 0,00 Época poda x Meses após poda 12 1,647 0,19 Meses após poda x Nº ramos/Espaç. 6 10,969 0,00

Meses após poda x Época poda x Nº ramos/Espaç. 12 2,464 0,02

Erro 4 64 1,087

TOTAL 125

CV 1 (%) 31,17 CV 2 (%) 32,40 CV 3 (%) 32,06 CV 4 (%) 26,36

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Apêndice 2I. Resumo da ANOVA para o peso de frutos verdes colhidos por ha de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Número de frutos verdes/ramo

Peso de frutos verdes. ha-1 FV GL

QM p QM p Bloco 2 0,904 0,60 55868,722 0,95 Época poda 2 23,320 0,01 19615388,722 0,01

Erro 1 4 1,538 976993,389

Nº ramos/Espaçamento 1 0,010 0,96 54340,056 0,91 Erro 2 2 2,879 3011011,056

Época poda x Nº ramos/Espaç.

2

1,303

0,42

1330832,056

0,31

Erro 3 4 1,195 844862,055

Total 17 CV 1 (%) 25,46 20,61 CV 2 (%) 34,84 36,18 CV 3 (%) 22,44 19,17

Page 125: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

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Apêndice 2J. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos CAT II (grandes, com comprimento entre 57 e 61 mm e diâmetro entre 55 e 64 mm) e percentuais somadas de CAT II + CAT III (médios, com comprimento entre 47 e 56 mm e diâmetro entre 45 e 54 mm) em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

Porcentagem de frutos CAT II (grandes) + CAT III (médios)

Porcentagem de frutos CAT II

(grandes) FV GL

QM p QM p Bloco 2 677,147 0,13 42,647 0,14 Época poda 2 882,407 0,09 48,905 0,11 Erro 1 4 194,811 12,431 Nº ramos/Espaçamento 1 107,556 0,50 46,401 0,33 Erro 2 2 157,342 28,762 Época poda x Nº ramos/Espaçamento

2

115,749

0,54

0,264

0,96

Erro 3 4 162338 7,070

Total 17 CV 1 (%) 17,27 24,98 CV 2 (%) 15,24 37,99 CV 3 (%) 15,79 18,84

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Apêndice 2K. Resumo da ANOVA para a porcentagem de frutos maduros colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

% frutos rachados no ostíolo após março

% frutos rachados no ostíolo sobre total colhido

FV GL QM p QM p Bloco 2 95,368 0,64 15,652 0,74 Época poda 2 58,590 0,75 65,982 0,35 Erro 1 4 191,618 47,103 Nº ramos/Espaç. 1 3,636 0,72 0,005 0,98 Erro 2 2 20,890 7,464 Época poda x Nº ramos/Espaçamento

2

52,219

0,56

16,220

0,58

Erro 3 4 77,886 25,509

Total 17 CV 1 (%) 60,04 53,12 CV 2 (%) 19,82 21,15 CV 3 (%) 38,28 39,09

Page 127: figueira cv. roxo de valinhos submetida a diferentes épocas de poda

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Apêndice 2L. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos maduros colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)

pH SST FV GL QM p QM p Bloco 2 0,008 0,504 0,674 0,388 Época poda 2 0,017 0,285 1,284 0,216 Erro 1 4 0,010 0,557 Nº ramos/Espaçamento 1 0,003 0,343 0,790 0,446 Erro 2 2 0,002 0,890 Época poda x Nº ramos/Espaçamento

2

0,029

0,270

0,561

0,202

Erro 3 4 0,016 0,229

Total 17

CV 1 (%) 1,93 4,89 CV 2 (%) 0,93 6,18 CV 3 (%) 2,45 3,14