fichamento bonavides. ciência política, 2002_paloma pereira

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Todos os direitos reservados. Sanções previstas na Lei n. 5.988, de 14.12.1973, artigos 122-130. Nenhuma parte deste documento pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, microfilmagem, gravação ou outro, sem escrita permissão da autora. Direitos reservados a: Paloma Silva Pereira. Se insistir, entrar em contato através de e-mail: [email protected] FICHAMENTO Autora: Paloma Silva Pereira Referência bibliográfica do texto: BONAVIDES, Paulo. Ciência política. 10 ed. São Paulo: Malheiros, 2002. Informações sobre o autor do texto: Paulo Bonavides é catedrático emérito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. Doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa. Medalha Rui Barbosa , a mais alta distinção honorífica que concede a Ordem dos Advogados do Brasil. Fundador e presidente do Conselho Diretivo da Revista Latino-Americana de Estudos Constitucionais. Atualmente, faz parte da Comissão Especial de Apoio à Emenda Constitucional por Iniciativa Popular do Conselho Federal da OAB.¹ ¹Texto informado pelo autor através da Plataforma Lattes. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/9451714604043914 Resumo e citações do texto: Análise das páginas 106 à 121. “O Estado moderno resume basicamente o processo de despersonalização do poder, a saber, a passagem de um poder de pessoa a um poder de instituições, de poder imposto pela força a um poder fundado na aprovação do grupo, de um poder de fato a um poder de direito.” (p. 106). A nosso ver, a força exprime a capacidade material de comandar interna e externamente; o poder significa a organização ou disciplina jurídica da força e a autoridade enfim traduz o poder quando ele se explica pelo consentimento, tácito ou expresso, dos governados (quanto mais consentimento mais legitimidade e quanto mais legitimidade mais autoridade).” (p. 107). Com respeito ao poder do Estado, urge considerá-lo através dos traços que lhe emprestam a fisionomia costumeira (...). Esses traços são: a imperatividade e natureza integrativa do poder estatal, a capacidade de auto- organização, a unidade e indivisibilidade do poder, o princípio de legalidade e

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Fichamento para a disciplina de Estudos Teóricos, 2015/1, curso de Relações Internacionais e Ciência Política, do Centro Universitário Uninter (Curtiba/PR).

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Todos os direitos reservados. Sanções previstas na Lei n. 5.988, de 14.12.1973, artigos 122-130. Nenhuma parte deste documento pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer forma

ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, microfilmagem, gravação ou outro, sem escrita permissão da autora. Direitos reservados a: Paloma Silva Pereira.

Se insistir, entrar em contato através de e-mail: [email protected]

FICHAMENTO

Autora: Paloma Silva Pereira

Referência bibliográfica do texto:

BONAVIDES, Paulo. Ciência política. 10 ed. São Paulo: Malheiros, 2002.

Informações sobre o autor do texto:

Paulo Bonavides é catedrático emérito da Faculdade de Direito da

Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. Doutor honoris causa pela

Universidade de Lisboa. Medalha Rui Barbosa , a mais alta distinção

honorífica que concede a Ordem dos Advogados do Brasil. Fundador e

presidente do Conselho Diretivo da Revista Latino-Americana de Estudos

Constitucionais. Atualmente, faz parte da Comissão Especial de Apoio à

Emenda Constitucional por Iniciativa Popular do Conselho Federal da OAB.¹

¹Texto informado pelo autor através da Plataforma Lattes. Disponível em:

http://lattes.cnpq.br/9451714604043914

Resumo e citações do texto:

Análise das páginas 106 à 121.

“O Estado moderno resume basicamente o processo de despersonalização do

poder, a saber, a passagem de um poder de pessoa a um poder de

instituições, de poder imposto pela força a um poder fundado na aprovação do

grupo, de um poder de fato a um poder de direito.” (p. 106).

“A nosso ver, a força exprime a capacidade material de comandar interna e

externamente; o poder significa a organização ou disciplina jurídica da força e

a autoridade enfim traduz o poder quando ele se explica pelo consentimento,

tácito ou expresso, dos governados (quanto mais consentimento mais

legitimidade e quanto mais legitimidade mais autoridade).” (p. 107).

“Com respeito ao poder do Estado, urge considerá-lo através dos traços que

lhe emprestam a fisionomia costumeira (...). Esses traços são: a

imperatividade e natureza integrativa do poder estatal, a capacidade de auto-

organização, a unidade e indivisibilidade do poder, o princípio de legalidade e

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legitimidade e a soberania.” (p. 107).

“O Estado, posto que seja uma forma de sociedade, não é a única, nem a

mais vasta, conforme lembra Del Vecchio, pois coexiste com outras que lhe

são anteriores no plano histórico, como a Família, ou o ultrapassam na

dimensão geográfica e nos quadros de participação, como sói acontecer com

algumas confissões religiosas: o cristianismo, por exemplo, no qual se filiam

povos de vários Estados.” (p. 107-108).

“Que traço essencial resta assim para separar o Estado, como organização do

poder, das demais sociedades que exercem também influência e ação sobre o

comportamento de seus membros? (...) o Estado, que possui o monopólio da

coação organizada e incondicionada, não somente emite regras de

comportamento senão que dispõe dos meios materiais imprescindíveis com

que impor a observância dos princípios porventura estatuídos de conduta

social.” (p. 107).

“Atua o Estado (...) no qual se movem outros círculos menores dele

dependentes ou a ele acomodados, que são os grupos e indivíduos, cuja

existência ganha ali certeza e personificação jurídica.” (p. 108).

“A minoria dos que impõem à maioria a sua vontade por persuasão,

consentimento ou imposição material forma o governo que, tendo a

prerrogativa exclusiva do emprego da força, exerce o poder estatal através de

leis que obrigam, não porque sejam “boas, justas ou sábias”, mas

simplesmente porque são leis, pautas de convivência, imperativos de

conduta.” (p. 108).

“Ao poder do Estado aderem certos traços ou qualidades fundamentais. O

primeiro é a natureza integrativa ou associativa do poder estatal, já em parte

compreendida nas considerações antecedentes e que faz que o portador do

poder do Estado, do ponto de vista jurídico, não seja uma pessoa física nem

várias pessoas físicas, mas sempre e indispensavelmente a pessoa jurídica, o

Estado¹.” (p. 108).

“O segundo traço essencial que deriva da existência do poder estatal é a sua

capacidade de auto-organização.” (p. 108).

“Há Estado desde que o poder social esteja em condições de elaborar ou

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modificar por direito próprio e originário uma ordem constitucional.” (p. 108).

“Existindo instrumento autônomo de poder financeiro, policial e militar com

capacidade organizadora e regulativa aí existirá o Estado².” (p. 108).

“A indivisibilidade do poder configura outra nota característica do poder

estatal.” (p. 109).

“Com a noção de unidade e indivisibilidade do poder, aufere o Estado

moderno um de seus postulados essenciais que, desprendendo o poder do

Estado do poder pessoal do governante, permite compreender a comunidade

regida fora das concepções civilistas do direito de propriedade, dominantes no

período medievo.” (p. 109).

“(...) o que se passa no Estado democrático contemporâneo. A titularidade do

poder estatal pertence aqui ao povo; o seu exercício, porém, aos órgãos

através dos quais o poder se concretiza, quais sejam o corpo eleitoral, o

Parlamento, o Ministério, o chefe de Estado, etc.³” (p. 109).

“(...) a contradição aparente (...). O poder do Estado na pessoa de seu titular é

indivisível: a divisão só se faz quanto ao exercício do poder, quanto às formas

básicas de atividade estatal.” (p. 109).

“Distribuem-se através de três tipos fundamentais para efeito desse mesmo

exercício as múltiplas funções do Estado uno: a função legislativa, a função

judiciária e a função executiva, que são cometidas a órgãos ou pessoas

distintas, com o propósito de evitar a concentração de seu exercício numa

única pessoa.” (p. 109).

A partir do capítulo 8 - LEGALIDADE E LEGITIMIDADE DO PODER

POLÍTICO

“A legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância das

leis, isto é, o procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito

estabelecido.” (p. 111).

“A legalidade (...) movendo-se em consonância com os preceitos jurídicos

vigentes ou respeitando rigorosamente a hierarquia das normas, que vão dos

regulamentos, decretos e leis ordinárias até a lei máxima e superior, que é a

Constituição.” (p. 111).

“O poder legal representa por consequência o poder em harmonia com os

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princípios jurídicos, que servem de esteio à ordem estatal.” (p. 111).

“O conceito de legalidade se situa assim num domínio exclusivamente formal,

técnico e jurídico.” (p. 111).

“Já a legitimidade tem exigências mais delicadas, visto que levanta o problema

de fundo, questionando acerca da justificação e dos valores do poder legal.”

(p. 112).

“No conceito de legitimidade entram as crenças de determinada época, que

presidem à manifestação do consentimento e da obediência.” (p. 112).

“O princípio de legalidade nasceu do anseio de estabelecer na sociedade

humana regras permanentes e válidas, que fossem obras da razão, e

pudessem abrigar os indivíduos de uma conduta arbitrária e imprevisível da

parte dos governantes. Tinha-se em vista alcançar um estado geral de

confiança e certeza (...).” (p. 112).

“Enfim, o princípio da legalidade atende aquele ideal jeffersoniano de

estabelecer um governo da lei em substituição do governo dos homens (...).”

(p. 113).

“Do ponto de vista histórico, partimos das relações entre legalidade e

legitimidade, cuja distinção a antigüidade romana e o direito Canônico

ignoraram por completo.” (p. 113).

“(...) o antagonismo que a França monárquica passou a testemunhar entre a

legitimidade histórica de uma dinastia restaurada e a legalidade vigente do

Código napoleônico.” (p. 113).

“(...) sustentando os liberais a legalidade da monarquia constitucional e os

conservadores o requisito de legitimidade da mesma, como forma de poder.”

(p. 113).

“Mas duas crises históricas de consideráveis proporções vieram ainda abater-

se sobre o princípio da legalidade e legitimidade.” (p. 114).

“Com o Manifesto de Marx e os desenvolvimentos ulteriores da teorização de

Lênin, Trotski e Lukács, a lei, que fora o Coroamento doutrinário do

racionalismo europeu, aparece agora degradada a instrumento da sociedade

de classes, como a superestrutura social da opressão burguesa (...).

Despreza-se a lei como fim e dela se serve como meio.” (p. 114).

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“Durante o nacional-socialismo a crise chega ao máximo grau de intensidade.”

(p. 115).

“(...) retomar o problema mediante um segundo ponto de partida: o filosófico.”

(p. 115). Relembrando, o primeiro ponto analisado é o histórico, citado

anteriormente.

“Do ponto de vista filosófico, a legitimidade repousa no plano das crenças

pessoais, no terreno das convicções individuais de sabor ideológico, das

valorações subjetivas, dos critérios axiológicos variáveis segundo as pessoas,

tomando os contornos de uma máxima de caráter absoluto, de princípio

inabalável, fundado em noção puramente metafísica que se venha a eleger

por base do poder.” (p. 115).

“A legitimidade assim considerada não responde aos fatos, (...) mas inquire

acerca dos preceitos fundamentais que justificam ou invalidam a existência do

título e do exercício do poder, da regra moral, mediante a qual se há de mover

o poder dos governantes para receber e merecer o assentimento dos

governados.” (p. 115).

“A esse respeito, vale ressaltar a importância que tem o entendimento

sociológico da legitimidade, a qual implica sempre numa teoria dominante do

poder.” (p. 116).

“A observação nos mostra, segundo Duverger, que numa certa época e num

certo país, há sempre uma teoria dominante do poder, à qual adere a massa

dos governados.” (p. 116).

“Debaixo do mesmo prisma sociológico, Max Weber faz que a legalidade

repouse sobre três formas básicas de manifestação da legitimidade: a

carismática, a tradicional e a legal ou racional.” (p. 117).

“A autoridade carismática (...) se baseia, segundo o sociólogo, na direta

lealdade pessoal dos seguidores. (...) conserva nas suas formas mais puras o

caráter autoritário e imperativo5.” (p. 117).

“Já a autoridade tradicional (...) presta-se obediência à pessoa por respeito,

em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se reputa sagrada. (...)

A criação de um novo direito em face das normas oriundas da tradição é em

princípio impossível6.” (p. 117).

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“Quanto ao último tipo, o da autoridade “legal” (...) o poder fundado no

estatuto, na regulamentação da autoridade. Aqui assevera Max Weber: o tipo

mais puro é o da autoridade burocrática. Sua concepção fundamental se

resume na postulação de que qualquer direito pode ser modificado e criado”

(p. 117-118).

“intenta demonstrar que a posse do poder legal em termos de legitimidade

requer sempre uma presunção de juridicidade, de exeqüibilidade e obediência

condicional e de preenchimento de cláusulas gerais,” (p. 118).

“A doutrina mais recente dos autores franceses, já em parte examinada,

conforme vimos, se distribui, quanto ao problema da legalidade e legitimidade

dos governos, nas seguintes posições: 1) a legalidade é tão-somente questão

de forma; a legitimidade, questão de fundo, substancial, relativa à consonância

do poder com a opinião pública, de cujo apoio depende (Burdeau); 2) a

legitimidade é noção ideológica, a legalidade, noção jurídica; do ponto de

vista, porém, da ordem constitucional positiva as duas noções coincidem ou se

confundem (...); 3) legalidade é a conformação do governo com as disposições

de um texto constitucional precedente, ao passo que a legitimidade significa a

fiel observância dos princípios da nova ordem jurídica proclamada; a

legalidade será assim um conceito formal, a legitimidade, um conceito material

(...).” (p. 118-119).

“A legitimidade abrange por último duas categorias de problemas distintos. O

primeiro problema se relaciona com a necessidade e a finalidade mesma do

poder político que se exerce na sociedade através principalmente de uma

obediência consentida e espontânea, e não apenas em virtude da compulsão

efetiva ou potencial de que dispõe o Estado” (p. 120).

“Se a existência do poder político na sociedade se acha legitimada com rara

ou nenhuma discrepância (sendo a única exceção a dos anarquistas) o

problema da legitimidade, ao contrário, se complica quando a questão versada

entra a ser a do exercício legítimo do poder.” (p. 120).

“Mas não se exaure nisso o problema da legitimidade governativa. Cumpre

passar ao segundo problema, o de saber se todo governo é legal e legítimo ao

mesmo tempo e quais as hipóteses configurativas de desencontro desses dois

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elementos: legalidade e legitimidade.” (p. 120).

“Via de regra, os governos que nascem das situações revolucionárias, dos

golpes de Estado, das conspirações triunfantes, são governos ilegais mas

eventualmente legítimos, se abraçados logo pelo sentimento nacional de

aprovação ao exercício do seu poder. Confirmada a viabilidade desses

governos, a legitimidade fundará então com o tempo a nova legalidade. E esta

há de perdurar, conciliada no binômio legalidade-legitimidade, até que

ulteriores comoções da consciência nacional tragam com a intervenção súbita

de crises imprevistas e profundas para a conservação do poder a perda do

equilíbrio político dos sistemas legais e sua conseqüente destruição.” (p. 120-

121).

“O espinhoso tema legalidade e legitimidade do poder político abrange uma

literatura jurídica diminuta (...).” (p. 121).

“Dentre os estudos esparsos que compõem a pequena contribuição clássica

sobre o assunto, faz-se mister ressaltar o livro de Ferrero, pertinente ao antigo

princípio de legitimidade15 e o de Lênin (Esquerdismo, Doença Infantil do

Comunismo) (...).” (p. 121).

“Dos escritos mais antigos ainda conserva algum interesse nos dias presentes

o de autoria de Benjamin Constant sobre o espírito de conquista e usurpação18

e mais alguns discursos políticos de Wilson, quando o Presidente dos Estados

Unidos sustentou a doutrina americana da legitimidade democrática.” (p. 121).

Tese principal do texto:

A tese principal observada no texto é a discussão entre a legitimidade dos

Estados, definindo e explicando anteriormente os conceitos de legalidade e

legitimidade, estabelecendo as diferenças e aplicações de cada, para no

decorrer do texto justificar o Estado à base dessas definições e conceituar os

Estados.

Os conceitos são:

LEGALIDADE: “O conceito de legalidade se situa assim num domínio

exclusivamente formal, técnico e jurídico.” (p. 111-112).

LEGITIMIDADE: “Já a legitimidade tem exigências mais delicadas, visto que

levanta o problema de fundo, questionando acerca da justificação e dos

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valores do poder legal. A legitimidade é a legalidade acrescida de sua

valoração.” (p. 112).

Críticas e comentários à tese principal do texto:

Diferencia Sociedades de Estado, afirmando que as sociedades reunidas,

como religião e família, existem antes do Estado, e questiona qual a diferença

do estado. (p. 107).

O autor faz um questionamento sobre a legitimidade e legalidade, em

discussão com a legalidade ou não do estado, e expões critérios e

particularidades de cada sistema, classificando-os em Estado legítimo

carismático, tradicional, e legal ou racional, e contextualiza bem as realidades

expostas.