ficha para catÁlogo produÇÃo didÁtico pedagÓgica · era uma vez... contar histórias é uma...
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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: “A contação de histórias como recurso didático para a formação de leitores.”
Autor Nelci Santini Dambrós
Escola de Atuação Escola Estadual São Judas Tadeu - Ensino Fundamental
Município da escola Santa Izabel do Oeste
Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão
Orientador Prof.ª Dr.ª Greice da Silva Castela
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE - CASCAVEL
Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
5ª série
Localização
(identificar nome e endereço da escola de implementação)
Escola Estadual São Judas Tadeu - Linha São Judas Tadeu
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times
Como ler não está entre as atividades preferidas dos nossos alunos, neste trabalho buscou-se salientar a importância da leitura/contação de histórias no espaço escolar, fator preponderante para o ingresso do aluno no
New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
mundo da leitura literária, de modo que esta possa contribuir para a aquisição das habilidades de leitura e escrita. Para isso, propõem-se atividades variadas, como resgate de histórias de tradição oral junto às famílias, contação de histórias pelos alunos e professor, reescrita de histórias contadas e lidas, atividades de compreensão leitora de várias versões da fábula A Cigarra e a Formiga, produção de versões atuais da mesma, bem como sessões de histórias em vídeo. Assim, com essa prática, pretende-se reconstruir a forma de incentivar a leitura para os alunos, pois as boas histórias não encantam apenas pelo enredo, mas também pela beleza das palavras.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) contação de histórias; formação de leitores;fábulas.
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Nelci Santini Dambrós
Área PDE: Língua Portuguesa
NRE: Francisco Beltrão
Professor Orientador IES: Greice da Silva Castela
IES vinculada: UNIOESTE
Escola de Implementação: Escola Estadual São Judas Tadeu – Ensino Fundamental
Público Objeto da Intervenção: 5ª série
“Você é o contador de histórias de sua própria vida, e poderá ou não criar sua
própria lenda.” Isabel Allende
Era uma vez...
Contar histórias é uma atividade que remonta os primórdios da humanidade. Essa
atividade esteve presente muito antes da invenção da escrita e da origem de todos os
livros, nas histórias que os avós contavam aos netos, nos momentos em que mães
ninavam seus bebês, nas histórias contadas por contadores de histórias, na transmissão
de vivências aos mais jovens, na explicação de certos fenômenos, pela necessidade de
interação e partilha de experiências e como fonte de preservação da cultura de um povo.
O que sabemos é que a humanidade atravessou os marcadores do tempo e nessa
viagem trouxe consigo personagens, espaços, muita imaginação e a arte de contar
histórias.
Agora é com você...
Você gosta de ouvir histórias? Que tipo prefere? Por quê?
Em sua casa, existe alguém que costuma contar histórias? Quem?
Você se lembra de alguma história que tenha ouvido em sua casa ou na escola,
que tenha sido significativa para você? Qual? Por que ela foi marcante?
Para você, qual a contribuição das narrativas orais na sua formação pessoal e na
aquisição do gosto pela leitura?
Você já ouviu falar de algum contador de histórias famoso? Qual?
Na sua opinião, você acha que hoje ainda se contam histórias como se fazia
antigamente? Por quê?
Então, deixa que eu conto...
Professor, leia a história “A Formiguinha Aventureira” no link abaixo e
conte-a para os alunos:
http://fazendoletrasaventuras.blogspot.com/2009/06/formiguinha-
aventureira-henriqueta-v.html (Acessado em 26/05/2011).
Vamos testar se você prestou atenção na história.
A história que você acabou de ouvir tem relação com alguma outra que você
conhece? Qual? O que elas têm em comum?
Por que que essa formiga era diferente das demais moradoras do formigueiro?
A formiguinha não concordava com o modo de vida e de trabalho no formigueiro e
resolveu fugir. Você acha que sair dali e tentar encontrar um local diferente foi a
melhor saída para resolver o problema? Na vida real, você tem conhecimento de
algum caso semelhante? Comente.
O texto acima reforça a ideia da fábula original de que o trabalho da cigarra é uma
forma de “vagabundagem” quando compara o comportamento da formiguinha com
o estilo de vida da cigarra. Em que parte do texto é possível comprovar essa
afirmativa?
A história faz referência a um importante acontecimento histórico ocorrido no
Brasil, que foi o período da Ditadura Militar. Pesquise sobre esse período (quando
ocorreu, quanto tempo durou, o que aconteceu nesse período, o que é uma
ditadura...). O professor de História pode ajudar. Que elementos do texto se referem
a isso?
Resgatando histórias...
Voltemos no tempo e imaginemos, uma vez que sem imaginação não existe
conhecimento, uma noite fria, um fogão a lenha, uma avó contando histórias. Essas
sábias mulheres nos remetiam ao mundo do “Era uma vez...” e nossa imaginação viajava
por terras desconhecidas, reinos fantásticos povoados por reis, rainhas, príncipes
encantados, princesas, madrastas, fadas, bruxas, duendes, animais que falam e muitos
outros personagens, ou até onde a nossa imaginação pudesse alcançar, para retornar de
repente com um sonoro... “e foram felizes para sempre!”
Essa tradição se mantém, mesmo que de maneira restrita, perpetuada em muitas
famílias, na figura de mães, babás e avós, que contam ou leem histórias às crianças com
o intuito de distraí-las, fazê-las dormir e por que não, educá-las.
Converse com seus pais, tios, avós ou algum contador de histórias e peça-lhes que
lhe contem uma história, de preferência aquelas que eles escutavam quando crianças.
Você pode escrevê-la para não esquecer, pois terá de recontá-la ou lê-la aos colegas.
Uma história puxa outra...
De posse das histórias coletadas vamos promover uma “Roda de Histórias” a fim
de socializá-las com os colegas. Você verá como as narrativas têm o poder de encantar e
fascinar, pois nos possibilitam, através da ficção, o acesso à cultura que a humanidade
vem acumulando através da história, a imersão num mundo de sonhos e fantasias
permeado de profunda estética literária.
Você pode valer-se de recursos como fantoches, pintura do rosto, figurino
diferenciado, por exemplo, para narrar sua história.
Reescrevendo...Agora que todos conhecem as histórias vamos formar grupos e reescrevê-las a fim
de que sejam socializadas. Depois, uma bonita ilustração servirá de atrativo para que os
colegas da escola também queiram conhecê-las e, por que não, ouvi-las em outra Roda
de Histórias.
Caso surjam histórias repetidas, vamos analisar se houve diferentes versões para
uma mesma história e por que isso ocorre.
Você sabia?
Dia 20 de março é o Dia Internacional do Contador de Histórias. A data foi criada no início dos anos 90, na Suécia, mas logo se espalhou pelo planeta e hoje é comemorada em aproximadamente 25 países.http://olivreiro.com.br/blog/2010-03-19-a-arte-de-contar-historias (Acessado em 27/05/ 2011).
As histórias fazem parte da nossa cultura desde a origem do homem. O hábito de
narrá-las e também de escutá-las tem muitos significados. Relaciona-se à afetividade, já
que proporciona às pessoas o desenvolvimento da capacidade de ouvir e de se expressar
possibilitando um maior envolvimento afetivo entre as partes.
Como exemplo de narrativas de tradição oral temos as fábulas, gênero que se
difundiu através dos tempos ao transmitir ensinamentos por meio de criaturas imaginárias.
Você sabe o que é uma fábula? Saberia citar o nome de algumas?
Segundo o dicionário, fábula é uma pequena narrativa em que se aproveita a ficção alegórica para sugerir uma verdade ou reflexão de ordem moral, com intervenção de pessoa, animais e até entidades inanimadas.
Fonte: Moderno Dicionário de Língua Portuguesa – Michaelis.
Para saber mais...Do latim fabula, (verbo fabulare = contar, narrar), fábulas são pequenas narrativas
de tradição oral que trazem como personagens animais ou criaturas imaginárias que
dialogam no texto e representam traços do caráter humano, os quais podem ser positivos
ou negativos.
Nas fábulas, os animais personificam seres humanos; o tempo é indeterminado
(Certa vez...), o que torna o texto sempre atual, servindo de lição para qualquer época e a
narrativa é sempre em terceira pessoa.
Quase sempre, no finalzinho das fábulas aparece uma frase destacada chamada
de MORAL DA HISTÓRIA, como uma espécie de simbolismo ao leitor sobre o que a
história “quer dizer” ou a que tipo humano ela se refere. Por isso é importante a reflexão
sobre a situação apresentada e a relação que se pode fazer com a realidade. No entanto,
muitas vezes essa moral pode estar implícita nas últimas linhas do texto.
É comum nessas histórias a disputa entre forte e fraco, bom e ruim, o esperto e o
ingênuo etc., dando-nos a entender que a esperteza sempre vence a ingenuidade, a
pureza. Por exemplo, a raposa simboliza a esperteza, a astúcia, por isso, alguns políticos
são ironicamente chamados de raposas.
Mas a lição maior desse gênero textual não se dá, pura e simplesmente, pela
aceitação da “moral da história”, mas sim pela análise e compreensão do modo como
certos personagens saem vencedores em detrimento de outros. Com as fábulas, aprende-
se, por exemplo, a reconhecer como age um adulador e assim a nos precaver contra
certas atitudes, desconfiar de certas pessoas e a tomar cuidado com a forma com que se
utiliza a linguagem para tirar vantagem sobre alguém.
Assim, a fábula passa a ser uma excelente aliada na prática da reflexão sobre o
comportamento humano e as vicissitudes da vida, e não uma mera forma de impor
“verdades” às pessoas.
Você sabia?
Um dado curioso na história da transmissão das fábulas é que, na Idade Média, a importância que se dava à lição moral das histórias era tamanha que os copistas costumavam escrevê-la com letras vermelhas ou douradas, enquanto o texto era em preto. Algumas vezes, entretanto, o copista deixava em branco o espaço destinado à lição moral, começando novo texto em preto para, mais tarde, usar a tinta vermelha ou dourada
de uma só vez. Com isso, em raríssimos casos de esquecimento, foram omitidas em algumas fábulas as respectivas lições de moral.http://literatura.moderna.com.br/catalogo/encartes/85-16-03983-8.pdf (Acessado em
30/05/2011).
De onde vem a fábula?
As fábulas são tão antigas quanto à linguagem humana. Nasceram da oralidade e
foram transmitidas de um lado para o outro pelos contadores de histórias.
Você já ouviu falar de Esopo, Jean de La Fontaine e Monteiro Lobato? O que você
sabe sobre eles?
Vamos pesquisar sobre esses famosos escritores e conhecer um pouco mais suas
obras. Vale à pena.
Esopo
A referência mais antiga que temos de Esopo é do historiador grego Heródoto
(século V a.C.), que diz que Esopo foi escravo e autor de fábulas, mas a própria
existência desse autor ainda é motivo de discussão entre os historiadores. Dizem
que ele teria nascido na Trácia, na Lídia ou na Frígia, regiões da Ásia Menor, no
século VI a.C.
Dotado de muita inteligência e criatividade, teria sido levado como escravo para a
Grécia, onde foi muito prestigiado pelos atenienses. Atenas, nos séculos VI e V
a.C., por seu desenvolvimento, era um ponto de encontro de artistas e intelectuais
de várias partes do mundo. O prestígio de Esopo foi tal que chegou a merecer uma
estátua em praça pública, que o representava como um homem comum e não como
alguém com o rosto disforme de tão feio, conforme se passou a dizer dele por volta
do século IV d.C.
Sabe-se também que ele não registrou suas histórias. Acredita-se que elas tenham
sido escritas cerca de 200 anos após sua morte pelo primeiro escritor latino, Fedro.
Jean de La Fontaine
Considerado o pai da fábula moderna, esse escritor (século XVII – 1601 – 1700)
usava a fábula, em versos e em prosa, para denunciar as misérias e as injustiças de
sua época.
A partir dessa época, muitas histórias escritas inicialmente para adultos já
começaram a ser adaptadas para crianças, retirando delas os elementos violentos e
os aspectos nocivos à educação. Mas a fábula moderna preserva todo o vigor que
vem apresentando desde os tempos antigos
Monteiro Lobato
Com seu projeto de criar uma literatura voltada para as crianças, Monteiro Lobato
interessou-se pelas fábulas.
O fabulista brasileiro, além de recontar as fábulas de Esopo e de La Fontaine, criou
suas próprias com a turma do Sítio, como mostra seu livro “Fábulas”.
O escritor usou as fábulas para criticar e denunciar as injustiças, tiranias, mostrando
às crianças a vida como ela é. Nelas mostra que o melhor é ser esperto (inteligente)
porque o forte sempre vence.
Uma história puxa outra...
Agora que aprendemos um pouco mais sobre as fábulas e ficamos conhecendo um
pouco da vida desses três fabulistas, vamos conhecer mais profundamente uma das mais
importantes criações desse gênero, A Cigarra e a Formiga, e suas várias versões. Vamos
lá? Leia os textos abaixo e depois responda as questões.
Texto I
A Cigarra e as Formigas
Esopo
Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece uma cigarra:
“Por favor, formiguinhas, me dêem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer.”
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:
“Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?”
“Para falar a verdade, não tive tempo”, respondeu a cigarra. “Passei o verão cantando!”
“Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando”, disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.
Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem
("Fábulas de Esopo" - São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004)
Texto II
A cigarra e a formiga
La Fontaine (1621-1695)Tradução de Bocage (1765-1805)
Tendo a cigarra, em cantigas,Folgado todo o Verão,
Achou-se em penúria extrema,Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalhaQue trincasse, a tagarelaFoi valer-se da formiga,Que morava perto dela.
- Amiga - diz a cigarra -- Prometo, à fé de animal,Pagar- lhe, antes de Abril,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,Nunca dá; por isso, junta.- No Verão, que fazias? Boa vida? - ela pergunta.
Responde a outra: - Eu cantavaNoite e dia, a toda hora.
- Oh! Bravo! - torna a formiga - Cantavas?
Pois então dança agora!
LIÇÃO DE VIDA: Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre um alto preço por sua imprevidência
Fonte: Fábulas de La Fontaine. Tradução: Bocage Rio de Janeiro: Editora Brasil-América, 1985
Texto III
Sem barra
José Paulo Paes
Professor, José Paulo Paes transformou em poema a fábula A Cigarra e a Formiga e revelou que de alguma maneira todos são úteis. Veja no link
abaixo ou na obra do autor
http://mundo-dos-textos.blogspot.com/2008/06/jos-paulo paes
transformou-em-poema.html (Acessado em 25/04/2011)
Paes, José Paulo (89). Sem barra IN Olha o bicho. São Paulo, Ática
Texto IV
A Cigarra e a Formiga (A formiga Boa)
Monteiro Lobato
Texto V
A Cigarra e a Formiga (A formiga Má)
Monteiro Lobato
Colega professor, os textos IV e V você encontra nos endereços abaixo.
http://gvpoeta.blogspot.com/2008/07/cigarra-e-formiga-boa-e-cigarra-e.html (Acessado em 30/04/2011) ou
(Monteiro Lobato - Fábulas, São Paulo, Editora Brasiliense, 1966)
Agora é com você...
1. Quem são os personagens dos textos?
2. É possível saber onde e quando ocorre o fato narrado em cada texto? Em qual texto é
possível perceber? Comprove com fragmentos dos textos.
3. Qual o assunto de cada texto?
4. Os textos I, II, IV e V lidos são fábulas. Que elementos assim os caracterizam?
5. O que você sabe sobre as formigas e sobre a forma de organização do trabalho desses
animais? E sobre as cigarras? Se não souber responder, pesquise.
6. Você também concorda que o canto da cigarra é uma forma de trabalho? Comente
sobre isso.
7. Você está mais pra cigarra ou formiga? Por quê?
8. Os personagens das histórias lidas possuem habilidades diferentes. Quais são elas?
Você julga uma mais importante do que a outra? Por quê?
9. Com qual bicho você se parece? Pense nos aspectos comportamentais e encontre seu
semelhante no mundo animal, explicando o porquê dessa semelhança.
10. As fábulas tinham como um de seus propósitos criticar certos vícios humanos na
sociedade da época. Então, se a história fosse hoje, com quem você relacionaria a cigarra
e a formiga nos textos de Lobato?
11. Você considera que a atitude das formigas em relação à cigarra foi incorreta ou
correta? Por quê?
12. Na vida real, você conhece alguma história que seja semelhante a essa?
13. Descreva, com suas palavras, o significado da Moral da Fábula I e II.
15. A fábula tradicional sugere que o trabalho da formiga tem mais valor do que a cantiga
da cigarra. Você também pensa assim? Comente.
16. O que pode causar mais tristeza: o fato de não ter o que comer e sentir frio, como a
cigarra, ou viver de modo mecânico e pensar exclusivamente no trabalho, como as
formigas? Justifique sua resposta.
17. O texto III também é uma releitura da fábula tradicional. Nele o autor absolve ou
condena a cigarra? Comprove com um trecho do texto.
Quem conta um conto aumenta um ponto... Será?
Você sabe o que significa essa expressão?
Todo mundo fala que as histórias vão se modificando ao serem transmitidas
oralmente. Será mesmo?
Vamos fazer um teste para comprovar essa “verdade”? A dinâmica é a seguinte:
a) O professor pedirá para que quatro alunos saiam da sala e contará uma história
aos que ficaram.
b) Em seguida, o professor pedirá para que um dos alunos que estavam na sala conte
a mesma história para um dos que estava fora e fora convidado a entrar.
c) Após esse aluno ouvir toda a história deverá recontá-la a outro que estava fora da
sala.
d) O processo deverá se repetir até que o último aluno que ficou fora da sala escute a
história. Após escutá-la esse aluno deverá recontá-la a toda a turma (os colegas
não podem interferir na história).
O professor pode usar qualquer história de sua preferência, o importante é que os
ouvintes sejam capazes de transmitir o que ouviram sem alterar, acrescentar ou esquecer
os fatos mais importantes. Os resultados são surpreendentes. Vale à pena conferir.
Texto VI
Releitura da fábula "A Cigarra e a Formiga" de La Fontaine:
A cigarra e a formiga
ADAPTAÇÃO DE VAZ NUNES
Para conferir a releitura da fábula “A Cigarra e a Formiga”, acesse:
http://web.educom.pt/~pr1305/inverno_cigarra_formiga2.htm (Acessado em 25/06/2011)
Agora é com você...
1. Você gostou dessa releitura da fábula A Cigarra e a Formiga? Por quê?
2. Nesse texto, como é a cigarra? E a formiga?
3. Por que a cigarra procurou a formiga?
4. Nessa versão da fábula notamos que a cigarra “se deu bem” usando seu talento para
subir na vida. Você acha que hoje existem exemplos iguais a esse de pessoas que com
muito menos esforço adquirem uma situação financeira melhor que outras que exercem
um trabalho mais árduo? Comente sobre o assunto.
5. Você concorda com a moral da fábula? Explique.
6. Se a cigarra não tivesse sido contratada para fazer shows em Paris, qual seria a sua
situação durante o inverno? Comente.
7. Sabemos que a sociedade, atualmente, valoriza mais algumas profissões enquanto
outras não são tão valorizadas. Quais são, no seu ponto de vista, as profissões mais e as
menos valorizadas? Por que isso acontece?
8. No último parágrafo, qual sentimento a formiga deixa transparecer em relação ao autor
da fábula? Comprove com um exemplo.
9. Você já ouviu o ditado “Deus ajuda quem cedo madruga”? Você acha que nesse texto
essa moral se aplica? Comente.
10. O que provoca humor nesse texto?
Você sabia?
A mais famosa contadora de histórias que consta na literatura universal é Sherazade, uma princesa árabe. O rei Shahryar traído pela esposa e no intuito de se vingar manda matá-la, e a cada noite se casa com uma nova mulher, autorizando sua execução a cada manhã. Sherazade, exímia contadora de histórias, se oferece para desposá-lo a fim de livrar a todas as moças do reino da terrível sina. Assim, em acordo com sua irmã, Duniazade, começa a contar-lhe uma história na noite de núpcias a fim de fazê-la dormir. O rei Shahryar fica encantado com a intrigante história que não pode ser terminada antes do amanhecer. Curioso para conhecer o seu final, concede à esposa mais um dia de vida. Essa seria a primeira de mil e uma noites. As histórias de Sherazade são sempre interrompidas na parte mais interessante. Assim durante mil e uma noites ela conta histórias ao rei que, encantado com sua habilidade narrativa e finalmente apaixonado por ela, resolve poupar-lhe a vida.
http://contarerecontarparaencantar.blogspot.com/2007/06/blog-post.html (Acessado em 10/07/2011).
Afinal, existe receita para contar uma boa história?
Contar histórias é uma arte. Muitas pessoas têm esse dom, mas qualquer um
pode desenvolver essa habilidade, desde que haja algum treino para isso. Para a
contadora de histórias, Regina Machado, “ler ou contar, tanto faz, desde que seja de uma
forma viva”. O que também não pode faltar é entusiasmo. Vamos treinar um pouco? Antes
disso, preste atenção nas dicas:
1. Escolha uma história de que você gosta muito e deseja contar.
2. Leia essa história muitas vezes.
3. Feche os olhos e imagine o cenário, os personagens, o tempo, etc.
4. Escolha a voz para o narrador e para os personagens da história.
5. Exercite seu poder de concentração.
6. Tenha cuidado com sua postura e os vícios de linguagem.
7. Conte para alguém antes de contar para todo mundo.
8. Na hora de contar, olhe para todos: o olhar diz muita coisa.
9. Seja natural, deixe falar seu coração e seduza o ouvinte para que ele deseje ouvir
novamente.
http://www.botucatu.sp.gov.br/Eventos/2007/contHistorias/index.html (Acessado em 10/07/2011).
E lá vem história...
Vamos assistir a uma versão animada da fábula A Cigarra e a Formiga. Depois, em
duplas ou em trios, escolham uma fábula tradicional para recontar aos colegas,
usando fantoches. Caso vocês se sintam inibidos podem “se esconder” atrás do
cenário, construído para esse fim. Não se esqueçam das dicas acima para que a
apresentação seja um sucesso e arranque muitos aplausos da plateia. Depois, que
tal estender as apresentações a toda à escola numa roda de contação de
histórias?
De contador a escritor...
Abaixo há duas propostas de atividades com duas opções cada uma. Em duplas,
realizem duas atividades (uma de cada proposta). Produzam versões modernas
para as fábulas a partir do início dado. Que tal, depois das produções revisadas e
reescritas, socializá-las com os colegas? As mesmas, ainda, podem virar um livro
feito por vocês e dados para a biblioteca da escola. Uma bela ilustração também
enriquecerá o trabalho. Os melhores textos podem ser escolhidos pela turma para
serem dramatizados.
Dica: Uma boa história tem sempre uma situação conflituosa para ser resolvida com
inteligência e bom humor.
Proposta 1
A) Imagine uma história em que as cigarras eram donas de uma grande fábrica de
instrumentos musicais. Assim, nos momentos de descanso aprenderam a tocar
vários instrumentos e montaram uma banda de Rock para animar os bailes na
cidade.
B) No mundo em que os animais falavam, um dia a Formiga Rainha reuniu todas as
formigas operárias na sala de reuniões do formigueiro para uma importante reunião.
O assunto a ser tratado era...
Proposta 2
Escolham uma dupla de animais e criem uma fábula em que os mesmos se
envolvem em uma situação embaraçosa. Não se esqueçam da moral da história,
que deve ser a exposta abaixo das imagens.
A)
Arquivo Pessoal
http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt- (Acessado em 20/07/2011).
MORAL DA HISTÓRIA: “Mais vale um burro que me carregue do que um
cavalo que me derrube.”
B)
Baú de histórias....
Foram muitos momentos para contar, ouvir, produzir, ilustrar, imaginar, representar,
apreciar histórias... Então, vamos perpetuar esse momento montando um baú de
histórias produzidas pela turma e clássicos da literatura? Histórias super-divertidas
http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt- (Acessado em 20/07/2011)
Arquivo Pessoal
MORAL DA HISTÓRIA: “Quem vê cara não vê coração.”
ficarão guardadas dentro desse baú! Quando ele for aberto, tudo poderá
acontecer... Então, esse será nosso tesouro e periodicamente faremos uma sessão
de contação ou leitura dramatizada de histórias...Quem sabe, não nasce aqui mais
um artista da arte de contar histórias?
Enfim, escutar ou ler histórias, além de ser atividade envolvente e prazerosa,
contribui, ainda, para a formação da criança no que se refere aos aspectos social,
cognitivo, afetivo e cultural. Afinal, o contato com a literatura é a forma mais emocionante
de conhecer o mundo. E é também o ponto-chave para a aquisição da competência
leitora. Segundo Abramovich (1997, p.23), “o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o
musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever,
o querer ouvir de novo. Afinal, tudo pode nascer dum texto!”
Referências
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989. BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 2. ed. São Paulo: Ática,1986. BUSATTO, Cléo. A arte de contar histórias no século XXI: tradição e ciberespaço. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.______________Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. Petrópolis: Vozes, 2003.DE NICOLA, José. Entre ecos e outros trecos. São Paulo: Moderna, 1991.
http://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/flash/cigarrasom.jhtm
http://www.girafamania.com.br/tudo/a_lfabula.html
http://www.youtube.com/watch?v=IezC65lMZKY
http://www.google.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/
LA FONTAINE, Jean de. Fábulas de La Fontaine. Rio de Janeiro: EBAL, 1991.
LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1982.
PAES, José Paulo. Olha o bicho. 11. ed. São Paulo: Ática, 2000.
PARANÁ, DCE. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. LÍNGUA PORTUGUESA. Governo do Paraná. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Curitiba: SEED, 2009.
Para saber ainda mais...
• Você sabia que a arte de contar histórias virou profissão para muitas pessoas?
Contar histórias faz parte da rotina de Ilan Brenman, Bia Bedran, Regina Machado, Cléo
Busatto entre outros, que encantam crianças e adultos em espetáculos que envolvem
contação de histórias e música. Para conhecer um pouco mais o trabalho desses
profissionais e ouvir lindas histórias acesse o link abaixo:
www.youtube.com/watch?v=9NrOMDp1FSU (Acessado em 30/07/2011)
• Atividade semelhante à citada acima virou projeto para o Instituto História Viva, de
Curitiba, no Paraná, onde histórias de vida, contadas pelos mais velhos, são
transformadas em contos e crônicas infantis e ilustradas por crianças, retornando à
origem, levando vida, alegria e solidariedade a milhares de pessoas.
http://g1.globo.com/acao/noticia/2011/04/historias-contadas-pelos-mais-velhos-se-transformam-em-contos-e-cronicas.html (Acessado em 19/04/2011)
• Como os franceses e os ingleses contariam a história A Cigarra e a Formiga? Para
saber acesse o link abaixo:
http://jornaldapukka.wordpress.com/2008/12/18/a-cigarra-e-a-formiga/ (Acessado em 19/04/2011)
• O brasileiro é um povo alegre e criativo. Para comprovar leia, no link abaixo, as
releituras da fábula de Esopo contada num panorama brasileiro bem atual e com uma
elevada dose de bom humor.
http://jornaldapukka.wordpress.com/2008/12/18/a-cigarra-e-a-formiga/ (Acessado em 19/04/2011)
• O escritor Severino José escreveu uma versão bem “quente”, em forma de cordel, da fábula A Cigarra e a Formiga. Para conhecer, acesse:
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u16.jhtm (Acessado em 20/07/2011)
• Para quem é ligado em finanças e investimentos aprenda como fazer seu dinheiro
render mais lendo a versão financeira da fábula A Cigarra e a Formiga. Onde? Acesse:
http://www.dinheiroemfoco.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=89:conto-da-formiga-e-
da-cigarra-versao-financeira-&catid=38:artigos&Itemid=166 (Acessado em 19/04/2011)
• Gustave Doré foi pintor, desenhista e grande ilustrador francês de livros de
meados do século XIX. Foi também um marco na arte da ilustração, influenciando os
ilustradores que o sucederam. Ilustrou muitas fábulas, entre elas, A Cigarra e a Formiga.
Para conhecer seu trabalho ilustração, acesse:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:La_cigale_et_la_fourmi_illustration_dore.jpg (Acessado em 19/04/2011)
• José de Nicola em seu poema, Histórias Malcontadas, também expressa seu
louvor à cigarra, que com seu trabalho de canto e poesia produz alegria. Para conferir,
acesse:
https://picasaweb.google.com/berenice033/AtividadesEducativasPCriancasPoemasMontagemDeHistoriasE
mQuadrinhosMatematicaDivertida#5484557098979930978 (Acessado em 30/07/2011)