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1

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

Título: Os recursos didáticos nas aulas de Biologia.

Autora Roseney Zago

Escola de Atuação Colégio Estadual La Salle – Ensino Fundamental e Médio

Município da escola Pato Branco

Núcleo Regional de

Educação

Pato Branco

Orientador Prof. Carlos Eduardo Bittencourt Stange

Instituição de Ensino

Superior

UNICENTRO

Disciplina/Área (entrada no

PDE)

Biologia

Produção Didático-

pedagógica

Caderno Pedagógico.

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as

diferentes disciplinas

compreendidas no trabalho)

Público Alvo (indicar o grupo

com o qual o professor PDE

desenvolveu o trabalho:

professores, alunos,

comunidade...)

Professores da disciplina de Biologia da Rede Estadual de Ensino do município de Pato Branco.

Localização (identificar

nome e endereço da escola

de implementação)

Colégio Estadual La Salle – Ensino Fundamental e Médio Rua Ararigbóia, 891 – Bairro La Salle. Pato Branco – PR

2

Apresentação: (descrever a

justificativa, objetivos e

metodologia utilizada. A

informação deverá conter no

máximo 1300 caracteres, ou

200 palavras, fonte Arial ou

Times New Roman,

tamanho 12 e espaçamento

simples)

Almejando uma aprendizagem significativa dos educandos o presente material tem por objetivo promover o aprofundamento da discussão sobre a importância de variantes na utilização dos recursos didáticos como ferramentas no ensino da biologia, contribuindo com propostas pedagógicas fundamentadas. Espera-se ainda auxiliar os educadores na busca por um ensino de qualidade, despertando no educando o gosto pela ciência havendo simultaneamente a formação de cidadãos conscientes capazes para refletir, enfrentar e resolver questões sociais com componentes biológicos.

Ressalta-se que “(...) os usos de recursos didáticos não são garantia de aprendizagem, é preciso, a partir deles, criar situações e condições favoráveis para a mesma”. (LOPES, 2009, p.03).

Assim, acreditam-se ser necessário conhecer o perfil do professor, suas dificuldades, metodologias utilizadas nas aulas, e perspectivas de formação permanente. Buscando esse perfil dos educadores será realizada uma pesquisa baseada em instrumentos diagnósticos avaliativos, com questões fechadas, procurando identificar a relação dos docentes com a variedade de recursos didáticos possíveis no âmbito da Biologia.

Em encontro com tais docentes em Pato Branco, divulgar-se-á os resultados obtidos e analisados, promovendo um repensar e autoavaliação sobre a prática pedagógica na área divulgando o material didático elaborado com propostas de atividades através de: visitas orientadas, sensoriamento remoto e experimentos.

Palavras-chave (3 a 5

palavras)

Microscopia, Visitas Orientadas e Sensoriamento

Remoto.

3

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Roseney Zago

OS RECURSOS DIDÁTICOS NAS AULAS DE BIOLOGIA.

Guarapuava 2011

4

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Roseney Zago

OS RECURSOS DIDÁTICOS NAS AULAS DE BIOLOGIA.

Guarapuava 2011

Material didático apresentado ao

orientador Me. Carlos Eduardo

Bittencourt Stange e ao Programa de

Desenvolvimento Educacional/PDE para

implementação Didática na Escola.

5

APRESENTAÇÃO

É notório que os educadores buscam trabalhar suas aulas almejando

aprendizagem significativa e consequente alfabetização biológica (letramento) dos

educandos. Em que pese o esforço dos docentes, nem sempre isso ocorre, pois

infelizmente os alunos estão passivos e desmotivados pelo conhecimento da

disciplina. Diante disso, o tema escolhido para estudo e produção didática,

destinando-se aos docentes da área, é Recursos didáticos para o ensino de Biologia

na Educação Básica.

Este material visa promover o aprofundamento da discussão sobre a

importância de variantes na utilização dos recursos didáticos como ferramentas no

ensino da biologia, almejando contribuir com propostas fundamentadas de

intervenção didática, espera-se ainda auxiliar os educadores na sua busca por um

ensino de qualidade, onde se desperte o gosto pela ciência no educando e

simultaneamente haja a formação de cidadãos conscientes e capazes para refletir,

enfrentar e resolver questões sociais com componentes biológicos.

Convém ressaltar que o “(...) os usos de recursos didáticos não são garantia

de aprendizagem, é preciso, a partir deles, criar situações e condições favoráveis

para a mesma”. (LOPES, 2009, p.03).

Neste contexto de múltiplas exigências, acredita-se que melhorias da

qualidade de ensino devem ter como ponto de partida a caracterização do ensino,

ou seja, conhecer o perfil do professor, suas dificuldades, metodologias utilizadas

em sala de aula, e as perspectivas de formação permanente.

Na busca por esse perfil dos educadores da disciplina durante a realização da

implementação didática na escola será realizada uma pesquisa baseada em

instrumentos diagnósticos avaliativos, com questões fechadas, procurando

identificar a relação dos educadores com uma variedade de recursos didáticos

possíveis no âmbito da Biologia.

Posteriormente, em novo encontro do Grupo de Estudos com os docentes da

área no município de Pato Branco, divulgar-se-á os resultados obtidos e analisados

nesta pesquisa, para levantar um repensar e autoavaliação sobre a prática

pedagógica na área.

Neste sentido Lopes (2007/2008) coloca que,

6

(...) é importante que o professor constantemente avalie sua didática e sempre que possível, busque inovar sua metodologia de trabalho, de acordo com a demanda dos alunos, para que os conteúdos trabalhados na escola tenham significado em sua vida cotidiana.

Neste mesmo momento pretende-se divulgar o material didático elaborado, o

qual apresenta propostas de atividades através de: experimentos, visitas orientadas

e sensoriamento remoto.

Krasilchik (2005) ressalta que a biologia pode ser uma das disciplinas mais

relevantes e merecedoras da atenção dos educandos, ou uma das disciplinas mais

insignificantes e pouco atraentes, dependendo do que for ensinado e de como isso

for feito.

Os educadores buscam trabalhar suas aulas almejando uma aprendizagem

significativa para que o educando seja capaz de utilizar os significados que já

internalizou em prol de melhorias na sua qualidade de vida e da sociedade, atuando

assim como um cidadão consciente e agente de transformação.

Espera-se com este material didático contribuir com o trabalho do educador,

provocando o docente na utilização da pesquisa e da construção do conhecimento

científico através de modalidades didáticas como experimentação, visitas orientadas

e sensoriamento remoto. É um material com atividades escritas, de observação e

experimentos práticos.

PROCEDIMENTOS

Durante a realização de um grupo de estudos que acontecerá no mês de

Setembro de 2011 com a duração de 24 horas com professores da disciplina de

Biologia promover-se-á:

o discussões a cerca da utilização das variadas modalidades didáticas

possíveis no ensino da disciplina embasada em textos de Myriam Krasilchik,

Carlos E. B. Stange, Paarai H. Lopes, Maria da G. N. Mizukami e as DCEs;

o autoavaliação dos docentes a cerca da utilização de variantes nas

modalidades didáticas durante as aulas de Biologia, solicitando-se aos

mesmos que respondam questões fechadas para a realização de uma

7

pesquisa baseada em instrumentos diagnósticos avaliativos, procurando

identificar a relação dos educadores com uma variedade de recursos

didáticos possíveis no âmbito da Biologia;

o divulgação dos resultados obtidos e analisados nesta pesquisa, para levantar

um repensar e autoavaliação sobre a prática pedagógica na área;

o divulgação do material didático elaborado, o qual apresenta propostas de

atividades através de: experimentos, visitas orientadas e sensoriamento

remoto;

o realização de atividades práticas no laboratório sugeridas no material didático.

AVALIAÇÃO

Ocorrerá através da observação do envolvimento dos professores nas

discussões e atividades práticas, sugeridas durante as horas trabalhadas no Grupo

de Estudos.

8

OOOSSS RRREEECCCUUURRRSSSOOOSSS DDDIIIDDDÁÁÁTTTIIICCCOOOSSS

NNNAAASSS AAAUUULLLAAASSS DDDEEE BBBIIIOOOLLLOOOGGGIIIAAA

Roseney Zago

Me. Carlos Eduardo Bittencourt Stange

1

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 03

CAPÍTULO I ................................................................................................................... 05

DIVERSOS RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DA BIOLOGIA..............................05

1.1. Recursos audiovisuais .......................................................................................... 06

1.1.1. Quadro branco ...................................................................................................... 06

1.1.2. Retroprojetor ........................................................................................................ 07

1.1.3. Filmes ................................................................................................................... 07

1.1.4. Diapositivos .......................................................................................................... 07

1.2. Outras Modalidades Didáticas Para o Ensino de Biologia ................................. 08

1.2.1. Aulas expositivas .............................................................................................. 08

1.2.2. Discussões ....................................................................................................... 10

1.2.3. Simulações ...................................................................................................... 11

1.2.4. Projetos ................................................................................................................ 11

1.2.5. Internet ................................................................................................................. 12

CAPÍTULO II .................................................................................................................. 14

MICROSCOPIA .............................................................................................................. 14

Experimentos ................................................................................................................ 15

2.1. Considerações gerais sobre o uso do laboratorio ............................................ 15

2.2. Para o sucesso em seu trabalho é necessário obedecer alguns critérios ...... 16

2.3. Roteiros Práticos de Biologia ............................................................................... 17

2.3.1. Roteiro prático de Biologia n°01 - Utilização do Microscópio Óptico Comum

(M.O.C.) .................................................................................................................... 17

2.3.2. Roteiro Prático de Biologia n°02 - Diversidade Celular ......................................... 19

2.3.2.1. Observação de células da epiderme do bulbo da cebola ................................... 19

2.3.2.2. Observação de células da epiderme do caule de Tradescantia sp ................... 21

2.3.3. Roteiro Prático de Biologia n°03 - Observação de células vegetais ...................... 21

2.3.4. Roteiro Prático de Biologia n°04 - Dissociação do epitélio da mucosa oral .......... 22

2.3.5. Roteiro Prático de Biologia n°05 - Observação dos componentes em célula

vegetal viva..................................................................................................................... 23

2.3.6. Roteiro Prático de Biologia n°06 - Observação de vacúolo e leucoplastos ........... 25

2.3.7. Roteiro Prático de Biologia n°07 - Movimento da água através da membrana ..... 27

2

2.3.8. Roteiro Prático de Biologia n°08 - Observação de estômatos .............................. 29

2.3.9. Roteiro Prático de Biologia n°09 - Prova de permeabilidade seletiva na membrana

....................................................................................................................................... 31

2.3.10. Roteiro Prático de Biologia n°10 - Observação de protozoários ......................... 32

2.3.11. Roteiro Prático de Biologia n°11 - Mitose com raízes de cebola ......................... 33

2.3.12. Roteiro Prático de Biologia n°12 - Como transformar uma lâmina em permanente

....................................................................................................................................... 36

2.4. Técnica dos Botões ............................................................................................... 37

CAPÍTULO III ................................................................................................................ 48

EXCURSÕES / VISITAS ORIENTADAS ........................................................................ 48

3.1. Exploração da Trilha B do Parque Municipal das Araucárias ............................ 51

3.1.1. Metodologia para a exploração da Trilha .............................................................. 51

3.1.2. Primeira Etapa ...................................................................................................... 51

3.1.3. Segunda Etapa ..................................................................................................... 54

3.2. Visitas Orientadas ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM - MUDI e ao

Planetário de Londrina ................................................................................................. 60

CAPÍTULO IV ................................................................................................................ 63

O USO DO SENSORIAMENTO REMOTO DO ENSINO DE BIOLOGIA ....................... 63

4.1. Como utilizar as imagens de satélites ................................................................. 64

4.2. Como colocar em prática? .................................................................................... 65

4.3. Como repassar esse conhecimento no ensino fundamental e médio .............. 66

4.4. Algumas temáticas que podem ser propostas para serem desenvolvidas

através de imagens obtidas em sites da web ............................................................ 67

4.4.1. Mudanças Climáticas ............................................................................................ 67

4.4.2. Aquecimento Global ............................................................................................. 68

4.4.3. Lixo: problema até mesmo na órbita do nosso planeta ......................................... 70

4.4.4. Mudanças Climáticas em decorrência da utilização inadequada do meio ambiente

....................................................................................................................................... 70

4.4.5. A importância das matas ciliares na preservação do meio ambiente .................... 71

4.5. Questões importantes para a preparação de uma aula utilizando este recurso

didático .......................................................................................................................... 73

CAPÍTULO V .................................................................................................................. 75

DISCUSSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 79

3

INTRODUÇÃO

A educação pública brasileira nas últimas décadas passou a atender cada vez

mais um número maior de educandos oriundos de classes populares. Com essa

realidade intensificou-se a discussão contínua sobre o papel do ensino básico para o

projeto de sociedade que se almeja para o país.

É sabido que o ser humano e sua atuação como sujeito participante da

sociedade é fruto do seu tempo histórico e de suas relações sociais nas quais está

inserido e, portanto, irá atuar no mundo a partir do modo como o compreende e

como lhe é possibilitado participar.

Nessa esteira, se faz necessário a promoção de contínuos debates para que

a escola possa desempenhar adequadamente seu papel na formação de cidadãos

participativos. Como coadjuvante neste processo, a disciplina de Biologia pode ser

uma das disciplinas de maior relevância para alguns educandos ou uma das mais

insignificantes e desinteressantes para outros alunos, dependendo do que, e como

for ensinada.

Imperioso destacar que a formação biológica dos indivíduos irá auxiliar para

que os mesmos sejam capazes de compreender e aprofundar conceitos biológicos e

a importância da ciência e tecnologia na vida moderna. Esse conhecimento deverá

contribuir para que o aluno, como cidadão, seja capaz de utilizar o que assimilou ao

tomar decisões no interesse individual e coletivo, considerando sempre o papel do

ser humano na biosfera.

Por isso, é necessário que o educador tome cuidado para evitar postura

alienante ou de desconfiança neste mundo de constante evolução da ciência e

tecnologia em prol da humanidade.

O ensino da Biologia no Ensino Médio passou por várias mudanças nas

décadas anteriores e até hoje vemos a importância do momento histórico do grande

desenvolvimento científico que ocorreu nas décadas de 1950 e 1960, onde foi

depositada na ciência a esperança para a resolução dos problemas da humanidade

e, em contraponto, os problemas causados em decorrência do uso da ciência e

tecnologia. Com a ocorrência de grandes problemas sociais na década de 1970

observou-se que, pelo menos em parte, essas esperanças eram infundadas e

levaram a mudanças em documentos legais. Todavia o ensino em sala de aula

permaneceu minimamente alterado.

4

Muitos educadores acreditam que a biologia, além das funções que já

desempenha no currículo escolar, deve também preparar o aluno para enfrentar e

resolver problemas, alguns com nítidos componentes biológicos, como o aumento

de produtividade agrícola e preservação do ambiente; outros de cunho filosófico,

cultural e histórico, como o papel da ciência na evolução da humanidade e sua

relação com a religião, economia, tecnologia, entre outras.

A adoção desse conjunto de objetivos determina que outros assuntos devam

fazer parte dos programas de biologia, incluindo não só os aspectos da ciência pura,

como também aqueles que tratam da aplicação da ciência na resolução de

problemas enfrentados pela sociedade.

Para tanto, trabalhar com essa amplidão de conteúdos exigirá do professor

conhecimento da realidade onde sua escola está inserida e o entrosamento com a

comunidade da qual seu aluno faz parte, para que os assuntos tratados em sala de

aula sejam relevantes e subsidiem a análise de seus ambientes culturais,

possibilitando a sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida de sua

comunidade, e assim o torne um cidadão consciente e participativo.

5

CAPÍTULO I

DIVERSOS RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DA BIOLOGIA.

São inúmeros os recursos didáticos que podem e devem ser utilizados na

prática pedagógica dos professores de biologia, porém muitas vezes são muito

remotamente utilizados e, principalmente variados. Por falta de tempo no preparo

das aulas, falta de estrutura da escola ou mesmo falta de apoio da família ou

financeiro quando se pensa em variantes pedagógicas que envolvam saídas á

campo.

Todos os recursos didáticos são de relevância se utilizados adequadamente e

com variantes. Pois é o uso metódico e repetitivo que levam o nosso educando a

passividade e desinteresse pelas aulas e conteúdos vistos.

Aulas desestimulantes, metódicas, sem variante na sua metodologia não irá

propiciar o “„aprender a aprender‟ que permitirá à pessoa lidar frutiferamente com a

mudança, e sobreviver.” (MOREIRA, 2005, p.10)

Deve-se tomar cuidado também para não cair-se na armadilha de achar que

as aulas devem ser extremamente atrativas e coloridas. Na verdade o envolvimento,

o interesse e a participação virão pelos “significados” que o tema possa gerar nos

educandos e não pelo espetáculo que proporcionam. Como lembra Stange (2004),

Ausubel ensina que uma aprendizagem somente é significativa se o conteúdo

descoberto se liga a conceitos subsunçores relevantes já existentes na estrutura

cognitiva.

Isso vem ressaltar a importância em se levar em conta o conhecimento prévio

do educando, pois uma aprendizagem significativa só irá ocorrer quando uma nova

informação se relacionar com outra preexistente. Portanto, repete-se que para que

essa aprendizagem ocorra e formemos educandos multidimensionais capazes de

pensar, adquirir e avaliar informações, adquirindo conhecimentos para aplicar em

prol de melhorias na qualidade de vida dele próprio e dos demais, é necessário uma

maior diversidade didática na prática pedagógica dos educadores.

Stange (2004) ressalta que de acordo com a teoria de Vygotsky o

desenvolvimento cognitivo não pode ser entendido sem referência ao contexto

social, histórico e cultural em que ocorre. Por isso, é fundamental que o aluno seja

6

instigado a propor uma explicação e confrontá-la com conhecimento científico

estabelecido, gerando um conflito cognitivo, um dos motores da evolução conceitual.

Outro ponto de relevância é que se trabalharmos uma maior diversidade

metodológica teremos maiores chances de atingir nosso educando na sua formação

integral desenvolvendo sua criticidade, formando um cidadão consciente e atuante

que desempenha seu papel na sociedade.

Porém, para uma maior diversidade nas práticas pedagógicas é necessário

que o educador disponha de tempo para o preparo dessas aulas, e tenha à sua

disposição estrutura física e material pedagógico, bem como o apoio da equipe

pedagógica e administrativa da escola.

1.1. Recursos audiovisuais.

Os recursos audiovisuais que podem ser uma ferramenta potencial para o

ensino de biologia. Mas pelo que se demonstram nas escolas são pouco e muitas

vezes mal utilizados. Atualmente, nem mesmo as demonstrações através de

esquemas, desenhos são feitos no tradicional quadro-negro.

Como ressalta Krasilchik (2005, p.63) “apesar de reconhecer os obstáculos

existentes ao uso de audiovisuais, sempre que possível é conveniente suplementar

as aulas com a sua apresentação”.

1.1.1. Quadro branco

Um dos recursos mais antigos no auxílio a prática pedagógica dos

educadores e com certeza inestimável, está a cada dia mais inadequadamente

utilizado. Atualmente, utilizado em algumas aulas como um mero espaço para dispor

conteúdos e atividades que deverão ser copiados, fazendo com que o nosso

educando copiem sem ter chance de acompanhar o raciocínio do professor durante

a explanação do conteúdo pelo docente.

Ferramenta outrora usada para fazer esquemas e desenhos explicativos, hoje

não tem seu potencial utilizado nesse ensejo corretamente desde que os desenhos

costumam serem mal feitos, com tamanho inadequado a visualização dos alunos no

espaço em que se encontram da sala de aula. Se os docentes lembrarem-se do

potencial que dispõem em salas de aula, através do quadro, e utilizarem-no com

mais critério, e atenção terão mais uma ferramenta com grande potencial em sua

prática pedagógica diária na busca pelo ensinar.

7

1.1.2. Retroprojetor

Provavelmente senão todas quase todas as escolas, da mais simples a mais

bem estruturada, dispõem de pelo menos um retroprojetor. Uma importante

ferramenta educacional se for bem utilizada.

Krasilchik (2005, p.64) entende ser,

(...) muito útil para apresentar tabelas e gráficos para discussão, ou figuras em vários planos que vão sendo superpostas ao longo da aula. Serve também para apresentar passo a passo itens de um esquema de aula previamente preparado.

Este recurso é visto pelos docentes como uma ferramenta defasada e

ultrapassada, e isto faz com que ele venha sendo descartado, deixado de lado,

diante dos novos recursos que estão chegando ao conhecimento do professor.

Entretanto, cabe aqui ressaltar que, mesmo com limitações ele pode ser muito útil ao

professor na sua prática pedagógica, não só pela praticidade e familiaridade que os

docentes têm com tal instrumento, bem como por sua simplicidade e eficiência

singular.

1.1.3. Filmes

Recurso valioso se utilizado de maneira adequada. Por ser um recurso onde

há um repasse muito grande de informações, em muito pouco tempo se obterá uma

maior aprendizagem e eficácia caso sempre que o professor ache conveniente

interromper o vídeo para levantar discussões a cerca do conteúdo que está em

estudo, através do filme. Este recurso possibilita ao professor reportar seus

educandos para um “mundo” ou situação de aprendizagem que fisicamente não

seria possível.

1.1.4. Diapositivos

Krasilchik (2005) ressalta que depois do quadro-negro este é um dos recursos

mais populares entre os professores de biologia, por serem baratos e de obtenção e

preparação relativamente fáceis, embora, como os filmes, só possam ser mostrados

em salas escuras.

8

Servem para mostrar tabelas, gráficos e resultados de experimentos para

servir de discussão entre os educandos. É necessário tomar certo cuidado para não

mostrar os diapositivos ao término das aulas sem dar oportunidade para discussões

e comparativos entre os conteúdos que estão sendo trabalhados e as imagens que

estão sendo projetadas.

1.2. Outras modalidades didáticas para o ensino de Biologia.

A escolha dos recursos didáticos deve ser efetuada de acordo com o objetivo

e conteúdo a ser trabalhado, do tempo disponível para o conteúdo em questão, da

classe e do público a que se destina.

A opção certa da modalidade didática para trabalhar determinado conteúdo

pode ser fundamental para a aprendizagem e para despertar o interesse dos

educandos, atingindo-os em suas diferenças e assim tirá-los da passividade e

desmotivação em que muitas vezes se encontram. Além de primar pela transmissão

de conhecimentos, os professores também se preocupam com o desenvolvimento

da criatividade e capacidade de resolver problemas em prol de melhorias na

qualidade de vida dele próprio e da comunidade em que vive.

1.2.1. Aulas expositivas.

Como explicar a preponderância deste recurso sobre os demais.

Normalmente os professores repetem os livros didáticos e os alunos ficam

passivamente ouvindo. E é essa passividade dos alunos que representa uma das

grandes desvantagens das aulas expositivas. São aulas em que os educandos

detêm poucas informações, pois a atenção dos mesmos é decrescente. É sabido

que o tempo máximo que um educando consegue se ater as explicações durante

uma aula expositiva é de aproximadamente 10 minutos. Além desse tempo é

impossível ao aluno reter as informações que estão sendo explanadas.

Acredita-se que sua popularidade deve-se ao fator de que é um processo

econômico onde um professor detém a atenção de um grande número de alunos.

Outra desvantagem das aulas expositivas é que o conteúdo é polido, não

dando oportunidade de os educandos verificarem as incoerências do raciocínio no

momento da aula. Afinal, o educando somente ao reler/revisar o conteúdo,

normalmente em casa, almejando bom desempenho estudantil, é que irá refletir

sobre o conteúdo ministrado pelo professor.

9

Krasilchik (2005, p.79) ressalta que,

Além dos problemas intrínsecos à modalidade didática, comumente constatam-se também erros de execução:

a introdução das aulas não é feita de modo a captar a atenção da classe e motivar os estudantes, pelo que cria uma situação inesperada, conflitante ou muito complexa. Também não se diz o que será feito, estabelecendo os limites da tarefa a ser cumprida, estruturando o trabalho do dia e fazendo as conexões com as aulas anteriores e posteriormente do mesmo curso;

a exemplificação usada nas aulas ou é excessiva, fazendo os alunos perderem o fio da exposição, ou é deficiente e inadequada, dificultando a compreensão. O uso de exemplos adequados é importante não só para motivar, mas também para ajudar a entender ideias abstratas. Os exemplos podem servir para se chegar a um conceito, como nos casos em que a observação de diversos componentes de um mesmo grupo permite aos alunos chegarem à ideia da entidade taxionômica da qual fazem parte; servem para ilustrar uma ideia ou para verificar se os alunos entenderam um conceito, quando descrevem as características de um organismo para que os alunos digam a que grupo pertencem; e são úteis para se compreender uma ideia abstrata por meio de uma analogia, como se faz comparando o habitat com o endereço, e o nicho ecológico com a profissão, de um indivíduo;

as aulas são mal preparadas, de forma que os alunos não percebem seu plano geral e não podem acompanhar a exposição do professor. O planejamento cuidadoso da aula, assim como o cuidado de ir organizando no quadro-negro um esquema geral com os tópicos fundamentais, resolvem parcialmente essa dificuldade;

os professores, ambiciosamente, pretendem das mais conteúdo do que é possível no tempo disponível, prejudicando o resultado total. Passam muito depressa por pontos importantes, logo os alunos não percebem a sequencia ficam desinteressados e desatentos;

os professores não estabelecem relações causais. Apresentam fatos sem justificá-los e sem explicar como se chegou a eles, o que afasta ainda mais a modalidade de didática do objetivo de ensinar a pensar lógica e criticamente. Centralizar a aula num problema é uma das formas de intensificar a participação intelectual dos alunos, que acompanham as alternativas de solução propostas pelo expositor;

finalmente, verifica-se que uma aula expositiva, dada por um bom professor, pode ser uma experiência informativa divertida e estimulante, mas, infelizmente, na maioria dos casos, é cansativa e pouco contribui para a formação dos alunos.

10

Diante disso, enfatiza-se aqui que como coloca sabiamente Krasilchik esta

modalidade didática tem seu valor como recurso didático na busca por uma

aprendizagem significativa desde que trabalhada adequadamente.

1.2.2. Discussões

A mudança na aula expositiva, em que há um monólogo do professor; para

uma aula em que ocorra diálogo entre professor x alunos x alunos, é com certeza

um grande passo na busca por melhorias na qualidade de ensino, e consequente

aprendizagem significativa.

Convém ressaltar que essa modalidade didática é um valiosíssimo recurso na

busca por um desenvolvimento do raciocínio dos educandos. É sabido que muitos

educadores não aderem a esse tipo de aula por não se sentirem seguros; mas caso

o façam com certeza estariam evoluindo para uma aula em que o ensino seria mais

cativante e participativo levando o aluno a participar de descobertas científicas numa

atividade que exige criatividade e raciocínio.

É necessário que o educador instigue seus alunos a darem suas opiniões e

que ouça a todos, procurando não dirigir os argumentos não forçando respostas.

Antes de efetuar o descarte dos argumentos ilógicos deve-se permitir a todos

opinarem para somente aí descartar as absurdas. Esse tipo de recurso didático além

de auxiliar na aprendizagem e desenvolver ideias novas, ele também promove uma

maior interação entre os educandos.

Uma das práticas mais comuns são os seminários, quando os alunos fazem a

apresentação de um assunto, para em seguida envolver a turma numa discussão

para melhor esclarecer pontos confusos e argumentos contestáveis.

De acordo com Krasilchik (2005, p.84) para bem organizar seminários,

algumas medidas são necessárias:

1. Todos os alunos devem receber os textos em tempo hábil para estudá-los.

2. Devem ser estabelecidos alguns mecanismos que garantam a leitura como, por exemplo, pedir que os alunos preparem perguntas sobre o texto com antecedência.

3. Passar à discussão generalizada, que pode ser coordenada pelo professor ou pelos alunos, quando serão respondidas as perguntas previamente preparadas.

11

Observadas estas medidas, o docente terá em sua prática mais uma

modalidade didática de grande valia e potencial na formação completa do aluno,

levando este, bem como seus colegas de turma, a contribuírem com

questionamentos, conhecimento e crescimento coletivo da turma.

1.2.3. Simulações

Modalidade didática em que os alunos são envolvidos numa problemática e

tem como objetivo a memorização de fatos e conteúdos através de atividades como

jogos, palavras cruzadas, dramatizações, uso de computadores para efetuar

análises mais amplas de determinados processos que envolvam vários fatores.

1.2.4. Projetos

Importante recurso didático para todas as disciplinas e certamente também

para a de Biologia. É executado por um ou um grupo de alunos. Buscando sempre

resolver uma problemática que vai resultar em amostras, relatórios, sempre

resultando em algo concreto.

Leva o educando ao desenvolvimento da: criatividade, iniciativa, capacidade

de decisão e persistência ao executar um trabalho. Para que isso ocorra é

necessário o acompanhamento constante do professor orientando e ajudando nas

dificuldades que com certeza forem surgindo. Porém, nessa orientação os docentes

devem tomar cuidado para respeitar a independência dos educandos durante a

execução de seus projetos.

Ao solicitar aos educandos a realização de determinados projetos para feira

de ciências ou exposições, o professor deve estar atento se o assunto escolhido

pelos alunos é passível de execução, dentro da realidade escolar desses jovens;

bem como se o tempo disponível para a realização destas atividades será

adequado. A orientação do docente é indispensável. Ele deve estar atento para

saber se os alunos têm o assunto de seu interesse para a realização de seu projeto,

ou mesmo se os educandos encontram-se sem perspectivas, sem nada que lhes

interessem, e assim o professor deverá auxiliá-los fornecendo-lhes opções para a

realização do trabalho solicitado.

São muitas as vantagens desse recurso, porém também existem

desvantagens. Estas se evidenciam se o professor não estiver preparado para o

auxílio e a orientação que os discentes necessitarão a cerca do conteúdo abordado,

12

e do excesso de competição que pode atingir os educandos. Outro ponto relevante é

que ao término da produção, esse mesmo professor deverá ter discernimento e

imparcialidade para avaliar o projeto construído por seus alunos.

1.2.5 Internet

Como sabemos, questões científicas e tecnológicas passaram a ter grande

influência no dia a dia de toda a humanidade, diariamente convivemos com as

maravilhas das novas tecnologias, mas também com todas as consequências do

impacto da atividade humana sobre os ambientes. De maneira que, por

consequência, constantemente somos abordados pelos educandos com perguntas a

respeito de questões envolvendo temas da atualidade.

Todavia, o conhecimento adquirido no dia a dia do aluno através da mídia,

causa certo receio, pois a mídia nem sempre é confiável na reprodução de

conhecimentos e informações científicas.

Scheid (2006) ressalta que o papel que cabe à Educação não é o de competir

com a mídia, mas o de proporcionar, tanto na educação formal quanto na informal,

os aportes necessários para que os cidadãos tenham condições de compreender as

informações veiculadas por ela.

Cabe então aos educadores instruir e formar nos nossos educandos uma

consciência crítica, com discernimento para selecionar dentre as informações

disponíveis na mídia sobre os mais variados temas que assolam a humanidade

assimilando o que for importante e de sites confiáveis quanto à veracidade dos fatos.

Dessa forma, os educadores preocupados com essa maneira de adquirir

conhecimento tão superficial, que creem que o ensino da disciplina de Biologia deve

ter também outros objetivos, onde o principal seria preparar educandos para refletir,

enfrentar e resolver questões sociais com reais componentes biológicos, como o

patrimônio amazônico e sua etnia, o aquecimento global, o aumento da produção

agrícola ou, ainda, a preservação do ambiente, transgenia, clonagem, o uso de

célulastronco, entre outros tantos, estarão realmente antenados com a realidade em

que a educação está inserida na humanidade.

Esta é uma ferramenta educacional de grande valor, se utilizada

adequadamente pelos professores e alunos. Cabe então ao educador no âmbito

escolar, e aos pais no convívio familiar, direcionar esse mecanismo de

conhecimento em prol do crescimento intelectual de nossos discentes, na busca da

13

formação integral como cidadão consciente e agente de transformação da sociedade

em que vive.

Existem ainda muitas modalidades didáticas que podem ser utilizadas pelos

professores em suas aulas. Com certeza, alguns nem serão mencionados neste

caderno. Não por serem mais ou menos importantes, mas pela extensão do

material. Portanto, de forma mais enfática, se abordará o uso da microscopia, das

visitas orientadas e do sensoriamento remoto.

A microscopia, por ser um recurso o qual é indispensável ministrar as aulas

da disciplina de biologia, tamanha a sua importância na busca por uma

aprendizagem significativa, exemplos concretos e prática laboratorial.

Por outro lado, as visitas orientadas tem suma importância por ser um recurso

que, apesar do grande potencial que possui no auxílio do “despertar do interesse

dos educandos” por determinados conteúdos, ainda leva para o concreto muitos

conteúdos difíceis de serem trabalhados nas escolas, por falta de estrutura física ou

financeira.

E, ainda, o sensoriamento remoto, recurso novo no ensino da Biologia, que

nos disponibiliza vastas possibilidades de ensino, inclusive auxiliando os docentes a

trabalhar alguns conteúdos interdisciplinarmente.

14

CAPÍTULO II

MICROSCOPIA

A microscopia é muito importante no estudo das células. Existem

características de interesse e relevância nos estudos dos sistemas biológicos que

são impossíveis de visualizar a olho nu, só podendo ser vistas e estudadas com o

auxilio do microscópio. Com o passar dos anos, observa-se constantes evoluções na

construção de microscópios, corantes e técnicas de preparação na observação dos

mais variadas estruturas celulares.

Para Silva e Soares (2011) as estruturas celulares que necessitamos estudar

têm dimensões, que em regra, são invisíveis à visão desarmada. Sabemos que o

olho humano só consegue visualizar imagens com tamanhos superiores a 0,2 mm

(milímetro). Em auxílio na observação de objetos menores os microscópios veem

ampliar as imagens. Para isso existe o microscópio óptico que usa a luz visível

radiação eletromagnética com comprimento de onda compreendido entre 400 e 800

nm (manômetro) e o microscópio eletrônico que usa raios catódicos (feixe de

elétrons) onde o comprimento de onda é inversamente proporcional à voltagem de

aceleração dos elétrons utilizados no microscópio, sendo de 0,0037 nm para uma

voltagem de 100 KW.

Todos os microscópios ópticos básicos compõem-se de uma parte mecânica,

para servir de apoio e uma parte óptica. Sua parte óptica tem três sistemas de

lentes: o condensador, a objetiva e a ocular. Estas trabalham em conjunto e,

portanto devem estar coerentes no que tange a qualidade para se obter uma boa

projetação.

Dentre estes sistemas é sabido que o condensador tem como finalidade

projetar um cone de luz sobre as células que estão sendo examinadas no

microscópio. Esses feixes de luz após atravessar as células penetram na objetiva.

Segundo Junqueira e Carneiro (1973, p. 24) “a ampliação total dada por um

microscópio é igual ao aumento da objetiva multiplicado pelo aumento da ocular”. E

ainda segundo estes mesmos autores,

Quando a imagem, em vez de ser observada pela ocular, é projetada numa tela (ou chapa fotográfica), o aumento final, na projeção, é igual ao aumento dado pelo microscópio multiplicado pela distância em centímetros entre a ocular e a tela, dividido por 25. Portanto, o

15

aumento da projeção = aumento ocular x aumento da objetiva x distância de projeção: 25.

Geralmente a objetiva mais utilizada em experimentos educacionais é a de

número 4, pois se for focado através desta objetiva o material observado ao M.O.C.

será mais facilmente evidenciado. Para se obter, sua imagem ainda em maior

evidência, poder-se-á acoplar ao microscópio uma máquina fotográfica digital

comum. Uma técnica simples, que facilitará a prática docente.

Experimentos

É sabido que as atividades práticas, sejam elas demonstrativas ou de

manipulação de material, representam um dos mais importantes recursos no ensino

da biologia. Os educadores muitas vezes despercebem que para fazer uso de tão

importante método não é necessário nenhum aparato experimental sofisticado e sim

somente organização, análise e discussão organizada dos procedimentos que

possibilitem o acesso e a interação às informações acerca dos fenômenos

biológicos, para que assim nossos educandos troquem informações entre si e

obtenham novas interpretações dos conhecimentos biológicos que os cercam.

Moreira (2005) coloca que os experimentos podem ser utilizados como

recurso didático em quase todos os conteúdos a serem trabalhados. Ora de forma

demonstrativa ora através de manipulação e observação. Convém ressaltar que é

necessária a preparação prévia, não somente dos aparatos as serem utilizados mas

também de nossos alunos quanto ao conhecimento prévio do tema a ser abordado.

Educandos estimulados e organizados previamente deixarão de serem passivos

para se tornarem ativos e sedentos de informações e conhecimentos.

Os educandos deverão estar cientes dos cuidados que devem ser tomados

ao utilizar o laboratório durante as aulas de biologia. Isso será pauta já do primeiro

dia de aula. Abaixo um modelo de roteiro para ser trabalhado com os educandos

com os cuidados necessários com as instalações do laboratório de biologia para que

haja um bom andamento das aulas práticas.

2.1. Considerações gerais sobre o uso do laboratório.

a) É aconselhável o uso de avental, pois além de proteger sua roupa, leva-o a

limpeza e disciplina.

16

b) Não jogue lixo nas pias, mas em cestos apropriados e embrulhados em papel.

c) O aluno deverá encontrar seu lugar limpo e assim deixa-lo para o colega

seguinte. Limpe seu lugar quando terminar o experimento.

d) Quando trabalhar em grupo respeite seus colegas.

e) Todo trabalho científico precisa ser documentado. No caso de Biologia o

desenho esquemático é importante.

2.2. Para o sucesso em seu trabalho é necessário obedecer alguns critérios.

1. Leia todo o roteiro da experiência que vai fazer, antes de iniciar o trabalho

para ficar claro o que vai ser realizado.

2. Siga atenciosamente as indicações de tempo, material, etc. como indica o

roteiro.

3. Só esquematize o que você visualiza de fato. Não dê asas a imaginação. A

qualidade dos esquemas é importante para a compreensão de seu

experimento.

4. Anote todos os dados. Podem parecer irrelevantes, mas o serão para as suas

conclusões.

5. Escreva com simplicidade e evitará enganos.

6. Os relatórios deverão ser individuais.

7. Os esquemas devem ser acompanhados de legendas e explicações.

8. O roteiro foi programado para ser executado durante a aula. Trabalhe com

regras e horários.

Lembre-se de seu desempenho e comportamento depende seu sucesso na

disciplina. Seja objetivo, consciente e responsável.

Desta forma, o educando estará ciente então de como as aulas laboratoriais

deverão acontecer.

Krasilchik (2005, p.85) ressalta que as principais funções das aulas práticas,

reconhecidas na literatura no ensino de Biologia são:

despertar e manter o interesse dos alunos;

envolver os estudantes em investigações científicas;

desenvolver a capacidade de resolver problemas;

compreender conceitos básicos;

desenvolver habilidades.

17

Outrossim, é sabido que as aulas de laboratório têm lugar insubstituível nas

aulas de biologia, pois desempenham funções únicas: permitem que os educandos

tenham contato direto com os fenômenos, quando manipulam materiais e

equipamentos na observação dos organismos. Que ao analisarem processos

biológicos, verifiquem a necessidade de se trabalhar em grupos para obter

resultados válidos. E, ainda, outro aspecto relevante é que somente nas aulas

práticas os educandos se deparam e enfrentam resultados não previstos, que veem

desafiar sua imaginação e raciocínio.

Ressalta-se aqui, que um dos pré-requisitos para a realização de

experimentos que abranjam o estudo dos conteúdos estruturantes que norteiam o

ensino da disciplina de biologia é saber utilizar o microscópio.

Não se pode esquecer que antes de começarmos a realizar experimentos

temos que habituar nossos educandos no manuseio do microscópio bem como no

reconhecimento de alguns materiais que serão utilizados durante as aulas. Uma boa

maneira de se obter algum sucesso nestes propósitos é através de uma prática

simples como a de observação de letras impressas em jornais.

2.3. ROTEIROS PRÁTICOS DE BIOLOGIA

Abaixo segue roteiros práticos de Biologia baseados e extraídos parcialmente

via web de Cristina P. Soares e Newton S. da Silva in Práticas de Biologia Celular

(Disponível em: biblioteca. univap.br/dados/000001 /00000147.PDF Acesso: maio e

junho / 2011)

2.3.1. Roteiro Prático De Biologia N° 01

Tema: Utilização do Microscópio Óptico Comum (M.O.C.)

Foto 1 – M.O.C. Binocular

Fonte: a autora

18

Material: M.O.C., lâminas, lamínulas, letras de jornal recortadas, água e papel de

filtro.

Procedimento: Limpe bem a lâmina, coloque a letra, duas gotas de água e a

lamínula por cima.

Foto 2 – visualização de recortes de jornal;40x Foto 3 – visualização de recortes de jornal;100x

Fonte: a autora

Fonte: a autora

Observações:

Para evitar a formação de bolhas de ar, coloque a lamínula com o polegar e

indicador da mão direita de maneira a formar um ângulo entre lâmina e lamínula de

45°. Deixe a lamínula cair sobre a letra de uma só vez. Enxugue o excesso de água

com papel filtro.

Esta aula tem como objetivo exercitá-lo para o uso do M.O.C. bem como levar

o educando a habituar-se às imagens. Portanto, se você enxergar a imagem

invertida, desenhe-a como a vê. Neste experimento, é possível ver as fibras do

papel, se é ou não reciclado, bem como, sua coloração e irregularidades.

Krasilchik (2005, p.86) coloca que Infelizmente muitas vezes perde-se o valor

da aula prática tornando-a meramente numa atividade manual quando as atividades

são elaboradas e preparadas para que o aluno siga as instruções detalhadas e

assim encontre respostas certas o impedindo de se defrontar com o fenômeno

biológico sem expectativas predeterminadas.

Nesse ponto específico, imperioso citar que o envolvimento e cumplicidade do

educando depende da forma que é proposto o problema, bem como são dispostas

Com a ampliação da imagem, vista

através do M.O.C., é possível visualizar

as fibras do papel e identificando tratar-

se de papel reciclado tendo em vista

sua coloração.

19

as instruções e informações fornecidas pelo docente. Pois o mesmo assunto pode

ser objeto de confirmação de uma teoria já existente ou como objeto de pesquisa.

Existem variantes de liberdade concedida aos alunos pelos professores nos

procedimentos a realizar. Segundo Krasilchik (2005, p.86) há quatro tipos diferentes

de exercícios:

1. O professor apresenta um problema, dá instruções de como executar e apresenta os resultados esperados;

2. O docente apresenta o problema e como executar o procedimento;

3. O docente apresenta o problema deixando livre aos educandos escolher qual procedimento irão realizar, como coletarão e interpretarão os dados;

4. Os educandos devem identificar o problema que desejem investigar, planejar o experimento, executá-lo e chegar as interpretações dos resultados obtidos.

Algumas sugestões de atividades práticas que contemplam os conteúdos

estruturantes que devem nortear o ensino da biologia segundo as Diretrizes

Curriculares da Educação Básica (2008) do Estado do Paraná para o ensino da

disciplina.

Dentro do conteúdo estruturante Mecanismos Biológicos previsto nas DCEs

(2008) são possíveis realizar os seguintes experimentos, entre outros.

2.3.2. Roteiro Prático De Biologia N° 02

Tema: Diversidade Celular

Material:

M.O.C.;

Lâminas e lamínulas;

Tradescantia sp.( manto de viúva púrpura ou pálida);

Pinças e bisturis – preparações definitivas de bactérias;

Azul de Metileno;

Varetas de vidro.

Técnica

2.3.2.1. Observação de células da epiderme do bulbo da cebola (Allium cepa L.)

a) Retire com uma pinça, uma porção da epiderme interna de uma escama do

bulbo da cebola.

20

b) Coloque-a sobre uma lâmina com uma gota de água.

c) Cubra com lamínula.

d) Observe ao microscópio e registre.

Foto 4 – epiderme interna da cebola; 40x Foto 5 – epiderme interna da cebola; 100x

Fonte: a autora Fonte: a autora

e) Deite uma ou duas gotas de Azul de Metileno ao longo de um dos bordos da

lamínula. Com papel filtro, aspire na margem oposta até à infiltração do

corante.

f) Observe ao microscópio e registre.

Foto 6 – epiderme interna da cebola; 40x Foto 7 – epiderme interna da cebola; 100x

. Fonte: a autora Fonte: a autora

Com a ampliação é possível visualizar com maior nitidez a

organização das células justapostas que constituem a epiderme

interna do bulbo da cebola. (sem corante)

Fotos da epiderme interna do bulbo da cebola, adicionando

corante Azul de Metileno à técnica de microscopia, o que

proporciona uma visão mais nítida da organização das

células justapostas, que formam a membrana.

21

É possível observar a membrana da célula da cebola que está entre um catafilo

e outro da cebola.

2.3.2.2. Observação de células da epiderme do caule de Tradescantia sp.

1. Corte um fragmento de caule com cerca de 3 cm.

2. Com ajuda de uma pinça retire uma porção da película epidérmica.

3. Coloque-a sobre uma lâmina com cuidado por forma a não dobrar.

4. Adicione uma gota de água.

5. Coloque a lamínula.

6. Observe e registre.

Foto 8 – fragmento de caule de Tradescantia sp; 100x

Fonte: a autora

Nota: No final destas práticas deverá estar claro o significado dos termos como

células procariotas e eucariotas, seres unicelulares e pluricelulares, seres

unicelulares procariotas e eucariotas, células animais e vegetais, entre outros, bem

além de propiciar aos educandos uma noção geral da diversidade celular que

constituem os seres vivos.

2.3.3. Roteiro Prático De Biologia N° 03

Tema: Observação de células vegetais.

Evidencia-se aos educandos,

através desta prática, a

diversidade celular que

constituem os seres vivos.

Deixa claro também termos

como: seres unicelulares e

pluricelulares, bem como as

partes fundamentais que

constituem a célula vegetal.

22

Foto 9 – parte de uma folha de Elódea; 40x Foto 10 – parte de uma folha de Elódea; 100x

Fonte: a autora Fonte: a autora

Material: Elódea (planta aquática), lâmina, pinça, lamínula, conta-gotas, M.O.C..

Procedimento:

1. Destaque uma folha inteira da planta, coloque-a no centro de uma lâmina bem

limpa.

2. Pingue uma gota de água sobre a folha, então a lamínula por cima sem deixar

bolhas (vide aula “Utilização do M.O.C.)”.

3. Focalize em 40x, 100x e 400x.

4. Observe as células, seu formato, tamanho, membranas, cloroplastos.

5. Observe o movimento dos cloroplastos. O movimento realizado pelos

orgânulos e hialoplasma é uma das propriedades do citoplasma que recebe o

nome de ciclose.

Esquematizar: Desenhe em 100x e 400x. No caso de dúvidas, solicite o professor.

2.3.4. Roteiro Prático De Biologia N° 04

Tema: Dissociação do epitélio da mucosa oral.

Material: Espátulas, lâminas, Azul de Metileno, lamínulas, conta-gotas e M.O.C.

Procedimento:

1. Com uma espátula especial, raspe a mucosa de dentro da bochecha.

2. Espalhe o material sobre o centro da lâmina.

Através desta prática, é possível visualizar as células, seu formato,

tamanho e membranas que constituem a folha da Elódea.

23

Foto 11 – mucosa oral; 40x Foto 12 – mucosa oral; 100x

Fonte: a autora Fonte: a autora

3. Acrescente uma gota de Azul de Metileno.

4. Coloque a lamínula.

5. Leve ao M.O.C. para observar.

Esquematizar:

Você vai fazer esquemas nos círculos correspondentes em 100x e 400x. Não

se esquecer de colocar legendas. Seu desenho deve se aproximar o máximo do

real. Não desenhe o que você não vê.

Observações:

Você notará a presença de células epiteliais vistas de perfil, frente, isoladas e

aglomeradas. Em todas, é possível identificar o núcleo como uma pequena esfera

intensamente corada em azul de posição central. O citoplasma apresenta-se corado

de azul mais claro e com presença de minúsculas granulações. Quando você for

esquematizar, procure um grupo de células onde você possa isolar algumas para

poder observar bem os detalhes citados acima.

2.3.5. Roteiro Prático De Biologia N° 05

Tema: Observação dos componentes em célula vegetal viva.

Com a ampliação do epitélio da mucosa oral, é possível visualizar células

epiteliais isoladas e aglomeradas. Em todas se identifica facilmente o núcleo.

24

Foto 13 – célula vegetal viva; 100x

Fonte: a autora

Material: Cebola, vermelho neutro, gilete, vidro de relógio, pinça, água destilada,

béquer, lâmina, lamínula, óleo de imersão, M.C.O.

Procedimento:

1. Cortar longitudinalmente uma cebola.

2. Separar uma das camadas internas.

3. Retirar a epiderme externa (película que envolve a camada).

4. Dividir a epiderme em 4 pedaços quadrados de mais ou menos 3 mm de lado.

5. Mergulhar os cortes em 1 ml de solução de vermelho neutro contido em um

vidro de relógio.

6. Passando um minuto, com a pinça, retirar um dos pedaços da epiderme.

7. Lave-o em água destilada dentro do béquer.

8. Colocá-lo entre lâmina e lamínula.

9. Observe em 400x.

10. Passados cinco, dez e quinze minutos, observar sucessivamente os cortes.

Esquematizar: Desenhe em 1000x os 4 cortes. Responda as questões.

Observação:

*Corantes vitais são utilizados para observação de células vivas.

Célula vegetal viva

visualizada com mais

nitidez através do

corante Vermelho

Neutro, possibilitando

identificar parede

celular, citoplasma,

vacúolo e núcleo.

25

*Neste relatório você poderá identificar parede celular, citoplasma, vacúolo e

núcleo.

Responda:

1. Ocorreram mudanças de cor em diferentes partes da célula? Por quê?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2. O tempo de imersão no corante teve algum efeito na distribuição da

intensidade da cor?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2.3.6. Roteiro Prático De Biologia N° 06

Tema: Observação de vacúolo e leucoplastos.

Material: Folha de Zebrina pêndula, lâmina, lamínula, conta-gotas, água e M.C.O.

Foto 14 – epiderme inferior de uma folha de Zebrina; 40x

Fonte: a autora

26

Foto 14 – epiderme inferior de uma folha de Zebrina; 40x

Fonte: a autora

Procedimento:

1. Retire a epiderme inferior de uma folha de Zebrina e coloque-a numa lâmina

com 1 (uma) gota de água. Cubra com a lamínula.

2. Observe e esquematize utilizando as objetivas de 40x e 400x.

Observação:

Nas células de raízes de plantas, por exemplo, as moléculas de glicose

provenientes das folhas (sede da fotossíntese) penetram nos leucoplastos, onde se

transformam em amido.

Os leucoplastos repletos de amido passam a ser chamados de amiloplastos

ou de grãos de amido. Sua função é servir de organela armanezadora de alimento

para situações de necessidade.

Responda:

1. Que estruturas são visíveis nas células de Zebrina?

Com a ampliação é possível visualizar com

maior nitidez o vacúolo e o leucoplasto.

27

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2. Em que essas células diferem das células já observadas?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

3. Faça uma tabela comparativa das estruturas de uma célula animal e vegetal e

assinale com (x) quando a estrutura estiver presente.

Nome de estruturas Célula animal Célula vegetal

1-

2-

3-

4-

5-

2.3.7. Roteiro Prático De Biologia N° 07

Tema: Movimento da água através da membrana.

Foto 15 – folha jovem de Elódea; 40x

Fonte – a autora

28

Foto 16 – folha jovem de Elódea; 400x

Fonte – a autora

Material: Ramo de Elódea, água destilada, 5g de sal em 100 ml de água (5%),

lâmina, lamínula, papel de filtro, microscópio.

Procedimento:

1. Retire uma folha jovem de Elódea (da ponta onde há crescimento).

2. Coloque sobre uma lâmina com uma gota de água e cubra com a lamínula.

3. Observe a folha em aumento de 40x, focalizando próximo à nervura central,

coloque em 400x e desenhe a célula.

4. Pingue uma gota de solução salina a 5% em um dos lados da lamínula e

absorva com papel de filtro no lado oposto. Observe pela ocular o que

acontece às células. Aguarde alguns minutos e desenhe a célula nesta

situação.

5. Repita o experimento usando água destilada no lugar da solução.

6. Aguarde e desenhe.

Responda:

1. Quando a folha de Elódea está em solução salina, qual é o movimento da

água?

________________________________________________________________

Com a ampliação é

possível visualizar

com nitidez o

transporte de água

através da membrana.

29

2. Quando em água destilada, qual o sentido do movimento da água?

________________________________________________________________

3. Explique as modificações observadas usando os termos hipotônicos,

hipertônicos e osmose.

________________________________________________________________

4. Certas conservas são feitas com salmoura. Você é capaz de explicar por que

não ocorrem ataques dos microorganismos nesses alimentos?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2.3.8. Roteiro Prático De Biologia N° 08

Tema: Observação de estômatos

Foto 17 – folha de Zebrina; 40x Folha 18 – folha de Zebrina; 100x.

Fonte – a autora Fonte – a autora Foto 19 – folha de Zebrina; 100x

Fonte – a autora

Nesta parte da prática é possível visualizar o

contorno poligonal das células com disposição

regular, pois há um bom suprimento de água.

Após a introdução de uma

gota de solução salina,

observa-se o fechamento das

células pela perda de água.

30

Material: Folhas de Rhoeo ou Zebrina (planta terrestre), M.O.C., pinça, lâmina,

lamínula, conta-gotas, água destilada e solução salina.

Procedimento I:

1. Destaque uma folha, e retire com auxilio de pinça um delgado fragmento de

epiderme inferior.

2. Coloque-a na lâmina limpa, pingue uma gota de água destilada e coloque a

lamínula.

Esquematizar:

Desenhe em 400x. Responda as questões depois de ler as observações a ver o

material no microscópio.

Observações:

Observe o contorno poligonal das células e o conteúdo avermelhado devido à

antocianina. Atente para a disposição regular das células que no seu conjunto

constituem o tecido epitelial de revestimento.

Os estômatos são estruturas da epiderme específica das filhas, responsáveis

pelas trocas gasosas e transpiração. Cada estômato tem duas células guarda onde

fica o ostíolo cuja abertura depende da turgescência celular.

Planta Face inferior Face superior

Cedrella 600 0

Ficus 145 0

Nymphaes (aquática) 0 460

Helianthus (girassol) 325 175

Zea (milho) 68 52

A tabela dos dá uma ideia do número médio de estômatos por mm2 de superfície da folha.

Mecanismos de abertura e fechamento dos estômatos.

Os estômatos permanecem abertos quando a folha está em presença de luz e

há um bom suprimento de água. À noite, ou quando há deficiência de água, os

31

estômatos se fecham. Em qualquer caso, sabe-se que os estômatos abrem-se

quando as células-guardas estão turgidas, fechando-se quando elas perdem água.

Procedimento II:

1. Introduza uma gota de solução salina, encostando um papel de filtro do lado

oposto. Observe ao microscópio e anote o que acontece.

2. Substitua a solução salina por água destilada. Observe e anote o que

acontece.

Responda:

1. Porque a solução salina muda o estado do estômato? E a agua destilada?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2. Se um vegetal se encontra num local que possui grande umidade no solo e na

atmosfera, e boa iluminação, espera-se encontrar seus estômatos com

ostíolos abertos ou fechados?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

3. Explique com as suas palavras os fenômenos fotoativos e hidroativos dos

estômatos.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

4. No que o pH interfere nesse processo?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2.3.9. Roteiro Prático De Biologia N° 09

Tema: Prova de Permeabilidade seletiva na membrana.

Material: Suspensão de levedo em água, solução de vermelho congo, formol a 40%,

3 tubos de ensaio, e lâmina, conta-gotas, pinça de madeira, bico de Bunsen, M.O.C.

32

Procedimento:

1. Colocar 2 ml de suspensão de levedo em cada um dos 3 tubos de ensaio.

2. Adicionar seis gotas de vermelho congo em cada um dos 3 tubos.

3. Somente no segundo adicionar 8 gotas de formol.

4. Somente o terceiro levar à chama do bico de Bunsen até ferver.

5. Preparar 3 lâminas com uma gota do material sendo uma para cada um dos

tubos preparados .

Esquematizar: Observar em 400x cada lâmina.

Responda:

1. O que é Permeabilidade seletiva da membrana plasmática?

2. Em que tubo houve mudança de coloração? Por quê?

3. Qual a influência do formol?

4. Antes de findar a aula, observe novamente o 1° tubo. Houve alguma

mudança? Explique.

2.3.10. Roteiro Prático De Biologia N° 10

Tema: Observação de protozoários

Foto 20 – água poluída; 40x

Fonte: a autora

33

Foto 21 – água poluída; 100x

Fonte: a autora

Material:

Lâmina, M.O.C., lamínula, conta-gotas, microscópio, pipeta, água de rio ou lagoa

que tenha estado com materiais em decomposição por pelo menos 24h.

Procedimento:

1. Coletar água de rio ou lagoa que esteja poluída ou colocar pedaços de grama,

alface, para criação de protozoários.

2. Após 24h coletar com a pipeta e colocar uma gota na lâmina com lamínula

sobre esta.

3. Levar ao microscópio para observação e a contestação da presença ou não

de protozoários.

4. Em sequência, desenhar a imagem observada no microscópio e relatar

conclusões.

Fonte: SOARES, Cristina P. e SILVA, Newton S. da. Roteiros de práticas parcialmente retiradas do arquivo Práticas de Biologia Celular. Disponível em: biblioteca. univap.br/dados/000001 /00000147.PDF Acesso: maio e junho / 2011.

2.3.11. Roteiro Prático De Biologia N° 11

Tema: Mitose com raízes de cebola.

Objetivo: Analisar comportamento dos cromossomos na fase da mitose.

Com a ampliação

da imagem é

possível visualizar

mais facilmente a

presença de

protozoários.

34

Foto 22 – raiz de cebola; 100x

Fonte: a autora

Foto 23 – raiz de cebola; 100x Foto 24 – raiz de cebola; 40x

Fonte: a autora Fonte: a autora

Material: M.O.C., lâmina, lamínula, ácido acético, álcool a 92%, álcool a 70%,

corante: carmim propiônico ou carmim acético, conta-gotas, lâmina de gilete, papel

filtro, agulha de crochê, cebola, água, fixador (mistura de ¾ de álcool a 92% mais ¼

ácido acético)

Procedimento:

1. Deixar uma cebola com raiz imersa em água por três dias.

As fotos 22, 23 e 24 demonstram o

movimento dos cromossomos durante as

fases da mitose ocorrendo na raiz da cebola.

35

2. Ao final dos três dias, entre 16h e 17h coletar 1 cm da raiz da cebola e coloca-

lo no líquido fixador.

3. Permanecer a raiz por 24h imersa no fixador, a fim de fixar as fases na célula.

4. Após, jogar fora a solução liquida e depositar a raiz em álcool 70% e

armazenar em local refrigerado, o que poderá ser utilizado em até, no

máximo, uma semana.

5. Tirar raiz do álcool 70% e imergi-la em ácido clorídrico normal ou ácido

acético 50% e deixar agir por 24h;

6. Pegar a raiz com pinça;

7. Pôr em lâmina com 2 gotas de corante por 10 min para reagir.

Foto 25 – posição dos cromossomos durante as fases da mitose

Fonte – a autora

8. Em sequência, com a ponta grossa da agulha de crochê, esmagar a raiz.

9. Novamente aguardar 10 min para reagir, e, aí então, por lamínula sobre a

mesma.

10. Aquecer na lamparina à álcool (sem deixar ferver o corante) para que a célula

se esparrame na lamina deixando os cromossomos mais visíveis.

11. Pegar o papel filtro (o qual deverá ser duplo e dobrado ao meio) envolvendo

a lamina, pressionando-se levemente, a fim de tirar excessos de corante e

liquido. Descarte o papel filtro, e leve a lamina ao microscópio para observar

as fases da mitose.

36

Observação: Provavelmente será possível visualizar todas as fases da mitose.

Relate através de desenhos explicativos identificando as fases da mitose ao

microscópio.

Para auxiliar na classificação das fases da mitose o professor poderá

disponibilizar o modelo abaixo.

Fases da mitose.

2.3.12. Roteiro Prático De Biologia N° 12

Tema: Como transformar uma lâmina em permanente.

Material: Lâmina pronta, Azul de Metileno, ácido acético a 45% (mistura-se 45 ml de

ácido acético com 100 ml de água destilada), lamínula, Bálsamo do Canadá, água

destilada e conta-gotas.

37

Procedimento:

1. Colocar a lâmina pronta durante 1 hora imersa no corante para que fique

bem corada.

2. Retira-se, seca suavemente para retirar o excesso.

3. Mergulhar no ácido acético 45% até desprender a lamínula.

4. Retira-se a lâmina e deixa secar.

5. Coloca-se ½ gota de Bálsamo do Canadá na lâmina.

6. Coloca-se suavemente a lamínula nova e deixa secar por

aproximadamente 30 dias.

Como demonstra Carlos E. B. Stange, Julio M. T. Santos e Sandro A. dos

Santos (2010), in Organizadores previos em la enseñaza de Sistematica através

de la Tecnica de los Botones: uma aplicación del Diagrama ADI (III Encuentro

Internacional sobre Investigación en Enseñanza en Ciencias. Coord. Concessa

Caballero Sahelice; Marco Antonio Moreira; Jesús A. Meneses Villagra.

Universidade de Burgos - UBU: Espanha. pp-137-148. ISBN:978-84-9281-17-4),

dentro do conteúdo estruturante Organização dos Seres Vivos previsto nas DCEs

(2008) é possível realizar a seguinte atividade prática.

2.4. Técnica dos Botões.

A Técnica dos botões pode ser usada, com o objetivo de organizar previamente

fundamentos compreensão de conceitos (semelhanças, diferenças e de referencia)

para compreensão do conceito superordenado: biodiversidade.

A atividade foi planejada por meio de Diagrama ADI.

Os participantes foram organizados em grupos de três e dez conjuntos foram

distribuídos botões diferentes (Figura 2), independentemente do número de cópias

por grupo botão.

Solicitar aos participantes que, sentem-se agrupados em uma mesa, para que

possam assistir gratuitamente, manipular e gravar cada etapa, como irá configurar

cada conjunto de botões.

Partindo do ADI previamente estabelecidos, os conjuntos de botões foram

distribuídos nos respectivos grupos e, como primeiro passo antes de qualquer outra

ação, fazer o pré-teste.

Após a conclusão do pré-teste, deixar livre por alguns minutos para observar a

reação dos membros do grupo em relação ao seu grupo de botões.

38

Esta atitude, também baseada na ADI, é devido à verificação das previsões, e

isso serve para verificar que, independentemente das orientações, a primeira ação

das pessoas é separar os botões por suas diferenças.

Então deve-se seguir os seguintes passos:

1 – Ter os botões em uma mesa, e observá-los (Figura 2 – conjunto de botões)

2 – Botões separados por seus critérios e similaridade, formando novos grupos

com maior numero de botões em cada grupo – anote estes critérios;

3 – Dentro desses novos grupos (botões separados por suas diferenças), anote

estes critérios;

4 – Organizar os critérios do passo dois e passo três em categorias;

5 – Para cada categoria estruturada, relacionar suas opiniões e características,

denominando cada um dos botões do jogo (diagnóstico);

6 – Organizar um quadro em colunas – categorias – critérios – características;

7 – Organizar as características em: Próximas (aqueles que se aproximam por

semelhanças); Diferenças (as que se diferenciam dentro do conjunto de

semelhanças); e Essencial (o que realmente chamou cada um dos botões do jogo);

8 – Confeccionar de acordo com as categorias e critérios, um diagrama de

árvore e um diagrama chave;

9 – Confeccionar, de acordo com as categorias e critérios uma chave dicotômica;

10 – Compreender quando se classifica e quando se identifica;

11 – Montar mapa mental sobre os botões;

12 – Montar mapa conceitual sobre os conceitos estudados na técnica;

13 – Montar Diagrama ADI como forma de planejamento para aplicação desta

técnica;

Figura 2 – Conjunto de Botões (etapa 2 da técnica)

39

Uma vez realizada a etapa 1, começou a fase 2 (Figura 3), tendo como

critério características aparentes de furos (com furos) e sem furos aparentes (sem

furos), como mostra a figura 3.

Para a etapa 3, há uma sequência de denominações do botões em um total

de 10 grupos distintos, independentemente do número de exemplares por grupo

(Figura 4 – botões sem furos e Figura 5 – botões com furos).

Figura 3 – etapa 2

Metal Plástico Com brilho Sem brilho Com 2 cores. Com 1 cor. Botão 1 /brilhantes. Botão 2

Superfície com Superfície com textura rugosa. textura lisa.

Botão 3

40

Cor vermelha Cor azul Cor marrom

Figura 4 – Botões sem furos

Partindo da organização dos conjuntos de botões e suas denominações, se

obteve o quadro 1.

Quadro 1 – Etapa 4

Categoria Critério

Passo 2 Furos 1. Presença ou ausência 2. Quantidade de furos

Passo 3 Tipo de material Metal ou Plástico

Brilho Brilhante ou sem brilho

Cor 1. Diferenças entre as superfícies (adaxial ou abaxial)

2. Diferentes tons.

Textura da superfície

adaxial

Lisa ou rugosa

Material Madeira, Plástico, Metal.

Relevo da superfície

adaxial

Com diferença de relevo e

sem diferença de relevo

Com esse primeiro quadro se pode discutir a concepção de inclusividade.

Depois desta estruturação, se obteve um quadro sinóptico como síntese das etapas

6, 7 e 8 da atividade, seguindo o quadro 2. Neste quadro, as características

compreendidas como próximas foram destacadas com “P”, as diferenças com a letra

“D” e as essenciais com a letra “E”. Com este segundo quadro, se discute a ideia de

referencial para compreensão da ordenação dos seres vivos.

41

Botões com furos

Com 4 furos. Com 2 furos. De madeira. De plástico.

Botão 7 Botão 8

Sem diferenças de Com diferenças de relevo na superfície. relevo na superfície. Botão 9 Botão 10 Figura 5 – Botões com furos.

Quadro 2 – Quadro Sinóptico da atividade.

Categoria Critério Característica

Botão 1 Tipo de

material

Metal Botão sem furos (P/D), de material metal (D/E),

de tamanho pequeno (D/E), de cor marrom

(D/P), de textura rugosa (P/D), com desenhos

em relevo (D/E).

Botão 2 Cor Diferenças

entre as

superfícies

(adaxial e

abaxial)

Botão sem furos (P/D), de material plástico

(P/D), de tamanho médio (P/D), com duas cores

(D/E), sendo dourada na superfície abaxial e

predominantemente negra na superfície adaxial,

com adornos (desenhos) sem relevo (D/E)

Botão 3 Textura Lisa o

Rugosa

Botão sem furos (P/D), de material plástico

(P/D), de tamanho médio, com uma única cor

(P/D), de superfície adaxial de textura lisa (E),

de cor negra (E), brilho- brilhante (D/E)

42

Botão 4 Cor Tons. Botão sem furos (P/D), de material plástico

(P/D), de tamanho médio (P/D), com uma única

cor, de superfície adaxial de textura rugosa

(P/D), de cor vermelha (D/E), brilho – sem brilho

(P/D)

Botão 5 Cor Tons. Botão sem furos (P/D), de material plástico

(P/D), de tamanho médio (P/D), com uma única

cor (P/D), de superfície adaxial de textura

rugosa (P/D), de cor azul (D/E), brilho – sem

brilho (P/D)

Botão 6 Cor Tons. Botão sem furos (P/D), de material plástico

(P/D), de tamanho médio, com uma única cor

(P/D), de superfície adaxial de textura rugosa

(P/D), de cor marrom (D/E), brilho – sem brilho

(P/D)

Botão 7 Tipo do

material

Madeira Botão com furos (P/D), com 4 furos (P/D), de

material madeira (D/E), de tamanho grande

(D/E), de cor marrom (P/D), brilho – sem brilho

(P/D), de superfície adaxial com textura lisa

(P/D), com relevo nas bordas (P/D).

Botão 8 Tipo do

material

Plástico Botão com furos (P/D), com 4 furos (P/(D/E)), de

material plástico (P/(D/E)), de tamanho pequeno

(P/D), de cor negra (P/D), brilho – brilhante

(P/D), de superfície adaxial com textura lisa

(P/D), com relevo nas bordas (P/D).

Botão 9 Furos Quantidade Botão com furos (P/D), com 2 furos (P/(D/E)), de

material plástico (P/D), de tamanho pequeno

(P/D), de color marrom (P/D), brilho – brilhante

(P/D), de superfície adaxial com textura lisa

(P/D), sem diferença de relevo na superfície

adaxial.

Botão 10 Relevo Diferenças

de relevo

na

superfície

adaxial

Botão com furo (P/D), com 2 furos (P/D), de

material plástico (P/D), de tamanho pequeno

(P/D), de cor marrom (P/D), brilho – brilhante

(P/D), de superfície adaxial com textura lisa

(P/D), com diferença de relevo na superfície

adaxial (D/E).

Para a etapa 8 da atividade, estão os diagramas representados nas figuras 6 e 7.

43

Diagrama em árvore. Botões

_______________________________________________________________

Sem furos Com furos

Tipo de material Tipo de material ______________________ _____________________

Metal Plástico Madeira Plástico

Botão 1 Brilho Botão 7 Quantidade de

furos.

__________________________ ___________________________

Brilhante Sem brilho Com dois Com quatro

furos. furos. Quantidade de cores.

_____________________ ____________________ Superfície Botão 8 adaxial

Com duas Com uma Vermelho Azul Marrom cores. cor.

Textura de Botão 4 Botão 5 Botão 6

Botão 2 superfície ______________

adaxial.

Lisa Sem relevo. Com relevo.

Botão 3 Botão 9. Botão 10.

Figura 6: Diagrama em árvore.

Diagrama em chave. Metal Botão 1 Com duas cores. Botão 2 Sem furos. Brilhante Com uma cor. Superfície Botão 3 lisa. Plástico Vermelho Botão 4 Sem brilho. Azul Botão 5 Botões Marrom Botão 6 Madeira Botão 7 Sem relevo Botão 9 2 furos Com furos. Plástico Com relevo Botão 10 4 furos Botão 8

Figura 7: Diagrama em chave.

Para a etapa 9, esta o diagrama estrutura de acordo com o que se apresenta

na figura 8.

44

Realizada toda esta estruturação de instrumento de organização didática, na

etapa 10 da atividade, por assimilação, se sugere a seguinte pergunta: Quando

classificamos, e quando identificamos, analisando estes novos botões (Figura 9) e a

coleção já existente?

Para tanto como síntese das características já trabalhadas, se pedirá como

etapa 11 confeccionar um mapa conceitual (Figura 10) sobre o conteúdo da

sistemática discutido durante o desenrolar da técnica.

1.........Sem furos..........................................2

Com furos..........................................6

2.........De metal............................................B1

De plástico.........................................3

3.........Brilhante............................................4

Sem brilho.........................................5

4.........Com uma única cor...........................B3

Com duas cores................................B2

5.........Vermelho...........................................B4

Azul....................................................B5

6.........Com 2 furos.......................................7

Com 4 furos.......................................8

7.........Sem relevo........................................B9

Com relevo........................................B10

8.........De madeira........................................B7

De plástico.........................................B8

Figura 8: Diagrama em chave dicotômica

Figura 9: Novos botões.

45

são ideias complementares

SEMELHANÇAS DIFERENÇAS indicam as

CARACTERÍSTICAS

Referem-se as que podem ser do tipo Se referem as

determinantes determinantes

PRÓXIMAS ESSENCIAIS DIFERENCIAIS das das

Que podem ser os

CRITÉRIOS

estruturam a delimitam e é delimitada pelas

TAXONOMIA

preestabelecido Delimita a determina um preestabelecidos e também novos determinam a determinam a

OPERAÇÃO estrutura a ENQUADRAMENTO

SISTEMÁTICA

Ação de Ação de

é organizada por

CLASSIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO

determina a Figura 10: Mapa conceitual sobre sistemática

De acordo com STANGE; SANTOS; SANTOS (2010, p.12-13),

(...) os professores e alunos ao trabalharem a técnica dos botões compreenderão melhor a taxonomia; as diferenças essenciais entre a ação de classificar e de identificar um ser vivo; e, através desta experimentação com materiais alternativos do docente como trabalhar com organizadores prévios para facilitar o domínio progressivo de conhecimentos desde um enfoque integrador de conceitos. (...) este exercício didático demonstra ao professor diferentes formas de organização didática e ao aluno diferentes formas de organização para seus estudos, explicando as características e importâncias pedagógicas para ensinar a aprendizagem de conteúdos sobre seres vivos.

Fonte: STANGE, C.E.B.; SANTOS, J.M.T.dos.; SANTOS, S. Ap. dos.(2010) Organizadores previos

en la enseñaza de Sistematica através de la Tecnica de los Botones: una aplicación del

46

Diagrama ADI. III Encuentro Internacional sobre Investigación en Enseñanza en Ciencias. Coord. Concessa Caballero Sahelice; Marco Antonio Moreira; Jesús A. Meneses Villagra. Universidade de Burgos - UBU: Espanha. pp-137-148. (ISBN: 978-84-9281-17-4).

Cabe ao docente da disciplina de Biologia não esquecer-se que a técnica dos

botões pode ser uma modalidade didática de relevância no auxílio do ensino de

taxonomia e classificação dos seres vivos. No decorrer das aulas de biologia devem

ser feitos exercícios de vários tipos ou níveis, sempre dando oportunidade para que

os educandos habituem-se a tomar decisões, colocando-as em prática e analisando

os resultados obtidos.

Krasilchik (2005, p.87) cita exemplos através de níveis de como trabalhar

praticamente com tipos diferentes de exercícios:

Um exemplo de exercício proposto no primeiro nível seria: quanto mais tempo o feijão fica embebido, mais depressa germina. Para verificar esse fato, separe 50 grãos de feijão. Marque cinco frascos com os seguintes dizeres: 12 horas, 24 horas, 48 horas, 72 horas. Ponha dez sementes em cada frasco. É importante que todas elas, independentemente do tempo de embebição, sejam plantadas simultaneamente. Coloque as sementes em água, de maneira que todos os lotes completem o tempo de embebição concomitantemente. No dia do plantio, forre cinco placas de Petri com papel de filtro. Umedeça o papel e retire o excesso de água. Etiquete as tampas de cada uma com a mesma notação dos frascos. Ponha as sementes que ficaram em embebição nas placas correspondentes. Deixe as placas tampadas em lugar onde a temperatura e as luzes variem um pouco. Observe as sementes diariamente, durante dez dias, e anote o número de sementes germinadas. Prepare uma tabela em seu caderno para anotar os resultados observados.

No segundo nível, o exercício teria a mesma forma, mas a pergunta feita seria: o tempo de embebição das sementes antes do plantio influi na germinação?

No terceiro nível, o exercício se resumiria em dizer aos alunos para organizar uma experiência a fim de testar a seguinte hipótese: o tempo em que as sementes de feijão ficam embebidas, antes do plantio, influi na germinação? E, finalmente, no quarto nível, o professor diria: tenho aqui um conjunto de frascos com sementes de várias plantas. O que gostaria de saber sobre elas?

Os educadores não devem esquecer-se que qualquer que seja o exercício

proposto e realizado, é necessário que ocorra uma discussão para analisar os

resultados encontrados. Assim, a atividade não será uma simples manipulação de

47

materiais e dados. Então, dessa forma, terá acontecido a tão almejada

aprendizagem significativa.

Em suma, é de conhecimento de todos os docentes a importância das aulas

práticas no ensino da biologia. Porém, mesmo diante disso tais aulas ocorrem em

pequena quantidade. Colegas professores alegam falta de tempo para o preparo das

práticas, insegurança no conteúdo e domínio das classes e a não disponibilidade de

materiais e estruturas nas escolas. Todavia, convém ressaltar que mesmo sabendo

da existência de fatores limitantes à aplicabilidade da boa aula prática de biologia,

não há fatores fortes o suficiente os quais justifiquem a sua ausência.

Ainda, outro ponto a ser considerado é que será imensamente prejudicial ao

ensino a existência de aulas desorganizadas, onde os educandos sem a devida

orientação não saibam como proceder, restando-lhes uma visão errada da

experimentação na ciência, o que faz denegrir a matéria.

Não se pode esquecer que todo o esforço que um professor venha a fazer no

preparo de suas aulas práticas terá a melhor das recompensas: o entusiasmo, o

interesse e o envolvimento de seus alunos.

48

CAPÍTULO III

EXCURSÕES / VISITAS ORIENTADAS.

É de conhecimento de todos que os professores consideram as excursões/ e

ou visitas orientadas são recursos de muita valia no ensino de alguns conteúdos. No

entanto, são poucos que utilizam esse recurso em sua prática pedagógica.

Para Krasilchik (2005, p.88)

Os principais obstáculos à organização das excursões são: complicação para se obter autorização dos pais, da direção da escola e dos colegas que não querem ceder seu de aula, o medo de possíveis acidentes, a insegurança e o temor de não reconhecer os animais e plantas que forem encontrados, os problemas de transporte.

Não se deve esquecer que muitos desses obstáculos podem ser vencidos se

a inicialização em tais atividades ocorrer com pequenas excursões próximas da

escola. Afinal, estas não necessitariam de autorizações, estariam menos passíveis

de acidentes, sem mencionar que a proximidade da escola e o ambiente conhecido

permitiriam ao professor sentir-se menos ansioso e apreensivo, consequentemente

mais seguro.

Além do que, o professor não pode esquecer-se de demonstrar a seus

educandos que não é detentor de um saber inquestionável. Desta forma, os alunos

compreenderão eventual desconhecimento do professor, a cerca de plantas ou

animais encontrados na atividade.

Dessa forma, noutro momento, quando o docente resolver organizar outra

excursão, algumas dificuldades já terão sido sanadas.

É imprescindível que qualquer que seja o local escolhido para a realização de

uma excursão, que o docente trace objetivos específicos propiciando a seus alunos

um problema a ser resolvido com observação e coleta de dados. Deve-se também,

levar em conta que além do trabalho a ser desenvolvido pelos educandos, os

mesmos deverão ter determinado tempo livre para observar e identificar problemas

novos ou situações interessantes do local onde estão.

49

Outro ponto positivo deste tipo de atividade é o melhoramento da relação

entre docente e educandos. Fora do ambiente escolar acaba-se criando uma relação

de companheirismo que irá perdurar posteriormente na sala de aula. O aluno verá

no professor um companheiro na viagem pelo conhecimento, e isto vai estreitar e

desenvolver um laço de amizade e confiança do educando para com o professor.

De acordo com Krasilchik (2005) uma excursão precisa ser organizada da

seguinte forma:

uma etapa de preparação em que é feito o reconhecimento do local escolhido e a investigação dos problemas que serão investigados;

elaboração do roteiro de trabalho contendo as instruções para o procedimento dos alunos e as perguntas que eles devem responder;

trabalho de campo propriamente dito;

trabalho em classe para organização dos dados e exame do material coletado;

discussão dos dados para elaboração de uma descrição geral do sítio visitado e uma síntese final.

Uma visita orientada pode ser um recurso com grande potencial de

aprendizagem se esta for preparada observando a seguinte organização:

A justificativa deve responder questionamentos como:

o Quais são os motivos para a realização de uma visita orientada?

o Por que tal prática é necessária?

o A que clientela destina-se a visita?

Outrossim, é necessário também estabelecer de forma clara quais objetivos

que o docente quer atingir com este recurso. Para tanto, os objetivos devem ser

capazes de responder indagações como:

o O que se pretende com a visita?

o Para que realizar a visita?

o Quais metas o docente quer atingir fazendo a visita?

E esses mesmos objetivos, quando definidos, devem possibiltar a nitidez de

como todo o trabalho será desenvolvido, levando-se em conta:

o Como será feito: a coleta e aplicação de informações; a observação e

organização do trabalho; as sínteses; os relatórios e o trabalho coletivo.

50

Ainda, também é necessário que o professor ao determine previamente o

local e a data; bem como se a visita será a diversos locais ou apenas um com

leituras diversas.

Cabe também ao educador possuir um conhecimento antecipado do local

onde será realizada a visita, agendando-a sempre com antecedência.

Sempre que o professor planejar uma atividade através de uma visita

orientada é imperioso estabelecer:

o Quais são os horários do local?

o O que precisa levar?

o Quais são as normas e o que o local a ser visitado oferece?

o Quem será o responsável com a organização (agendamento, condução,

pagamento, etc.)?

o Que valor cada visitante irá necessitar?

o Quem irá acompanhar os visitantes?

o Vestuário: roupas e calçados confortáveis.

o Alimentação: Perguntar-se se o local oferece alimentação (o valor, tipo da

comida e horário). Não se deve esquecer-se de levar água potável.

o Saúde: é necessário saber se o local oferece primeiros socorros (se não

oferece, deve-se levar maleta com material necessário); se são necessárias

vacinas (e se forem necessárias, perguntar-se se estão em dia); medicação

(se algum aluno está usando); lembrar os educandos para não se

esquecerem de levar protetor solar e repelente.

o Acesso: se algum aluno necessita de cuidados especiais (cadeirante,

deficiente, visual, etc.); se o percurso é extenso; como é o trajeto e qual a

previsão do tempo para o dia da visita.

o Meio Ambiente: orientar os educandos a cerca dos cuidados com a natureza,

preservação de espécies, objetos, monumentos, locais preservados etc.

o Atividades dirigidas: é preciso estabelecer antecipadamente o que os alunos

farão durante a visita e se serão avaliados.

Tendo por base todos estes dados, o educador terá maiores chances de obter

sucesso nos objetivos a que se dispôs alcançar, planejando a realização da visita

orientada, certamente alcançará maior aprendizagem de seus educandos.

51

Abaixo temos um exemplo de roteiro para uma visita orientada a uma trilha

ecológica interpretativa no Parque das Araucárias que foi elaborada por Paarai H.

Lopes in Material Didático: O Potencial Didático de Trilhas Interpretativas

(Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Guarapuava, 2007/2008).

A mesma autora coloca ainda que neste Parque,

A paisagem é bem diversificada, o maior número de espécies identificadas é de vegetais, sendo que espécies de animais como veados, cutias, capivaras, dentre outras, poderão ser vistas dependendo do horário em que se percorra a trilha, ou mesmo estação do ano. Já insetos e pássaros são vistos com frequência.

É também política do Parque a determinação de que para percorrer as trilhas, os visitantes recebam recomendações importantes para a sua segurança e conforto.

É solicitado que observem a previsão do tempo, para evitar situações de risco. Que procurem usar roupas e calçados adequados (roupa fechada, camiseta de gola alta, manga longa, meias longas, botina que seja confortável para caminhar), que utilizem boné e repelente. Que evitem desodorante com perfume para não atrair certos tipos de insetos e vetores. Também é importante carregar uma mochila nas costas, adequada a idade com uma garrafa de água e os materiais previstos para o evento. Recebem ainda orientações para que não modifiquem o ambiente, que as conversas sejam em um tom baixo. Ainda são recomendados a andar somente nas trilhas, para não desencadear processos de erosão e que de forma alguma deixem quaisquer materiais, ou até mesmo lixo no local.

3.1. Exploração Da Trilha B Do Parque Municipal Das Araucárias

3.1.1. Metodologia para a exploração da Trilha

a. Formar grupos de no máximo 5 alunos;

b. Percorrer a trilha;

c. Observar o objeto de estudo, discutir com o grupo, fazer anotações e registros

de imagens (desenhos e fotografias);

d. Apontar dúvidas;

e. Socializar as conclusões.

3.1.2. Primeira Etapa

Unidade de Conteúdo:

52

Órgãos Vegetativos: Caules

Conteúdo:

Classificação geral de caules

Tema:

Identificação de caules

Objetivos:

- Reconhecer os tipos de caules das plantas observadas nas diversas paradas da

trilha;

- Refletir sobre a importância das espécies para a preservação da vida nos

ambientes;

- Compreender que é papel do ser humano o desenvolvimento de atitudes de

preservação e conservação da biodiversidade;

- Perceber se os problemas ambientais estão ligados a problemas sociais e

dependem de ações políticas.

Atividade I

Procedimento

1ª Parada: Pinheiro-do-paraná ou Araucária

- Observar a araucária;

- Ler as questões propostas, discutir com o grupo e respondê-las.

1. Fale da importância da Araucária para o ambiente.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2. Com a destruição das matas de araucárias o que aconteceu aos animais que se

alimentavam do pinhão como é o caso da anta, da queixada, do tatu, do sabiá, da

pomba-rola da gralha-azul, dentre outros?

53

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3. O desaparecimento das espécies ocorre principalmente devido a questões

econômicas. Você concorda com essa afirmativa? Justifique:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4. Constantemente vemos denúncias sobre destruição dos ambientes, e o

desaparecimento da biodiversidade, parece que algumas pessoas não estão

preocupadas com as condições de vida das futuras gerações. Quem você acha que

deve se organizar para cobrar providências das autoridades governamentais? De

que forma poderia ser feito essa cobrança?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5. Discuta com seus colegas do grupo possíveis medidas a ser adotadas pelas

pessoas no sentido de preservar a biodiversidade e de usar os recursos do planeta

de forma responsável.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atividade II

Procedimento

Observar o tipo de caule de cada árvore, que serão objetos de estudo nas 8

paradas da trilha;

Trocar ideia com os componentes de grupo;

54

Identificar e preencher a tabela de classificação de caules.

CAULES

AEREOS

ERGUIDOS

1 2 3 4 5 6 7 8

HASTE

COLMO

ESTIPE

TRONCO

CLADÓDIOS

RASTEIROS

PROSTRADOS

ESTOLOES

TREPADORES

CIPÓS

VOLÚVEIS

SARMENTOSOS

SUBTERRANEOS

XILOPÓDIOS

TUBÉRCULO

BULBO

RIZOMA

AQUÁTICOS

Fonte: LOPES, Paarai H. Material Didático: O Potencial didático de Trilhas Interpretativas. Prof.ª PDE / 2007, Guarapuava– PR.

Planta correspondente para cada numeração da tabela:

1. Pinheiro-do-paraná

2. Imbuia

3. Samambaiaçu (xaxim)

4. Bromélia

5. Guabiroba branca

6. Guaçatonga

7. Tarumã

8. Cedro rosa

3.1.3. Segunda Etapa

Unidade de Conteúdo

55

Órgãos Vegetativos: Folhas

Conteúdo:

Classificação geral de folhas.

Tema:

Identificação de folhas

Objetivo:

Identificar as folhas das plantas observadas quanto ao tipo de limbo, bordo e

nervura.

Procedimento

Analisar o tipo de folha de cada árvore escolhida e desenhá-la;

Fazer registro fotográfico;

Identificar o tipo de limbo, bordos e nervuras.

Observação: Nem sempre o nome da parada corresponderá à planta escolhida

como objeto de estudo, pois as folhas de algumas espécies podem estar em lugares

altos, dificultando a observação detalhada. Neste caso será analisada outra planta

localizada na mesma parada.

Atividade I

1ª Parada

Nome: Pinheiro do Paraná ou Araucária

Imagem da folha

56

Planta observada: Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

2ª Parada

Nome: Imbuia

Imagem da folha

Planta observada: Imbuia (Ocotea porosa)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

3ª Parada

Nome: Pinheiro Caído

Imagem da folha

Planta observada: Samambaiaçu (Dicksonia sellowiana)

57

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

4ª Parada:

Nome: Bromélia

Imagem da folha

Planta da observada: Bromélia (Tillandsia stricta)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

5ª Parada

Nome: Pinheiro Atingido por um Raio.

Imagem da folha

58

Planta observada: Gabiroba branca (Campomanesia neriiflora)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

6ª Parada

Nome: Olho d’água.

Imagem da folha

Planta observada: Guaçatonga (Casearia sylvestris)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

7ª Parada

Nome: Bifurcação da Trilha.

Imagem da folha

59

Planta observada: Tarumã (Vitex montevidensis)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

8ª Parada

Nome: Saída da Trilha.

Imagem da folha

Planta observada: Cedro rosa (Cedrela fissillis)

Identificação:

a) Quanto à forma do limbo;

b) Quanto à forma dos bordos;

c) Quanto à forma das nervuras.

Fonte: LOPES, Paarai H. Material Didático: O Potencial Didático de Trilhas Interpretativas. Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Guarapuava, 2007/2008.

Outros exemplos de visitas orientadas são as que podem ser realizadas de

forma conjugada. Mas, somente se isso for facilitar ou não pela distância dos locais

alvos das atividades; e se o público for constituído de professores ou educandos.

Exemplos como o MUDI – Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM ou do Planetário

de Londrina.

60

Lembrando sempre que é necessário que o educador conheça os ambientes

e todas as possibilidades de abordagem aos mais diversos conteúdos que podem

ser explorados com estas visitas orientadas.

Abaixo segue um modelo de elaboração de roteiro para realização das visitas

orientadas ao MUDI e ao Planetário de Londrina num mesmo dia com professores.

3.2. Visita Orientada ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da

UEM – MUDI e ao Planetário de Londrina.

Professor responsável:

Data da visita:

Horários:

Saída:

Visita ao Planetário de Londrina:

Previsão de retorno de Londrina para Maringá:

Visita ao MUDI – Maringá:

Previsão do retorno de Maringá:

Previsão de chegada:

Público: Educadores.

Valor

Por pessoa: (despesas com o transporte e ingresso ao Planetário)

Justificativa

A visita orientada é um recurso didático eficaz para que através de

conhecimentos práticos vivencie-se o teórico visto em aula.

Para tanto cediço que a prática do educador, a prima facie sendo apenas o

visitante, terá relevante importância para que conhecendo previamente o ambiente e

61

roteiro da visita, então preparado, possa utilizar de maneira satisfatória esse recurso

didático na busca por uma aprendizagem significativa de seus educandos.

Peculiarmente, é necessária a oportunidade para investigar as contribuições

de uma visita ao MUDI e ao Planetário de Londrina para os processos de ensino-

aprendizagem, tendo-se como fundamento subjacente a teoria da aprendizagem

significativa.

Objetivos

Promover socialização entre o grupo de educadores;

Disponibilizar o conhecimento dos ambientes para que os professores

possam organizar visitas orientadas com seus alunos.

Metodologia

Durante as visitas os educadores poderão fazer observações, anotações e

análises para discussões e avaliação prévia dos ambientes e suas respectivas

importâncias para o ensino-aprendizagem de seus alunos.

Normas dos locais a serem visitados:

Planetário de Londrina

• Os agendamentos para escolas e grupos iniciam-se em Fevereiro, pelo

telefone, das 9h às 12h e das 14h às 17h30min, sendo que as sessões

agendadas serão exibidas em:

• Período da Manhã: 8h30min e 10h, de terça a sexta.

• Período da Tarde: 14h30min e 16h, de terça a sexta.

Sessões:

• O Príncipe sem Nome, e

• O Céu de Londrina

• Novas sessões a serem lançadas em breve.

62

• Ligue para o telefone (43) 3344-1145 ou (43) 3326-0567 para a confirmação

de datas e horários disponíveis.

• É necessário o TERMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. Este Termo deve

ser entregue em duas vias devidamente preenchidas e assinadas,

pessoalmente no Planetário de Londrina, quando o interessado efetuará

também o pagamento.

Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM – MUDI

As visitas podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 7h40min às 11h40min e

das 13h30min às 17h30min.

Na quarta-feira, o Museu pode ser visitado também no período noturno, das

19 às 22 horas.

As visitas em grupo devem ser marcadas pelo fone (44) 3261-4940.

Vestimenta:

Roupas e sapatos confortáveis.

O que levar (opcional):

Boné, protetor solar;

Câmera e/ ou máquina fotográfica.

63

CAPÍTULO IV

O USO DO SENSORIAMENTO REMOTO NO ENSINO DE BIOLOGIA.

Fonte: Domínio público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?q=dominio+publico+ima

gens+do+planeta+com+satelite+espacial+ao+redor&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=FZttdy8n9eXM:&imgrefurl=http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/category/listas/page/2/&doc=i8MFdLavQVt4QM&w=1006&h=806&ei=lhZETvDFHsPr0gG7o4jPCQ&zoom=1&iact=hc&vpx=358&vpy=248&dur=313&hovh=201&hovw=251&tx=90&ty=125&page=1&tbnh=138&tbnw=165&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:13,s:0&biw=1366&bih=600. Acesso dia: 11/08/ 2011).

O sensoriamento remoto é a tecnologia que permite a aquisição de

informações sobre objetos sem contato físico com eles.

Gonçalves (2004) afirma que o uso escolar do sensoriamento remoto como recurso didático pedagógico no processo de ensino e aprendizagem permite, primeiramente, desmistificar a ideia de que tais tecnologias são algo distante da escola, assim como permite o esclarecimento para que professores possam promover ou proceder à socialização dos conhecimentos requalificando a relação do ensino entre o conhecimento e o cotidiano aprimorando a função da escola na formação, contribuindo, assim, para a formação de cidadãos preparados a participações sociais consistentes e construtivas através dos recursos da informação e da comunicação presentes na sociedade, oportunizando à escola, e a partir dela, à comunidade, o

64

acesso e a apropriação do conhecimento, sendo estes umas das principais funções sociais da escola. (Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne097.htm. Acesso dia 18/07/2011).

Com o processo de mudanças desencadeado a partir da nova Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (9394/96) vem sendo necessário que a educação

escolar trabalhe com conteúdos e recursos que qualifiquem o cidadão para a vida na

sociedade moderna que é tecnológica.

Em consonância com a Lei, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as

Diretrizes para o Ensino Médio, destacam a importância do trabalho com o

conhecimento científico e tecnológico no ensino fundamental e médio.

Este recurso é inovador e consequentemente muito atrativo para os

educandos. Através dele os docentes poderão promover ainda mais a socialização

da ciência e tecnologia com a vida cotidiana dos educandos. Principalmente quando

seu uso está voltado para o estudo de questões significativas importantes para o

educando enquanto cidadão consciente e participativo na sociedade em que vive.

A utilização de um recurso inovador como esse poderá propiciar contribuições

como levar a escola a atuar mais diretamente em problemas atuais preparando mais

explicitamente o educando para agir como cidadão consciente e agente de

transformação na sociedade em que vive.

Estaremos atingindo nossos educandos despertando seu interesse a partir

dos conhecimentos que a ciência propicia ao educando, levando a escola a

oportunizar ao aluno o acesso ao conhecimento da função social desta tecnologia. d

4.1. Como utilizar as imagens de satélites?

Os usos dos recursos de sensoriamento remoto, associados ao

desenvolvimento de diferentes atividades, podem propiciar aos alunos condições de:

compreender o meio ambiente local, regional e até mesmo do país a que

pertence;

refletir sobre a realidade sócio ambiental em estudo;

propor soluções para os problemas identificados, exercitando sua cidadania

através de ações/intervenções escolares voltadas para a melhora da sua

qualidade de vida e da sociedade de qual faz parte.

65

4.2. Como colocar em prática?

Para trabalharmos com este recurso se faz necessário considerarmos a

realidade social da qual o educando faz parte e na qual a tecnologia espacial, em

especial o sensoriamento remoto, terá sua presença inserida através deste recurso

didático.

Para isso, como ponto de partida, o docente deverá conhecer e saber lidar

com o meio ambiente de seu aluno, bem como a compreensão que o mesmo tem

dele.

Conhecendo o ambiente do aluno, o educador estará mais próximo de

alcançar sucesso no processo ensino-aprendizagem de seus alunos.

Se o educador fizer uso do sensoriamento remoto; da observação da

realidade focalizada para a construção do conhecimento mais elaborado e mais

crítico do educando; irá propiciar ao aluno condições de compreender a vida

humana numa dimensão de totalidade.

Este recurso vem sendo muito utilizado em cursos de graduação, mestrado e

doutorado. Infelizmente é pouco utilizado ainda no Ensino Médio. Sua potencialidade

é enorme e vai propiciar aos educandos uma riqueza de detalhes sobre ambientes

em estudo.

Segundo Gonçalves (2007) é relevante que o docente lembre-se que,

(...) embora as imagens de satélite sejam pouco utilizadas em atividades escolares, sua linguagem está mais próxima àquelas que o cidadão comum se depara em seu cotidiano, pois vem sendo uma linguagem fortemente explorada pela mídia de massa, especialmente após a disponibilização gratuita de imagens de satélite de alta resolução pelo programa “Google Earth”. (Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-097.htm. Acesso dia 18/07/ 2011)

É sabido que as imagens originais são escuras, em tons cinza, sem contraste

e correção geométrica e, portanto inadequadas ao uso educacional. Imagens sem a

devida preparação seriam muito difíceis de trabalhar até mesmo a nível pós-

graduação.

Para trabalharmos com alunos do ensino fundamental e médio há a

necessidade de utilização de softwares específicos, onde seria necessário algum

tempo de treinamento e experiência prática. Existem ainda outros empecilhos

66

quanto ao uso de softwares específicos quando estes são comerciais; e, ainda

problemas de inconsistência ou dificuldade de interface ainda no uso de aplicativos

de domínio público nesta área.

4.3. Como repassar esse conhecimento no ensino fundamental e

médio?

Na internet existem muitas imagens prontas para o uso educacional onde a

tecnologia e a globalização tem facilitado à utilização. É possível visualizar e

capturar imagens de satélites em diversos sítios para utilizar de modo estático. Em

sites da web (imagens estáticas) como, por exemplo:

ENGESAT http://www.engesat.com.br

EMBRAPA http://www.sat.cnpm.embrapa.br

O uso de aplicativos de domínio público e uso facilitado (imagens que

permitem ampliação sem perda de qualidade) através também do Google Earth.

Fonte: Domínio público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?q=domínio+publi co+imagens+do+logotipo+do+google+earth&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=Qtai1BVXOaLN9M:&imgrefurl=http://www.uniritter.edu.br/biblioteca/blog/2011/07/projeto-da–unb-cria-google-earth-para-brasil aeracolonial/&docid= z_GAz28oApkjjM&w= 425&h = 266&ei=6hlETpHmNcfz0gGB6ZG9DQ&zoom=1&biw=1366&bih=600. Acesso em 13/07/2011).

67

4.4. Algumas temáticas que podem ser propostas para serem

desenvolvidas através de imagens obtidas em sites da web.

Mudanças Climáticas / ilhas de calor / efeito estufa / áreas verdes;

Código Florestal / Preservação Ambiental;

Cidades – Planejamento Urbano / diferenças sociais / deng, densidade

populacional / áreas verdes;

Conflitos / Produção x Meio Ambiente / Pressão sobre as áreas preservadas,

ecossistemas;

Bacias Hidrográficas / Importância;

Biodiversidade / Biomas.

4.4.1. Mudanças climáticas.

Após a estrutura de gelo se manter sólida durante 3 mil anos. Um aumento na

temperatura do planeta levou à quebra de uma das maiores placas de gelo do

Ártico, segundo cientistas americanos e canadenses.

A foto abaixo é mais uma demonstração da falta de consciência dos

governantes na proteção do ambiente. Tendo em vista que apesar dos acordos já

firmados, como o tratado de Kyoto, ainda temos uma grande emissão de poluentes e

degradação ambiental, o que enfatiza a falta de cuidados e fiscalização com o nosso

maior bem, que é o Planeta Terra.

Fonte: Domínio Público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?q=dominiopublico+ ima gens+do+aquecimento+global+e+derretimento+de+calotas+polares&hl=ptBR&gbv=2&tbm= is ch&tbnid=59ngrLbVs9leM:&imgrefurl=http://ideiasdacaca.blogspot.com/2011_04_01_archive.html&docid=V6OiCPQ87zjvrM&w=596&h=401&ei=Ix1ETtmgFanz0gHK4JDACQ&zoom=1&iact=hc&vpx=504&vpy=88&dur=27&hovh=184&hovw=274&tx=77&ty=94&page=1&tbnh=130&tbnw=176&start=0&ndsp=21&ved=1t:429,r:9,s:0&biw=1366&bih=600. Acesso em 11/08/201).

68

4.4.2. Aquecimento Global

Fonte: Domínio público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?q=dominio+ publico +imagens+do+aquecimento+global&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=Yj6TZc2w hm6AM :&imgrefurl=http://www.todasaspequenascoisas.blogspot.com/&docid= SwSkNp1dQ-Uwi M&w=453&h=454&ei=YiJEToXDGOTC0AG2lcXzCQ&zoom=1&iact=hc&vpx=712 &vpy= 82&dur=287&hovh=225&hovw=224&tx=103&ty=151&page=1&tbnh=146&tbnw=146&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:3,s:0&biw=1366&bih=600. Acesso dia 12/07/ 2011).

O que é o efeito estufa?

Quando se pensou no efeito estufa pela primeira vez? Quem foi e por quê?

A emissão dos gases do efeito estufa está aumentando?

Quais são os países que mais emitem gases do efeito estufa?

E o Brasil? Qual é a quantidade de gases do efeito estufa emitida no país?

O que é o Protocolo de Kyoto?

O docente tem um rico e vasto material disponível na internet, independente do

site no qual esteja realizando sua pesquisa. Esse material é mais um subsídio para

amparar novas atividades e debates com e entre os educandos.

Segundo a redação da Folha de São Paulo (2011),

Outra plataforma quebra na Antártida. Ponte de gelo que impedia o colapso da barreira de Wilkins se rompe no sábado, em novo sinal do aquecimento global. Evento foi flagrado por um satélite europeu no fim de semana e não tem impacto imediato sobre nível do mar; região perdeu 6 plataformas.

69

Fonte: Icebergs formados pela quebra da plataforma Wilkins, no ano passado (4.abr.2009/British Antarctic Survey)

Foi a crônica de uma morte anunciada. Um satélite europeu

flagrou no fim de semana o rompimento da ponte de gelo que prendia uma plataforma de gelo no oeste da Antártida. Agora é uma questão de tempo até que essa estrutura, a plataforma Wilkins, oito vezes maior que a cidade de São Paulo, termine de se esfacelar. Cortesia do aquecimento global. . O colapso vinha sendo monitorado em tempo real pelo satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia, nas últimas semanas. A ponte de gelo, de 40 km de extensão por até 2,5 km de largura, se esfacelou entre sábado e domingo. “Do dia para a noite a região explodiu com icebergs”, disse o glaciologista David Vaughan, do Serviço Antártico britânico, à rede BBC. . Vaughan e seus colegas acreditavam que essa língua de gelo, que ligava a plataforma à ilha Charcot, fosse a única coisa impedindo a Wilkins de colapsar. No ano passado, os britânicos descobriram que a plataforma já havia perdido cerca de 15% de seus 16.000 km2 de extensão original. No final dos anos 1990, Vaughan estimara que a estrutura glacial fosse levar 30 anos para desaparecer. . A plataforma vinha se mantendo estável pelo menos desde os anos 1930 e, possivelmente, ao longo dos últimos 1.500 anos. Sua quebra é apenas o drama mais recente provocado pela elevação das temperaturas da península Antártica, região que tem vivido um aquecimento sem precedentes nos últimos 50 anos - de até 3C, contra 0,7C da média global em todo o século 20. . A Wilkins se junta agora às outras cinco plataformas de gelo extintas na península nesse período. A mais famosa delas, a Larsen-B, foi também a primeira a ter seu esfacelamento acompanhado por satélites, em tempo real, em 2002. . “A próxima a ir é a Larsen-C, daqui a alguns anos”, disse à Folha o glaciologista Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. . O colapso dessas plataformas -bancos de gelo flutuantes presos ao continente- não tem impacto imediato sobre o nível do mar. No entanto, essas estruturas servem de “barragem” ao escoamento de geleiras continentais, cujo escorregão pode, este sim, elevar o oceano. A tragédia com a Wilkins aconteceu exatamente na véspera da conferência que marca os 50 anos do Tratado da Antártida. Abrindo o evento ontem, em Washington, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que o colapso é um lembrete “de que o

70

aquecimento global já teve efeitos enormes no nosso planeta e que não temos tempo a perder para atacar essa crise”. Mas em Bonn, Alemanha, onde um encontro das Nações Unidas deveria começar a resolver essa crise, a diplomacia americana agiu no sentido oposto, com cautela em vez de pressa. (Disponível em: http://blogdofavre. ig. com.br/2009/04/o-artico-derrete/ Acesso dia 12/ 07/ 20 11).

4.4.3. Lixo: problema até mesmo na órbita do nosso planeta.

Estima-se que em 6000 satélites, apenas 900 encontram-se operantes, o

restante já fazem parte do lixo espacial.

Fonte: Domínio Público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres? q=domínio +publico +imagens+do+planeta+com+lixo+espacial+ao+redor&hl=ptBR&sa=G&gbv=2&tbm=isch&tbnid=zcJmFMV04T2OnM:&imgrefurl=http://maonaterra.blogspot.com/2009/07/lixoespacial.html&docid=sGsT3zmZ1XZOWM&w=400&h=285&ei=GBVETvi6I8a70AHp38yHAg&zoom=1&iact=hc&vpx=177&vpy=297&dur=9955&hovh=189&hovw=266&tx=186&ty=170&page=1&tbnh=143&tbnw=180&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:12,s:0&biw=1366&bih=600. Acesso em 10/08/2011).

4.4.4. Mudanças Climáticas em decorrência da utilização inadequada do meio

ambiente.

O aumento da impermeabilização do solo urbano através do aumento da

densidade de área construída e redução das áreas verdes das grandes cidades têm

contribuído para o aumento da temperatura principalmente nas áreas centrais.

71

É sabido que as mudanças climáticas também podem ocorrer em decorrência

dos mais variados tipos de poluição. Tudo o que agride o ambiente volta para o ser

humano, para a perda de sua qualidade de vida.

Fonte: Domínio público. (Disponível em: http://www.google.com/imgres?q=dom%C3%ADnio+publico

+imagens+que+demonstram+polui%C3%A7%C3%A3o+ambiental&start=241&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=Ni86-jksDAI4-M:&imgrefurl=http://www.bombarco.com.br/noticias/exibir /ecossis temas-marinhos-sao-ameacados-em-todoomundo&docid=G6vqaOo_KQEz_M&w=250&h= 196& ei=IxFETpLxKsucgQfnlay7CQ&zoom=1&chk=sbg&iact=hc&vpx=775&vpy=393&dur=4026&ho vh =143&hovw= 182&tx=74&ty=74&page=13&tbnh=136&tbnw=164&ndsp=19&ved=1t: 429,r:4,s:24 1&biw=1366&bih=600.Acesso em 11/08/20 11).

4.4.5. A importância das matas ciliares na preservação do meio ambiente.

Durante muitos anos houve desmedida degradação ambiental na ânsia pela

alta produção de grãos no Brasil. Atualmente existe legislação de acordo com o

Código Florestal que visa, entre outras coisas, proteger os rios. Porém, há uma

cultura entre os agricultores em resistirem ao cumprimento desta legislação quando

se trata de rentabilidade. A legislação em vigor no país determina a proteção dos

rios, com a consequente permanência de mata ciliar, com as medidas observadas

na figura abaixo.

72

Fonte: Domínio público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?q= domínio+ publico+imagens+medidas+da+mata+ciliar+no+estado+do+parana&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=TjCZMYHWbMs7HM:&imgrefurl=http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mata-ciliar/natureza-mata-ciliar6.php&docid=41OjZO9Vj2UhBM&w= 350&h =226& ei=mydETtnEMcjr0gHnnMTGCQ&zoom=1&iact=hc&vpx=417&vpy=125&dur=451&hovh=119&hovw=185&tx=118&ty=40&page=3&tbnh=119&tbnw=185&start=38&ndsp=18&ved=1t:429,r:13,s:38&biw=1366&bih=600 . Acesso em: 12/07/2011).

É conhecido por todos os problemas enfrentados pelos órgãos competentes

na proteção do meio ambiente diante da ânsia dos agricultores, desinformados, em

ter cada vez mais áreas para produção.

Fonte: Domínio Público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres? q=dominio+publico+ imagens+das+medidas+mata+ciliar&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=IUMFp5TFqN4Z_M:&imgrefurl=http://reentranciasma.blogspot.com/2011_04_01_archive.html&docid=YOLZuvjMM89zWM&w=400&h=293&ei=biNETrvlDePj0QG3tJG0CQ&zoom=1&iact=hc&vpx=180&vpy=227&dur=1680&hovh=192&hovw=262&tx=155&ty=87&page=5&tbnh=132&tbnw=182&start=74&ndsp=18&ved=1t:429,r:6,s:74&biw=1366&bih=600. Acesso dia 12/07/2011).

73

Os padrões espaciais das unidades habitacionais e do arruamento de uma

cidade / indicadores do nível socioeconômico de seus habitantes.

A figura abaixo demonstra diferenças de padrões sociais na cidade de São

Paulo – SP, onde o contraste é notório.

Fonte: Domínio Público. (Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?q=dominio+publico+ imagens+de+padrao+social+alto+em+brasilia+piscinas&hl=ptBR&gbv=2&tbm=isch&tbnid=FyUJYG1kGXlrWM:&imgrefurl=http://territorioativo.blogspot.com/&docid=KCVZeA18DIZxpM&w=800&h=460&ei=MypETvjBEMf10gGo6pjYCQ&zoom=1&iact=hc&vpx=554&vpy=244&dur=475&hovh=98&hovw=171&tx=100&ty=104&page=2&tbnh=98&tbnw=171&start=18&ndsp=19&ved=1t:429,r:15,s:18&biw=1366&bih=600. Acesso dia 12/07/2011.).

Cabe ao docente, independente do tema a ser trabalhado lembrar-se de

sempre abordar o local em que o discente vive. O professor deve levar seu aluno a

refletir e observar em imagens de satélites primeiramente:

A sua cidade… como ela é vista do espaço?

Como são as áreas construídas, e as preservadas?

Como são os bairros?

Como é o seu bairro?

As questões sociais, de planejamento urbano…, entre outras.

4.5. Questões importantes para a preparação de uma aula utilizando

este recurso didático.

A abordagem de assuntos utilizando questões do mundo atual;

74

A abordagem de assuntos utilizando o espaço e a realidade em que vive o

educando.

Abaixo seguem algumas sugestões de sites que podem auxiliar o educador

para sua busca por inovações metodológicas em suas aulas e em sua constante

busca por aprimoramento no conhecimento, a fim de melhor servir como mediador

na construção do conhecimento de seus educandos, auxiliando-os para alcançarem

uma aprendizagem significativa.

http://www.aquecimento.cnpm.embrapa.br/conteudo/apresentacao.htm

http://www.mataciliar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=5

http://www.google.com.br/search?q=mata+ciliar&hl=pt-BR&biw=991&bih= 50

3&prmd=ivnsb&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=jSnyTfGVH5Gitge-m

dCSAw&ved=0CCQQsAQ

75

CAPÍTULO V

DISCUSSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Como os docentes já tem conhecimento, inúmeros são os recursos didáticos

possíveis no ensino da disciplina de Biologia. O problema é que por vários fatores as

aulas ainda são ministradas talvez com reflexo aos anos 60, com exagerado

enfoque aos currículos onde se limitam as aulas em que a ciência é apresentada

desvinculada das possíveis aplicações que poderia ter no dia a dia do educando.

O livro didático leva o professor de um planejador a um simples executor do

currículo. Por suas dificuldades no que tange as condições de trabalho, os mesmo

ainda preferem os livros que exijam menor esforço, com reforço a um ensino teórico.

Desta forma o professor abre mão de sua autonomia tornando-se simplesmente um

técnico.

Ressalta Krasilchik (2005, p.184) que,

(...) professores que, para atender aos objetivos do ensino de Biologia, se dispõem a dar aulas práticas – apesar da falta de tempo para a preparação – esbarram na falta de um sistema de apoio adequado. Há raríssimos centros de produção e venda de equipamento e material necessário para a realização dos experimentos.

A mesma autora coloca ainda que a compra de material vivo é inexistente e

os docentes precisam cultivar seus próprios organismos. Faz-se necessário

mencionar ainda que não se pode esquecer que existem poucas literaturas que

possam amparar os professores neste propósito. E ainda, as que existem são

difíceis de adquirir por inacessibilidade de recursos financeiros disponíveis aos

docentes e mesmo a dificuldade para encontrá-las.

Outro fator que assola os docentes da área é a falta de preparo Até mesmo

quando cursando suas licenciaturas. Apesar de trabalharem com uma grande

variedade de práticas laboratoriais em algumas instituições, os acadêmicos recebem

para a realização destas práticas, o material pronto, preparado por outras pessoas.

Segundo Mizukami (1986, p.107),

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Parece extravagante, ou pelo menos difícil de se justificar, que o aprendido durante os cursos de formação de professores permaneça externo a estes profissionais, como se nada tivesse a ver com sua prática pedagógica e seu posicionamento frente ao fenômeno educacional. Uma tentativa de articulação entre o saber acadêmico e o aprendido, a partir da experiência pessoal refletiria um comportamento coerente por parte do profissional educador.

De acordo com esta autora existe uma desarticulação entre as teorias vistas

durante a formação acadêmica do professor a prática pedagógica destes

profissionais. Convém ressaltar aqui, que algumas instituições ainda falham muito na

formação dos docentes e que os docentes ao entrar pela primeira vez em uma sala

de aula deparam-se com uma realidade diferente do que imaginam e para a qual

foram preparados. Diferenças estas que vão desde a estrutura das escolas até a

própria clientela. O docente recém-formado não está preparado para a realidade que

irá encontrar no meio educacional.

De acordo com Mizukami (1986, p. 01) “há várias formas de se conceber o

fenômeno educativo. Por sua própria natureza, não é uma realidade acabada que se

dá a conhecer de forma única e precisa em seus múltiplos aspectos”. Não importa

qual modalidade didática o professor escolha para trabalhar em determinada aula,

desde que a prepare e assim alcance a tão almejada aprendizagem significativa.

A mesma autora (1986, p.79-80) enfatiza ainda que,

O ambiente no qual o aluno está inserido precisa ser desafiador, promovendo sempre desequilíbrios. A motivação é caracterizada por desequilíbrio, necessidade, carência, contradição, desorganização etc. Um ambiente de tal tipo será favorável à motivação intrínseca do aluno.

De acordo com Stange (2004), na teoria de Piaget o ensino deve ser

acompanhado de ações e demonstrações e, sempre que possível, tem que dar aos

alunos a oportunidade de fazer (trabalho prático).

Nossos alunos ficam muito passivos em nossas aulas de biologia o que não

irá propiciar o ensino-aprendizagem. Sabemos que “na aprendizagem significativa o

aprendiz não é um receptor passivo. (...) ele deve fazer uso dos significados que já

internalizou”. (MOREIRA, 2005, p.13).

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Se o professor, ao preparar a aula considerar que para obter a atenção dos

educandos, precisa lembrar-se que a atividade proposta deve ser desafiadora e

instigante, terá maiores chances de alcançar sucesso no seu propósito de levar o

educando a buscar conhecimento e assimilá-lo, mudando sua postura diante de

situações diárias.

Isso não significa que as aulas devem ser extremamente atrativas e coloridas.

Na verdade o envolvimento, o interesse e a participação virão pelos “significados”

que o tema possa gerar nos educandos e não pelo espetáculo que proporcionam.

Como lembra Stange (2004), Ausubel ensina que uma aprendizagem somente é

significativa se o conteúdo descoberto se liga a conceitos subsunçores relevantes já

existentes na estrutura cognitiva.

Isso vem ressaltar a importância em se levar em conta o conhecimento prévio

do educando, pois uma aprendizagem significativa só irá ocorrer quando uma nova

informação se relacionar com outra preexistente. Portanto, repete-se que para que

essa aprendizagem ocorra e formemos educandos multidimensionais capazes de

pensar, adquirir e avaliar informações, adquirindo conhecimentos para aplicar em

prol de melhorias na qualidade de vida dele próprio e dos demais, é necessário uma

maior diversidade didática na prática pedagógica dos educadores.

Gonçalves (2007) coloca que as atividades pedagógicas devem ter como

proposta o rompimento das barreiras disciplinares, tornando permeável a sua

fronteira e caminhando em direção a uma postura interdisciplinar.

A mesma autora coloca ainda que,

A utilização de recursos de sensoriamento remoto na escola não se limita apenas à transferência de informações. Desta forma, a divulgação de suas características e potencialidades são de extrema importância para entender as relações da prática pedagógica com o tratamento dos conteúdos curriculares e suas relações com a vida, visando à construção do conhecimento por professores e alunos. (Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-097.htm. Acesso dia 18/07/2011).

Na busca incessante por melhorias na qualidade das aulas a fim de alcançar

uma aprendizagem significativa, o uso de recursos como o sensoriamento remoto é

mais uma modalidade didática que vem somar de forma positiva para se alcançar o

sucesso tão almejado. Sempre em busca pela formação de cidadãos conscientes e

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agentes de transformação do meio em que vivem, propiciando cada vez mais

melhoria na qualidade de vida dos próprios educandos e da sociedade na qual ele

está inserido.

Cabe ao docente não esquecer-se que a observação da realidade do

educando, nos diferentes tipos de saberes que o aluno possui, deve auxiliar e

subsidiar a construção de conhecimento mais elaborado e mais crítico do discente.

Lopes (2007/2008) sabiamente coloca que,

(...) é importante que o professor constantemente avalie sua didática e sempre que possível, busque inovar sua metodologia de trabalho, de acordo com a demanda dos alunos, para que os conteúdos trabalhados na escola tenham significado em sua vida cotidiana.

Mesmo diante de tantas dificuldades já mencionadas neste material é de

suma importância que o docente constantemente reavalie sua postura enquanto

professor da disciplina. É somente através de um repensar e uma reorganização

constante que teremos cada vez mais enfática, a melhora na qualidade das aulas e

um consequente reciclar metodológico dos professores de biologia.

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