ficha catalográfica produção didático-pedagógica · dando-lhe oportunidades para que...
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Ficha catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2010
Título Jogos e Brincadeiras como conhecimento da Educação Física Escolar, dentro de uma perspectiva Histórico - Crítica
Autor Elaine Biesdorf
Escola de Atuação Escola Estadual Zulmiro Trento
Município da escola Marechal Cândido Rondon
Núcleo Regional de Educação Toledo
Orientador Drª Carmem Elisa Henn Brandl
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Área do Conhecimento Educação Física
Produção Didático-Pedagógica (indicar o tipo de produção conforme Orientação 03/2008 disponível na página do PDE)
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar (indicar,
caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo ( indicar o grupo com o
qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Alunos da 5ª (6º) e 6ª (7º) série/ano da Escola Estadual Zulmiro Trento
Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)
Rua Januário Trento – 308 – Distrito de Novo Horizonte – Marechal Cândido Rondon
Apresentação: (descrever a
justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Justifica-se o mesmo pela importância dos Jogos e Brincadeiras como conteúdo estruturante da Educação Física e a possibilidade de sistematiza-los na escola, oportunizando a aquisição de novos conhecimentos. Portanto, o objetivo do mesmo é resgatar os jogos e brincadeiras que fazem parte da cultura dos alunos e inseri-los na escola, dando-lhes um caráter educativo. A metodologia utilizada foi a pedagogia Histórico- Crítica.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Jogos; brincadeiras; conteúdo; conhecimento.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE TOLEDO
ELAINE BIESDORF
JOGOS E BRINCADEIRAS COMO CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR, DENTRO DE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE TOLEDO
ELAINE BIESDORF
JOGOS E BRINCADEIRAS COMO CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR, DENTRO DE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
Unidade Didática apresentada à Secretaria de Estado da Educação – SEED, Departamento de Políticas e Programas Educacionais, para cumprir as exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE – 2010/2011. Orientadora: Profª. Drª. Carmem Elisa Henn Brandl
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
2011
SUMÁRIO
1 A PRESENTAÇÃO .................................................................................................. 3
2 O VALOR EDUCATIVO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS ..................................... 3
3 A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA ................................................................... 6
4 PROPOSTA DE TRABALHO .................................................................................. 8
4.1 Prática Social Inicial .............................................................................................. 8
4.1.1 Anúncio dos conteúdos ...................................................................................... 9
4.1.2 Vivência cotidiana dos conteúdos .................................................................... 10
4.2 Problematização .................................................................................................. 11
4.2.1 Identificação e discussão sobre os principais problemas postos pela Prática
Social Inicial e pelo conteúdo ............................................................................. 11
4.2.2 Transformação dos conteúdos e dos desafios da Prática Social Inicial em
questões problematizadores/desafiadoras. ........................................................ 12
4.3 Instrumentalização .............................................................................................. 13
4.4 Catarse ................................................................................................................ 15
4.5 Prática Social Final .............................................................................................. 16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 18
REFERÊNCIA ........................................................................................................... 19
1 A PRESENTAÇÃO
Este material se caracteriza como uma unidade didática que servirá como um
meio para orientar os professores no desenvolvimento do conteúdo jogos e
brincadeiras, dentro de uma perspectiva da pedagogia Histórico-Crítica.
2 O VALOR EDUCATIVO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS
Pensar na história dos jogos e brincadeiras é resgatar o passado em nossa
memória e voltar para a antiguidade, pois é nesse período histórico que muitos
autores buscam a sua origem.
A tradicionalidade e universalidade dos jogos assenta-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e do Oriente brincam de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas, e até hoje as crianças o fazem da mesma forma. Esses jogos foram transmitidos de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil. Muitos jogos preservam sua estrutura inicial, outros modificam-se, recebendo novos conteúdos. A força de tais jogos explica-se pelo poder da expressão oral. Enquanto manifestações espontâneas da cultura popular, os jogos tradicionais tem a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social. (KISHIMOTO, 1993, p. 15).
Jogar e brincar são atividades inerentes à vida do ser humano, portanto, é
importante reconhecer as formas particulares que os mesmos tomam em distintos
contextos históricos, cabendo a escola valorizar as culturas locais e regionais que
fazem parte dessa sociedade, bem como sua importância na formação integral do
ser humano.
Dentro do contexto da Educação Física Escolar não podemos jogar ou brincar
sem nos preocuparmos com o valor educativo dessas atividades, pois através das
mesmas, podemos dar oportunidade para que o aluno, ao vivenciá-las, possa
interagir através da criação de novas regras e variações para os jogos, partindo de
sua própria realidade, quer através dos jogos e brincadeiras tradicionais praticados
na comunidade, ou de novas aprendizagens.
O valor educativo dos jogos e brincadeiras na vida da criança é imensurável, pois além da alegria que eles demonstram na sua execução, oferecem excelentes oportunidades para o seu desenvolvimento, não só físico, mas cognitivo e afetivo. (GONÇALVES, 2006, p. 134).
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Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais (PARANÁ, 2008), tanto os jogos
como as brincadeiras são conteúdos que podem ser abordados, conforme a
realidade regional e cultural do grupo, tendo como ponto de partida a valorização
das manifestações corporais próprias desse ambiente cultural. Os jogos também
comportam regras, mas deixam um espaço de autonomia para que sejam
adaptados, conforme o interesse dos participantes de forma a ampliar as
possibilidades das ações humanas, ou seja, interagir para proporcionar novos
conhecimentos.
O jogo é uma atividade de ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida cotidiana. (HUIZINGA, 1999, p. 33).
As brincadeiras, que fazem parte do cotidiano do nosso aluno, também
devem ser utilizadas como estratégia pedagógica, pois através do brincar, o aluno
envolve-se mais na atividade, e muitas vezes as brincadeiras são desafiadoras e
isso favorece o desenvolvimento dos conteúdos e a aquisição de novos
conhecimentos.
[...] as brincadeiras são expressões miméticas privilegiadas na infância momentos organizados, nos quais o mundo, tal qual as crianças o compreendem, é relembrado, contestado, dramatizado, experienciado. Nelas as crianças podem viver, com os mesmos riscos, e interpretando e atuando de diferentes formas, as situações que lhe envolvem o cotidiano. Desempenham um papel e logo depois outro, seguindo, mas também reconfigurando regras. São momentos de representação e apresentação, de apropriação do mundo. (VAZ et al. apud PARANÁ, 2008, p. 66).
A importância dos jogos e brincadeiras no contexto pedagógico é destacada
por vários autores, dentre eles podemos citar: Huizinga (1999), Kishimoto (1993),
Darido (2003), Freire e Scaglia (2003), Bregolato (2008), os quais, em suas obras
apresentam um conjunto de possibilidades que contribuem para que as aulas de
Educação Física, utilizando-se dos jogos e brincadeiras através de atividades que
possam proporcionar ao aluno a aquisição de novos conhecimentos dentro do
contexto pedagógico.
Devemos valorizar os jogos e brincadeiras dentro da disciplina de Educação
Física, levando em consideração o valor pedagógico que são atribuídos aos
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mesmos, pois despertam a aprendizagem (conhecimento) de forma mais concreta e
espontânea.
Na Educação Física, o desenvolvimento do indivíduo num meio ambiente humano – portanto cultural e social – deve ser objetivo principal, independente de qualquer divisão que se tente fazer do seu conteúdo em áreas de conhecimento. É preciso valorizar a tarefa coletiva, para isso, em se tratando de Educação Física, possuímos diversos recursos dentre eles, o privilégio de poder contar com os jogos. (FREIRE; SCAGLIA, 2003, p. 31).
Destacamos a necessidade de resgatar os jogos e brincadeiras pertencentes
as culturas locais, num primeiro momento, nas aulas de Educação Física para
trabalhar de uma maneira mais espontânea esse conteúdo, onde o aluno possa
interagir, emitir sua opinião, valorizar as diferenças, saber ganhar e perder, ou seja,
desenvolver a formação integral do ser humano, e para que isso ocorra
efetivamente, o professor tem papel relevante neste processo.
Os jogos são atividades prazerosas e lúdicas, que contribuem para a aprendizagem de valores humanos e éticos determinados para a formação integral da personalidade e do desenvolvimento motor intelectual e afetivo do ser humano e que podem ou não ser acompanhados de regras pré-determinadas. (GONÇALVES, 2006, p. 136).
Precisamos buscar a melhor maneira de resgatar e trabalhar os jogos e
brincadeiras dentro das aulas de Educação Física, pois em muitos espaços
(escolas), os mesmos estão sendo esquecidos, ou melhor, deixados de ser
realmente trabalhados como conteúdo que possa contribuir na formação do aluno,
dando-lhe oportunidades para que estabeleça relações entre os conhecimentos
construídos em sua experiência escolar e na sua vida fora da escola, ou seja, formar
cidadãos em sua totalidade.
Para Huizinga (1999, p. 85) “a civilização se tornou mais séria, devido ao fato
de atribuir ao jogo, apenas um lugar secundário”.
O papel da Educação Física é trabalhar com o ser humano em sua totalidade,
e acredito que um dos caminhos para que isso realmente aconteça é através do
jogo, o qual proporciona ao aluno formas de pensar e agir e a obtenção de uma
autonomia para uma prática de vida mais saudável.
Nesse sentido, o jogo desenvolvido nas aulas de Educação Física, faz com
que o aluno tenha capacidade de perceber suas habilidades, seu desempenho
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próprio e em relação ao outro e cumpre o papel transformador de valores se
pensarmos em uma sociedade mais igualitária e humana.
Todo professor deveria saber que a melhor motivação para a aprendizagem é quando a atividade é agradável e prazerosa e quando o jogo proporciona prazer e aprendizagem ao mesmo tempo. Podemos dizer que o jogo é um excelente meio de preparação para a vivência em sociedade. (GONÇALVES, 2006, p. 138).
Torna-se importante, que os professores de Educação Física passem a
contemplar os jogos e brincadeiras de uma maneira mais efetiva em suas aulas e
sempre que possível valorizando a cultura e a vivência dos alunos. Assim suas aulas
serão mais dinâmicas e consequentemente apresentando melhores resultados.
As Diretrizes Curriculares Estaduais (PARANÁ, 2008) destacam que os
trabalhos com os jogos e brincadeiras são de relevância para o desenvolvimento do
ser humano, pois atuam como maneiras de representação do real através de
situações imaginárias. Através do brincar (jogar) o aluno estabelece conexões entre
o imaginário e o simbólico, assim, os jogos e brincadeiras compõem um conjunto de
possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de
intensificarem a curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas
diferentes atividades.
Para que os objetivos da Educação Física sejam realmente alcançados,
propomos, neste material didático, desenvolver o conteúdo jogos e brincadeiras a
partir da pedagogia histórico crítica.
3 A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
A pedagogia que envolve a disciplina de Educação Física, dentro do contexto
da cultura corporal do movimento, leva o professor a refletir sobre algumas situações
que permeiam a sua prática e, a partir dessa reflexão e do conhecimento dos
conteúdos a serem trabalhados, o mesmo vai direcionar as suas aulas.
Segundo as DCEs (PARANÁ, 2008) devemos fundamentar nossa prática nas
reflexões das necessidades atuais de ensino perante o aluno, considerando os
contextos e experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da
comunidade. Compreender que a Educação Física é composta por interações que
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se estabelecem nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos, ou
seja, tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos
capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal
consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais.
Em se tratando especificamente do conteúdo jogo, o professor pode
apresentar aos seus alunos diversos tipos do jogo, com suas regras mais
elementares; as possibilidades de apropriação e recriação, conforme a cultura local;
solicitar que os alunos criem outras situações de jogo, vivenciando-as, discutir em
que o jogo se diferencia do esporte, principalmente quanto à liberdade do uso de
regras, realizar intervenções pedagógicas necessárias, para que o jogo não se
encaminhe desvinculado dos objetivos propostos.
Para desenvolver os conteúdos através da Pedagogia Histórico–Critica,
teremos como suporte o livro “Uma Didática para a Pedagogia Histórico–Critica” de
João Luiz Gasparin (2003). Segundo o autor, para trabalhar dentro desta proposta
devemos seguir as seguintes etapas:
Prática social inicial do conteúdo: se caracteriza como uma preparação,
uma mobilização dos alunos para a construção do conhecimento escolar.
É uma primeira leitura da realidade, um contato inicial com o tema a ser
estudado. É o momento onde os alunos mostram sua vivência, ou seja, o
que já sabem sobre o que vai ser estudado e perguntam tudo o que
gostariam de saber sobre o tema.
Problematização: é o elemento chave na transição entre a prática e a
teoria, isto é entre o fazer cotidiano e a cultura elaborada. É o momento
em que se inicia o trabalho com o conteúdo sistematizado. A
problematização é o fio condutor de todo o processo ensino-
aprendizagem, onde o educando após ter sido desafiado, provocado,
despertado e ter apresentado algumas hipóteses de encaminhamentos,
compromete-se teórica e praticamente para a busca das questões
levantadas.
Instrumentalização: é o caminho através do qual o conteúdo
sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem e
recriem e, ao incorporá-lo, transformem-se em instrumento de construção
pessoal e profissional, estabelecendo uma comparação intelectual entre
seus conhecimentos cotidianos e os conhecimentos científicos,
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apresentados pelo professor possibilitando que eles incorporem novos
conhecimentos. É o momento da efetiva construção do novo
conhecimento.
Catarse: o educando é capaz de situar e entender questões sociais
apresentadas, dando à aprendizagem um novo sentido, percebendo que
não aprendeu apenas um conteúdo, mas algo que tem significado e
utilidade para sua vida, algo que lhe exige compromisso de atuar na
transformação social. A catarse representa a síntese do aluno, sua nova
postura mental; a demonstração do novo grau de conhecimento a que
chegou, expresso pela avaliação espontânea ou formal.
Prática social final do conteúdo: é o ponto de chegada do processo
pedagógico na perspectiva histórico - crítica. É a nova maneira de
compreender a realidade e de posicionar-se nela, não apenas em relação
ao fenômeno, mas a essência do real, do concreto. É a manifestação da
nova postura prática, da nova atitude, da nova visão do conteúdo. É ao
mesmo tempo o momento da ação consciente, na perspectiva da
transformação social.
A prática social não está somente no início ou no fim do processo, mas
está presente o tempo todo.
4 PROPOSTA DE TRABALHO
Dentro da Pedagogia Histórico–Critica apresentamos um projeto, de ensino
dos jogos, para orientar os professores na elaboração e execução de seu trabalho
dentro dessa metodologia, através das etapas estabelecidas por Gasparin (2003).
4.1 Prática Social Inicial
Neste momento os alunos são informados qual o conteúdo que será abordado
e, através do diálogo, busca-se verificar qual o domínio que já possuem sobre o
mesmo e que usos fazem dele na prática social cotidiana. Ouvir os alunos possibilita
ao professor tornar-se um companheiro que gera confiança e possibilita a
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construção conjunta do conhecimento. É o momento em que professor e alunos
desafiam-se reciprocamente na busca de respostas para os problemas que a prática
social e os conteúdos vão lhes apresentando.
Para Gasparin (2003, p. 24)
a partir da definição da Prática Social Inicial, o professor toma conhecimento do ponto de onde deve iniciar sua ação e o que falta ao aluno para chegar ao nível superior, expresso pelos objetivos, os quais indicam a meta a ser atingida.
Através da Pedagogia Histórico-Crítica, podem ser utilizadas duas formas de
encaminhamento das atividades:
4.1.1 Anúncio dos conteúdos
Consiste no encaminhamento das atividades, iniciando-se pela apresentação
dos objetivos e pela exposição dos conteúdos que serão desenvolvidos. Os alunos
são informados quais os tópicos e subtópicos serão trabalhados para que os
mesmos possam interagir no processo pedagógico e saibam para onde encaminhar
seus esforços no processo de apropriação do conhecimento e com que finalidade
estão aprendendo.
Na formulação dos objetivos devemos levar em conta dois elementos básicos:
o que estudar, que evidencia o conteúdo a ser aprendido, apropriado
intelectualmente pelos alunos;
e para que estudar, que explica a finalidade da aquisição do conteúdo, isto
é, o uso que fará socialmente dele.
SUGESTÃO DE TÓPICOS:
Jogos e brincadeiras como conhecimento da Educação Física;
Importância dos jogos e brincadeiras na formação integral do ser humano;
Jogos e brincadeiras como um elemento sociocultural;
O valor dos jogos e brincadeiras no convívio escolar, familiar e social.
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SUGESTÃO DE OBJETIVOS:
Objetivo geral:
Compreender o conteúdo jogos e brincadeiras, em suas diversas
dimensões.
Objetivos específicos:
Conceituar jogos e brincadeiras, diferenciando-os dos demais esportes.
Identificar a importância dos jogos e brincadeiras, na construção do ser
humano em sua totalidade;
Entender os jogos e brincadeiras como um elemento sociocultural, em
suas dimensões econômica, política, social, religiosa e histórica que fazem
parte da pedagogia histórico – crítica.
Resgatar os jogos e brincadeiras que fazem parte da cultura dos alunos,
aplicando os conhecimentos adquiridos, destacando seu valor educativo,
familiar e social.
4.1.2 Vivência cotidiana dos conteúdos
Para verificar o que os alunos já conhecem, coletivamente, os mesmos são
estimulados e orientados pelo professor que os desafia para que possam mostrar
todo o conhecimento que possuem sobre o tema. Para isso, deve-se encaminhar a
atividade, adotando procedimentos que motive os alunos, evitando discutir, neste
momento, o que esta sendo apontado. O professor ouve e anota tudo, através de
questionamentos, como por exemplo: “vocês sabem o que é jogo, brincadeira ou
esporte? Jogar e brincar é importante para as pessoas? Por que?”
Para Gasparin (2003, p. 29)
é o momento da contextualização do conteúdo a ser estudado, buscando despertar a consciência crítica sobre a importância dos jogos e brincadeiras na vida do ser humano. É a vivência individual e coletiva do conteúdo social que passa a ser reconstruída pelo aluno de forma sistematizada.
Para verificar o que os alunos gostariam de saber a mais, depois da
contribuição dos mesmos, o professor começa a desafiar os educandos para ampliar
seus conhecimentos sobre aspectos que não foram apontados até o momento e que
gostariam de saber a mais. As perguntas são anotadas e não respondidas nesse
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momento. O fundamental nesta fase é envolver os alunos na construção ativa de
sua aprendizagem.
A Prática Social Inicial não é uma motivação que acontece apenas no começo
do estudo de uma unidade, ela é retomada regularmente em cada uma das outras
fases da metodologia. É uma presença constante.
4.2 Problematização
Como segunda etapa da pedagogia histórico-crítica, a Problematização é um
desafio, pois o educando, através de sua ação, busca o conhecimento.
Para Gasparin (2003, p. 37), a Problematização tem por finalidade selecionar
as principais interrogações levantadas na Prática Social, as quais, em concordância
com os objetivos de ensino, orientam todo o trabalho a ser desenvolvido pelo
professor e pelos alunos”. É nesse momento que o conteúdo é questionado, é
explicando para os alunos as razões pelas quais o mesmo deve ser apropriado e,
suas múltiplas funções.
Na Problematização são apresentadas e discutidas as razões pelas quais os
alunos devem aprender o conteúdo, valorizando as suas múltiplas funções,
principalmente evidenciando porque esse conhecimento é socialmente necessário
ao mundo.
As duas principais tarefas práticas da Problematização destacadas por
Gasparin (2003), são:
4.2.1 Identificação e discussão sobre os principais problemas postos pela Prática
Social Inicial e pelo conteúdo
Nesse momento o professor poderá propor uma discussão em que se
evidenciem aspectos contraditórios/controvertidos, tais como: porque hoje está se
jogando ou brincando menos? Qual a importância do jogar e do brincar para as
pessoas? Quais os principais tipos de brinquedos utilizados atualmente? Os órgãos
públicos (prefeitura), estão preocupados áreas livres para que se possa jogar ou
brincar? Tem algum tipo de brincadeira que você aprendeu na doutrina ou
catequese? Que tipo de jogos e brincadeiras aparecem na televisão?
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É importante que os alunos se conscientizem de que problematizar significa
questionar a realidade, principalmente na qual estão inseridos, interrogando o
cotidiano, o empírico, o conteúdo escolar.
4.2.2 Transformação dos conteúdos e dos desafios da Prática Social Inicial em
questões problematizadores/desafiadoras.
Nesse momento é feito o encaminhamento prático, para transformar o
conteúdo exposto na Prática Social Inicial, nas diversas dimensões a serem
estudadas, formulam-se as questões mais adequadas levando-se em conta o que se
pretende alcançar com o conteúdo proposto.
Segue abaixo quadro com sugestões de questões problematizadoras:
Quadro 1- Dimensões e questões problematizadoras do conteúdo Jogos e Brincadeiras
CONTEÚDO DIMENSÕES QUESTÕES PROBLEMATIZADORAS
JOGOS E BRINCADEIRAS
Conceitual/ científica
O que é jogo e brincadeira? Qual a diferença entre jogo, brincadeira e esporte? Existem diferenças regionais entre jogos e brincadeiras?
Histórica e social
Qual a origem dos jogos e brincadeiras? Os jogos e brincadeiras são importantes para o convívio familiar, escolar e social?
Econômica
Porque hoje a grande maioria dos jogos e brinquedos são industrializados /eletrônicos? É possível jogar e brincar confeccionando o material necessário?
Religiosas Os jogos e brincadeiras podem ser jogados por todos, ou tem algum que a religião não permite que sejam praticados?
Política Existe preocupação dos órgãos públicos em deixar áreas livres para a prática dos jogos e brincadeiras?
Fonte: Adaptado para Educação Física de Gasparin (2003).
Segundo Gasparin (2003, p. 49),
a Problematização representa um desafio para o professor e alunos. Para o professor implica em uma nova maneira de estudar e propor o que será trabalhado com os alunos: o conteúdo é submetido a dimensões e questionamentos que exigem do mestre uma reconstrução do conhecimento que já domina.
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As perguntas elaboradas nesta etapa não são respondidas aqui, mas sim na
fase da Instrumentalização, quando os alunos estão construindo, de forma mais
elaborada, seu conhecimento, seus conceitos.
Esta é uma etapa muito importante no processo pedagógico, mesmo sendo
ainda um processo preparatório, o aluno vai despertando interesse pelo conteúdo e
construindo de uma forma mais elaborada seu conhecimento.
4.3 Instrumentalização
É o passo necessário para a construção do conhecimento, onde o professor
apresenta sistematicamente o conteúdo, e os alunos por meio da ação intencional,
se apropriam desse conhecimento marcado pelas determinações sociais e
individuais que caracterizam os alunos, o professor e o conteúdo.
Para o autor, as ações didáticos pedagógicas e os recursos necessários para
a realização desta fase são definidos através de alguns aspectos: experiência do
professor; conteúdo; interesse e necessidade dos alunos; e principalmente a
perspectiva histórico-cultural, adotada para a construção do conhecimento.
Na Instrumentalização, os alunos estabelecem uma comparação intelectual
entre seus conhecimentos cotidianos e os conhecimentos científicos apresentados
pelo professor. Esse é o momento do saber fazer docente-discente, que vai além do
conteúdo proposto pelo programa, pois envolve o conhecimento da própria estrutura
social capitalista.
Nesse processo, a visão cotidiana dos alunos a respeito dos alunos é comparada ao conteúdo sistematizado. Por isso, constitui-se um dos pontos centrais do processo de Instrumentalização escolar. O professor, ao trabalhar com os alunos, leva-os a passar dos conceitos cotidianos aos científicos, respondendo aos desafios da Prática Social Inicial e às dimensões do conteúdo propostas na Problematização, ou seja, o conteúdo científico é analisado e comparado com o conhecimento cotidiano. (GASPARIN, 2003, p. 55).
Dentro do processo de ensino, onde o principal objetivo é a aprendizagem,
devemos estabelecer uma ponte entre teoria e prática e para que isso ocorra, a
escola deve tornar-se um centro de experiência permanente para que o aluno
identifique as relações existentes entre os conteúdos do ensino e as situações de
aprendizagem com os muitos contextos da vida social e pessoal e a mediação
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pedagógica pode ser trabalhada através tanto de técnicas convencionais, quanto as
novas tecnologias.
As técnicas pedagógicas são um dos elementos do processo de mediação.
Os demais são: a ação do professor, sua atitude profissional, a forma de tratar o
conteúdo, o relacionamento entre professores e alunos e entre os próprios alunos, a
ligação do conteúdo com a vida real dos aprendizes e com o contexto social maior.
Na Instrumentalização, o professor assume o papel de mediador pedagógico,
pois torna-se provocador, contraditor, facilitador, orientador, e também unificador do
conhecimento cotidiano e científico de seus alunos, assumindo sua responsabilidade
social na construção/reconstrução do conhecimento científico das novas gerações,
em função da transformação da realidade.
No quadro abaixo temos um exemplo da dinâmica da
INSTRUMENTALIZAÇÃO, dentro do conteúdo JOGOS E BRINCADEIRA.
Quadro 2- Processo de construção do conteúdo científico: Jogos e
Brincadeiras
OBJETIVOS CONTEÚDOS DIMENSÕES AÇÕES RECURSOS
Conhecer cientificamente a definição de jogos e brincadeiras para diferenciá-los dos demais esportes.
Conhecer a importância dos jogos e brincadeiras na construção do ser humano em sua totalidade.
Entender os jogos e brincadeiras como um elemento sociocultural em suas dimensões econômica, política, social religiosa e histórica,, para criar uma consciência critica
Aplicar os conhecimentos adquiridos destacando seu Valor familiar, educacional e social.]
Jogos e Brincadeiras
Conceitual/ científica. Social Econômica Religiosa Política
Exposição oral pelo professor. Entrevista com os pais e familiares. Debate sobre o valor cultural e regional dos jogos e brincadeiras. Vivência prática dos jogos e brincadeiras. Avaliação da proposta junto aos alunos.
Laboratório de informática. Material multimídia sobre o conteúdo. Quadra da escola. Espaços disponíveis no pátio da escola Material impresso.
Fonte: Adaptado para a Educação Física de Gasparin (2003)
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A fase da Instrumentalização é o centro do processo pedagógico e, um dos
principais papéis do professor, é a construção do conhecimento científico e a
transformação da realidade por parte dos alunos.
4.4 Catarse
Nesta etapa do processo pedagógico, o aluno irá fazer uma síntese do que
assimilou, expressando uma nova maneira de ver o conteúdo, compreendendo com
mais clareza o que foi trabalhado nas etapas anteriores.
Para Gasparin (2003, p. 128)
a Catarse é a síntese do cotidiano e do científico, do teórico e do prático a que o educando chegou, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua construção social e sua reconstrução na escola. É o novo ponto teórico de chegada; a manifestação do novo conceito adquirido.
O novo conteúdo de que o aluno se apropriou não é, portanto, algo dado pelo
professor, mas uma construção social feita a partir de necessidades criadas pelo
homem, onde o educando é capaz de situar e entender questões sociais postas no
início do trabalho nas demais fases, ressituando o conteúdo em uma totalidade
social e dando a aprendizagem um novo sentido, pois ele não aprendeu apenas um
conteúdo, mas algo que tem significado e utilidade para sua vida, algo que lhe exige
compromisso de atuação na transformação social.
O aluno adquire uma nova visão da totalidade, através das partes, assim, o
conteúdo aprendido a partir de suas próprias necessidades passa ter uma função,
ou seja, a transformação social. O conteúdo empírico torna-se concreto para o
aluno, onde o mesmo mostra o que realmente aprtendeu no decorrer do processo.
É nesta etapa que ocorre a avaliação da aprendizagem do conteúdo – não
como demonstração de que se aprendeu um novo tema para a realização de uma
prova, mas a expressão prática de que se apropriou de um conhecimento – que se
tornou um novo instrumento de compreensão da realidade e de transformação
social. Essa avaliação pode ser realizada de maneira formal ou informal.
Em se tratando do conteúdo Jogos e brincadeiras, e como a avaliação deve
acontecer no transcorrer de todas as atividades, a mesma será informal, onde o
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aluno por iniciativa própria e de maneira espontânea, manifesta o quanto incorporou
dos conteúdos e dos métodos de trabalho utilizados.
Segundo Gasparin (2003), tanto na avaliação formal como na informal deve
ser levado em conta dois elementos básicos:
a) Instrumentos:
Na avaliação informal, o aluno escolhe o modo de expressão através do qual
se sinta mais seguro para manifestar seu nível de aprendizagem. Na avaliação
formal, o professor pode propor diversas formas em que o aluno possa expressar o
grau de aprendizagem alcançado.
b) Critérios:
Nenhuma avaliação pode ocorrer sem critérios previamente definidos. Estes
devem ser de conhecimento de todos os alunos. Alguns critérios fundamentais:
organização e clareza na apresentação dos resultados da aprendizagem, correção,
articulação das partes, seqüência lógica, rigor na argumentação e criatividade.
O professor vai optar pela melhor forma de realizar a avaliação, mas sempre
dando oportunidade para que o aluno reelabore e expresse o conteúdo aprendido,
dentro de todas as dimensões expostas na Problematização e trabalhados na
Instrumentalização, passando de uma visão naturalizada a uma visão histórica de
conjunto, dos conteúdos em sua função social.
4.5 Prática Social Final
É a última etapa do processo pedagógico da pedagogia histórico – crítica,
onde o aluno vai mostrar através de ações práticas, o que aprendeu através da
teoria.
Segundo Gasparin (2003), a Prática Social Final é a confirmação de que com
os conhecimentos adquiridos e pode aplicá-los através da ação consciente, na
perspectiva da transformação social.
Nesta fase, professor e aluno, havendo se aproximado na compreensão do
novo conteúdo, dos novos conceitos, mantêm um diálogo, e juntos definirão as
estratégias de como podem usar de modo mais significativo os conceitos novos no
contexto de operações sociais práticas, não dirigidas para o imediato
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reconhecimento teórico dos traços essenciais do conceito, mas de seu novo uso, ou
seja, o educando tem a intenção, a predisposição, o desejo de pôr em prática os
novos conceitos aprendidos. Assume, em consequência, o compromisso de usar,
em seu cotidiano, esses conceitos com base em suas características essenciais,
concretas e não mais do ponto de vista do fenômeno cotidiano empírico próprio da
Prática Social Inicial.
Portanto, como proposta de ação, o professor e os educandos elaboram um
plano de ação com base no conteúdo trabalhado, o qual procura prever o que cada
aluno (ou grupo de alunos) fará na vida prática, no seu cotidiano dentro e fora da
escola. É o desenvolvimento de seu compromisso com a prática social, procurando
uma articulação entre educação e sociedade.
Como exemplo prático, retomando o conteúdo Jogos e Brincadeiras, o aluno
anuncia suas intenções de ação a partir do estudo realizado. Num segundo
momento, mas, diretamente correlacionado com o primeiro, expressa quais ações
desenvolverá. Assim, a cada nova atitude prática, corresponderá uma ação
desenvolvida.
O quadro a seguir mostra as intenções de ações dos alunos a partir do estudo
realizado e a ação que o mesmo irá desenvolver a cada nova atitude prática.
Quadro 3: Intenções do aluno e compromisso de ação
Nova atitude prática: intenções Propostas de ações
1- Valorizar os jogos e brincadeiras. 2- Resgatar jogos e brincadeiras tradicionais. 3- Mostrar que os jogos e brincadeiras são importantes para o convívio familiar, escolar e social. 4- Manter espaços disponíveis para a prática de jogos e brincadeiras.
1- Mostrar a importância dos jogos e brincadeiras através da prática dos mesmos. 2- Junto com os pais e familiares, fazer o resgate de jogos e brincadeiras e inseri-los na escola, oportunizando a todos os alunos a prática dos mesmos. 3- Organizar atividades na escola, envolvendo alunos, familiares e comunidade para prática dos jogos e brincadeiras. 4- Encaminhar para as autoridades competentes do município, ofício solicitando espaços para a prática dos jogos e brincadeiras, bem como a manutenção dessas áreas e o incentivo para a prática das mesmas.
Fonte: Adaptado para a Educação Física de Gasparin (2003).
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Garparin (2003) a proposta de planejamento, dentro da perspectiva
histórico–crítica, deveria ser iniciada e realizada com base em problemas sociais
existentes na comunidade e na sociedade. Todavia, essa linha de raciocínio e de
trabalho torna-se inviável por causa da estrutura organizacional da maioria das
escolas de ensino fundamental, médio e mesmo no ensino superior. Normalmente,
os conteúdos são definidos antes do início do ano letivo, sem saber ainda quem
serão os alunos, nem suas condições sociais ou necessidades. Por isso, é
recomendável iniciar e desenvolver a tarefa a partir da realidade existente nas
escolas.
A primeira tarefa, portanto, nesse processo de planejamento, consiste em
listar os conteúdos das unidades a serem trabalhadas e definir os objetivos que se
pretende alcançar. Cumpre-se em seguida as demais fases do planejamento com
base na pedagogia histórico-crítica.
As DCEs (PARANÁ, 2008), também fundamentam-se na pedagogia histórico–
crítica, pois esta proposta pedagógica já estava evidenciada no Currículo Básico
(PARANÁ, 1990), e, após passar por uma reformulação, continua sendo a
metodologia adotada para o Ensino Fundamental séries finais e Ensino Médio, no
Estado do Paraná.
Segundo as DCEs (PARANÁ, 2008), essa proposta representou um marco
para a Educação Física, destacando sua dimensão social e possibilitando a
consolidação de um novo entendimento em relação ao movimento humano.
Nesse sentido, a ação pedagógica, dentro de uma perspectiva histórico–
crítica deve ser trabalhada na escola, desenvolvendo os conteúdos a partir da
realidade dos alunos, ou seja, do seu conhecimento empírico para chegar ao
conhecimento cientifico, procurando resgatar o compromisso social da Educação
Física, vislumbrando a transformação de uma sociedade fundada em valores
individuais, em uma sociedade com menor desigualdade social.
No entanto, essa proposta pedagógica, implantada através das DCEs
(PARANÁ, 2008), ainda não está sendo aplicada em todas as escolas, pois as vezes
os conteúdos continuam sendo trabalhados distantes da realidade e vivência dos
alunos, as vezes pela própria estrutura organizacional de nossas escolas, porque
alguns professores desenvolvem os conteúdos através de outra prática pedagógica
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ou por estarmos inseridos em uma sociedade extremamente capitalista, fundada em
valores individuais. Para que ocorra uma mudança efetiva, nossa ação pedagógica
dentro da metodologia histórico–crítica deve ser persistente e realmente
acreditarmos em uma transformação social onde cada ser humano faça sua parte, e
a Educação Física é uma disciplina que tem grande potencial para contribuir para
esta transformação.
REFERÊNCIA
BREGOLATO. Roseli Aparecida. Cultura corporal do jogo. São Paulo: Ícone, 2008. DARIDO. Suraya Cristina. Educação Física: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. FREIRE, João Batista: SCAGILA, Alcides José, Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico–crítica. 2. ed- Campinas: Autores Associados. 2003. GONÇALVES, Nezilda Luci Godoy. Metodologia do ensino da Educação Física. Curitiba: Bepx, 2006. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999. KISHIMOTO, Tizuko Morchila. Jogos infantis: o jogo,a criança e a educação. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1993. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes curriculares da educação básica/educação física. Curitiba, 2008.
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ANEXO 1 – EXEMPLO DE UM PROJETO DE TRABALHO
DOCENTE E DISCENTE NA PERSPECTIVA HISTÓRICO – CRÍTICA
Instituição:________________________________Professor(a):______________
Disciplina:__________________________________Unidade:_______________Ano
Letivo:_____________Bimestre:_____Série:______Turma:_____H/A:____
Série:_______Turma:______H/A:_______
Objetivos:
Aprender: 1- O quê? - Conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais),
habilidades e competências.
2- Para quê?- Finalidade social do aprendido – prática social.
Prática Social Inicial do Conteúdo
Problematização Instrumentalização Catarse Prática Social
Final do Conteúdo
1- Listagem do conteúdo: unidade e tópicos
1- Identificação e discussão sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo
1- Ações docentes e discentes para construção do conhecimento. Relação aluno e objeto do conhecimento através da mediação docente.
1- Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Construção da nova totalidade concreta.
1- Intenções do aluno. Manifestação da nova postura prática, da nova atitude sobre o conteúdo e da nova forma de agir.
2- Vivência do cotidiano do conteúdo: a) O que o aluno já sabe: visão da totalidade empírica. Mobilização. b) Desafio: O que gostaria de saber a mais?
2- Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas
2- Recursos humanos e materiais
2-Expressão da síntese. Avaliação: deve atender as dimensões trabalhadas e aos objetivos
2- Ações do aluno: Nova prática social do conteúdo ou das habilidades e competências
Fonte: Gasparin (2003).
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ANEXO 2- EXEMPLO DE UM PLANO DE UNIDADE – EDUCAÇÃO FÍSICA
JOGOS E BRINCADEIRAS
Instituição: Escola Estadual Zulmiro Trento.
Disciplina: Educação Física
Conteúdo básico: O resgate dos Jogos e Brincadeiras
Série: 5ª série
Horas aula: 8 aulas
Professora: Elaine Biesdorf
OBJETIVOS:
Resgatar Jogos e Brincadeiras praticados pelos pais dos alunos e seus familiares e apresentá-los na escola;
Conhecer o valor cultural dos Jogos E Brincadeiras e sua importância para o convívio social.
1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL
1.1 Conteúdo
O que é jogo? O que é brincadeira? Qual o valor cultural dos jogos e brincadeiras?
1.2 Vivência do Conteúdo
a) O que os alunos já sabem sobre o conteúdo.
Em equipe, pedir que os alunos anotem tudo o que eles sabem sobre o conteúdo para depois apresentar aos colegas.
b) O que os alunos gostariam de saber a mais
Qual a diferença entre jogo, brincadeira e esporte? Qual a importância cultural dos jogos e brincadeiras? Os jogos e brincadeiras são importantes para o convívio social?
OBS: neste momento, listar tudo o que os alunos gostariam de saber sobre o conteúdo.
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2 PROBLEMATIZAÇÃO
2.1 Discussão sobre o conteúdo
Por estudar esse conteúdo? Qual a diferença entre jogo, brincadeira e esporte? Onde as pessoas costumavam jogar e brincar antigamente? Hoje, todas as pessoas tem espaços livres para brincar? Através dos jogos e brincadeiras, podemos valorizar a nossa cultura? Atualmente, as pessoas estão jogando e brincando menos? Por quê?
2.2 Dimensões do conteúdo a serem trabalhadas
Conceitual: O que é jogo? O que é brincadeira? Histórica: Os jogos e brincadeiras sempre foram praticados da mesma
maneira? Quem estabelece a mudança nas regras e a forma de jogar? Econômica: Porque hoje os jogos e brincadeiras estão sendo substituídos por
jogos eletrônicos ou brinquedos industrializados? Social: As pessoas do interior (distrito/vilas) tem os mesmos espaços e
liberdade para jogar e brincar do que as pessoas da cidade? Religiosa: Tem alguma religião que você conhece que proíbe jogar ou
brincar? Cultural: Como podemos valorizar o resgate cultural dos jogos e brincadeiras?
3 INSTRUMENTALIZAÇÃO
3.1 Ações docentes e discentes
Apresentação de jogos e brincadeiras pelos alunos, através do resgate realizado junto com seus pais e familiares;
valorização cultural dos jogos e brincadeiras; vivência prática por todos os alunos de alguns jogos e brincadeiras.
3.2 Recursos Humanos e Materiais
Professor, alunos, sala de aula, espaço livre disponível na escola (pátio,
quadra...) e materiais necessários para a pratica dos jogos ou brincadeiras
definidos juntamente entre professor e alunos.
4 CATARSE
4.1 Síntese mental do aluno
Escrever no quadro, a definição de jogo e brincadeira elaborada pelos alunos e
a importância cultural dos mesmos, depois solicitar que os mesmos anotem a
definição em seu caderno.
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4.2 Expressão da síntese.
Produção de um texto sobre o conteúdo aprendido. Vivência prática dos jogos e brincadeiras.
5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO
5.1. INTENÇÕES DO ALUNO 5.2. AÇÕES DO ALUNO
1- Conhecer o que é jogo e brincadeira 1- Jogar e brincar de maneira diferente e com variação das regras
2- Compreender o valor cultural dos jogos e brincadeiras
2- Dialogar com os pais e familiares para conhecer e valorizar os jogos e brincadeiras praticados pelos mesmos.
3- Valorizar o convívio social dos jogos e brincadeiras.
3- Praticar os jogos e brincadeiras oportunizando a participação de todos, respeitando e valorizando os limites de cada um.
Fonte: Adaptado para Educação Física de Gasparin (2003).