fiança

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matéria de fiança

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FianaFiana ou cauo fidejussria uma promessa de uma ou mais pessoas de cumprir com a obrigao de um devedor se este no cumprir, assegurando ao credor o adimplemento da dvida. (art.818)O devedor no uma parte na relao jurdica fidejussria e o contrato de fiana ser intuitu personae relativamente ao fiador, porque para a sua celebrao ser necessrio confiana que inspira ao credor. Denomina-se fiador a pessoa que assume a fiana e afianado a quem o fiador garante.

As caractersticas da fiana convencional so:

1) Acessoriedade: se a obrigao principal se extinguir a fiana tambm se extingue. A fiana no limitada obrigao principal compreender todos os acessrios da dvida principal, mas se for limitado no poder estender-se at a concorrncia dos limites nela indicado. A fiana poder ser de valor inferior e em condies menos onerosas que a obrigao principal, sendo que o acessrio nompode exceder o principal. Se ocorrer fiana no valor superior obrigao contrada no se anula a fiana, mas se reduz at os valores permitidos. (art.823)

2) Unilateralidade:apenas gera obrigaes para o fiador,em relao ao criador,que s ter vantagens.3) Gratuidade: incide sobre o crdito concedido ao devedor, a fiana por escrito e no admite interpretao extensiva, em caso de dvida soluciona em favor do fiador. Mas pode ocorrer fiana remunerada no caso de fiana bancria em que os bancos assinam termos de responsabilidade em favor de seus clientes por certa porcentagem sobre o montante garantido.4) Subsidiariedade: somente executa o fiador se o afianado no cumprir a prestao devida, a menos que se estipulou solidariedade em que o fiador assume a posio de codevedor.Requisitos subjetivos:

- Necessrio consentimento do credor e do fiador (art.820), o fiador deve ser pessoa idnea, residente no municpio onde tenha que prestar fiana (art.825). Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, o credor poder exigir que seja substitudo (art. 826);

- Capacidade de administrar bens e alien-los e legitimao para afianar.Excees:

Pessoas em razo do seu ofcio (por exemplo: tesoureiro, leiloeiro, tutores, curadores, agentes fiscais) no podero afianar dvida daqueles que com eles se relacionam;Entidades pblicas e dos devedores Fazenda Pblica Federal;

Autarquias nompodem ser fiadoras, salvo instituies de previdncia social na locao de casa ocupada pelos seus associados;

Os menores, mesmo emancipados no podem afianar;

Os administradores de sociedades e companhias no podero ser fiadores sem poderes expressos;

As pessoas jurdicas no podero prestar fiana se seus estatutos ou regulamentos permitirem;

Analfabetos desde que tenham a procurao por instrumento pblico ou togado por ele prprio;

Os mandatrios s podero afianar se no mandato houver referncia expressa possibilidade de subescrever fiana. (art.661)

Requisitos objetivos:

- A fiana se d em qualquer tipo de obrigao;- Fiana depende da validade e da exigibilidade da obrigao principal. A incapacidade pessoal resulta de menoridade, a nulidade do dbito determinar a da fiana (art.824). Salvo, se o mtuo for autorizado pelos pais ou tutor. No podem ser garantidas por fiana as obrigaes naturais, por serem inexigveis;- Fiana pode assegurar obrigao atual ou futura, mas quanto ltima vigora como acessria no instante em que a obrigao surgir ou se firmar;- A fiana no pode ultrapassar o valor do dbito principal, nem ser mais onerosa do que ele, sob pena de reduzir ao nvel da dvida afianada (art.823);- Alguns autores admitem a subfiana como contrato atpico em que a fiana objeto de outra fiana.Requisitos formais:

- Exige-se que a fiana se d por escrito podendo constar de instrumento pblico ou particular(art.819), podendo tambm ser celebrado no instrumento do contrato principal;

- No admite interpretao extensiva.

Modalidades:

Quanto ao objeto:- Civil: se o devedor afianado no for empresrio ou se a obrigao garantida no tiver natureza mercantil;- Comercial: se o devedor afianado for empresrio ou obrigao afianada tiver uma causa ou natureza mercantil, ou quando vier assegurar negcio oriundo de atividade empresarial.Quanto sua forma:

- Convencional ou contratual;- Legal;- Judicial: provm de exigncia do processo ou de imposio judicial, tanto na seara cvel como na criminal, ex officio ou por solicitao das partes. Podendo ser ordenado pelo juiz, no curso do processo, como se d na execuo provisria (art.475-O, III, CPC).Efeitos:

1) Credor-fiador

- o credor no poder escolher entre o devedor e o fiador, porque a fiana s produz efeitos aps o afianado deixar de cumprir com a obrigao;

- o credor s exige a fiana no termo fixado para a obrigao principal;

- o fiador poder oferecer excees ao do credor;

- o fiador pode opor excees prprias ao devedor principal, desde que ligadas ao crdito afianado, salvo contrato de mtuo em que a incapacidade pessoal do devedor devido sua menoridade (CC, arts.842, pargrafo nico e 588);- o fiador pode opor excees decorrentes da relao acessria de fiana como o benefcio de excusso ou de ordem (direito assegurado ao fiador de exigir do credor que execute, em primeiro lugar, o devedor principal).- o fiador deve nomear bens do devedor e a invocao desse benefcio deve ser manifestada expressamente pelo fiador, pois no opera pleno iure, a arguio deve ser oferecida tempestivamente at a contestao da lide.- a pluralidade de fiadores origina trs situaes: responsabilidade solidria dos cofiadores entre si (art.829), benefcio de diviso se houver estipulao e cada fiador s responder pro rata pela parte que, em proporo, lhe couber no pagamento e limitao da responsabilidade de cada um dos fiadores em que se limita a um certo quantum (art.830).

-a insolvncia de um dos cofiadores faz com que a parte de sua responsabilidade seja distribuda entre os demais (art.831, pargrafo nico).

2) Devedor afianado-fiador

- ocorre uma sub-rogao legal em que o devedor afianado responde tambm ao fiador por todas as perdas e danos que o devedor vier a pagar e pelos que sofrer em razo da fiana (art.832), fiador tem direito aos juros de desembolso pela taxa na obrigao principal ou segundo os juros legais da mora se nada estiver convencionado. No h direito regressivo se o fiador paga o dbito e no comunica ao devedor que paga novamente;- fiador pode promover o andamento da execuo do credor para com o devedor evitando prolongamento de sua responsabilidade;- obrigao do fiador falecido passa aos herdeiros, mas esta se limita ao tempo decorrido at sua morte e no ultrapassa o quantum da herana. A morte do afianado cessa a obrigao do fiador s respondendo pela dvida anteriormente assumida; - o fiador pode exonerar-se na obrigao a todo tempo se a durao da fiana for ilimitada, mas ficar obrigado por todos os efeitos da fiana durante 60 dias aps a notificao judicial ou extrajudicial do credor de sua inteno de no garantir mais.

Controvrsia: se a locao prorrogar por prazo indeterminado em que uma corrente defende que o fiador fica responsvel at a efetiva devoluo das chaves do imvel urbano locado. Outra corrente acredita que o fiador pode-se valer do art.835 do CC/02 com prazo de 60 dias aps a notificao do locador obrigando o fiador a todos os efeitos da fiana sendo prazo suficiente para exigir novo fiador.- o fiador tem o direito de ser comunicado por escrito em caso de sub-rogao da locao residencial pelo ex-convivente do locador, este tem 30 dias desde a comunicao para exonerar-se ficando responsvel pelos efeitos da fiana 120 dias aps a notificao ao locador.Extino:

- por causas terminativas comuns s obrigaes em geral;

- expirao do prazo determinado para a sua vigncia ou sem prazo quando convier o fiador;

- existncia de excees pessoais ou extintivas da obrigao, excludentes da responsabilidade, suscetveis de serem arguidas pelo fiador, desde que no seja da incapacidade pessoal, salvo no caso do mtuo a pessoa menor (art.837);

- fiador ainda que solidrio com o devedor principal fica desobrigado se sem seu consentimento o credor concede moratria ao devedor em que ocorre a outorga de novo prazo aps o vencimento da obrigao se por fato do credor for impossvel a sub-rogao nos seus direitos e preferncias.- com a evico restaura a obrigao primitiva, mas no reaparece o direito de fiana;

- pelo retardamento do credor na execuo, resultando na insolvncia no devedor se invocado o benefcio de ordem presente no art.827, pargrafo nico, de CC/02 exonerando o fiador que o invocou.