festival de danÇas: novos olhares · ela o jogo, a brincadeira, a dança, a ginástica, desperte o...
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FESTIVAL DE DANÇAS: NOVOS OLHARES.
Profª Esp. Josiane Aparecida Soares Ferreira.
Orientadora Profª Ms Evandra Hein Mendes.
RESUMO
Os festivais de dança se constituem uma estratégia metodológica da disciplina de Educação Física, que proporciona a experimentação de diferentes possibilidades de elaborar movimentos e coreografias. Além disso, podem oportunizar vivências em diversas áreas do comportamento humano pelo seu caráter interdisciplinar, gerando assim convivência, debates e tomadas de decisão. Neste sentido, torna-se necessário investigar o processo de construção, elaboração e desenvolvimento de um festival de dança e suas contribuições para o ensino e abordagem desse conteúdo nas aulas de Educação Física e Artes. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, através da coleta de dados em forma de entrevistas aplicadas aos professores de Artes e Educação Física do Colégio Estadual Dario Vellozo do município de Toledo- PR, e de um questionário aplicado aos alunos 5ª a 8ª série do ensino fundamental. Os resultados encontrados permitiram identificar que em relação aos professores, a maioria afirmou que o Festival de Danças, se constitui como elemento motivador para o ensino e desenvolvimento desse conteúdo nas aulas. Em relação aos possíveis motivos citados pelos professores para a insuficiente utilização do conteúdo dança, verificou-se a falta de preparo profissional ou desconhecimento das estratégias de ensino, além da falta de espaço e materiais adequados. Quanto aos alunos a maioria afirmou que o Festival se caracteriza como um evento que proporciona aprendizagem e superação dos limites pessoais. Após a investigação foi possível elaborar uma proposta de organização e desenvolvimento desse evento, com o intuito principal de instrumentalizar os professores para sua execução em ambiente escolar.
“Palavras-chave”: Dança, Festival de Danças, Educação Física.
ABSTRACT The dance festivals are a methodological strategy in Physical Education classes, which provides the students with different possibilities of elaborating movements and choreographies. Besides, the festivals can create opportunities of experience in other areas of human behavior because of its interdisciplinary aspect, providing group experience, debates as well as decision making. So, it is necessary to investigate the construction, elaboration and development process of a dance festival as well as its contributions to the teaching process and to the approach of this subject during the Physical Education and Arts classes. To achieve this goal, a qualitative research was carried out; the data was collected through interviews that involved Physical Education and Arts teachers at Colégio Estadual Dario Vellozo in Toledo – PR, as well as written questions to students from 5th to 8th grade. Regarding the teachers, the results permitted
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to identify that the festival is a motivational element in teaching and developing this subject during the classes. Regarding the possible reasons for the insufficient use of dancing as a subject during the classes it is possible to perceive the lack of professional preparation or lack of knowledge about the strategies to teach such subject, also the fact that the school does not have proper space and materials to develop such festivals. Regarding the students, the majority affirmed that the festival is a great event which provides them with the opportunity of overcoming their own limits. After the investigation, it was possible to prepare a proposal of organization and development of this event, aiming to provide the teachers with the necessary tools to execute such event in school environment.
Key words: Dance, Dance Festival, Physical Education.
1. INTRODUÇÃO
A escola como instituição que promove relações sociais e contribui na
construção do conhecimento deve oferecer oportunidades de vivenciar as
diferentes manifestações da cultura corporal.
O ensino da Educação Física está presente no trabalho cotidiano de
buscar a superação de todo e qualquer tipo de discriminação e exclusão social,
valorizando o aluno, incentivando o desenvolvimento de todas as suas
potencialidades. Onde toda e qualquer manifestação da cultura corporal seja
ela o jogo, a brincadeira, a dança, a ginástica, desperte o desejo de superar-se
a si próprio, empenhando - se para aperfeiçoar cada vez mais suas habilidades
e destrezas; também deve contribuir para a formação de atitudes sociais:
respeito mútuo, cooperação, responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal.
Assim diz LIBÂNEO (1990) não basta que os conteúdos sejam apenas
ensinados, ainda que bem ensinados é preciso que se liguem de forma
indissociável a sua significação humana e social.
Segundo FREIRE,(1993, p115), quem tem o controle do corpo, tem o controle das idéias e dos sentimentos. O corpo acaba por ser como o poder: imóvel, conservador, rígido, tenso, asséptico e frio. Como seriam as idéias num caso assim? Do mesmo feitio, sem dúvida alguma. Não é por acaso que a Educação Física não tem qualquer importância nas escolas. Não incomodará nem será incomodada enquanto mantiver como paradigma o estereótipo militar ou palavrório inócuo e alérgico a práticas. Mas será fortemente incomodada quando aprender a praticar a liberdade dos corpos.
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A educação do corpo está fortemente ligada com as estruturas do poder
voltada aos interesses da sociedade capitalista, nossa práxis tem que ser o
contrário, deve instigar a autonomia do movimento e do pensamento
possibilitando situações em que o aluno decida, pense, crie, explore os
movimentos e não simplesmente reproduza ações e pensamentos.
A dança contribui para a saúde, enriquece a sociabilidade e pode refletir
os diversos aspectos culturais dos povos. Na escola o professor deve ofertar as
mais diversas formas de dança e privilegiar essas experiências de maneira
espontânea. A técnica deve servir como instrumento para possibilitar a
recriação coreográfica coletiva, a partir de temas que surgirem nas aulas.
DCNs (2006).
No aspecto social a dança contribui para o auto-conhecimento, incentiva
a expressividade, possibilita a comunicação não verbal e os diálogos corporais
na escola, proporciona a construção de relacionamentos estéticos com as
outras pessoas e com o mundo.
Nas aulas de dança conforme BARRETO (2005), as pessoas vão
tomando consciência dos seus sentimentos, idéias, sensações e pensamentos,
assim os caminhos das técnicas se abrem permitindo o delinear das formas
dançantes. As aulas fazem nascer os primeiros relacionamentos do sujeito com
ele próprio, com outras pessoas e com grupos, com objetos e com tudo o que
se encontra ao seu redor.
A cultura de um povo também é vivida através da dança, antigamente os
imigrantes europeus reuniam-se para dançar para comemorar uma boa
colheita, os índios para agradecer a chuva, assim na história da humanidade a
dança teve suas marcas e até nos dias de hoje é uma manifestação cultural
que transmite emoções a todos que a praticam e aos que simplesmente
assistem, mas seu contexto vai além, ela também expressa nossa leitura de
mundo, nossa cultura, através da dança podemos contextualizar o que
pensamos referente a própria realidade que vivemos. Contudo o ato de dançar
ainda gera preconceitos culturais, como o de que dançar é coisa de mulher, o
qual reflete muitas vezes na escola a rejeição dos meninos a para dança,
assim é preciso refletir com nossos alunos sobre estas questões. No Brasil
existem grupos de danças masculinas, que devem ser divulgadas, como o
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Olodum. Além disso, é necessário proporcionar o conhecimento sobre as
danças masculinas que são voltadas a força, á virilidade que permitem a
identidade cultural do homem brasileiro e não ficar associando somente ao balé
e a delicadeza.
As danças masculinas são muito mais numerosas que as femininas;
conforme Caminada (2008) danças de caça, solares, medicinais, xamânicas,
guerreiras miméticas e de animais, entre várias outras, sempre foram
executadas somente por homens. Instrumentos tais como flautas, tubas e
berrantes não podiam, por vezes, sequer ser olhados pelas mulheres, sob pena
de severa punição.
As danças femininas, entre as quais as de fecundidade e fertilidade,
realizadas em função de atrair chuva, de aumentar a colheita, de festejar
núpcias e partos, e as danças lunares, se basearam nos conceitos das culturas
essencialmente agrícolas.
As danças mistas, mais recentes, surgiram nas culturas femininas
agrícolas e acabaram por se difundir, tanto entre as culturas campesinas,
quanto entre as nobres, chegando às manifestações culturais superiores. As
religiões monoteístas chegaram, em determinados momentos da história, a
proibir a execução de danças mistas; na Idade Média ela só era liberada em
ocasiões especiais. Portanto a cultura de um povo também é representada
através das danças.
Em relação ao aspecto motor a dança é uma maneira na opinião de
Gallahue, (2008) de movimento diferente de outros tipos de movimentos
ensinados nas aulas de Educação Física, é uma forma de a criança expressar
seus sentimentos e idéias através do movimento, todos os outros movimentos
são funcionais, já na dança os movimentos expressivos predominam.
Entende-se por movimento expressivo aquele que se tem a liberdade de
executar sem a preocupação do certo ou errado, onde permite ao executante
expressar sua criatividade, já os movimentos funcionais são executados de
acordo com habilidades e conceitos motores que são construídos para
desempenhar uma habilidade específica.
Ainda a nível motor a dança proporciona a melhora dos componentes de
condicionamento relacionados á saúde, como; força, resistência muscular,
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resistência cardiorrespiratória e a flexibilidade. Com aulas planejadas também
é possível desenvolver a consciência corporal, equilíbrio, coordenação ampla,
estruturação espacial.
O vocabulário que compõe a linguagem do movimento é constituído por
quatro componentes de conscientização, sendo eles: Consciência corporal um
senso do que o corpo pode fazer, Estruturação Espacial conhecimento de onde
o corpo pode movimentar-se, consciência de esforço saber como o corpo pode
mover-se, consciência de relação um senso de com quem e como o corpo
pode mover-se. (GALLAHUE,2008, p: 384).
Sendo assim os alunos precisam primeiro conhecer-se, descobrir as suas
potencialidades, estabelecer e superar desafios, interagir com o meio e com o
outro, portanto as atividades propostas às crianças devem oferecer um desafio
inicial a ser superado para produzir o conhecimento.
Nessa perspectiva, identifica-se que os festivais de dança podem se
caracterizar como um evento desafiador e da maior importância na escola
pública, pelo envolvimento e participação de professores e alunos no processo
de elaboração e desenvolvimento do mesmo, constituindo-se como um
elemento motivador na abordagem do conteúdo dança na escola, já que os
significados que são impregnados e permeiam a construção desse evento,
auxilia os alunos a vivenciar diferentes possibilidades de dançar, para que
possam criar e recriar movimentos e formar suas coreografias. Além disso,
podem criar oportunidades de vivência em outras áreas pelo seu caráter
interdisciplinar, possibilitando a convivência, debates, tomadas de decisão.
Neste sentido, é possível questionar se o processo de construção, elaboração
e desenvolvimento de um festival de dança contribui para o ensino e
abordagem desse conteúdo nas aulas de Educação Física e Artes?
2. DESENVOLVIMENTO -
2.1 O Ensino da Dança: Estratégias e Orientações Metodológicas.
O planejamento de uma dança ou estilo de coreografia depende da
idade de seus executantes tanto no que diz respeito ao seu desenvolvimento
motor, quanto ao desenvolvimento cognitivo, é importante que o professor
conheça as fases do desenvolvimento e também as diferentes formas de dança
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para adequar seu planejamento ao que é possível os seus alunos realizar.
As formas de danças podem ser planejadas através de: tema recorrente,
abstrato, narrativa, conjunto e forma quebrada. Tema recorrente, a dança tem
um tema em variação. Abstrato, a dança não se relaciona a uma idéia
específica. Narrativa, a dança é estruturada em uma pequena história.
Conjunto, a dança tem um início moderado, centro lento e um final rápido.
Forma quebrada, as partes da dança são idéias não relacionadas. GALLAHUE,
(2008).
Nesta proposta não existe técnica, não existe um procedimento único
para se atingir o mesmo fim. O que importa é o movimento, o ritmo, a música, o
desejo, a harmonia e o respeito as especificidades de desenvolvimento em
cada faixa etária. Diante disso não quer dizer que não exista um trabalho de
base, de desenvolvimento rítmico, de conhecimento do corpo, das
possibilidades de movimentação das partes do corpo.
Segundo Gallahue, (2008). Os Fundamentos Rítmicos constituem-se um
meio importante para as crianças aprenderem sobre os elementos do ritmo e
responderem a eles, envolvem o desenvolvimento da compreensão em relação
a: batida subjacente, padrão rítmico, tempo, tonicidade, intensidade.
A Batida subjacente é o som constante e contínuo em qualquer
seqüência rítmica. O Padrão rítmico é relacionado á batida subjacente que
pode ser regular e irregular. Tempo se refere a velocidade do movimento.
Tonicidade é a ênfase dada a qualquer batida. Intensidade é a qualidade da
música em termos de altura.
Alguns conceitos também são importantes para o bom desenvolvimento
das aulas de dança. Para as crianças desenvolverem um repertório motor
compreensível, é preciso ter uma base e esta é estabelecida através de
experiências físicas e mentais com os conceitos de espaço, tempo,
força,movimento, corpo, se não forem desenvolvidos a capacidade da criança
para criar movimentos será limitada.
Portanto para Gallahue (2008), o Conceito de Espaço, refere-se onde o
corpo pode mover-se, quanto ao: Tamanho que pode ser grande, pequeno,
longe, próximo. Ao Nível que é dividido em avançado, médio, básico. Direção
que pode ser frente, atrás, direita, esquerda, em cima, em baixo.Caminho:
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curvo, reto, zigue zague.
Foco: único, múltiplo. Conceito de Tempo e força, relacionam-se a como
o corpo se move e são comumente referidos como a dinâmica do movimento.
Tempo: Velocidade rápida, média, devagar, ritmo pulso, padrão, respiração.
Força: Energia brusca, suave, Peso forte, leve, Fluxo livre, limitado. Conceito
de Corpo e movimento, inclui as muitas partes do corpo que podem se mover e
como elas se relacionam umas com as outras,quanto ao movimento são
relacionados as habilidades locomotoras básica e as não locomotoras.
Corpo: Partes do corpo, cabeça, braços, mãos, pernas, quadril, pés,
entre outras. Formas, curva/reta, angular/retorcida, simétrica/assimétrica.
Relações, partes do corpo com outras partes do corpo, com outros, com
objetos, com grupos. Movimento: Habilidades locomotoras básicas: caminhar,
correr, pular, saltar. Movimentos não locomotores: envolvem equilíbrio, curvar,
virar, balançar, alongar.
2.2 Festivais de dança.
O festival de danças é um elemento que pode motivar a participação dos
alunos nas aulas de dança porque propõe desafios a serem superados.
Para sua organização é necessário um envolvimento de toda a comunidade
escolar, todavia os principais agentes de motivação ainda são os professores
de Educação Física e Artes, são eles que vão fomentar nos alunos a vontade
de dançar, sendo assim a ação docente é fundamental, os encaminhamentos
metodológicos que vão desde o planejamento das aulas, até as intervenções a
respeito do festival, como a definição de como será a participação dos alunos,
a escolha de um tema a ser desenvolvido, a duração das danças, os critérios
de avaliação são itens a serem evidenciados, isso se torna possível através do
diálogo e do comprometimento de todos.
O planejamento geral inicialmente deve ser elaborado pelos professores e
depois apresentado aos alunos para discutir seus ensejos e vontades, também
é importante o envolvimento da coordenação e direção do colégio para que
todos percebam as aprendizagens que o festival proporciona não somente a
nível motor, mas também há outros fatores que são envolvidos e que
contribuem na formação humana dos alunos como a responsabilidade, a
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cooperação, o respeito ao outro, as diferenças de cada um,as questões de
gênero também são postas as prova enfim, o festival produz um
desenvolvimento motor,cognitivo e social dos nossos alunos.
2.3 Planejamento geral de um festival de danças.
Calendário escolar e planejamento anual.
Na primeira reunião pedagógica do ano deve ser definido juntamente com
todo o corpo docente a data de realização do festival, quantas aulas serão
destinadas para desenvolver o conteúdo de dança e a preparação para o
festival, o qual deverá ser desenvolvido nas aulas de Educação Física e Artes a
dança no que diz respeito as coreografias e indumentária principalmente, mas
as outras disciplinas poderão se envolverem de forma interdisciplinar como por
exemplo em português na produção do texto que envolve o tema da dança
entre outras, cada professor independente da disciplina que atua poderá
adequar no que diz respeito a sua disciplina e disponibilidade em desenvolver o
conteúdo dança.
A Comissão Organizadora também deverá ser escolhida para que se possa
dividir os trabalhos.
Itens iniciais a serem providenciados:
1- Local de realização do festival.
2- Horário de realização
3- Gravação e produção das músicas das danças.
4- Elaboração de um regulamento geral do festival.
O tema do festival
A escolha do tema se faz necessária para contextualizar a dança e não
torná-la somente uma sequência de movimentos, quando se define um tema a
ser estudado é preciso orientar os alunos para a pesquisa o que requer
organização e desperta o desejo de aprender sobre o assunto escolhido,para
que se tenha subsídios iniciais para a montagem da dança.
O professor deverá indicar livros, sites de pesquisa, revistas, os quais
devem ser estudados pelos alunos, também fornecer aos alunos vídeos que
falem sobre o tema proposto.
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Depois de estudado o tema do festival é preciso definir com cada turma
o que sua dança vai evidenciar dentro do tema proposto, elaborar a mensagem
que a dança vai trazer sendo ela uma produção escrita de um texto simplificado
para a apresentação da dança de sua respectiva turma, o próximo passo é a
escolha das músicas as quais o professor deve solicitar aos alunos que tragam
CDs para serem selecionados juntamente com todos da turma.
2.4 Regulamento geral do festival.
O regulamento geral deverá conter itens que definam sobre:
Participação.
A participação dos alunos nas aulas de danças é normal como em qualquer
outro conteúdo da grade curricular, mas para os que optarem em não participar
no dia do festival é necessário discutir sobre a avaliação diretamente, já para e
os que se apresentarem no festival a discussão precisa definir como serão
avaliados.
Tempo das danças.
Duração das danças é necessário definir um tempo de cada dança o que diz
respeito a sua faixa etária, nas 5ª e 6ª séries o tempo mais adequado seria de
3 a 5 minutos no máximo, já nas 7ª e 8ª séries de 4 a 7 minutos.
Vestimentas.
A indumentária fica a critério do grupo sendo que o custo máximo
permitido deverá ser definido, podendo ser menos dependendo da criatividade
do grupo. Sempre conter gastos desnecessários.
3. METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa qualitativa, envolvendo professores de Artes
e Educação Física e ainda alunos 5ª a 8ª série do ensino fundamental do
Colégio Estadual Dario Vellozo da cidade de Toledo- PR. Os dados foram
coletados através de entrevistas aplicadas aos professores durante a sua Hora-
atividade, contendo questões abertas, já no que se refere aos alunos foi
aplicado um questionário durante as aulas, após autorização dos pais por
escrito.
A amostra constou de 05 professores e 30 alunos.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Apresenta-se neste capítulo, a análise dos dados referente a organização
do Festival de Danças e do desenvolvimento desse conteúdo nas aulas de
Educação Física e Artes do Ensino Fundamental, na perspectiva dos
professores e alunos.
Para tanto, questionou-se aos professores sobre o seu conhecimento
relacionado aos elementos constituintes do tema dança, os resultados podem
ser melhor visualizados no gráfico 01.
Gráfico 01: Temas relacionados aos conteúdos de dança que os professores conhecem ou desenvolvem.
De acordo com os professores, o ritmo foi considerado o elemento de
maior importância no desenvolvimento da dança nas aulas de Educação Física,
sendo assim é priorizado pelos docentes na sua prática pedagógica. Além
disso, os professores também acreditavam que os elementos sincronia,
harmonia, expressão corporal, espaço e coordenação influenciam no
desenvolvimento desse tema e por isso devem fazer parte das ações didáticas
cotidianas.
Percebeu-se também a partir das respostas que um professor afirmou
não conhecer os temas relacionados ao conteúdo dança.
Conforme Saraiva,(2003). A dança tem sido considerada supérfula, por
um lado, porque não abarca, com racionalidade do saber necessário, a
produção da sociedade industrial, por outro não instrumentaliza o fazer
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1
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3
nú
mero
de v
ezes c
itad
o
Ritmo
Sincronia e harmomia
Espaço
Coordenação
expressão corporal
Nenhum
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necessário a ser mão de obra barata, nessa mesma sociedade, isso do ponto
de vista dos que estão a determinar o que é e para quem é a escola, no
sistema social. No entanto a Dança deve ser entendida como expressão de
vida e como linguagem social, como manifestação de introspecção e de
interação do meio, como ato de apreensão e de reação aos fenômenos do
universo.
Após identificar os aspectos relacionados ao conhecimento dos
professores sobre a dança, percebeu-se necessário verificar como a
desenvolviam nas aulas de Educação Física, assim como os métodos e
estratégias mais utilizadas pelos participantes da investigação. Os resultados
podem ser observados no gráfico 02.
Gráfico 02: Desenvolvimento da dança na escola: métodos e estratégias.
A partir das afirmações dos professores, identificou-se que a maioria
preocupava-se em desenvolver apenas orientações para o festival de danças,
fato que permite considerar a real influência da realização desse evento na
abordagem do conteúdo dança nas aulas de Educação Física.
De fato, percebe-se que a realização do festival de danças constitui-se
como elemento motivador no ambiente escolar para o ensino da dança, já que
motiva alunos e docentes.
Como estratégias de ensino, alguns professores desenvolviam a
contextualização da dança e o método da improvisação. Contudo, também foi
citado por um professor que a dança não era desenvolvida como conteúdo nas
aulas de Educação Física.
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1
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3
nú
mero
de v
ezes c
itad
os
Método da
improvisação
Contextualização da
dança
Não desenvolvo
Trabalho somente as
orientações para o
festival
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Identificou-se marcante o preparo e a ênfase apenas no que se refere as
regras gerais do festival, todavia é preciso que os professores definam melhor
os métodos de desenvolvimento desse conteúdo, para que a dança seja
desenvolvida da forma mais adequada para cada clientela específica,
objetivando atender suas necessidades e expectativas.
Também foi possível identificar, (gráfico 02), que alguns professores se
preocupavam com a contextualização da dança ao desenvolvê-la nas aulas de
Educação Física, que pode ser considerado fundamental em seu
desenvolvimento, pois torna o conteúdo mais próximo da realidade do aluno
aumentando seu interesse e compreensão sobre o mesmo.
Nesse sentido, Nanni (2002, p. 100), afirma que “a escola deverá estar
sensível ao mundo daqueles que são a maioria: as classes populares e se
valer da vontade de fazer chegar a elas conteúdos significativos que tenham
relação com sua vida e que permitam a compreensão em si, das coisas que a
cercam, e da relação entre ambos”.
Além de contextualizar a dança com o mundo real, social dos alunos, na
escola, o ensino da dança segundo Cavasini (s/d), deveria envolver o processo
criativo, motivando professor e aluno para as aulas. Portanto, percebe-se de
fundamental importância um planejamento profundo e consciente dos objetivos
a serem alcançados bem como a utilização de estratégias pluridimencionais
que estabeleçam relações entre as demais disciplinas e que permitam ao aluno
desenvolver sua personalidade através de seus conhecimentos, de suas
habilidades, de seus comportamentos e da própria consciência corporal sobre
as individualidades e limitações.
No processo de análise do ensino da dança na escola, questionou-se os
professores sobre a quantidade de aulas destinadas ao ensino e
desenvolvimento desse conteúdo nas aulas, como pode ser observado no
gráfico 03.
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Gráfico 03: Número de aulas destinadas a execução da dança.
Verificou-se que a maioria dos professores pesquisados destinava entre
18 a 20 aulas para o ensino e desenvolvimento do conteúdo Dança, que pode
ser considerado significativo para instigar o interesse e promover vivências
relacionadas ao tema.
Identifica-se necessário que Dança seja incluída no Plano de trabalho
dos professores de Educação Física e Artes, assim como o planejamento do
número de aulas destinadas para desenvolver o conteúdo de dança e a
preparação para o festival. Da mesma forma, para garantir sua execução e o
envolvimento de todos, torna-se importante inserir o Festival no próprio
calendário escolar e definir as ações principais na primeira reunião pedagógica
do ano letivo.
A realização do festival de danças pode se constituir como uma
estratégia que garante o desenvolvimento desse conteúdo na escola, contudo
os professores ainda sentem dificuldades ao desenvolvê-lo, como pode ser
observado no gráfico 04.
0
1
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3
20 aulas
18 aulas
8 aulas
não especif ica
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1
2
3Local apropriado
Dificuldade em
desenvolver o
conteúdo
Preconceito,
aceitação dos
meninos
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Gráfico 04: Dificuldades no desenvolvimento das aulas de dança na escola.
Em relação aos motivos citados pelos professores para a insuficiente
utilização do conteúdo dança, verificou-se a falta de espaço adequado para
desenvolver este conteúdo, o preconceito dos meninos e a falta de preparo
do próprio profissional.
No que diz respeito à falta de espaço, de fato conforme GALLAHUE
(2008) a dança produz movimentos expressivos, portanto para os alunos
conseguirem adquirir uma boa expressão corporal é necessário ter espaços
mais reservados para que possam concentrar-se na produção do
movimento, diferente do esporte que já tem o movimento determinado.
Da mesma forma, identifica-se que a falta de preparo profissional pode
ser fruto da própria formação acadêmica do professor, já que os currículos
dos cursos de graduação privilegiavam o conteúdo esportivo em detrimento
de outros da cultura corporal, deixando uma lacuna que se reflete na própria
atuação pedagógica na atualidade.
Já no que se refere ao preconceito dos alunos do gênero masculino,
identifica-se como um a questão cultural, mas que deve ser discutida em
conjunto com os alunos na prática pedagógica, pois no mundo atual
qualquer forma de preconceito e exclusão vem sendo combatida.
Para Saraiva, (2003), é preciso provocar nos alunos a compreensão de
que os movimentos não tem sexo, e de que a discriminação tradicional de
movimentos para homens e para mulheres é construída no processo de
socialização das pessoas, sendo, portanto, atrelada a visões e valores
culturais.
Além de identificar os fatores que contribuem para a insuficiente
utilização da dança na escola, percebeu-se necessário conhecer a opinião
dos professores quanto aos estilos de dança que deveriam ou poderiam ser
desenvolvidos pelos professores de Educação Física e Artes ou ainda
aqueles que consideram importantes de serem vivenciados pelos alunos
nesse ambiente. Os resultados podem ser melhor visualizados no gráfico
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05.
Gráfico 05: Opinião dos professores sobre os estilos de dança a serem
vivenciados na escola.
Verificou-se que a dança folclórica foi o estilo de dança que os professores
acreditam ser mais indicados para ser vivenciados nas aulas de Educação
Física, além disso também foram citadas a dança contemporânea e a dança de
salão.
Por suas características próprias e sua função social a escola não pode
ser comparada a uma academia de Dança, contudo ela pode fornecer
subsídios aos alunos para que possam aprender qualquer estilo sem grandes
dificuldades, sendo que o estilo é secundário, o essencial é ensinar os
fundamentos rítmicos e as formas de dançar.
Para Marques, (2005). Uma proposta pedagógica de Dança na escola
vai além da reprodução de uma dança popular ou de montagem coreográfica, é
preciso ver mais a diante todas as relações que são construídas através do ato
de Dançar. A visão ingênua de que dançar é amontoar uma sequência de
movimentos é ultrapassada, o corpo tem uma papel social, cultural e político na
sociedade, por meio do corpo nos tornamos inconscientemente muitas vezes
submissos ou seres críticos diante de nossa vida, tido depende das
experiências que vivemos.
Portanto vivências anteriores ao ensino de estilos de dança possibilitam
ao aluno um desenvolvimento harmônico o qual permite a autonomia do
movimento e não a mera repetição, que é o que acontece quando ensinamos
só estilos e não planejamos aulas que o desenvolvam plenamente as quais o
aluno possa escolher, decidir seus movimentos.
Além de verificar os conhecimentos e encaminhamentos metodológicos
0
1
2
3 qualquer estilo
dança
contemporânea
dança de salão
dança folclórica
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do ensino da dança no Colégio Estadual Dario Vellozo também foi necessário
compreender como este evento é organizado através do conteúdo dança,
como é possível visualizar no gráfico 06.
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2
3Conhecimento do
regulamento do festival
Estudo de músicas
adequadas e escolha
Montagem da
coreografia
Conceitos da dança
Escolha do subtema a
ser desenvolvido
Pesquisa na internet
Mostro os vídeos de
festivais passados
Gráfico 06: Orientações para os alunos na participação deste evento e
procedimentos.
Identificou-se que os professores preocupavam-se mais com o
regulamento do festival e com a montagem coreográfica, com certeza isso é
também é importante, mas o fundamental é oferecer subsídios aos alunos
para desenvolver a dança seja qual for o estilo depois de desenvolver
fundamentos rítmicos o aluno compreenderá qualquer dança.
Essa problemática pode ser comparada com outras ações didáticas,
como por exemplo, solicitar aos alunos que joguem voleibol apenas
apresentando as regras do esporte, sem lhes ensinar os fundamentos deste
esporte.
Alguns professores afirmaram discutir com os alunos os subtemas, o
que permite reflexões sobre o que se vai dançar, tendo uma visão social e
cultural.
Já no que se refere aos recursos citados pelos professores para o
ensino e desenvolvimento das aulas como pesquisa na internet e vídeos
são importantes para sanar dúvidas e enriquecer o trabalho da dança na
escola.
Para Marques (2003), a proposta de dança na escola vai além de
apresentações para festas e festivais, ela deve ser pensada numa
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dimensão maior, como a escola é hoje um lugar privilegiado e que atinge
um grande número de pessoas torna-se um espaço para introduzir, motivar
o desejo de dançar.
Nesse sentido, investigou-se junto aos participantes da pesquisa, o
desenvolvimento do conteúdo dança nas aulas de Educação Física na
ausência da realização do festival de dança, como pode ser melhor visualizado
no gráfico 07.
0
1
2
3
Não desenvolveria
1 bimestre
Gráfico 07: Desenvolvimento do conteúdo dança na ausência do festival de
danças.
Identificou-se que a realização do festival motiva os professores a
desenvolver o conteúdo da dança, pois a maioria afirmou que não
desenvolveria esse conteúdo na ausência desse evento.
“Neste mar de possibilidades característico da época em que estamos
vivendo, talvez seja este o momento mais propício para também refletirmos
criticamente sobre a função/papel da dança na escola formal, sabendo que
este não é - e talvez não deva ser – o único lugar para se aprender dança
com qualidade, profundidade, compromisso, amplitude e responsabilidade.
No entanto, a escola é hoje, sem dúvida, um lugar privilegiado par que isto
aconteça e, enquanto ela existir, a dança não poderá continuar mais sendo
sinônimo de "festinhas de fim de ano". Marques, 2003.
Da mesma forma, os professores foram unânimes em afirmar que
acreditavam ser importante a definição de um tema para o festival, para tanto a
escola deve dar subsídios aos alunos para que possam refletir sobre temas
que são relevantes ao seu desenvolvimento, provocando desafios em suas
aprendizagens não só na área motora mas de forma integrada a questões
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sociais e políticas da sociedade .
Conforme Marques (2003), ao pensarmos em uma educação crítica na
área de dança, que nos permita ver/sentir/perceber "claro, amplo e profundo"
(Rios, 1985), não podemos deixar de cuidadosamente analisar suas múltiplas
relações com a sociedade em que vivemos. Ao contrário de uma visão histórica
ingênua de que a dança não passa de "uns passinhos a mais ou a menos nas
vidas das pessoas", hoje não podemos mais ignorar o papel social, cultural e
político do corpo em nossa sociedade e, portanto, da dança.
A partir da realização do festival questionou-se os professores sobre
algumas sugestões para melhorar o festival de danças em todos os seus
aspectos, como pode ser melhor analisado no gráfico 08.
0
1
2
3Avaliação dos jurados
em relação as música
adequadas para o tema
proposto
Definição de um enredo
Trabalhar regiões do
Brasil, escolha de
temas.
Definir estilos
Gráfico 08: Sugestões para melhorar no festival de danças.
Percebeu-se que os professores preocupavam-se em melhorar a
qualidade das músicas com a definição de um enredo e a definição de estilos
são suas maiores preocupações.
A divulgação pela mídia de músicas de baixa qualidade e veiculação de
estilos de dança ou movimentos inapropriados, que estimulam a violência e a
sexualidade influencia diretamente a percepção dos alunos acerca da dança.
Todavia, os professores e a instituição escola precisam proporcionar aos
nossos alunos músicas e estilos mais pedagógicos que provoquem reflexões
que permitam analisar as práticas corporais que escolhem.
Conforme Gonçalves, (1997), para que a educação seja transformadora,
deve ser sobretudo crítica. Deve constituir-se em uma crítica radical da
19
sociedade em que vivemos, crítica essa que, ao desvelar a realidade humano-
social em suas contradições, baseia-se na crença em valores morais como
justiça, verdade, e liberdade.
Além da opinião dos professores acerca das características de
operacionalização dos festivais de dança, considerou-se importante também
analisar a opinião dos alunos que fazem parte desse evento sobre diversos
aspectos.
Dessa maneira, questionou-se os alunos sobre o seu interesse pela
dança e pela participação no festival, como pode ser melhor visualizado no
gráfico 09.
Gráfico 09. Interesse pela dança.
Identificou-se que a maioria dos alunos demonstrou interesse e gostava
de dançar.
Além disso, investigou-se os estilos que os alunos tem maior interesse
em praticar nas aulas de dança, como pode ser analisado no gráfico 10.
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70
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Hip-hop
Todos
Jazz
funk
Gaucha
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100
sim não
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Gráfico 10. Estilos preferidos dos alunos
Percebeu-se que o estilo preferido dos alunos era o Hip Hop, além do
jazz, do funk e das danças gaúchas. De fato, identifica-se a influencia da mídia
que vem divulgando o Hip Hop e o funk e ainda da própria origem dos alunos,
como no caso das danças gaúchas, já que a região oeste o Paraná foi
colonizado em grande escala por gaúchos.
O hip hop é um movimento cultural iniciado no final da década de 1970
nos Estados Unidos como forma de reação aos conflitos sociais e à violência
sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. É uma espécie
de cultura das ruas, um movimento de reivindicação de espaço e voz das
periferias, traduzido nas letras questionadoras e agressivas, no ritmo forte e
intenso.
No Brasil, o movimento hip-hop foi adotado, sobretudo, pelos jovens
negros e pobres de cidades grandes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Porto Alegre e Curitiba, como forma de discussão e protesto contra o
preconceito racial, a miséria e a exclusão. Como movimento cultural, o hip-hop
tem servido como ferramenta de integração social e mesmo de re-socialização
de jovens das periferias no sentido de romper com essa realidade.
0
10
20
30
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60
70
80
90
100
escola
família
amigos
academia
televisão
não aprendi
Gráfico 11. Local de aprendizagem da dança
Em relação ao local onde os alunos aprenderam a dançar, a maioria
afirmou ser a escola o lugar onde tiveram mais oportunidades de praticar e
aprender sobre a dança.
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0
10
20
30
40
50
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70
80
90
100
alegria
satisfação
superação
vergonha
Gráfico 12. O que a dança proporciona.
Ficou evidente que a dança proporciona uma enorme sensação de bem
estar e de alegria, que através da dança acontece a superação dos nossos
limites, ao mesmo tempo alguns alunos sentem vergonha o que pode ser
considerado natural, contudo precisam de encorajamento de seus professores
para se sentirem seguros.
Uma aluna da 8ª série fez uma definição maravilhosa do que é dançar
para ela, como pode-se observar no seguinte relato:
“Para mim dançar significa poder me expressar, ter liberdade, sentir
alegria de fazer uma coisa que amo sozinha ou com colegas. A dança
pra mim é a hora que esqueço de tudo, que sou quem sou de verdade,
sem medo de nada.”
Nesse sentido, acreditou-se ser interessante identificar a opinião dos
alunos acerca da importância da realização do festival pelo colégio, conforme o
gráfico 13.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
importante oportunidade
para aprender a dançar
evento que motiva e
integra todo colégio
desmotivante, não
gosto de dançar.
Gráfico 13. Importância do festival
22
A maioria dos alunos percebe o festival como uma oportunidade de aprender a
dançar, o que mostra que ele se caracteriza como elemento grande motivador
para a aprendizagem da dança na escola.
Sendo assim questionou-se sobre a motivação para a participação no
festival de danças, como pode ser melhor visualizado no gráfico 14.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
colegas
Profª de Educação física
Prof de Artes
eu mesma
Prof de matemática
Professores
Gráfico 14. Motivação para a participação no festival
Verificou-se que a influência dos colegas de escola ainda é um fator que
predomina entre os alunos para motivá-los a participar do festival, mas o papel
dos professores é fundamental, para que o aluno sinta-se encorajado a
participar subentendendo que a metodologia que o professor utiliza permite ou
não despertar o desejo de dança.
5. CONCLUSÃO
O processo de análise da construção e desenvolvimento do festival de
danças permitiu identificar o significado pedagógico que o mesmo representa
para alunos e professores do Colégio Estadual Dario Vellozo de Toledo-PR,
visto que o mesmo apresentou-se como um evento que mobiliza á todos e
motiva o ensino da dança na escola.
Os resultados encontrados permitiram identificar que em relação aos
professores, a maioria afirmou que o Festival de Danças, se constitui como
elemento motivador para o ensino e desenvolvimento desse conteúdo nas
aulas, pois a maioria afirmou que não desenvolveria esse conteúdo na
ausência desse evento.
De acordo com os professores, o ritmo foi considerado o elemento de
23
maior importância no desenvolvimento da dança nas aulas de Educação Física,
sendo assim é priorizado pelos docentes na sua prática pedagógica. Além
disso, os professores também acreditavam que os elementos sincronia,
harmonia, expressão corporal, espaço e coordenação influenciam no
desenvolvimento desse tema e por isso devem fazer parte das ações didáticas
cotidianas.
A partir das afirmações dos professores, identificou-se que a maioria
preocupava-se em desenvolver apenas orientações sobre o regulamento do
festival e com a montagem coreográfica das danças e não em desenvolver
aulas com o conteúdo e os fundamentos ou elementos básicos da dança.
Na sua prática pedagógica, verificou-se que a maioria dos professores
pesquisados destinava entre 18 a 20 aulas para o ensino e desenvolvimento do
conteúdo Dança, sendo a dança folclórica o estilo de dança que os professores
acreditam ser mais indicado para ser vivenciado nas aulas de Educação Física,
além disso também foram citadas a dança contemporânea e a dança de salão.
Em relação aos motivos citados pelos professores para a insuficiente
utilização do conteúdo dança, verificou-se a falta de espaço adequado para
desenvolver este conteúdo, o preconceito dos meninos e a falta de preparo do
próprio profissional.
Sobre as percepções dos alunos, identificou-se que a maioria dos alunos
demonstrava interesse e gostava de dançar, sendo o estilo preferido o Hip Hop,
além do jazz, do funk e das danças gaúchas. Todavia, em relação ao local
onde os alunos aprenderam a dançar, a maioria afirmou ser a escola o lugar
onde tiveram mais oportunidades de praticar e aprender sobre a dança.
Ficou evidente na opinião dos alunos que a dança proporciona uma
enorme sensação de bem estar e de alegria, que através da dança acontece a
superação dos nossos limites, ao mesmo tempo alguns alunos sentem
vergonha o que pode ser considerado natural, contudo precisam de
encorajamento de seus professores para se sentirem seguros.
A maioria dos alunos percebia o festival como uma oportunidade de
aprender a dançar, mas a participação nesse evento é influenciada pelos
colegas de escola e professores.
Após a análise do processo de organização e o desenvolvimento dos
24
festivais de dança foi possível elaborar uma proposta de organização e
desenvolvimento desse evento, como intuito principal de incentivar, motivar e
instrumentalizar os professores que muitas vezes não o realizam por
desconhecerem os itens ou elementos constituintes da organização e
desenvolvimento de um festival de danças ou falta de vivência com a própria
dança.
Após as orientações e aulas que foram elaboradas e apresentadas para
os professores de Arte e Educação Física, em parte permitiram melhorar a
qualidade das danças apresentadas este ano, essas foram aplicadas por mim e
por mais dois professores do colégio que aderiram a esta metodologia, a
mesma também foi entregue a biblioteca da escola.
Muitos ainda resistem a mudança, mas o essencial é evoluirmos e isto
com certeza já aconteceu e foi visto na danças.
É preciso ter sempre suscitado o desejo de fazer sempre o melhor,
portanto reciclar, estudar é obrigação de todo professor para melhorar cada vez
mais a qualidade de suas aulas o que vai refletir na aprendizagem de seus
alunos evidentemente.
O ensino da Dança na escola desenvolve um conhecimento que se leva
para toda e vida, pois a dança deve ser entendida como expressão de vida,
como linguagem social, como manifestação de introspecção e de interação
com o meio, como ato de apreensão e de reação aos fenômenos do universo.
(Fiamoncini e Saraiva,2003)
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escola.Campinas,SP,Editores associados,2005.
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25
MARQUES, I.A. Ensino da dança hoje: Textos e contextos. São Paulo: Cortez.
1999. ______________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
NANNI, Dionísia, Dança Educação – princípios, métodos e Técnicas, RJ.
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_______________Dança-Educação - pré-escola a universidade. 3° ed. – Rio
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www.portaldafamília.org Texto : Entendendo a dança. Autora: Eliana
Caminada acessado em 08/10/2008.
www.wikipédiaenciclopédia livre.com Texto: Hip Hop. acessado em
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Dança-educação: um projeto de pesquisa e extensão
Telma Cristiane Gaspari1. Faculdades Integradas Fafibe Bebedouro (SP)
KUNZ, Elenor Org.Didática da Educação Física, 3ed.Ijuí: Ed. Ijuí, 2003.