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122 Outras lembranças “Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim? - Carlos Drummond de Andrade” Ao mergulhar no passado, mesmo que de outra pessoa, não há como evitar muitas lembranças próprias, que vão surgindo em paralelo… Nasci em Birigüí, no dia 22 de novembro de 1927, em casa de meus avós, na Rua Epopéia de Copacabana, que posteriormente, em 1934, em homenagem a meu avô, passou a se chamar Rua Roberto Clark. Mamãe foi assistida no parto por Dona Anna Meirelles. Lembro-me até hoje da senhora Donana, como era conhecida, muito amiga de mamãe, bem velhinha, baixinha, de cabelos crespos e completamente brancos. Mamãe, quando do meu nascimento, tinha pouco leite e assim arrumou uma ama de leite para me amamentar. Ela se chamava Julia e era mulher do João Moterani, empregado muito antigo do vovô: moravam na mesma rua que nós, em uma pequena casa, nos fundos da casa de tia Maggie. Meu irmão de leite era seu filho Oswaldo, o Badú. As primeiras imagens de minha infância de que me lembro, talvez com uns quatro anos, são de ir à sua casa, sozinho, pois era bem próxima. Na hora de voltar para casa, dona Julia, que era uma mulher muito simples, para não me deixar voltar de mãos vazias, me dava de presente um ovo, que eu levava com muito cuidado para casa e entregava a mamãe. Birigüí nessa época era muito pequena, tanto que o nosso telefone era o número 5 e a nossa caixa postal nos correios era número 10. O telefone tinha uma manivela que se girava para chamar a telefonista, dando-se então o número para ela fazer a ligação. A telefônica era do Cernach e ficava na nossa rua, logo depois do Hotel Lamachia. O telefone nessa época tinha alcance muito limitado, e os contatos fora da região eram feitos por telegrama.

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Fernando José Clark Xavier Soares

Outras lembranças

“Se de tudo fi ca um pouco, mas por que não fi caria um pouco de mim? - Carlos Drummond de Andrade”

Ao mergulhar no passado, mesmo que de outra pessoa, não há como evitar muitas lembranças próprias, que vão surgindo em paralelo… Nasci em Birigüí, no dia 22 de novembro de 1927, em casa de meus avós, na Rua Epopéia de Copacabana, que posteriormente, em 1934, em homenagem a meu avô, passou a se chamar Rua Roberto Clark.

Mamãe foi assistida no parto por Dona Anna Meirelles. Lembro-me até hoje da senhora Donana, como era conhecida, muito amiga de mamãe, bem velhinha, baixinha, de cabelos crespos e completamente brancos.

Mamãe, quando do meu nascimento, tinha pouco leite e assim arrumou uma ama de leite para me amamentar. Ela se chamava Julia e era mulher do João Moterani, empregado muito antigo do vovô: moravam na mesma rua que nós, em uma pequena casa, nos fundos da casa de tia Maggie.

Meu irmão de leite era seu fi lho Oswaldo, o Badú.

As primeiras imagens de minha infância de que me lembro, talvez com uns quatro anos, são de ir à sua casa, sozinho, pois era bem próxima. Na hora de voltar para casa, dona Julia, que era uma mulher muito simples, para não me deixar voltar de mãos vazias, me dava de presente um ovo, que eu levava com muito cuidado para casa e entregava a mamãe.

Birigüí nessa época era muito pequena, tanto que o nosso telefone era o número 5 e a nossa caixa postal nos correios era número 10.

O telefone tinha uma manivela que se girava para chamar a telefonista, dando-se então o número para ela fazer a ligação. A telefônica era do Cernach e fi cava na nossa rua, logo depois do Hotel Lamachia.

O telefone nessa época tinha alcance muito limitado, e os contatos fora da região eram feitos por telegrama.

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Xavier meu pai e sua Birigüí

O telégrafo em Birigüí era operado pela Estrada de Ferro Noroeste, e assim muitas vezes fui até a estação para passar telegramas, que eram cobrados por palavra escrita e transmitidos por código Morse.

O Correio, onde ia às vezes buscar a correspondência, era na Rua João Galo e a agente era D. Olinda Troncoso. Naqueles tempos tudo era feito a pé porque a cidade era pequena e tudo era perto. Rádio praticamente não se ouvia pois era quase só estática.

À noite, freqüentemente, íamos à rua na hora certa para ver o noturno, que era como chamávamos o trem que passava à noite. Era um verdadeiro espetáculo o penacho de fogo das fagulhas da máquina a vapor, e ouvir o apito do trem, também muito diferente, mais forte e sonoro que o das máquinas elétricas de hoje.

Lá pelos meus seis anos fi zemos um passeio ao sítio de um grande amigo da família, Sr. Lolóca, Olívio José da Rocha: papai, mamãe, meus irmãos e eu.

Lá foi feito um pequeno rodeio no curral, com o fi lho do Sr. Lolóca montando um bezerro com uma tira de couro amarrada junto às pernas dianteiras do animal.

Convidados a participar da brincadeira, meu irmão Carlos aceitou e montou em um bezerro. Após uma corrida o animal parou bruscamente e ele foi arremessado sobre um cocho, machucando-se bastante.

Em seguida um empregado do sítio iniciou uma tourada de garrotes, mas aconteceu que o Carlos, machucado, estava assentado em uma cadeirinha junto a um galpão. O garrote avançou sobre ele, e iria chifrá-lo, não fosse papai conseguir puxar a cadeira, salvando-o.

Não conseguindo apanhar Carlos, o garrote imediatamente avançou em minha direção. Como não consegui subir na cerca em tempo, fui apanhado pela virilha e por um braço e jogado para o alto. Lembro-me que vi o galpão lá de cima, e só não me esborrachei no chão porque papai aparou-me na queda. Apenas sofri escoriações causadas pelo chifre, na virilha e abaixo do braço.

Foi assim que voltamos para a sede do sítio, para grande susto de mamãe ao nos ver machucados, felizmente sem nenhum osso quebrado.

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Quando tinha cinco anos, em 9 de julho de 1932, foi iniciada a Revolução Constitucionalista. Morávamos na atual Rua Roberto Clark, em frente à Estação da Estrada de Ferro Noroeste e da varanda de frente da casa víamos os trens chegando ou saindo.

Meu grande desejo durante a revolução era apanhar uma bala de fuzil, pois havia um mecânico muito habilidoso e amigo de todos, o Sr. Lameira, com ofi cina na Rua Saudades, que transformava essa bala em um interessante canivete. Fechado era uma bala, com a lâmina escondida dentro do cartucho, e retirando a bala e invertendo a posição dela aquele objeto se transformava no canivete.

Como eu era muito pequeno, e muitos disputavam as balas jogadas pelos soldados das janelas dos trens, passei toda a revolução sem apanhar nenhuma; é verdade que a Revolução não foi muito longa.

Conforme os belos versos do poeta da revolução, Guilherme de Almeida: “EU VIBRO QUANDO ME LEMBRO, QUE VAI DE 9 DE JULHO A 28 DE SETEMBRO.”.

Ainda das lembranças da Revolução não me esqueço de quando ouvia o barulho do motor de um avião voando bem alto, de olhar para cima e ver um “vermelhinho”, pois essa era a cor e assim eram chamados os aviões do Governo Federal.

Naturalmente que apenas passavam, sem nenhum interesse por nossa pequena cidade, provavelmente indo ou vindo de Mato Grosso.

Ainda me lembro de uma matraca que tio Severo trouxe quando voltou do front, que servia para imitar o som de uma metralhadora com o seu ra-ta-tá. Diziam que nos primeiros combates de fato assustou bastante os adversários.

As matracas eram feitas de madeira, e pegando-as pelo cabo e girando, de fato faziam bastante barulho. As forças de São Paulo eram de fato muito inferiores em armamento se comparadas às forças federais, daí surgindo essa idéia de enganá-las com essa imitação.

Até hoje a palavra matraca é por muitos considerada como um sinônimo de metralhadora.

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Xavier meu pai e sua Birigüí

Jardim da infância

Aberto por D. Geni Bartoce em 1933, funcionava no prédio da Maçonaria existente até hoje, na Praça James Mellor.

Lá comecei meus estudos, no início do ano de 1933, e em julho já estava lendo e escrevendo e fazendo meus primeiros cálculos de aritmética.

D. Geni não entendia muito de jardim da infância, mas em compensação sabia ensinar, e assim quem quisesse aprender ia progredindo com as suas aulas, além de, naturalmente, ter muita diversão, principalmente nas aulas de desenho.

Junto comigo estavam no jardim meu irmão Carlos, meu primo Reynold Clark Álvares (Fuso) e meu amigo Fuas de Mattos Sabino.

O material escolar requerido se resumia a uma lousa de pedra preta de mais ou menos 30 cm x 25 cm, onde se podia escrever com um lápis de giz muito duro. Para se apagar, um paninho molhado fi cava preso à lousa por um pedaço de barbante.

No ano seguinte entrei no primeiro ano do Curso Primário do Colégio Noroeste: eu, Carlos e o meu amigo Fuas de Mattos, irmão da Nair e do Nilson.

No Colégio Noroeste, minha principal professora e amiga foi D. Ruth Andrade, que me acompanhou por muitos anos, inclusive no Ginasial, onde lecionava inglês e geografi a. Também foram minhas professoras D. Geracina Menezes, de matemática, D. Ursulina Barbosa Souto, de desenho, D. Ruth Leite, de Português e Francês e sr. Arsênio Vieira, de Latim.

Ao iniciar o ano D. Ruth fazia questão que o caderno começasse com uma frase, que inclinada tomava toda a folha: “SE PERFEITO EM TUDO QUE FIZERES. Marden”.

Durante meus estudos o Colégio se transformou no Ginásio Noroeste, e foi ali que me formei na quarta série do Curso Ginasial, juntamente com meu irmão Carlos, em dezembro de 1942.

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Esta foi a primeira turma a se formar pela quarta série, juntamente com a turma que se formou pela quinta série, no mesmo ano, devido a uma modifi cação do currículo escolar estabelecida no início do ano de 1942, pelo Ministério da Educação.

Toda a turma era muito boa, e os principais amigos mais da minha idade eram o David Hunovitch, o Gilberto Lautenschlager, o Salim Chibeni, o Sebastião Martins Pereira e o Antonio Sanchez.

Das colegas, as mais amigas eram a Weida Magalhães, a Dilma Tron-coso, a Cecília Ibanhez, a Nahyr Antonio e a Tetis, que infelizmente não se formou conosco, pois se mudou para São Paulo ao fi nal do terceiro ano. Na mesma ocasião meu irmão Francisco Roberto (Pindo) se formou pela quinta série.

Minha madrinha foi D. Zélia Fernandes Magalhães.

O baile foi no Birigüí Clube e o traje era a rigor (terno escuro para os homens e vestido longo para as mulheres.

Para mim foi o primeiro terno de calça comprida) D. Zélia e Dr. Thomaz Figueiredo Magalhães, que era o prefeito de Birigüí na ocasião, eram pais da Weida, minha amiga e colega de turma.

Por causa de uma greve de táxis tivemos que fazer um minidesfi le dos pares, desde o Cine Teatro São Luiz (posteriormente Cine São Nicolau) onde foi a formatura, até o Birigüí Clube, onde se realizaria o baile, desfi le esse aberto por Dr. Magalhães e a Weida, seguidos por mim e D. Zélia.

A valsa dos formandos, escolhida pela nossa turma para abertura do baile foi Conto dos Bosques de Viena, de Strauss.

Depois da meia noite papai, percebendo que muita gente estava com vontade de dançar, mas não estava com o traje de acordo, liberou do uso do traje rigor, o que animou muito a festa, mas ocasionou um desentendimento com D. Zélia que durou algum tempo até voltarem às boas.

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Eu, D. Ruth Andrade e vovô Roberto Clark.

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Convite da Formatura.

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Convite da Formatura.

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TênisDurante o curso ginasial tínhamos uma ou duas vezes por semana aula de ginástica, que depois passou a ser chamada de Educação Física.

Nessas aulas usávamos tênis, muito diferentes dos tênis de hoje, porque eram muito simples, de pano branco grosso e com a sola fi na de borracha também branca.

Esses tênis eram usados exclusivamente para as aulas de ginástica, e depois trocados por sapato para irmos para as aulas normais. Os tênis eram usados somente na ginástica ou para a prática de esportes diversos.

Os tênis, com o tempo, fi cavam muito sujos, principalmente porque naqueles tempos Birigüí não tinha calçamento e as quadras de esporte também eram de terra. A maior parte do tráfego era de carroças e então, quando chovia, todas as ruas viravam um lamaçal.

Quando havia algum jogo importante ou algum desfi le em uniforme de ginástica, era costume se pintar o tênis, de véspera, com alvaiade (pigmento branco de carbonato de chumbo) e ele voltava à cor branca original.

Quando estávamos lá pelo segundo ou terceiro ano, não me lembro exatamente como, o Carlos fi cou sabendo de um tênis diferente, cha-mado Keds e tanto fez até que papai encomendou um para ele, em São Paulo.

Esta novidade (importada dos Estados Unidos) era bem diferente, pois parecia uma bota de cano curto, de couro preto, com uma sola grossa de borracha.

Pouco depois, principalmente os jogadores de basquete ou de vôlei passaram a fazer questão de só usar Keds. E o que era marca passou a ser usado como nome para todo calçado daquele tipo, de cano curto, que mesmo assim só era usado quando se estava praticando algum esporte e nunca para o uso diário, como hoje em dia. Para uso normal usávamos o tênis comum.

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Em 1943 ou 1944, quando estudava no Instituto Americano de Lins, fazendo o Colegial no regime de internato, foi realizada campanha para se pavimentar uma quadra de basquete, a ser construída no terreno do Instituto. Para isso foram solicitadas doações para a execução do calçamento, e papai, por meu intermédio, contribuiu com o valor de um metro quadrado de pavimento.

Essa quadra foi a grande novidade, sendo a primeira pavimentada de toda a região da Noroeste.

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Conhecendo a vizinhança

Se nos meus cinco a sete anos desse uma volta perto de casa e contornasse a Avenida Governador Pedro de Toledo, teria as seguintes imagens: saindo de casa e subindo a Rua Antonio Simões, a primeira casa era a de tio Jaime e tia Ernestina e de minha prima Odete (minha prima Ana Henriqueta ainda não era nascida).

Logo depois se seguia a barbearia.

Desde pequenos, eu e meus irmãos só cortávamos o cabelo no salão do Sr. Frederico Nunes, que era nosso vizinho, e também onde papai cortava o cabelo e fazia a barba.

O Sr. Frederico era pai da Rosa, da Alice, do José e do Antonio (Nico): estes últimos eram nossos amigos de muitas brincadeiras: de soltar papagaio (pipa) e jogar pião, o que se fazia naturalmente nas ruas, que eram pouco movimentadas.

Subindo a rua, depois da casa do Sr. Frederico, já chegando na Avenida Governador Pedro de Toledo, fi cava a casa e a loja de tecidos do pai de outro amigo, o Wilson Buzahr.

Virando à direita na avenida chegávamos à padaria do Sr. Nicolau Frandsen, pai do Grané, da Anita e da Mercedes.

Em continuação fi cava a casa dos Vilela, primos do Sr. Frederico, e depois a casa do Dr. Arthur Cordeiro e de D. Ines, pais dos nossos ami-gos Roberto e Renato. Dr. Arthur era irmão de minha tia Ernestina.

A seguir havia na esquina a casa de móveis do pai de outro amigo, o David Hunovitch.

Na outra esquina fi cava a Casa do Sol, de nossos amigos Sr. Gumer-cindo de Paiva Castro e de D. Olga. A residência deles fi cava logo abaixo da loja e em frente dela era a residência do Sr. Elias Antonio e de D. Mantura, também muito amiga de mamãe.

Descendo essa rua, logo abaixo da casa do Sr. Gumercindo, fi cavam a loja e a residência da família Nakamura. Na loja não nos cansávamos

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de admirar os peixes coloridos que o Sr. Nakamura criava.

De volta à avenida, defronte à Casa do Sol, fi cava a loja de tecidos do Sr. Wagih Rahal e irmãos.

Contornando o canteiro e voltando para a avenida havia a Casa Commercial, armazém de secos e molhados do Sr. Gonçalo Ibanhês, pai do Sr. Fernando Ibanhês, onde mais tarde, ali na esquina, foi instalada a loja de vidros e molduras do Sr. Rací.

Em seguida vinha a casa do Sr. Fernando Ibanhez e de D. Lolô, pais da Yolanda, do Manolo, da Lila, da Judite e da Dulce.

Continuando nosso passeio vinha a casa de D. Lidia Stuhr, professora muito amiga de mamãe, mãe da Irma, da Hilda e da Lídia.

Logo vinha a casa do Dr. Magalhães e de D. Zélia, pais de nossos amigos Waldir, Wilton e Weida.

Depois vinha o escritório da Força e Luz. Em continuação havia na esquina a Casa dos Três Irmãos, do pai de meus amigos Anísio e Décio Abdo. Atravessando a rua e passando a esquina havia a Farmácia Xavier e depois o Birigüí Clube.

Em seguida ao Clube se localizava a casa, a loja e a gráfi ca do Sr. Cherubino Giovanini e de seu fi lho Humberto: casado com D. Ida, e pai de nossos amigos Carlos, Antoninho e Paulo. A loja, além de papelaria, era a maior loja de brinquedos de Birigüí, onde costumávamos escolher nosso presente de Natal ou de aniversário. Nos fundos da loja havia a gráfi ca onde se imprimia o jornal O Birigüiense.

Em seguida, na esquina, ficava o Banco Comercial. E depois, atravessando a rua e contornando a avenida, ficava a Casa Meneghatti, empório onde comprávamos todos os gêneros de primeira necessidade.

Em frente desta casa, na sarjeta de pedra, fi cavam presas diversas argolas de ferro onde os sitiantes que vinham às compras podiam amarrar seus cavalos.

Em seguida, na esquina, fi cava a casa de calçados do Sr. Roque Bruno, onde costumávamos comprar os nossos sapatos.

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Na esquina, do outro lado da rua, estava o Tombo de Birigüí, loja do Sr. Vespasiano Ghiraldello, pai do Wilson e da Carminha.

Um pouco mais para a frente estava a loja de tecidos dos irmãos Issa, sendo que o mais novo, Abdala, foi meu colega de classe. E pouco depois a farmácia e a casa de tio Chico e tia Daisy e de meus primos Reynold (Fuso), Grace e Edna.

Tia Maggie, tio Annibal e meus primos Roberto, Celina, Dinah, Oswaldo, Marina, Annibal e Paulo moravam defronte à nossa casa, na Rua Roberto Clark, na antiga sede da Companhia de Terras.

Como boa recordação, também não me esqueço que subindo a Rua Antonio Simões e passando a Avenida, depois da Casa dos Três Irmãos, fi cava o bar do Grota, pai do Rui Grota, onde se podia comprar um pacote de rebuçados (balas) por um tostão.

Acima do bar do Grota, na esquina, defronte à Praça Raul Cardoso, fi cava a Casa Luzitana, uma grande loja pertencente ao Sr. Candido Domingues, onde ia com grande curiosidade para ver os maquinários, ferramentas e ferragens em exposição.

Do outro lado da Rua Antonio Simões, defronte ao Bar do Grota, fi cava a alfaiataria do Sr. Ciancio, casado com D. Maria Reatto Ciancio, pais do José, da Rosalinda e da Norma. Muitas vezes fui até lá, a pedido de mamãe, levando toalhas ou bordados para D. Maria fazer o acabamento a ponto ajour ou royal.

Logo abaixo fi cava o ateliê de fotografi a do Sr. Aristides, casado com D. Guanabara, pais da Abigail. O Sr. Aristides era presença obrigatória nas reuniões em que se queria tirar uma foto especial, sendo que quando não havia iluminação sufi ciente usava como fl ash a explosão de magnésio que fazia uma grande fumaceira.

Um pouco abaixo fi cava a quitanda do Sr. Chico Fazendeiro e de Dona Leopoldina, aonde ia muitas vezes comprar frutas e verduras para a mamãe.

Seguindo a mesma rua e atravessando a Praça Raul Cardoso (atual Dr. Gama), chegaríamos à esquina da Rua Barão do Rio Branco, onde se localizava a Sorveteria Rio Branco, que fazia o melhor sorvete da

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época.

Quando tinha seis ou sete anos saíamos com papai à noite, na véspera do ano novo, para passear e assim não fi car com sono e poder assistir à passagem do ano. Nessas ocasiões às vezes passávamos no Bar Metrópole para tomar sorvete.

O Bar Metrópole (Rua Conselheiro Antonio Prado, quase defronte à Igreja Matriz) era do Sr. Armando Rossi, amigo de papai, e era o ponto de reunião dos políticos da cidade.

Este bar tinha desde essa época uma característica que o diferenciava, pois fi cava aberto vinte e quatro horas por dia, por meses e anos, e muitos diziam que não tinham mais as chaves.

Quando passava um enterro em frente, costumavam baixar as portas metálicas, a meia altura, naquele momento, em sinal de respeito.

Como naquela época não havia a estrada estadual, grande parte dos ônibus que passavam por Birigüí costumavam parar no Bar Metrópole, principalmente à noite para os passageiros fazerem um lanche.

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Foto tirada na escada de fundo da casa do Dr. Cordeiro, no aniversário do Renato em 26-7-1936, onde estão retratados muitos dos amigos aqui mencionados, inclusive eu e meus irmãos.De baixo para cima, entre todos os amigos, vemos Célia, Renato, Rubens, Bidú Frandsen, Regis, Grane, Elza, Beatriz, Áurea / Tufa, Edna, Alexandre / Mercedes, Wanda, Eunilde, Faris / Wilma, Bela Rosa, David / Ruth, Yvone, Lourdes, Binha, Grace, Marina / Sergio, Arthur Arantes, Weida / Fernando, Nicolau / Pindo, Paulo, Cid, Carlos, Dico, William.

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Ano de 1936. Inauguração da agência em Birigüí da Banca Francese e Italiana per L´America del Sud, tendo como Gerente o Sr. Faure. A agência ocupou o prédio da antiga sede da Cia. de Terras, na Rua Roberto Clark. A placa da rua é a original fi xada por vovô em 1934. Na foto, vovô Roberto Clark, o prefeito municipal Sr. Gumercindo de Castro, Sr. Amador Aguiar, Sr. Pacitti e o Sr. Faure, entre outros.

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Despedida do Sr. Nicolau Faure Em 1941, por ocasião da saída de Birigüí do Sr. Faure, gerente do Banco Francês e Italiano para a América do Sul, seus amigos, incluindo papai, lhe ofereceram, entre outras homenagens, um churrasco. Esse churrasco foi realizado na chácara de vovô, e os participantes eram todos homens.

Quase no fi nal da reunião, depois de muito churrasco e muita cerveja, começou uma brincadeira de rasgar a camisa uns dos outros e ao fi nal a única pessoa que permaneceu com camisa foi papai, pois todos sabiam que ele não aceitava esse tipo de brincadeira.

Uma das últimas camisas a ser rasgada foi a do Sr. João Sanchez (João Bonito), pois era de palha de seda e muito resistente. Apesar da festa ser só para homens adultos acompanhei papai e, com meus treze anos, era a única criança presente.

Olaria

Desde pequeno me lembro dos passeios que fazíamos de charrete, indo com papai para a olaria que papai tinha não muito distante de nossa casa, talvez uns dois quilômetros. O cavalo na época era o Rosilho.

Lá na olaria era feito o tijolo marca REI, que era de excelente qualidade. Com ele foi construída a nossa casa na Rua Siqueira Campos, 274 e grande parte das casas de Birigüí, na época.

Por muitos anos papai foi proprietário dessa olaria, que produziu milhares e milhares de tijolos usados em construções feitas por papai ou vendidos na cidade, pois eram realmente de excelente qualidade, e quando se batia um no outro até tiniam.

Quando íamos todos à olaria papai chamava um carro de praça, que era o do Sr. José Vigilato ou o do Sr. Tonico Ventura, ambos muito amigos de papai.

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Lá na olaria papai tratava da produção dos tijolos e nós passeávamos ou então pescávamos nas lagoas. Naturalmente que eram peixes pequenos: lambaris, canivetes, carás ou traíras.

A olaria tinha uma área de mais ou menos três alqueires e por uma grande extensão fazia divisa com a Estrada de Ferro, que ali fazia uma enorme curva.

Não me lembro exatamente quando papai vendeu a olaria, mas foi depois da segunda grande guerra, por volta de 1945.

Na olaria tínhamos sempre alguns cavalos para montaria ou para puxar a charrete. Para entrega de tijolos e para transportar o barro (argila) dentro da olaria tínhamos algumas juntas de boi e o carroção.

Papai, por ter nascido e vivido sua infância e juventude em fazenda, montava e laçava muito bem.

Quando se precisava pegar um cavalo meio chucro, papai mandava um empregado reunir a pequena tropa no mangueirão: fi cava no centro e mandava tocarem os cavalos para eles correrem em volta e então laçava o cavalo desejado, nunca parado.

Só muito tempo depois entendi o porquê de não laçar o cavalo parado e sim na corrida. Durante a corrida o cavalo mantinha a sua velocidade e era possível calcular onde estaria a sua cabeça ao lançar o laço. Os laços eram muito pesados, feitos de couro cru, trançados com quatro tiras, e tinham a seção quase redonda.

Vila Xavier

A Vila Xavier, hoje populoso bairro de Birigüí, com mais de quinhentas casas, e onde se localizou o Birigüí Tênis Clube, teve início em um grande loteamento feito por papai, lá pelo fi nal dos anos 20, em sociedade com dois grandes amigos: Dr. Gamaliel Pereira da Cruz, advogado - o Dr. Gama -, e Dr. Georgino Paulino, médico pediatra que clinicou em Birigüí por alguns anos e depois transferiu-se para São Paulo.

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Fernando José Clark Xavier Soares

É curioso que o Dr. Georgino, depois de deixar Birigüí, onde a clientela naquela época era muito pequena para um pediatra, passou a ser consultado até por telefone, em São Paulo, por um grande número de moradores de Birigüí.

Assim é que eu, morando em São Paulo, já casado, em 1963, tinha como médico de minhas fi lhas o nosso velho amigo Dr. Georgino, com seu consultório na Rua Xavier de Toledo.

Com a saída dos sócios, por volta de 1931, o empreendimento passou a se chamar Vila Xavier, conforme planta do Eng. Guilherme Voit, de 1936, com área total de 22 hectares e com mais ou menos 590 datas de 355 metros quadrados na média.

Propaganda dos tijolos REI e da Villa Xavier.

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Capa dos Contratos de Venda de terrenos na Villa Xavier.

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Ali papai construiu centenas de casas populares, que eram vendidas em suaves prestações.

É importante lembrar que naquela época não havia nenhum fi nanciamento do governo, e se não fosse por este sistema introduzido por papai, centenas de pessoas não teriam tido a oportunidade de ter a casa própria. Também não havia correção monetária.

Os atrasos nos pagamentos eram muitos, mas nem por isso alguém perdia sua casa, pois papai sempre propunha um acordo para que o comprador pudesse regularizar a sua conta.

Birigüí Tênis Clube

Foi ali na Vila Xavier, com entrada pela Rua 7 de Setembro, em uma área de 9.000 metros quadrados, que papai construiu por conta própria, quando eu ainda era menino, nos anos trinta, o conjunto esportivo que depois transformou em uma sociedade denominada Birigüí Tênis Clube.

Possuía uma piscina de concreto de 30 metros de comprimento por aproximadamente 12 de largura, sendo 25 metros para adultos, com uma profundidade que ia de mais ou menos um metro e meio a três metros e 5 metros com uma profundidade de mais ou menos um metro, para as crianças.

Na inauguração não-ofi cial da piscina, quando pela primeira vez foi cheia, grande parte das pessoas presentes acabaram se jogando ou sendo jogadas dentro dágua, com roupa e tudo, pelos amigos.

O clube possuía duas ou três quadras de tênis, duas quadras de bocha, campo para cricket e minicampo de futebol.

A água para a piscina vinha de uma mina de água potável de excelente qualidade localizada em um terreno que papai possuía do outro lado da rua vizinha ao clube.

Antes da construção dessa piscina, em Birigüí só havia um tanque

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sem revestimento em que as crianças às vezes nadavam no bairro Santo Antonio.

Em Araçatuba também não havia piscina, mas havia um lago de água barrenta, em que uma parte pequena e rasa era revestida de tijolos e era muito perigoso se nadar ali, pois não havia separação desta parte revestida e muitas vezes a pessoa que não sabia nadar, inadverti-damente ultrapassava a parte atijolada e afundava na lama existente na parte mais profunda, com real perigo de vida, o que uma vez aconteceu comigo mesmo.

A piscina do Tênis Clube foi por muito tempo a única de Birigüí até que foi inaugurado o Pérola Clube com suas piscinas, no fi nal dos anos cinqüenta. Por muito tempo as instalações eram usadas livremente pelos amigos e conhecidos.

Posteriormente papai resolveu formar o Birigüí Tênis Clube, uma sociedade por ações composta de 25 sócios, e assim vendeu 24 cotas para os amigos.

BIRIGÜÍ TÊNIS CLUB

Lista de subscritores de 25 cotas:

1 - José Xavier Soares2 - Rolando Perri - Proprietário e Diretor da Escola Técnica de Comércio.3 - ............4 - Gamaliel Pereira da Cruz - Advogado criminalista e grande orador - Dr.Gama era conhecido como a Patativa da Noroeste.5 - José Agostinho Rossi – Chefe da Coletoria Federal. 6 - Benedito Augusto Machado - Advogado e grande orador.7 - Américo Guimarães.8 - Cid de Castro Prado - Político residente em São Paulo e grande amigo de nossa família e da cidade de Birigüí.9 - Cherobino Giovanini - Proprietário de loja e de tipografi a e do Jornal O Birigüiense.10 - João Miguel.11 - Dr. José João Abdala - Médico e Industrial.12 - Gregorio Ferreira Camargo - Fazendeiro.

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Fernando José Clark Xavier Soares

Nota: Atualmente o Birigüí Tênis Clube é administrado pelo SESC - Serviço Social do Comércio.

(*) Vasco Cinquini, irmão de Aldo Cinquini, foi o primeiro aviador a descer em Birigüí pilotando um avião, por volta de 1930, descendo em um pasto pelos lados do Silvares, pois não havia campo de aviação. Este mesmo piloto Vasco Cinquini foi o mecânico do hidro-avião Jahú, que fez a primeira travessia do Atlântico sem apoio de navios, em 1927, sob o comando do piloto João Ribeiro de Barros.

A seguir vamos encontrar a lista original com as assinaturas dos subscritores das cotas do Club.

13 - Amador Aguiar- Gerente do Banco Noroeste.14 - Felix Lopes de Castro - Farmacêutico e Proprietário da Farmácia Santa Thereza.15 - Manoel Luiz Alves - Médico oftalmologista e Chefe do Posto de Saúde.16 - José Miragaia - Tabelião, pai de Euclides Miragaia,17 - ............................18 - Aldo Cinquini (*) - Proprietário de Pastifício.19 - Dr. Artur Cordeiro - médico (pai do Dr. Roberto e do Dr. Renato Cordeiro).20 - Dr. Francisco Álvares - Médico, casado com minha tia Daisy.21 - Pedro Sanches - Proprietário de Empresa de ônibus22 - Gumercindo Paiva Castro - Proprietário da Casa do Sol23 - João Fiorotto - Comerciante e um dos proprietários da Casa Fiorotto24 - Dr. Paulo Aranha .......... - Primo Lot - Tabelião.25 - Dr. Nestor De Cunto - Médico.

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Lista original com as assinaturas.

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“Inauguração” da piscina, com grande participação de amigos e de curiosos.

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“Inauguração” da piscina, com grande participação de amigos e de curiosos.