fernanda ignácio fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/ccs_m_869949.pdf ·...

58
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ODONTOLOGIA MESTRADO PROFISSIONAL EM CLINICA ODONTOLÓGICA Fernanda Ignácio Fernandes INFLUÊNCIA DO POSICIONAMENTO VERTICAL E HORIZONTAL DO OBJETO NOS VALORES DE CINZA DENTRO DO FOV DE UM APARELHO DE TCFC RIO DE JANEIRO 2018

Upload: phamtuyen

Post on 18-Jan-2019

264 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM CLINICA ODONTOLÓGICA

Fernanda Ignácio Fernandes

INFLUÊNCIA DO POSICIONAMENTO VERTICAL E HORIZONTAL DO OBJETO

NOS VALORES DE CINZA DENTRO DO FOV DE UM APARELHO DE TCFC

RIO DE JANEIRO

2018

Page 2: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ODONTOLOGIA

Fernanda Ignácio Fernandes

INFLUÊNCIA DO POSICIONAMENTO VERTICAL E HORIZONTAL DO OBJETO

NOS VALORES DE CINZA DENTRO DO FOV DE UM APARELHO DE TCFC

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Clínica Odontológica

Orientador: Prof. Dr. Fábio Ribeiro Guedes

RIO DE JANEIRO 2018

Page 3: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,
Page 4: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,
Page 5: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

AGRADECIMENTOS

Agradeço еm primeiro lugar а Deus qυе iluminou todo о mеυ caminho durante

esta caminhada e abençoou meus pensamentos e ações.

Agradeço a todos оs professores, qυе foram fundamentais nа minha

formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos!

Agradeço à Professora Kátia R. Cervantes Dias, professora e coordenadora

deste curso, pеlо apoio, pеlа compreensão, amizade e carinho que me encorajaram

e alegraram em todos os momentos de inseguranças.

Agradeço também а todos оs professores qυе mе acompanharam durante а

graduação. Em especial à Professora Silvia Alencar Gonçalves, ao professor Rafael

Andreiuolo е à Professora Andrea Tedesco, que me permitiram admirá-los e desfrutar

de bons momentos de amizade e aprendizado e que me encorajaram a confiar em

mim mesma, me proporcionando amizade, leveza e respeito no ambiente acadêmico

e profissional.

Ao Professor - e orientador deste trabalho - Fabio Ribeiro Guedes, dedico toda

a minha gratidão por ter me acolhido de forma ímpar ao longo da minha formação

acadêmica. Pela bondade e paciência ao me ensinar que "para tudo tem um jeito",

"calma, deixa que eu vou resolver isso!", além de ter me ensinado também que é

possível alguém ter um coração enorme e generoso se fingindo de rude o tempo

inteiro! A carga horária tão extensa de convívio e ensinamentos passados a mim como

sua aluna, desde a graduação, passando pela especialização em Radiologia e

Imaginologia Oral, curso de extensão e agora, neste mestrado, agradeço ao Fabio

pela relação de respeito e amizade que foi criada entre nós, por cada conselho

acadêmico, profissional ou pessoal, por cada ironia e por cada piada sem graça que

me fizeram rir em todos esses anos. Obrigada por me formar tão bem dentro da

radiologia e por ser um profissional em quem eu me orgulho de depositar toda a minha

admiração. É muito bom saber que posso contar com você, professor! Obrigada!

Ao meu avô Hermes (in memorian), por ter muitas vezes recorrido a mim para

tirar suas dúvidas e mesmo quando o assunto não condizia com a minha formação,

me fazia acreditar que eu sabia o que estava falando porque eu era "uma doutora".

Ao meu avô Almir (in memorian), que faria aniversário na data de apresentação

desta dissertação e certamente estaria orgulhoso de sua "toquinho". Às minhas avós,

Page 6: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

tias, tios, primos, primas, irmã, sobrinhos e amigos, agradeço pela torcida pela minha

realização e sucesso.

Aos meus colegas de turma do Mestrado, agradeço pelos momentos diversos

formais ou não, dúvidas e conhecimentos compartilhados ao longo de nosso convívio

durante estes dois anos.

Aos meus pais, Armando e Rose Fernandes, dedico este trabalho, os meus

agradecimentos e todo o meu amor. Minha formação não existiria se o meu pai não

tivesse acordado cedo comigo para me levar nos locais das provas de vestibular que

fiz e se a minha mãe não tivesse levado os lanchinhos no meu quarto enquanto eu só

pensava em estudar e esquecia do resto mundo. Obrigada pela paciência nos meus

momentos de medo e por me impulsionarem quando eu pensava que não conseguiria.

Obrigada por diminuírem o volume da televisão em todas as vezes que eu pedia

silêncio para me concentrar nos estudos. Obrigada por me ensinarem valores

importantes sobre respeito, caráter e honestidade. Obrigada por me permitirem e

incentivarem voar em busca dos meu sonhos. Tudo o que eu sou e tudo o que eu

alcanço só é possível porque a minha base é o amor que recebo e sinto por vocês.

Por fim, o meu agradecimento ao meu irmãozinho Renato Ignácio Fernandes.

Difícil escrever sem que os olhos encham d'água tamanha emoção que me causa o

amor que sinto por ele. Agradeço por ele me ensinar que até nos momentos em que

estou ocupada e não posso desviar minha atenção, é preciso também parar um pouco

para dar atenção a quem me ama e quer que eu veja alguma novidade que ele tenha

para dividir comigo. Renato tem uma ternura encantadora ao me chamar para pedir

um abraço apenas e me mostra o lado leve e puro da vida em qualquer que seja o

momento, além de fazer com que a sua determinação incansável em descobrir o

mundo me inspire e motive. Seus 09 anos de vida e milhares de sorrisos e carinhos

são um presente para minha vida, Vida!

Page 7: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

“Aqui, no entanto, nós não olhamos para trás por muito tempo. Nós continuamos seguindo

em frente, abrindo novas portas e fazendo coisas novas, porque somos curiosos... E a

curiosidade continua nos conduzindo por novos caminhos.

Siga em frente."

(Walt Disney)

“Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas.

Muito conhecimento, com que se sintam humildes.”

(Leonardo da Vinci)

Page 8: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do posicionamento vertical e horizontal

do objeto dentro da área do campo de visão nos valores de cinza de imagens obtidas

no aparelho de Tomografia computadorizada de feixe cônico Kodak 9500. Foi utilizado

um simulador com 17 corpos de prova padronizados e de densidade homogênea.

Foram realizadas aquisições tomográficas ao longo de todo o campo de visão do

aparelho com variação da altura do posicionamento do simulador a cada 5mm, para

avaliação de variações verticais e horizontais dos tons de cinza obtidos a cada exame.

Ao final das aquisições, os valores de cinza foram medidos no software Image J e os

dados foram analisados estatisticamente pelo teste de ANOVA-1 way e o teste post-

hoc utilizado foi teste de Tukey, com nível de significância de 5%. Em relação ao

posicionamento vertical dentro do campo de visão, as médias das medidas nas

diferentes alturas apresentaram diferença estatística (p<0,001). As alturas (cm) 10 e

10,5, que correspondem à região externa ao campo de visão, não diferem apenas das

médias das alturas 5,5 e 6, enquanto estas alturas diferem das alturas de 3,5 cm a

6,5cm e de 7,0 a 8,5. Já na análise do posicionamento horizontal dos corpos de prova

no FOV, foi significativo o valor de p (p<0,001) e notam-se que os valores de cinza

das regiões externas do simulador não diferem entre si, porém, essas áreas diferem

das médias dos valores de cinza da região central e intermediária do simulador.

Podemos concluir que variações na posição do objeto vertical e horizontalmente,

dentro dos limites da área do FOV, influenciam nos valores de cinza obtidos por meio

de exames de tomografia computadorizada de feixe cônico.

Palavras-chave: Campo de visão, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico,

Voxels

Page 9: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the influence of vertical and horizontal positioning

of the object within the field of view in gray values of images obtained in the Kodak

9500 Cone beam computed tomography device. It was used a phantom with 17

standard samples with homogeneous density. Tomographic acquisitions were made

throughout the FOV of the device diversifying the height of the phantom positioning

every 5 mm. At the end of the acquisitions, gray values were measured by Image J

software, the statistical analysis was done by ANOVA-1 way test and the post-hoc test

used was a Tukey test, with 5% significance level. Regarding the vertical positioning

within the FOV, the means of measurements at different heights presented statistical

difference (p <0.001). The heights (cm) 10 and 10.5 only do not differ from the means

of the heights 5, 5 and 6, while these areas differ from the areas 3,5 cm to 6,5cm and

from 7,0 to 8,5cm. In relation to horizontal positioning of the test specimens in the FOV,

the p value was significant (p <0.001), it is observed that gray values of the external

regions do not differ among them, however, these areas differ from the mean values

of gray of the central and intermediate regions of the object. We conclude that vertical

and horizontal variations in the position of the object, within the limits of the FOV area,

influence the values of gray obtained from cone beam computed tomography exams.

Key words: Filed of View, Cone Beam Computed Tomography, Voxels

Page 10: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 10

2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................ 14

3. RESULTADOS .................................................................................. 21

4. DISCUSSÃO ..................................................................................... 25

5. CONCLUSÃO ................................................................................... 29

REFERÊNCIAS .................................................................................... 30

APÊNDICE ........................................................................................... 33

ANEXO ................................................................................................ 49

Page 11: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

10

1. INTRODUÇÃO

O conhecimento da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é de

interesse de todos os campos da odontologia1. Este exame foi desenvolvido nos anos

90 por Arai et al.2 e Mozzo et al.3 especificamente para a região de cabeça e pescoço.

Fornece imagens volumétricas tridimensionais semelhantes às imagens geradas na

tomografia computadorizada de multidetectores (TCMD), com custo inferior e menor

exposição do paciente à radiação, tendo em vista que um dos fatores que permite esta

redução está relacionado ao fato do campo de visão ou FOV (Field of View) ser

limitado na dimensão axial, o que iniciou uma mudança de paradigmas nas avaliações

de imagens 2D para aquisições e reconstruções de dados tridimensionais.4-10

O emprego da TCFC tem sido um importante auxiliar na clínica odontológica,

pois podem-se observar, pelas variações de tons de cinza, os tecidos dentários, o

espaço do ligamento periodontal, cortical alveolar, câmara pulpar, cortical óssea e

osso medular, por exemplo10. Esta tecnologia proporciona maior detalhamento das

imagens em contraste e densidade, com menor quantidade de radiação, quando

comparada à TCMD. Entretanto, uma de suas principais desvantagens é a presença

de artefatos na reconstrução final da imagem, além disso, têm sido observadas

diferenças na qualidade das imagens obtidas por diferentes aparelhos de TCFC

quando o campo de visão (FOV) ou a dimensão do voxel é alterada11

A TCFC baseia-se em uma exposição única ao redor do volume a ser analisado

e, tendo em vista que esta exposição incorpora todo o FOV, apenas uma sequência

de rotação do aparelho é necessária para adquirir dados suficientes para a

reconstrução das imagens1,2.

Page 12: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

11

A fonte de radiação divergente, em formato piramidal ou cônico, é direcionada

para o centro da área de interesse, para um sensor digital localizado do lado oposto

à fonte. Dessa maneira, a fonte de raios X e o sensor giram em torno de um fulcro fixo

de rotação, no interior do centro da região de interesse. Durante esta rotação do

aparelho, imagens primárias, denominadas imagens base, são produzidas de forma

sequencial para posteriores reconstruções que serão trabalhadas, segmentadas e

analisadas em qualquer plano ou incidência1. Estas imagens são processadas pelo

computador do tomógrafo e fornecem as imagens que serão interpretadas pelo

profissional, constituindo o volume tomográfico adquirido no formato nativo,

denominado Dicom (Digital Imaging and Communications in Medicine)12.

O conjunto de dados obtidos na exposição compreende um bloco volumétrico

composto por estruturas cubóides menores, chamadas de voxels, que são a menor

unidade tridimensional de uma imagem digital, em que cada voxel representa um grau

específico de atenuação dos raios X expresso em valores numéricos em uma escala

de cinza14, 15, 16. A unidade Hounsfield (UH) é a escala padrão utilizada para a medição

de valores de tomografia computadorizada. Os valores de TC medidos em UH são os

coeficientes de atenuação associados a cada um dos voxels; eles são valiosos não

só para comparar a composição de um tecido com o outro, mas também para

especificar os componentes teciduais da lesão patológica14.

Embora os equipamentos de TCMD e TCFC permitam a abordagem da

densidade dos objetos escaneados, a TCFC não expressa fielmente os valores

absolutos do voxel, já conhecidos na TCMD, caracterizando uma relevante

desvantagem deste exame. Na tomografia computadorizada de feixe em leque, as

imagens obtidas fornecem informações da atenuação do feixe de raios X,

Page 13: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

12

especialmente no tamanho dos pixels/voxels da imagem, que são correlacionados

com os valores da escala de cinza Hounsfield13.

Desta maneira, diferentemente da TCMD, aparelhos de TCFC não utilizam um

sistema de escala de cinza padrão. Estudos têm demonstrado que a relação entre a

atenuação dos raios X e os valores de cinza de TCMD é linear 4,17. Com base nestes

estudos, métodos têm sido propostos para converter valores de cinza provenientes de

imagens de TCFC em UH4,18, [no entanto, há uma limitação importante a ser

considerada: a relação entre os valores de cinza de TCFC e a atenuação dos raios X

não é uniforme. Isto se deve ao fato do feixe de raios X em TCFC divergir como um

cone para o paciente ao invés de ser colimado em um feixe em formato de leque como

na TCMD, o que causa uma distribuição não uniforme da intensidade do feixe de raios

X entre o centro e o região marginal do campo de radiação na TCFC, contribuindo

para uma escala de cinza heterogênea na TCFC quando comparada com a TCMD

4,17.

Diversos são os fatores que contribuem para a heterogeneidade dos valores

de cinza em TCFC. Estes fatores incluem fenômenos como o endurecimento do feixe,

artefatos provenientes de corpos de alta densidade, radiação secundária e a

geometria do feixe de radiação. O endurecimento do feixe resulta do aumento da

energia média do feixe de raios X ao atravessar um objeto e é reconhecido como uma

das maiores fontes de defeitos, promovendo a imprecisão e presença de artefatos na

imagem reconstruída, em função dos raios X de menor energia serem mais absorvidos

do que aqueles de maior energia. Os artefatos são falhas técnicas que alteram o

padrão de densidade da imagem e não correspondem ao objeto examinado. A

radiação secundária aumenta o ruído das imagens reconstruídas e assim,

compromete a detecção de estruturas de baixo contraste. A quantidade de radiação

Page 14: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

13

secundária na TCFC varia com os fatores de exposição, tamanho do FOV e

posicionamento do objeto no FOV19. Uma outra causa para a variação nos valores de

tons de cinza é a quantidade de radiação dispersa causada pelo efeito Compton, dada

a partir da interação do feixe de raios X com o objeto, em que uma parte dele é

absorvida e outra parte é desviada da sua posição original, atingindo o detector de

uma forma aleatória. Esta radiação dispersa é adicionada à radiação primária do feixe

de raios X, fazendo com que ocorra uma não percepção do coeficiente de atenuação

do objeto, alterando os valores de tons de cinza gerados na imagem20, 21.

A maioria dos algoritmos de reconstrução volumétrica utiliza o algoritmo

modificado de Feldkamp (FDK), que é um algoritmo de reconstrução aproximada de

alta eficiência. Este assume a perpendicularidade entre o feixe de raios X e o eixo de

rotação, com projeções paralelas em todos os pontos exposto. É utilizado quando o

algoritmo exato - todos os planos do objeto atingidos pelo feixe - não ocorre. Diante

da conicidade do feixe de um aparelho de TCFC, o algoritmo FDK é exato no plano

central e aproximado conforme o seu distanciamento. Assim, quanto maior a distância

do objeto em relação ao plano central, maior a deterioração sofrida pela imagem, que

adquire mais ruídos e artefatos15.

Com isso, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da localização

horizontal e vertical do objeto dentro do FOV nos valores de voxel em imagens de

tomografia computadorizada de feixe cônico.

Page 15: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

14

2. JUSTIFICATIVA

A análise e comparação dos tons de cinza gerados a partir de sucessivos

exames tomográficos de feixe cônico, utilizando um simulador padronizado e com

alterações regulares a cada aquisição, se faz necessária para evidenciar a

importância do correto posicionamento do paciente dentro do FOV do tomógrafo, a

fim de evitar ruídos que interfiram na acurácia do exame, melhorando a qualidade das

imagens.

Page 16: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

15

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA

Para a realização deste estudo foi utilizado um simulador cilíndrico de acrílico,

disponível no Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Faculdade de

Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - local onde o estudo foi

realizado - com 14 centímetros de diâmetro e quatro centímetros de altura. O mesmo

possui 17 orifícios em uma de suas faces, sendo um central e outros 16 em duas

fileiras de oito orifícios dispostos radialmente. Cada orifício apresenta formato

cilíndrico com diâmetro de 12,5 mm e altura 30 mm e representa o local onde os

corpos de prova foram inseridos para obtenção das imagens tomográficas.

Figura 1: Simulador acrílico com orifícios onde foram inseridos os corpos de prova.

Para que não ocorram interferências na mensuração dos valores de cinza

obtidos por meio da TCFC, corpos de prova de poliuretano com densidades físicas

pré-estabelecidas e homogêneas em toda sua extensão, foram confeccionados a

partir de um bloco de poliuretano rígido e maciço com densidade conhecida de 64 g/cc

(Nacional Ossos, Jaú-SP), utilizando uma broca tipo serra-copo com 12,5 mm de

diâmetro interno, resultando em corpos de prova com 4,0 cm de altura. Posteriormente

Page 17: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

16

estes corpos de prova foram seccionados transversalmente com discos de

carborundum a fim de reduzir sua altura a 5,0 mm - confirmada por meio de um

paquímetro digital. Os mesmos foram inseridos e estabilizados uniformemente na

parte mais inferior do simulador, permitindo assim, padronização de suas localizações

axiais entre si.

A

B C

Figura 2: (A) Bloco de poliuretano e broca serra-copo utilizados para confecção

dos corpos de prova; Confirmação das dimensões dos corpos de prova com um

paquimetro digital: (B) Altura de 5,0 mm; (C) Diâmetro de 12,5 mm.

Page 18: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

17

Figura 3: Conjunto de corpos de prova padronizados

O simulador com os corpos de prova foi posicionado no tomógrafo Kodak 9500®

utilizando tripé fotográfico com sua base graduada de 5,0 mm em 5,0 mm e uma base

de acrílico, a qual serviu de apoio e referência, uma vez que o mesmo teve sua

posição alterada no eixo vertical dentro do campo de visão do aparelho.

Figura 4: Corpos de prova inseridos nos orifícios do simulador e estabilizados em sua parte mais

inferior.

Page 19: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

18

,

A B

Figura 6: Posicionamento do simulador no aparelho

Kodak 9500

Figura 5: (A) Tripé fotográfico com base de acrilico posicionada; (B) Destaque para

graduação de 5,0 mm na base do tripé, que foi utilizado para o posicionamento nas

diferentes alturas dentro do FOV.

Page 20: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

19

3.2. AQUISIÇÃO DAS IMAGENS

Neste estudo, foi utilizado o menor FOV do aparelho: 9,5cm de altura x 15cm

de diâmetro, que utilizou em todas as aquisições os seguintes fatores de exposição:

90 quilovolts, 10 miliampéres, tempo de exposição de 10,3 segundos e tamanho de

voxel de 200µm.

Para o posicionamento do simulador em relação a altura do FOV, foi utilizada

como referência a distância de sua base entre o feixe de laser que determina a área

de aquisição do volume, bem como o feixe de laser que determina o centro do FOV

do aparelho que deveia estar sempre localizado no centro do simulador. A cada

aquisição utilizou-se marcador de nível topográfico digital com a finalidade de obter-

se padrão de medição de 00 de desnível entre o objeto e o tomógrafo a cada aquisição

nas distintas alturas do FOV.

Figura 7: Posicionamento do simulador com os corpos de prova em relação aos planos vertical e horizontal

conforme marcações do laser do aparelho e correto posicionamento dentro do FOV.

Page 21: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

20

Inicialmente, o corpo de prova foi posicionado na parte mais inferior do laser e

foram realizadas sucessivas exposições, com reposicionamento dos corpos de prova

0,5cm acima do posicionamento utilizado na última aquisição e assim

sucessivamente, até atingir toda a extensão do FOV do aparelho (9,5 cm), além disso,

foram feitas duas aquisições até 1,0 cm além da altura do FOV, pois ainda havia

formação de imagem, o que não aconteceu imediatamente abaixo da região do FOV.

Figura 8: Posicionamento do simulador com os corpos de prova posicionado na região central do FOV.

Ao final das 22 aquisições de imagens variando o posicionamento dos corpos

de prova no eixo vertical em relação à posição do FOV, os arquivos das imagens

obtidas foram salvos no formato DICOM (Digital Imaging Comunication in Medicine).

Posteriormente, estes arquivos DICOM foram analisados utilizando o software Image

J (National Institutes of Health, Maryland - EUA), que permitiu a mensuração dos

valores de cinza através de sua ferramenta chamada ROI circular.

No Image J, cada arquivo foi aberto individualmente e selecionou-se o corte

axial obtido no centro de cada corpo de prova. Para a seleção do corte mais central

Page 22: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

21

do corpo de prova, foram usadas como referência a borda superior e inferior dos

corpos de prova e então selecionado o seu centro.

Para a obtenção do valor de cinza, utilizou-se a ferramenta de seleção ROI

circular, específica para esta função, de diâmetro 12 mm e os valores foram

mensurados nos 17 corpos de prova através da ferramenta Histograma. O histograma

com as médias dos tons de cinza e o desvio padrão foram calculados em todas as

áreas de perfurações do simulador, nas 22 posições verticais as quais o mesmo foi

submetido e, horizontalmente, avaliaram-se todas as áreas, em cada altura utilizada,

a fim de permitir a comparação dos valores de tons de cinza entre si e avaliar

possibilidade de diferenças estatísticas significativas entre as áreas em uma mesma

altura.

obs: pegar da aula essa imagem com as numerações dos buracos!!

Figura 9: (A) Imagem obtida a partir de uma aquisição tomográfica, com seleção da região a ser

analisada utilizando a ferramenta ROI circular do software Image J;. (B) Obtenção da média e desvio

padrão dos valores de cinza no software Image J, através da ferramenta Histograma.

A B

Page 23: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

22

Ao final de toda as mensurações, os valores de tons de cinza foram tabulados

e analisados estatisticamente pelo teste Shapiro-Wilk para verificar a distribuição do

desfecho e através da ANOVA-1 way foram comparadas as médias. O teste post-hoc

utilizado foi teste de comparação múltipla de Tukey. Calcularam-se então as médias

e desvios-padrão das 17 áreas e das 22 alturas, cujos resultados foram tabulados no

SPSS v. 18 com nível de significância de 5%.

Page 24: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

23

4. RESULTADOS

Analisando os valores de cinza em relação ao posicionamento vertical dentro

do FOV, as médias das medidas nas diferentes alturas apresentaram diferença

estatística (p<0,001) conforme apresentado na Tabela 1. Destacam-se as alturas (cm)

10 e 10,5 que não diferem somente das médias das alturas 5,5 e 6, enquanto as

alturas 5,5 e 6 cm diferem das alturas de 0 a 3 cm e de 7 a 8,5 cm. Os outros resultados

estatísticos da avaliação do posicionamento vertical do objeto dentro do FOV aparelho

podem ser melhor visualizados na tabela 1 e representados no gráfico 1 a seguir.

Page 25: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

24

Altura

(cm) média (DP) min - máx

0 727,5 (106,1) fg 577,1 - 868,9

0,5 730,1 (102,5) fg 584,4 - 849,8

1 736,1 (84,2) g 609,9 - 845,5

1,5 739,2 (81,2) g 631,1 - 854,1

2 713,5 (75,7) efg 601,3 - 832,5

2,5 694,9 (89,1) cde 532,5 - 841,5

3 729,5 (63,4) fg 609,4 - 804,5

3,5 663,5 (65,7) bc 582,6 - 774,9

4 668,6 (53,1) bcd 579,3 - 734,3

4,5 663,9 (64,6) bc 557,5 - 746,5

5 664,0 (63,2) bc 572,7 - 752,6

5,5 652,0 (60,4) ab 565,8 - 737,3

6 657,0 (65,0) ab 555,3 - 739,0

6,5 679,5 (60,7) bcde 591,9 - 776,2

7 702,9 (58,9) defg 603,6 - 777,5

7,5 716,3 (46,3) efg 637,3 - 781,6

8 722,5 (43,0) fg 658,0 - 784,0

8,5 697,5 (61,5) cde 615,1 - 792,0

9 685,4 (77,3) bcde 572,2 - 792,6

9,5 665,0 (68,7) bc 582,7 - 755,2

10 621,9 (73,2) a 510,3 - 704,5

10,5 624,1 (71,3) a 501,7 - 714,4

Tabela 1: Comparação das médias (desvio padrão) dos valores de cinza

em relação ao posicionamento vertical dentro do FOV, Letras distintas

representam médias estatisticamente diferentes.

Page 26: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

25

Em relação ao posicionamento horizontal dos corpos de prova no FOV,

observou-se que foi significativo o valor de p (p<0,001) para as médias das medidas

entre as áreas. Na tabela e Gráfico 2, nota-se que as áreas de 10 a17 não diferem

entre si; estando todas representadas pela letra “c”, porém, estas diferem das médias

das demais áreas. Nota-se também que as áreas 1, 2, 3 e 8 diferem da média da área

5.

Gráfico 1: Gráfico de barra de erros, mostrando as médias e o intervalo de confiança

das alturas.

Page 27: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

26

Área média (DP)

min - máx

1 729,7 (48,8) b 662,3 - 825,3

2 744,1 (38,7) b 698,5 - 836,5

3 741,7 (41,0) b 691,9 - 837,7

4 750,6 (55,5) ab 667,0 - 868,9

5 777,2 (45,3) a 683,4 - 854,1

6 752,3 (48,6) ab 663,0 - 845,5

7 746,7 (42,4) ab 673,5 - 829,3

8 739,4 (40,5) b 676,2 - 821,0

9 748,0 (36,2) ab 703,8 - 823,5

10 619,2 (40,1) c 559,3 - 702,0

11 608,2 (42,1) c 532,5 - 671,8

12 612,3 (50,1) c 539,2 - 722,3

13 634,8 (58,0) c 530,6 - 748,7

14 624,6 (58,0) c 501,7 - 725,6

15 628,2 (43,2) c 545,1 - 715,5

16 626,3 (40,6) c 557,5 - 716,7

17 627,0 (39,9) c 569,7 - 713,4

Tabela 2: Comparação das médias (desvio padrão) dos

valores de cinza em relação ao posicionamento horizontal

dentro do FOV. Letras distintas representam médias

estatisticamente diferentes.

Page 28: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

27

Gráfico 2: Gráfico de barra de erros, mostrando as médias e o intervalo de confiança das áreas.

Com isso, nota-se que os valores de cinza obtidos dos corpos de prova dentro

e fora do FOV, de 0,0 cm a 9,5 cm e 10,0 e 10,5 cm, apresentaram diferenças

estatísticas entre eles em relação ao seu posicionamento vertical e horizontal dentro

do FOV do aparelho.

Page 29: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

28

4. DISCUSSÃO

No momento da realização de um exame de TCFC, o correto posicionamento

do paciente no aparelho, com a área de interesse ocupando a região central do FOV,

é imprescindível para a obtenção de imagens fidedignas, auxiliando o profissional no

atendimento clínico com maior compatibilidade com a realidade.

Com base nos resultados encontrados no presente estudo, pode-se observar

haver influência dos valores de cinza da imagem com seu posicionamento vertical

dentro do FOV, tendo em vista que foram encontradas diferenças estatísticas

significativas nos valores de cinza do objeto estudado em todas as alturas testadas.

Ressalta-se também que nas análises das aquisições cujo posicionamento do objeto

estava além da altura do FOV (10 e 10,5 cm), houve diferença estatística significativa

nos valores de cinza, exceto quando comparadas a duas alturas (5,5 e 6,0 cm), dentre

as outras realizadas. No estudo de Nishino et al., foi encontrada diferença estatística

significante, com valores de voxel mais baixos, entre as posições 2 e 4 cm, que

estavam mais próximas do feixe central (3 cm), e as posições marginais tenderam a

aumentar os valores, enquanto na comparação entre as diferentes alturas das

mesmas inserções, eram quase todas significativamente diferentes, resultado muito

semelhante ao encontrado em nosso estudo. Segundo estes autores este resultado

pode ser explicado em função de quando a altura é alterada, há também alteração no

ângulo de incidência dos raios X que passam através do objeto.

Gomi et al. (2006) e Molteni (2013) relataram que o método mais popular para

reconstrução de imagens de feixe cônico é o chamado algorítmo de Feldkamp (FDK)

que assume a perpendicularidade entre o feixe de raios X e o eixo de rotação,

reconstruindo bem as imagens no caso de feixes cônicos com um pequeno ângulo.

No entanto, o algoritmo de Feldkamp produziria artefatos de imagem significativos,

Page 30: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

29

cujas intensidades variam conforme o afastamento do plano médio, com ângulo do

feixe cônico moderado ou grande, resultando em imprecisão nos valores de cinza dos

voxels das regiões mais superiores e inferiores do FOV, observada no presente

estudo.

Outra variável analisada no presente estudo foi a influência do posicionamento

horizontal do objeto dentro do FOV, em que observamos redução nos valores de cinza

quando os corpos de prova se encontravam na região central do FOV (área 1). A

região intermediária (áreas 2 a 9) apresentou valores de cinza maiores que a região

central, não havendo diferenças estatísticas entre a região central e intermediária com

exceção da área 5. Já os valores de cinza dos corpos de prova posicionados na

porção mais externa do FOV apresentaram diferenças significativas (p<0,001) em

comparação aos da região central e intermediária. Este resultado é semelhante ao de

Nishino et al. que também encontraram que os valores de voxel no centro do módulo

utilizado no trabalho foram significativamente mais baixos quando comparados aos

outros 5 locais presentes no objeto na mesma altura avaliada. Além disso, alguns dos

valores de voxel em locais fora do centro também foram significativamente diferentes

entre si nas mesmas alturas. Oliveira et al. verificaram que o valor de cinza variou

consideravelmente de acordo com a localização anatômica para as unidades NewTom

3G e NewTom 5G e que a mesma concentração de K2HPO4 produziu valores de cinza

diferentes quando colocados em diferentes locais anatômicos dentro do simulador,

assim como no presente estudo. Em contraste ao nosso trabalho, o estudo de Garcia-

Ramirez et al. mostrou uniformidade nestes valores de cinza.

Um dos motivos para a ocorrência dos valores de cinza mais baixos na região

central do objeto, deve-se ao efeito do endurecimento do feixe de raios X. Segundo

Molteni 2013, dois tipos de artefatos podem resultar deste efeito: áreas lineares de

Page 31: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

30

bandas escuras ou faixas entre objetos densos na imagem e artefatos em taça. Os

artefatos em taça ocorrem porque as áreas centrais de objetos densos são expostas

aos raios X mais duros que as áreas periféricas, resultando em uma imagem na qual

um objeto uniformemente denso parece ser menos denso (mais escuro, valores de

cinza mais baixos) em seu centro, assim como ocorrido no presente estudo, onde os

valores de cinza da região central apresentaram valores mais baixos em comparação

à região intermediária. Considerando que o tamanho do voxel está diretamente ligado

à resolução espacial da imagem, quanto menor o valor do voxel, melhor a resolução

e detalhes da imagem, assim, na região central do FOV, há formação de imagens com

resolução superior, evidenciando a necessidade do posicionamento do paciente no

aparelho de TCFC de maneira cuja área de interesse tenda a ficar mais próxima da

região central. [NEVES, F.S. et al. Evaluation of reconstructed images with different

voxel sizes of acquisition in the diagnosis of simulated external root resorption using

cone beam computed tomography. International Endodontic Journal. v.45, p. 234-239,

2012].

Em relação aos valores de cinza da região mais externa do simulador,

encontramos valores muito baixos comparados às regiões central e intermediária. Tal

resultado pode ser sido causado pelo fato de o objeto de estudo utilizado apresentar

um diâmetro menor que o diâmetro do FOV. Molteni 2013 relata que os programas de

de reconstrução que usam algoritmos como o algoritmo FDK incorporando a

transformada de Radon, que é uma abordagem analítica para a reconstrução do feixe

cônico, pressupõem que toda a atenuação de raios X ocorra dentro do volume

reconstruído. Da mesma forma que a exomassa (regiões do volume exposto que

encontram-se externamente ao FOV) pode influenciar nos valores de cinza dos dados

reconstruídos, o escaneamento de um objeto menor que o tamanho do FOV também

Page 32: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

31

pode gerar artefatos que reduzam os valores de cinza nas bordas do volume, como

observado no presente estudo, bem como no estudo de Oliveira et al. 2013 e Cruz

2016.

Rodrigues relataram que depois de controlar o tamanho do FOV, exomassa, e

posicionamento do objeto no FOV, os valores de cinza obtidos nos exames de TCFC

são significativamente influenciados pelo tamanho FOV. Contudo, Lagravère et al.

relataram não haver diferenças estatisticamente significativas com base nos locais

(centro, direita, esquerda, superior e inferior) de um objeto dentro do FOV de TCFC

em termos de sua densidade.

Existem algumas limitações associadas com o presente estudo em função dos

dados avaliados serem originados a partir de um único tamanho de FOV utilizado,

único tamanho de voxel e apenas um tomógrafo específico, portanto, a presente

experiência poderá ser realizada em outros tomógrafos de feixe cônico, que tenham

feixes de raios X com maiores angulações, por exemplo, para que possam ser feitas

comparações com escalas de cinza diferentes. A mesma necessidade de comparação

ocorreu no trabalho feito por Nishino et al. 2014.

Page 33: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

32

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que :

1) O posicionamento vertical do objeto, nas diferentes alturas dentro do FOV,

influencia diretamente no valor de cinza dos voxels deste mesmo objeto,

produzindo valores de uma forma não-homogênea ao longo de toda extensão

do FOV.

2) O posicionamento horizontal do objeto nas diferentes regiões do FOV,

influencia os valores de cinza obtidos por meio de exames de TCFC,

produzindo imagens com valores mais baixos na região central, valores

maiores na região intermediária e valores mais baixos ainda na região mais

externa do FOV.

3) Na prática clínica, este trabalho evidencia a necessidade de posicionar o

paciente no tomógrafo de modo que a região de interesse do exame localize-

se na região mais central do FOV, diminuindo a presença de ruídos na imagem.

Page 34: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

33

REFERÊNCIAS

1. Scarfe WC, Farman AG. What is Cone-Beam CT and How Does it Work? Dent Clin

N Am 52 (2008) 707–730

2. Arai Y, Tammisalo E, Iwai K, et al. Development of a compact computed

tomographic apparatus for dental use. Dentomaxillofac Radiol. 1999; 28:245-248

3. Mozzo P, Procacci C, Tacconi A, et al. A new volumetric CT machine for dental

imaging based on the cone-beam technique: preliminary results. Our Radiol.

1998;8:1558-1564

4. Mah JK, Danforth RA, Bumann A, Hatcher D. Radiation absorbed in maxillofacial

imaging with a new dental computed tomography device. Oral Surg Oral Med Oral

Pathol Oral Radiol Endod. 2003 Oct;96(4):508-13.

5. Guerrero ME, Jacobs R, Loubele M, Schutyser F, Suetens P, van Steenberghe D.

State-of-the-art on cone beam CT imaging for preoperative planning of implant

placement. Clin Oral Investig. 2006 Mar;10(1):1-7.

6. Van Assche N, van Steenberghe D, Guerrero ME, Hirsch E, Schutyser F, Quirynen

M et al. Accuracy of implant placement based on pre-surgical planning of three-

dimensional cone-beam images: a pilot study. J Clin Periodontol. 2007 Sep;34(9):816-

21.

7. Loubele M, Maes F, Schutyser F, Marchal G, Jacobs R, Suetens P. Assessment of

bone segmentation quality of cone beam CT versus multislice spiral CT: a pilot study.

Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2006 Aug;102(2):225-34.

8. Loubele M, Van Assche N, Carpentier K, Maes F, Jacobs R, van Steenberghe D, et

al. Comparative localized linear accuracy of small-field cone-beam CT and multislice

CT for alveolar bone measurements. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol

Endod. 2008 Apr;105(4):512-8.

9. Suomalainen A, Vehmas T, Kortesniemi M, Robinson S, Peltola J. Accuracy of linear

measurements using dental cone beam and conventional multislice computed

tomography. Dentomaxillofac Radiol. 2008 Jan;37(1):10-7.

Page 35: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

34

10. Lascala CA, Panella J, Marques MM. Analysis of the accuracy of linear

measurements obtained by cone beam computed tomography (CBCT-NewTom).

Dentomaxillofac Radiol. 2004 Sep;33(5):291-4.

11. Spin-Neto R, Gotfredsen E, Wenzel A. Impact of voxel size variation on CBCT-

based diagnostic outcome in dentistry: a systematic review. J Digit Imaging 2012; 26:

813–20. doi: 10.1007/s10278-012-9562-7

12. White SC, Pharoah MJ. Radiologia Oral - Fundamento e Interpretação - 7ª Ed.

Elsevier. 2015.

13. Lagravère MO, Carey J, Ben-Zvi M, et al. Effect of object location on the density

measurement and Hounsfield conversion in a NewTom 3G cone beam computed

tomography unit. Dentomaxillofac Radiol. 2008; 37:305-308

14. Nishino K, Tsujimoto T, Furukawa S. In fl uence of an object ’ s z-axis location and

location on the axial plane on the voxel value representation and uniformity in cone

beam computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2014

Nov;118(5):619-24

15. Molteni R. Prospects and challenges of rendering tissue density in Houns fi eld

units for cone beam computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol. 2013;116:105-119.

16. Oliveira ML, Tosoni GM, Lindsey DH, et al. In fl uence of anatomical location on

CT numbers in cone beam computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol

Oral Radiol. 2013;115:558-564.

17. Valiyaparambil JV, Yamany Y, Ortiz D, et al. Bone quality evaluation: comparison

of CBCT and subjective surgical assessment. Int J Oral Maxillofac Implants.

2012;27:1271 1277.

18. Reeves T, Mah P, McDavid W. Deriving Hounsfield units using grey levels in cone

beam CT: a clinical application. Dentomax illofac Radiol. 2012;41:500 508.

Page 36: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

35

19. Nackaerts O, Maes F, Yan H, Couto Souza P, Pauwels R, Jacobs R. Analysis of

intensity variability in multislice and cone beam computed tomography. Clin Oral

Implants Res. 2011;22:873 879.

20. Nomura Y, Watanabe H, Shirotsu K, Honda E, Sumi Y, Kurabayshi T. Stability of

voxel values from cone-beam computed tomography for dental use in evaluating bone

mineral content. Clin Oral Implants Res; 2013. May;24(5):543-8

21. Gomi T, Koshida K, Miyati T. Development of a cone angle weighted three-

dimensional image reconstruction algorithm to reduce cone-beam artefacts.

Dentomaxillofac Radiol. 2006;35: 398-406.

22. . Garcia-Ramirez JL, Mutic S, Dempsey JF, et al. Performance evaluation of an

85-cm-bore X-ray computed tomography scanner designed for radiation oncology and

comparison with current diagnostic CT scanners. Int J Radiat Oncol Biol Phys.

2002;52: 1123-1131.

23. Cruz NR. A influência da miliamperagem e quilovoltagem na variabilidade dos

valores de cinza nas imagens obtidas em um tomógrafo computadorizado de feixe

cônico. 2016. 43f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Clínica Odontológica)

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016

24. Rodrigues AF, Campos MJS, Chaoubah A, et al. Use of Gray Values in CBCT and

MSCT Images for Determination of Density: Influence of Variation of FOV Size. Implant

dentistry. 2015; 24: 155-159

Page 37: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

36

APÊNDICE

ARTIGO CIENTÍFICO

*O artigo será submetido ao periódico “DentoMaxilloFacial Radiology” (Anexo). A formatação final e versão para língua inglesa serão realizadas após as considerações feitas por essa Banca Examinadora.

Influência nos valores de cinza do posicionamento vertical e horizontal do

objeto dentro do fov de um aparelho de TCFC

Fernanda Ignácio Fernandes¹

Fábio Ribeiro Guedes2

1. Mestranda em Clínica Odontológica – Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Faculdade

de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2. Professor Adjunto - Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

* Autor correspondente:

Fernanda Ignácio Fernandes

Endereço: Rua Frederico Quartarolli, 43, apto 203 - Recreio dos Bandeirantes

Rio de Janeiro, RJ - Brazil. CEP: 22795-400

Telefone: 55 21 98890-4086

E-mail: [email protected]

Page 38: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

37

RESUMO

Objetivo: Avaliar a influência do posicionamento vertical e horizontal do objeto dentro

da área do campo de visão nos valores de cinza de imagens obtidas no CBCT Kodak

9500.

Metodologia: Foi utilizando um simulador com 17 corpos de prova padronizados de

densidade homogênea. Foram realizados aquisições tomográficas ao longo de todo o

FOV do aparelho Kodak 9500 com variação da altura do posicionamento do simulador

a cada 5 mm. Ao final das aquisições, os valores de cinza foram medidos no software

Image J e os dados analisados estatisticamente pelo teste de ANOVA-1 way e o teste

post-hoc utilizado foi teste de Tukey, com nível de significância de 5%.

Resultados: Em relação ao posiconamento vertical dentro do FOV, as médias das

medidas nas diferentes alturas também apresentaram diferença estatística (p<0,001).

As altura s (cm) 10 e 10,5 só não diferem das médias das alturas 5,5 e 6, enquanto

as áreas 5,5 e 6 diferem das áreas 0; 0,5; 1; 1,5; 2; 2,5; 3; 7; 7,5; 8 e 8,5. As alturas

3,5; 4,5; 5 e 9,5 do FOV diferem de 0; 0,5; 1; 1,5; 2; 3;7; 7,5 e 8. A altura 4 difere de

0; 0,5; 1; 1,5; 2; 3; 7,5 e 8, e as alturas 2,5; 6,5; 8,5 e 9 diferem de 0; 0,5; 1 e 1,5; 3 e

8. Em relação ao posicionamento horizontal dos corpos de prova no FOV, observou-

se que foi significativo o valor de p (p<0,001), observa-se que os valores de cinza das

regiões externas não diferem entre si, porém, essas áreas diferem das médias dos

valores de cinza da região central e intermediária do FOV.

Conclusão: Variações na posição do objeto vertical e horizontalmente, dentro dos

limites da área do FOV, influenciam nos valores de cinza obtidos por meio de exames

de TCFC.

Page 39: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

38

Palavras-chave: Campo de visão, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico,

Voxels

INTRODUÇÃO

O fato da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) ser

especificamente dedicada à imagem da região maxilofacial iniciou uma mudança de

paradigma nas avaliações de imagens 2D para aquisições 3D de dados e

reconstrução das imagens1 e seu emprego tem sido importante auxiliar na clínica

odontológica.

A tomografia computadorizada de feixe cônico baseia-se em uma exposição

única ao redor do volume a ser analisado e esta exposição incorpora todo o FOV

(campo de visão), necessitando de apenas uma sequência de rotação do aparelho

durante o exame para adquirir dados suficientes para a reconstrução das imagens1,2.

A divergência em formato piramidal ou cônico da fonte de radiação ionizante X é

direcionada para o centro da área de interesse e para um sensor digital localizado do

lado oposto à fonte. O conjunto de dados obtidos na exposição tomográfica

compreende um bloco volumétrico composto voxels, que representam um grau

específico de atenuação dos raios X expresso em valores numéricos em uma escala

de cinza3,4,5,6.

Embora os equipamentos de TCMD e TCFC permitam a abordagem da

densidade dos objetos escaneados, a TCFC não expressa fielmente os valores

absolutos do voxel, tendo em vista que sua atenuação dos raios X não é uniforme em

função do feixe de raios X divergir como um cone para o paciente ao invés de ser

colimado em um feixe em formato de leque como na TCMD, o que causa uma

Page 40: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

39

distribuição não uniforme da intensidade do feixe entre o centro e o região marginal

do campo de radiação, contribuindo para uma escala de cinza heterogênea na TCFC

quando comparada com a TCMD, o que caracteriza uma relevante desvantagem

desse exame em relação à TCMD, uma vez que estudos têm demonstrado que a

relação entre a atenuação dos raios X e os valores de cinza de TCMD é linear 7,8,9,10.

Há diversos fatores que contribuem para a heterogeneidade dos valores de

cinza em TCFC, como o endurecimento do feixe, artefatos provenientes de materiais

metálicos e, principalmente, radiação secundária e a geometia do feixe de radiação.

Além dos algoritmos de reconstrução utilizados para obtenção das imagens.

O endurecimento do feixe resulta do aumento da energia média do feixe de

raios X ao atravessar um objeto. Artefatos são falhas técnicas que alteram o padrão

de densidade da imagem, não correspondendo ao objeto examinado. Uma importante

fonte de artefatos na formação de imagens de TCFC também pode ser atribuída à

geometria da projeção não ser ideal (fora do eixo) na maioria dos volumes de

interesse. A radiação secundária aumenta o ruído das imagens reconstruídas,

comprometendo a detecção de estruturas de baixo contraste. A quantidade de

radiação secundária na TCFC varia com os fatores de exposição, tamanho do FOV e

posicionamento do objeto no FOV11. Esta radiação dispersa é adicionada à radiação

primária do feixe de raios X, gerando superestimação da intensidade medida pelo

sistema e subestimação do coeficiente de atenuação do objeto, afetando os valores

de tons de cinza obtidos na imagem12, 13.

Além disso, a maioria dos algoritmos de reconstrução volumétrica utiliza uma

forma de algoritmo modificado de Feldkamp (FDK), que é uma aproximação da

transformada inversa de Radon, que assume a perpendicularidade entre o feixe de

Page 41: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

40

raios X e o eixo de rotação (projeções paralelas em todos os pontos). Esta suposição

não é verdadeira na TCFC, em função do não paralelismo dos raios X nas secções

superiores e inferiores do volume reconstruído poder exceder 10º. Em ângulos

crescentes, o algoritmo FDK ainda funciona, mas com precisão reduzida5.

Com isso, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da localização

horizontal e vertical do objeto dentro do FOV nos valores de voxel em imagens de

tomografia computadorizada de feixe cônico.

MATERIAIS E MÉTODOS

Na realização deste estudo foi utilizado um simulador cilíndrico de acrílico, com

140 mm de diâmetro e 40 mm de altura, com 17 orifícios em uma de suas faces, sendo

um central e outros 16 em duas fileiras de 8 orifícios dispostos radialmente. Cada

orifício apresenta formato cilíndrico com diâmetro de 12,5 mm e altura 30 mm. Corpos

de prova de poliuretano com 12,5 mm x 5 mm com densidades físicas homogêneas

de 64 g/cc foram confeccionados e posteriormente inseridos e estabilizados

uniformemente na parte mais inferior do simulador, permitindo assim, padronização

de suas localizações axiais entre si. para obtenção das imagens tomográficas.

Para o posicionamento do simulador em relação a altura do FOV, foi utilizada

como referência a distância de sua base entre o feixe de laser que determina a área

de aquisição do volume, bem como o feixe de laser que determina o centro do FOV

do aparelho que devia estar sempre localizado no centro do simulador (Figura 1).

FIGURA 1

Page 42: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

41

Inicialmente, o corpo de prova foi posicionado na parte mais inferior do laser e

foram realizadas sucessivas exposições, com reposicionamento dos corpos de prova

0,5cm acima do posicionamento utilizado na última aquisição e assim

sucessivamente, até atingir toda a extensão do FOV do aparelho (9,5 cm), além disso,

foram feitas duas aquisições até 1,0 cm além da altura do FOV.

Ao final das 22 aquisições de imagens variando o posicionamento dos corpos

de prova no eixo vertical em relação à posição do FOV, os arquivos das imagens

obtidas foram salvos no formato DICOM (Digital Imaging Comunication in Medicine).

e, posteriormente, foram analisados utilizando o software Image J (National Institutes

of Health, Maryland - EUA), em que cada arquivo foi aberto individualmente e foi

selecionado o corte axial obtido no centro de cada corpo de prova. Para a obtenção

do valor de cinza, utilizou-se uma ferramenta específica para esta função, denominada

ROI circular, de diâmetro 12 mm e os valores foram mensurados por meio do

histograma nos 17 corpos de prova, nas 22 posições do simulador (Figura 2), a fim de

permitir a comparação dos valores de tons de cinza entre si, a cada aquisição.

FIGURA 2

Ao final de toda as mensurações, os valores de tons de cinza foram tabulados

e analisados estatisticamente pelo teste Shapiro-Wilk para verificar a distribuição do

desfecho e através da ANOVA-1 way foram comparadas as médias. O teste post-hoc

utilizado foi teste de comparação múltipla de Tukey. Calcularam-se então as médias

e desvios-padrão das 17 áreas e das 22 alturas, cujos resultados foram realizados no

SPSS v. 18 com nível de significância de 5%.

RESULTADOS

Page 43: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

42

Analisando os valores de cinza em relação ao posicionamento vertical dentro

do FOV, as médias das medidas nas diferentes alturas apresentaram diferença

estatística (p<0,001) conforme apresentado na Tabela 1. As alturas (cm) 10 e 10,5 só

não diferem das médias das alturas 5,5 e 6, enquanto as áreas 5,5 e 6 diferem das

áreas 2,5; 8,5; 7; 2; 7,5; 8; 0; 3; 0,5; 1 e 1,5.

As alturas 3,5; 4,5; 5 e 9,5 do FOV diferem de 7; 2; 7,5; 8; 0; 3; 0,5; 1 e 1,5. A

altura 4 difere de 2; 7,5; 8; 0; 3; 0,5; 1 e 1,5 e as alturas 6,5; 9; 2,5 e 8,5 diferem de 8;

0; 3; 0,5; 1 e 1,5.

TABELA 1

Em relação ao posicionamento horizontal dos corpos de prova no FOV,

observou-se que foi significativo o valor de p (p<0,001) para as médias das medidas

entre as áreas. Na tabela 2, observa-se que as áreas 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17

não diferem entre si; estando todas representadas pela letra “c”, porém, essas áreas

diferem das médias das demais áreas. Nota-se também que as áreas 1, 2, 3 e 8

diferem da média da área 5.

TABELA 2

Com isso, nota-se que os valores de cinza obtidos dos corpos de prova dentro

e fora do FOV, de 0,0 cm a 9,5 cm e 10,0 e 10,5 cm, apresentaram diferenças

estatísticas entre eles em relação ao seu posicionamento vertical e horizontal dentro

do FOV do aparelho.

Page 44: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

43

DISCUSSÃO

Com base nos resultados encontrados no presente estudo, pode-se observar

haver relação direta dos valores de cinza da imagem com seu posicionamento vertical

dentro do FOV, tendo em vista que encontramos diferenças estatísticas significantes

nos valores de cinza do objeto estudado em todas as alturas testadas de seu

posicionamento dentro da abrangência do FOV utilizado. Ressalta-se também que

nas análises das aquisições cujo posicionamento do objeto estava além da altura do

FOV (10 e 10,5 cm), houve formação de imagens com diferença estatística

significativa em valores de cinza, exceto quando comparadas a duas alturas (5,5 e 6,0

cm), dentre as outras realizadas. Em outro estudo4, foi encontrada diferença

estatística significante, com valores de voxel mais baixos, entre as posições 2 e 4 cm,

que estavam mais próximas do feixe central (3 cm), e as posições marginais, que

tenderam a aumentar os valores, enquanto na comparação entre as diferentes alturas

das mesmas inserções, eram quase todos significativamente diferentes, resultado

muito semelhante ao encontrado em nosso estudo. Segundo Nishino et al.4 este

resultado pode ser explicado com a justificativa de que quando a altura é alterada, há

também alteração no ângulo de incidência dos raios X que passam através do objeto.

O método mais popular para reconstrução de imagens de feixe cônico é o

chamado algorítmo de Feldkamp (FDK) que assume a perpendicularidade entre o

feixe de raios X e o eixo de rotação, reconstruindo bem as imagens no caso de feixes

cônicos com um pequeno angulo5,13. No entanto, o algoritmo de Feldkamp produziria

artefatos de imagem significativos, como a intensidade que cai longe do plano médio,

com ângulo de cone moderado ou grande, resultando em imprecisão nos valores de

cinza dos voxels das regiões mais superiores e inferiores do FOV como ocorreu no

presente estudo.

Page 45: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

44

Outra variável analisada no presente estudo foi a influência do posicionamento

horizontal do objeto dentro do FOV, onde observamos que os valores de cinza se

apresentavam reduzidos quando os corpos de prova se encontravam na região central

do FOV (área 1). Os valores da região intermediária (áreas 2 a 9) apresentaram

valores de cinza maiores do que a região central, não havendo diferenças estatísticas

entre a região central e intermediária com exceção da área 5. Já os valores de cinza

dos corpos de prova posicionados na porção mais externa do FOV apresentaram

diferenças significativas (p<0,001) em comparação com os da região central e

intermediária. Este resultado é semelhante ao de Nishino et al.4 que também

encontraram que os valores de voxel no centro do módulo CTP486 utilizado no

trabalho foram significativamente mais baixos quando comparados aos outros 5 locais

presentes no objeto na mesma altura avaliada. Além disso, alguns dos valores de

voxel em locais fora do centro também foram significativamente diferentes entre si nas

mesmas alturas. Oliveira et al.6 verificaram que o valor de cinza variou

consideravelmente de acordo com a localização anatômica para as unidades NewTom

3G e NewTom 5G, e que a mesma concentração de K2HPO4 produziu valores de cinza

diferentes quando colocados em diferentes locais anatômicos dentro do simulador,

assim como no presente estudo. Por outro lado, o estudo de Garcia-Ramirez et al14.

relataram uniformidade nestes valores de cinza, em contraste ao nosso trabalho.

Um dos motivos para a ocorrência dos valores de cinza mais baixos na região

central do objeto, deve-se ao efeito do endurecimento do feixe de raios X. Dois tipos

de artefatos podem resultar deste efeito: áreas lineares de bandas escuras ou faixas

entre objetos densos na imagem e artefatos em taça5. Os artefatos em taça ocorrem

porque as áreas centrais de objetos densos são expostas aos raios X mais duros que

as áreas periféricas, resultando em uma imagem na qual um objeto uniformemente

Page 46: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

45

denso parece ser menos denso (mais escuro, valores de cinza mais baixos) em seu

centro, assim como ocorrido no presente estudo, onde os valores de cinza da região

central apresentaram valores mais baixos que da região intermediária5.

Em relação aos valores de cinza da região mais externa do simulador,

encontramos valores de cinza muito baixos em relação à região central e

intermediária. Tal fato pode ser sido causado pelo fato phanton utilizado apresentar

um diâmetro menor que o diâmetro do FOV. Os softwares de reconstrução que usam

algoritmos como o algoritmo FDK incorporando a transformada de Radon5. A

transformada de Radon é uma abordagem analítica para a reconstrução do feixe

cônico que pressupõe que toda a atenuação de raios X ocorra dentro do volume

reconstruído. Da mesma forma que a exomassa (regiões do volume exposto que

encontram-se externamente ao FOV) podem influenciar nos valores de cinza dos

dados reconstruídos, o escaneamento de um objeto menor que o tamanho do FOV

também pode gerar artefatos que reduzam os valores de cinza nas bordas do volume

como observado no presente estudo, bem como no estudo de Oliveira et al.6 (2013).

Rodrigues et al.15 relataram que depois de controlar o tamanho FOV, exomassa,

posicionamento do objeto no FOV e a massa na fatia, o estudo mostrou que os valores

cinza obtidos nos exames TCFC são significativamente influenciados pelo tamanho

FOV. Contudo, Lagravère et al. 16 relataram que não haver diferenças estatisticamente

significativas com base nos locais (centro, direita, esquerda, superior e inferior) de um

objeto dentro do scanner de TCFC em termos de sua densidade.

CONCLUSÕES

Page 47: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

46

Baseado nos resultados, podemos concluir que o posicionamento vertical do

objeto nas diferentes alturas dentro do FOV, influencia diretamente no valor de cinza

dos voxels desse mesmo objeto, produzindo valores de uma forma não-homogênea

ao longo de toda extensão do FOV. O posicionamento horizontal do objeto nas

diferentes regiões do FOV, influencia os valores de cinza obtidos por meio de exames

de TCFC, produzindo imagens com valores mais baixos na região central, valores

maiores na região intermediária e valores mais baixos ainda na região mais externa

do FOV.

REFERÊNCIAS

1. Scarfe WC, Farman AG. What is Cone-Beam CT and How Does it Work? Dent Clin

N Am 52 (2008) 707–730

2. Arai Y, Tammisalo E, Iwai K, et al. Development of a compact computed

tomographic apparatus for dental use. Dentomaxillofac Radiol. 1999; 28:245-248

3. Spin-Neto R, Gotfredsen E, Wenzel A. Impact of voxel size variation on CBCT-

based diagnostic outcome in dentistry: a systematic review. J Digit Imaging 2012; 26:

813–20. doi: 10.1007/s10278-012-9562-7

4. Nishino K, Tsujimoto T, Furukawa S. Influence of an object’s z-axis location and

location on the axial plane on the voxel value representation and uniformity in cone

beam computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2014

Nov;118(5):619-24

5. Molteni R. Prospects and challenges of rendering tissue density in Hounsfield units

for cone beam computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol.

2013;116:105-119.

6. Oliveira ML, Tosoni GM, Lindsey DH, et al. Influence of anatomical location on CT

numbers in cone beam computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol. 2013;115:558-564.

Page 48: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

47

7. Loubele M, Maes F, Schutyser F, Marchal G, Jacobs R, Suetens P. Assessment of

bone segmentation quality of cone beam CT versus multislice spiral CT: a pilot study.

Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2006 Aug;102(2):225-34

8. Mah JK, Danforth RA, Bumann A, Hatcher D. Radiation absorbed in maxillofacial

imaging with a new dental computed tomography device. Oral Surg Oral Med Oral

Pathol Oral Radiol Endod. 2003 Oct;96(4):508-13.

9. Valiyaparambil JV, Yamany Y, Ortiz D, et al. Bone quality evaluation: comparison of

CBCT and subjective surgical assessment. Int J Oral Maxillofac Implants.

2012;27:1271 1277.

10. Reeves T, Mah P, McDavid W. Deriving Hounsfield units using grey levels in cone

beam CT: a clinical application. Dentomax illofac Radiol. 2012;41:500 508.

11. Nackaerts O, Maes F, Yan H, Couto Souza P, Pauwels R, Jacobs R. Analysis of

intensity variability in multislice and cone beam computed tomography. Clin Oral

Implants Res. 2011;22:873 879.

12. Nomura Y, Watanabe H, Shirotsu K, Honda E, Sumi Y, Kurabayshi T. Stability of

voxel values from cone-beam computed tomography for dental use in evaluating bone

mineral content. Clin Oral Implants Res; 2013. May;24(5):543-8

13. Gomi T, Koshida K, Miyati T. Development of a cone angle weighted three-

dimensional image reconstruction algorithm to reduce cone-beam artefacts.

Dentomaxillofac Radiol. 2006;35: 398-406.

14. Garcia-Ramirez JL, Mutic S, Dempsey JF, et al. Performance evaluation of an 85-

cm-bore X-ray computed tomography scanner designed for radiation oncology and

comparison with current diagnostic CT scanners. Int J Radiat Oncol Biol Phys.

2002;52: 1123-1131.

15. Rodrigues AF, Campos MJS, Chaoubah A, et al. Use of Gray Values in CBCT and

MSCT Images for Determination of Density: Influence of Variation of FOV Size. Implant

dentistry. 2015; 24: 155-159

Page 49: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

48

16. Lagravère MO, Carey J, Ben-Zvi M, et al. Effect of object location on the density

measurement and Hounsfield conversion in a NewTom 3G cone beam computed

tomography unit. Dentomaxillofac Radiol. 2008; 37:305-308

Page 50: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

49

Tabelas Tabela 1: Comparação das médias (desvio padrão) dos valores de cinza em relação

ao posicionamento vertical dentro do FOV

Altura (cm) média (DP) min - máx

Altura 0 727,5 (106,1) fg 577,1 - 868,9

Altura 0,5 730,1 (102,5) fg 584,4 - 849,8

Altura 1 736,1 (84,2) g 609,9 - 845,5

Altura 1,5 739,2 (81,2) g 631,1 - 854,1

Altura 2 713,5 (75,7) efg 601,3 - 832,5

Altura 2,5 694,9 (89,1) cde 532,5 - 841,5

Altura 3 729,5 (63,4) fg 609,4 - 804,5

Altura 3,5 663,5 (65,7) bc 582,6 - 774,9

Altura 4 668,6 (53,1) bcd 579,3 - 734,3

Altura 4,5 663,9 (64,6) bc 557,5 - 746,5

Altura 5 664,0 (63,2) bc 572,7 - 752,6

Altura 5,5 652,0 (60,4) ab 565,8 - 737,3

Altura 6 657,0 (65,0) ab 555,3 - 739,0

Altura 6,5 679,5 (60,7) bcde 591,9 - 776,2

Altura 7 702,9 (58,9) defg 603,6 - 777,5

Altura 7,5 716,3 (46,3) efg 637,3 - 781,6

Altura 8 722,5 (43,0) fg 658,0 - 784,0

Altura 8,5 697,5 (61,5) cde 615,1 - 792,0

Altura 9 685,4 (77,3) bcde 572,2 - 792,6

Altura 9,5 665,0 (68,7) bc 582,7 - 755,2

Altura 10 621,9 (73,2) a 510,3 - 704,5

Altura

10,

5

624,1 (71,3) a 501,7 - 714,4

ANOVA-1 way (p<0,001). Letras distintas representam médias estatisticamente diferentes

Page 51: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

50

Tabela 2: Comparação das médias (desvio padrão) dos valores de cinza em relação ao

posicionamento horizontal dentro do FOV

Área média (DP)

min - máx

Área 1 729,7 (48,8) b 662,3 - 825,3

Área 2 744,1 (38,7) b 698,5 - 836,5

Área 3 741,7 (41,0) b 691,9 - 837,7

Área 4 750,6 (55,5) ab 667,0 - 868,9

Área 5 777,2 (45,3) a 683,4 - 854,1

Área 6 752,3 (48,6) bc 663,0 - 845,5

Área 7 746,7 (42,4) ab 673,5 - 829,3

Área 8 739,4 (40,5) b 676,2 - 821,0

Área 9 748,0 (36,2) ab 703,8 - 823,5

Área 10 619,2 (40,1) c 559,3 - 702,0

Área 11 608,2 (42,1) c 532,5 - 671,8

Área 12 612,3 (50,1) c 539,2 - 722,3

Área 13 634,8 (58,0) c 530,6 - 748,7

Área 14 624,6 (58,0) c 501,7 - 725,6

Área 15 628,2 (43,2) c 545,1 - 715,5

Área 16 626,3 (40,6) c 557,5 - 716,7

Área 17 627,0 (39,9) c 569,7 - 713,4

ANOVA-1 way (p<0,001). Letras distintas representam médias estatisticamente diferentes.

Page 52: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

51

Figuras

Figura 1: Posicionamento do simulador e corpos de prova em relação aos feixe de laser do aparelho

Figura 2: (A) Imagem obtida a partir de uma aquisição tomográfica, com seleção da região a ser

analisad;. (B) Obtenção da média e desvio padrão dos valores de cinza no software Image J.

A B

Page 53: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

52

ANEXO

DentoMaxilloFacial Radiology (Qualis A1)

Preparing your submission

For guidelines regarding word count, figure/table count and references for all DMFR article types see here.

Authors' names and affiliations should not appear anywhere on the manuscript pages or the images (to ensure

blind peer-review).

Teeth should be designated in the text using the full English terminology. In tables and figures individual teeth can

be identified using the FDI two-digit system, i.e. tooth 13 is the first permanent canine in the right maxilla region.

Author contribution statement

Title page

Abstract

Main text

References

Tables

Figures

Appendices

Supplementary material

Units, symbols and statistics

Author contribution statement DMFR requires that an author contribution statement accompany each submission, outlining the contributions of each author towards the work. A template statement can be downloaded here.

DMFR requires that for all submitted papers:

All the authors have made substantive contributions to the article and assume full responsibility for its content; and

All those who have made substantive contributions to the article have been named as authors.

The International Committee of Medical Journal Editors recommends the following definition for an author of a

work, which we ask our authors to adhere to:

Authorship be based on the following 4 criteria [1]:

Substantial contributions to the conception or design of the work; or the acquisition, analysis, or interpretation of data for the work; AND

Drafting the work or revising it critically for important intellectual content; AND

Final approval of the version to be published; AND

Agreement to be accountable for all aspects of the work in ensuring that questions related to the accuracy or integrity of any part of the work are appropriately investigated and resolved.

1 The International Committee of Medical Journal Editors, Roles and Responsibilities of Authors, Contributors, Reviewers, Editors, Publishers, and

Owners: Defining the Role of Authors and Contributors, http://www.icmje.org/roles_a.html

Title page The title page is a separate submission item to the main manuscript and should provide the following information:

Title of the paper. Abbreviations other than CT or MRI should not be used in the title.

A shortened version of the title (no more than 70 characters in length, including spaces) should be provided for use as the running head. Abbreviations are permissible.

Page 54: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

53

Type of Manuscript (see all types of manuscript)

Author names should appear in full (in the format: "first name, initial(s), last name), qualifications and affiliations.

Statement indicating any source of funding or financial interest where relevant should be included.

A cover letter or statement can be included into the title page, but please note this is not a compulsory item.

Blind title page

A blind title page should be included with the full manuscript, giving only the title (i.e. without the authors’ names

and affiliations), for use in the peer-review process.

Abstract The abstract should be an accurate and succinct summary of the paper, not exceeding 250 words. For papers containing research: the abstract should be constructed under the following subheadings:

Objectives;

Methods;

Results;

Conclusions.

These subheadings should appear in the text of the abstract and the abstract should not contain references. The abstract should: indicate the specific objective or purpose of the article; describe the methods used to achieve the objective, stating what was done and how it was done; present the findings of the methods described – key statistics should be included; present the conclusion of the study based solely on the data provided, and highlight the novelty of the work.

Beneath the abstract please select up to 5 keywords from the current Medical Subject Headings (MeSH).

Main text Please organise your paper in a logical structure with clear subheadings to indicate relevant sections. It is up to the authors to decide the specific nature of any subheadings as they see fit. Research papers typically follow the structure:

Introductory section;

Methods and materials/patients;

Results;

Discussion;

Conclusion;

Acknowledgments (if relevant).

Present results in a clear logical sequence. The conclusions drawn should be supported by the results obtained

and the discussion section should comment critically on the findings and conclusions as well as any limitations of

the work.

Acknowledgments should be brief and should indicate any potential conflicts of interest and sources of financial

support.

An appendix may be used for mathematical formulae or method details of interest to readers with specialist

knowledge of the area.

In addition:

Avoid repetition between sections.

Avoid repetition of text featured in tables and the main body of the article.

Abbreviations and acronyms may be used where appropriate, but must always be defined where first used.

The names and locations (town, country) of manufacturers of all equipment and non-generic drugs must be given.

Avoid the use of footnotes.

Page 55: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

54

Use SI units throughout the text (Grays, Sieverts not RADs and REMs).

References

Authors are responsible for the accuracy of the references. Only papers closely related to the work should be cited; exhaustive lists should be avoided. All references must appear both in the text and the reference list.

References should follow the Vancouver format.

In the text, references are cited in numerical order as superscript numbers starting at 1. The superscript numbers are placed AFTER the full point.

At the end of the paper they should be listed (double-spaced) in numerical order corresponding to the order of citation in the text.

A reference cited in a table or figure caption counts as being cited where the table or figure is first mentioned in the text.

Papers in press may be included in the list of references.

Do not include references to uncompleted work or work that has not yet been accepted for publication. Abstracts and/or papers presented at meetings not in the public domain should not be included as references.

References to private communications should be given only in the text (i.e. no number allocated). The author and year should be provided.

If there are 6 or fewer authors, list them all. If there are 7 or more, list the first 6 followed by et al.

Abbreviations for titles of medical periodicals should conform to those used in the latest edition of Index Medicus.

The first and last page numbers for each reference should be provided.

Abstracts and letters must be identified as such.

Examples of references:

Journal article:

Gardner DG, Kessler HP, Morency R, Schaffner DL. The glandular odontogenic cyst: an apparent entity. J Oral

Pathol 1988; 17:359–366.

Journal article, in press:

Dufoo S, Maupome G, Diez-de-Bonilla J. Caries experience in a selected patient population in Mexico City.

Community Dent Oral Epidemiol (in press).

Complete book:

Kramer IRH, Pindborg JJ, Shear M. Histological typing of odontogenic tumours (2nd edn). Berlin: Springer Verlag,

1992.

Chapter in book:

DelBalso AM, Ellis GE, Hartman KS, Langlais RP. Diagnostic imaging of the salivary glands and periglandular

regions. In: DelBaso AM (ed). Maxillofacial imaging. Philadelphia, PA: WB Saunders, 1990, pp 409–510.

Abstract:

Mileman PA, Espelid I. Radiographic treatment decisions - a comparison between Dutch and Norwegian

practitioners. J Dent Res 1986; 65: 609 (Abstr 32).

Letter to the Editor:

Gomez RS, de Oliveira JR, Castro WH. Spontaneous regression of a paradental cyst. Dentomaxillofac Radiol

2001; 30: 296 (letter).

Journal article on the internet:

Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an advisory role. Am J Nurs [serial on

the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12];102(6):[about 3 p.]. Available from:

http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm.

Homepage/Web site:

Cancer-Pain.org [homepage on the Internet]. New York: Association of Cancer Online Resources, Inc.; c2000-01

[updated 2002 May 16; cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www.cancer-pain.org/.

Tables

Page 56: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

55

Tables should be referred to specifically in the text of the paper but provided as separate files.

Number tables consecutively with Arabic numerals (1, 2, 3, etc.), in the order in which they appear in the text.

Give each table a short descriptive title.

Make tables self-explanatory and do not duplicate data given in the text or figures.

Aim for maximum clarity when arranging data in tables. Where practicable, confine entries in tables to one line (row) in the table, e.g. “value (±sd) (range)” on a single line is preferred to stacking each entry on three separate lines.

Ensure that all columns and rows are properly aligned.

Include horizontal rules at the top and bottom of a table and one below the column headings. If a column heading encompasses two or more subheadings, then the main headings and subheadings should be separated by a single short rule. No other rules should be included, neither horizontal nor vertical.

Appropriate space should be used to separate columns. Rows should be double-spaced.

A table may have footnotes if necessary. These should be referred to within the table by superscript letters, which will then also be given at the beginning of the relevant footnote. Begin each footnote on a new line. A general footnote referring to the whole table does not require a superscript letter.

Define abbreviations in tables in the footnotes even if defined in the text or a previous table.

Submit tables as editable text.

Figures Figures should be referred to specifically in the text of the paper.

Number figures consecutively using Arabic numerals (1, 2, 3, etc.) and any figure that has multiple parts should be labelled alphabetically (e.g. 2a, 2b).

Concise, numbered legend(s) should be listed on a separate sheet. Avoid repeating material from the text.

Abbreviations used in figures should be defined in the caption.

Labelling of artwork should be Arial 8 point font.

Ideally, figure sizes should be 84 mm wide, 175 mm wide or the intermediate width of 130 mm.

Files

Supply image files in EPS, TIFF, PDF or JPEG format.

TIFF is preferred for halftones, i.e. medical images such as radiographs, MR scans etc.

EPS is preferred for drawn artwork (line drawings and graphs).

For JPEG files, it is essential to save at maximum quality, i.e. “10”, to ensure that quality is satisfactory when the files are eventually decompressed.

Files supplied in Word, PowerPoint or Excel may prove acceptable, but please supply in EPS, TIFF or JPEG if practicable. Other formats will not be usable.

Do not supply GIF files – GIF is a compressed format that can cause quality problems when printed.

Upload each figure separately and numbered.

Colour

Unless essential to the content of the article, all illustrations should be supplied in black and white with no colour (RGB, CMYK or Pantone references) contained within them.

The cost of reproduction of colour images will be charged to the author at the following rates: £300 for one colour image, £500 for two colour images and £100 for each subsequent additional colour image. All prices are exclusive of UK VAT.

Images that do need to be reproduced in colour should be saved in CMYK, with no RGB or Pantone references contained within them.

Resolution

Files should be saved at the appropriate dpi (dots per inch) for the type of graphic (the typical screen value of 72 dpi will not yield satisfactory printed results). Lower resolutions will not be usable.

Line drawings – save at 800 dpi (or 1200 dpi for fine line work).

Page 57: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

56

Halftone and colour work – save at 300 dpi.

Composition

The image should be cropped to show just the relevant area (i.e. no more than is necessary to illustrate the points made by the author whilst retaining sufficient anatomical landmarks). The amount of white space around the illustration should be kept to a minimum.

Supply illustrations at the size they are to be printed, usually 76 mm wide (single column of text) or for especially large figures 161 mm (two columns of text).

Annotations, e.g. arrows, should be used to indicate subtle but salient points. All annotations should be included within the images supplied.

Patient identification must be obscured.

Additional points to note:

Do not put a box around graphs, diagrams or other artwork.

Avoid background gridlines unless these are essential (e.g. confidence limits).

Fonts should be Adobe Type 1 standard – Helvetica or Times are preferred.

Ensure that lettering is appropriately sized – should correspond to 8 or 9 pt when printed.

Include all units of measurement on axes.

All lines (e.g. graph axes) should have a minimum width of ¼ pt (0.1 mm) otherwise they will not print; 1 pt weight is preferable.

Avoid using tints (solid black and white or variations of crosshatching are preferred), but any tints that are used must be at a minimum 5% level to print (but do not use too high a tint as it may print too dark).

Do not use three-dimensional histograms when the addition of a third dimension gives no further information.

Appendices

Appendices should be used to include detailed background material that is essential for the understanding of the

manuscript e.g. statistical analyses, very detailed preliminary studies, but which is too comprehensive to include

as part of the main text.

Where possible, authors are encouraged to include all relevant material in the main body of the text, however, if

an appendix is necessary it should be supplied as a separate file. If more than one appendix is included, these

should be identified using different letters.

An appendix may contain references, but these should be listed separately and numbered A1, A2, etc.

Appendices must be referred to in the main text in the relevant section.

Supplementary material

Supplemental material is intended for material that would add value to your manuscript but is not essential to the

understanding of the work. Supplementary material is typically used for including material that can not be

accommodated in print form, for example multimedia files such as dynamic images, video/audio files etc.

There are no restrictions on supplementary file formats, though it is recommended that authors choose file types

that the majority of readers will be able to open e.g.

Text/Data: PDF, Word, Excel, Powerpoint, .txt

Graphics: TIF, PNG, JPEG, GIF

Video: AVI, MOV, MP4, MPEG, WMV

Audio: mp3, m4a

Units, symbols and statistics Authors should use the International System of Units (SI) [1]. Units of radiation should be given in SI, e.g. 1 Sv, 1 Gy, 1 MBq. Exceptions are mmHg for blood pressure and g dl–1 for haemoglobin. For guidance, authors can refer to the publication Units, Symbols and Abbreviations. A guide for medical and scientific authors [2].

All radiation factors (dose/time/fractionation) must be listed.

Equations should be numbered (1), (2) etc. to the right of the equation. Do not use punctuation after equations.

Page 58: Fernanda Ignácio Fernandes - objdig.ufrj.brobjdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_869949.pdf · formação e me inspiraram a chegar até aqui e a desejar vôos mais altos! ... desde a graduação,

57

Do not include dots to signify multiplication – parameters should simply be typed closed up, or with a multiplication sign if necessary to avoid ambiguity.

Statistical Guidelines

The aim of the study should be clearly described and a suitable design, incorporating an appropriate number of

subjects, should be used to accomplish the aim. It is frequently beneficial to consult a professional statistician

before undertaking a study to confirm it has adequate power, and presentation of a power calculation within the

paper demonstrates the ability of the study to detect clinically or biologically meaningful effects.

Details should be provided on selection criteria, whether data were collected prospectively or retrospectively, and

any exclusions or losses to follow-up that might affect the study population. Information on subject characteristics

in groups being compared should be given for any factors that could potentially bias the comparison of the

groups; such information is often best presented in a tabular format in which the groups are in adjacent columns.

If the study was randomized, details of the randomization procedure should be included.

Measures of variation should be included for all important results. When means are presented, the standard

deviation or the standard error of the mean should also be given, and it should be clear which of these two

measures is being quoted. When medians are given, measures of variation such as the interquartile range or

overall range should also be included. Estimates of differences, e.g. between two means being compared, should

be provided with 95% confidence limits to aid the reader and author to interpret the results correctly. Note that

estimation of the size of effects, e.g. treatment or prognostic factor effects, is as important as hypothesis testing.

Statistical procedures should be described and referenced for all p-values given, and the values from which they

were derived should be included. The validity of statistical procedures should also be confirmed, e.g. the t-test

requires normal distribution(s) in the basic data and the chi-squared test is not valid when the expected numbers

in cells are less than 5. Data may sometimes be transformed, e.g. using a log or square root transformation, to

achieve normality. Non-parametric tests should be used when the conditions for normality are not met. It should

be noted, however, that the Wilcoxon signed rank test (the non-parametric equivalent of the paired t-test) is semi-

quantitative. If more than two groups are being compared then an analysis of variance should be performed

before undertaking comparisons of pairs of groups. You are advised to seek the help of a professional statistician

if you are uncertain of the appropriateness or interpretation of statistical methods.

Analysis of repeated measurements on the same subject can give rise to spurious results if comparisons are

made at a large number of different time points. It is frequently preferable to represent each subject’s outcome by

a single summary measure chosen for its appropriateness. Examples of such measures are the area under the

curve, the overall mean, the maximum or minimum, and the time to reach a given value. Simple statistics can

then be applied to these summary measures.

The results of the evaluation of a test procedure should state clearly the criteria used to define positivity, and the

sensitivity, specificity, positive predictive value and negative predictive value should all be quoted together with

their 95% confidence limits.

1. Goldman DT, Bell RJ, eds. The International System of Units (SI). 5th edn. London, UK: HMSO; 1987.

2. Baron DN, ed. Units, symbols and abbreviations. A guide for medical and scientific authors. 5th edn. London,

UK: Royal Society of Medicine Press; 1994.