feocromocitoma universidade federal do estado do rio de janeiro – unirio hospital universitário...
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FEOCROMOCITOMA
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG
Escola de Medicina e Cirurgia - EMC
Disciplina de Anestesiologia
Seminário Grupo B
Anatomofisiologia
GLÂNDULAS SUPRA-RENAIS
Supra-renais
São estruturas bilaterais situadas crânio-medialmente aos rins
Estão divididas em 2 zonas distintas: Córtex Medula
Córtex
Subdividido em 3 zonas: A zona glomerulosa, mais externa,
secreta o hormônio mineralocorticóide aldosterona
A zona fasciculada vem logo a seguir e produz o glicocorticóide cortisol
A zona reticular produz os hormônios sexuais ou esteróides androgênicos
Medula
É a região central da glândula e secreta os hormônios chamados de catecolaminas.
Constituída por células cromafins
IntroduçãoCatecolaminasEtioloogiaEpidemiologiaFisiopatogeniaApresentação clínicaDiagnóstico
FEOCROMOCITOMA
Introdução
85 milhões de pessoas hipertensas – 15% secundária
Existem cerca de 14 causas endócrinas para a hipertensão secundária
Medula Adrenal e Catecolaminas Medula adrenal possui as
células cromafins ou feocromócitos, que se diferenciam no centro da glândula em resposta ao cortisol
Algumas células migram e formam gânglios paraaórticos
O maior conjunto dessas células está ao nível da artéria mesentérica inferior e é chamado Órgão de Zuckerkandl
Catecolaminas – substâncias que possuem Catecol
A epinefrina é sintetizada e armazenada na medula até ser liberada na circulação
A norepinefrina é sintetizada não só na medula, como nos nervos periféricos simpáticos
Medula Adrenal e Catecolaminas
Secreção de catecolaminas
Estresse – Estímulo ( infarto, anestesia, hipoglicemia...)
Fibras pré-ganglionares – acetilcolina – receptores nicotínicos colinérgicos – despolarização das células medulares cromafins – secreção das vesículas na circulação
Meia-vida na circulação: 10 a 100 segundos
Receptor Local Ação
α 1 Pós sináptico: vascular e músculo liso
Contração, vasoconstrição e ↑ da pressão sanguínea
α 2 Pré sináptico: terminações nervosas
Inibe a liberação de norepinefrina ( Clonidina)
β 1 Coração – mais responsivo ao isoproterenol
Ino e cronotrópico +, ↑ secreção de renina e lipólise.
β 2 Brônquios, vasos e músculo uterino.
Bronco e vasodilatação, relax. uterino.
β 3 -- Regula despesa energética e lipólise.
DA 1 Rim, cérebro, vasos mesentéricos e coronários
Vasodilatação
DA 2 Pré sináptico: cérebro, terminais nervosos, gânglios simpáticos
Inibe a liberação de norepinefrina e prolactina e a transmissão ganglionica.
Receptores de Catecolaminas
Etiologia
Suas causas ainda não foram esclarecidas
Acredita-se que seu aparecimento esteja ligado a fatores genéticos e familiares
As formas familiares podem estar associadas as seguintes doenças: NEM II, NEM IIb, neurofibromatose e doença de von Hippel-Lindau
Epidemiologia
Afeta ambos os sexos igualmente
Mais frequente na 4a. e 5a. décadas de vida
Mais raro na raça negra
Epidemiologia
0,1 a 1 % dos casos de hipertensão secundaria
0,1% de todos os casos de hipertensão que surgem anualmente
Incidência anual estimada: 2 – 8 novos casos/ 1 milhão de habitantes.
Epidemiologia
80 – 90% são benignos
3 – 11% acometimento bilateral - essa porcentagem pode aparecer alterada em algumas famílias
A maioria dos feocromocitomas eram tidos como esporádicos, hoje parece que as formas hereditárias são mais frequentes do que se pensava
Epidemiologia – Regra dos 10 10% estão ligados a uma das várias
síndromes familiares
10% dos feocromocitomas das supra-renais aparecem na infância
10% dos feocromocitomas das supra-renais são malignos
10% dos casos são hereditários
Fisiopatologia
1. Hipersecreção persistente de catecolaminas pelas células cromafins
2. Quantidade formada é maior do que a capacidade de armazenamento das vesículas
3. Acúmulo de catecolaminas no citoplasma4. O excesso de catecolaminas e seus
metabolitos entram na circulação
RESULTADO: Efeitos metabólicos e cardiovasculares
Manifestações clínicas
Clínica muito variável. Conhecido como “o grande mascarado”
Pode ser assintomático por vários anos Hipertensão episódica Palpitações
Tríade clássica Cefaléia
Sudorese profusa
Manifestações cínicas
As crises induzidas pelas catecolaminas podem resultar em: Insuficiência Cardíaca, Edema Pulmonar, Arritmias e Hemorragia Intracraniana
Em geral os paroxismos duram menos de 1h e podem ser desencadeados por cirurgia, mudança posicional, exercício, micção e várias medicações (antidepressivos tricíclicos, opiáceos, metoclopramida)
Diagnóstico
Testes Bioquímicos Detectam o excesso de
catecolaminas
Exames de Imagem Localizam o tumor
Testes Bioquímicos
Níveis plasmáticos e urinários de catecolaminas e seus metabólitos metilados, as metanefrinas, constituem a base para o diagnóstico
A atividade hormonal flutua, gerando variação nas mensurações seriadas de catecolaminas
Por outro lado a maioria dos tumores produz continuamente metabólitos identificados pelas mensurações das metanefrinas
Testes Bioquímicos
Em um contexto clínico com suspeita de Feocromocitoma, quando os valores estão aumentados de 2 a 3 vezes acima do limite superior o diagnóstico é altamente provável
As mensurações plasmáticas das metanefrinas são extremamente sensíveis e são menos suscetíveis a elevações falso-positivas devidas ao estresse
O padrão das catecolaminas pode ajudar a localizar o tumor, pois a epinefrina quase nunca está aumentada nos feocromocitomas extra supra-renais
Imagem
A TC e a RNM apresentam sensibilidade semelhantes
A TC deve ser realizada com contraste Cerca de 5% dos incidentalomas supra-
renais, habitualmente identificados por TC ou RNM, revelam ser Feocromocitoma após avaliação endocrinológica
Os tumores também podem ser localizados utilizando-se traçadores radiotivos
Imagem
Imagem
Imagem
Tratamento
O tratamento cirúrgico é a conduta terapêutica definitiva
Feocromocitomas não tratados determinam mortalidade precoce por complicações renais, cardíacas, cerebrais e vasculares provocadas pela grave hipertensão, podendo ocorrer, inclusive, morte súbita durante um paroxismo
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO
Preparo pré-operatório
Objetivos: Tratar hipertensão arterial Evitar paroxismos Corrigir eventual hipovolemia
Se isso não for feito: Retirada do tumor >> desaparecimento da
vasoconstrição >> Risco de hipotensão e choque hipovolêmico
Preparo pré-operatório
Indução de vasodilatação: Fenoxibenzamina Prazosin Doxazosin
Alguns autores: administração profilática de líquido
parenteral no pré-operatório (pode levar à sobrecarga hídrica com consequências potencialmente letais para o paciente)
Fenoxibenzamina
Bloquedor α-adrenérgico
Não específico (α1 e α2)
Não competitivo
Ação prolongada
Prazosin e Doxazosin
Bloqueadores α1 específicos Competitivos Ação mais breve
Menos taquicardia reflexa Ajuste mais rápido da dose Menor frequência de hipotensão no pós-
operatório imediato
Mais disponível Custo mais baixo
Preparo pré-operatório
Administração do bloqueador α-adrenérgico no mínimo 15 antes da cirurgia
Para evitar hipotensão arterial após a retirada do tumor devido ao efeito residual da droga: Suspensão da droga antes do ato cirúrgico:
Fenoxibenamina: 48 horas antes Prazosin: 8 horas antes
Outras drogas
Têm se mostrado igualmente eficazes Usados junto ou substituindo os
bloqueadores α- adrenérgicos Inibidores da enzima de conversão Bloqueadores de canais de cálcio
não produzem hipotensão grave e hipotensão postural >> usados com segurança em paroxismos adrenérgicos e pressão arterial normal nos períodos inter-crise
Outras drogas
Metirosina (Demser): Inibidor da síntese das catecolaminas que
atua inibindo a enzima tirosina-hidroxilase
Β-bloquedores
Contra-indicados na terapêutica inicial da hipertensão Magnifica a resposta α-adrenérgica >>
piora da hipertensão e de outros sintomas dependentes do estímulo α-adrenérgico
• Indicação (associados aos bloqueadores α-adrenérgicos): Propanolol 40 a 80 mg/dia Persistência ou aparecimento de taquicardia Arritmias cardíacas
ANESTESIA
Anestesia
Menos de 0,1 do total de casos de HAS são causados por feocromocitoma, no entanto, é de grande importância para o anestesiologista, já que entre 25 e 50% das mortes em hospitais em pacientes com feocromocitoma, ocorre na indução e manutenção da anestesia, durante procedimentos cirúrgicos ou outras causas
A cirurgia geralmente é laparoscópica retroperitoneal em casos de neoplasias unilaterais não complicadas. Mas em caso de necessidade de acesso bilateral ou dificuldade de dissecção, pode ser realizada uma cirurgia aberta
Anestesia
A técnica anestésica indicada é a anestesia geral balanceada ou combinada de geral com epidural, reservando-se o bloqueio apenas regional para cesariana complicada com feocromocitoma
Deve ser feita monitorização intra-operatória com eletrocardiograma, pressão arterial invasiva, pressão venosa central e oximetria de pulso
Anestesia
Etapas: Acesso venoso profundo ( PVC) Acesso arterial (PAM) Monitorização cardíaca (ECG) Indução anestésica EV (em bolus e bombas
de infusão) e inalatória Atingir nível profundo de anestesia Intubação traqueal Manutenção anestésica
Anestesia
Um potente hipnótico (tiopental ou diazepam) em combinação com um opióide analgésico (fentanil) são a escolha ideal para a indução
Se não for possível iniciar o uso de alfa-bloqueadores antes da cirurgia, ou se o paciente começa o tratamento intensivo a menos de 48 horas, será necessário iniciar uso de nitroprussiato de sódio na indução anestésica, em baixa dose, antecipando um pico pressórico que pode ocorrer com estímulo pelo laringoscópio ou incisão cirúrgica
Anestesia
É extremamente importante alcançar uma adequada anestesia antes de prosseguir com manobras do laringoscópio, para minimizar resposta simpática a manobra atingir nível profundo de anestesia com lidocaína EV e agentes inalatórios (Enflurano, Isoflurano, Desflurano, Sevoflurano), antes da intubação traqueal
Evitar halotano como agente inalatório (risco de arritmia por irritabilidade ventricular)
Seguir os procedimentos habituais de intubação traqueal
Anestesia
A manutenção anestésica é feita com analgésico opioide (fentanil), um potente agente inalador ( Enflurano, Isoflurano, etc) e bloqueador neuromuscular
Preferir bloqueadores neuromusculares não despolarizantes como pancurônio (evitar succinilcolina, porque aumenta ações autonômicas e a galamina, porque aumenta a frequência cardíaca)
Anestesia
Evitar drogas que liberem histamina (morfina, d-tubocurarina, atracúrio, cisatracúrio, doxacúrio, succinilcolina), para evitar broncoespasmo, hipotensão arterial, secreção salivar e brônquica
Hipertensão arterial no trans-operatório pode ser manejada com administração de nitroprussiato de sódio, fentolamina e a parada de manipulação do tumor
Arritmia no trans-operatório pode ser contornada com lidocaína EV e bolus intravenoso de beta-bloqueador (propanolol ou infusão contínua de esmolol que tem ação ultra-rápida)
Crise hipertensivaArritmiasHipotensão arterial após retirada do tumorHipoglicemia
PROBLEMAS INTRA-OPERATÓRIOS
Crise hipertensiva
Duas origens distintas Estímulo durante a IOT, dor, incisão da pele,
exploração abdominal Palpação do tumor (pior, com aumento da
RVP e pulmonar)
Tratamento: PA > 200 mmHg por > 1 min
Fentolamina Nitroprussiato de sódio
Arritmias
Taquicardias sinusais ou supraventriculares, e extrassístoles ventriculares
Tratamento Lidocaína – início rápido e curta duração Betabloqueadores – latência de 35 a 45
minutos, com duração prolongada, podendo persistir até a retirada do tumor
Hipotensão arterial após a retirada do tumor
Tratamento: Cristalóides Colóides Vasopressores
Hipoglicemia
Verificar glicemia digital durante a cirurgia
HipoglicemiaSedação prolongadaHipertensãoHipotensão persistenteICC e EAPComplicações próprias da técnica cirúrgica
Pós-operatório
Hipoglicemia
15 a 20% dos pacientes
Controle da glicemia digital a cada 6 horas
Sedação prolongada
Sonolência excessiva durante as primeiras 48 horas
Favorecida por bloqueio alfa Possibilidade de depressão respiratória
grave com doses habituais de morfínicos
Hipertensão
50% permanecem hipertensos por uma semana ou mais
As catecolaminas permanecem elevadas por uma semana
30% são acometidos por hipertensão definitivas
Tratamento se PA > 180/110 Esmolol e alfa-bloqueadores
Hipotensão persistente
Persistência do bloqueio alfa, e deficiência da resposta vascular às catecolaminas
Importante descartar hemorragia no leito cirúrgico se não responde adequadamente a reposição volêmica
Tratamento Infusão de volume, se não responder Drogas simpaticomiméticas
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!
Bibliografia
http://www6.ufrgs.br/favet/lacvet/restrito/pdf/adrenal.pdf
ORTENZI, A,V.; TARDELLI, M.A.; Anestesiologia- SAESP,Editora Atheneu, 1996
http://www.sempr.org.br/saibamais/saiba06.asp
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/am/v22n6/v22n6a04.pdf
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/am/v22n6/v22n6a04.pdf
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-2/feocromocitoma.pdf