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FENOMENOLOGIA: FENOMENOLOGIA: Conceituação Conceituação Uma corrente da Psicologia, com Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir o comportamento humano a partir das experiências individuais, das experiências individuais, considerando aspectos considerando aspectos significativos da existência, significativos da existência, tidas como potencialidades. tidas como potencialidades.

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Page 1: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

FENOMENOLOGIA:FENOMENOLOGIA:ConceituaçãoConceituação

Uma corrente da Psicologia, com raízes Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências humano a partir das experiências individuais, considerando aspectos individuais, considerando aspectos significativos da existência, tidas como significativos da existência, tidas como potencialidades.potencialidades.

Page 2: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

Principais PrecurssoresPrincipais Precurssores

Carl Rogers, Carl Rogers, Buhler, Bugental,Buhler, Bugental, Abraham Maslow,Abraham Maslow, Rollo May, Rollo May, Jean Paul Sartre, Kiierkegaard,Jean Paul Sartre, Kiierkegaard, Heidegger Heidegger

Page 3: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

Pressupostos BásicosPressupostos Básicos Coloca o plano da realidade antes de qualquer Coloca o plano da realidade antes de qualquer

raciocínio;raciocínio; O plano da realidade são os fenômenos ou as O plano da realidade são os fenômenos ou as

“coisas mesmas”;“coisas mesmas”; Esses fenômenos são dotados de “essências”, que Esses fenômenos são dotados de “essências”, que

precisam ser intuídas, e não apenas descobertas;precisam ser intuídas, e não apenas descobertas; Intuir uma essência significa, obter um Intuir uma essência significa, obter um

conhecimento imediato, ou obter uma visão direta conhecimento imediato, ou obter uma visão direta do objeto, verdade ou principio de natureza física, do objeto, verdade ou principio de natureza física, racional, artística, ou ética;racional, artística, ou ética;

Trata-se de uma visão dirigida, clara e concentradaTrata-se de uma visão dirigida, clara e concentrada..

Page 4: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

Conhecimento por IntuiçãoConhecimento por Intuição

- É diferente do conhecimento que se produz por- É diferente do conhecimento que se produz porinspeção de dados;inspeção de dados;- Aplica-se às verdades como elas se - Aplica-se às verdades como elas se

apresentam;apresentam;- Ao se deparar com essas verdades, o Ser - Ao se deparar com essas verdades, o Ser

conhece sua evidência e sua não-dependência conhece sua evidência e sua não-dependência de outras;de outras;

- A intuição portanto penetra na essência do - A intuição portanto penetra na essência do fenômeno, e forma o sujeito passa a vive-la.fenômeno, e forma o sujeito passa a vive-la.

Page 5: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

Objetivos da FenomenologiaObjetivos da Fenomenologia Ao fazer uso da intuição, procura aprofundar o Ao fazer uso da intuição, procura aprofundar o

significado da existência humana;significado da existência humana; Questiona sempre as conseqüências de quaisquer Questiona sempre as conseqüências de quaisquer

pressupostos;pressupostos; Preocupa-se somente com as sutilezas da vida Preocupa-se somente com as sutilezas da vida

humana;humana; Tenta uma compreensão das formas e dos meios Tenta uma compreensão das formas e dos meios

que permitem ao ser humano adquirir experiência, que permitem ao ser humano adquirir experiência, interpretar o mundo e atuar dentro dele.interpretar o mundo e atuar dentro dele.

Tenta buscar um enfoque científico humano Tenta buscar um enfoque científico humano qualitativo (não apenas qualitativo) para a qualitativo (não apenas qualitativo) para a Psicologia.Psicologia.

Page 6: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

Objetivos da FenomenologiaObjetivos da Fenomenologia Tenta ser fiel ao fenômeno do homem como ser Tenta ser fiel ao fenômeno do homem como ser

humano;humano;

O princípio básico do Ser do homem não pode ser O princípio básico do Ser do homem não pode ser reduzido a um organismo humano, a um sistema reduzido a um organismo humano, a um sistema cibernético ou a um computador, ou um sistema cibernético ou a um computador, ou um sistema mecânico a vapor, ou a qualquer modelo que viole o mecânico a vapor, ou a qualquer modelo que viole o ser humano como ele se apresenta no dia–a-dia.ser humano como ele se apresenta no dia–a-dia.

Page 7: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

Descrição do FenômenoDescrição do Fenômeno Todo fenômeno tem uma forma e possui Todo fenômeno tem uma forma e possui

necessariamente uma essência. necessariamente uma essência. O fenômeno pode ser significado através da O fenômeno pode ser significado através da

linguagem com possibilidade de ser descrito pelo linguagem com possibilidade de ser descrito pelo Ser que se ponha diante dele.Ser que se ponha diante dele.

Como exemplo, uma melodia é um fenômeno que Como exemplo, uma melodia é um fenômeno que possui essência, portanto forma e atributos, e pode possui essência, portanto forma e atributos, e pode ser ouvida, reconhecida, e até mesmo sensibilizar ser ouvida, reconhecida, e até mesmo sensibilizar ouvintes, não importando a tonalidade que o artista ouvintes, não importando a tonalidade que o artista a executará, manterá sempre a sua essência.a executará, manterá sempre a sua essência.

Page 8: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

O sentido etimológico (Ser e Tempo – Heidegger):

# Fainw (Verbo) - Trazer à luz, manifestar, mostrar mesma raiz Fws - Luz # Fainomenon - O que se manifesta, estava

escondido # # Edmund Husserl - * O Estudo de tudo que

intencionalmente está presente à consciência (fenômeno), sendo para esta uma significação

* Tem por base uma análise reflexiva do ato de pensar enquanto manifesta a realidade (fenômeno)

FenomenologiaFenomenologia

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FENOMENOLOGIA HUSSERLIANA

Como Descartes, Husserl enxergava, na Filosofia, a capacidade de proporcionar à humanidade uma cultura que a guiasse e lhe servisse de luz no seu caminho vivencial;

A Fenomenologia husserliana encontra-se no interior das rediscussões das concepções filosóficas positivistas realizadas na Alemanha nas últimas décadas do século vinte;

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FENOMENOLOGIA HUSSERLIANA Critica o dogmatismo positivista na concepção do

conhecimento, a confiança religiosa que os positivistas nutriam pela ciência, atentando-se para o desenvolvimento das ciências positivistas, da matéria e das ciências histórico-sociais;

Apesar de Husserl se voltar contra o logicismo, o psicologismo e o historicismo, não podemos compreender a Fenomenologia husserliana simplesmente tendo o seu fundamento na aparição de certas condições históricas, mas no captar de novo das motivações que a delimitaram enquanto atividade filosófica e que impuseram a esta atividade sua forma particular;

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Tem por lema o seguinte convite: “Voltemos às coisasmesmas” 

* Desembaraçar o conhecimento das ‘vestes de idéias’ e das interpretações que dissimulam o objeto do

pensamento,Qual é a sua intenção? o que está em questão * Imprimir um impulso novo à

investigação filosófica em oposição ao espírito de sistema (Conforme Kant, sistema pode ser compreendido como uma

unidade de conhecimentos múltiplos sob uma única idéia).

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- A Fenomenologia marca, para Husserl, o ponto deruptura em que a Filosofia passa do estado pré-científico ao estado científico. A certeza dessapassagem permite-lhe que se apresente não comouma concepção do mundo ou uma ideologia entreoutras, mas como a primeira realização da filosofiacomo ciência. A compreensão da Fenomenologia sedá, antes de mais nada, no exame dessa ambição defazê-la constantemente reviver;- A cientificidade husserliana pode ser situada a partir

da Função atribuída, no conhecimento, ao fenômeno;- Define-se a a partir de sua atenção dada à vivência(fenômeno).

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Substitui as construções explicativas para a descrição ‘do que se passa’ efetivamente do ponto de visto

daquele que vive tal situação concreta.

Filosofia TradicionalFilosofia Tradicional

Elimina-se a vivência em benefício da abstração e dos conceitos.

FenomenologiaFenomenologia

* Tem consideravelmente, por interesse, uma volta para o ‘concreto’.

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DIFERENÇAS ENTRE UM FENOMENÓLOGO E UM DIFERENÇAS ENTRE UM FENOMENÓLOGO E UM PSICÓLOGO / EDUCADOR :PSICÓLOGO / EDUCADOR :

Fenomenólogo - Psicólogo/ EducadorManipula:Manipula: Essências; - Dados;

Interessa-se:Interessa-se: Idéias universais; - Comportamento; Pretende conhecer - Comportamento

o que vem a ser de uma ou moral; outra pessoa;

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Toda consciência é consciência de alguma coisa.

Consciência não é uma substância, mas uma atividade constituída por atos como:Percepção;Percepção; Imaginação;Especulação;Volição; Paixão; Com os quais visa algo.

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As essências (noema) são objetos visados de certa maneira pelos atos intencionais da consciência (noesis).

Necessidade que se faça uma redução fenomenológica ou Epoché.

Atinge a essência do fenômeno. Husserl entendia a fenomenologia como estudo da

experiência e da consciência

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A Intencionalidade da Consciência A consciência que o Ser toma do mundo é sempre a A consciência que o Ser toma do mundo é sempre a

consciência de alguma coisa, ela é desde o início, consciência de alguma coisa, ela é desde o início, essencialmente uma abertura para o mundo.essencialmente uma abertura para o mundo.

A consciência dá a idéia de percepção;A consciência dá a idéia de percepção; O objeto que há no mundo só pode ser situado O objeto que há no mundo só pode ser situado

mediante a consciência que o sujeito toma dele, mediante a consciência que o sujeito toma dele, tornando-se sempre um objeto significativo para o tornando-se sempre um objeto significativo para o sujeito;sujeito;

Há portanto, uma existência intencional do objeto na Há portanto, uma existência intencional do objeto na consciência, isto é, um ato de ligação entre o Ser e consciência, isto é, um ato de ligação entre o Ser e o objeto.o objeto.

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A Intencionalidade da Consciência As essências não tem realidades fora do ato de As essências não tem realidades fora do ato de

consciência, de atribuição de significado, e de como consciência, de atribuição de significado, e de como estes significados são apreendidos pela intuição. É estes significados são apreendidos pela intuição. É esta a razão pelo qual o fenomenológico volta-se esta a razão pelo qual o fenomenológico volta-se para a análise do dinamismo da consciência, que dá para a análise do dinamismo da consciência, que dá significado aos objetos do mundo.significado aos objetos do mundo.

Para o Psicólogo Fenomenológico, a Para o Psicólogo Fenomenológico, a intencionalidade da consciência deve ser tomada intencionalidade da consciência deve ser tomada em termos de atos, e este ato é a consciência de um em termos de atos, e este ato é a consciência de um objeto, seja ele real, ideal, existente ou imaginário. objeto, seja ele real, ideal, existente ou imaginário. O fenômeno psíquico deve ser concebido como um O fenômeno psíquico deve ser concebido como um ato.ato.

Page 19: FENOMENOLOGIA: Conceituação  Uma corrente da Psicologia, com raízes filosóficas, que analisa o comportamento humano a partir das experiências individuais,

A Intencionalidade da Consciência“Suponhamos que o nosso olhar volta-se, com um sentimento de prazer, para uma macieira em flor no jardim...”“Na atitude comum ou natural, tal percepção consiste em colocar primeiro a existência da macieira representada na consciência correspondente à real. Como conseqüência, haveria duas macieiras: uma no jardim e outra na consciência. Para Husserl, as coisas não acontecem assim. Recorrendo à analise intencional, não partimos da macieira em si, porque dela nada sabemos, nem da macieira representada, porque também dela nada sabemos. É preciso partir das ‘coisas mesmas’, isto é, da macieira-enquanto-percebida, ou seja, do ato de percepção da macieira no jardim, pois essa é a vivência originária.”

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Onde está Onde está a macieira?a macieira?

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A Intencionalidade da Consciência• “Ela é, pois, em certo sentido, irrealizada

ou desrealizada, isto é, despojada de sua existência fora da consciência. Em outro sentido, porém, é muito mais real que uma simples imagem em nós, por quanto está bem diante de nós, no jardim.”

• A “macieira em flor”, como objeto de minha vivência de percepção, é o correlato intencional da minha vivência.

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A Intencionalidade da Consciência• A verdadeira macieira não está nem na

consciência, nem fora dela, e é nisto precisamente que é mais presente;

“A intencionalidade husserliana corresponde à correlação consciência-mundo, sujeito-objeto, mais originária que o sujeito ou o objeto, pois esses só se definem nesta correlação. A intencionalidade fenomenológica é visada de consciência, produção de um sentido que nos permite perceber os fenômenos humanos em seu teor vivido.”

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A Intencionalidade da Consciência Para Husserl, a consciência possui três

sentidos: a) Conjunto de todas as vivências (unidade). b) Percepção interna das vivências psíquicas

(ser consciente). c) Vivência intencional. Portanto, a consciência é: “Uma corrente de experiências vividas”, ou

seja, as cogitatacogitata (imaginar, desejar, recordar, etc.), que se dão na percepção como absoluta e não mais como identidade das aparências que “estão escondidas.

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A Intencionalidade da Consciência Portanto, toda consciência é consciência de

alguma coisa, determinando-se como atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição, paixão, etc.) com as quais visa algo e não como substância, pois possui um modo de ser definido pela capacidade de transcender, quer dizer, de dirigir-se a outra coisa que não seja ela mesma. Com isto, Husserl distingue duas espécies de intencionalidade, a saber:

a) Intencionalidade temáticaIntencionalidade temática - Saber do objeto e saber do saber do objeto;

b) Intencionalidade operanteIntencionalidade operante - Visada do objeto em ato, ainda não refletida.

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A Intencionalidade da Consciência Assim, como vimos, a concepção de

intencionalidade merece uma especial atenção em se tratando de Fenomenologia!

- A consciência é orientada para as coisas

- Ela está toda nessa orientação- Consciência é “consciência de”

A Fenomenologia caracteriza-se como umareabilitação do direito da consciência aoconhecimento de si própria e do mundo!

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O método O método fenomenológico designa como três os seus

elementos constitutivos: 1-Epoché ou redução fenomenológica: colocar entre

parênteses as coisas, promovendo, propositadamente uma suspensão da nossa atitude natural, são as nossas crenças e idéias.

2-Redução eidética: é uma espécie de recondução ao resíduo fundante, do nosso próprio existir, na esfera individual e coletiva do próprio ego(eu).

3-Atitude transcendental: é a atitude na qual nos tornamos observadores imparciais, a uma espécie de neutralização das intencionalidades ou vivências que estamos refletindo ou examinando.

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1-Epoché ou redução fenomenológica: a epoché consiste numa suspensão momentânea da

“atitude natural” (natürliche Einstellung) com a qual nós nos relacionamos com as coisas do mundo. Isso consiste em deixar provisoriamente de lado todos os preconceitos, teorias, definições, etc., que nós utilizamos para conferir sentido às coisas. Tal suspensão da nossa atitude natural  diante do mundo tem como escopo apreender na consciência as coisas no sentido de captá-las como elas são em si mesmas: "a fenomenologia procura enfocar o fenômeno, entendido como o que se manifesta em seus modos de aparecer, olhando-o em sua totalidade, de maneira direta, sem a intervenção de conceitos prévios que o definam e sem basear-se em um quadro teórico prévio que enquadre as explicações sobre o visto"

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1-Epoché ou redução fenomenológica: Redução: busca do significado, uma procura pelo

subjacente, em detrimento do simples aparente.

Não é uma simples descrição do fenômeno, do aparente (fenomenismo).

Fazer fenomenologia é realmente se embrenhar por dentro da realidade, para desvendar o que está por detrás dela.

• Husserl via no seu método uma forma de alcançar o verdadeiro significado das coisas: “ver as coisas como elas são”.

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1-Epoché ou redução fenomenológica: O Noesis é o ato de perceber e o Noema é o objeto da

percepção – esses são os dois pólos da experiência. A coisa como fenômeno de consciência (noema) é a coisa que importa, e refere-se à conclamação "às coisas em si mesmas" que fizera Husserl. "Redução fenomenológica" significa, portanto, restringir o conhecimento ao fenômeno da experiência de consciência, desconsiderar o mundo real, colocá-lo "entre parênteses", o que no jargão fenomenológico não quer dizer que o filósofo deva duvidar da existência do mundo como os idealistas radicais duvidam, mas se preocupar com o conhecimento do mundo na forma que se realiza e na visão do mundo que o indivíduo tem.

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2-Redução eidética: Reconhecido o objeto ideal, o noema, o passo

seguinte é sua “redução eidética”, redução à ideia. Consiste na análise do noema para encontrar sua essência. Isto porque não podemos nos livrar da subjetividade e ver as coisas em si mesmas, pois em toda experiência de consciência estão envolvidos o que é informado pelos sentidos e o modo como a mente enfoca aquilo que é informado. Portanto, dando-se conta dos objetos ideais, uma realidade criada na consciência, não é suficiente - ao contrário: os vários atos da consciência precisam ser conhecidos nas suas essências, aquelas essências que a experiência de consciência de um indivíduo deverá ter em comum com experiências semelhantes nos outros.

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3-Atitude transcendental: Embora tenha trabalhado até o final de sua

vida na definição do que chamou Redução Transcendental, Husserl não chegou a uma conclusão clara. Basicamente seria a redução fenomenológica aplicada ao próprio sujeito, que então se vê não como um ser real, empírico, mas como consciência pura, transcendental, geradora de todo significado.

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3-Atitude transcendental: a função das palavras não é nomear tudo que nós vemos

ou ouvimos, mas salientar os padrões recorrentes em nossa experiência. Identificam nossos dados dos sentidos atuais como sendo do mesmo grupo que outros que já tenhamos registrado antes. Uma palavra não descreve uma única experiência, mas um grupo ou um tipo de experiências; a palavra "mesa" descreve todos os vários dados dos sentidos que nós consultamos normalmente quanto às aparências ou às sensações de "mesa". Assim, tudo que o homem pensa, quer, ama ou teme, é intencional, isto é, refere-se a um desses universais (que são significados e, como tal, são fenômenos da consciência). E por sua vez, o conjunto dos fenômenos, o conjunto das significações, tem um significado maior, que abrange todos os outros, é o que a palavra "Mundo" significa.

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O mundo da vida O “mundo-da-vida” é o terreno a partir do

qual tais abstrações [da ciência] derivam, é o campo da própria intuição, o universo do que é intuível, ou ainda, um reino de evidências originárias, para o qual o cientista deveria se voltar para verificar a validade de suas idealizações, de suas teorias, posto que, a ciência interpreta e explica o que é dado imediatamente no “mundo-da-vida”.

Crítica ao objetivismo da ciência

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O mundo da vida O propósito de Husserl com o retorno ao

mundo subjetivo-relativo, dimensão aproximativa, sempre referente ao ponto de vista do sujeito, é mostrar que o Lebenswelt “constitui o solo de toda operação de conhecimento e de toda determinação científica”

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FENOMENOLOGIA – QUESTÕES PARA ESTUDO E COMPREENSÃO (síntese)

A partir do texto disponibilizado (Docs. em arquivo eletrônico, Slides/Powerpoint e do capítulo impresso), responda:

1. O que significa em Husserl:a) Intuição eidética;b) Redução eidética;c) Redução fenomenológica (epoché);2) Explique o significado da expressão “a fenomenologia pretende ser

a ciência das essências e não de dados de fato”.3) Explique o que é e a importância da intencionalidade da

consciência na fenomenologia husserliana.4) Em Husserl, o “cogito” cartesiano e a “epoché” têm o mesmo

significado?5) O que Husserl sugere com a “crise das ciências européias”?6) Explique o que é “o mundo da vida”?7) Qual é, afinal, o papel da filosofia, segundo Husserl?