feira literária - 2ªencontro das letras · se excluem, se completam. ... a constituir-se alimento...

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INVERNO AUSTRAL 21 DE JUNHO 22 DE SETEMBRO SÃO JOÃO A nossa nova logomarca é inspirada na escultura criada por Rudolf Steiner e Edith Maryon que se encontra no Goetheanum. Ela traz no centro a figura do Cristo, que é o representante da humanidade (nome dado à escultura). Com seu gesto da mão esquerda Ele mantem Lúcifer acima e com o gesto da mão direita contém Ariman abaixo. Lúcifer e Ariman antagonizam a busca do homem pela Liberdade. Mantidos em suas próprias searas, permitem a vivência na região do meio do “Eu sou o ser humano”.

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Page 1: Feira literária - 2ªEncontro das Letras · se excluem, se completam. ... a constituir-se alimento para as suas almas, ... em breve se tornou o lar que até então ela nunca tinha

INVERNOAUSTRAL21 DE JUNHO22 DE SETEMBROSÃO JOÃO

A nossa nova logomarca é inspirada na escultura criada por Rudolf Steiner e Edith Maryon

que se encontra no Goetheanum. Ela traz no centro a figura do Cristo,

que é o representante da humanidade (nome dado à escultura).

Com seu gesto da mão esquerda Ele mantem Lúcifer acima e

com o gesto da mão direita contém Ariman abaixo. Lúcifer e Ariman antagonizam a busca do homem pela Liberdade. Mantidos em suas próprias searas,

permitem a vivência na região do meio do “Eu sou o ser humano”.

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A AQUARELA NO ENSINO FUNDAMENTAL WALDORF

Informativo Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais. Reg: 81294. Rua Nossa Senhora de Fátima, 190, Jardinaves, Nova Lima, MG, (31) 3286 5264

CONSELHO EDITORIaL anna Göbel, Lin Tomich, Lourdinha Greco, Selma Santos, e Thais Ribeiro.

JORNaLISTa RESpONSávEL andrea Gallo-MTB 23775 ILUSTRaçõES alunos do 3° ano de 2015

FOTOGRaFIaS patrícia Rocha, Ludmila angélica e Carolina MeloCapa Nova logomarca Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais

CapTaçÃO DE RECURSOS Lurdinha NascimentoFORMaTaçÃO E DIaGRaMaçÃO Morena Tomich

IMpRESSÃO Bigráfica Editora TIRaGEM 1.500 exemplares DISTRIBUIçÃO GRaTUITa

Pais de alunos, escolas Waldorf e instituções comerciais e educacionaiswww.polen.org.br

a função educativa da Biblioteca Escolar também se faz presente na pedagogia Waldorf. a foto nos mostra os alunos do 3º ano do prof. Bernardo em sala de aula, vivenciando momentos de leitura com o

acervo de livrinhos selecionados para a idade dos alunos, na pequena biblioteca montada pelo professor, pela

bibliotecária e pelos pais do 3º ano.“Ensino e biblioteca não se excluem, se completam. Uma escola sem biblioteca é instrumento imperfeito.” (Lourenço Filho)

Colaboração de: Lourdinha Greco – Bibliotecária CRSMG

Feira literária - 2ªEncontro das Letras

“NOSSOS PEQUENOS LEITORES”!

Desde cedo, nas escolas Waldorf, as crianças são convidadas a participar de uma atividade estimulante e vivificadora, cujo dia passam a esperar ansiosas: a aquarela. Em nosso colégio, essas aulas são ministradas pelos professores de classe e normalmente acontecem uma vez por semana. Mais que a aptidão técnica para lidar com pincéis, os exercícios visam uma verdadeira educação dos sentidos através do trabalho com a cor. Rudolf Steiner em diversas palestras ressaltou a importância de lidar com a representação pictórica a partir desse elemento:“(...) aos poucos os senhores dar-se-ão conta de que a forma da natureza nasce realmente da cor e que por isso o desenho é uma abstração. Deveríamos produzir uma boa representação, um bom sentimento para essas coisas na criança em desenvolvimento porque isso vivifica toda sua essência anímica e traz uma correta relação com o mundo exterior.” (R. Steiner GA 294, 23/08/1919)Para que o mundo das cores seja apresentado às crianças nos primeiros anos do Ensino Fundamental, de maneira a constituir-se alimento para as suas almas, o professor tem uma tarefa: mergulhar em um sincero processo de autoeducação, buscando relacionar-se mais profundamente com o espectro cromático, buscando criar intimidade com ele. Só assim ele poderá elaborar belas histórias que vão preparar o ambiente para a atividade e ajudar as crianças a adentrar nesse reino.Ao escutar as histórias de pintura, as crianças passam a perceber cada cor como um ser, com personalidade e características próprias. Elas sentem o desejo de entrar na conversa. Então, é hora de pintar! Cores líquidas espalham-se em um papel umedecido, e o que surge é a expressão de uma vivência interior na qual cada cor está associada a

uma imagem anímica concreta, a um sentimento. Por isso, as imagens exteriores que exigem representação precisam ser evitadas nos primeiros anos.“É preciso fazer com que a criança participe dessa vida das cores, dizendo, por exemplo: ‘O vermelho espreita olhando através do azul’ e fazendo com que a criança o transforme em realidade.” (R. Steiner GA 300a, 15/11/1920)Depois que a criança vivenciou intensamente as cores dessa maneira, pode-se tentar alcançar ambientes minerais, vegetais, mas sempre partindo do elemento cor. A forma exterior deve sempre resultar da vivência interna da cor.Se trabalharmos intensamente a partir das cores e não atormentarmos as crianças com “desenhos adestrados” que nascem do contorno e da linha, aos poucos também será possível observar o desenvolvimento da sensibilidade para a perspectiva qualitativa, ou perspectiva de cores:“Se alcançarmos isto, teremos conseguido algo de muito sentido para a alma da criança. Ela ganha o sentimento de que o amarelo avermelhado se aproxima, de que o azul-violeta vai para mais e mais longe. Neste caso estaremos trabalhando de modo intensivo aquilo que, mais tarde, precisaremos também elaborar com a criança: a perspectiva, que então executaremos em traços.” (R. Steiner, Dornach 1923)Este é um longo trabalho que é desenvolvido pacientemente do primeiro ao quinto ano. No sexto ano as aulas de pintura dão lugar às vivências de luz e sombra que exploram principalmente como material o carvão e normalmente não se faz aquarela nesse ano. No entanto, a aquarela retorna no sétimo ano com a apresentação de novas técnicas como a pintura em papel seco e a veladura.

Professor Bernardo Zama

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Nós somos italianos, mas saímos da nossa cidade já há muitos anos: a nossa filha mais velha começou a viajar conosco, por causa do trabalho do Gianpiero, com poucos meses de vida. Quando chegamos ao Brasil, depois de um ano na Índia, Chiara tinha pouco mais de 2 anos de idade. achamos que era hora de encontrar uma escola que nos ajudasse no difícil processo de adaptação a um novo país. procuramos bastante, mas nada, e em todo lugar que íamos Chiara começava a chorar e querer voltar pra casa. Estávamos perdidos.

Então, me veio uma lembrança: uma das pessoas que mais marcou a minha formação profissional e pessoal foi o meu primeiro professor de teatro (eu sou atriz), ele sempre tinha estudado em escolas waldorf e usava com seus alunos um método mágico, poderoso, encantador, até para os colegas mais céticos. a partir do pouco que eu lembrava, do que ele tinha me contado (talvez só o nome de Rudolf Steiner), eu fui pesquisar bastante, até encontrar uma linda escola (na época morávamos em Curitiba) onde, no mesmo instante que entramos, soubemos que seria a escolha certa para a felicidade de nossa filha (e, obviamente para arianna, que veio três anos depois). Chiara logo saiu do meu colo para ocupar aquele novo espaço, que em breve se tornou o lar que até então ela nunca tinha tido.

Depois de tantas mudanças ela estava precisando de ritmo no dia a dia, de poder confiar em referências seguras, mas não impostas, para também poder expressar a sua rica individualidade. O encontro com a estética e as modalidades da pedagogia Waldorf foi extremamente fascinante: o jeito cuidadoso e sempre consciente dos professores, que se fazem de exemplo todos os dias na frente de seus alunos, aquele “bom dia”, que as crianças recebem na porta, uma de cada vez, aquela pergunta: “como você está?”, é algo que até hoje me emociona fortemente.

Lembro que fiquei admirada com o olhar vivo e curioso dos alunos que vinham me

cumprimentar ou perguntar que idioma era aquele que eu falava, bem como com a atitude da pedagogia, que espera o tempo de cada criança, para que ela mesma chegue a querer, a estar pronta para o alimento que lhe está sendo oferecido...

Sem falar da comunidade de pais, dentro da qual, mesmo sendo estrangeiros, reconhecemos parte dos nossos valores, dos nossos hábitos, dos nossos objetivos. Todas as coisas que facilmente nos seduziram no começo, e que são só alguns dos princípios teóricos que vimos se concretizar, a cada dia, no nosso quase setênio de escola Waldorf. pela nossa família, estudar aqui (filhos e pais, porque é assim que eu acho: todos estamos nos educando!) é também a forma mais próxima à nossa, lá da velha Europa, que ainda favorece a “cultura” à mera informação, o raciocínio individual aos automatismos, a procura dos “por quês” às respostas encaixadas em quadradinhos.

O que descobrimos depois, entrando no grau, só foi confirmando nossa escolha. E não só a minha, que como “mãe” e “artista” já estava totalmente convicta, mas também a do Gianpiero, engenheiro mecânico, que sempre trabalhou em grandes empresas, e que ficou encantado com a oportunidade de uma criança estudar numa escola tão diferente daquela onde ele tinha estudado: uma escola fechada, rigorosa, autoritarista que o levou, durante bastante tempo a desconfiar de qualquer instituição escolar.

a escola, para nós, deveria ser lugar de crescer, cultivar a individualidade, o social, preparar-se para enfrentar a vida e o trabalho com segurança em si mesmo e amor aos desafios. Nada do que for aprendido na infância ficará gravado se não atingir o corpo e a emoção: não tem prova, nota, nem conhecimento que diga qualquer coisa sobre o que nós somos e seremos de verdade.

a pedagogia Waldorf nos mostrou qual é o caminho para isso tudo, e é o que acreditamos ser o presente mais importante que como pais podemos oferecer às nossas filhas.

Serena e Gianpiero, pais de Chiara (3* ano) e Arianna (jardim da Erika)

“Eu aprendi, e achei muito interessante, como a natureza consegue “viver” sozinha e como uma coisa leva à outra. Como a rocha calcária vai se formando sozinha nas montanhas durante milhares de anos e depois de formada se solta com a água e vai para o mar, como farelo, e pequenos animais, que nem ossos têm, juntam e pegam esses farelos e transformam isso em suas casas (exoesqueletos). E assim como esses animais, o homem tira proveito do calcário, queimando-o, triturando-o e transformando em CaL vIRGEM, que ainda vira cimento. Depois esse cimento, algum dia, volta para os lagos, rios e para o mar. E ainda tem as plantas que fazem “mágica”, inspirando o ar (gás carbônico) que nós não conseguimos respirar e, quando soltam, soltam o ar que nós conseguimos respirar (oxigênio). Tem o fogo, que assim como nós, precisa de ar vivo (oxigênio) para “viver” e, também igual a nós, solta o ar morto (gás carbônico). De tudo o que eu aprendi, o que mais me chamou a atenção foi que o ar também ocupa espaço, apesar de nós não vermos.” Sara Ribeiro

“(...) Também percebi que nós devemos ser conscientes do que e do quanto tiramos da natureza, pois o seu processo de formação é muito lento, mas também é perfeito. Cada coisa tem seu tempo e hora.” Giovana Sofiati

“Bom, eu aprendi muitas coisas, como por exemplo, que existem reagentes para descobrir se algo é isso ou aquilo; que existe um mineral que pode com o calor derreter e mudar de cor; uma substância que após ser aquecida pode brilhar e outro mineral que está em tantas coisas, até no ser humano! Que uma coisa simples como uma fogueira pode se tornar tão interessante. a química me ensinou a ter paciência com algo que está parado e chato agora, pois depois pode acabar se tornando algo muito interessante e legal.” Isabella Laender

IMPRESSÕES DE ALGUNS ALUNOS SOBRE A VIAGEM PARA LAPINHA- LAGOA SANTA

“Nada é fácil, nem na vida e nem na natureza. Se a natureza continua firme e forte, sem nunca desistir, por que nós, seres humanos, desistimos de terminar algo que nem começamos direito?(...) Quando falamos natureza, imaginamos árvores, folhas, flores, frutas, animais e etc. Mas nós não lembramos é que as pedras também são parte da natureza. Com a rocha calcária aprendi que a perfeição leva tempo.” Isabella Laender

“aprendi com as pessoas da vila como essas pessoas se importam com os outros e como elas são muito educadas. a vida na cidade é muito corrida e às vezes não paramos para pensar nesse carinho ou gentileza. aprendi a prestar atenção nessas coisas que tornam a vida tão importante.” Manuela Mares

“Não vou esquecer todas as fotos lindas que minha mente tirou. Nossa, eram lindas! passamos por dificuldades e as enfrentamos com calma e confiança. Nunca mais esquecerei desta viagem maravilhosa e bela!” Jonas Pearce

“aprendi que nunca podemos desperdiçar uma oportunidade e uma experiência como essa. antes de ir eu não estava muito animada, mas logo quando comecei a vivenciar essa experiência, percebi que isso é muito precioso. Raramente podemos fazer algo que nos traz tanto aprendizado e diversão, uma coisa muito boa!(...) aprendi também como é “viver a 30”. Nesses dias éramos como trinta irmãos e tínhamos que tomar banho, tomar café, almoçar e jantar sempre juntos. Então você para de olhar só para você e começa a olhar para todos, e isso é muito bom! (...) aprendi a perdoar, pedir desculpas e respeitar mais os outros.“ Bruna Salomão

ÉPOCA DE QUÍMICA – 7º ANO, PROFESSORA SÍLVIA

Na época de química do 7º ano, os alunos são levados a observar fenômenos provocados pela combustão, descobrem características das rochas calcárias, conhecem o ciclo da cal e o princípio dos ácidos e das bases. Esse é um estudo que tende a mudar os seus pontos de referência, pois lhes proporciona outros olhares para substâncias e fenômenos do cotidiano. Ao final da época, a classe faz uma viagem de estudo de campo em região de calcário, vivenciando as cavernas, observando seu entorno, escalando e experimentando na prática o que aprendeu na escola. Neste ano, nossos alunos também tiveram a oportunidade de entrar em contato com a comunidade da Lapinha, em Lagoa Santa. Leia comentários registrados por alguns alunos a partir da pergunta: “O que você aprendeu e levará para a vida a partir de nossos estudos de química?”

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AQUARELAS - 3O ANO 2015Um dos temas da aquarela no terceiro ano é a formação do mundo de acordo com o Antigo Testamento: o gênesis.

Dependendo da maturidade da turma, a pintura dos sete dias da criação possibilitará as primeiras tentativas na criação de ambientes com a aquarela:

O PRIMEIRO DIALá fora era vasto o espaço, vazio e frio, sem forma e obscuro.

Então as palavras que Deus bradavasoaram nos ares, ecoando em tudo:

“Faça-se a luz!”

E, no mundo das almas dormentes,Quantos raios resplandecentes!

As vestes dos anjos de fogoSoltavam chamas.

O SEgUNDO DIAAnjos mais leves, bem para o alto tudo conduzirão!

(Mar das alturas, de ares e luzes se derramando)Anjos pesados bem para baixo todo o pesado concentrarão!

(Lá nas baixuras, um mar fulgura, de vivas chamas)

O tERCEIRO DIALevaram os anjos o fogo bem para cima,

E em baixo da sua luz nasceu o mar.Então por ordem de Deus, o mar recebeu um fundo bem firme.

Logo levantaram-se montanhas e colinas,E por entre elas os rios rolaram

E, mediante a palavra divina,Os anjos das plantas então criaram

as árvores, as ervas e as flores mais lindas!

O QUARtO DIAE disse Deus:

“Façam-se luzeiros no firmamento dos céus!”

De cima para baixo, aquarelas dos alunos Erasto Dib, Miguel Kfuri, Cauã Pereira, Chiara Lubrano, Bernardo Manata e Thomas Belloni, 3° ano de 2015.

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JARDINAgEM 6ºANO

INAUgURAç ãO DA NOVA PLAC A MUtIRãO NO SábADO LEtIVO, gRAtIDãO A tODOS QUE PARtICIPARAM!!!

SábADO COM ARtE FEStA DA LANtERNA

hORtA E PREPARADO bIODINÂMICO 3º ANO

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João, o Batista, viveu em um tempo de intensas mudanças espirituais! O planeta Terra e toda a humanidade vivenciariam profundas transformações a partir da vinda do Cristo. E João tinha como uma de suas missões “abrir o portal” que marcaria a mudança das eras...

João o Batista, que vivia e se fortalecia na “solidão dos desertos”, tinha que preparar o coração dos homens para o advento do Cristo. Ele representava a força de um tempo que estava terminando e que iria impulsionar a chegada de tempos novos. Realizava o batismo nas águas preparando os corações humanos para o renascimento. Sua força impulsionava o “sair das trevas” em direção à luz de uma nova consciência e abria os corações para receber o “batismo de fogo”.

E hoje, adentramos na “época de João”, vivenciando inúmeras mudanças na própria natureza. O nosso outono, sempre seco na região sudeste, foi chuvoso e úmido. Seus dias de céu “azul intenso” cederam lugar a dias “carrancudos” cobertos com um manto cinza e pesado, escorregadio de chuva fina e fria. O convite ao recolhimento chegou mais cedo. Adentramos no inverno mais preparados para viver a interiorização, a busca de nós mesmos e da nossa luz. A busca da força para enfrentar tantas e tão necessárias transformações...

É nessa atmosfera que toda a comunidade do Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais (nossa querida “antiga Pólen”) está vivenciando seus “tempos de transformação”. Cada um de nós enquanto aluno ou pai, professor ou funcionário vivencia uma “passagem”. Estamos caminhando em direção a novos rumos. E sabemos que todo verdadeiro “passo adiante” exige uma transmutação, exige o apalpar imenso de perigos, um falecer na escuridão. Mas, o que vem depois, é o renascimento, um ser real e novo, com mais um capítulo em sua história, um novo brilho.

Assim estamos nós: mais flexíveis, renascidos e renascendo. Acolhemos o Ensino Médio e todos os seus inúmeros desafios e exigências que surgem e, certamente, ainda surgirão a partir de então. Nossos alunos chegam trazendo suas próprias e profundas transformações físicas, anímicas e espirituais. Nessa fase, os desejos e espinhas podem brotar em profusão. O impulso da vontade se impõe e o jovem quer dar sua opinião em tudo, quer ser ouvido e quer modificar o mundo.

O processo de metamorfose leva cada jovem, e por diferentes caminhos, a necessitar do aprendizado através da liberdade. Intensas mudanças, que os induzem a se entregarem aos desafios para estabelecer sua identidade. Essas vivências podem ser muito solitárias e até dolorosas. Mas, também podem ser fortalecedoras. E serão. Principalmente se forem partilhadas e permeadas com verdadeiro amor. É aí que nós mergulhamos, junto com eles, no desafio de acolher essa etapa com carinho e respeito.

E a Pólen muda de nome; passa a ser o Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais. Não é uma “mera mudança”. É, isto sim, uma mudança que busca um sentido real. O novo nome carrega a força da busca de integração dos jovens. Os professores e funcionários do Colégio anseiam em criar um local de encontro e de troca de opiniões, onde o jovem pode expor

seus sentimentos e pensamentos, assim como pode ouvir seu ressoar no mundo. Um local onde o jovem aprenderá a equilibrar o falar com o “ouvir o outro”, a conviver com limites que irão contribuir para vivências um pouco mais harmoniosas (e vivências harmoniosas são tão difíceis de acontecer nessa etapa da vida!).

Por isso, nessa “época de João” temos muito o que comemorar! Vamos acender a fogueira, aquecer nossos corações, e “experienciar” este nosso momento tão especial de “ser como a lenha que diminui para que as labaredas cresçam”! Vamos festejar essa força tecelã da vida que amplia e transforma nossos processos, desfaz nossos nós e propicia, com alegria e esperança, a superação de todas as solitárias transformações.

Esse é o momento de esperança que vivemos enquanto comunidade. Esperança de contribuir para que a experiência do “deserto íntimo”, que cada jovem vive tão intensamente, seja fortalecedora como foi para João Batista, no deserto. E é assim que nós buscamos vivenciar a “Época de João”, nestes tempos de tanta transformação: com o calor do verdadeiro acolhimento, com a força da veneração, da partilha, da gratidão; com o coração enfim aberto aos novos tempos. Queremos aprender com João Batista, a extrair força do silêncio para conduzir nossos jovens a descobrir sua própria força anímica que os impulsiona em direção ao encontro “consigo mesmo”.

Então, vamos comemorar junto à fogueira e aproveitar para fortalecer o fogo divino e transformador que brilha em nós, que propicia o trabalho íntimo e nos recompensa com o “encontro com o nosso eu” e o encontro com Aquele que É.

Luzia Márcia de Araújo, Professora de Ensino Religioso Cristão Livre (ERCL) do 9ºano.

* As seguintes fontes foram consultadas:- A ciranda das festas Anuais”. Emil Bock.

- Desertos, a celebração de São João. Ana Paula Cury.- Época de João renascer. 2009. Revista Nós,

publicado na sociedade Antroposófica do Brasil.- Época de São João. 2002. Revista Nós da escola

Waldorf Rudolf Steiner. São Paulo.- O Evangelho de João. Rudolf Steiner.

- Simbolismo da Festa Junina. Anna Maria M. Karassawa. 2008. Boletim nº 19 de junho. Escola Turmalina-Pedagogia Waldorf.

ÉPOC A DE JOãO, ÉPOC A DE tRANSFORMAç ãO

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Nos caminhos da vida sempre teremos momentos em que precisaremos ser guiados e envolvidos por forças protetoras, para irmos de encontro aos nossos anseios maiores ou para não sofrermos desvios. São os momentos em que somos educados para posteriormente traçar novos caminhos ou confirmar o que recebemos em livre escolha.

Nas leis da biografia humana os três primeiros setênios formam o período da educação, ou seja, a condução do ser em desenvolvimento por seres já formados. Podemos ler também na biografia de uma instituição tais períodos.

Há 30 anos atrás nascia a pequena Pólen, aquela que nos conduziria pela constante trajetória da busca de um ideal à sua realização. Cresceu, amadureceu, mudou, mas sempre nos carregando de um mundo ao outro. Trazendo o germe do impulso para fecundar o que tanto desejávamos cultivar como vida educacional aqui em nossas terras.

Hoje, depois do longo período de transições e crises de crescimento, após tantos percursos no empenho de sedimentar a nossa tão almejada Pedagogia nas Minas Gerais, um novo tempo se anuncia permitindo a convivência de alunos dos três primeiros setênios em nosso espaço de trabalho. Isto só foi possível através da ampliação e fortalecimento de um corpo docente formado por professores de todas as áreas de atuação: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio. Enquanto a ampliação se dá com a entrada de novos membros que trazem nova força e novas perspectivas ao trabalho, o fortalecimento se dá pela consolidação da experiência e comprometimento dos professores que já atuam há mais tempo nesta pedagogia e na escola e que assumem conduzir o próprio destino daquela que até então nos carregava para lá, onde precisávamos haurir

forças para a nossa prática diária. É hora de exercitarmos com total clareza e coragem a busca do caminho por nós mesmos e de nos tornarmos um grupo, que se direciona para a mesma meta e mesmo compromisso; fazer da antroposofia e da sua pedagogia uma realidade em nossas terras, para que muitas gerações possam se desenvolver por meio delas e atuarem no destino do mundo e da humanidade de forma livre, responsável e altruísta.

Após a conclusão de um período de formação é em cerimônia solene que podemos dizer sim aos novos passos que daremos e confirmar a condução que

recebemos e que nos permitiu dar os primeiros e decisivos passos em nossa vida profissional.

Um novo título nos atrela à busca da liberdade humana caminhando lado a lado com todos aqueles que vislumbram uma mesma direção: colegas de trabalho, pais, amigos e colaboradores agora unidos em um só Colégio. O novo nome- Rudolf Steiner- é daquele que, diante de nós, revela a real feição do homem e que estará sempre ao nosso lado, à medida que, em nosso trabalho diário, incentivamos em cada aluno a busca por esta verdadeira imagem do homem.

Assim firmamos nosso compromisso diante de todo passado e futuro da Pedagogia Waldorf e da sua autêntica expressão em nossas terras: Minas Gerais.

O Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais se cria como última etapa da metamorfose realizada pela Pólen Escola Waldorf invertendo a posição de conduzida pelas forças espirituais imanentes para a posição de condutora das forças transcendentes de seu próprio destino.

Professora Rosa Fantini

O Conselho de pais tem tido uma participação ativa na vida da escola. Nos anos anteriores, conseguimos nos mobilizar, ainda não da forma ampla como queríamos, mas participando dos eventos, das construções importantes, das questões problemáticas, sempre

entendendo nosso papel no tripé de sustentação, conforme orientado por Rudolf Steiner. Ele diz que

“o nosso objetivo é formar seres humanos livres, capazes por si mesmos, de imprimir propósito e direção às suas vidas”. Esse é nosso diferencial frente a outras escolas e organizações educacionais. Entender esse papel, ao lado da apI e do Corpo pedagógico, é entender a própria pedagogia Waldorf, como se dá o processo de ensino aprendizagem e a importância da participação da família na garantia do objetivo proposto por Steiner.

Em 2015, quisemos começar diferente. Começamos mais cedo e mais propositivos, resgatando o que já estava em andamento e com novas ações. Nossa principal ação, no momento, tem sido a organização do Cadastro de pais. por meio desse instrumento, criado especificamente para nosso Colégio, tentamos conhecer a comunidade de pais, suas habilidades, suas disponibilidades, para obter uma visão global de qual é, e para que direção vai nossa a força.

Estamos terminando a primeira etapa. Em duas semanas conseguimos 272 respostas ao formulário de cadastro. Esse número representa 52% do grupo de pais; queremos mais. Continuaremos, sem desanimar, até conhecermos todas as famílias do colégio. Daremos continuidade ao processo de cadastro, analisando as respostas que tivemos, e faremos um esforço extra, agora

quase que mano a mano, para conquistar as demais famílias que ainda não responderam. E precisamos da ajuda de todos. Temos certeza da nossa força e capacidade de organização. E estamos otimistas para continuar o trabalho porque acreditamos que conhecer nossa comunidade fará toda a diferença na contribuição que os pais podem dar para o colégio.

Não deixamos de lado as outras frentes já iniciadas. algumas comissões estão se organizando e já mostram seu trabalho. Tivemos uma primeira iniciativa da comissão de estacionamento, que refez toda a pintura das faixas do estacionamento e que está atualizando um manual para a utilização desse espaço. alguns pais já se dispuseram a participar tanto da comissão de eventos quanto da comissão de mobilização de recursos.

Os frutos do trabalho do Conselho de pais têm sido aparentes, bonitos e gostosos. E enchem de orgulho a nós que fazemos parte do grupo. É muito bom ver a comunidade em comunhão, buscando ocupar esse espaço – que é nosso – na vida de um colégio em que a pedagogia Waldorf dá o tom. Não reconhecer esse espaço e não ocupá-lo seria negar a própria sustentação da pedagogia.

Utilizamos das palavras de Chico Buarque para expressar o que sentimos:

“Todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco, todos nós no mesmo barco, não há nada a temer”.

Coordenação do Conselho de pais – Cristiana arreguy, Raquel Mohallem, Serena Improta, Sofia amorim e Steve Blanton.

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Feirinha Fundo de Quintalalimentos Orgânicos.Terça-feira, de 11:00hs à 13:00hsartesanatos:Quarta-feira, de 11:00hs à 13:00hs

A Lojinha está de volta!!!Diariamente, de 11h00 às 13h00Agora sob direção de um grupo de pais, toda verba arrecadada é re-vertida para a Escola

Minha jornada na Pólen começou em 2001, quando entrei no segundo ano. Logo percebi que era um lugar diferente, pelo contato que tínhamos com a natureza e com as diversas áreas do conhecimento (incluindo as artes e a língua alemã).

A vivência que tive na escola durou até 2008 e deixou muitas saudades e ótimas lembranças dos amigos e professores que conheci. Gostaria muito que o Ensino Médio já existisse no meu período como aluno!

Quando saí da Pólen, realmente, senti falta do “ambiente Waldorf”, contudo, consegui me adaptar e me saí bem. E como a minha escolha sempre foi cursar medicina, demorei mais tempo para entrar na universidade, em relação aos outros colegas, por causa da grande concorrência (mas sempre faltaram poucos pontos!).

Assim, agora em 2015, estou cursando medicina na UNIFENAS em Belo Horizonte, e percebo que todo o esforço, dedicação e boa vontade valeram a pena, porque me sinto muito feliz e realizado!

Agradeço o convite de escrever para o ALVORADA!

Estudar na Pólen, hoje Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais, foi uma oportunidade maravilhosa e quero que, no futuro, meus filhos também estudem lá...

Gabriel Greco S. Salve

JULHO11- Festa de São João do En. Fundamental e Médio13 a 31 - Recesso escolar 18 a 22 - 11ºMód. Curso de Pedagogia Curativa20 a 28 - 12º Mód. Curso de Pedagogia Waldorf

AGOSTO03 - Inicio do 2º semestre09 - Dia dos pais.15 - Assunção de Nossa Senhora 19 - Reunião do Conselho de Pais22 - Passeio da Pipa – Ed. Infantil.24 a 28 - Rematrícula Maternal e Jardim31 - Rematrícula 1º ao 5º ano

SETEMBRO

01 a 04 - Rematrícula 1º ao 5º ano07 - Feriado - Independência do Brasil08 a 11 - Rematrícula 5º ao 10º ano12 - Sábado Letivo -Feira literária - 2ª Encontro das Letras 16 - Reunião do Conselho de Pais19 - Festa da Primavera - Ed. Infantil30 - Alvorada de Micael

Gabriel Solis Botelho Ex-aluno do CRSMG - 9º ano 2013

passará 3 semanas na alemanha em julho de 2015 para se aprofundar

na língua e na cultura alemã na companhia de estudantes de

diversos países do mundo.

Bolsa Integral de Estudos pela iniciativa paSCH -

Colégio Santo antônio / Instituto Goethe / Governo alemão

PARAbÉNS !!!

Eliana Santos - Paisagista e Consultora em Agricultura biodinâmicaElaboração de projetos, revitalização de jardins, pomares e hortas, aliando as técnicas da Agricultura Biodinâmica, criada por Rudolf Steiner, a soluções criativas, harmoni-zando a arquitetura do espaço com o meio ambiente e às necessidades dos clientes.

Contatos :Telefones.: (31) 9108.4812 E-mail.: [email protected]

21 de junho a 22 de setembro