fatores causadores da indisciplina em … · volitiva. uma compreensão ... a orientá-la em...
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FATORES CAUSADORES DA INDISCIPLINA EM SALA DE AULA:
transformando desmotivação em interesse.
Inês Maria Bianchini de Quadros Xavier1
Orientadora: Sonia Ana Leszczynski 2
RESUMO
Por meio deste estudo, procurou-se identificar as verdadeiras causas da indisciplina, motivação e interesse dos alunos do terceiro ano do ensino médio. A falta de motivação e interesse dos alunos pelas salas de aula mostrou que o ensino médio cresceu muito rápido, e que a falta de condições causa um desestímulo aos alunos, como a falta de professores melhores capacitados para o trabalho com este nível de ensino e o número excessivo de alunos em sala de aula. De modo geral ocasionando vários fatores que comprometem o ensino-aprendizado como, a indisciplina em sala de aula, a evasão escolar, a migração para escolas de jovens e adultos, e até mesmo a opção de trocar o estudo, por um trabalho qualquer.
Palavras chaves: motivação, interesse, sala de aula.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo procurou contribuir para apresentar indicativos que tornem a
escola atrativa e relevante para os alunos. Identificando as causas da indisciplina em
sala de aula. Bem como, despertando nos alunos a importância dos estudos
relacionados com seu cotidiano, adaptando-os de acordo com suas necessidades e
ações, promovendo uma reflexão por parte dos professores em relação as suas
estratégias de motivação, utilizadas nos 3º anos do ensino médio, transformando a
desmotivação em interesse. Por meio da pesquisa, percebeu-se que a adolescência
1 Pedagoga da rede pública do Estado do Paraná,no Colégio”São José”Ensino Médio e Profissional,na Lapa-Pr.
2 Chefe do Departamento de Educação
Universidade Tecnologica Federal do Paraná - UTFPR
é uma fase da vida em que mudanças estão acontecendo de forma acentuada, tanto
físicas quanto psicológicas. E por consequência acarretam dificuldades para o
professor que não conhecer um pouco dessas características evidenciadas nos seus
alunos, pois estas mudanças geralmente acontecem acompanhadas com crises de
identidade, mudanças de humor repentinas, brincadeiras para chamar a atenção,
agressividade, etc, Situações estas que deveriam ser do conhecimento do professor
e tratadas como tal e, não simplesmente como indisciplina ou falta de interesse.
Portanto, o professor que ministra aulas para essa faixa etária necessitaria conhecer
psicologia da adolescência, para ter condições para lidar com estas situações de
maneira mais natural e eficaz. Quando pensamos numa sala de aula, em relação
aos conteúdos trabalhados, buscamos logo as soluções que sejam mais
interessantes e motivadoras para que os alunos tenham interesse e participação. O
professor deveria planejar e organizar suas aulas, de acordo com o de interesse de
suas turmas. Ser professor hoje em dia, é um trabalho que está se tornando cada
vez mais difícil, principalmente quando se trata de trabalhar com adolescentes.
Assim, é preciso criar um ambiente propício ao desenvolvimento harmonioso
dos alunos, objetivando a participação e a responsabilidade de cada um nesse
ambiente, respeitando as diferenças e individualidades, pois desta forma a
aprendizagem poderá ocorrer com mais facilidade e tornar-se-á motivadora. Mas,
para que isto aconteça, é necessário que o professor reflita e analise as formas com
que está desenvolvendo seus trabalhos, se estão condizentes com a realidade dos
alunos, se esta é a melhor forma de desenvolvê-los para que os resultados sejam
positivos. Como professores, precisamos investir cada vez mais em conhecimentos
e práticas diferenciadas, procurando ser criativos na escolha da metodologia de
ensino. A realidade está mudando a cada dia, os alunos de hoje estão em contato
constante com o desenvolvimento tecnológico e, recebendo inúmeras informações
num simples acesso a internet, isto faz com que percebam mais rapidamente a falta
de conhecimento do professor sobre assuntos abordados em aula. Quando isto
acontece, o aluno acaba tomando certas atitudes que não condizem com a realidade
da sala de aula, e o trabalho do professor então, torna-se desvalorizado. Isto leva os
professores a concluírem que os alunos não gostam de estudar, não vêm
importância nos estudos para seu futuro ou não gostam de sua disciplina.
Motivar para a aprendizagem escolar é uma tarefa nada fácil, pois se percebe
que os alunos não encontram razões para aprender. Se o aluno não encontra
significado no trabalho que tem a realizar, se não vê perspectiva futura nesta
aprendizagem, para que estes problemas não se tornem mais graves, o professor
precisa analisar cada caso e aprender a olhar de forma diferente, procurando
entender quais as causas que levam os alunos a agirem dessa forma e o que é
possível fazer para que esta realidade reverta em benefícios positivos. A motivação,
o interesse e a participação dos alunos nos diversos níveis de escolaridade tem sido
hoje, uma das grandes preocupações de todos aqueles que estão diretamente
ligados com a educação. São queixas incansáveis de professores, tais como, falta
de participação e interesse pelas aulas, ausência no cumprimento das tarefas,
conversas entre colegas, saídas da sala durante as aulas, ignorando a presença do
professor, que por conta disso, acaba tomando atitudes, nem sempre aceitas pelos
alunos.
2 CITAÇÕES
Como especialistas em educação, quando pensarmos numa sala de aula,
deveríamos logo buscar as soluções mais interessantes e viáveis para que os
alunos tenham interesse e participação, quanto aos conteúdos abordados. O
professor deve planejar e organizar suas aulas, de acordo com o centro de interesse
da turma. Ser professor hoje em dia é um trabalho que está se tornando cada vez
mais difícil e estressante, principalmente quando se trata de trabalhar com
adolescentes. A adolescência é uma fase da vida em que mudanças, tanto físicas
quanto psicológicas, estão acontecendo de forma acentuada. As mudanças pelas
quais estão passando são expressas por meio da falta de interesse pelos assuntos
abordados, bem como por meio de problemas de relacionamento com colegas e
com o próprio professor. Estas questões acentuadas, cada vez mais, contribuem
para que o professor perca a autoridade em sala de aula.
É preciso oportunizar um ambiente democrático e propício ao
desenvolvimento harmonioso dos alunos, objetivando a participação e a
responsabilidade de cada um nesse ambiente, pois quando o mesmo é agradável, a
aprendizagem ocorre com mais facilidade e torna-se prazerosa.
A aprendizagem está envolvida em vários fatores, que se implicam
mutuamente e que embora possamos analisá-los separadamente, fazem parte de
um todo que depende, quer na sua natureza, quer na sua qualidade, de uma série
de condições internas e externas ao sujeito.
Para a Psicologia, o conceito de aprendizagem não é tão simples assim. Há diversas possibilidades de aprendizagem, ou seja, há diversos fatores que nos levam a aprender um comportamento que anteriormente não apresentávamos um crescimento físico, descobertas, tentativas e erros, ensino, etc. (BOCK, 1999, p. 114).
A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo
aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A
aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos,
bem como da transferência destes para novas situações. De acordo com Bock
(1999, p. 117), o processo de organização das informações e de integração do
material à estrutura cognitiva é o que os cognitivistas denominam aprendizagem.
A abordagem cognitivista diferencia a aprendizagem mecânica da
aprendizagem significativa.
Bock (1999, p. 117) destaca que a aprendizagem mecânica refere-se à
aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com
conceitos já existentes na estrutura cognitiva. Enquanto a aprendizagem
significativa, segundo a autora, processa-se quando um novo conteúdo (idéias ou
informações), relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na
estrutura cognitiva, sendo assim assimilado.
É necessário refletir que cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias
cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada
pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordâncias entre os
estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de
aprendizagem.
O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um
produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o
conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como
todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento
como uma atividade intelectual por meio da qual é feita a apreensão de algo exterior
à pessoa.
No nível social podemos considerar a aprendizagem como um dos pólos do par ensino-aprendizagem, cuja síntese constitui o processo educativo. Tal processo compreende todos os comportamentos dedicados à transmissão da cultura, inclusive os objetivados como instituições que, específica (escola) ou secundariamente (família), promovem a educação. Através dela o sujeito histórico exercita, usa utensílios, fabrica e reza segundo a modalidade própria de seu grupo de pertencimento. (PAÍN, 1985, p. 16).
Assim, na concepção vygotskyana, o pensamento verbal não é uma forma de
comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-
cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas
formas naturais de pensamento e fala. Segundo Vygotsky (1993 p.44), uma vez
admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a
todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer
fenômeno histórico na sociedade humana.
Vygotsky (1991 p. 101) afirma ainda que o pensamento propriamente dito é
gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos
interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-
volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é
possível quando entendemos sua base afetivo-volutiva.
Para Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A
relação do individuo com o mundo está sempre medida pelo outro. Não há como
aprender e apreender o mundo se não tivermos o outro, aquele que nos fornece os
significados que permitem pensar o mundo a nossa volta. Veja bem, Vygotsky
defende a idéia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro de nós
que vai se atualizando conforme o tempo passa ou recebemos influência externa.
(BOCK, 1999, p. 124).
Com isso entende-se que o desenvolvimento do individuo é um processo que
se dá de fora para dentro, sendo que o meio influencia o processo de ensino-
aprendizagem. Segundo a concepção de Vygoysky (1991, p. 2):
...se a aprendizagem está em função não só da comunicação, mas também do nível de desenvolvimento alcançado, adquire então relevo especial – além da análise do processo de comunicação – análise do modo como o sujeito constrói os conceitos comunicados e, portanto, a análise qualitativa das “estratégias”, dos erros, do processo de generalização. Trata-se de compreender como funcionam esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e que se modificam em função do desenvolvimento.
Pode-se afirmar que a aprendizagem acontece por um processo cognitivo
imbuído de afetividade, relação e motivação. Assim, para aprender é imprescindível
“poder” fazê-lo, o que faz referência às capacidades, aos conhecimentos, às
estratégias e às destrezas necessárias, para isso é necessário “querer” fazê-lo, ter a
disposição, a intenção e a motivação suficientes.
Para termos bons resultados acadêmicos, os alunos necessitam colocar tanta
voluntariedade como habilidade, o que conduz à necessidade de integrar tanto os
aspectos cognitivos como os motivacionais,
A motivação é um processo que se dá no interior do sujeito, estando,
entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o
meio, principalmente, seus professores e colegas. Nas situações escolares, o
interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de
apropriar-se do conhecimento.
A autora Bock (1999, p. 120) destaca que “a motivação continua sendo um
complexo tema para a Psicologia e, particularmente, para as teorias de
aprendizagem e ensino”.
A motivação é um fator que deve ser equacionado no contexto da educação,
ciência e tecnologia, tendo grande importância na análise do processo educativo.
A motivação apresenta-se como o aspecto dinâmico da ação: é o que leva o
sujeito a agir, ou seja, o que o leva a iniciar uma ação, a orientá-la em função de
certos objetivos, a decidir a sua prossecução e o seu termo.
A motivação é, portanto, o processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Isso significa que, na base da motivação, está sempre um organismo que apresenta uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma predisposição para agir. A motivação está também incluído o ambiente que estimula o organismo e que oferece o objeto de satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o objeto que
aparece como a possibilidade de satisfação da necessidade. (BOCK, 1999, p. 121).
De acordo com Pajares & Schunk (2001), citado por Guimarães (p. 143, 2004)
A escola representa para a sociedade ocidental uma fonte socializadora de grande impacto na vida das pessoas. Para alcançar seus objetivos é necessário, no entanto, que se promova entre os estudantes interesse genuíno e entusiasmo pela aprendizagem e desempenho escolar.
Segundo Guimarães (p. 143, 2004)
A motivação no contexto escolar tem sido avaliada como um determinante crítico do nível e da qualidade da aprendizagem e do desempenho. Um estudante motivado mostra-se ativamente envolvido no processo de aprendizagem, engajando-se e persistindo em tarefas desafiadoras, despendendo esforços, usando estratégias adequadas, buscando desenvolver novas habilidades de compreensão e de domínio. Apresenta entusiasmo na execução das tarefas e orgulho acerca dos resultados de seus desempenhos, podendo superar previsões baseadas em suas habilidades ou conhecimentos prévios. A motivação intrínseca é o fenômeno que melhor representa o potencial positivo da natureza humana. Configura-se como uma tendência natural para buscar novidade, desafio, para obter e exercitar as próprias capacidades. Refere-se ao envolvimento em determinada atividade por sua própria causa, por esta ser interessante, envolvente ou, de alguma forma, geradora de satisfação.
Desta forma, se os professores não mudarem a sua postura, as suas
metodologias, o seu modo ou maneira de ensinar, sendo mais criativos, os alunos
continuarão sendo cada vez mais desinteressados, indisciplinados, sem motivação
nenhuma, e as reclamações continuarão sendo feitas da mesma forma. A
motivação, que deveria ser o ponto principal de sua aula, não existe, porque muitas
vezes ele próprio não esta motivado a dar aquela aula.
Com este projeto pretenderei, além de pesquisar as formas de interesse e
motivação dos alunos, trabalhar essa questão, também com os professores. Afinal é
por meio do professor que a motivação para as aulas virá, pois não adianta apenas
o aluno estar motivado a aprender, se o professor não está motivado a ensinar.
As descobertas sobre as orientações motivacionais autodeterminadas, ou
seja, a motivação intrínseca e as formas auto-reguladas de motivação extrínseca
representam alternativas promissoras para se alcançar o envolvimento dos
estudantes com a escola e com sua própria educação.
Uma das principais funções da motivação é melhorar a atenção e a
concentração, desta forma, pode-se dizer que a motivação é a força que leva o
indivíduo a realizar uma determinada tarefa.
Bock (1999, p. 121) também afirma que a preocupação do ensino tem sido a
de criar condições tais, que o aluno “fique a fim” de aprender. Desta forma, o
professor deverá planejar para as suas aulas, metodologias que promovam a
investigação, o desafio, a resolução de problemas, para desta forma instigar a
motivação, por meio de técnicas e metodologias simples, que poderão enriquecer
suas aulas motivando seus alunos a aprender.
Motivar passa a ser, também, um trabalho de atrair, encantar, prender a
atenção, seduzir o aluno, utilizando o que a ele gosta de fazer como forma de
engajá-lo no ensino.
Bock (1999, p. 122), cita algumas sugestões de como criar interesses:
Propiciando a descoberta. Bruner é defensor desta proposta. O aluno deve ser desafiado, para que deseje saber, e uma forma de criar este interesse é dar a ele a possibilidade de descobrir.. desenvolver nos alunos uma atitude de investigação, uma atitude que garanta o desejo mais duradouro de saber, de querer saber sempre. Desejar saber deve passar a ser um estilo de vida. Essa atitude pode ser desenvolvida com atividades muito simples, que começam pelo incentivo á observação da realidade próxima ao aluno – sua vida cotidiana - , os objetos que fazem parte de seu mundo físico e social. Essas observações sistematizadas vão gerar duvidas (por que as coisas são como são?) e aí é preciso investigar, descobrir. Falar ao sempre numa linguagem acessível, de fácil compreensão. Os exercícios e tarefas deverão ter um grau adequado de complexidade. Tarefas muito difíceis, que geram fracasso, e tarefas fáceis, que não desafiam, levam à perda do interesse. O aluno não “fica a fim”. Compreender a utilidade do que se está aprendendo é também fundamental. Não é difícil para o professor estar sempre retomando em suas aulas a importância e utilidade que o conhecimento tem e poderá ter para o aluno. Somos sempre “a fim” de aprender coisas que são úteis e têm sentido para nossa vida.
O professor deve utilizar estratégias, recursos para fazer com que o aluno
queira aprender, deve fornecer estímulos para que o aluno se sinta motivado a
aprender.
Ao motivar o aluno, o professor deverá desafiá-lo sempre. Pois, para ele,
aprendizagem é motivação, onde os estímulos provocam o interesse para a
aprendizagem.
É fundamental que o aluno queira dominar alguma competência. O desejo de
realização é a própria motivação, assim o professor deve fornecer sempre ao aluno
o conhecimento de seus avanços, captando a atenção do aluno.
Mas, para que isto aconteça, é necessário que o professor reflita e analise as
formas com que está desenvolvendo seus trabalhos, se estão condizentes com a
realidade dos alunos, se esta é a melhor forma de desenvolvê-los para que os
resultados sejam positivos. Motivar para a aprendizagem escolar é uma tarefa nada
fácil, pois se percebe que os alunos não encontram razões para aprender. Se o
aluno não encontra significado no trabalho que tem a realizar, se não vê perspectiva
futura nesta aprendizagem, para que estes problemas não se tornem mais graves, o
professor precisa analisar cada caso e aprender a olhar de forma diferente,
procurando entender quais as causas que levam os alunos a agirem dessa forma e
o que é possível fazer para que esta realidade reverta em benefícios positivos. A
motivação, o interesse e a participação dos alunos nos diversos níveis de
escolaridade tem sido hoje, uma das grandes preocupações de todos aqueles que
estão diretamente ligados com a educação. São queixas incansáveis de
professores, tais como, falta de participação e interesse pelas aulas, ausência no
cumprimento das tarefas, conversas entre colegas, saídas da sala durante as aulas,
ignorando a presença do professor, que por conta disso, acaba tomando atitudes,
nem sempre aceitas pelos alunos.
3 DESENVOLVIMENTO
O presente artigo admitiu que somos dotados de interesses e desejos
próprios, e que somos seres geneticamente sociais e, sobretudo afetivos, condições
estas, fundamentais para a aquisição de conhecimentos e motivação no processo de
ensino-aprendizagem. A presente pesquisa pretendeu detectar, focalizar e analisar,
a indisciplina, motivação e interesse de alunos do 3º ano do ensino médio, pelas
aulas, como também, o grau de perspectivas apresentadas por eles no final do
curso. Neste projeto foi abordado, o papel do conteúdo sócio-afetivo e cultural,
enquanto recurso motivacional do aluno, através da metodologia adotada pelo
professor, para a construção do conhecimento significativo e melhora do ensino-
aprendizagem, por meio da elevação da auto-estima por parte do aluno.
Para implementação do projeto, foi feito uso de questionário, aplicado nos
alunos da 3ª série, do turno da manhã, do Colégio “São José”, após longa
reflexão,discussão e debates realizadas com os alunos,eles responderam às
questões do questionário,onde procurou detectar as causas da desmotivação e
interesse dos alunos,mediante as aulas ministradas pelos professores.
4 FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS
Projeto de Implementação Pedagógica /PDE 2010
Professora: Inês Maria Bianchini de Quadros Xavier.
Orientadora: Sônia Ana Leszczynski
IES vinculada: UTFPR
Público objeto da intervenção: Alunos do 3º ano do ensino médio do turno da
manhã, do Colégio “São José” Ensino Médio e Profissional.
Tema de estudo: Fatores causadores da indisciplina em sala de aula
Título: Transformando desmotivação em interesse.
Caros alunos, o presente questionário tem por objetivo detectar os fatores
causadores da indisciplina em sala de aula. Portanto, reflitam bem antes de
responder.
Marque com um (x) apenas na alternativa que mais lhe convém.
1) Eu venho para a escola porque gosto das aulas.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
2) Eu venho para a escola porque os professores demonstram entusiasmo em
ensinar, motivando os alunos a aprender.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
3) As aulas são atraentes, despertam o interesse dos alunos.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
4) As relações afetivas entre professores e alunos, são de suma importância para a
apreensão do conhecimento.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
5) O bom professor é aquele que reúne em suas aulas, entusiasmo pelo que
faz,domínio do conteúdo e afetividade por seus alunos.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
6) Eu tenho interesse e me sinto motivado em aprender quando o professor:
a) Domina o conteúdo.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
b) Usa diversas metodologias, como: internet, TV, pen drive, filmes,trabalhos em
grupo, etc.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
c)Respeita seus alunos, trata-os bem e promove a afetividade.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
7) A disciplina que mais gosto é:............................, porque:
a) O professor domina o conteúdo.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
b) Usa metodologias diversificadas.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
c) Respeita seus alunos, trata-os bem e promove a afetividade.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
d) As alternativas “a”,”b” e “c” são fundamentais para que haja motivação em sala
de aula.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
8) A indisciplina e desinteresse em sala de aula, na sua opinião estão relacionadas
a:
a) Falta de domínio do conteúdo por parte do professor.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
b) Falta do uso de novas metodologias pelos professores.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
c) Falta de afetividade entre professores e alunos.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
d) Desinteresse por parte do professor em fazer de suas aulas, um atrativo para o
aluno querer aprender cada vez mais.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
e) Falta de perspectiavas minhas, para o futuro.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
f) O meu desinteresse e desmotivação, não tem nada haver com as aulas
ministradas pelos professores.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
9) Venho para a escola porque sou obrigado.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
10) Os conteúdos ministrados pelos professores são relacionados sempre com o
meu cotidiano.
( )concordo totalmente
( )concordo parcialmente
( )discordo parcialmente
( )discordo totalmente
4.1 Resultados da pesquisa
(45 alunos do 3º ano do ensino médio, pesquisados)
Concordo Totalmente
Concordo Parcialmente
Discordo Parcialmente
Discordo Totalmente
1) Eu venho para a escola porque gosto das aulas.
1 4 40
2) Eu venho para a escola porque os professores demonstram entusiasmo em ensinar, motivando os alunos a aprender.
6 19 20
3) As aulas são atraentes, despertam o interesse dos alunos.
3 20 22
4) As relações afetivas entre professores e alunos, são de suma importância para a apreensão do conhecimento.
42 3
5) O bom professor é aquele que reúne em suas aulas, entusiasmo pelo que faz,domínio do conteúdo e afetividade por seus alunos.
44 1
6) Eu tenho interesse e me sinto motivado em aprender quando o professor
a)Domina o conteúdo.
10 30 5
b)Usa diversas metodologias, como:internet,TV pen drive,filmes,trabalhos em grupo,etc.
44 1
c)Respeita seus alunos,trata-os bem e promove a afetividade.
45
7)A disciplina que mais gosto é:............................,porque:
a)O professor domina o conteúdo.
44 2
b)Usa metodologias diversificadas. 42 3
c) Respeita seus alunos, trata-os bem e promove a afetividade.
44 1
d)A s alternativas “a”,”b” e “c” são fundamentais para que haja motivação em sala de aula.
44 1
8)A indisciplina e desinteresse em sala de aula, na sua opinião estão relacionadas a:
a)Falta de domínio do conteúdo por parte do professor.
24 20 1
b)Falta do uso de novas metodologias pelos professores.
25 20
c)Falta de afetividade entre professores e alunos.
43 2
d)Desinteresse por parte do professor em fazer de suas aulas,um atrativo para o aluno querer aprender cada vez mais.
41 3 1
e)Falta de perspectivas minhas, para o futuro.
10 13 13 9
f)O meu desinteresse e desmotivação, não tem nada haver com as aulas ministradas pelos professores.
3 42
9)Venho para a escola porque sou obrigado.
7 35 3
10)Os conteúdos ministrados pelos professores são relacionados sempre com o meu cotidiano.
6 8 31
Tabela 1: resultados da pesquisa
5 Considerações Finais
Por meio das respostas obtidas pelos alunos, ficou claro que a desmotivação
e interesse, estão inteiramente ligados a postura do professor. Quando, os mesmos
demonstram entusiasmo em ensinar, motivam desta forma, os alunos a aprenderem.
Tornando as aulas mais prazerosas. Outro aspecto relevante que ficou claro com a
pesquisa é a relação afetiva entre professores e alunos, que se faz necessário para
a apreensão dos conhecimentos. Segundo os alunos, o bom professor é aquele que
reúne em suas aulas:
*entusiasmo pelo que faz;
*domínio do conteúdo;
*promove afetividade entre alunos e professor, respeitando-os;
*uso de metodologias diversificadas;
Fatores estes, fundamentais para que haja interesse por parte dos alunos em
sala de aula.
Por fim, concluiu-se por meio desta pesquisa, que os fatores causadores da
indisciplina no 3º ano do ensino médio, são ocasionados pela falta de:
- domínio do conteúdo, por parte dos professores;
- uso de novas metodologias e estratégias de motivação;
- afetividade entre professores e alunos;
- desinteresse por parte dos professores em fazer de suas aulas, um atrativo
para o aluno aprender cada vez mais.
REFERÊNCIAS
BOCK, Ana M. Bahia (org). Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
GUIMARÃES, Suely E. R.; BORUCHOVITCH, Evely. Estilo motivacional do professor e a motivação intrínseca dos estudantes: uma perspectiva da teoria da autodeterminação. In: Psicologia: reflexão e crítica. Londrina, PR. pp. 143-150, 2004.
LURIA; LEONTIEV; VYGOTSKY e outros. Psicologia e Pedagogia: Bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento. São Paulo: Moraes, 1991. PAÍN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 3ª edição. Porto Alegre, Artes Médicas, 1989.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1993.