fatores associados À recorrÊncia de quedas de...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO EM ENFERMAGEM DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE Cuiabá-MT 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO EM ENFERMAGEM

DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU

FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE

IDOSOS NA COMUNIDADE

Cuiabá-MT

2013

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DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU

FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE

IDOSOS NA COMUNIDADE

Cuiabá-MT

2013

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DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU

FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE

IDOSOS NA COMUNIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Enfermagem, da Universidade Federal de Mato Grosso, como

requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Área de concentração: Enfermagem e o cuidado à saúde regional

Orientadora: Profª Drª Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo

Cuiabá-MT

2013

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Catalogação da Publicação Serviço de Documentação Faculdade de Enfermagem da

Universidade Federal de Mato Grosso.

A162f Abreu, Débora Regina Oliveira Moura.

Fatores associados à recorrência de quedas de idosos na comunidade /

Débora Regina Oliveira Moura Abreu. – 2013.

97 f. : il. : color.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosemeiry Capriata Souza Azevedo.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,

Faculdade de Enfermagem, Pós-Graduação em Enfermagem, Área de

Concentração: Enfermagem e o Cuidado à Saúde Regional, 2013.

Inclui bibliografia.

Inclui anexos.

1. Idosos – Enfermagem. 2. Idosos – Quedas – Enfermagem. 3. Quedas

de idosos – Fatores associados. I. Título.

CDU – 616-083-053.9

Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931

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DEDICATÓRIA

Aos idosos participantes desta pesquisa, que compartilharam comigo suas experiências,

dificuldades, medos e dúvidas. Que me aceitaram mesmo antes de me conhecer, me

acolhendo antes de me ouvir, e que nunca se despediram totalmente do meu coração, que os

acompanha no silencio do meu trabalho e na simplicidade do meu querer. Agradeço pelo

exemplo de vida e de sabedoria que me presentearam em cada entrevista. A concretização

deste trabalho não seria possível sem vocês.

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AGRADECIMENTOS

Estive exausta, agora não mais, meu corpo se revitalizou ao final desta jornada, repleta de

muito estudo, dedicação e paciência. Do alto desta realização é o momento agora dos meus

sinceros agradecimentos.

A Deus, que segura minha mão e me ajuda a andar quando meus olhos não podem ver. Pela

força, coragem e perseverança que me concede a cada dia da minha vida. Por amarrar minhas

sandálias e guiar-me pelos caminhos. Eu trilhei os passos, mas você me mostrou a direção.

Ao meu esposo e companheiro Antônio Ricardo, que sempre demonstrou acreditar em meu

potencial e esteve incondicionalmente ao meu lado, se tornando o alicerce desta conquista,

apoiando-me com amor, paciência e dedicação.

A minha irmã Thaiara que de maneira muito especial me ajudou na coleta de dados e a todos

os meus familiares que estiveram presentes mesmo em minha ausência.

À minha querida orientadora professora Drª Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo, pelo seu

trabalho como Coordenadora do Curso de Pós-Graduação, pelos ensinamentos diários, pela

sensibilidade em conduzir o processo de orientação, pela oportunidade oferecida e por seu

apoio. Sua amizade é um presente. Tenho-lhe como exemplo.

Ao Profº Drº Ageo, pela ajuda na análise estatística, pela disponibilidade e pelas discussões

que possibilitaram segurança na compreensão e defesa do meu objeto de estudo e a Profª Drª

Annelita Almeida Oliveira Reiners pela orientação e auxilio na elaboração do trabalho.

Aos membros da banca examinadora por contribuírem na minha formação como

investigadora e enriquecer este estudo com suas considerações.

A Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, pela oportunidade

em me acolher, responsável pela minha formação como Enfermeira, e agora meu curso de

Mestrado.

Aos docentes do Programa de Mestrado em Enfermagem, pela forma que ensinam e buscam

envolver seus alunos para que tenham uma opinião critica e reflexiva em torno das questões

mais relevantes relacionadas à Enfermagem e a saúde.

Às minhas colegas do Mestrado, pelo enriquecimento nas discussões e pelos embates

intelectuais, repletos de respeito e união. Obrigada pela amizade construída e pelos

conhecimentos compartilhados.

A todos os funcionários da Faculdade de Enfermagem, pela gentileza, solicitude e atenção

sempre prestadas.

Por fim, mas não por ultimo, aos meus alunos de ontem e de amanhã, razão de ser disso tudo.

As dificuldades foram inúmeras, mas mediante a contribuição e apoio de diversas pessoas,

foram superadas. A todos aqueles que acreditaram e tornaram possível a realização deste

trabalho, a minha imensa gratidão.

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CORTAR O TEMPO

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade

de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade

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ABREU, D. R. O. M. Fatores associados à recorrência de quedas de idosos na

comunidade. 2013. 97f. Dissertação (Mestrado em enfermagem) – Programa de Pós -

Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.

RESUMO

Estudo epidemiológico, prospectivo, de coorte concorrente e seguimento de dois anos, 2012 e

2013. Objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados à recorrência de quedas de

idosos na comunidade. A população do estudo foram 109 idosos que autorreferiram quedas

em 2012. A coleta de dados ocorreu de janeiro a março de 2013, nos domicílios dos idosos

utilizando questionário com questões sociodemográficas do idoso, sua condição de saúde,

dados relacionados à queda e a recorrência de quedas. Além disso, foi utilizado Índex de

Katz, a Escala de Lawton e Brody e o Mini-Exame do Estado Mental. Os dados foram

codificados e digitados duplamente em planilhas eletrônicas, programas Epi Info versão 7.0 e

SPSS versão 18.0, após a edição dos mesmos, os erros de digitação foram comparados e

corrigidos pelo programa Data Compare. Na análise descritiva foram utilizadas tabelas de

frequência, gráficos de linha e de barra. As variáveis qualitativas foram representadas por

frequência absoluta (n) e relativa (%). Para a análise bivariada buscou-se associações entre os

fatores de risco e a recorrência de quedas através do cálculo do risco relativo das incidências

cumulativas (e seu intervalo de confiança de 95%). A análise múltipla foi realizada pela

regressão de Cox. Os resultados mostraram maior ocorrência de queda no sexo feminino,

faixa etária acima de 70 anos, baixa renda e escolaridade, com doenças crônicas, problemas

sensoriais, independentes e que fazem uso de mais de um medicamento. Quanto às

características das quedas, houve maior ocorrência de quedas da própria altura, dentro do

domicílio e com danos à saúde dos idosos e 77,6% sofreram recorrência de quedas. Desses a

maioria era do sexo feminino 62,1% e apresentava faixa etária acima de 70 anos. Na analise

bivariada as variáveis sóciodemográficas e recorrência de queda observou-se que a variável

escolaridade baixa (até 7 anos de estudo) foi associada com recorrência de queda tendo sido

esta associação estatisticamente significante (RR = 1,53; IC 95% = 0,95-2,49; p= 0,015). Em

relação à renda do idoso foi encontrada associações estatísticas limítrofes em idosos com

baixa renda (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p= 0,097). Os resultados apontam que a

ocorrência de quedas em idosos pode resultar em um relevante problema de saúde é

importante se adotar medidas preventivas para quedas de idosos tanto por profissionais de

saúde, família e sociedade. DESCRITORES: Acidentes por quedas, idoso, fatores de risco.

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ABREU, D. R. O. M. Factors associated to recurrence falls in elderly community, 2013.

97f. Dissertation (Masters in nursing) – The post – graduate Nursing, University Federal de

Mato Grosso, Cuiabá, 2013.

ABSTRACT

Epidemiological study, prospective, concurrent cohort and following two years, 2012 and

2013 . Objective of this study was to analyze the factors associated with recurrence of falls in

elderly community factors. The study population were 109 seniors who self-reported falls in

2012. Data collection occurred from January to March 2013, the homes of the elderly using a

questionnaire with demographic issues of the elderly, their health condition, related to the fall

data and the recurrence of falls. In addition, we used the Katz Index, the Lawton and Brody

Scale and Mini - Mental State Examination. Data were coded and double entered into

spreadsheets, Epi Info version 7.0 software and SPSS version 18.0, after editing the same, the

typos were compared and corrected by Data Compare program. In the descriptive analysis of

frequency, line charts and bar charts were used. Qualitative variables were expressed as

absolute (n) and relative ( % ) frequency . For the bivariate analysis we sought associations

between risk factors and the recurrence of falls by calculating the relative risk of cumulative

incidences (and its confidence interval of 95 %). Multiple regression analysis was performed

by Cox regression results showed a greater occurrence of falls in the female sex, age over 70 ,

low income and education, with chronic illness, sensory, independent and who use more than

one drug problems . Regarding the characteristics of the falls, a higher incidence of falls from

height within the home and endangering the health of the elderly and 77.6 % had recurrent

falls. Of these the majority were female and 62.1 % had age group above 70 years. By

observing the bivariate analyzes between socio-demographic variables and recurrence of fall,

it was observed that the variable low education (up to 7 years of study) was associated with

recurrence of falls and this has been statistically significant (RR = 1.53, 95% CI = 0.95 to

2.49, p = 0.015). And in relation to the elderly income, it was found borderline statistical

associations in the elderly with low income (RR = 1.44, 95% CI - 088 to 1.34, p = 0.097. The

results indicate that the occurrence of falls in the elderly can result in a significant health

problem in view of the damage caused by this event in the elderly’ s life it is important to

adopt preventive measures by both health professionals, family and society.

KEYWORDS: Falls, Elderly, Associated Factors

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ABREU, D. R. O. M. Los factores asociados con caídas recurrentes entre los ancianos de la

comunidad. En 2013. 97 septies. Dissertación (Maestría en Enfermería) – El post-postgrado en

enfermería, Universidad Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.

RESUMEN

Estudio epidemiológico, prospectivo, de cohorte competente que se segue de dos años, 2012 y

2013. Objetivo de este estudio fue analizar los factores asociados a la reaparición de caídas de los

ancianos en la comunidad. La población del estudio fueron 109 ancianos que auto-reporte caídas

en 2012. La colección de datos ocurrió de enero hasta marzo de 2013, en las viviendas de los

ancianos utilizando encuestas con cuestiones sociodemográficas del anciano, su condición de

salud, datos relacionados a la caída y la reaparición de caídas. Además, fue utilizado Índex de

Katz, la Escala de Lawton y Brody y el Mini-Examen del Estado Mental. Los datos fueron

codificados y mecanografiados doblemente en hojas de cálculo electrónicas, programas Epi Info

versión 7.0 y SPSS versión 18.0, después la edición de los mismos, los errores tipográficos fueron

comparados y corregidos por el programa Data Compare. En los análisis descriptivos fueron

utilizadas tablas de frecuencia, gráficos de linea y barra. Variables qualitativas fueron

representadas por frecuencia absoluta (n) e relativa (%). Para el análisis bivariado se buscó

asociaciones entre los factores de riesgo y la reaparición de caídas a través de cálculo de riesgo

relativo de las incidencias acumulativas (y su intervalo de confianza de 95%). El análisis múltiplo

fue realizado por la regresión de Cox. Los resultados mostraron mayor ocurrencias de caídas en el

sexo femenino, edad encima de 70 años, de bajos recursos y escolaridad, con enfermedades

crónicas, problemas sensoriales, independientes y que hacen uso de más de una medicina. Cuanto

a las características de las caídas, hubo mayor ocurréncia de caídas de propia altura, dentro de La

vivienda y con daños a la salud de los ancianos y 77,6% sofrieron reaparición de caídas. De esos,,

la mayoria era del sexo femenino 62,1% y presentaba edad arriba de 70 años. En el análisis

bivariado las variables sóciodemográficas y reaparición de caídas observó que la variable

escolaridad baja (hasta 7 años de estudio) fue asociada con reaparición de caídas habendo sido

esta asociación estadísticamente significante (RR = 1,53; IC 95% = 0,95-2,49; p= 0,015). En

relación a los recursos del anciano fueron encontradas asociaciones estadísticas limítrofes en

ancianos con bajos recursos (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p= 0,097). Los resultados apuntan

que la ocurrencia de caídas em ancianos puede resultar en un relevante problema de salud, es

importante se adoptar medidas preventivas para caídas de ancianos tanto por profissionais de

saúde, família e sociedade. por profesionales de salud, família y sociedad.PALABRAS-CLAVE:

Caídas accidentales, Anciano, Factores de Riesgo.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AVD Atividade de Vida Diária

AIVD Atividades Instrumentais de Vida Diária

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CF Capacidade Funcional

CNS Conselho Nacional de Saúde

ESF

EPIINFO

Equipe de Saúde da Família

Software de Informações Epidemiológicas

GEEPI Grupo de Estudos sobre Envelhecimento e Pessoa Idosa

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MEEM Mini-Exame do Estado Mental

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PNI Política Nacional do Idoso

PNSI Política Nacional de Saúde do Idoso

PNSPI Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

SABE Saúde, Bem-estar e Envelhecimento

SMS Secretaria Municipal de Saúde

SPSS Statistical Package for Social Sciences

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFMT Universidade Federal de Mato Grosso

WHO World Health Organization

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Esquema da seleção e leitura dos artigos encontrados......................................... 24

Figura 2 Mapa da localização geográfica do município de Cuiabá-MT. (PortalMT,

2013).....................................................................................................................

33

Figura 3

Esquema do delineamento do estudo...................................................................

34

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14

LISTA DE TABELAS

MANUSCRITO 1

Tabela 1

Distribuição dos idosos segundo características sociodemográficas. Cuiabá-

MT, 2013.........................................................................................................

67

Tabela 2 Distribuição dos idosos segundo condições de saúde. Cuiabá-MT,

2013.................................................................................................................

68

Tabela 3 Distribuição do local, características e consequências das quedas de idosos.

Cuiabá-MT, 2013............................................................................................

69

MANUSCRITO 2

Tabela 1

Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo

variáveis sociodemográficas. Cuiabá-MT, 2013.....................................

81

Tabela 2 Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo

morbidade. Cuiabá-MT, 2013.......................................................................

82

Tabela 3 Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo

condições de saúde. Cuiabá-MT, 2013.........................................................

83

Tabela 4 Análises brutas e ajustadas pela Regressão dos Riscos proporcionais de

Cox para a recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá-MT,

2013...............................................................................................................

84

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15

LISTA DE QUADROS

Quadro 1

Relação das bases de dados, estratégias utilizadas e número de referências

encontradas. Dezembro 2012 a fevereiro 2013.....................................................

23

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16

SUMÁRIO

PARTE 1 PROJETO DE PESQUISA

APRESENTAÇÃO.................................................................................. 18

1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 19

2. OBJETIVOS............................................................................................ 22

3. REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 23

3.1 Estratégias de busca bibliográfica........................................................... 23

3.2 Definição e classificação de quedas........................................................ 24

3.3 Epidemiologia e magnitude das quedas.................................................. 25

3.4. Consequências das quedas....................................................................... 26

3.5 Fatores associados para ocorrência de quedas em idosos.................... 27

3.5.1 Idade e sexo............................................................................................. 27

3.5.2 Estado civil e arranjo familiar................................................................. 28

3.5.3 Escolaridade e renda................................................................................ 28

3.5.4 Problemas de saúde................................................................................. 29

3.5.5 Uso de medicamentos.............................................................................. 29

3.5.6 Percepção de saúde.................................................................................. 29

3.5.7 Capacidade funcional.............................................................................. 30

3.5.8 Alteração do equilíbrio e pratica de exercícios....................................... 30

3.5.9 Alteração da marcha autoreferidos e necessidade de ajuda para

caminhar..................................................................................................

30

3.5.10 Déficit sensório autoreferido................................................................... 31

3.5.11 Estado cognitivo/mental.......................................................................... 31

3.5.12 Histórico de quedas recorrentes............................................................... 31

3.5.13 Fatores ambientais................................................................................... 32

4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................... 33

4.1 Tipo de pesquisa...................................................................................... 33

4.2. Local de estudo........................................................................................ 33

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4.3. População de estudo................................................................................ 34

4.4 Critérios de inclusão e exclusão.............................................................. 34

4.5. Teste piloto.............................................................................................. 35

4.6. Procedimentos de coleta dos dados......................................................... 35

4.7 Instrumentos............................................................................................ 36

4.8 Variáveis do estudo................................................................................. 37

4.9. Processamento e análise dos dados........................................................ 38

4.10. Aspectos éticos........................................................................................ 39

5

6

CRONOGRAMA....................................................................................

ORÇAMENTO........................................................................................

40

41

REFERÊNCIAS...................................................................................... 42

APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............. 50

APÊNDICE B - Termo de Compromisso............................................... 51

APÊNDICE C - Questionário.................................................................. 52

ANEXO A - Instrumento de Avaliação do Grau de Dependência para

as Atividades da Vida Diária - Índice de Katz........................................

54

ANEXO B - Instrumento de Avaliação do Grau de Dependência para

as Atividades Instrumentais da Vida Diária - Escala de Lawton e

Brody.......................................................................................................

55

ANEXO C - Mini-Exame do Estado Mental - MEEM........................... 56

ANEXO D - Parecer Consubstanciado do CEP...................................... 58

ANEXO E - Ofício encaminhado a Secretaria Municipal de Cuiabá...... 59

PARTE 2

3.1

RESULTADOS

APRESENTAÇÃO..................................................................................

60

3.2 MANUSCRITO 1 - Perfil epidemiológico das quedas de idosos

residentes na comunidade no município de Cuiabá, estado de Mato

Grosso, Brasil, 2013................................................................................

62

3.3 MANUSCRITO 2 - Fatores associados à recorrência de quedas de

idosos na comunidade, 2013....................................................................

76

PARTE 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 93

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18

APRESENTAÇÃO

O objetivo primordial deste trabalho constitui-se em analisar os fatores associados à

recorrência de quedas de idosos residentes na comunidade. Esta pesquisa faz parte de um

estudo de seguimento e temos a intenção de trazer em debate algumas questões essenciais e

norteadoras relacionadas à ocorrência de quedas em idosos na comunidade, tendo em vista o

impacto deste evento nesta população.

O presente trabalho esta dividido em duas partes. A primeira parte é composta pelo

projeto de pesquisa, onde se busca discorrer teoricamente sobre o tema que será abordado,

objetivos do estudo, material e métodos que embasaram esta pesquisa.

Na segunda parte, o leitor encontrará os resultados do estudo que resultou na

construção de dois manuscritos. O primeiro descreve as características e condições de saúde

dos idosos que sofreram quedas e as características das quedas sofridas por eles. O segundo

manuscrito analisa os fatores associados à recorrência de quedas de idosos na comunidade.

Neste trabalho, a discussão sobre o objeto de estudo não se esgota, mas fornece

elementos questionadores que podem gerar novos estudos e discussões acerca do tema, e

apontam para a necessidade de se elaborar estratégias de promoção do bem estar físico e

manutenção da saúde da população idosa.

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19

PARTE 1 - PROJETO DE PESQUISA

1. INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é um fenômeno mundial. O número de pessoas com

sessenta anos ou mais vem apresentando crescimento maior que o de qualquer outra faixa

etária. Estima-se que em 2025 existam aproximadamente 1,2 bilhões de idosos e até 2050,

esse número poderá chegar a dois bilhões (WHO, 2010).

Nos países em desenvolvimento, esse processo vem ocorrendo em passo acelerado. No

Brasil, a taxa de crescimento da população idosa também vem aumentando

significativamente, em 2010, dos mais de 190 milhões de brasileiros, 10,8% da população

total possuem 60 anos ou mais (IBGE, 2012).

As mudanças ocorridas no perfil demográfico da população foram acompanhadas por

alterações nas características de morbimortalidade dos brasileiros. Em relação aos longevos,

múltiplos fatores, dentre eles o biológico, psicológico, social e cultural influenciam o processo

de envelhecimento, atribuindo a cada pessoa que envelhece características particulares. Neste

sentido, há os que alcançam a velhice de maneira saudável, mantendo sua capacidade física e

mental de tal forma a conseguir realizar suas atividades de vida diária. Entretanto, alguns

idosos, devido a diversas circunstâncias ao longo de sua vida podem se tornar mais

vulneráveis. Em decorrência disso, muitos são acometidos por agravos e doenças que

comprometem sua qualidade de vida e saúde.

No Brasil, entre as causas de óbito das pessoas com 60 anos ou mais, prevalecem as

doenças do aparelho circulatório, seguido por neoplasias, doenças do aparelho respiratório,

endócrino e causas externas (BRASIL, 2012). Entre as causas de internação hospitalar

predominam as doenças do aparelho circulatório, aparelho respiratório, seguido por

neoplasias, doenças endócrinas e causas externas respectivamente (BRASIL, 2012).

Tal panorama causa impacto significativo nos custos com tratamento, hospitalização e

reabilitação. O idoso consome mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais

frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior do que o de outras faixas etárias. Em geral,

as doenças dos idosos perduram por vários anos e exigem acompanhamento médico e de

equipes multidisciplinares permanentes, além de intervenções contínuas (VERAS, 2009).

Um dos agravos que tem acometido a população brasileira e que tem sido objeto de

preocupação por parte de estudiosos e governo são as causas externas (acidentes e violências).

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Entre 2000 e 2010, elas apresentaram um aumento de 19,1% na taxa de internação hospitalar

da população geral, o gasto com hospitalização (SUS) por causas externas no Brasil, em 2011

foi equivalente a R$ 1 bilhão (DATASUS, 2011).

Dentre as causas externas, os acidentes por quedas constituem um dos maiores agravos

que atingem os idosos e representam um problema de saúde pública importante e crescente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de

idade sofrem quedas a cada ano, subindo esta proporção para 32% a 42% para os idosos com

mais de 70 anos (WHO, 2010).

Nos Estados Unidos da América em 2007, havia quase 1,5 milhões de quedas

relatadas em pacientes com 75 anos de idade ou mais, dos quais aproximadamente 400.000

necessitaram de internação hospitalar, e em 2010 gerou um custo de 28,2 bilhões de dólares

(CDC, 2012).

No Brasil, em 2011, foram 373.105 internações no SUS por quedas, as quais são os

agravos de maior ocorrência como causa de internação no Brasil. Para faixa etária de 60 anos

e mais, as mulheres superaram os homens, com taxas de 43,6 por 10 mil mulheres e de 35,7

por 10 mil homens. A maior proporção das quedas foi para as quedas acidentais com 49,8%

do total, seguido de 34,4 de quedas da própria altura. Em relação à mortalidade, dados

revelam que em 2010, 24.760 pessoas com idade acima de 60 anos morreram por quedas no

Brasil (DATASUS, 2011).

As quedas podem ter consequências diretas e/ou indiretas na saúde das pessoas e

podem acarretar grande impacto tanto na vida do idoso quanto dos familiares e cuidadores. O

idoso pode sofrer lesões, diminuição da mobilidade e funcionalidade, bem como o aumento de

sua susceptibilidade a doenças (YU et al., 2009; WAGERT et al, 2009). Maia (2011), em

revisão da literatura sobre as consequências das quedas em idosos vivendo na comunidade,

descobriu que, na maioria dos estudos, as fraturas de fêmur e quadril foram as mais

frequentes.

Indiretamente, as quedas acarretam restrições das atividades dos idosos, medo de cair

novamente, atitudes protetoras de familiares ou cuidadores, além de aumento da demanda por

consumo de serviços de saúde e, por conseguinte, dos gastos públicos (RIBEIRO et al., 2008).

Um número considerável e crescente de estudos sobre quedas de idosos tem sido

desenvolvido no mundo por diversos profissionais da área da saúde, abordando diferentes

aspectos deste evento.

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Em relação às quedas de idosos na comunidade, os aspectos mais pesquisados

nacionalmente são prevalência, incidência, causas e consequências das quedas, fatores de

risco e perfil de idosos que sofreram quedas (CELICH et al., 2010; GAWRYSZEWSKI,

2010; SIQUEIRA et al., 2011; MAIA, 2011;.DANTAS et al., 2012; CRUZ et al., 2012;

PINHO, 2012). Por outro lado, na literatura internacional evidenciamos maior interesse pelos

aspectos relacionados à prevenção das quedas (TINETTI, 2008; FORTINSKY ET AL., 2008;

WONG et al. 2010; SALMINEM, 2009; LAGUNA-PARRAS et al. 2010; ELSKAMP et al.,

2012; PONCE, 2012; WILLIAMS, ULLMANN, 2012).

Dos estudos nacionais, a maioria foi realizada em cidades das regiões Sul e Sudeste.

Na região Centro-Oeste, alguns estudos sobre quedas de idosos na comunidade têm sido

realizados. Em Goiânia, Silva et al. (2007) caracterizaram as situações de quedas em idosos

em uma comunidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF), e Menezes, Bachion (2008)

realizaram um estudo com o objetivo de identificar a presença de fatores intrínsecos que

predispunham a quedas os idosos residentes em instituições de longa permanência. Em outro

estudo, as mesmas autoras identificaram a prevalência de quedas em idosos

institucionalizados e caracterizaram o seu contexto (MENEZES, BACHION, 2012).

GAI et al. (2010), verificaram os fatores associados à presença de quedas em um

grupo de 83 mulheres idosas independentes e autônomas em Brasília/DF. Soares (2009)

analisou a associação entre dados sóciodemográficos, antropométricos, de medo de cair e de

desempenho físico-funcional relacionados à mobilidade, ao equilíbrio funcional e quedas em

idosos na cidade de Cuiabá - Mato Grosso.

Estudo realizado por Cardoso (2013) com a população idosa residente na área urbana

da cidade de Cuiabá, sobre as condições de saúde da população idosa, evidenciou que, das

573 pessoas com 60 anos e mais pesquisadas, 109 sofreram quedas nos últimos três meses, ou

seja, 19,0% da população estudada. A fim de melhor conhecer esses idosos e o evento da

queda referida, foi realizado um estudo de seguimento a fim de responder às seguintes

questões: Quais as características sociodemográficas e condições de saúde dos idosos que

sofreram quedas? Quais as características das quedas sofridas? Houve recorrência de quedas

entre estes idosos? Que fatores estão associados a recorrência de quedas desses idosos?

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2. OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar os fatores associados à recorrência de quedas de idosos residentes na

comunidade.

Objetivos específicos

Descrever as características sociodemográficas e condições de saúde dos idosos que

sofreram quedas;

Descrever as características das quedas sofridas pelos idosos;

Analisar a recorrência de quedas dos idosos e os fatores associados;

Avaliar a associação da recorrência de quedas e as variáveis sociodemográficas,

condições de saúde e morbidades.

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3. REVISAO DE LITERATURA

3.1 Estratégias de busca bibliográfica

Para a revisão da literatura foram realizadas buscas nas bases de dados Medline,

Lilacs, Ebsco, Web of Science e Scopus. Utilizaram-se os seguintes descritores: adult, aged,

elderly, factors, risk factors, acidental falls, e acidental prevention.

No Quadro 1 encontram-se as estratégias utilizadas nas buscas, bem como a

quantidade de textos encontrados.

Base de dados Estratégias utilizadas

Número de

referências

encontradas

MEDLINE

"adult"[MeSH] OR adult[tiab] OR "aged"[MeSH] OR

elderly[tiab] OR "aged"[MeSH] OR aged[tiab]) AND

"risk factors"[MeSH] OR risk factors[tiab]) AND

"accidental falls"[MeSH] OR accidental falls[tiab]

2071

LILACS

"adulto" OR "idoso" OR "idoso de 80 anos ou mais"

[Palavras] AND "quedas" [Palavras] AND "fatores de

risco" [Palavras]

85

EBSCO

elderly AND risk factor AND accidental falls 223

WEB OF

SCIENCE

aged AND acidental prevention AND falls OR elderly

AND risk factors AND acidental falls 594

SCOPUS

adult OR elderly OR aged AND risk factors AND

accidental falls 1200

TOTAL 4173

Quadro 1. Relação das bases de dados, estratégias utilizadas e número de referências

encontradas. Dezembro 2012 a fevereiro 2013.

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As buscas foram realizadas no período de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013.

Inicialmente foram encontradas 4173 publicações. Estabeleceram-se como critérios de

inclusão artigos publicados nos últimos 10 anos e que abordavam sobre quedas de idosos.

Excluíram-se teses, dissertações, livros e capítulos de livros.

Após as buscas, realizou-se a leitura dos textos, primeiro por títulos, foram

descartados 3953. Procedeu-se então a leitura do resumo de 220 artigos, destes 80 foram

selecionados para a leitura na íntegra. Todos eles foram incluídos na revisão de literatura. Ao

realizar essas leituras foram incluídos 22 artigos referenciados nos textos lidos. A Figura

abaixo resume o processo de seleção e leitura dos artigos.

Figura 1. Esquema de seleção e leitura dos artigos encontrados

Além da busca sistemática, foram levantados documentos, relatórios e trabalhos

desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e

Organização Mundial da Saúde.

3.2 Definição e classificação de quedas

Há muitas definições de quedas, para Tinetti et al. (1988) queda é uma situação em

que o indivíduo inadvertidamente vem a apoiar-se no solo ou outro nível inferior, não em

consequência de um evento intrínseco importante ou de um risco impossível de ser dominado.

Já Nevitt et al. (1989) define queda como ação de cair no piso ou no chão, cair e bater num

objeto como cadeira ou escada.

Neste estudo, adotou-se a definição da Organização Mundial da Saúde, para a qual

queda é um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial,

com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais

que comprometem a estabilidade (WHO, 2010).

Autores como PERRACINI (2002) e SIQUEIRA (2011) dividem tais circunstâncias

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em fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos estão relacionados com as

alterações fisiológicas do envelhecimento (exemplo: idade, sexo, estado civil , escolaridade e

renda, problemas de saúde, uso de medicamentos, percepção de saúde e limitações

funcionais). Os fatores extrínsecos estão relacionados às circunstâncias ambientais e sociais

que oferecem risco ao idoso.

A queda pode ser classificada segundo a frequência com que ocorre em acidental ou

recorrente. A queda acidental é um evento único que dificilmente voltará a se repetir, e é

decorrente de uma causa extrínseca ao indivíduo. Já a queda recorrente, expressa a presença

de fatores etiológicos intrínsecos como doenças crônicas, polifarmácia, distúrbios do

equilíbrio corporal, déficits sensoriais e cognitivos (PERRACINI, 2005).

3.3 Epidemiologia e magnitude das quedas de idosos

Episódios de quedas são comuns em todas as fases da vida, no entanto entre as pessoas

idosas tais eventos são preocupantes. Talbot et al, (2005) analisaram as quedas em três grupos

etários distintos em jovens, pessoas de média idade e os mais idosos. Concluíram que este

evento ocorre em todas as faixas etárias, porém em idosos, esse evento está associado com o

processo saúde doença, e nos mais jovens se relacionam com o estilo de vida.

Com o avançar da idade, o risco de cair aumenta significativamente, o que coloca esta

síndrome geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública, dada a alta incidência,

mortalidade, morbidade e os custos sociais e econômicos decorrentes das lesões provocadas, e

por serem eventos passíveis de prevenção (CRUZ, 2012; PINHO, 2012).

Dados do Ministério da Saúde (2006) mostram que cerca de 30% das pessoas idosas

sofrem quedas a cada ano. Esse número aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80

anos e 50% entre os idosos institucionalizados. As mulheres tendem a cair mais que os

homens até os 75 anos de idade, a partir dessa faixa etária, as frequências se igualam. Dos que

caem, cerca de 25% requerem hospitalização e, destes, apenas metade sobreviverá após um

ano.

Em estudo realizado com 4.003 idosos em 41 municípios de sete estados do Brasil

(Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e

Piauí), a prevalência de quedas encontrada foi de 34,8% (SIQUEIRA et al., 2011).

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Ribeiro et al. (2008), ao analisar o efeito das quedas e suas consequências na qualidade

de vida de idosos, verificaram que 37,5% admitiram ter caído no ultimo ano e dos que caíram

29,6% relataram mais de uma queda.

Episódios de quedas são comuns em todas as fases da vida, no entanto, em se tratando

de pessoas idosas, tais eventos são preocupantes, pois podem levá-lo a incapacidade, injuria e

morte. O custo social da queda pode ser aumentado se o idoso tem sua autonomia e

independência diminuída, ou passa a necessitar de institucionalização.

Os custos das quedas variaram entre 0,85% e 1,5%, do total gasto com a saúde na

Austrália, Estados Unidos, União Européia e Reino Unido (HEINRICH et al., 2010). No

Brasil, em 2009, o Sistema Único de Saúde gastou aproximadamente 81 milhões de reais com

o tratamento de fraturas decorrentes de quedas de idosos (BRASIL, 2010).

3.4. Consequências das quedas de idosos

A maior suscetibilidade dos idosos de sofrerem lesões decorrentes de uma queda se

deve à alta prevalência de comorbidades presentes nesta população, associada ao declínio

funcional decorrente do processo de envelhecimento. O aumento do tempo de reação e

diminuição da eficácia das estratégias motoras do equilíbrio corporal podem transformar uma

queda leve num evento potencialmente perigoso (PERRACINI, 2011).

As consequências físicas mais comuns decorrentes das quedas são fraturas, medo de

cair, lesão, hematomas, redução da mobilidade e hospitalização. Em um estudo com 1100

idosas britânicas, 27,2% caíram nos 12 meses que antecederam a entrevista, dentre essas

20,5% resultaram em fraturas (IGLESIAS et al., 2009).

Nachereiner et al. (2007), ao pesquisar mulheres independentes, com idade entre 70 e

99 anos residentes na comunidade, verificou que 30% sofreram lesões de tecidos moles ao

cair, 5% fraturas,7% procuraram os serviços de urgência e 20% dos entrevistados precisaram

de algum tipo de ajuda.

Pesquisa realizada em Santa Catarina com idosos participantes de um programa de

atividades físicas identificou como principais consequências das quedas: escoriações,

hematomas e torções (BECK et al., 2011).

Ribeiro et al. (2008) ao estudar idosos que sofreram quedas no Rio de Janeiro,

verificou que 24,3% das consequências das quedas foram fraturas, medo de cair (88,5%),

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abandono de atividades (26,9%), modificação de hábitos (23,1%) e a imobilização (19%).

Outro estudo realizado com 2420 idosos da população brasileira evidenciou que o

medo de cair está presente em 42,3% dos homens e 59,8% das mulheres, especialmente entre

as pessoas com 60 anos de idade ou mais, bem como entre os indivíduos com história prévia

de quedas e de classe socioeconômica menos favorecida (PINHEIRO et al. 2010).

O medo de cair leva muitos idosos a restringirem suas atividades, ocasionando menos

confiança na capacidade de caminhar, maior declínio funcional, depressão, isolamento social,

diminuição da qualidade de vida e alterações comportamentais que acabam afetando a

mobilidade funcional, gerando dependência física e até mesmo institucionalização (PEREIRA

et al., 2008; DUQUE et al., 2009).

3.5 Fatores associados para ocorrência de quedas de idosos

3.5.1 Idade e sexo

O processo de envelhecimento provoca alterações progressivas e funcionais que se

acumulam com o aumento da idade, podendo comprometer o desempenho de atividades

motoras, dificultando a adaptação do idoso ao ambiente predispondo-o a queda (ABREU,

2008; LEVEILLE et al., 2008; ADAM et al., 2008; TOLEDO, 2010).

Para Paranhos (2009) as quedas representam uma ameaça à vida com o passar dos

anos, podendo ocorrer em até 32% dos idosos com idade entre 65 e 74 anos, 35% naqueles

entre 75 e 84 anos e 51% acima de 85 anos. A idade avançada mostrou associação com o

maior numero de quedas em diversos estudos (HORTON, 2007; GAMA, 2008; ISHIMOTO

et al., 2009; GILBERT et al., 2012).

O predomínio do sexo feminino entre os idosos que sofrem queda tem sido

constantemente evidenciado nos estudos, em decorrência de diversos fatores entre eles,

quantidade de massa magra e força muscular menor do que em homens da mesma idade,

maior perda de massa óssea devido à redução de estrógeno, aumentando a probabilidade de

osteoporose, maior prevalência de doenças crônicas, maior exposição a atividades domésticas

e a comportamento de risco (AGUIAR, ASSIS, 2009; MILAT, 2011; SBGG, 2012;

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DANTAS, 2012). Para Lopes et al. (2010), esta associação se deve a questões multifatoriais e

complexas, tornando as pessoas idosas mais vulneráveis a este tipo de evento.

3.5.2 Estado civil e arranjo familiar

O isolamento e a solidão são comuns entre os idosos, principalmente os que perdem os

companheiros ou moram sozinhos e se tornam responsáveis por todas as atividades de

organização do lar, ficando mais expostos a riscos e situações que podem levá-los a queda

(GABMANN, et al., 2009; LEUNG et al., 2010; OMS, 2010).

Suelves et al. (2010) realizou um estudo na Espanha, com o objetivo de identificar os

fatores associados a quedas de idosos na comunidade, verificou uma relação estatisticamente

significativa entre os idosos que viviam sozinhos na comunidade e a ocorrência de quedas.

Bongue et al. (2011) desenvolveu em sua pesquisa, uma ferramenta de triagem com

cinco fatores associados à ocorrência de quedas de idosos na comunidade, dentre eles houve

destaque aos idosos que vivem sozinhos, e afirmaram que conhecer estes fatores pode prever

a ocorrência de quedas de idosos na comunidade.

3.5.3 Escolaridade e renda

A baixa escolaridade e o analfabetismo podem ser considerados um fator limitante e

incapacitante para a vida do idoso, devido às dificuldades em entender informações e

prescrições, entre outras situações do cotidiano.

Maciel, Guerra (2005) encontraram relação entre o nível de escolaridade e a presença

do déficit de equilíbrio. Os autores citam que a educação pode refletir em outros aspectos

importantes da vida do sujeito como habitação, cultura, saúde e renda, sendo provável que

pessoas com maior nível de instrução tenham maior preocupação com sua saúde, maior

capacidade de envolver-se na sua recuperação e melhores hábitos higiênicos.

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que idosos com renda econômica

incerta ou insuficiente enfrentam maior risco de quedas, este fato é decorrente do ambiente

prejudicial em que vivem, consomem dieta pobre em nutrientes e falta de acessibilidade aos

serviços de saúde (OMS, 2010).

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3.5.4 Problemas de saúde

As doenças crônicas, são os problemas de saúde mais comuns entre os idosos,

evoluem com perda da capacidade funcional, além disso, podem estar associadas à

dependência física e a imobilidade, contribuindo deste modo para a ocorrência de quedas

(CELICH, 2010). Outros estudos associam a ocorrência de quedas a doenças osteoarticulares,

inatividade, alteração da visão e da audição, vertigem e perda da força muscular (MESSIAS,

NEVES, 2009; LIN et al., 2011; PINHO, 2012).

3.5.5 Uso de medicamentos

O uso de medicamentos também é apontado por muitos autores como fator associado a

quedas. Hamra et al. (2007) verificaram que o uso prévio de medicamentos foi considerado

estatisticamente significante a ocorrência de quedas, pois as drogas alteram o grau de atenção,

as respostas motoras, pressão arterial, podendo provocar hipotensão postural, sonolência,

tonturas, necessidade de urinar com maior frequência. Destacam ainda que o captopril, o

clonazepam, a hidroclorotiazida, a cinarizina e a flunarizina podem aumentar o risco de

quedas na população de idosos, ocasionando fraturas.

Segundo Siqueira et al., (2007) os idosos que utilizam mais medicamentos

normalmente são aqueles que realmente mais precisam e, consequentemente, possuem maior

possibilidade de quedas. Classes específicas de medicamentos estão associadas à ocorrência

de quedas, tais como neurolépticos, drogas hipnóticas, antipsicóticos, anti-depressivos,

sedativos e benzodiazepínicos (ZIERE et al., 2008; WOOLCOTT et al., 2009).

3.5.6 Percepção de saúde

A autopercepção de saúde é um conceito multidimensional, Fonseca et al. (2010), em

seu estudo mostrou que ao autoavaliar a saúde os idosos consideravam, principalmente sua

capacidade de realizar atividades funcionais avançadas, ser capaz de resolver problemas e agir

como desejar.

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Em outro estudo realizado por Dantas et al. (2012), a autopercepção de saúde negativa

foi um fator significativo para a ocorrência de quedas, fato que tem sido confirmado em

diversas literaturas.

3.5.7 Capacidade funcional

Limitações funcionais caracterizadas pelas Atividades de Vida Diária (AVD) e

Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) têm sido significativamente associadas com

a ocorrência de quedas na comunidade.

Estudo realizado por Yamashita et al. (2012) mostrou que os idosos que apresentaram

pelo menos uma limitação nas AVD, foram os mais propensos a sofrerem quedas na

comunidade.

Comprometimentos na capacidade funcional de idosos desempenham um papel

importante na interação multicausal de quedas. Além disso, os idosos com baixa

autoconfiança em realizar atividades cotidianas, tendem a ter uma diminuição progressiva em

sua capacidade funcional ao longo do tempo. Esse medo está também associado ao risco de

quedas no futuro (PERRACINI, 2002).

3.5.8 Alteração do equilíbrio e pratica de exercícios

Para Siqueira et al. (2007) o envelhecimento traz perda de equilíbrio e alterações na

massa muscular e óssea, aumentando a possibilidade de ocorrência de quedas. Uma das

formas de minimizar essa perda decorrente do envelhecimento é a pratica de atividades

físicas. Estudo realizado por Buranello et al (2011) identificou que idosas que praticavam

atividades físicas regularmente possuíam melhor equilíbrio corporal e, consequentemente,

menor risco de queda que idosas sedentárias.

3.5.9 Alteração de marcha autoreferidos e necessidade de ajuda para caminhar

A marcha é dependente da capacidade de vários órgãos, e com as modificações do

envelhecimento pode sofrer alterações como aumento da altura dos passos, diminuição na

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mobilidade de quadril e tornozelo. Nessa perspectiva, estudos tem demonstrado que distúrbios

de marcha são frequentes em idosos, e são preditores para a ocorrência de quedas (AXER et

al., 2010; DAVIS et al., 2011; CALLISAYA et al., 2012; HIURA et al., 2012). Em

decorrência disto, os idosos passam a necessitar de ajuda para caminhar, fazendo uso até

mesmo de dispositivos como bengalas ou andadores.

3.5.10 Déficit sensório autoreferido

A função sensorial ocupa um papel importante no controle postural e de equilíbrio,

nesta perspectiva, a visão tem objetivo de orientação espacial e reconhecimento. Estudos tem

demonstrado que a diminuição da acuidade visual pode associar-se a ocorrência de quedas de

idosos (LAMOUREUX et al., 2008; KUANG et al., 2008; MACEDO et al., 2009).

Para Paula et al. (2010) o déficit visual leva o idoso a sair menos de casa, tendo como

consequência a perda de interesse por uma atividade social prazerosa, podendo favorecer o

isolamento e a depressão. Problemas otoneurológicos também podem levar a ocorrência de

quedas devido à alteração do equilíbrio corporal da população idosa, tais como a vertigem e

outras tonturas, a perda auditiva e o zumbido (GANANÇA et al., 2010; MORAES et al.,

2011).

3.5.11 Estado cognitivo/mental

Estudos recentes tem demonstrado que a cognição tem um papel fundamental na

regulação da marcha e equilíbrio em idosos, e que mudanças sutis na cognição contribuem

para a instabilidade postural, o que pode ocasionar a ocorrência de quedas e lesões de idosos

(; GLEASON et al., 2009; HARLEIN, 2009; MUIR et al., 2012).

3.5.12 Histórico de quedas recorrentes de idosos

Cerca de 10% dos idosos que sofrem quedas, possuem histórico de quedas recorrentes,

ou seja, caem duas ou mais vezes dentro do período de tempo (MELZER et al., 2007), neste

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estudo consideramos como recorrência de quedas, a ocorrência de novos episódios de quedas

no período de 1 ano.

Dantas et al., (2012), ao analisarem a prevalência de quedas de idosos de João Pessoa,

verificaram que dos 401 idosos, 42,4% relatou queda, 24% referiu um único episodio e

18,3% dois ou mais no ano anterior a entrevista.

Diversos estudos indicaram a ocorrência de quedas anteriores como fator associado à

ocorrência de novas quedas (BRITO, 2007; TINETTI, 2010; MOTTA et al., 2010).

3.5.13 Fatores ambientais

O ambiente físico (público ou domiciliar) colabora decisivamente para a ocorrência de

quedas de idosos, e quanto maior o grau de vulnerabilidade deste idoso maior será esta

contribuição (OMS, 2010). Rubenstein (2006) verificou que o ambiente físico está 30% a

50% associado a ocorrência de quedas, e é a causa mais comum de quedas de idosos.

Segundo Eliopoulos (2005), ambiente desconhecido; pisos muito lisos, superfícies

úmidas; iluminação ambiental inadequada; ausência de barras de apoio; degraus altos ou

estreitos; arquitetura ambiental insatisfatória e aglomeração de objetos no domicílio são

fatores que contribuem para a ocorrência de quedas.

Alguns estudos têm demonstrado um predomínio de quedas dentro do domicilio ou em

seus arredores, geralmente durante a realização de atividades cotidianas como caminhar,

mudar de posição e ir ao banheiro (MENDES, 2007; GAI et al, 2010; GAWRYSZEWSKI,

2010; CAVALCANTI et al, 2012).

Segundo Pinho et al., (2012) idosos saudáveis tendem a cair durante atividades

instrumentais e em ambientes públicos, enquanto, idosos frágeis tendem a cair em seus

domicílios durante atividades rotineiras sem grandes exigências de equilíbrio.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Tipo de pesquisa

Pesquisa epidemiológica, de coorte concorrente e prospectiva. Os dados foram obtidos

por meio de dois inquéritos domiciliares com idosos da comunidade, realizados em 2012

(CARDOSO, 2013) e depois de um ano de acompanhamento em 2013. O estudo de coorte é

adequado para alcançar o objetivo proposto, pois descreve a incidência de desfechos ao longo

do tempo, em nosso caso à recorrência de quedas nos idosos entrevistados (HULLEY et al,

2008).

4.2. Local de estudo

O estudo foi realizado em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, com pessoas de

60 anos ou mais, residente na comunidade.

Cuiabá possui uma população de 551.350 habitantes, destes 44.751 habitantes são

idosos, o que corresponde a 8,1% da população geral (IBGE, 2010).

Figura 2 - Mapa da localização geográfica do município de Cuiabá-MT. (Fonte:

PORTALMATOGROSSO, 2013).

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4.3. População de estudo

Foi composta por 103 idosos que referiram ter sofrido queda na primeira coleta

proveniente do estudo intitulado: “Perfil de Saúde da população idosa do município de

Cuiabá-MT”, realizada por Cardoso (2013), que teve por objetivo analisar as condições de

saúde da população de idosos residentes na zona urbana de Cuiabá-MT.

A amostra do referido estudo foi determinada a partir do cálculo para populações

finitas, considerando um coeficiente de confiança de 95% (z=1,96); um erro de amostragem

de 5%, valor para proporção de 0,5 (p=0,5), determinando maior aproximação para o valor da

variância da característica na população, o tamanho da população de idosos residentes na zona

urbana foi de 43.096 (N=43.096). A partir da amostragem por conglomerado e correção no

tamanho da amostra de 50% para atingir a precisão desejada da pesquisa, a amostra foi de 573

idosos.

Posteriormente, determinou-se a quantidade de setores censitários que deveriam ser

visitados em cada distrito, utilizando a amostragem por conglomerados, a partir do seguinte

cálculo: *ii i

i

Nc n

C , onde, ci é o número de setores censitários a serem visitados em cada

distrito, Ni o número de idosos em cada distrito, Ci o número de setores em cada distrito e ni

o número de idosos na amostra em cada distrito. Dos 355 setores censitários de Cuiabá, 11

foram selecionados e a partir de critérios de probabilidades, foi definido o tamanho da

população de cada setor censitário.

Dos 573 idosos visitados, 109 relataram ter sofrido pelo menos 1 episódio de queda

nos últimos 3 (três) meses. Estes são os idosos que foram acompanhados e que compõe a

população deste estudo. Dos 109 idosos caidores 6 faleceram no decorrer de um ano. Assim,

a amostra final deste estudo foi de 103 idosos.

Figura 3 - Esquema do delineamento do estudo.

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4.4. Critérios de inclusão

Foram considerados elegíveis para o estudo todos os idosos que referiram ter sofrido

queda nos últimos três meses identificados no primeiro inquérito.

Aos idosos que apresentaram déficit cognitivo e de comunicação evidenciado pela

aplicação do Mini Exame de Estado Mental (MEEM) foi solicitado auxilio de familiar ou

cuidador.

4.5. Teste piloto

Antes da coleta de dados, no mês de dezembro de 2012, foi realizado o teste piloto

com vinte idosos da comunidade que não participaram do estudo anterior e que referiram ter

sofrido queda no ultimo ano. A finalidade do teste piloto foi testar o instrumento de coleta de

dados, sua aplicabilidade, compreensão das questões e identificar problemas operacionais não

previstos, a fim de alcançar os objetivos propostos. Posteriormente, algumas questões foram

modificadas, a fim de melhorar a compreensão do questionário pelos entrevistados.

4.6. Procedimentos de coleta dos dados

Os dados foram coletados pela própria pesquisadora no domicílio do idoso no período

de janeiro a março de 2013, um ano após a primeira coleta. Para localização das residências

foram utilizados os endereços fornecidos por Cardoso (2013), com os quais se fez o

mapeamento dos bairros a serem visitados para entrevistar os idosos que sofreram quedas.

Em seguida, se definiu que o inicio da coleta de dados se daria pelos bairros mais

distantes em relação ao centro da cidade, que foram respectivamente, Planalto, Jardim Vitoria,

Morada da Serra, Chácara dos Pinheiros, Araés, Praieiro, Dom Aquino, Poção e Goiabeiras.

Durante todo o trabalho de campo, a pesquisadora se identificou portando crachá e

camiseta com o logotipo da pesquisa, isto facilitou o acesso ao idoso e sua família, bem como

a aceitação em participar do estudo.

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Antes de iniciar a entrevista, a pesquisadora se apresentou ao idoso/família e mostrou

seu crachá de identificação. Depois, esclareceu os objetivos da pesquisa e informou como a

entrevista seria realizada ressaltando a importância da participação do idoso. Em seguida, foi

realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e esclarecidas às

dúvidas e solicitada a sua assinatura.

No caso de idosos que apresentaram incapacidades para dar o seu consentimento por

escrito, foi solicitado a um familiar que assinasse o TCLE. As perguntas do questionário

foram dirigidas pela pesquisadora e respondidas pelo idoso (quando necessário, foi solicitado

auxilio de algum familiar/cuidador na resposta) (Apêndice B).

4.7 Instrumentos de coleta de dados

Foi utilizado um questionário dividido em três partes, a primeira com questões sobre

os dados sociodemográficos do idoso, a segunda com questões referentes à sua condição de

saúde e a terceira parte, com dados relacionados à queda, e a recorrência de novos episódios

de quedas (ANEXO A).

Para avaliar as habilidades funcionais dos idosos, caracterizadas pelas Atividades de

Vida Diária (AVD) foi utilizado o Índex de Katz (ANEXO B). Esse índice avalia o nível de

autonomia dos idosos no desempenho de seis atividades cotidianas: “banhar-se”; “vestir-se”;

“ir ao banheiro”, “deitar-se, sentar-se e levantar-se da cama ou cadeira”; “continência” e

“alimentar-se”, com opção de resposta sim ou não, considerando a independência para

realizar a atividade. Para cada resposta sim, é atribuído um ponto. O somatório dos pontos

obtidos corresponde ao escore do indivíduo, podendo variar entre seis e zero pontos. Idosos

que obtém seis a cinco pontos na escala de Katz são classificados como independentes para

AVD; aqueles que obtêm entre quatro e três pontos são classificados como dependentes

parciais; e os que obtêm escore de dois ou menos pontos são classificados como dependentes

para AVD (KATZ, 1970).

Foi utilizada a Escala de Lawton e Brody (ANEXO C) para avaliar as Atividades

Instrumentais de Vida Diária (AIVD). Nesse teste, são avaliadas oito atividades instrumentais:

utilizar telefone, fazer compras, utilizar transportes, uso de medicamentos e manejo do

dinheiro, além de preparo de refeições, desempenho de tarefas do lar e lavagem de roupa.

Cada item tem três respostas possíveis: sem ajuda (3 pontos); com ajuda parcial (2 pontos);

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não consegue (1 ponto), sendo o escore máximo correspondente a 27 pontos. Idosos que

totalizam 19 a 27 pontos são considerados independentes; aqueles que obtêm de 10 a 18

pontos são considerados como tendo capacidade com assistência; pontuações menores que

esses valores indicam dependência em AIVD (LAWTON,1969).

Para avaliar o estado cognitivo dos idosos, foi aplicado o Mini-Exame do Estado

Mental, MEEM (ANEXO D). Este instrumento fornece informações sobre diferentes

parâmetros cognitivos, contendo questões agrupadas em sete categorias, cada uma delas

planejada com o objetivo de avaliar "funções" cognitivas específicas como a orientação

temporal (5 pontos), orientação espacial (5 pontos), registro de três palavras (3 pontos),

atenção e cálculo (5 pontos), recordação das três palavras (3pontos), linguagem (8 pontos) e

capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0

pontos, o qual indica o maior grau de comprometimento cognitivo dos indivíduos, até um

total máximo de 30 pontos, o qual, por sua vez, corresponde a melhor capacidade cognitiva

(BRASIL, 2007).

4.8 As variáveis selecionadas para este estudo foram:

4.8.1 Variáveis independentes ou de exposição:

Variáveis sociodemográficas:

Sexo: masculino, feminino.

Idade: a idade foi considerada em anos completos, calculada a partir da data de

entrevista e da data de nascimento do idoso. Quando analisada de forma agrupada foi

categorizada em 60-64 anos, 70- 74 anos, 80 anos e mais.

Situação conjugal: solteiro, casado(a) morando junto, divorciado, viúvo(a)

Renda mensal do idoso: Não possui, menos 1SM, 1 a 2SM, mais de 2 SM

Escolaridade: Sabe ler e escrever: sim, não. Posteriormente categorizaram-se os anos

de estudos: 0-4 anos, 5-8 anos, terminou o colegial/técnico, terminou a faculdade.

Variáveis de Condições de saúde:

Auto percepção de saúde atual: Ótima, boa, regular, péssima, não respondeu

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Morbidade: sim, não

Quantidade morbidade- numero de morbidades referidas. Após categorizou-se em 1 a

2, 3 a 4 e 5 ou mais de morbidades.

Tipo de Morbidade - Alzheimer, artrite/artrose, câncer, cardiopatia, diabetes,

hipertensão, osteoporose, parkinson, reumatismo, seqüela de AVC, tontura

Medicamentos: sim, não

Medicações: numero de medicamentos prescritos. Após categorizou-se em 1 a 2, 3 a 4

e 5 ou mais de medicamentos prescritos.

Classe de medicamentos - Diurético, tranquilizante/sedativo, anti-hipertensivo,

antidepressivo, neuroléptico, antipsicótico e outros

Alteração de marcha autoreferido: sim, não

Alteração de equilíbrio autoreferido: sim, não

Prática regular de atividade física: sim, não

Problema de visão autoreferido: sim, não

Problema de audição autoreferido: sim, não

Estado cognitivo - avaliado pela aplicação do MEEM e classificado o desempenho

cognitivo, segundo os pontos de corte.

Habilidades funcionais - caracterizadas pelas Atividades de Vida Diárias (AVDs) e

Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) foi utilizado o Índex de Katz e a

Escala de Lawton e Brody.

4.8.2 Variável dependente ou desfecho

A variável dependente deste estudo foi a presença de recorrência de queda no período de

um ano.

4.9 Processamento e análise dos dados

Os questionários foram codificados e digitados duplamente em planilhas eletrônicas,

após a edição dos dados, os erros de digitação foram comparados e corrigidos através do

programa Data Compare.

Na análise descritiva foram utilizadas tabelas de frequência, gráficos de linha e de

barra. As variáveis qualitativas foram representadas por frequência absoluta (n) e relativa (%).

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Para a análise bivariada buscou-se associações entre os fatores de risco e a recorrência

de quedas através do cálculo do risco relativo das incidências cumulativas (e seu intervalo de

confiança de 95%).

A análise múltipla foi realizada através da regressão de Cox. Na análise dos possíveis

confundimentos foram consideradas todas as variáveis que, quando da análise bivariada,

apresentou o nível de significância de p < 0,10 através do teste de razão de verossimilhanças.

Desta forma alguns dos intervalos de confiança de 95% poderão incluir a unidade.

Foram utilizados os programas Epi Info versão 7.0 e SPSS versão 18.0 adotando-se o

nível de significância de 0,05 (α= 5%) como de associação estatisticamente significante.

4.10. Aspectos éticos

Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado pelo parecer

número nº 179.037/2013 (Anexo D), em atendimento as diretrizes da Resolução Nº 196/1996,

do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Na entrevista o idoso/familiar/cuidador foi chamado pelo nome, mantendo-se uma

relação de respeito, fazendo uso de linguagem clara e acessível. Para garantir o anonimato dos

entrevistados, estes foram identificados pelas iniciais de seus nomes, com letras maiúsculas.

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5. CRONOGRAMA

Etapas/Prazos

2012

2012

J F M A M J J A S O N D

Elaboração do Projeto X X X X X X X X X X X

Encaminhamento À Comissão De Ética

X

Etapas/Prazos

2013

2013

J F M A M J J A S O N D

Coleta de Dados X X X

Qualificação do Projeto X

Tratamento e Análise dos Dados X X X X X

Elaboração do Relatório Final X X

Elaboração dos Artigos X X

Defesa da Dissertação X

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6. ORÇAMENTO

A pesquisa foi desenvolvida com recursos dos pesquisadores.

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO EM ENFERMAGEM

PESQUISA: FATORES ASSOCIADOS À RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE

Pesquisadoras: Profª Drª Rosemeiry Capriata Souza Azevedo e Débora Regina Oliveira Moura Abreu

Objetivo principal: Analisar os fatores associados à recorrência de quedas de idosos residentes na

comunidade.

Procedimento: Será por meio de entrevista, onde a pesquisadora irá explicar ao idoso o objetivo do

estudo e da entrevista. Nessa entrevista, serão realizadas perguntas ao(s) idoso ou ao seu cuidador, e

em seguida aguardará a resposta do(s) mesmo(s). Caso não se entenda a pergunta, a mesma será refeita

de forma mais clara, onde aguardará novamente a resposta. Também será explicado, que essas

perguntas e respostas serão gravadas se houver a permissão do familiar, porque depois vamos precisar

das falas descritas para analisar a pesquisa. Antes de iniciar as perguntas, será feito teste com o

gravador, realizando uma pergunta, para o idoso entender sobre o funcionamento do mesmo.

Possíveis riscos e desconfortos: nenhum risco de vida e desconforto inicial mínimo.

Benefícios previstos: Não haverá benefício material para os sujeitos, porém os sujeitos poderão

contribuir no estudo trazendo respostas que poderá beneficiar e melhorar a assistência e ações que

influenciem de forma positiva nas condições de vida e saúde dos idosos.

Eu ______________________________, RG: ____________ fui informado dos objetivos,

procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa, descritos acima.

Entendo que terei garantia de que os dados não serão divulgados e ninguém, além da pesquisadora,

terá acesso aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber

informações adicionais sobre o estudo a qualquer momento, por meio de contato com a pesquisadora.

Fui informado ainda, que a minha participação é voluntária, e que nenhum custo, risco ou prejuízo

ocorrerá sobre a minha pessoa. Se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em

qualquer momento, isso NÃO me acarretará qualquer tipo de punição. Compreendo tudo o que me foi

explicado sobre o estudo a que se refere este documento e CONCORDO em participar do mesmo.

_____________________________ _____________________________

Assinatura do idoso ou responsável Assinatura da pesquisadora

Este documento foi elaborado em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra é da pesquisadora.

Em caso de necessidade contate as pesquisadoras pelos seguintes telefones: (65) ********, ou pelo e-

mail: [email protected] Obs.: O TCLE será redigido com fonte maior do que a deste

formulário, a fim de que o idoso ou seu responsável possa lê-lo com facilidade.

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APÊNDICE B - TERMO DE COMPROMISSO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO EM ENFERMAGEM

PESQUISA: FATORES ASSOCIADOS À RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS

NA COMUNIDADE

Nós, Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo, Docente da Faculdade de Enfermagem

da Universidade Federal de Mato Grosso, e Débora Regina Oliveira Moura Abreu,

mestranda em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato

Grosso (FAEN/UMFT), desenvolvendo a pesquisa “FATORES ASSOCIADOS À

RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE”, firmamos o

compromisso de garantir, na divulgação dos resultados, o anonimato de todos os sujeitos

pesquisados, o tratamento global das informações e que os dados serão utilizados

exclusivamente para fins de pesquisa.

________________________________________________________________

Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo

Coordenadora do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem FAEn/UFMT /Orientadora

E-mail: [email protected]

________________________________________________________________

Débora Regina Oliveira Moura Abreu

Mestranda em Enfermagem

E-mail: [email protected]

Cuiabá, 12 de Novembro de 2012.

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53

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

MESTRADO EM ENFERMAGEM

PESQUISA: FATORES ASSOCIADOS À RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE

IDENTIFICAÇÃO:

Nome do entrevistado:____________________________ Data ___-___-___ Ficha nº: __

Entrevistado: 1.( ) idoso 2.( ) idoso + familiar 3.( ) idoso + cuidador

4.( ) idoso + familiar + cuidador

FATORES DEMOGRAFICOS E SOCIOECONÔMICOS

1. Sexo: 1.( ) Masculino 2.( ) Feminino 3.( )Ignorado

2. Idade: _____ anos completos

1.( ) 60- 64 2.( ) 65- 69 3.( )70- 74 4.( ) 75- 79 5.( ) 80 anos e mais

3. Estado civil: 1. ( )Solteiro(a) 2.( ) Casado(a) Morando junto 3.( )Divorciado(a) 4.( )Viúvo(a)

4. Com quem mora:

1. ( ) Sozinho 2.( ) Cônjuge 3.( ) Cônjuge e filho(s)

4.( ) Cônjuge, filho(s), genro ou nora 5.( ) Somente com os filhos

6.( ) Somente com os netos 7.( ) Não familiares

5. Renda do idoso

1.( )Não possui 2. ( )Menos 1SM 3. ( )1a2SM 3. ( ) Mais de 2 SM_____

6. Se sim, proveniente de: 1 ( ).Aposentadoria 2. ( ) Pensão 3. ( ) Auxílio idoso 4. ( ) Trabalho

5. ( ) Aluguel 6. ( ) Doações 7. ( )Outro

7. Você sabe ler e escrever? 1. ( )Sim 2.( ) Não

8. Se sim, quantos anos você frequentou a escola?

1. ( ) 0-4 anos 2.( ) 5-8 anos

3.( )Terminou o colegial/técnico 4.( )Terminou a faculdade

DADOS DE SAÚDE

9. Auto percepção de saúde atual: 1. ( )Ótima 2.( )Boa 3.( )Regular 4.( )Péssima 5.( )NR 10. Possui algum problema de saúde?1. ( )Sim 2.( ) Não

11. Se sim, quantos? 1.( )1-2 doenças 2.( )3-4 doenças 3.( )5 e mais doenças

12. Quais?

1.( )Alzheimer 2.( )Artrite/artrose 3.( )Câncer 4.( )Cardiopatia

5.( )Diabetes 6.( )Hipertensão 7.( ) Osteoporose 8.( ) Parkinson

9.( ) Reumatismo 10.( ) Seq AVC 11.( ) Tontura 12.( )Outra ________

13. Faz uso regular de medicamentos: 1. ( )Sim 2.( ) Não

14. Se sim, quantos? 1. ( )1-2 2.( )3-4 3.( )5 e mais

15. Quais? 1.( )Diurético 2.( )Tranquilizante/Sedativo 3.( )Anti-hipertensivo

4.( )Antidepressivo 5.( )Neuroléptico 6. ( )Antipsicótico 7.( )Outra ________

16. Alteração de marcha autoreferido: 1. ( )Sim 2.( ) Não

17. Alteração de equilíbrio autoreferido: 1. ( )Sim 2.( ) Não

18. Prática regular de atividade física: 1. ( )Sim 2.( ) Não

19. Problema de Visão autoreferido 1. ( )Sim 2.( ) Não

20. Problema de Audição autoreferido 1. ( )Sim 2.( ) Não

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54

CARACTERISTICAS DAS QUEDAS

21. Você se lembra da queda referida naquela época da pesquisa anterior?

1. ( )Sim 2.( ) Não

22. Se sim, qual o local:

1.( ) Dentro do domicílio 2.( ) Fora do domicílio

23. Local dentro do domicílio: 24. Local fora do domicílio:

1.( ) Quarto

2.( ) Banheiro

3.( ) Cozinha

4.( ) Sala

5.( ) Outro ________

1.( ) Calçada

2.( ) Quintal

3.( ) Rua

4.( ) Transporte priv/coletivo

5.( ) Outro________

25. De onde caiu: 26. Consequências:

1. ( ) Cama

2. ( ) Cadeira/poltrona

1. ( ) Cirurgia

2. ( ) Medo de cair

3. ( ) Vaso sanitário 3. ( ) Lesão

4. ( ) Internação

4. ( ) Própria altura

5. ( ) Escada

6. ( ) Telhado

5. ( ) Outro________

5. ( ) Fratura

6. ( ) Nenhuma

7. ( ) Outra ________

27. Local da Fratura:

1.( )MMSS 2.( ) MMII 3.( )Cabeça 4.( )Face 5.( ) Costela 6.( ) Quadril 7.( ) Outro________

RECORRÊNCIA DE QUEDA

28. Teve mais alguma queda? 1. ( )Sim 2.( ) Não

29. Se sim Quantos? ( )1-2 ( )3-4 ( )5 e mais

30. Em relação a ultima queda que sofreu qual o local: 1. ( ) dentro dom 2. ( ) fora domicilio

31. Local dentro do domicílio: 32. Local fora do domicílio:

1.( ) Quarto

2.( ) Banheiro

3.( ) Cozinha

4.( ) Sala

5.( ) Outro ________

1.( ) Calçada

2.( ) Quintal

3.( ) Rua

4.( ) Transporte priv/coletivo

5.( ) Outro________

33. De onde caiu: 34. Consequências:

1. ( ) Cama

2. ( ) Cadeira/poltrona

1. ( ) Cirurgia

2. ( ) Medo de cair

3. ( ) Vaso sanitário 3. ( ) Lesão

4. ( ) Internação

4. ( ) Própria altura

5. ( ) Escada

6. ( ) Telhado

5. ( ) Outro________

5. ( ) Fratura

6. ( ) Nenhuma

7. ( ) Outra ________

35. Local da Fratura :1.( )MMSS 2.( ) MMII 3.( )Cabeça 4.( )Face 5.( ) Costela 6.( ) Quadril 7.( ) )Outro

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ANEXO A - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA

PARA AS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA (AVD) - ÍNDICE DE KATZ Nome:

Data de avaliação ___/___/___

Para cada área de funcionamento abaixo assinale a descrição que melhor se aplica. A palavra

“assistência” significa supervisão, orientação ou auxílio pessoal. Para realizar suas atividades de vida

diárias (AVD) você é:

Banho (banho de leito, banheira ou chuveiro)

Não recebe assistência (entra e sai da banheira

sozinho se essa é usualmente utilizada para

banho)

Recebe assistência no

banho somente para uma parte

do corpo (como costas ou uma

perna)

Recebe assistência no

banho em mais de uma

parte do corpo

Vestir-se (considera o ato de pegar as roupas no armário, bem como o ato propriamente dito/ não inclui

calçar os sapatos

Pega as roupas e se veste completamente sem

assistência

Pega as roupas e se veste

sem assistência, exceto para

amarrar os sapatos

Receba assistência

para pegar as roupas ou

para vestir-se ou

permanece parcial ou

totalmente despido.

Ir ao banheiro (dirigi-se ao banheiro para urinar ou evacuar: faz sua higiene e se veste após as

eliminações)

Vai ao banheiro, higieniza-se e se veste após as

eliminações sem assistência (pode utilizar objetos

de apoio como bengala, andador, barras de apoio

ou cadeira de rodas e pode utilizar comadre ou

urinol à noite esvaziando por si mesmo pela

manhã).

Recebe assistência para ir

ao banheiro ou para

higienizar-se ou para vestir-se

após as eliminações ou para

usar urinol ou comadre à

noite.

Não vai ao banheiro

para urinar ou evacuar.

Transferir-se (sair da cama e sentar-se em uma cadeira, ou vice-versa)

Deita-se e levanta-se da cama ou da cadeira

sem assistência (pode utilizar um objeto de apoio

como bengala ou andador).

Deita-se e levanta-se da

cama ou da cadeira com

auxílio.

Não sai da cama.

Continência (ato inteiramente autocontrolado de urinar e evacuar)

Tem controle sobre as funções de urinar e

evacuar

Tem “acidentes” ocasionais

(perdas urinárias ou fecais).

Supervisão para

controlar a urina e fezes,

utiliza cateterismo ou é

incontinente

Alimentação (ato de dirigir a comida do prato (ou similar) à boca.

Alimenta-se sem assistência Alimenta-se sem

assistência, exceto para cortar

carne ou passar manteiga no

pão

Recebe assistência

para alimentar ou é

alimentado parcial ou

totalmente por sonda

enteral ou parenteral

Classificação

A Independente para todas as atividades

B Independente para todas as atividades menos uma

C Independente para todas as atividades menos banho e mais uma adicional

D Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se e mais uma adicional

E Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se, ir ao banheiro e mais uma adicional

F Independente para todas as atividades menos banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência e mais uma

adicional

G Dependente para todas as atividades

Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.152.

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ANEXO B - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA

PARA AS ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DA VIDA DIÁRIA (AIVD) - ESCALA

DE LAWTON E BRODY

Atividade Avaliação

1 O Sr (a) consegue usar o telefone?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

2 O Sr (a) consegue ir aos locais distantes, usando algum transporte, sem

necessidade de planejamentos especiais?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

3 O Sr (a) consegue fazer compras?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

4 O Sr (a) consegue preparar suas próprias refeições?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

5 O Sr (a) consegue arrumar a casa?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

6 O Sr (a) consegue fazer trabalhos manuais domésticos, como pequenos

reparos?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

7 O Sr (a) consegue lavar e passar sua roupa?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

8 O Sr (a) consegue tomar seus remédios na dose e horários corretos?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

9 O Sr (a) consegue cuidar de suas finanças?

Sem ajuda: 3 pontos

Com ajuda parcial: 2

pontos

Não consegue: 1

ponto

Total .........pontos

Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.153-4.

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ANEXO C - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL – MEEM

Instruções: As palavras em negrito devem ser lidas alto, clara e lentamente pelo examinador. Substituições aparecem

entre parênteses. Circule o “0” se a resposta for incorreta ou o “1” se a resposta for correta. Comece formulando as

duas questões seguintes: O Sr(a) tem algum problema com a sua memória? Eu posso fazer algumas perguntas a

respeito de sua memória?

ORIENTAÇÃO NO TEMPO

RESPOSTA ESCORE

Em que ano nós estamos ? 0 1

Em que estação do ano nós estamos? 0 1

Em que mês nós estamos? 0 1

Em que dia da semana nós estamos? 0 1

Em que dia do mês nós estamos? 0 1

ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO

Onde nós estamos agora.

Em que Estado nós estamos? 0 1

Em que Cidade nós estamos? 0 1

Em que Bairro nós estamos? (parte da cidade ou rua próxima) 0 1

O que é este prédio em que estamos? (nome, tipo ou função) 0 1

Em que andar nós estamos? 0 1

REGISTRO

Agora, preste atenção. Eu vou dizer três palavras e o (a) Sr(a) vai repeti-las

quando eu terminar. Memorize-as, pois eu vou perguntar por elas, novamente,

dentro de alguns minutos. Certo? As palavras são: CARRO [pausa], VASO

[pausa], BOLA [pausa]. Agora, repita as palavras para mim. [Permita 5 tentativas,

mas pontue apenas a primeira.]

CARRO 0 1

VASO 0 1

BOLA 0 1

ATENÇÃO E CÁLCULO [Série de 7]

{93} ________

{86} ________

{79} ________

{72} ________

{65} ________

Soma do Cálculo

__ __ __ __ __

O D N U M

Soma do Mundo

0 1

0 1

0 1

0 1

0 1

______

______

Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) subtraísse 7 de 100 e do resultado subtraísse 7.

Então, continue subtraindo 7 de cada resposta até eu mandar parar. Entendeu?

[pausa] Vamos começar: quanto é 100 menos 7 ? Dê 1 ponto para cada acerto. Se

não atingir o escore máximo, peça: Soletre a palavra MUNDO. Corrija os erros de

soletração e então peça: Agora, soletre a palavra MUNDO de trás para frente (O-

D-N-U-M). [Dê 1 ponto para cada letra na posição correta. Considere o maior

resultado.]

MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO

Peça: Quais são as 3 palavras que eu pedi que o Sr(a) memorizasse? [Não forneça

pistas.]

CARRO 0 1

VASO 0 1

BOLA 0 1

LINGUAGEM

[Aponte o lápis e o relógio e pergunte:]

O que é isto? (lápis)

O que é isto? (relógio)

________________

________________

0 1

0 1

Agora eu vou pedir para o Sr(a) repetir o que eu vou dizer. Certo? Então repita:

“NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”. 0 1

Agora ouça com atenção porque eu vou pedir para o Sr(a) fazer uma tarefa.

[pausa] Preste atenção, pois eu só vou falar uma vez. [pausa Pegue este papel com

a mão direita [pausa], com as duas mãos dobre-o ao meio uma vez [pausa] e em

seguida jogue-o no chão.

Pegar com a mão direita

Dobrar ao meio

Jogar no chão

________________

________________

________________

0 1

0 1

0 1

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Por favor, leia isto e faça o que está escrito no papel. Mostre ao examinado a folha

com o comando:

FECHE OS OLHOS

0 1

Peça: Por favor, escreva uma sentença. Se o paciente não responder, peça: Escreva

sobre o tempo.

[Coloque na frente do paciente um pedaço de papel em branco e lápis ou caneta.]

0 1

Peça: Por favor, copie este desenho. [Apresente a folha com os pentágonos que se

intersecionam.] 0 1

TOTAL

Pontos de corte:

* Analfabetos: 18/19

* 1 ou mais anos de estudo: 23/24

Desenho:

Observações:

............................................................................................................................................. ...................................

................................................................................................................................................................................

............................................................................................................................. .....................................

RESULTADO:

Grau de escolaridade¹

Pontuação Pontuação do paciente

Mín. Máx.

Analfabetos 09 27 ............

De 1 a 3 anos de estudo 10 30 ............

3,1 a 7 anos de estudo 14 30 28

Mais de 7,1 anos de estudo 16 30 ............

Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2007, p.153-4.

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ANEXO D - PARECER CONSUBSTANCIADO CEP

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ANEXO E - OFÍCIO ENCAMINHADO A SECRETARIA MUNICIPAL DE CUIABA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO EM ENFERMAGEM

Ilma. Sr.ª (a) Michelle Kim

MD. Coordenadora

Venho por meio deste apresentar a VSª o projeto FATORES ASSOCIADOS À

RECORRENCIA DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE para ser analisado por

essa coordenação. O Projeto será desenvolvido pela mestranda Débora Regina Oliveira Moura

Abreu, aluna regularmente matriculada no Programa de Pós-graduação Mestrado em

Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, sob a

orientação da Profa. Dra. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo. O resultado da pesquisa

poderá contribuir com os gestores no planejamento de ações e de políticas voltadas para a

prevenção de quedas de idosos no município de Cuiabá.

Colocamos-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente

________________________________________________________________

Profa. Dra. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo

Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Enfermagem FAEN /UFMT /Orientadora

E-mail: [email protected]

__________________________________________________________________

Débora Regina Oliveira Moura Abreu

Mestranda em Enfermagem

E-mail: [email protected]

Cuiabá, 13 de novembro de 2012.

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PARTE 2 – RESULTADOS

Os resultados a seguir estão relacionados a todos os idosos que referiram ter sofrido

queda nos últimos três meses à época da coleta de dados da pesquisa matricial (2012),

perfazendo um total de 109 participantes. Estes formaram a população desse estudo, os quais

foram reentrevistados nos domicílios pela pesquisadora, exatamente um ano após a realização

do primeiro inquérito, no período de janeiro a março de 2013. No intervalo entre os dois

inquéritos, seis idosos faleceram, o que foi considerado como perdas. Participaram da amostra

final 103 idosos.

Para tanto, os questionários foram codificados e digitados duplamente em banco de

dados do programa Enter Data. Após a edição dos dados, os erros de digitação foram

comparados e corrigidos através do programa Data Compare.

Após análise dos dados foram produzidos dois manuscritos:

MANUSCRITO 1: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS CAIDORES

RESIDENTES NA COMUNIDADE.

Tem por objetivo descrever as características e as condições de saúde dos idosos que sofreram

quedas e as características das quedas sofridas por eles. Manuscrito submetido a avaliação

para publicação no periódico Epidemiologia e Serviços de Saúde.

MANUSCRITO 2: FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA DE QUEDAS DE

IDOSOS NA COMUNIDADE, 2013.

Tem por objetivo de analisar os fatores associados à recorrência de quedas de idosos na

comunidade em Cuiabá. Manuscrito submetido a avaliação para publicação no periódico

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem.

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MANUSCRITO 1: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS CAIDORES

RESIDENTES NA COMUNIDADE.1

Débora Regina Oliveira Moura Abreu2

Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo3

______________________________________________________________________

RESUMO Objetivo: descrever as características e as condições de saúde dos idosos que

sofreram quedas e as características das quedas sofridas por eles. Metodologia: estudo

epidemiológico, prospectivo, de coorte concorrente e seguimento de dois anos, por meio de

inquéritos domiciliares em 2012 e em 2013, utilizou-se os programas Epi Info e SPSS e

codificado através de Data Compare. Resultados: Os resultados apontam maior ocorrência de

queda no sexo feminino, faixa etária de acima de 70 anos, baixa renda e escolaridade, idosos

independentes e que fazem uso de mais de um medicamento. Maior ocorrência de quedas da

própria altura, no domicílio e com consequências. Conclusão: a ocorrência de quedas pode

resultar em um relevante problema de saúde, tendo em vista os danos ocasionados por este

evento na vida dos idosos é importante se adotar medidas preventivas tanto por profissionais

de saúde, família e sociedade.

DESCRITORES: Quedas, idosos, fatores associados.

ABSTRACT Objective: describing the characteristics and conditions of the elderly who have

suffered falls and characteristics of falls suffered by them. Methodology: epidemiological

prospective study of cohort competitor by two following years through household surveys in

2012 and 2013 with usage of the Epi Info and SPSS programs codified through Data

Compare. Results: The results showed a higher incidence of falls in females who were over

70 years, had low income and education, chronic diseases, sensory problems and were

independent and make use of more than one medicine. There is higher occurrence of falls

from their own height, at home and with consequences. Conclusion: The occurrence of falls

can result in a significant health problem in view of the damage caused by this event in the

elderly’ s life, it is important to adopt preventive measures by both health professionals,

family and society.

KEYWORDS: Falls, Elderly, Associated Factors.

1Artigo extraído da dissertação de Débora Regina Oliveira Moura Abreu, apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Enfermagem - Mestrado em Enfermagem Universidade Federal Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2013. 2 Mestranda em Enfermagem. Mato Grosso, Brasil. E-mail: dé[email protected]

3 Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFMT. Mato Grosso,

Brasil. E-mail: [email protected]

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RESUMEN: Describir las características y condiciones de las personas mayores que han

sufrido caídas y las características de las caídas sufridas por ellos. Metodología:

epidemiológica , competidor de cohortes prospectivo y después de dos años , a través de

encuestas de hogares de 2012 y 2013 , se utilizó el programa Epi Info y SPSS y codificadas a

través de comparar los datos . Resultados: Los resultados muestran una mayor incidencia de

caídas en mujeres mayores de 70 años , de bajos ingresos y la educación, y las personas

mayores independientes que usan más de una droga . Una mayor incidencia de caídas de

altura , en casa y con sus consecuencias. Conclusión: La ocurrencia de caídas pueden resultar

en un problema de salud importante en vista de los daños causados por este evento en la vida

de las personas mayores es importante tomar medidas preventivas tanto por profesionales de

la salud , la familia y la sociedad.

PALABRAS- CLAVES : Caída, Anciano, Factores de Riesgo.

INTRODUÇÃO

Um dos agravos que tem acometido a população brasileira e que tem sido objeto de

preocupação por parte de estudiosos e governo são as causas externas (acidentes e violências).

Em 2010, essas causas foram responsáveis por 13,5% de mortalidade no país. Entre 2000 e

2010, as causas externas apresentaram um aumento de 19,1% na taxa de internação hospitalar

da população geral. O gasto com hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil,

em 2011 foi equivalente a R$ 1 bilhão (DATASUS, 2011).

Dentre as causas externas, os acidentes por quedas constituem um dos maiores agravos

que atingem os idosos e representam um problema de saúde pública importante e crescente no

mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a queda pode ser definida como um

deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com

incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais que

comprometem a estabilidade (WHO, 2010).

Essas circunstâncias são decorrentes de fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os

primeiros, encontram-se as alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, uso de

fármacos e doenças. Os fatores extrínsecos estão relacionados às circunstâncias sociais e

ambientais que oferecem desafios ao idoso (SIQUEIRA, 2011). A maioria das quedas é

resultado de uma interação complexa entre estes fatores, comprometendo os sistemas

envolvidos com a manutenção do equilíbrio.

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Nos Estados Unidos da América, em 2007, havia quase 1,5 milhões de registros de

quedas de pacientes com 75 anos de idade ou mais. Destes, aproximadamente 400.000

necessitaram de internação hospitalar. Em 2010 o custo com o tratamento das quedas foi de

28,2 bilhões de dólares (CDC, 2012).

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que 28% a 35% das pessoas com

mais de 65 anos de idade sofrem quedas a cada ano, subindo esta proporção de 32% a 42%

para os idosos com mais de 70 anos (WHO, 2010). Em 2009, o SUS gastou aproximadamente

81 milhões de reais com o tratamento de fraturas decorrentes de quedas em idosos. Em

relação à mortalidade, no ano de 2010, 24.760 pessoas com idade acima de 60 anos morreram

em decorrência de quedas e em 2011, o número de internações de idosos por quedas no SUS

foi de 373.105 casos (DATASUS, 2011).

Um número considerável e crescente de estudos sobre quedas de idosos tem sido

desenvolvido no mundo por diversos profissionais da área da saúde, abordando diferentes

aspectos deste evento. Na literatura internacional, em relação às quedas de idosos na

comunidade, o maior interesse tem sido pelos aspectos preventivos das quedas (ELSKAMP et

al., 2012; WILLIAMS , ULLMANN, 2012).

Por outro lado, dos estudos nacionais, a maioria foi realizada em cidades das regiões

Sul e Sudeste e os aspectos mais pesquisados foram prevalência, incidência, causas e

consequências das quedas, fatores de risco e perfil de idosos que sofreram quedas (CELICH et

al., 2010; GAWRYSZEWSKI, 2010; MAIA, 2011; DANTAS et al., 2012; CRUZ et al.,

2012). Estudos sobre quedas de idosos em outras regiões do país ainda são poucos

principalmente em um país de grandes proporções territoriais e diferenças regionais como o

Brasil. Por isso, estudos de perfil epidemiológico de quedas de idosos são importantes para se

conhecer a magnitude e as características deste evento.

Na região Centro-Oeste, alguns estudos sobre quedas de idosos na comunidade têm

sido realizados. Em Goiânia, Silva et al. (2007) caracterizaram as situações de quedas em

idosos em uma comunidade pertencente ao território da Estratégia de Saúde da Família (ESF),

e Menezes, Bachion (2008) identificaram a presença de fatores intrínsecos que predispõem os

idosos residentes em instituições de longa permanência (ILPI) a quedas. Em Brasília/DF foi

realizado o estudo para verificar os fatores associados à presença de quedas em um grupo de

83 mulheres idosas independentes e autônomas (GAI et al., 2010).

Pesquisa realizada em 2012 sobre as condições de saúde da população idosa do

município de Cuiabá-MT identificou que 109 idosos haviam sofrido quedas (CARDOSO,

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2012). Entretanto, o perfil epidemiológico das quedas desses idosos ainda é desconhecido,

assim o presente estudo tem por objetivo descrever as características e as condições de saúde

dos idosos que sofreram quedas e as características das quedas sofridas por eles.

MÉTODOS

Estudo descritivo da coorte de seguimento, realizado a partir do Projeto matricial

Condições de vida e saúde da população idosa do município de Cuiabá-MT, que teve por

objetivo descrever as características sociodemográficas, as condições de saúde e

características das quedas da população de idosos residentes na zona urbana de Cuiabá-MT.

A amostra desse estudo foi determinada a partir do cálculo para populações finitas,

considerando um coeficiente de confiança de 95% (z=1,96); um erro de amostragem de 5%,

valor para proporção de 0,5 (p=0,5), determinando maior aproximação para o valor da

variância da característica na população, o tamanho da população de idosos residentes na zona

urbana foi de 43.096 (N=43.096). A partir da amostragem por conglomerado e correção no

tamanho da amostra de 50% para atingir a precisão desejada da pesquisa, a amostra foi de 573

idosos.

Posteriormente, determinou-se a quantidade de setores censitários que deveriam ser

visitados em cada distrito, utilizando a amostragem por conglomerados, a partir do seguinte

cálculo: *ii i

i

Nc n

C , onde, ci é o número de setores censitários a serem visitados em cada

distrito, Ni o número de idosos em cada distrito, Ci o número de setores em cada distrito e ni

o número de idosos na amostra em cada distrito. Dos 355 setores censitários de Cuiabá, 11

foram selecionados e a partir de critérios de probabilidades, foi definido o tamanho da

população de cada setor censitário.

Dos 573 idosos visitados, 109 (19%) caíram nos últimos 3 (três) meses à época da

coleta de dados (dezembro de 2011 a março de 2012). Estes foram os idosos selecionados

para a população do presente estudo. Utilizou-se como critérios de exclusão idosos que

apresentaram déficit cognitivo e de comunicação evidenciado pela aplicação do Mini Exame

de Estado Mental (MEEM) e que, no momento da entrevista, não tenha um familiar ou

cuidador que possa responder por ele ou auxiliá-lo nas respostas.

Antes da coleta de dados, foi realizado teste piloto com 20 idosos que referiram ter

sofrido quedas e que não participaram da pesquisa/estudo anterior, no mês de dezembro de

2012. A partir daí, o instrumento de coleta de dados foi reestruturado.

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Os dados foram coletados, no domicílio dos idosos, no período de janeiro a março de

2013, por meio de entrevista estruturada, utilizando questionário contendo questões referentes

aos dados sociodemográficos dos idosos, suas condições de saúde e características das

quedas. Além disso, foi utilizado o Índex de Independência nas AVD de Katz e a Escala de

Lawton e Brody para avaliar a capacidade funcional dos idosos.

As variáveis independentes ou de exposição foram agrupadas em variáveis

sociodemográficas e variáveis de condições de saúde. Foi utilizado o Índex de Independência

nas Atividades de Vida Diária de Katz e a Escala de Lawton e Brody para avaliar a

capacidade funcional dos idosos e o Mini Exame do Estado Mental, para avaliar o estado

cognitivo dos mesmos. A variável dependente ou desfecho deste estudo foi a recorrência de

queda no período de um ano.

Os questionários foram codificados e os dados coletados foram digitados duplamente

em banco de dados do programa Enter Data. Após a edição dos dados, os erros de digitação

foram comparados e corrigidos através do programa Data Compare. A análise descritiva foi

realizada pelo programa analyse data. Todos estes aplicativos fazem parte do pacote

estatístico Epi Info 2000 versão 3.5.2. Na análise foram utilizadas tabelas de frequência

apresentados por frequência absoluta (n) e relativa (%). As medidas contínuas foram

apresentadas por meio de médias e desvio padrão.

Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado pelo parecer

número nº 179.037/2013, em atendimento as diretrizes da Resolução Nº 196/1996, do

Conselho Nacional de Saúde (CNS).

RESULTADOS

Participaram do presente estudo 103 idosos, pois dos 109 selecionados 6 faleceram

antes da coleta de dados. Dentre eles, 23 referiram ter caído apenas 1 vez (queda relatada no

primeiro estudo). Por outro lado, no último ano, 80 idosos relataram outras quedas além

daquela, o que corresponde a 77,7% da população estudada.

A Tabela 1 mostra as características sociodemográficas dos 103 idosos estudados. A

maioria deles era do sexo feminino (62,1%), na faixa etária de 70 a 79 anos (44,8%) média de

idade de 76,7 ± 8,5 anos (valor não demonstrado em tabela) e 49,5% casados. Em relação à

escolaridade, a maior parte dos idosos (47,0%) possui 3,1 a 7 anos de estudo e 72,8%

declararam possuir renda de 1 a 2 salários mínimos, proveniente principalmente de

aposentadoria (69,5%).

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Tabela 1 – Distribuição dos idosos segundo características sociodemográficas. Cuiabá-MT, 2013.

Variável Frequência (n) Porcentagem (%)

Sexo

Masculino

39

37,9

Feminino 64 62,1

Faixa etária

60 − 69 anos 19 18,4

70 – 79 anos 46 44,8

80 anos ou mais 38 37,0

Estado conjugal

Casado/união estável 51 49,5

Viúvo 38 36,9

Solteiro 08 07,8

Separado/ divorciado 06 05,8

Anos de estudo

Mais de 7,1anos de estudo 15 22,7

3,1 a 7 anos de estudo 31 47,0

1 a 3 anos de estudo 20 30,3

Analfabeto 37 35,9

Renda

Mais de 2 SM 09 08,7

1 a 2 SM 75 72,8

Menos de 1 SM 11 10,7

Não tem 08 07,8

Renda proveniente de

Aposentadoria 66 69,5

Pensão 19 20,0

Auxilio Idoso 06 06,3

Trabalho 04 04,2

Total 103 100,0

Em relação às condições de saúde, 53,1% dos idosos reportaram ter problemas de

saúde e os mais frequentes foram hipertensão arterial (77,7%); diabetes (31,1%) e osteoporose

(20,4%). A maioria dos idosos faz uso de algum remédio (94,2%), sendo que 52,6% utilizam

de um a dois medicamentos, dentre eles, os mais utilizados são anti-hipertensivos (78,6%),

analgésicos (47,6%) e diuréticos (24,3%). Os idosos também referiram ter alterações no

equilíbrio (44,7%), alteração na marcha (53,4%), distúrbios visuais (76,7%) e auditivos

(37,9%). Quanto ao nível de dependência para AVD, a maioria é independente (79,6%) e

62,2% dos idosos são parcialmente dependentes para a AIVD (Tabela 2).

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Tabela 2 – Distribuição dos idosos segundo condições de saúde. Cuiabá-MT, 2013.

Variável Frequência (n) Porcentagem (%)

Problemas de saúde referidos

Nenhum 05 4,9

1 a 2 52 53,1

3 a 4 29 29,6

5 ou mais 17 17,3

Tipo de morbidade

Hipertensão 80 77,7

Diabetes 32 31,1

Osteoporose 21 20,4

Artrite/artrose 14 13,6

Cardiopatia 19 18,4

Incontinência urinaria 03 17,6

Uso de medicamentos

Sim 97 94,2

Não 06 05,8

Quantidade de medicamentos

1 a 2 51 52,5

3 a 4 20 20,6

5 ou mais 26 26,0

Classe de medicamentos

Anti-hipertensivos 81 78,6

Hipoglicemiantes/insulínicos 04 03,9

Diuréticos 25 24,3

Analgésicos 49 47,6

Sedativos 17 16,5

Cálcio/vitaminas

Alterações autoreferidas

19 18,4

Equilíbrio

Não 46 55,3

Sim 57 44,7

Marcha

Não 48 46,6

Sim 55 53,4

Visão

Não 24 23,3

Sim 79 76,7

Audição

Não 64 62,1

Sim 39 37,9

Auto percepção de saúde

Ótima 09 08,7

Boa 28 27,2

Regular 43 41,7

Péssima 21 20,4

NS/NR* 02 01,9

*Não sabe/não respondeu

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A Tabela 3 apresenta as características das quedas referidas pelos idosos. Dos 103

participantes do estudo, 3 não forneceram informações sobre as quedas sofridas. Para os 100

idosos que informaram sobre as quedas, 59,2% caiu dentro do domicilio, principalmente no

quintal da casa (47,5%) e 37,9% caíram fora do domicílio, ou seja, na calçada e na rua (36% e

14,7% respectivamente). Grande parte dos idosos caiu da própria altura (80%). Em relação às

consequências das quedas, 97% sofreram algum dano, dentre eles, 67,9% escoriação, 48,5%

lesão e 33,9% fraturas.

Tabela 3 - Distribuição do local, características e consequências das quedas de idosos. Cuiabá-

MT, 2013. Variável Frequência(n) Porcentagem (%)

Local da queda

Dentro do Domicilio 61 59,2

Fora do Domicilio 39 37,9

NS/NR* 3 2,9

Dentro do Domicilio

Quarto 04 06,6

Banheiro 07 11,5

Cozinha 04 06,6

Sala 04 06,6

Quintal 29 47,5

Outro 02 03,2

NS/NR* 11 18,0

Fora do Domicilio

Calçada 14 36,0

Rua 10 25,6

Transporte público/privado 05 12,8

Outro 10 25,6

De onde caiu

Cama 05 05,0

Cadeira 05 05,0

Própria altura 80 80,0

Escada 06 06,0

Telhado 02 02,0

Outro 01 01,0

NS/NR* 01 01,0

Consequências da queda

Sim 97 97,0

Não 03 03,0

Tipo de consequência

Escoriação 70 67,9

Lesão 50 48,5

Internação /Cirurgia 11 10,6

Fratura 35 33,9

Medo de Cair 21 20,3

*Não sabe/não respondeu

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70

DISCUSSÃO

Neste estudo, a maior ocorrência de quedas foi nos idosos do sexo feminino, um

achado semelhante ao de outras pesquisas (RIBEIRO, 2008; PINHEIRO et al, 2010). Vários

autores tem explicado a maior frequência desse evento em idosos como sendo multifatorial.

Entre os fatores, aponta-se a menor quantidade de massa magra e força muscular das mulheres

em relação aos homens da mesma idade, e a maior perda de massa óssea devido à redução de

estrógeno que aumenta a probabilidade de osteoporose (SBGG, 2009). Outro fator é a maior

prevalência de doenças crônicas entre elas, o que confere maior risco para fragilidade e perda

da capacidade funcional. Além disso, elas estão mais expostas aos riscos provenientes das

atividades domésticas como a limpeza da casa e arredores (MILAT, 2011; DANTAS, 2012).

O predomínio de quedas de idosos na faixa etária acima de 70 anos também foi

verificado no estudo de Cruz et al (2012). Conforme a idade avança, a pessoa passa a

apresentar mudanças anatomofisiológicas como diminuição da força e elasticidade muscular,

redução da estabilidade e dinâmica articular, alterações do sistema sensorial, vestibular,

somatossensorial e nervoso (ELIOPOULOS, 2005). Isso pode comprometer os mecanismos

de controle da marcha e equilíbrio e predispor os idosos às quedas.

Nesta pesquisa, a maior parte dos idosos referiu alterações de marcha, equilíbrio e de

visão. Estudos têm demonstrado que distúrbios de marcha, equilíbrio e de visão são

frequentes em idosos e são fatores preditores para a ocorrência de quedas (AXER et al., 2010;

DAVIS et al., 2011; CALLISAYA et al., 2012). Esses fatores aliados à presença de

problemas crônicos de saúde tornam os idosos vulneráveis à ocorrência de quedas.

O presente estudo mostrou que as doenças crônicas foram as morbidades mais comuns

entre os idosos que sofreram quedas, em particular a hipertensão. Este achado é semelhante ao

descrito em outras pesquisas (CELICH, 2010; BRITO, 2013). A presença de uma doença

crônica muitas vezes pode levar a problemas osteoarticulares, de sensibilidade e também pode

requerer uso regular de mais de um medicamento, fatores que contribuem para a ocorrência de

quedas.

A maior ocorrência de quedas nos idosos que fazem uso de medicamentos é um

resultado corroborado pela literatura (ZIERE et al., 2008; WOOLCOTT et al., 2009). O uso

prévio de medicamentos foi considerado estatisticamente significante à ocorrência de quedas,

pois podem alterar as respostas motoras, a pressão arterial, a capacidade cognitiva, além de

provocar hipotensão postural, sonolência, tonturas, necessidade de urinar com maior

frequência entre outras alterações (HAMRA et al., 2007) .

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71

A maior predominância de quedas de idosos com baixa escolaridade e renda é um

achado consistente com outros estudos sobre quedas de pessoas mais velhas (JOHANA,

2007). Assim como a renda, a escolaridade é um indicador que tem sido utilizado para

mostrar a condição socioeconômica dos indivíduos.

Em relação às quedas, sua predominância entre os idosos de baixa renda e

escolaridade pode ser pelo fato de que, geralmente, essas pessoas residem em locais

desprovidos de ruas asfaltadas e sem calçadas, o que contribui para que caiam com mais

frequência. Entretanto, deve-se considerar que as precárias condições de ruas e calçadas é

uma situação vivenciada não só por pessoas residentes em periferias e cidades de pequeno

porte. Em grandes centros urbanos como, por exemplo, Rio de Janeiro e São Paulo, a

conservação de ruas e calçadas também é deficiente, o que pode acarretar a queda de idosos

com melhores condições socioeconômicas (MENDES, 2007).

Neste estudo a maior proporção de quedas dos idosos ocorreu dentro do domicílio,

achado que é semelhante ao de outras pesquisas (CAVALCANTI et al, 2012). O predomínio

de quedas dentro do domicilio geralmente ocorre durante a realização de atividades cotidianas

como vestir, pegar objetos em armários, mudar de posição e deslocamento rápido até o

banheiro (GAWRYSZEWSKI, 2010).

Lesões e escoriações foram as consequências mais comuns das quedas dos idosos

estudados. Esse achado é semelhante ao encontrado em outras pesquisas (IGLESIAS et al.,

2009). Geralmente, pelo fato das quedas, resultarem em consequências leves, o idoso tende a

considerá-la um fato natural do processo de envelhecimento. Com isso deixa de tomar os

cuidados necessários para a sua prevenção.

A queda no idoso também pode ter outras consequências como fraturas de fêmur e

quadril, que acarretam diminuição da mobilidade e funcionalidade, medo de cair novamente,

atitudes protetoras de familiares ou cuidadores, além de aumento da demanda por consumo de

serviços de saúde e, por conseguinte, dos gastos públicos. (PERRACINI, 2005; MAIA, 2011).

A abordagem ao idoso que sofreu queda deve incluir uma avaliação ampla e integral, o

profissional de saúde deve realizar uma anamnese bem detalhada, direcionada às causas da

queda, verificar se este evento é comum na vida do idoso, identificar os fatores intrínsecos e

extrínsecos presentes na vida e entorno do idoso (RIBEIRO, 2008).

A identificação dos fatores associados ao histórico de quedas em idosos é de grande

importância para que os profissionais de saúde possam traçar medidas preventivas e de

intervenção terapêutica, a fim de manter ou melhorar a capacidade funcional e prevenir danos

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72

físicos, internações hospitalares e institucionalizações, diminuindo, assim, os altos custos que

as quedas acarretam ao sistema de saúde e mantendo uma boa qualidade de vida para essa

população.

CONCLUSÃO

A partir deste estudo, pode-se concluir que a ocorrência de quedas de idosos pode

resultar em um relevante problema de saúde, tendo em vista os danos ocasionados por este

evento na vida dos idosos. Considerando a gravidade destas consequências é importante se

adotar medidas preventivas tanto por profissionais de saúde, família e sociedade, a fim de

manter a independência ou minimizar os danos na sua capacidade funcional.

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75

Comprovante submissão avaliação para publicação

Prezado(a) DÉBORA ABREU

Acusamos o recebimento de seu manuscrito e agradecemos seu interesse e consideração pela

Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS).

Os manuscritos submetidos à RESS passam por um processo de avaliação preliminar.

Logo que esta avaliação estiver concluída, iremos comunicá-lo (a) a respeito do

encaminhamento de seu manuscrito.

Cordialmente,

Núcleo Editorial

Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde

[email protected]

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MANUSCRITO 2 - FATORES PREDITIVOS PARA RECORRÊNCIA DE QUEDAS

DE IDOSOS NA COMUNIDADE, 2013.1

Débora Regina Oliveira Moura Abreu2

Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo3

RESUMO

Quedas de idosos consistem em grave problema para um país que envelhece aceleradamente,

como o Brasil. Com o objetivo de analisar os fatores associados à recorrência de quedas de

idosos na comunidade em Cuiabá, realizou-se estudo epidemiológico, prospectivo, de coorte

concorrente e seguimento de dois anos, por meio de inquéritos domiciliares em 2012 e 2013.

Os dados foram coletados por entrevista nos domicílios idosos e lançados no banco de dados,

utilizaram-se os programas Epi Info e SPSS e codificado através de Data Compare. Para a

análise bivariada buscou-se associações entre os fatores de risco e a recorrência de quedas

através do cálculo do risco relativo das incidências cumulativas (intervalo de confiança de

95%). A análise múltipla foi realizada através da regressão de Cox. Na análise dos possíveis

confundimentos foram consideradas todas as variáveis que, quando da análise bivariada,

apresentou o nível de significância de p < 0,10 através do teste de razão de verossimilhanças.

Ao observar as analises bivariadas entre variáveis sócio-demográficas e recorrência de queda

observou-se que a variável escolaridade baixa (até 7 anos de estudo) foi associada com

recorrência de queda tendo sido esta associação estatisticamente significante (RR = 1,53; IC

95% = 0,95-2,49; p= 0,015). E em relação à renda do idoso foi encontrada associações

estatísticas limítrofes em idosos com baixa renda (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p= 0,097).

As quedas de idosos estão associadas a fatores demográficos e socioeconômicos, sua

ocorrência pode ser evitada com medidas preventivas adequadas, a fim de desenvolver

métodos para reduzir sua ocorrência ou as consequências visando à melhoria da qualidade de

vida da população idosa.

DESCRITORES: Quedas, idosos, fatores associados.

1Artigo extraído da dissertação de Débora Regina Oliveira Moura Abreu, apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Enfermagem - Mestrado em Enfermagem Universidade Federal Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2013. 2 Mestranda em Enfermagem. Mato Grosso, Brasil. E-mail: dé[email protected]

3 Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFMT. Mato

Grosso, Brasil. E-mail: [email protected]

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ABSTRACT: Elderly falls consist of serious problem for a country that ages rapidly, such as

Brazil. Aiming to analyze the factors associated with recurrent falls among older adults in the

community in Cuiabá, it was realized an epidemiological prospective study of cohort

competitor by two following years through household surveys in 2012 and 2013. The

programs Epi Info and SPSS were used codified through Data Compare. For the bivariate

analyzes, it was sought associations between risk factors and the recurrence of falls by

calculating the relative risk of cumulative incidences (confidence interval of 95%). The

multiple analyzes was realized through Cox regression. During the analyzes all variables that

could misunderstand data were considered, when the bivariate analyzes presented

significance level of p < 0,10 through likelihood ratio test. By observing the bivariate

analyzes between socio-demographic variables and recurrence of fall, it was observed that the

variable low education (up to 7 years of study) was associated with recurrence of falls and this

has been statistically significant (RR = 1.53, 95% CI = 0.95 to 2.49, p = 0.015). And in

relation to the elderly income, it was found borderline statistical associations in the elderly

with low income (RR = 1.44, 95% CI - 088 to 1.34, p = 0.097. The elderly falls are associated

to demographic and socioeconomic factors; their occurrence can be avoided with adequate

reventive measures to develop methods to reduce their occurrence or their consequence which

aims to improve the elderly population quality of life.

KEYWORDS: Falls, Elderly, Associated Factors.

RESUMEN: Caídas en los ancianos consisten problema grave para un país que envejece

rápidamente, como Brasil. Con el objetivo de analizar los factores asociados a la recurrencia

de las caídas en la comunidad de ancianos en Cuiabá, que se celebró epidemiológica,

competidor de cohorte prospectivo y después de dos años, a través de encuestas de hogares de

2012 y 2013 se utilizaron Epi Info y SPSS y codificado a través de comparación de datos.

Para las asociaciones bivariadas se buscaron entre los factores de riesgo y la recurrencia de las

caídas mediante el cálculo del riesgo relativo de incidencia acumulada (intervalo de confianza

del 95%). Análisis de regresión múltiple se realizó mediante regresión de Cox en el análisis

de las posibles variables de confusión se consideraron todos que cuando el análisis bivariado

mostró un nivel de significación de p <0,10 mediante la prueba de razón de verosimilitud. Al

observar el bivariado analiza entre las variables sociodemográficas y la recurrencia de la caída

se observó que el bajo nivel de educación variables (hasta 7 años de estudio) se asoció con

recurrencia de esta disminución fue estadísticamente significativa (RR = 1,53, 95% CI = 0,95

a 2,49, p = 0,015). Y en relación a los ingresos de los ancianos fue asociaciones estadísticas

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dudosas que se encuentran en la tercera edad con bajos ingresos (RR = 1,44, IC del 95% - 088

a 1,34, p = 0,097). Caídas em ancianos están asociados con factores demográficos y

socioeconómicos, su aparición se puede prevenir con medidas preventivas adecuadas con el

fin de desarrollar métodos para reducir su ocurrencia o las consecuencias para mejorar la

calidad de vida de la población de edad avanzada.

PALABRAS–CLAVES : Caída, Anciano, Factores de Riesgo.

INTRODUÇÃO

As quedas são a principal causa de mortalidade por lesão no mundo na população

idosa, respondendo por um terço das mortes por lesões não-intencionais. Quedas de idosos

consistem em grave problema para um país que envelhece aceleradamente, como o Brasil.

Este evento pode ser definido como um deslocamento não intencional do corpo para um nível

inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por

circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade (WHO, 2010).

Essas circunstâncias são decorrentes de fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os

primeiros, encontram-se as alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, déficit do

equilíbrio, visão, audição e marcha, além do uso de fármacos e presença de doenças

debilitantes. Os fatores extrínsecos incluem os riscos ambientais, tais como má iluminação,

piso escorregadio, comportamentos de risco, como subir em cadeiras ou escadas e aqueles

relacionados com atividades do cotidiano (PERRACINI, 2002; SIQUEIRA, 2011). Contudo,

a maioria das quedas é resultado de uma interação de todos estes fatores.

Como consequências comuns das quedas estão a redução da mobilidade e

funcionalidade e o aumento de susceptibilidade a doenças, hematomas, contusões e fraturas

(YU et al., 2009; WAGERT et al, 2009 ; MAIA, 2011). Indiretamente, as quedas acarretam

restrições das atividades, medo de cair novamente, além de aumento da demanda por

consumo de serviços de saúde e, por conseguinte, dos gastos públicos (RIBEIRO et al., 2008).

Os custos com o tratamento das quedas variaram entre 0,85% e 1,5% do total gasto

com saúde na Austrália, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido (HEINRICH et al.,

2010). No Brasil, em 2009, o Sistema Único de Saúde gastou aproximadamente 81 milhões

de reais com o tratamento de fraturas decorrentes de quedas de idosos (DATASUS, 2011).

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Dados do Ministério da Saúde (2006) mostram que cerca de 30% das pessoas idosas sofrem

quedas a cada ano, e, destes, cerca de um quarto requer hospitalização sendo que apenas

metade sobreviverá após um ano.

Embora o aumento da ocorrência de quedas seja comum em idosos, poucas pesquisas

epidemiológicas têm se dedicado a esse assunto. Assim, esse estudo tem por objetivo analisar

os fatores associados à recorrência de quedas na população com idade maior de 60 anos

residente na comunidade.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico de coorte fechada e concorrente realizado a

partir de uma sub-amostra do Projeto Condições de vida e saúde da população idosa do

município de Cuiabá-MT (CARDOSO, 2012).

No projeto matricial a amostra foi determinada considerando um coeficiente de

confiança de 95% (z=1,96); um erro de amostragem de 5%, valor para proporção de 0,5

(p=0,5). A população da zona urbana foi de 43.096 idosos. Posteriormente, determinou-se o

número de setores censitários que seriam incluídos por distrito através da amostragem por

conglomerados, a partir do seguinte cálculo: *ii i

i

Nc n

C , onde, ci é o número de setores

censitários, Ni o número de idosos, Ci o número de setores e ni o número de idosos na

amostra em cada distrito. Dos 355 setores censitários de Cuiabá, 11 foram selecionados, e, a

partir de critérios de probabilidades com correção no tamanho da amostra de 50%, foi

definido o tamanho da população em 573 idosos.

Para a presente pesquisa, selecionou-se todos os idosos que haviam referido ter sofrido

queda nos últimos três meses à época da coleta de dados da pesquisa matricial, perfazendo um

total de 109 participantes. Estes formaram a população desse estudo, os quais foram

reentrevistados no domicílio dos idosos, pela pesquisadora, exatamente um ano após a

realização do primeiro inquérito, no período de janeiro a março de 2013. No intervalo entre os

dois inquéritos, seis idosos faleceram, o que foi considerado como perdas. Participaram da

amostra final 103 idosos.

Como variáveis de exposição foram obtidas informações sociodemográficas (sexo,

faixa etária, estado civil, renda, escolaridade e se vive só) e informações sobre as condições

de saúde (morbidade referida, uso de medicamentos, autopercepção de saúde, alteração de

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marcha e equilíbrio, problemas de visão e audição e prática atividade física). Para a avaliação

da capacidade funcional foi utilizado o Índex de Independência nas Atividades de Vida Diária

de Katz (KATZ, 1970) e a Escala de Lawton (LAWTON, 1969). A variável desfecho foi a

recorrência de novos episódios de quedas ocorrida no intervalo entre as duas pesquisas.

Os questionários foram codificados e digitados duplamente. Os erros de digitação

foram comparados e corrigidos através do programa Data Compare. Foram utilizados os

programas EPI INFO versão 7.0 e SPSS versão 18.0.

Realizou-se análise descritiva, bivariada e múltipla. Na análise descritiva observaram-

se as frequências absolutas e relativas das variáveis. Para a análise bivariada buscou-se

associações entre os fatores de risco e a recorrência de quedas através do cálculo do risco

relativo das incidências cumulativas (intervalo de confiança de 95%). A análise múltipla foi

realizada pelo Modelo de Regressão de Cox, considerando-se como tempo de

acompanhamento igual a um (1,0) ano para todos os participantes. Adotou-se o nível de

significância de 0,05 como de associação estatisticamente significante para todas as análises.

Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado pelo parecer

número nº 179.037/2013, em atendimento as diretrizes da Resolução Nº 196/1996, do

Conselho Nacional de Saúde (CNS).

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RESULTADOS

Entre os 103 idosos que caíram no primeiro seguimento, 80 (77,6%) sofreram

recorrência de quedas (resultado não apresentado). A maioria deles era do sexo feminino 64

(62,1%) e apresentava faixa etária acima de 70 anos 84 (81,8%). Quase metade dos

participantes vivia com companheiros 51 (49,5%), 57 (62%), tinham até 3 anos de estudo

(47,0%) e 94 (91,3%) tinham renda familiar de até dois salários mínimos.

Na análise bivariada, as variáveis sóciodemográficas associadas à recorrência de

queda foram escolaridade de até 7 anos de estudo (RR = 1,53; IC 95% = 0,95-2,49; p= 0,015)

e renda do idoso menor do que dois salário mínimos (RR = 1,44; IC 95% - 088-1,34; p=

0,097), apesar da associação estatística limítrofe desta segunda análise. As demais variáveis

(sexo, faixa etária e estada civil) não apresentaram associações estatisticamente significantes

(p>0,05) (Tabela 1).

Tabela 1 - Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo

variáveis sociodemográficas. Cuiabá-MT, 2013.

Variáveis

Recorrência de quedas

RR (IC 95%)

p-valor

n/N %

Sexo

Masculino 28/39 71,79 1,0

Feminino 52/64 81,25 1,13 (0,90-1,42) 0,262

Faixa etária

Até 69 anos 16/19 84,2 1,0

70 anos e mais 64/84 76,2 0,90 (0,72-1,14) 0,451

Estado civil

Casado 38/51 74,5 1,0

Divorciado 4/6 66,7 0,89 (0,50-1,61) 0,682

Solteiro 6/8 75,0 1,00 (0,65-1,55) 0,976

Viúvo 32/38 88,2 1,13 (0,91-1,40) 0,271

Estado civil

Casado 38/51 74,5 1,0

Demais 42/52 80,8 1,08 (088-1,34) 0,447

Renda do idoso

Até 2 salários mínimos 75/94 79,8 1,44 (088-1,34) 0,097

Escolaridade (anos de estudo)

7 anos ou mais 8/15 53,3 1,0

Até 7 anos 72/88 81,8 1,53 (0,95-2,49) 0,015

RR: Risco Relativo; IC 95%: Intervalo de Confiança para a proporção de 95%.

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82

A tabela 2 contempla a distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas

segundo presença de alguma morbidade, sendo que nenhuma variável se manteve associada à

recorrência de queda. Contudo, nota-se que artrite e artrose (RR = 1,23; IC 95% = 1,02 - 1,48;

p= 0,075) e reumatismo (RR = 0,42; IC 95% = 0,08 - 2,09; p = 0,062) apresentaram

associações estatísticas limítrofes com o desfecho.

Tabela 2 - Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo

morbidade. Cuiabá-MT, 2013.

Variáveis

Recorrência de quedas

RR (IC 95%)

p-valor n/N %

Hipertensão

Sim 64/80 80,00 1,0

Não 16/23 63,57 1,15 (0,86- 1,54) 0,291

Diabetes

Sim 26/32 81,25 1,0

Não 54/71 76,06 1,06 (0,86 - 1,31) 0,553

Osteoporose

Sim 16/21 76,19 1,0

Não 64/82 78,05 0,97 (0,74 - 1,27) 0,856

Artrite/ artrose

Sim 13/14 92,86 1,0

Não 67/89 75,28 1,23 (1,02 - 1,48) 0,075

Cardiopatias

Sim 13/19 68,42 1,0

Não 67/84 79,76 0,85 (0,62 - 1,18) 0,284

Reumatismo

Sim 1/3 33,33 1,0

Não 79/100 73,00 0,42 (0,08 - 2,09) 0,062

RR: Risco Relativo; IC 95%: Intervalo de Confiança para a proporção de 95%.

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Em relação às condições de saúde do idoso, verificou-se que quando este referiu auto

percepção de saúde regular ou péssima houve associação estatisticamente significante com

recorrência de quedas (RR = 1,80; IC 95% -0,86 – 3,78; p= 0,014). Contudo, não foram

observadas diferenças estatisticamente significantes entre autopercepção de alteração de

marcha e de equilíbrio, problemas da visão, audição e prática atividade física e recorrência de

quedas e (p > 0,05) (tabela 3).

Tabela 3 - Distribuição dos idosos que sofreram recorrência de quedas segundo

condições de saúde. Cuiabá-MT, 2013.

Variáveis

Recorrência de quedas

RR (IC 95%)

p-valor n/N %

Auto percepção de saúde

Ótima – Boa 4/9 44,44 1,0

Regular – Péssima 74/92 80,43 1,80 (0,86-3,78) 0,014*

Alterações Autoreferidas

Marcha

Não 36/48 75,00 1,0

Sim 44/55 80,00 1,06 (0,86 - 1,31) 0,541

Equilíbrio

Não 33/46 71,74 1,0

Sim 47/57 82,46 1,15 (0,92-1,45) 0,196

Problema da Visão

Não 16/24 66,67 1,0

Sim 64/79 81,01 1,21 (0,89 - 1,64) 0,142

Problema de Audição

Não 48/64 75,00 1,0

Sim 32/39 82,05 1,09 (0,89 - 1,34) 0,406

Pratica Atividade Física

Sim 11/17 64,71 1,0

Não 69/86 80,23 0,80 (0,55 - 1,16) 0,168

RR: risco relativo; IC 95%: intervalo de confiança para a proporção de 95%.

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A Tabela 4 contém os resultados das análises brutas e ajustadas (por todas as

variáveis) pela regressão dos riscos proporcionais de Cox. No modelo final, ter ter menos de

7 anos de estudo foi a variável que se manteve associada com a recorrência de quedas de

idosos.

Tabela 4 - Análises brutas e ajustada (por todas as variáveis) pela Regressão dos Riscos

proporcionais de Cox para a recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá-

MT, 2013.

Variáveis RR (IC 95%)

bruto

RR (IC 95%)

ajustada

Sexo

Masculino 1,0 1,0

Feminino 1,13 (0,90-1,42) 1,09 (0,38-1,35)

Estado civil

Casado 1,0 1,0

Demais 1,08 (0,88-1,34) 1,10 (0,88-1,37)

Renda do idoso

> 2 salários mínimos 1,0 1,0

Até 2 salários mínimos 1,44 (0,88-1,34) 1,37 (1,04-1,77)

Escolaridade (anos de estudo)

7 anos ou mais 1,0 1,0

Artrite/ Artrose

Sim 1,0

Não 1,23 (1,02 - 1,48) 1,15 (0,81-1,64)

Reumatismo

Sim 1,0 1,0

Não 0,42 (0,08 - 2,09) 0,36 (0,09-1,43)

Auto percepção de saúde

Demais 1,0 1,0

Ótima 1,80 (0,86-3,78) 1,28 (0,81-2,04)

Alteração do Equilíbrio

Não 1,0 1,0

Sim 1,15 (0,92-1,45) 1,03 (0,83-1,26)

Problema da Visão

Não 1,0 1,0

Sim 1,21 (0,89 - 1,64) 1,23 (0,89-1,69)

Pratica Atividade Física

Sim 1,0 1,0

Não 0,80 (0,55 - 1,16) 1,27 (0,90-1,79)

RR: Risco Relativo; IC 95%: Intervalo de Confiança para a proporção de 95%.

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DISCUSSÃO

A principal variável preditora para recorrência de quedas do presente estudo foi baixa

renda. A recorrência de quedas em idosos com baixa renda também foi verificado no estudo

de Maciel, Guerra (2005). Os autores referem que a educação pode refletir em outros aspectos

importantes da vida como habitação, cultura, saúde e renda. Pois, geralmente, pessoas com

maior nível de instrução se preocupam com sua saúde, possuem melhores hábitos higiênicos e

maior capacidade de envolver-se na sua recuperação. Idosos com renda econômica incerta ou

insuficiente enfrentam maior risco de quedas, este fato é decorrente do ambiente prejudicial

em que vivem, dieta pobre em nutrientes e falta de acessibilidade aos serviços de saúde

(WHO, 2010).

Estudos apontam a escolaridade associada à maior ocorrência de queda de idosos

(PERRACINI, 2002; GAI, 2010). A baixa escolaridade foi encontrada como fator de risco

para a ocorrência de fratura do quadril em grupo de 5630 indivíduos idosos residentes na

comunidade, com idade de 70 anos ou mais, acompanhados durante dois anos (WILSON et al,

2006). Contudo, em nosso estudo a associação entre escolaridade e queda encontrada na

análise bruta não foi importante no modelo final. Provavelmente, este efeito foi atenuado pelo

provável confundimento exercido pela baixa renda.

Outro achado desta investigação foi a forte associação da autopercepção de saúde ruim

ou péssima com a recorrência de quedas na análise bivariada. Pesquisas indicam que idosos

analfabetos ou com baixa escolaridade avaliam sua saúde como pior em relação aos idosos

com maiores níveis de escolaridade.

Moraes et al (2011) mostraram que a frequência de pessoas que autoavaliaram sua

saúde negativamente foi superior naquelas com menor escolaridade. A autopercepção de

saúde é um conceito multidimensional. Fonseca et al. (2010), afirmaram que na autoavaliação

da saúde os idosos priorizaram sua capacidade de realizar atividades funcionais avançadas e

capacidade de resolverem problemas por si só. Dantas et al. (2012), verificaram que a

autopercepção de saúde negativa por parte dos idosos foi um fator significativo para a

ocorrência de quedas. Da mesma maneira, pesquisa realizada com idosos vivendo na

comunidade identificou associação significativa entre ocorrência de quedas e autopercepção

da saúde negativa, sintomas depressivos e isolamento social (TINETTI, 2010). Outra

associação observada em relação à autopercepção negativa de saúde foi a presença de déficit

de equilíbrio em idosos e maior risco de mortes (MACIEL, 2005).

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Em nosso estudo, a recorrência de quedas associou-se com a presença de artrite,

artrose e reumatismo, apesar da significância estatística limítrofe. Em relação à presença de

morbidades, a literatura aponta que o aumento de doenças crônicas, com o avançar da idade

ocorre concomitantemente com a perda da capacidade funcional, aumento da dependência

física e imobilidade de grande parte dos idosos (CELICH, 2010).

Outros estudos associam a ocorrência de quedas com doenças osteoarticulares,

inatividade, alteração da visão e da audição, vertigem e perda da força muscular (MESSIAS e

NEVES, 2009; LIN et al., 2011; PINHO, 2012).

Limitações funcionais caracterizadas pelas atividades de vida diária têm sido

significativamente associadas com a ocorrência de quedas na comunidade. Estudo realizado

por Yamashita et al. (2012) mostrou que idosos que apresentaram estas limitações foram

mais propensos a sofrerem quedas na comunidade do que os demais. Comprometimentos na

capacidade funcional de idosos desempenham um papel importante na interação multicausal

de quedas. Além disso, os idosos com baixa autoconfiança na realização de atividades

cotidianas, tendem a ter uma diminuição progressiva de sua capacidade funcional ao longo do

tempo. Esse medo também está associado ao risco de quedas no futuro (PERRACINI, 2002).

No que diz respeito a alterações do equilíbrio, Siqueira et al. (2007) ressaltam que o

envelhecimento traz perda de equilíbrio e alterações na massa muscular e óssea, aumentando

a possibilidade de ocorrência de quedas. Nesta perspectiva, a função sensorial ocupa um

papel importante no controle postural e de equilíbrio. Estudos têm demonstrado que a

diminuição da acuidade visual pode associar-se a ocorrência de quedas de idosos

(LAMOUREUX et al., 2008; KUANG et al., 2008; MACEDO et al., 2008). Para Paula et al.

(2010) o déficit visual leva o idoso a sair menos de casa, tendo como consequência a perda de

interesse por uma atividade social prazerosa, podendo favorecer o isolamento e a depressão.

Problemas otoneurológicos também podem levar a ocorrência de quedas devido à

alteração do equilíbrio corporal da população idosa, tais como vertigem, tonturas, perda

auditiva e o zumbido (GANANÇA et al., 2010; MORAES et al., 2011). Outros estudos

também demonstram que a cognição tem um papel fundamental na regulação da marcha e

equilíbrio em idosos e que mudanças sutis na cognição contribuem para a instabilidade

postural, podendo levar à ocorrência de quedas e lesões (GLEASON et al., 2009; HARLEIN,

2009; MUIR et al., 2012).

Diversos estudos indicam a ocorrência de quedas anteriores como fator associado à

ocorrência de novas quedas (BRITO, 2007; TINETTI, 2010; MOTTA et al., 2010). Cerca de

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10% dos idosos que sofrem quedas, possuem histórico de quedas recorrentes, ou seja, caem

duas ou mais vezes dentro do período de seis meses (MELZER et al., 2007). Pesquisa

realizada com idosos que sofreram quedas na comunidade apontou que as chances de quedas

recorrentes são maiores entre mulheres, idosos viúvos, solteiros, idosos com história prévia de

fratura e com grau de comprometimento nas atividades de vida diária (PERRACINI,

RAMOS, 2002).

Apesar deste estudo não ter encontrado associações estatísticas significantes entre

idade, sexo e queda de idosos, é consenso na literatura a influência destas variáveis sobre a

recorrência de quedas (ABREU, 2008; LEVEILLE et al., 2008; ADAM et al., 2008;

ISHIMOTO et al., 2009; TOLEDO, 2010; GILBERT et al., 2012). Para Paranhos (2009), com

o passar dos anos as quedas representam uma ameaça à vida, podendo ocorrer com maior

frequência nos idosos em relação a população com menores faixas etárias.

No que diz respeito à maior ocorrência de quedas no sexo feminino, diversas pesquisas

têm associado este ocorrência à menor quantidade de massa magra e força muscular além da

perda de massa óssea no sexo feminino em comparação aos homens da mesma idade

(AGUIAR, ASSIS, 2009; MILAT, 2011; DANTAS, 2012; SBGG, 2012). Para Lopes et al.

(2010), esta associação se deve a questões multifatoriais e complexas, tornando as pessoas

idosas mais vulneráveis a este tipo de evento.

Em relação ao estado civil e arranjo familiar dos idosos que sofrem quedas, estudos

têm apontado que o isolamento e a solidão são comuns entre os idosos, principalmente os que

perderam os companheiros ou moram sozinhos e se tornaram responsáveis por todas as

atividades de organização do lar, ficando assim mais expostos a riscos e situações que levam a

ocorrência de quedas (GABMANN, et al., 2009; LEUNG et al., 2010; WHO, 2010).

Ainda, Suelves et al. (2010) realizaram estudo com o objetivo de identificar os fatores

associados a quedas de idosos na comunidade, verificando relação estatisticamente

significativa entre os idosos que viviam sozinhos na comunidade e a ocorrência de quedas.

Bongue et al. (2011), por sua vez, desenvolveram ferramentas de triagem com fatores

associados à ocorrência de quedas de idosos na comunidade, houve maior numero de quedas

de idosos que viviam sozinhos.

O uso de medicamentos também é apontado por muitos autores como fator associado a

quedas. Hamra et al. (2007) verificaram que o uso prévio de medicamentos foi considerado

estatisticamente significante à ocorrência de quedas. Entre as variáveis preditoras às quedas

encontraram que uso de medicamentos alteravam o grau de atenção, respostas motoras,

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88

pressão arterial e outras funções necessárias para o desenvolvimento das atividades normais

dos idosos. Além disso, medicamentos que agem no sistema nervoso central, em sua maioria

mais utilizados pelos idosos, são associados à maior ocorrência de quedas (ZIERE et al.,

2008; WOOLCOTT et al., 2009).

Além dos aspectos intrínsecos, fatores extrínsecos também são descritos na literatura

como importantes para a ocorrência de quedas. O ambiente físico, público ou domiciliar,

colabora decisivamente para a ocorrência de quedas de idosos (OMS, 2010). Segundo

Eliopoulos (2005), ambientes desconhecidos, incluindo pisos lisos, superfícies úmidas

iluminação ambiental inadequada entre outros, são fatores que contribuem para a ocorrência

de quedas.

Alguns estudos têm demonstrado um predomínio de quedas dentro do domicilio ou em

seus arredores, geralmente durante a realização de atividades cotidianas como caminhar,

mudar de posição e ir ao banheiro (MENDES, 2007; GAI et al, 2010; GAWRYSZEWSKI,

2010; CAVALCANTI et al, 2012). Segundo Pinho et al., (2012) idosos saudáveis tendem a

cair durante atividades instrumentais e em ambientes públicos, enquanto, idosos frágeis

tendem a cair em seus domicílios durante atividades rotineiras sem grandes exigências de

equilíbrio.

Por fim, Pereira et al (2013) ressaltam a importância de estudos sobre fatores

associados para ocorrência de quedas, pois entender a contribuição destes fatores permite que

os profissionais de saúde elaborem medidas de intervenção apropriadas.

Algumas limitações podem ser apontadas nesse estudo. Primeiro, sobre um possível

viés de memória, tendo em vista que os idosos foram perguntados sobre o evento referido no

primeiro inquérito. Possivelmente, aqueles que sofreram quedas mais graves podem ter se

lembrado com maior frequência de detalhes em relação ao que sofreram quedas com menores

sequelas. Outra limitação é o fato desta pesquisa ter se limitado aos idosos residentes em áreas

urbanas, consequentemente não reflete a realidade de idosos que vivem na zona rural e idosos

institucionalizados. Também não foram considerados os fatores comportamentais e

ambientais que possuem forte associação com a recorrência de quedas.

Contudo, este estudo identificou associações entre fatores sociodemográficos,

morbidades e recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá/MT. Os resultados

evidenciados nesta pesquisa corroboram com outros estudos já realizados e indicam à

realização de novas pesquisas sobre a temática, abordando idosos que já foram internados por

consequência de quedas.

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Comprovante submissão avaliação publicação periódico Escola Anna Nery Revista de

Enfermagem

Ilmo(a) Sr.(a)

Prof(a), Dr(a) DÉBORA REGINA OLIVEIRA MOURA ABREU

Referente ao código de fluxo: 842 Classificação: Pesquisa Original

Informamos que recebemos o manuscrito "FATORES ASSOCIADOS À RECORRÊNCIA

DE QUEDAS DE IDOSOS NA COMUNIDADE, 2013. ", que será enviado para

apreciação dos Revisores para possível publicação/participação na(o) Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem. Por favor, para qualquer comunicação futura sobre o referido

manuscrito cite o número do código de fluxo apresentado acima.

Obrigado por submeter seu trabalho a(o) Escola Anna Nery Revista de Enfermagem

Atenciosamente, Dr. Antonio José de Almeida Filho

Editor-chefe

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PARTE 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste estudo, conclui-se que a ocorrência de quedas pode resultar em um

relevante problema de saúde, tendo em vista os danos ocasionados por este evento na vida dos

idosos é importante se adotar medidas preventivas tanto por profissionais de saúde, família e

sociedade. Este estudo identificou associações entre fatores sociodemográficos, morbidades e

recorrência de quedas de idosos no município de Cuiabá/MT.

Os resultados evidenciados nesta pesquisa corroboram com outros estudos já

realizados e indicam à realização de novas pesquisas sobre a temática.

Como em todo processo de pesquisa, diversos obstáculos foram enfrentados, exigindo

mais do que a pura técnica ou estratégias, pois colocavam em cheque o próprio ato de

apropriação do saber por meio de um instrumento previamente pensado. Exigiu criatividade,

adaptação e processo decisório ao esbarra naquilo que é a realidade própria de cada ser

contemplado neste trabalho, na medida em que me deparei tanto com a busca pela validação

científica quanto o devido respeito e consideração pelo saber comum inerente a cada um de

meus pesquisados. Foram momentos de difícil equalização da experiência que ainda não tinha

com o devido manejo dos dados recolhidos.

Há momentos em que as decisões tomadas nesses processos envolvem tantas

variáveis, e somam riscos tão grandes, que o próprio ato de decidir torna-se, por si só, um

novo risco. Entretanto, diante daquilo que precisa ser mudado, das condições adversas

encontradas diante desses impasses, faz-se necessário que se elenque uma série de

características e competências vitais para a minimização do risco de decidir.

Um dos grandes desafios deste estudo foi a coleta de dados, tendo em vista que me vi

enquanto pesquisadora sozinha para visitar e colher todos os dados da pesquisa. A principio

as informações dos endereços foram dificultadas pela ausência de numeração nas casas e ruas,

fato este bastante comum na cidade de Cuiabá, que no período da coleta de dados, estava e

continua e obras se preparando para um grande evento esportivo, a copa do mundo de 2014 ,

com ruas bloqueadas limitando o acesso a diversos locais. Outro fator dificultante foi a

distancia entre os endereços, tendo em vista que ao todo foram 9 bairros distintos visitados

pela pesquisadora, em um período de 3 meses e um total de 129 visitas contando as

entrevistas do teste piloto.

Algumas limitações podem ser apontadas neste estudo. Primeiro, sobre um possível

viés de memória, tendo em vista que os idosos foram perguntados sobre o evento referido no

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primeiro inquérito. Possivelmente, aqueles que sofreram quedas mais graves podem ter se

lembrado com maior frequência de detalhes em relação ao que sofreram quedas com menores

sequelas. Outra limitação é o fato desta pesquisa ter se limitado aos idosos residentes em áreas

urbanas, consequentemente não reflete a realidade de idosos que vivem na zona rural e idosos

institucionalizados. Também não foram considerados os fatores comportamentais e

ambientais que possuem forte associação com a recorrência de quedas.

Como pesquisadora vivenciei momentos marcantes, ao ouvir mais do que o

instrumento perguntava, ouvir o que as falas não diziam, mas eram possíveis de ser vistas a

olho nu, pois a maioria dos entrevistados eram de baixa renda e pouca escolaridade, com uma

condição de vida tão precária, que não fazia parte de suas realidade cotidiana o mínimo

cuidado para com o fator observado na pesquisa, o que em muitos momentos fez com que

meu instrumento de estudo fosse algo “alienígena” em suas vidas, não obtendo nenhum lugar

nas mesmas por não fazer parte de sua cultura.

Neste sentido, é de extrema importância a atuação da Estratégia de Saúde da Família

com uma equipe multidisciplinar capacitada para atuar na promoção de saúde e prevenção de

agravos, a fim de propiciar a mudança no comportamento diante de situações que podem se

tornar fatores de risco, a fim de manter ou melhorar a capacidade funcional e prevenir danos

físicos, internações hospitalares e institucionalizações, diminuindo, assim, os altos custos que

as quedas acarretam ao sistema de saúde e mantendo uma boa qualidade de vida para essa

população.

No que tange a enfermagem, esta assume papel fundamental no planejamento de ações

e cuidados baseados na condição de saúde do idoso, orientando e estimulando os idosos a

participar ativamente do seu cuidado bem como da promoção da saúde, a fim de manter sua

independência e capacidade funcional, alem de bem estar mental e psíquico.

Por fim, a realização da pesquisa mostrou-se satisfatória, a medida que os objetivos

propostos foram alcançados, espera-se que os resultados desse estudo possam ser utilizados

tanta na academia, auxiliando na formação de profissionais para trabalhar com a população

idosa e os serviços de saúde, a fim de promover melhorias no cuidado e prevenção de quedas

de idosos na comunidade.