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Ministério do Meio Ambiente Secretaria Executiva Secretaria de Biodiversidade e Florestas PROGRAMA ÁREAS PROTEGIDAS DA AMAZÔNIA ARPA – FASE II (Documento de Programa do Governo Brasileiro) Brasília, Setembro de 2009

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Ministério do Meio Ambiente

Secretaria Executiva

Secretaria de Biodiversidade e Florestas

PROGRAMA ÁREAS PROTEGIDAS DA AMAZÔNIA ARPA – FASE II

(Documento de Programa do Governo Brasileiro)

Brasília, Setembro de 2009

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SUMÁRIO

Índice de Figuras ______________________________________________________________ 4

Índice de Quadros _____________________________________________________________ 4

Índice de Tabelas ______________________________________________________________ 4

Siglas _______________________________________________________________________ 4 1 Introdução _________________________________________________________________ 7 2 Contexto do Programa Arpa no âmbito das políticas públicas brasileiras ____________ 8

2.1 Contexto do Programa Arpa no âmbito das políticas públicas brasileiras para o meio ambiente ___________________________________________________________________ 9

2.1.1 O Programa Arpa e o Plano Amazônia Sustentável __________________________ 10 2.1.2 O Programa Arpa e o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) ______________________________________________ 10 2.1.3 O Programa Arpa e o Plano Nacional de Áreas Protegidas ___________________ 11 2.1.4 O Programa Arpa e o Plano Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC) _______ 11

2.2 O Programa Arpa no âmbito dos Programas Ambientais constantes no PPA 2008 - 2011 12 2.2.1 O Programa Arpa no âmbito dos Programas Ambientais constantes nos PPAs 2008 – 2011 estaduais ___________________________________________________________ 12

2.3 Conclusão _____________________________________________________________ 12

3 Objetivos Gerais do Programa _______________________________________________ 12

3.1. Princípios e Diretrizes do Programa Arpa _____________________________________ 14

3.2 Categorias de unidades de conservação contempladas no Programa Arpa __________ 16

3.3 Critérios Orientadores para Inclusão no Programa______________________________ 16

3.4 Estratégia de Conservação e Investimento ___________________________________ 17

4 Principais Resultados da Fase I ______________________________________________ 17

4.1 Lições Aprendidas _______________________________________________________ 19

5 Proposta para o Programa Arpa Fase II ________________________________________ 22

5.1 Matriz Lógica do Programa Arpa Fase II______________________________________ 23

5.2 Componentes do Programa _______________________________________________ 27 Componente 1: Criação de Novas Unidades de Conservação ______________________ 28

Subcomponente 1.1: Identificação das Áreas Prioritárias para Criação de Unidades de Conservação __________________________________________________________ 28 Subcomponente 1.2: Criação de Unidades de Conservação _____________________ 28

Componente 2: Consolidação e Gestão das Unidades de Conservação ______________ 29 Subcomponente 2.1: Consolidação de Unidades de Conservação ________________ 29 Subcomponente 2.2: Gestão Integrada de Unidades de Conservação _____________ 33 Subcomponente 2.3: Integração das Comunidades ____________________________ 33 Subcomponente 2.4: Desenvolvimento de Competências para a Gestão de unidades de conservação __________________________________________________________ 34

Componente 3: Sustentabilidade Financeira ____________________________________ 34 Subcomponente 3.1: Fundo de Áreas Protegidas (FAP) ________________________ 35

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Subcomponente 3.2: Geração de Receita para as Unidades de Conservação _______ 35 Componente 4: Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do Programa _________ 36

Subcomponente 4.1: Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do Programa __ 36 Subcomponente 4.2: Gerenciamento Financeiro e Logístico do Arpa ______________ 37

5.3 Estratégia de Investimentos para a Fase II ____________________________________ 38 5.3.1 Captação de Recursos ________________________________________________ 40

5.4 Arranjo institucional do Programa ___________________________________________ 41 5.4.1 Funções ___________________________________________________________ 42 5.4.2 Atribuições e Responsabilidades ________________________________________ 42 5.4.3 Instâncias do Arranjo Institucional _______________________________________ 44

6 Gerenciamento do Programa ________________________________________________ 47

6.1 Supervisão do Programa _________________________________________________ 47

6.2 Coordenação do Programa ________________________________________________ 47

6.3. Gestão Executiva do Programa ____________________________________________ 48

6.4 Monitoramento do Programa ______________________________________________ 49 6.4.1 Monitoramento Financeiro _____________________________________________ 49 6.4.2 Monitoramento Físico _________________________________________________ 50 6.4.3 Monitoramento Ambiental ______________________________________________ 50 6.4.4 Instâncias de Monitoramento ___________________________________________ 51

6.5 Aspectos Operacionais ___________________________________________________ 51

7 Referências Bibliográficas __________________________________________________ 53

8 Anexos ___________________________________________________________________ 55

8.1. Detalhamento do contexto do Programa Arpa no âmbito das políticas públicas brasileiras _________________________________________________________________________ 55

O Programa Arpa e as políticas públicas brasileiras para o meio ambiente ______________ 57 Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP) ___________________________________ 57 Plano Amazônia Sustentável (PAS) ___________________________________________ 59 Plano para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) _____ 60 Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) _______________________________ 63

8.2: O Arpa e os Programas do PPA 2008 - 2011 __________________________________ 65

O Arpa e os Programas dos PPAs Estaduais 2008 - 2011 ___________________________ 73 Acre ___________________________________________________________________ 73 Rondônia _______________________________________________________________ 73 Amazonas ______________________________________________________________ 74 Tocantins _______________________________________________________________ 74

8.3 Estratégia de Conservação e Investimento ___________________________________ 75

8.4 Mapa e Listas das Unidades de Conservação Apoiadas pelo Programa Arpa ________ 77

8.5 Estimativa de Custos Programa Arpa ________________________________________ 78

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Índice de Figuras Figura 1: Articulação atual dos planejamentos de curto, médio e longo prazo no Brasil. . 8 Figura 2: Integração entre os componentes propostos para a fase II. ........................... 27 Figura 3: Eixos para captação ....................................................................................... 40 Figura 4: Arranjo Institucional proposto para a Fase II do Programa Arpa. .................... 44 Figura 5: Lógica adotada no PPA 2008 – 2011 do Governo Federal. ............................. 65 Figura 6: Unidades de Conservação apoiadas pelo Programa Arpa .............................. 77

Índice de Quadros Quadro 1: Lições aprendidas ........................................................................................ 19 Quadro 2: Matriz lógica proposta para a Fase II do Programa Arpa .............................. 23 Quadro 3: Marcos Referências de Consolidação Básica ............................................... 30 Quadro 4: Marcos Referências de Consolidação Avançada .......................................... 31 Quadro 5: Descrição do Arranjo Institucional. ................................................................ 45 Quadro 6: Temas estratégicos e propostas estratégicas elencadas no Projeto Brasil 3 tempos. ......................................................................................................................... 55

Índice de Tabelas Tabela 1: Estimativa de custos da Fase II ..................................................................... 38 Tabela 2: Perspectiva de recursos para Fase II ............................................................. 39 Tabela 3: Investimentos diretos e indiretos com base na PLOA 2010 ............................ 40 Tabela 4: Detalhamento da estimativa de custo da Fase II (em Reais) ......................... 79

Siglas ANA – Agência Nacional das Águas AND - Agenda Nacional de Desenvolvimento Arpa – Programa Áreas Protegidas da Amazônia BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Br3T - Projeto Brasil 3 Tempos CA – Comissão de Acompanhamento CDB - Convenções sobre a Diversidade Biológica CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social CM – Comitê de Mediação CNS - Conselho Nacional dos Seringueiros COP – Conferência das Partes CP - Comitê do Programa CQNUMC - Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima ECI – Estratégia de Conservação e Investimento

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DAP – Departamento de Áreas Protegidas DCBio – Departamento de Conservação da Biodiversidade DCPD - Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento Esec - Estação Ecológica FAP - Fundo de Áreas Protegidas Flona - Floresta Nacional Funai - Fundação Nacional do Índio Funbio - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade FAP - Fundo de Áreas Protegidas FAUC - Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação GEF - Global Environment Facility (Fundo para o Meio Ambiente Global) FT – Fórum Técnico GESPUBLICA - Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização GT –Grupo de TRabalho GTA - Grupo de Trabalho Amazônico GTZ – Deutche Gesellschaft Für Tchnische Zusammenarbeit (Cooperação Técnica Alemã) Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IDH – Índice de Desenvolvimento Humano Imazon - Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia Inpa- Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Ipam - Instituto de Pesquisas Ambientais na Amazônia ISA - Instituto Socioambiental KfW - Kreditanstalf für Wiederaufbau (Instituto de Crédito para a Reconstrução) MMA - Ministério do Meio Ambiente MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi NAE - Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República Naturatins – Instituto Natureza do Tocantins ONG - Organização Não-Governamental OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Parna - Parque Nacional PCA - Painel de Aconselhamento Científico PAS - Plano Amazônia Sustentável PC – Painel Científico Pg – Petagrama (1015 g) PNAP - Plano Nacional de Áreas Protegidas PNDR - Política Nacional de Desenvolvimento Regional PNMC - Plano Nacional sobre a Mudança do Clima PNPCT - Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais POA - Plano Operativos Anual PPA - Plano Plurianual PLOA- Projeto de Lei Orçamentária Anual PPCDAM – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal Probio - Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica

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Brasileira Prodes – Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia Pronabio - Programa Nacional da Diversidade Biológica PSA - Pagamento por Serviços Ambientais RadamBrasil- Projeto Radar na Amazônia do Brasil Rebio - Reserva Biológica Resex - Reserva Extrativista SBF - Secretaria de Biodiversidade e Florestas SCA - Secretaria de Coordenação da Amazônia Secex - Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente Sipam – Sistema de Proteção da Amazônia SisARPA - Sistema informatizado de coordenação e gerenciamento do Programa Arpa Sisnama – Sistema Nacional do Meio Ambiente SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação UC - Unidade de Conservação UCP - Unidade de Coordenação do Programa WWF - World Widelife Fund ZEE - Zoneamento ecológico-econômico

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1 Introdução O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) se consolidou nos últimos anos como um dos maiores programas de conservação da biodiversidade do planeta. Este feito precisa ser amplamente comemorado, considerando a importância das unidades de conservação na Amazônia para a preservação da diversidade biológica e para a manutenção de importantes serviços ecológicos, inclusive para a redução de emissões de carbono advindas de desflorestamento. Além das suas dimensões continentais, o Programa Arpa se caracterizou pela efetividade no alcance dos seus objetivos, ao assegurar um fluxo estrategicamente orientado de recursos para apoiar a criação, consolidação e manutenção de um conjunto significativo de unidades de conservação no bioma Amazônia. Resultado de uma grande parceria, que envolve, além do Governo Federal e Governos Estaduais da Amazônia, o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ), o Banco Mundial, o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o WWF-Brasil, o Programa Arpa é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e implementado através de um arranjo inovador, onde a execução técnica-operacional fica a cargo das instituições públicas responsáveis pela gestão de unidades de conservação (como o ICMBio e órgãos estaduais de meio ambiente na Amazônia) e a execução financeira é realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). A sociedade civil organizada também integra o arranjo institucional do programa, através da participação em instâncias específicas para o seu monitoramento, controle e gestão. O Programa Arpa encontra-se alinhado com direcionamentos estratégicos do governo brasileiro acerca da conservação da Amazônia para o futuro do país, evidenciados em instrumentos de planejamento como o Plano Amazônia Sustentável (PAS), o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), o Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP) e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Entretanto, a avaliação positiva da primeira fase do Programa Arpa traz consigo grandes desafios: a ampliação de metas, o aumento da eficiência, a sustentabilidade dos resultados alcançados e a adequação aos novos cenários da política ambiental brasileira. Com o objetivo de fornecer orientações estratégicas para a implementação da Fase II do Programa Arpa, o Governo Brasileiro promoveu a elaboração de proposta para um documento-base, que constitui marco conceitual para o início desta nova fase. Este processo foi conduzido durante o primeiro semestre de 2009, construído de forma participativa, através da constituição de Grupo de Trabalho presencial e virtual, formado por representantes das diversas instâncias do arranjo institucional do programa. Como resultado, o documento reflete o esforço de avaliação e sistematização do Grupo de Trabalho sobre questões relevantes para a estruturação da Fase II do Programa Arpa, fundamentando os entendimentos e negociações entre as instituições que contribuirão com a sua implementação.

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2 Contexto do Programa Arpa no âmbito das políticas públicas brasileiras

O Bioma Amazônia ocupa uma área de aproximadamente 4,2 milhões de Km2, o que equivale a 49,3%1 do território nacional. Abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. É reconhecido como a maior floresta tropical existente, representando cerca de 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e o maior banco genético do planeta. Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e estoca cerca de 120 Pg (1015 g) de carbono2. Essa vasta porção do território nacional tem uma importância fundamental no desenvolvimento do Brasil no século XXI e é estratégica para a segurança ambiental global. Desenvolvê-la de forma sustentável é um grande desafio para as gerações presentes e futuras. Ao reconhecer a importância mundial desse bioma e considerando esse fato nos seus planejamentos de longo, médio e curto prazos, o Governo Brasileiro identifica no Programa Arpa um importante instrumento para implementar algumas de suas diretrizes estratégicas constituintes destes planejamentos.

Figura 1: Articulação atual dos planejamentos de curto, médio e longo prazo no Brasil.

A contextualização política de um programa das dimensões e ambições do Programa Arpa requer primeiramente o reconhecimento da articulação existente entre as orientações adotadas para o desenvolvimento do país e a sua execução através dos programas e ações (Figura 1). Em seguida é necessário identificar os vínculos existentes entre as diretrizes estratégicas do governo, que estabelecem as bases do planejamento de longo, médio e curto prazo do país com os objetivos e princípios do programa e, principalmente com os resultados que o Arpa vem demonstrando. O Programa Arpa, ao se orientar para o objetivo de apoiar a expansão e a consolidação de um conjunto de unidades de conservação no bioma Amazônia pretende contribuir para a comprovação das premissas assumidas nos direcionamentos estratégicos e

1 Brasil, 2008a 2 Bernoux et. al. , 2001; Soares-Filho et al., 2006.

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planejamentos de longo prazo do Brasil, acerca da importância da conservação deste bioma para o futuro do país. Estas contribuições podem ser evidenciadas pelo alinhamento dos objetivos e diretrizes do Programa Arpa com os direcionamentos planejados pelo governo brasileiro nos seguintes instrumentos de planejamento:

Projeto Brasil 3 Tempos (Br3T)3, onde a Amazônia, a Biodiversidade e a Diversidade Cultural Brasileira são temas estratégicos e possuem propostas estratégicas coerentes com as proposições do Arpa.

Visão de Futuro e os Objetivos Estratégicos para o Brasil, estabelecidos na Agenda Nacional de Desenvolvimento (AND) pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)4 que consideram estratégica para futuro do país o desenvolvimento da capacidade de manejar recursos naturais de forma sustentável, orientando desta forma a elaboração dos Planos Plurianuais.

As Escolhas Estratégicas constantes do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento5, que orientam a organização territorial do país considera, coerentemente às propostas do Arpa, a restauração de serviços de ecossistemas e a adaptação a mudanças climáticas como um dos alicerces para o desenvolvimento nacional

2.1 Contexto do Programa Arpa no âmbito das políticas públicas brasileiras para

o meio ambiente Com a consolidação do processo democrático no país e a sua vocação natural para liderar regionalmente os temas globais mais relevantes o Brasil vem ganhando cada vez mais importância nos fóruns mundiais. Na área ambiental destaca-se a participação do Brasil nas discussões das Convenções sobre a Diversidade Biológica (CDB) e sobre a Mudança do Clima (CQNUMC). O Brasil foi o primeiro país a assinar a CDB e, para cumprir com os compromissos resultantes, vem implementando uma série de instrumentos, tais como a formalização da Política Nacional da Biodiversidade (Decreto nº 4.339/2002); a elaboração do Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO), o Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO) e o Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP). Em julho de 2000, com a promulgação da Lei Federal No 9.985, o país instituiu o seu Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) que representou um importante marco para o planejamento mais consistente da conservação. Apesar de não ter sido instituído em função da CDB, o SNUC representa um importante mecanismo para o cumprimento dos compromissos advindos dessa convenção, principalmente no que se refere ao artigo 8 da referida Convenção, que trata da conservação in situ. Desde a instituição do SNUC, o Ministério do Meio Ambiente e seus órgãos vinculados vêm intensificando os esforços para ampliá-lo e consolidá-lo.

3 Brasil, 2006a. 4 Brasil, 2007a 5 Brasil, 2008b.

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Nesse contexto, o Programa Arpa representa um importante mecanismo para ampliação e consolidação do SNUC. Na sua primeira fase o Arpa apoiou a criação de 43 unidades de conservação no Bioma Amazônia, totalizando 24,0 milhões de ha, sendo 13 unidades de conservação de proteção integral cobrindo 13,2 milhões de ha e 30 unidades de conservação de uso sustentável cobrindo 10,8 milhões de ha. Apóia a implantação e gestão de 8,5 milhões ha em unidades de conservação existentes antes da Fase I do programa. Essas áreas representam 32,5% do território protegido por unidades de conservação na Amazônia Legal. Na segunda fase, o Arpa se propõe a fomentar a criação de mais unidades de conservação e a continuar apoiando a gestão daquelas criadas durante sua primeira fase, fortalecendo o apoio à ampliação e consolidação do SNUC. Uma discussão mais detalhada das contribuições do Programa Arpa para as políticas públicas brasileiras para o meio ambiente está demonstrada no Anexo 8.1. 2.1.1 O Programa Arpa e o Plano Amazônia Sustentável O Governo Brasileiro dispõe de dois instrumentos políticos, concebidos na gestão do Presidente Lula, com foco sobre a gestão sustentável da Amazônia. O primeiro é o Plano Amazônia Sustentável (PAS), entendido como um marco de convergência político-conceitual para enquadramento da Amazônia dentro do escopo do Desenvolvimento Sustentável. O segundo é o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), que propõe iniciativas executivo-operacionais coadunadas à boa parte das diretrizes fundamentadas no PAS. Esses Planos reconhecem os desafios ecológicos, econômicos, sociais, políticos e institucionais para o desenvolvimento sustentável da região. Desenvolvimento este alcançável no médio-longo prazo e através do esforço integrado e continuado de diferentes atores. O PAS expressa a proposta de estratégia macrorregional da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) para a Amazônia, refletindo a abordagem proposta em múltiplas escalas, em base inclusiva e sustentável, valorizando a magnífica diversidade regional por meio das dimensões sócio-econômica e cultural. A integração do Programa Arpa ao PAS acontece inicialmente a partir do seu princípio metodológico de consulta e envolvimento aos diversos setores da sociedade regional e nacional, princípio este corroborado pelo Arpa em todas as suas fases e componentes. E as contribuições do Arpa permeiam todos os cinco eixos temáticos adotados como prioridades pelo PAS: produção sustentável com tecnologia avançada; novo padrão de financiamento; gestão ambiental e ordenamento territorial; inclusão social e cidadania e infra-estrutura para o desenvolvimento. Com especial ênfase no ordenamento territorial que contempla a criação e consolidação de unidades de conservação na região. 2.1.2 O Programa Arpa e o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do

Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) A gravidade do avanço do desmatamento na Amazônia brasileira e a natural complexidade das soluções efetivas para o problema fez com que o governo estruturasse uma iniciativa interministerial, sob a coordenação da Casa Civil da

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Presidência da República, que elaborou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM). Considerado por alguns como “o braço operacional do PAS”, o PPCDAM se caracteriza pelo pragmatismo e pela integração no enfrentamento do desmatamento na região amazônica. As contribuições e interfaces com o Programa Arpa vão desde a sintonia entre os objetivos gerais, passam pelo alinhamento das diretrizes e culminam principalmente, com a aposta do PPCDAM no ordenamento fundiário e territorial – através da criação e consolidação de unidades de conservação – como uma das principais alavancas para a redução do desmatamento na região. 2.1.3 O Programa Arpa e o Plano Nacional de Áreas Protegidas O Governo considera também que o Programa Arpa representa um importante instrumento para o Brasil cumprir o seu Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP)6. Em 2004, diante da adoção do Programa de Trabalho sobre Áreas Protegidas da CDB (Decisão VII/28), aprovado na COP-7, o Ministério do Meio Ambiente e organizações da sociedade civil brasileira assinaram um protocolo de intenções objetivando construir e implementar uma política abrangente para as áreas protegidas no Brasil. O resultado do trabalho foi o Plano Nacional de Áreas Protegidas que define princípios, diretrizes, objetivos e estratégias para o Brasil estabelecer um sistema abrangente de áreas protegidas, ecologicamente representativo e efetivamente manejado, integrando paisagens terrestres e marinhas mais amplas até 2015. O Programa Arpa colabora no cumprimento de diversas diretrizes do PNAP, como a de assegurar a representatividade dos diversos ecossistemas e a de promover a articulação dos diferentes segmentos da sociedade para viabilizar e potencializar as ações de conservação da biodiversidade. 2.1.4 O Programa Arpa e o Plano Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC) A responsabilidade assumida pelo Brasil como signatário da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC)7, principalmente quando se compromete com a redução sustentada das taxas de desmatamento em todos os biomas brasileiros encontra no Programa Arpa um importante apoio para a sua consecução. Um recente estudo demonstrou que somente a criação de 13 UCs na região amazônica no período de 2003 a 2007 com o apoio do Programa Arpa evitará, até 2050, a emissão de 0,43 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera8, valor que seria significativamente aumentado se toda a contribuição do Arpa fosse considerada. A expansão futura do SNUC na Fase II do Arpa e a melhoria na gestão das UCs em áreas sob intensa pressão de desmatamento, como por exemplo na região da Estação Ecológica da Terra do Meio, poderão aumentar ainda mais a contribuição do Programa para a redução das taxas de desmatamento na Amazônia Legal. 6 Brasil, 2006b. 7 Brasil, 2008c. 8 Soares et alii, 2007.

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2.2 O Programa Arpa no âmbito dos Programas Ambientais constantes no PPA 2008 - 2011

O Governo tem como premissa que a viabilização da Estratégia de Desenvolvimento proposta para o Brasil só será possível se houver o planejamento e o alinhamento da ação governamental no horizonte de curto, médio e longo prazos. Nesse contexto, o Planejamento Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento mediador entre o planejamento de longo prazo e os orçamentos anuais que consolidam a alocação dos recursos públicos a cada exercício. O PPA é portanto o instrumento de planejamento das ações de Governo para o período de quatro anos, vinculando a alocação dos recursos com as orientações assumidas. Diversos programas constantes do PPA 2008 – 2011 tem uma interface direta com os objetivos do Arpa e apresentam grande potencial de sinergia como pode ser verificado no Anexo 8.2. 2.2.1 O Programa Arpa no âmbito dos Programas Ambientais constantes nos

PPAs 2008 – 2011 estaduais Embora o processo de planejamento a longo prazo não esteja uniformemente consolidado nos estados da Amazônia, os Planos Plurianuais (PPAs) dos estados do Acre, Rondônia, Amazonas e Tocantins propõem metas e resultados ou prevêem ações e recursos que são compatíveis com as proposições do Programa Arpa. Nas unidades da federação que integram o arranjo institucional do Programa Arpa como parceiros executores, os objetivos estratégicos ou os Planejamentos Plurianuais evidenciam os temas, os resultados ou as ações que são comuns e nos quais a atuação conjunta e integrada pode potencializar o alcance dos resultados pretendidos (Anexo 8.2). 2.3 Conclusão O Ministério do Meio Ambiente reconhece que o Programa Arpa é um instrumento importante para a implementação das políticas públicas sob sua responsabilidade e por esta razão se compromete a assegurar não só a sua continuidade, como a sua efetividade por entender a sua importância para o contexto regional, nacional e internacional. Da mesma forma, as unidades estaduais que hoje integram os esforços do Programa Arpa possuem um alto grau de rebatimento dos objetivos e ações estabelecidos nos seus respectivos PPAs com as ações e resultados concretos empreendidos no âmbito do programa justificando a necessidade destes Estados legitimarem seu compromisso com o Arpa.

3 Objetivos Gerais do Programa O Programa Arpa tem como objetivo geral assegurar a conservação de uma amostra representativa da biodiversidade do bioma Amazônia e a manutenção de serviços ambientais na região, inclusive aqueles relacionados com a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, através do apoio à expansão e consolidação

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do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, buscando aliar as populações beneficiárias e residentes em seu entorno na gestão destas áreas. O Programa Arpa assume o desafio de apoiar a proteção de, pelo menos, 60 milhões de hectares de florestas na Amazônia por meio do suporte à consolidação de unidades de conservação já existentes e à criação, implementação e consolidação de novas unidades. Esta meta será alcançada através de quatro objetivos específicos: Apoiar a criação, nas esferas federal, estadual e municipal, de 45 milhões de

hectares de unidades de conservação de uso sustentável (reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável) e de proteção integral (parques, reservas biológicas e estações ecológicas).

Apoiar a consolidação e a gestão das unidades de conservação criadas no âmbito

do programa e de outros 15 milhões de ha em unidades de conservação pré-existentes. O processo de consolidação promoverá a aliança dos povos e comunidades tradicionais com as políticas de proteção e conservação do bioma Amazônia, a gestão integrada das áreas protegidas e o desenvolvimento das competências dos diversos atores envolvidos na gestão.

Desenvolver mecanismos capazes de acessar, gerar e gerenciar os recursos

financeiros necessários à manutenção das unidades de conservação, incluindo o estabelecimento e gestão de um fundo fiduciário de capitalização permanente cujo rendimento será usado para financiar perpetuamente os custos de manutenção e proteção das unidades de conservação consolidadas pelo Programa Arpa.

Estruturar um sistema de gerenciamento capaz de conduzir e apoiar a

implementação do programa considerando a eficiência na utilização dos recursos e a eficácia no alcance dos resultados.

O Programa Arpa é desenhado para ser executado em 3 fases interdependentes e contínuas em um horizonte de tempo de 13 anos. Na Fase I do programa, executada durante os 6 primeiros anos, o Arpa teve como desafios:

Contribuir para o estabelecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Identificar as áreas prioritárias para a criação de Unidades de Conservação (unidades de conservação).

Prover condições para a intensificação do processo de criação de novas unidades de conservação.

Constituir um fundo fiduciário para o financiamento das atividades de administração e proteção das unidades de conservação.

Desenvolver estudos para identificação de mecanismos inovadores de geração de renda e elaboração de estratégia de ação.

Desenhar um sistema de monitoramento e avaliação da biodiversidade com indicadores de monitoramento ambiental identificados e sob execução.

De acordo com os mecanismos de supervisão e monitoramento utilizados durante a primeira fase do programa, todas as metas estabelecidas foram alcançadas e algumas

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até superadas. Com isso, a Fase II do Programa Arpa, objeto deste Documento de Governo e prevista para o período de 2010 a 2013, assume uma grande relevância para o sucesso no longo prazo do programa, considerando-se dois aspectos principais:

A tarefa de consolidar os expressivos resultados alcançados na primeira fase apoiando a consolidação das áreas protegidas criadas e na manutenção do importante papel que o programa ocupou no aporte eficiente de recursos para a implementação destas unidades de conservação;

O desafio colocado pelo programa de contribuir de forma contínua com a

manutenção das áreas protegidas criadas e consolidadas, mediante a captação de recursos, a capitalização de um fundo fiduciário e a implementação de instrumentos de geração de receita. A continuidade do Programa Arpa em sua Fase III, bem como a perenidade do seu apoio às áreas protegidas no longo prazo, dependem da sua capacidade de construir estes resultados na Fase II.

A Fase III do programa, prevista para 2014 a 2016, caracterizar-se-á pela ênfase na efetiva consolidação das áreas protegidas criadas e estabelecidas nas fases anteriores e na transição do uso dos recursos de doação e cooperação para recursos provenientes de fontes governamentais e de mecanismos complementares desenvolvidos no âmbito do próprio Arpa. 3.1. Princípios e Diretrizes do Programa Arpa Descentralização e participação Para que as ações propostas sejam efetivas e os resultados alcançados sejam sustentáveis, o programa adota o princípio fundamental da gestão descentralizada e participativa, assegurando aos estados e municípios as decisões que cabem a eles serem tomadas, bem como à sociedade organizada, às comunidades locais e do entorno de unidades de conservação e às ONGs, o direito de influenciarem no processo decisório do programa. Para tanto, o arranjo institucional contempla a participação e o envolvimento de representações dos atores relevantes nas seguintes instâncias: Comitê do Programa, Comissões de Acompanhamento, Fórum Técnico e Grupos de Trabalho, além do apoio à constituição dos Conselhos Gestores das unidades de conservação apoiadas. Gestão Integrada de unidades de conservação Assegurando todas as possibilidades de proteção ambiental previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o programa procura enfatizar a conformação de grandes áreas de proteção por intermédio de conjuntos integrados de unidades de conservação de diferentes categorias, no formato de mosaicos. No cumprimento deste princípio o Programa Arpa pretende potencializar o alcance dos seus objetivos e metas de criação e consolidação de um conjunto de unidades de conservação, ao incorporar novas áreas, e pretende ainda trabalhar com foco na otimização dos recursos direcionados, através da integração das ações e esforços de consolidação e proteção destas áreas.

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Sustentabilidade financeira das Unidades de Conservação A premissa de que o conjunto de unidades de conservação luta de forma desigual pelo direcionamento dos recursos orçamentários dos governos federal, estaduais e municipais com outras prioridades transforma a identificação de novos mecanismos e instrumentos que garantam a sustentabilidade financeira de Unidades de Conservação em um princípio estratégico que norteia o planejamento e as ações do programa. O Programa Arpa acredita no potencial de geração de receita das áreas protegidas de forma alinhada aos marcos regulatórios existentes e às políticas públicas da área ambiental. A constituição e a gestão do Fundo de Áreas Protegidas (FAP) aliado á implementação de mecanismos locais – no nível das unidades de conservação – e sistêmicos – no nível do sistema de unidades de conservação – representam apostas do Programa Arpa para a equalização das necessidades de recursos para a criação e a consolidação das áreas protegidas com a disponibilidade de destes recursos. Outra aposta do programa é o apoio às alternativas de gestão (gestão compartilhada, co-gestão, gestão integrada, entre outras) como forma de se potencializar os resultados da consolidação das unidades e não menos importante, de se obter eficiência na utilização dos recursos. Compatibilização e Integração com as Políticas Públicas para a região Amazônica A compreensão da complexidade do desafio colocado pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia e consequentemente da abrangência das soluções requeridas faz com que o Programa Arpa opte necessariamente pela compatibilização com demais ações em desenvolvimento pelos governos federal, estaduais e municipais na região e pela atuação de forma integrada com as políticas públicas em implementação. O programa é executado em articulação com os demais programas e projetos setoriais em desenvolvimento no país e na região, sendo que a complementaridade entre as ações de projetos implementados, especialmente aqueles sob a orientação do MMA, é permanentemente buscada. Populações e Unidades de Conservação no Programa Arpa O Governo brasileiro é signatário das principais convenções internacionais que limitam e condicionam o deslocamento compulsório de populações implicando ou não em reassentamentos. Além disso, a legislação nacional é bastante restritiva em relação a este instrumento de ordenamento do espaço, estando limitado, basicamente, aos casos de desapropriação por interesse público. A Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, Lei n. 9.985 de 18 de julho de 2000) contempla a possibilidade de reassentamento de populações tradicionais em virtude do passivo social existente com relação a algumas unidades de conservação de proteção integral que, criadas antes da Lei do SNUC, não consideraram devidamente a situação de populações locais quando da definição de seus limites. O Programa Arpa adota como princípio fundamental na criação, consolidação e manutenção de unidades de conservação o pleno envolvimento da sociedade local, regional e nacional. Nesse sentido, o programa procura fazer com que sejam garantidos

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mecanismos de participação das populações tradicionais, quilombolas e povos indígenas, seus representantes e organizações interessadas nas ações que serão desenvolvidas, conforme definido na metodologia de consulta para o processo de criação e consolidação de unidades de conservação para esse programa. O programa considera ainda que a existência de populações em perímetros de unidades de conservação em implantação e/ou consolidação é fato recorrente e, assim, utiliza-se das prerrogativas de assegurar a efetiva participação da sociedade em processos de criação e gestão de unidades de conservação e de envolver e integrar estas populações em iniciativas de geração de renda de forma alinhada aos objetivos de conservação. O Programa Arpa dispõe ainda de uma instância no seu arranjo com capacidade e condições para atuar nos casos de divergências de interesses entre os objetivos de conservação das unidades de conservação e as populações tradicionais. 3.2 Categorias de unidades de conservação contempladas no Programa Arpa As unidades de conservação apoiadas pelo Programa Arpa abrangem três categorias de unidades de conservação de proteção integral e duas categorias de unidades de conservação de uso sustentável, de acordo com a Lei N° 9.985, de 18 de julho de 2000: Unidades de conservação de proteção integral:

o Parque Nacional, Estadual ou Municipal

o Reserva Biológica.

o Estação Ecológica.

Unidades de conservação de uso sustentável:

o Reserva Extrativista.

o Reserva de Desenvolvimento Sustentável.

As unidades de conservação sob estas cinco categorias podem ser estabelecidas pelo governo nas esferas federal, estadual ou municipal. No caso das unidades de conservação estaduais e municipais, o apoio do Programa Arpa é condicionado à adesão de estados ou municípios ao Arpa, por meio da assinatura de termo de cooperação entre os órgãos estaduais ou municipais e o Funbio – executor financeiro do programa, com interveniência do Ministério do Meio Ambiente. 3.3 Critérios Orientadores para Inclusão no Programa Os critérios que orientam a inclusão de unidades de conservação no Programa Arpa são: Ser de categoria de manejo elegível;

Ter sido criada com consulta pública, reuniões públicas ou outros meios de oitiva da população local e outras partes interessadas para subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade de

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conservação, para aquelas que o foram depois da promulgação da Lei do SNUC (Lei No 9.985/2000);

Estar localizada em um dos polígonos prioritários para a conservação da biodiversidade definidos pelo Mapa de Áreas Prioritárias para a conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da biodiversidade Brasileira do Governo Federal.

Estar localizada predominantemente dentro do bioma Amazônia definido pelo mapa do IBGE, 2004.

No caso de existência de conflitos com terras indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais, o Comitê de Mediação, instituído no âmbito do arranjo institucional do programa, será acionado para propor soluções e formas que possibilitem a inclusão da unidade de conservação no programa e respeitem os direitos constitucionais destas populações. 3.4 Estratégia de Conservação e Investimento Uma das inovações geradas no âmbito do Arpa foi a elaboração da Estratégia de Conservação e Investimento (ECI)9. Na modelagem financeira inicial do projeto previa-se que o Arpa cumpriria sua meta de criação e de estabelecimento de 18 milhões de ha com a criação de cerca de 10 unidades de conservação10. No entanto, foram criadas e iniciaram o processo de estabelecimento/consolidação de cerca de 40 unidades de conservação, valor quatro vezes maior do que o previsto inicialmente. Além disso, a demanda de apoio a novas unidades de conservação vem aumentando cada vez mais. Nesse contexto, tornou-se crucial o desenvolvimento de uma estratégia que priorizasse a alocação de recursos considerando os objetivos de conservação. Portanto, o objetivo da ECI é evitar que o programa se desvie do seu principal foco que é apoiar a conservação de uma amostra representativa da biodiversidade do bioma Amazônia. Essa estratégia também procura evitar que o programa cresça além dos recursos disponíveis e possa garantir recursos suficientes para a consolidação das unidades de conservação apoiadas. A partir de 2007 ela se tornou o principal instrumento de orientação dos Planos Operativos Anuais (POAs) das unidades de conservação. Ela foi desenvolvida pela Unidade de Coordenação do Programa (UCP) com o apoio do Painel de Aconselhamento Científico (PCA) e aprovada pelo Comitê do Programa (CP) no final de 2006. Durante a segunda fase do Arpa, o MMA, através da UCP, propõe promover atualizações constantes da ECI. A metodologia de elaboração e atualização da ECI encontra-se descrita no Anexo 8.3

4 Principais Resultados da Fase I A Fase I, cuja execução total dos recursos alocados se dará em dezembro de 2009, é avaliada como exitosa em função dos resultados apresentados. Os principais resultados

9 UCP, 2006 & Weigand, 2007. 10 Banco Mundial, PAD p.13.

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são11: Apoio ao estabelecimento e consolidação de 62 unidades de conservação

perfazendo uma área de 32 milhões de ha, sendo 31 unidades de conservação de proteção integral e 31 de uso sustentável (lista e Mapa no Anexo 8.4).

Apoio à criação de 44 unidades de conservação abrangendo uma área de 23.981.642 ha, sendo 13 unidades de conservação de proteção integral com uma área de 13.195.911 ha e 31 unidades de conservação de uso sustentável com uma área de 10.785.731 ha

18 unidades de conservação de proteção integral que abrangem uma área de 8,5 milhões de ha, criadas antes de março de 2000, estão recebendo apoio do programa, sendo que 12 delas se consolidarão no final de 2009.

Criação e implementação do sistema informatizado de coordenação e gerenciamento do Programa Arpa: SisARPA.

Seis unidades de conservação de proteção integral tiveram a avaliação de sua gestão validada pelo Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GESPUBLICA – do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O Fundo de Áreas Protegidas – FAP capitalizado com cerca de US$ 29,7 milhões.

14 projetos comunitários em execução no entorno de seis unidades de conservação de proteção integral.

11 UCP, 2009; Bath, 2009

4.1 Lições Aprendidas Quadro 1: Lições aprendidas

Lições Aprendidas Recomendações para a Fase II

Arranjo Institucional

Arranjo institucional público-privado do Arpa se mostrou inovador, adequado e compatível com os objetivos do programa.

O arranjo institucional deve ser mantido e ajustado para a fase II do programa.

A estratégia do programa de instituição de Comitês em seu arranjo institucional precisa ser aprimorada. O Comitê de Mediação de Conflitos não desempenhou adequadamente seu papel, não tendo sido oportunamente acionado pelo CP. O Painel Científico de Aconselhamento (PCA) se mostrou pouco ativo. As discussões on line não funcionaram a contento, a compatibilização da agenda dos conselheiros para participarem de reuniões do PCA se mostrou como um fator dificultador para realização de reuniões mais freqüentes. O Comitê do Programa (CP) poderia ter sido melhor utilizado na análise crítica dos rumos do programa e na construção de decisões de alto nível.

Na segunda fase, o Comitê de Mediação de Conflitos deverá ser revitalizado. O mesmo se aplica ao Painel Científico de Aconselhamento. Deverão ser implementados mecanismos para estimular a participação mais efetiva e regular do Comitê de Mediação e do PCA. Assegurar maior foco à atuação do CP com elaboração de pautas e envio de subsídios para as reuniões de forma prévia.

Captação de Recursos

A estratégia de captação de recursos, através da constituição de um Comitê de Captação, adotada na primeira fase do programa não se mostrou suficiente. A ausência de um perfil mais executivo para o Comitê de Captação e de regras claras para o processo de captação de recursos foram os principais responsáveis pelo desempenho verificado.

Recomenda-se a profissionalização do processo de captação de recursos com a designação de uma instância responsável por coordenar as ações empreendidas pelas diversas instituições que compõem o arranjo institucional do Arpa.

Comunicação

Uma boa comunicação interna e externa é fundamental para o pleno êxito de um programa complexo como o Arpa. O GT de comunicação instituído na fase II não funcionou adequadamente, visto que o tema comunicação não recebeu a atenção necessária e as diretrizes para o funcionamento do grupo não estavam claras.

Na segunda fase a comunicação deverá receber maior atenção com a definição de uma estratégia para a disseminação interna e externa de informações.

Fluxo de Recursos e Execução Financeira

A flexibilização dos mecanismos de aporte de recursos, como a conta vinculada, aumentou significativamente a execução do programa.

Na segunda fase, esta flexibilização será mais importante ainda para a execução e para a maximização dos benefícios advindos dos recursos de doação. Deve-se proativamente negociar e pactuar, com os doadores, regras de procurement mais adequadas à realidade amazônica onde atua o Programa Arpa.

A falta de regras claras quanto aos prazos e a quantidade de recursos que poderiam ser investidos para que as unidades de conservação atingissem os marcos referenciais dificultou o cumprimento das metas de consolidação de unidades de conservação previstas na fase I.

Recomenda-se o estabelecimento e a divulgação dos tetos financeiros e de prazos coerentes para o cumprimento dos marcos referenciais de consolidação das unidades de conservação.

A elaboração de POAs com valores elevados e incompatíveis com a capacidade de execução das unidades de conservação e dos órgãos gestores teve como conseqüência prazos muito extensos para a aprovação dos POAs na primeira fase do Arpa.

Para a segunda fase recomenda-se a revisão dos tetos financeiros considerando-se a curva de aprendizado do programa e a necessidade de aumento da eficiência.

Na primeira fase, o gerenciamento efetivo do Arpa foi dificultado pela ausência de relatórios gerenciais de fácil acesso contendo informações precisas da execução físico-financeira do programa.

Recomenda-se a consolidação dos mecanismos de monitoramento físico e financeiro e reformulação do Sistema de Gerenciamento Financeiro para que essas informações se tornem disponíveis e atualizadas.

As indecisões na escolha de uma metodologia abrangente de monitoramento e consequentemente pelas dificuldades institucionais de implementação do monitoramento ambiental fizeram com que os mecanismos de avaliação da efetividade da conservação da biodiversidade ficassem prejudicados.

Na segunda fase recomenda-se a utilização de um sistema de monitoramento que combine a avaliação in situ com o acompanhamento remoto de todas as unidades de conservação apoiadas, possibilitando desta forma um efetivo monitoramento dos esforços de proteção planejados para o programa.

A existência e difusão de regras claras para utilização dos recursos de doação contribuem significativamente para melhoria na execução do programa. No início da primeira fase do Arpa, o desconhecimento de tais regras resultou na baixa execução do programa. Com a paulatina definição de regras a execução avançou.

Estabelecer um abrangente e adequado programa de comunicação interna do Arpa para disseminar as regras e condições para execução dos recursos.

Participação da Sociedade Civil

Os mecanismos de participação da sociedade civil no Arpa devem ser aprimorados. Embora se reconheça a existência diversos mecanismos participativos dentro do programa (Comitê do Programa, oficinas temáticas, conselhos gestores das unidades de

Recomenda-se institucionalizar a participação da sociedade civil no programa, aumentando seu envolvimento e comprometimento com o alcance das metas planejadas.

conservação), existe a necessidade da institucionalização desta participação nos diversos níveis do programa.

Governança e Relacionamento Institucional

A baixa institucionalização do Arpa junto ao Governo Federal e aos Governos Estaduais gera baixo compromisso com as contrapartidas exigidas pelo programa.

Fortalecer a atuação institucional da Unidade de Coordenação do Programa com o objetivo de aumentar a internalização do programa nas esferas federal, estadual e municipal. Recomenda-se ainda sistematizar os mecanismos de acompanhamento das contrapartidas governamentais.

Ainda que a contribuição do Arpa seja muito relevante, a resolução da questão fundiária está além da governabilidade do programa.

Estabelecer marcos referenciais de consolidação das áreas protegidas coerentes aos objetivos do programa.

Instrumentos de Gestão

Na primeira fase do Arpa o alcance das metas de consolidação e de estabelecimento de unidades de conservação foi prejudicado pela falta de padrões de trabalho claros para alguns marcos referenciais do programa. As metodologias preconizadas para planos de manejo resultaram em processos de planejamento demorados, de alto custo e muitas vezes não condizentes com a realidade. O desempenho do marco referencial de infraestrutura mínima foi prejudicado pela ausência de protótipos de baixo custo aplicados a realidade amazônica.

Planos de manejo mais concisos e voltados para a realidade deverão ser buscados na fase II do programa. Para a segunda fase sugere-se que o Arpa proponha o modelo que o programa está disposto a financiar cabendo aos órgãos gestores a decisão de aceitar ou não o apoio. O mesmo deve se dar com a infraestrutura. O programa deverá apresentar os protótipos de estruturas que se dispõe a financiar.

Os conselhos consultivos das seis UCs beneficiadas pelos projetos comunitários não foram mobilizados pelos gestores das unidades de conservação para conhecer, avaliar e monitorar os projetos aprovados e executados.

Deve-se conscientizar os gestores das unidades de conservação apoiadas bem como os respectivos conselhos gestores sobre o seu envolvimento e compromisso com as metas do programa.

22

5 Proposta para o Programa Arpa Fase II

Na Fase II, prevista para o período de 2010 a 2013, o Programa Arpa pretende: Atualizar a Estratégia de Conservação e Investimento para garantir a seleção e apoio

às unidades de conservação, constituindo um conjunto representativo da biodiversidade amazônica.

Apoiar a criação de 13,5 milhões de ha de unidades de conservação na Amazônia. Apoiar a consolidação de 32 milhões de ha de unidades de conservação, dos quais

6,5 milhões de ha em unidades de conservação pré-existentes e ainda não apoiadas pelo programa.

Capitalizar o Fundo de Áreas Protegidas (FAP) em US$ 140 milhões ao final da fase II.

Estruturar e iniciar a operação do FAP, com vistas a torná-lo uma fonte complementar de recursos financeiros para a manutenção das unidades de conservação consolidadas com o apoio do programa.

O detalhamento das estratégias, indicadores, metas e pressupostos do programa para a Fase II está demonstrado na Matriz Lógica abaixo (Quadro 2).

5.1 Matriz Lógica do Programa Arpa Fase II Quadro 2: Matriz lógica proposta para a Fase II do Programa Arpa

Estratégia do Projeto Indicadores Fontes de Verificação Pressupostos O

bjet

ivo

Supe

rior

Assegurar a conservação de uma amostra representativa da biodiversidade do bioma Amazônia e a manutenção de serviços ambientais na região, inclusive aqueles relacionados com a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, através do apoio à expansão e consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, buscando aliar as populações beneficiárias e residentes em seu entorno na gestão destas áreas

Taxa de expansão do SNUC no bioma Amazônia

Índices de representatividade ecológica da distribuição das UCs apoiadas pelo programa no bioma Amazônia

Índices de desmatamento no bioma Amazônia

Índices de redução de emissões advindas de desmatamento

IDH dos municípios com unidades de conservação apoiadas

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Relatórios anuais de avanço do programa.

Sistema de monitoramento da taxa anual de desmatamento – PRODES

IBGE

A expansão e consolidação de unidades de conservação conduzem à conservação da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável.

Os critérios utilizados para o apoio à criação e consolidação das unidades de conservação asseguram a representatividade da biodiversidade da região.

Obj

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al Contribuir para implementação da Política

Nacional da Biodiversidade, para as Metas do Plano Nacional de Mudança do Clima e para a Política Nacional para as Comunidades Tradicionais, através da expansão e fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC

Percentual das unidades de conservação do bioma Amazônia apoiadas pelo programa.

Relatórios anuais de avanço do programa.

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.

Conservação da biodiversidade, prevenção das mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais continuam sendo prioridades para os governos.

Fortalecimento do SNUC contribui para a conservação da biodiversidade, prevenção das mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais.

Obj

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eto Expandir, consolidar e manter um sistema

representativo de Unidades de Conservação na Amazônia Brasileira

Percentual da área do bioma protegido por unidades de conservação

Percentual das unidades de conservação criadas no bioma consolidadas com apoio do programa

Percentual dos custos recorrentes das unidades de conservação apoiadas pelo programa sendo cobertos pelos mecanismos financeiros desenvolvidos.

Relatórios de Avanço do programa.

Avaliações independentes.

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Relatórios de Desempenho Financeiro do programa

Os planejamentos de longo e médio prazo (PPA) do país e dos governos estaduais amazônicos continuem a privilegiar a agenda ambiental.

A combinação de mecanismos locais com mecanismos sistêmicos ou estruturais de geração de receita contribui efetivamente para financiar as unidades de conservação apoiadas.

Há disponibilidade de recursos para doação nos mercados internacional e nacional.

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Apoiar a criação de 13,5 milhões de hectares em unidades de conservação.

Apoiar a consolidação de 32 milhões de ha de unidades de conservação, dos quais 6,5 milhões de ha em unidades de conservação pré-existentes e ainda não apoiadas pelo programa

Estudar e implementar mecanismos que possam gerar receitas para as unidades de conservação e capitalizar o Fundo de Áreas Protegidas – FAP.

Área em hectares de unidades de conservação na Amazônia brasileira cuja criação foi apoiada pelo programa.

Área em hectares das unidades de conservação criadas na Fase I consolidadas12 com apoio do programa.

Volume de recurso financeiro capitalizado para o FAP durante a fase II, em milhões de reais (R$).

Projetos de sustentabilidade financeira implementados em unidades de conservação apoiadas pelo programa

Relatórios de Avanço do programa.

Avaliações independentes

Decretos publicados no diário oficial.

Relatórios de Desempenho Financeiro.

Continuidade do apoio da sociedade amazônica para a criação de unidades de conservação.

Governos federal e estaduais continuam comprometidos com a criação de unidades de conservação.

Movimentos sociais da região continuam a apoiar a criação de novas unidades de conservação.

Há disponibilidade de recursos para doação nos mercados internacional e nacional.

O Programa Arpa se consolida como um importante investimento na conservação da floresta amazônica

Res

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Componente 1

Criação de novas Unidades de Conservação:

SubComponente 1.1: Apoiar a identificação das Áreas Prioritárias para Criação de Unidades de Conservação

Dois estudos de planejamento sistemático para a conservação concluídos.

Atualização do Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – Bioma Amazônia e a geração de um Mapa de Áreas Prioritárias para Criação de unidades de conservação .

Relatórios dos estudos de planejamento sistemático para a conservação.

Mapa de Áreas Prioritárias para o bioma Amazônia atualizado.

Relatórios de Avanço do Projeto.

Decretos publicados no diário oficial.

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.

Utilização de informações atualizadas para a priorização das áreas protegidas.

Continuidade do apoio da sociedade amazônica para a criação de unidades de conservação.

Governos federal e estaduais continuam comprometidos com a criação de unidades de conservação.

Movimentos sociais da região continuam a apoiar a criação de novas unidades de conservação.

SubComponente 1.2: Criação de Unidades de Conservação.

Criação de 13,5 milhões de ha de unidades de conservação.

Componente 2

Consolidação e Gestão das Unidades de Conservação.

Subcomponente 2.1: Consolidação de Unidades de Conservação.

Consolidação de 32 milhões de ha de unidades de conservação no bioma Amazônia, sendo 6,5 milhões de ha em unidades de conservação pré-existentes e ainda não apoiadas pelo programa.

Avaliações independentes.

Relatórios de Avanço do projeto.

Planos de manejo aprovados.

Portarias de formação de conselhos gestores publicadas no diário oficial.

Os órgãos gestores priorizam os esforços de consolidação das unidades de conservação apoiadas com recursos do programa.

Programa consegue maximizar o uso de recursos através da melhoria no seu processo de procurement.

Órgãos gestores agilizam os processos de elaboração e aprovação de planos de manejo.

Órgãos gestores reservam recursos

12 Consolidada significa o alcance dos marcos referenciais previstos no Sub Componente 2.1.

Subcomponente 2.2: Gestão Integrada de Unidades de Conservação.

5 blocos (conjuntos) de unidades de conservação com instrumentos de planejamento elaborados de forma integrada.

Atas de reuniões dos conselhos

Relatórios de Desempenho Financeiro.

Relatórios dos projetos de Integração Comunitária.

Planejamentos integrados de unidades de conservação e POAs.

Sistema SisARPA e sistema de gerenciamento financeiro.

Plano de Capacitação

Relatório dos Avanços do programa

orçamentários para a operacionalização dos conselhos e a gestão participativa das unidades de conservação.

Órgãos gestores e equipes locais das unidades de conservação estão dispostos a trabalhar de forma integrada.

A integração promove a eficiência na utilização dos recursos e aumento da capacidade de alcance dos resultados.

O fortalecimento e a integração das comunidades contribuem para a conservação da biodiversidade.

A melhoria da competência gerencial das unidades de conservação contribui para o alcance das metas do Programa.

Subcomponente 2.3: Integração das Comunidades.

10 projetos de integração com a comunidade apoiadas.

Subcomponente 2.4: Desenvolvimento de Competências para a Gestão de unidades de conservação.

Plano de Capacitação do programa elaborado e implementado.

Componente 3

Sustentabilidade Financeira

Subcomponente 3.1: Capitalizar e Gerenciar o Fundo de Áreas Protegidas.

Volume de recurso financeiro capitalizado para o FAP durante a fase II, em pelo menos US$ 100 milhões.

Estrutura de Governança e Gestão do FAP acordada e estabelecida.

Rendimento médio dos ativos do FAP de acordo com as metas acordadas no CP.

Relatórios de capitalização do FAP.

Acordos para Governança e Gestão do FAP assinados

Relatórios de auditoria independente

Avaliação independente.

Relatórios de Avanço do programa.

Relatórios de Desempenho Financeiro.

Disponibilidade de fundos para doação nos mercados internacional e nacional.

Recomendações para gestão dos ativos do FAP equilibram a segurança do investimento com as necessidades de rendimentos para o programa.

Apoio dos governos federal e estaduais, dos órgãos gestores e das unidades de conservação aos instrumentos de geração de receitas e às alternativas de gestão.

Subcomponente 3.2: Geração de Receitas para as Unidades de Conservação

8 estudos de instrumentos de geração de receitas realizados e projetos implementados.

Instrumentos financeiros implementados geram 10% da demanda de capitalização do FAP na Fase II.

5 estudos de alternativas de gestão de unidades de conservação realizados e pelo menos 1 projeto implementado

6 propostas de gestão compartilhada apoiadas

Modelo de Planos de Sustentabilidade desenvolvido e aplicado em pelo menos 3 (três) unidades de conservação consolidadas na fase II do programa.

Componente 4 Coordenação, Gerenciamento do programa e Monitoramento das unidades de conservação.

Subcomponente 4.1: Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do programa.

UCP estruturada e com capacidade para coordenar o programa.

Sistema de Monitoramento Ambiental das unidades de conservação implantado e operacional.

SisARPA desenvolvido e integrado ao Sistema de gerenciamento financeiro.

Estratégia de Conservação e Investimento (ECI) atualizada

Relatórios de Avanço do programa.

Relatórios de monitoramento socioambiental (Biodiversidade, Socioambiental, Paisagem e Clima)

Atas de reuniões do Comitê do Programa.

Relatórios de Desempenho Financeiro.

Relatórios de auditoria.

- ECI

MMA aloca os recursos humanos necessários para operacionalizar a UCP.

Programa de Monitoramento da Biodiversidade consegue equilibrar confiabilidade, continuidade, abrangência e eficiência.

Funbio implementa com sucesso o novo Sistema de Gerenciamento Financeiro.

Instâncias previstas no Arranjo Institucional do programa têm funcionamento efetivo. Subcomponente 4.2: Gerenciamento

Financeiro do Arpa.

Mecanismos de gerenciamento financeiro do programa aprimorados com disponibilização de relatórios on-line com valores atualizados da execução físico-financeira das unidades de conservação

27

5.2 Componentes do Programa

O objetivo geral do Programa Arpa, de apoiar a expansão e a consolidação de unidades de conservação no bioma Amazônia, de modo a assegurar a conservação de uma amostra representativa da biodiversidade da região e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável de forma descentralizada e participativa, será alcançado através da implementação integrada de quatro componentes durante a Fase II:

1. Criação de Unidades de Conservação. 2. Consolidação e Gestão de Unidades de Conservação. 3. Sustentabilidade Financeira. 4. Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do programa.

Estes componentes, derivados da Fase I do programa, constituem um sistema integrado, consistente e adequado ao propósito de expandir, consolidar e manter um conjunto de áreas protegidas no bioma Amazônia.

Figura 2: Integração entre os componentes propostos para a fase II.

É apresentada a seguir a descrição dos objetivos de cada componente e dos Subcomponentes que os constituem.

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Componente 1: Criação de Novas Unidades de Conservação OBJETIVO: Apoiar a criação de unidades de conservação em áreas importantes para a representatividade e funcionamento ecológico do bioma Amazônia do Brasil.

Subcomponente 1.1: Identificação das Áreas Prioritárias para Criação de Unidades de Conservação OBJETIVOS: Identificar áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação no bioma Amazônia em consonância com os esforços de reconhecimento já realizados pelo Governo Federal e pelos Governos Estaduais, a partir da realização de estudos de planejamento sistemático para a conservação que considere a necessidade da representatividade biológica, a análise das lacunas, a demanda local por unidades de conservação de uso sustentável, a presença de populações tradicionais indígenas, não indígenas e quilombolas, a intensidade das ameaças, as possíveis áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas e questões relativas ao pagamento por serviços ecossistêmicos e pelo uso da biodiversidade. Utilizar as mais recentes informações sobre a dinâmica de conservação do bioma Amazônia é essencial para assegurar o foco e a efetividade dos investimentos do programa. Serão realizados dois estudos de planejamento sistemático para conservação, visando identificar os objetos de conservação que ainda não atingiram a meta proposta na ECI. Este subcomponente também tem o objetivo de contribuir com o processo de atualização das Áreas Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira (Portaria MMA N°09, 23 de janeiro de 2007) considerando, por exemplo, a inclusão da variável mudança climática (os refúgios climáticos e os cenários para a mudança do clima na Amazônia). A conciliação das áreas prioritárias para a criação com a capacidade de investimento do Programa Arpa resultam na construção de uma Estratégia de Conservação e Investimento (ECI), elemento estrutural do planejamento e da execução do programa, descrito no Anexo 8.3, que é utilizado para orientar a alocação de recursos às áreas protegidas. METAS:

Realização de dois estudos de planejamento sistemático para a conservação, sendo um no início e outro no final da Fase II.

Atualização do Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – Bioma Amazônia e a geração de um Mapa de Áreas Prioritárias para criação de unidades de conservação.

Subcomponente 1.2: Criação de Unidades de Conservação OBJETIVOS: Apoiar as atividades necessárias à criação de novas unidades de conservação em

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conformidade com a legislação e com os Princípios do programa. A criação de unidades de conservação em áreas prioritárias, de acordo com a identificação promovida através do subcomponente 1.1, contempla as atividades de diagnóstico da situação fundiária, avaliação ambiental, avaliação sócio-econômica, consulta pública, que devem ser executadas pelos órgãos executores em um prazo máximo de 2 (dois) anos a contar do início do apoio. Após a conclusão do processo de consulta pública e até a publicação do decreto de criação da unidade de conservação, o Programa Arpa apoiará atividades de mobilização por um período máximo de 1 (um) ano. Os critérios e as normas para a criação, implantação e gestão de Unidades de Conservação (unidades de conservação), estão determinados pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei No. 9.985, de 18 de julho de 2000, e regulamentado pelo Decreto No. 4.340, de 22 de agosto de 2002. Adicionalmente, para garantir efetiva participação das comunidades locais e o alinhamento aos Princípios do Programa Arpa, as consultas públicas para criação de unidades de conservação no âmbito do Arpa serão realizadas para todas as propostas de novas unidades de conservação, independente da sua categoria de manejo, de acordo com os marcos referenciais propostos para esta fase:

• Decreto de criação com base em diagnósticos e estudos adequados; • Consulta pública realizada; • Definição correta dos limites e da categoria de manejo.

METAS:

Criação de 13,5 milhões de hectares de unidades de conservação na Amazônia brasileira

Componente 2: Consolidação e Gestão das Unidades de Conservação OBJETIVO: Estruturar as unidades de conservação integrantes do Programa Arpa para cumprir suas finalidades básicas, promovendo a gestão integrada e participativa e desenvolvendo competências gerenciais nas equipes responsáveis por sua gestão.

Subcomponente 2.1: Consolidação de Unidades de Conservação OBJETIVOS: Apoiar a consolidação das unidades de conservação integrantes do Programa Arpa mediante a alocação eficiente de recursos que contribuam com o processo de evolução contínua da gestão das unidades de conservação. Para o Programa Arpa, consolidação pressupõe a implantação de uma estrutura mínima de gestão que garanta a integridade das unidades de conservação no curto prazo e viabilize o planejamento de médio prazo para que as unidades de conservação possam cumprir as finalidades básicas da sua criação. A estrutura de gestão a ser implantada com o apoio do Arpa está dividida em dois graus de consolidação, básico e avançado, que refletem a diferença na demanda por apoio de

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distintas unidades de conservação, de acordo com suas características sócio-ambientais e situação geográfica. A alocação de cada unidade de conservação apoiada pelo Arpa nos graus de consolidação é identificada através da Estratégia de Conservação e Investimento (ECI/Arpa) e monitorada através de um conjunto de marcos referenciais que sinalizam o alcance do respectivo grau de consolidação. Grau de Consolidação Básico O alcance do grau de consolidação básico é esperado para um prazo máximo de 02 (dois) anos, durante os quais a unidade de conservação receberá apoio do Programa Arpa de acordo com um teto orçamentário estabelecido pela Estratégia de Conservação e Investimento para implantar instrumentos básicos de gerenciamento, de acordo com os seguintes marcos referenciais: Quadro 3: Marcos Referências de Consolidação Básica

Marcos Referenciais Fontes de Verificação

Equipe técnica de, no mínimo, 02 (dois) funcionários, em exercício na região da unidade

de conservação.

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Plano de Manejo elaborado

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Parecer técnico do Órgão Gestor pela aprovação do Plano de Manejo

Conselho Gestor (Consultivo ou Deliberativo) oficialmente constituído

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Portaria de Criação do Conselho pelo Órgão Gestor da unidade de conservação

Sinalização dos principais pontos de acessos à Unidade de Conservação

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Plano de Proteção elaborado.

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Parecer técnico do Órgão Gestor pela aprovação do Plano de Proteção

Conjunto básico de equipamentos para a operacionalização da Unidade de Conservação

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Atualização das informações no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, nos módulos de informações básicas, acessos,

recursos humanos e infra-estrutura

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Alocação orçamentária anual do governo Relatório de alocação orçamentária anual do Órgão Gestor, aprovado pelo Comitê do

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Programa Arpa

Grau de Consolidação Avançado As unidades de conservação que atingirem o grau de consolidação básico e forem identificadas como estratégicas para implementação em grau de consolidação avançado, receberão apoio adicional do Programa Arpa para aprimorar a sua gestão, em sintonia com as diretrizes apontadas em seu Plano de Manejo e prioridades estabelecidas no âmbito de seus conselhos gestores. Esta etapa também é limitada a um prazo máximo de 2 (dois) anos, durante os quais a unidade de conservação deverá alcançar os seguintes marcos referenciais: Quadro 4: Marcos Referências de Consolidação Avançada

Marcos Referenciais Fontes de Verificação

Equipe técnica de, no mínimo, 05 (cinco) funcionários, com presença efetiva na unidade

de conservação

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Conselho Gestor (Consultivo ou Deliberativo) com funcionamento regular

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Atas das Reuniões do Conselho Gestor, atestando a realização das reuniões

ordinárias de acordo com o regimento interno

Projeto comunitário implementado, no âmbito do Sub-componente 2.3 (“Integração das

Comunidades”)

Relatórios de implementação de Projetos Comunitários

Sinalização de pontos estratégicos da Unidade de Conservação, conforme previsto no Plano de

Manejo

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Demarcação de pontos ou trechos estratégicos para a Unidade de Conservação, conforme

previsto no Plano de Manejo

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Levantamento fundiário realizado. Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Assinatura de Termos de Compromisso com populações tradicionais residentes em unidades de conservação de Proteção Integral ou Termos

de Concessão de Direito Real de Uso para populações tradicionais beneficiárias em

unidades de conservação de Uso Sustentável.

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Termos de Compromisso ou de Concessão de Direito Real de Uso assinados

Projeto de pesquisa implementado na unidade de conservação, conforme previsto no Plano de

Manejo

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Monitoramento de, no mínimo, 01(um) indicador de biodiversidade ou sócio-ambiental

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

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implementado

Conjunto avançado de equipamentos para a operacionalização da Unidade de Conservação

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Instalações básicas para a operacionalização da Unidade de Conservação, conforme previsto no

Plano de Manejo

Preenchimento da Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC/Arpa)

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Atualização completa das informações no Cadastro Nacional de Unidades de

Conservação

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

Planejamento operacional anual elaborado com base no Plano de Manejo e submetido à

avaliação do conselho gestor da unidade de conservação

Plano de Manejo da unidade de conservação

Atas das reuniões do conselho gestor da unidade de conservação

Alocação orçamentária anual do governo Relatório de alocação orçamentária anual

do Órgão Gestor, aprovado pelo Comitê do Programa Arpa

Unidades de Conservação Consolidadas Esta etapa é caracterizada pelo cumprimento, nos prazos estabelecidos, dos marcos referenciais para o grau de consolidação básico ou avançado das unidades de conservação.Tal cumprimento habilita a unidade de conservação a receber recursos do Fundo de Áreas Protegidas (FAP) para o apoio com gastos recorrentes relacionados à manutenção dos instrumentos de gestão implantados. As unidades de conservação precisam comprovar o atendimento a todos os marcos referenciais estabelecidos para a consolidação básica ou avançada para se candidatarem a este estágio de apoio, quando também estarão aptas a submeter projetos específicos de investimento ao programa, a serem selecionados em base competitiva pelo programa e mediante a disponibilidade de recursos para tal fim. O apoio à manutenção das unidades de conservação com recursos do FAP se pautará segundo o princípio da adicionalidade, estando vinculado à provisão de contrapartidas orçamentárias dos respectivos órgãos gestores para a gestão das unidades apoiadas. METAS:

Consolidação de 32 milhões de ha de unidades de conservação no bioma Amazônia, sendo 6,5 milhões de ha em unidades de conservação pré-existentes e ainda não apoiadas pelo programa.

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Subcomponente 2.2: Gestão Integrada de Unidades de Conservação OBJETIVOS: Apoiar a gestão integrada e participativa de um conjunto unidades de conservação com vistas a aumentar a efetividade da proteção da biodiversidade e melhorar a eficiência na utilização de recursos. O apoio à gestão integrada envolve o planejamento estratégico integrado do conjunto de unidades de conservação interdependentes e o estímulo à criação de mosaicos de unidades de conservação. A continuidade do apoio ao conjunto de unidades de conservação está vinculada á formalização dos mosaicos de acordo com a legislação pertinente. O estímulo à criação de mosaicos, conforme estabelecido no artigo 26 da Lei N° 9.985 de 18 de julho de 2000, regulamentado pelo Decreto N° 4.340 de 22 de agosto de 2002 no seu capítulo III, considera a mobilização das unidades de conservação para o esforço de integração e a constituição e formalização dos Conselhos de Mosaico. O apoio à operacionalização das ações planejadas de forma integrada pelo conjunto de unidades de conservação será realizado através do subcomponente 2.1, nos POAs (Planejamento Operativo Anual) individuais de cada unidade, sendo que os recursos aportados para este fim necessitam estar devidamente discriminados para possibilitar uma avaliação da efetividade da iniciativa de integração. O apoio do programa a um conjunto de unidades de conservação é condicionado à existência de pelo menos uma unidade de conservação integrante do Arpa e adequada aos critérios de elegibilidade estabelecidos. METAS:

Existência de 5 (cinco) blocos (conjuntos) de unidades de conservação com instrumentos de planejamento elaborados de forma integrada.

Subcomponente 2.3: Integração das Comunidades OBJETIVOS: Fortalecer comunidades beneficiárias de unidades de conservação de uso sustentável e residentes nas áreas de entorno de unidades de conservação de proteção integral, integrando-as aos objetivos das unidades, maximizando a participação social na conservação da biodiversidade e induzindo o desenvolvimento sustentável na região. O objetivo deste subcomponente será alcançado através do apoio a projetos que ofereçam oportunidades de desenvolvimento econômico e social de povos e comunidades tradicionais da região, em consonância com os objetivos de conservação das áreas protegidas. Os projetos deverão ser desenvolvidos em unidades de conservação apoiadas pelo programa e que estejam em processo de consolidação em grau avançado, constituindo um dos marcos referenciais para o alcance deste grau.

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Servirão como critérios para seleção de projetos a prontidão das organizações a serem apoiadas, ou seja, sua maturidade organizacional e sua potencialidade para a implementação de projetos; a possibilidade de fornecimento de serviços e produtos ao Programa Arpa; a disponibilização de contrapartidas; o alinhamento a outras políticas públicas de apoio aos povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares e a possibilidade de replicação das iniciativas. O apoio a projetos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), nas categorias de captura e retenção de carbono, conservação da biodiversidade, proteção hídrica ou conservação da beleza cênica, é uma das apostas do Programa Arpa para o fortalecimento das comunidades existentes nas áreas de influência das unidades de conservação apoiadas pelo programa. É altamente desejável que as unidades de conservação apoiadas por este subcomponente atuem de forma integrada, maximizando desta forma os benefícios dos investimentos realizados. METAS:

Apoio a, pelo menos, 10 (dez) projetos de integração com a comunidade durante a Fase II.

Subcomponente 2.4: Desenvolvimento de Competências para a Gestão de unidades de conservação OBJETIVOS: Apoiar o desenvolvimento da competência gerencial das equipes das unidades de conservação e de parceiros envolvidos com o planejamento e a gestão das unidades de conservação. Para esse fim serão realizadas ações de capacitação das equipes das unidades de conservação, dos conselhos gestores e de outros atores relevantes para o desempenho do programa, de forma a tornar o seu gerenciamento mais efetivo (eficaz e eficiente) do ponto de vista administrativo, econômico, da conservação, da participação e da geração de benefícios para as populações humanas. METAS:

Elaborar e implementar o plano de capacitação do programa.

Componente 3: Sustentabilidade Financeira OBJETIVO: Desenvolver e implementar mecanismos financeiros capazes de prover recursos para a manutenção das unidades de conservação apoiadas pelo programa no longo prazo.

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Subcomponente 3.1: Fundo de Áreas Protegidas (FAP) OBJETIVOS: O Fundo de Áreas Protegidas (FAP) é um fundo fiduciário de capitalização permanente cujo intuito é estabelecer um mecanismo financeiro para prover sustentabilidade financeira de longo prazo para as unidades de conservação consolidadas no âmbito deste programa. A gestão dos recursos do FAP, que será descrita em manual operacional próprio, buscará estratégias de preservação do capital em longo prazo, para gerar rendimentos líquidos suficientes para cobrir custos recorrentes das unidades de conservação consolidadas pelo Arpa. O subcomponente envolve os esforços de captação de recursos para o fundo fiduciário, a gestão dos ativos visando uma rentabilidade adequada às diretrizes e necessidades do programa e o acesso das unidades de conservação consolidadas aos recursos do FAP. O apoio com recursos provenientes do FAP é direcionado prioritariamente para custos recorrentes associados às atividades de proteção, operacionalização da unidade de conservação e manutenção dos conselhos gestores. O FAP é um mecanismo complementar ao orçamento público que visa dar agilidade e autonomia de gestão ao uso dos recursos, ao mesmo tempo em que minimiza os custos do gestor da unidade. Durante a Fase II, o sistema de governança e de gestão do FAP será estruturado para garantir a sua adequação aos princípios do Arpa e às necessidades de recursos do conjunto de áreas protegidas que continuarão a receber apoio após o ciclo de investimentos do programa. METAS:

Capitalização adicional do FAP em mais US$ 100 milhões. Estrutura de Governança e Gestão do FAP acordada e estabelecida.

Subcomponente 3.2: Geração de Receita para as Unidades de Conservação OBJETIVOS: Realizar estudos e apoiar testes de iniciativas para identificar os mecanismos mais adequados à geração de receita e as alternativas de gestão que levem à eficiência na utilização dos recursos e sinergia no alcance dos resultados, de forma compatível com a realidade das unidades de conservação. Geração de Receita – Estudos Os estudos e as iniciativas para mobilização de recursos adicionais podem ser: a) no nível local (gerando recursos no nível da unidade de conservação); b) no nível sub-sistêmico (envolvendo um grupo de unidades de conservação ou todas as unidades de conservação do Programa Arpa); c) no nível sistêmico (para todo o SNUC) ou d) visando à capitalização do FAP.

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Para este objetivo serão desenvolvidos estudos sobre mecanismos econômicos/financeiros e identificados instrumentos jurídicos e fiscais que tenham potencial aplicabilidade para a sustentabilidade de áreas protegidas inseridas no Programa Arpa. Geração de Receita – Planos de Sustentabilidade Desenvolve modelos e estratégias de aplicação de Planos de Sustentabilidade para as unidades de conservação do programa, levando em conta os diferentes potenciais das unidades e suas demandas. Alternativas de Gestão Realiza estudos e apóia o teste de alternativas de gestão buscando a eficiência no uso dos recursos e/ou a redução dos custos do programa. Esta estratégia se aplica tanto (a) à gestão das unidades de conservação quanto (b) à gestão do programa (ferramentas de gestão que possam trazer maior eficiência ao uso dos recursos existentes). METAS:

Realização do estudo de 08 (oito) instrumentos de geração de recursos e pelo menos 01 (um) é implementado na fase II do programa.

Os instrumentos implementados são capazes de gerar pelo menos 10% dos recursos anunciados para a fase II do programa (cerca de U$10 milhões).

Realização de estudo de 05 (cinco) alternativas de gestão e pelo menos 1 (uma) é implementada na fase II do programa.

Apoio a 06 (seis) propostas de gestão compartilhada de unidades de conservação com a sociedade civil organizada

Desenvolvimento de modelo de Planos de Sustentabilidade e aplicação em pelo menos 03 (três) unidades de conservação consolidadas na fase II do programa.

Componente 4: Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do Programa OBJETIVO: Apoiar o gerenciamento do Programa Arpa, inclusive por meio do fortalecimento, integração e alinhamento das instâncias executivas (Unidade de Coordenação do Programa/UCP – MMA e Gerência do Projeto/Funbio), das instâncias deliberativas (Comitê do Programa/CP), das instâncias consultivas (Fórum Técnico, Painel de Aconselhamento Científico, Comissões de Acompanhamento) e de outras instâncias de apoio (grupos de trabalho, pontos focais e conselhos gestores das unidades de conservação apoiadas).

Subcomponente 4.1: Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do Programa OBJETIVOS: Melhorar a eficiência e a eficácia do Arpa por meio do estabelecimento de um sistema de gerenciamento do programa envolvendo a definição de diretrizes, o seu planejamento e monitoramento e a manutenção das instâncias participativas do

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programa. Neste subcomponente são apoiadas as estruturas de coordenação executiva do programa (UCP/MMA), a manutenção do seu arranjo institucional (CP, PCA, Fórum Técnico, Comissões de Acompanhamento e GTs) e as atividades de gerenciamento dos sistemas de monitoramento do programa. O sistema de monitoramento do programa abrange o seu desempenho físico-financeiro (auditorias, avaliações e supervisões) e a sua efetividade, aferida através de indicadores ambientais (biodiversidade, socioambiental, paisagem e clima). O monitoramento ambiental será operacionalizado pelas equipes gestoras das unidades de conservação (subcomponente 2.1), cabendo ao subcomponente 4.1 as atividades de coordenação e formulação de diretrizes para a sua implantação. O Programa Arpa irá aprimorar os sistemas de informação necessários à sua operacionalização eficiente, que integram e disponibilizam informações sobre sua execução. A Estratégia de Conservação e Investimento (ECI) continuará assumindo uma função estrutural no Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do programa, ao integrar as metas do programa com a disponibilidade de recursos e será atualizada e aprimorada na Fase II por meio deste subcomponente. Como resultado da implementação deste subcomponente espera-se aumentar a internalização do Arpa nas instituições parceiras, permitindo que as inovações e mecanismos de gestão do programa sejam incorporados no funcionamento do sistema nacional de unidades de conservação, bem como de seus subsistemas no nível federal e estadual. METAS:

Unidade de Coordenação do Programa (UCP/DAP/SBF/MMA) estruturada e com capacidade para coordenar efetivamente o programa.

Sistema de Monitoramento Ambiental das unidades de conservação implantado e operacional gerando informações válidas e úteis sobre os temas Biodiversidade, Socioambiental, Paisagem e Clima.

Sistema de Informações do Programa (SisARPA) desenvolvido, integrado ao sistema de gerenciamento financeiro e apoiando a tomada de decisões.

Estratégia de Conservação e Investimento (ECI) atualizada. Subcomponente 4.2: Gerenciamento Financeiro e Logístico do Arpa OBJETIVOS: Garantir a gestão financeira eficiente dos recursos colocados à disposição do Programa Arpa. Estabelecer sistema de gerenciamento financeiro do programa abrangendo o planejamento, aplicação, controle e monitoramento dos recursos financeiros e a disponibilização de informações atualizadas e adequadas sobre o desempenho

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financeiro do programa. Garantir o bom funcionamento dos processos de aquisição e distribuição de bens e dos processos de aquisição e distribuição de bens e serviços (“procurement” e logística) em apoio aos processos de definição de prioridades, criação e gestão (estabelecimento/implantação/instalação, consolidação e manutenção) das unidades de conservação e processos de gestão do programa. Garantir que a gestão financeira do Fundo de Áreas Protegidas (FAP) seja adequada às diretrizes emanadas do Comitê do Programa e conduzida de forma responsável e condizente aos princípios do Programa Arpa. Neste subcomponente é apoiada a estrutura de execução financeira do programa no Funbio, bem como o desenvolvimento e aprimoramento dos instrumentos de apoio á gestão financeira do Arpa. METAS:

Mecanismos de gerenciamento financeiro do programa aprimorados com disponibilização de relatórios em tempo real com informações válidas sobre a execução físico-financeira do programa.

5.3 Estratégia de Investimentos para a Fase II

Para a Fase II do programa, foram realizadas estimativas das necessidades de recursos para a implementação de seus quatro componentes e capitalização do FAP, tendo como base investimentos realizados durante a primeira fase, valores estipulados pela Estratégia de Conservação e Investimento para o alcance de metas de criação e consolidação de unidades de conservação e as reorientações e melhorias propostas para a segunda fase. As estimativas são apresentadas na tabela abaixo, e informações mais detalhadas encontram-se no Anexo 8.5. Tabela 1: Estimativa de custos da Fase II

Custos Fase II Programa Arpa ( em milhões US$) Componente Custeio

Investimento FAP1 Subcomponente Serviços Custos Recorrentes Pessoal

Componente 1: Criação de Unidades de Conservação 6,11 2,02 0,00 0,00 0,00

Subcomponente 1.1 0,21 0,23 - - -

Subcomponente 1.2 5,89 1,79 - - -

Componente 2: Consolidação e Gestão das Unidades de Conservação

34,18 24,26 5,95 21,20 0,00

Subcomponente 2.1 29,80 20,71 5,95 18,50 -

Subcomponente 2.2 0,54 0,80 - - -

Subcomponente 2.3 1,89 1,59 - 2,70 -

Subcomponente 2.4 1,94 1,15 - - -

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Componente 3: Sustentabilidade Financeira Total

1,00 0,15 0,00 0,00 100,00

Subcomponente 3.1 - - - - -

Subcomponente 3.2 1,00 0,15 - - -

Componente 4: Monitoramento, Coordenação e Gerenciamento do Programa Total

21,75 4,48 0,00 0,13 0,00

Subcomponente 4.1 12,58 1,94 - 0,07 -

Subcomponente 4.2 9,17 2,54 - 0,06 -

Sub Total 1 63,03 30,91 5,95 21,33 100,00

Sub Total 2 99,89 21,33 100,00

Total 121,22 100,00 1O alcance da meta estipulada para capitalização do FAP está vinculado ao esforço de captação empreendido pelos parceiros institucionais do Arpa durante a Fase II A partir da estimativa apresentada sobre a necessidade de recursos para a Fase II do programa é necessário dimensionar o esforço de captação e atração de recursos a ser empreendido na segunda fase. O dimensionamento das fontes de recursos para o Programa Arpa na segunda fase conta com a manutenção do compromisso do Governo Federal e dos doadores iniciais do programa. Além destas origens de recursos o Programa Arpa está estruturado para na sua Fase II captar recursos de outros doadores e acessar recursos de outras fontes governamentais como a Compensação Ambiental e o Fundo Amazônia. Tabela 2: Perspectiva de recursos para Fase II

Fonte / Origem

Volume de Recursos (Em milhões de US$)

Investimentos Direto/Indiretos FAP

Governo Brasileiro

Orçamento Geral da União 25,0 --

Fundo Amazônia1 40,0 --

Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), através do Banco Mundial (BIRD)

16,0 --

Fundo Mundial para a Natureza (WWF/Brasil) 10,0 5,0

República Federal da Alemanha, através do Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW)

Ministério da Cooperação (BMZ) 15,0 30,0

Ministério do Meio Ambiente (BMU) 15,0 Outros Total 121,0 35,0

1Em Setembro/09, foi submetido ao BNDES projeto para apoio do Fundo Amazônia à Fase II do Programa

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Arpa. A estimativa de contrapartida do Governo Federal advinda do Orçamento Geral da União para o Programa Arpa foi elaborada para o período de 2010-2013, com base na PLOA 2010 e dentro das seguintes ações orçamentárias: Tabela 3: Investimentos diretos e indiretos com base na PLOA 2010

Investimento Diretos

Linha de ação no PPA Atividade de ação no PPA Estimativa para os 04

anos em Dolar

18.541.0511.117E Reformas de Pequeno Vulto de Unidades do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 798.641,77

18.128.0511.4572 Capacitação de Servidores Públicos Federais em Processo de Qualificação e Requalificação 641.052,63

18.541.1332.2C93 Gestão de Áreas Protegidas no Ecossistema Amazônico 2.138.181,82

18.541.1332.8492 Apoio à Criação e Gestão de Áreas Protegidas 2.679.425,84

18.125.0511.6037 Fortalecimento e Aprimoramento da Fiscalização Ambiental 3.115.096,95

Investimento Indiretos

Linha de ação no PPA Atividade de ação no PPA Estimativa para os 04

anos em Dolar 18.122.0750.2000 Despesas com Pessoal e Benefícios 15.456.842,11

NI* Despesas com vigilância e terceirização 2.165.964,88 Total 26.995.206,00

*O valor com despesas de vigilância não foi baseado nos valores previstos em orçamento, mas sobre os compromissos assumidos em contrato para a prestação de serviços nas unidades de conservação Federais apoiadas pelo Arpa

5.3.1 Captação de Recursos A atividade de captação de recursos, lato sensu, compreende ações para atração de recursos financeiros para o Programa ARPA. Essas ações podem ser divididas em quatro eixos, conforme figura abaixo:

Figura 3: Eixos para captação 1. Setor Público Internacional: Tratam-se de atividades de negociação entre o Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente junto a governos estrangeiros e organizações internacionais, coordenadas pelo Ministério das Relações Exteriores. Essas atividades são desenvolvidas com o envolvimento da Secretaria Executiva e

Setor Público Internacional

Fundo Amazônia

Compensação Ambiental

Setor Privado

Captação de Recursos Programa ARPA

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Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA. 2. Fundo Amazônia: Tratam-se de atividades de negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor legal dos recursos financeiros destinados à República Federativa do Brasil por governos estrangeiros para a implementação de programas ambientais. A negociação para obtenção desses recursos em favor do Arpa compete à Secretaria de Biodiversidade e Florestas, com apoio técnico-executivo da UCP e parceiros institucionais do programa. 3. Compensação Ambiental: A Compensação Ambiental é um mecanismo financeiro de compensação pelos efeitos de impactos ambientais não mitigáveis. O instrumento da compensação está contido expressamente no Art. 36 da Lei 9.985 de 18 de Julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Compete à Secretaria de Biodiversidade e Florestas, com o apoio técnico do Departamento de Áreas Protegidas, atuar como secretaria executiva da Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA) e implantar o referido instrumento no âmbito do MMA. A UCP promoverá o alinhamento das diretrizes do mecanismo de compensação ambiental com as metas do Programa Arpa, de forma que as unidades de conservação apoiadas pelo programa sejam devidamente contempladas como beneficiárias desses recursos. 4. Setor Privado: Tratam-se de atividades divididas em três componentes: (1) criação de ambiente favorável à atração de capital do setor privado (indivíduos, fundações e corporações); (2) criação de estratégia de comunicação para construir a marca do ARPA junto à sociedade; e (3) atividades de captação diretas e indiretas, nelas compreendidas atividades de negociação com doadores privados, patrocinadores, eventos, feiras, road shows, entre outros. Compete à SBF promover, no âmbito do MMA, a articulação institucional necessária para que os altos representantes institucionais se envolvam nos principais eventos promovidos e/ou patrocinados por novos doadores e parceiros tradicionais do programa. Compete à UCP, com o apoio dos parceiros institucionais do programa, elaborar e executar tecnicamente a estratégia de captação para o setor privado e promover as atividades de prospecção e realização de eventos.

5.4 Arranjo institucional do Programa

O arranjo institucional concebido para o Programa Arpa é resultado das discussões e consultas realizadas pelas instituições envolvidas na elaboração do programa. Sua proposta busca incorporar experiências inovadoras de outros países nesse tema e o fortalecimento de iniciativas da sociedade civil brasileira em conservação da biodiversidade. Assim, na origem do arranjo proposto está o pressuposto de tornar mais efetiva a capacidade operacional do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), bem como de dar cumprimento a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) que considera os sistemas de áreas protegidas como um dos instrumentos fundamentais para a conservação da biodiversidade.

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5.4.1 Funções Coordenação: exercida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), que dirige os rumos do programa de acordo com os interesses da sociedade brasileira e ouvidos os seus parceiros institucionais, assim como monitora e supervisiona a sua execução. Execução financeira: realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

Execução técnica: conduzida pelos órgãos gestores de unidades de conservação, nas suas diversas esferas, e por organizações da sociedade civil, através de parcerias estabelecidas para a consecução de objetivos e metas do programa. Doadores: diferentes organizações financiam o Programa Arpa, bem como apóiam o Governo Brasileiro na supervisão de sua execução. Durante a Fase I do programa, apoiaram financeiramente o programa, além do Governo Brasileiro:

Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), por intermédio do Banco Mundial; República Federal da Alemanha, através do Ministério da Cooperação

Econômica e Desenvolvimento (BMZ) e do Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU), por intermédio do Banco Alemão de Desenvolvimento - KfW (Kreditanstalt für Wiederaufbau, Frankfurt am Main);

Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil) e; Empresas privadas: Natura e O Boticário.

Cooperação Técnica: para viabilizar o alcance dos resultados pelo programa são também disponibilizados recursos pelo WWF e pela República Federal da Alemanha, através da agência de cooperação técnica alemã GTZ (Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit), aplicados na forma de cooperação e assessoria técnica aos atores e instâncias do Arpa.

5.4.2 Atribuições e Responsabilidades As atribuições e responsabilidades das organizações participantes do arranjo institucional do programa são, fundamentalmente, as seguintes:

Ministério do Meio Ambiente (MMA), coordenação e supervisão do programa a fim de assegurar que o desempenho técnico e financeiro seja alcançado de forma integrada, bem como coordenar os esforços de captação de recursos para o programa. Ao MMA competirá à coordenação do processo de estabelecimento de diretrizes para a constituição da estrutura legal do FAP. Para cumprimento de suas responsabilidades, o Ministério do Meio Ambiente desdobra suas atribuições da seguinte forma, entre sua estrutura interna e entidades vinculadas:

Secretaria Executiva (SECEX), com a atribuição de exercer a coordenação estratégica e institucional do programa, articulando-o com a política nacional do meio ambiente e com as demais ações do Governo Brasileiro para a conservação da biodiversidade.

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Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento (DPCD), com a atribuição de promover a articulação do Programa Arpa com demais ações do Governo Federal para a Amazônia.

Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), com a atribuição realizar a

coordenação executiva e supervisão direta do programa e da constituição da estrutura legal do FAP, por intermédio do Departamento de Áreas Protegidas (DAP) / Unidade de Coordenação do Programa (UCP).

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com a

atribuição de elaborar as propostas de criação de unidades de conservação federais, gerenciar e executar o processo de consolidação das unidades de conservação federais novas e existentes, assegurando a aplicação e demonstração dos recursos de contrapartida previstos no programa. Para articular internamente as atividades a serem desenvolvidas por distintas unidades do ICMBio serão indicados pontos focais responsáveis pela interlocução direta com os atores do Arpa.

Secretarias e Órgãos de Meio Ambiente dos Estados (OEMAS) e Municípios da Região Amazônica, com a atribuição de elaborar as propostas de criação de unidades de conservação estaduais ou municipais, gerenciar e executar o processo de consolidação das unidades de conservação estaduais e/ou municipais novas e existentes incluídas no programa, assegurando os recursos de contrapartida previstos no programa e promovendo a sua aplicação. Para articular internamente as atividades a serem desenvolvidas pelas Secretarias e OEMAS serão indicados pontos focais para cada estado responsáveis pela interlocução direta com os atores do Arpa. Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), responsável pela execução e monitoramento financeiro do programa possui as seguintes atribuições: (a) organizar as demandas de bens e serviços necessários à execução do programa, buscando a melhor alocação das diferentes fontes de doação; (b) planejar e realizar a aquisição e a entrega de bens e contratação de serviços (procurement e logística) de acordo com as regras e condições acordadas para o programa; (c) monitorar e disponibilizar informações sobre o desempenho financeiro do programa; (d) atuar como executor de subcomponentes específicos, mediante acordos estabelecidos para este fim e; (e) atuar conjuntamente nos esforços de captação de recursos. Banco Mundial, atuar como agência implementadora do GEF apoiando financeiramente o programa e auxiliando o Governo Brasileiro na supervisão do programa; Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) – atuar como implementador do Ministério da Cooperação Econômica e Desenvolvimento e Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da República Federal da Alemanha, apoiando financeiramente o programa e auxiliando o Governo Brasileiro na supervisão do programa; Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ), atuar como implementador do Ministério da Cooperação Econômica e Desenvolvimento e Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da República Federal da

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Alemanha, apoiando tecnicamente a implementação dos diversos componentes do programa e auxiliando o Governo Brasileiro na supervisão do programa; WWF-Brasil, apoiar financeiramente o programa, através de doações e da captação de recursos, auxiliar o Governo Brasileiro na supervisão do Arpa e prestar cooperação técnica na execução de ações previstas para o programa. Sociedade Civil Organizada, representar os interesses das organizações sociais e ambientais da Amazônia nas instâncias do programa e atuar conjuntamente nos esforços de monitoramento da execução e na captação de recursos. Outros Parceiros, pessoas jurídicas de direito público ou privado que venham a estabelecer parcerias para contribuir na consecução dos objetivos do programa. 5.4.3 Instâncias do Arranjo Institucional As instâncias do arranjo institucional do Programa Arpa para sua Fase II são apresentadas na figura abaixo e descritas (descrição, composição e função) na tabela seguir.

Figura 4: Arranjo Institucional proposto para a Fase II do Programa Arpa.

Quadro 5: Descrição do Arranjo Institucional.

Instâncias Composição Função

Comitê do Programa (CP) Instância deliberativa colegiada que dirige o

Programa Arpa

O Comitê do Programa (CP) é composto por órgãos e entidades das diferentes esferas de governo, e por representantes da sociedade civil, mantendo a paridade entre os dois setores

Governo: Secretário Executivo do MMA, que presidirá o comitê, ou seu representante Secretário de Biodiversidade e Florestas/MMA (vice-presidente) ou seu representante Diretor do DPCD/MMA ou seu representante Presidente do ICMBio ou seu representante 2 Secretários de Meio Ambiente representante dos estados da Amazônia indicados pela ABEMA ou seus representantes

Sociedade civil: 2 representantes das Redes Socioambientais da Amazônia, sendo um do GTA e outro do CNS. 2 representantes de ONGs ambientalistas eleitas entre as entidades da Amazônia. 1 representante do Funbio 1 representante dos doadores privados

Aprovar as estratégias de ação, definir procedimentos e diretrizes, supervisionar a execução dos convênios e contratos previstos no programa, analisar e aprovar os Planos Operativos Anuais (POA) do programa e deliberar a partir das informações sobre o desempenho técnico-financeiro do Arpa.

Unidade de Coordenação do Programa (UCP)

Instância executiva e de coordenação, instituída no

âmbito do Ministério do Meio Ambiente (SBF/DAP).

Equipe composta de Coordenação; Equipe Técnica: Analistas Ambientais, Técnicos Especializados (Servidores Temporários) e Consultores; Equipe Administrativa: Apoio Técnico, Apoio Operacional e Estagiários.

Coordena a execução e monitora o desempenho dos componentes do Programa Arpa.

Estabelece e divulga os critérios de elegibilidade, normas e padrões técnicos seguindo as orientações estratégicas acordadas para o programa.

A UCP tem ainda, no âmbito de suas competências, a atribuição de promover a geração de conhecimento sobre as melhores práticas e lições apreendidas no âmbito do planejamento, execução e monitoramento do programa.

A UCP também atua como a secretaria executiva do Comitê do Programa (CP) estabelecendo a ligação entre este e os diferentes parceiros.

Painel Científico de Aconselhamento (PCA)

Instância consultiva colegiada de especialistas em biodiversidade e áreas

protegidas.

O PCA é composto de três membros permanentes, escolhidos pelo Comitê do Programa (através de lista com candidatos sugeridos por membros do CP) e por conselheiros ad hoc, convidados de acordo com a temática a ser abordada.

Analisar e aportar melhorias nas metodologias utilizadas para a identificação de áreas prioritárias para criação de unidades de conservação.

Analisar e validar as propostas anuais da Estratégia de Conservação e Investimento.

Estabelecer, analisar e validar diretrizes e critérios para monitoramento da biodiversidade, incluindo o seu acompanhamento.

Atuar prospectando cenários futuros para o programa Arpa, relacionando-o aos novos temas e conhecimentos sobre a conservação da biodiversidade no bioma amazônico.

Fórum Técnico (FT) Instância consultiva

colegiada formada por representantes das

instâncias coordenadoras, executoras e de cooperação

técnica do programa.

Composto por representantes dos Órgãos Gestores - ICMBio e OEMAS (pontos focais); WWF; GTZ; Funbio; Unidade de Coordenação do Programa (UCP); representante das Unidades de Conservação apoiadas e representante técnico escolhido pelas entidades da Sociedade Civil representadas no CP .

Propõe, avalia e acompanha melhorias nos procedimentos técnicos e administrativos do Programa Arpa.

Atua ainda como canal de comunicação entre as instâncias diretivas e coordenadoras do programa com as instâncias executoras.

Comitê de Mediação (CM) Instância consultiva de

acompanhamento e monitoramento dos conflitos

e contextos litigiosos com as comunidades e

populações tradicionais que colocam em risco os

objetivos do programa.

O Comitê de Mediação é constituído por três membros permanentes, escolhidos pelo Comitê do Programa (através de lista com candidatos sugeridos por membros do CP) e por conselheiros ad hoc convidados de acordo com as demandas.

Atuar de forma antecipada e preventiva nas negociações em busca de possíveis soluções para os casos em que existirem posicionamentos ou interesses divergentes relacionados a questões sociais durante o processo de criação e consolidação de unidades de conservação.

Deverá atuar também como um fórum de discussão, gestão e encaminhamento de soluções para conflitos relacionados a populações no interior de unidades de conservação de Proteção Integral.

Integrará o CM um Ouvidor, que constituirá um canal de comunicação efetivo e permanente para receber informações sobre os conflitos potenciais ou reais, encaminhando ao Comitê as informações, além de fazer o monitoramento contínuo das situações relevantes.

Comissões de Acompanhamento (CAs) Instâncias consultivas de

acompanhamento e monitoramento da execução do Programa e de subsídio

ao Comitê do Programa (CP)

As Comissões de Acompanhamento são constituídas a partir das necessidades do programa e da demanda do Comitê do Programa (CP) para monitorar temas de relevante interesse para o desempenho do Arpa, tais como: comunicação, captação de recursos e monitoramento socioambiental.

A composição das CAs será estabelecida após divulgação dos seus objetivos e recebimento das manifestações de interesse dos parceiros, a partir da indicação dos representantes do Governo, da Sociedade Civil e dos demais atores do programa, buscando legitimidade e transparência.

Acompanha, monitora e avalia a execução de componentes e subcomponentes e atividades do programa.

Relata o desempenho ao Comitê do Programa como subsídio para tomada de decisões.

Recomenda ajustes e melhorias na condução dos temas.

Grupos de Trabalho (GTs) Instâncias temporárias,

participativas e representativas dos

parceiros do programa dedicadas a estudos de

temas específicos.

Os Grupos de Trabalho são constituídos a partir das necessidades do programa sob a coordenação e aprovação da UCP.

A composição dos GTs será estabelecida após divulgação dos seus objetivos e recebimento das manifestações de interesse dos parceiros, a partir da indicação dos representantes do Governo, da Sociedade Civil e dos demais atores do programa, buscando reunir experiências e conhecimentos sobre os temas trabalhados.

Recomenda melhorias nos procedimentos técnicos e administrativos do Programa Arpa e constrói diretrizes, documentos e orientações para a execução do programa. Os GTs também podem ser constituídos para realizar a seleção de estudos e projetos a serem apoiados pelo Arpa. Exemplos de grupos de trabalho atualmente existentes: Documento de Programa; Capacitação; Obras; Custos; FAP e Comunicação

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6 Gerenciamento do Programa 6.1 Supervisão do Programa O Programa Arpa é supervisionado pelo Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de assegurar o seu alinhamento aos princípios e à abordagem estratégica do Governo Federal em relação às políticas para áreas protegidas, o respeito às salvaguardas acordadas com parceiro institucionais e o alcance dos objetivos e metas propostos. O Ministério do Meio Ambiente desempenha sua função de supervisão prioritariamente através do Comitê do Programa (CP), instância consultiva e deliberativa, organizada de maneira colegiada e representativa. A supervisão do Programa Arpa é realizada a partir das informações sobre o seu desempenho físico e financeiro, disponibilizadas pela UCP e Funbio. A implementação do programa é analisada criticamente em relação aos objetivos, metas e princípios acordados, e quando necessário, são realizadas avaliações independentes, missões de supervisão ou outros mecanismos de acompanhamento que o CP julgar conveniente para balizar a sua supervisão. 6.2 Coordenação do Programa A coordenação do Programa Arpa é realizada pelo Ministério do Meio Ambiente com o objetivo de assegurar que o desempenho técnico e financeiro do programa seja alcançado de forma integrada. O MMA desdobra esta atribuição de coordenação na sua estrutura da seguinte forma: Secretaria Executiva (SECEX), com a atribuição de exercer a coordenação estratégica e institucional do programa, articulando-o com a política nacional do meio ambiente e com as demais ações do Governo Brasileiro para a conservação da biodiversidade. Através do Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento (DPCD), promove a articulação do Programa Arpa com demais ações do Governo Federal para a Amazônia. Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), com a atribuição realizar a coordenação executiva e supervisão direta do programa, por intermédio do Departamento de Áreas Protegidas (DAP) / Unidade de Coordenação do Programa (UCP). A Unidade de Coordenação do Programa (UCP) coordena a execução e monitora o desempenho dos componentes do Programa Arpa. Para isto a UCP desenvolve as seguintes atividades no âmbito do programa:

Atualiza e utiliza a Estratégica de Conservação e Investimento (ECI) para direcionar a execução do programa, de forma alinhada ao processo de atualização das áreas prioritárias para a conservação, conduzida pelo Departamento de Conservação da Biodiversidade (DCBio / SBF / MMA);

Monitora o alcance das metas físicas do Programa Arpa e disponibiliza as informações às instâncias pertinentes;

Consolida as proposições de metas e as previsões de recursos dos diferentes componentes e atores do Arpa em um Planejamento Operativo Anual (POA) do

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programa; Integra as informações sobre o monitoramento financeiro, executado pelo

Funbio, com as informações sobre o monitoramento físico do programa e o monitoramento do alcance dos objetivos do Arpa permitindo uma análise crítica global do seu desempenho;

Subsidia o Comitê do Programa (CP) com informações estratégicas sobre o desempenho do Arpa;

Promove a integração entre os diversos parceiros do Arpa em prol da sua efetividade;

Estabelece Grupos de Trabalhos para discutir, atualizar e recomendar melhorias nas diretrizes, orientações, documentos e procedimentos do programa;

Integra, consolida e compartilha o conhecimento criado no âmbito do Programa Arpa sobre a gestão de áreas protegidas.

6.3. Gestão Executiva do Programa O apoio aos esforços de criação e consolidação das áreas protegidas na Amazônia é realizado pelo Programa Arpa mediante um conjunto integrado de instrumentos e ações que constituem o sistema de gestão do programa. Este sistema de gestão orienta a alocação dos recursos de acordo com as metas acordadas e permite o monitoramento dos resultados que realimenta, por sua vez, as diretrizes utilizadas para orientar sua execução. Inicialmente, as unidades de conservação e os processos de criação de novas unidades de conservação apoiados planejam suas necessidades de recursos a partir da previsão de avanço nas metas do programa, vinculando os recursos solicitados a resultados projetados em ferramentas de planejamento estratégico plurianual utilizadas pelo programa. O monitoramento dos avanços é realizado periodicamente através da aplicação de uma ferramenta de avaliação da efetividade da gestão adequada às metas do Programa Arpa, denominada Ferramenta de Avaliação da Efetividade de Unidades de Conservações (FAUC). O FAUC permite acompanhar a progressão das unidades de conservação e processos de criação em relação às metas do programa e orienta os esforços dos gestores e órgãos executores para o foco de consolidação das áreas protegidas. A partir da identificação do status atual de cada unidade de conservação e da sua previsão de avanço em relação às metas, a Estratégia de Conservação e Investimento (ECI) estabelece os tetos de alocação de recursos para cada subprojeto, considerando a categoria de manejo, as estruturas e facilidades existentes, o tipo e a intensidade das pressões e as características das unidades de conservação. São estes tetos de alocação de recursos, vinculados às metas de avanço, que definem o Planejamento Operativo Anual (POA) de cada unidade de conservação ou processo de criação estabelecendo os recursos a serem alocados a cada subprojeto. As informações provenientes do monitoramento do programa e dos avanços do conjunto de unidades de conservação apoiadas são utilizadas para ajustar o foco e

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refinar a alocação dos recursos de forma a alcançar os objetivos propostos de forma mais eficiente, realimentando assim o sistema de gestão do Programa Arpa. 6.4 Monitoramento do Programa 6.4.1 Monitoramento Financeiro O monitoramento financeiro do Programa Arpa é de responsabilidade do Funbio, que acompanha a utilização dos recursos provenientes dos doadores, do FAP ou dos instrumentos de geração de receitas pelas unidades de conservação apoiadas e pelos demais executores dos Subcomponentes. O monitoramento financeiro do Programa Arpa deve envolver as seguintes atividades:

Análise comparativa dos recursos previstos versus recursos executados, por componente, subcomponente, unidades, subprojetos e categorias de despesa através de relatórios gerenciais de execução financeira;

Avaliação in loco realizada por comissão representativa dos atores do programa e através de amostragem da execução dos recursos, comparando os recursos planejados com aqueles efetivamente recebidos pelos destinatários;

Análise comparativa da eficiência da aquisição de bens e contratação de serviços em relação a valores de referência pertinentes;

Auditoria independente anual para avaliar a conformidade da aplicação de recursos com as regras acordadas para o programa e a legislação brasileira aplicável.

Semestralmente, de forma alinhada ao ciclo de planejamento do Programa Arpa, as informações provenientes dos mecanismos de monitoramento financeiro descritos acima são consolidadas em um relatório financeiro do programa relatando a adequação, a conformidade e a eficiência da aplicação dos recursos disponibilizados. As informações resultantes do monitoramento financeiro do programa e sua periodicidade são apresentadas a seguir:

Relatórios gerenciais em tempo real sobre a execução dos recursos por Componente, Subcomponente, Unidades e Sub Projetos e Categorias de Despesas: contínua;

Relatórios financeiros com os saldos dos recursos: contínua; Relatórios da análise comparativa da eficiência da aquisição de bens e

contratação de serviços: anual; Relatórios da Avaliação in loco do recebimento dos bens e serviços: anual; Relatórios da Auditoria Independente: anual; Relatórios Consolidado do Monitoramento Financeiro do programa: anual.

O monitoramento financeiro dos subcomponentes que estão sob a responsabilidade de execução do Funbio deverá ser validado em conjunto com a UCP.

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6.4.2 Monitoramento Físico O monitoramento físico é realizado pela UCP nos diferentes níveis de planejamento e execução do Programa Arpa e contará com o apoio de diferentes instrumentos:

No nível estratégico – Atualização e acompanhamento dos indicadores previstos na Matriz Lógica do programa.

No nível gerencial – Aplicação do FAUC (Ferramenta de Avaliação da Efetividade) aos executores do programa, para acompanhar a evolução do seu desempenho em relação às metas estabelecidas nos planejamentos estratégicos plurianuais.

No nível operacional – Acompanhamento da execução dos planos operativos anuais (POAs), através dos sistemas de gerenciamento financeiro do programa.

Anualmente, uma amostra aleatória dos subcomponentes executivos (criação, consolidação e sustentabilidade financeira) apoiadas pelo Arpa será selecionada para avaliação in loco, de forma a validar os avanços relatados através do FAUC. As informações decorrentes dos instrumentos de monitoramento físico descritos acima e do monitoramento financeiro pertinentes serão consolidadas pela UCP em relatórios semestrais de avanço do Programa Arpa, a serem disponibilizados para a análise crítica do desempenho global pelo Comitê do Programa. 6.4.3 Monitoramento Ambiental O monitoramento ambiental do Arpa é coordenado pela UCP e implementado sob a responsabilidade das unidades de conservação, objetivando avaliar a efetividade dos esforços empreendidos pelo programa em relação ao objetivo proposto de assegurar a conservação de uma amostra representativa da biodiversidade da região e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. Este monitoramento será realizado na Fase II do programa através do acompanhamento dos seguintes temas, a serem implementados prioritariamente nas unidades de conservação em grau avançado de consolidação e de acordo com a disponibilidade de recursos indicados pela Estratégia de Conservação e Investimento:

Biodiversidade: monitoramento in situ de uma amostra de unidades de conservação apoiadas a partir dos critérios de priorização do programa e da análise da paisagem, envolvendo:

o Grupos estratégicos para permitir uma análise sistêmica: Biomassa e estrutura de vegetação; Mamíferos de médio e grande porte; Peixes de igarapés e riachos; e Anfíbios.

o Grupos específicos para as unidades de conservação monitoradas, com foco nas suas prioridades de conservação (recursos hídricos, espécies ameaçadas, espécies motivadoras da criação da unidade de conservação, etc.).

Paisagem: análise das pressões e representatividade ecossistêmica de todo o conjunto de unidades de conservação apoiadas.

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Clima: organização das informações de parâmetros climatológicos do INPE, INMET, SIPAM e ANA para as estações localizadas no interior ou no entorno de unidades e identificação da necessidade de expansão da cobertura de dados para permitir a análise e acompanhamento das ameaças de mudanças climáticas.

Socioambiental: utilização de um conjunto de indicadores pré-definidos para acompanhar o uso de recursos, aspectos sócio-econômicos, culturais e as vivências comunitárias nas unidades de conservação que são monitoradas in situ.

A operacionalização dos monitoramentos in situ propostos é realizada no componente 2 (Consolidação e Gestão das unidades de conservação) através dos POAs de cada unidade. Ao componente 4 cabe arcar com os recursos para a gestão do subcomponente e para os demais monitoramentos. 6.4.4 Instâncias de Monitoramento Além das atribuições de monitoramento financeiro e físico realizados pelo Funbio e pela UCP, respectivamente, o Programa Arpa delega atribuições adicionais de monitoramento a:

A) Fórum Técnico se reúne trimestralmente para contribuir com o monitoramento físico-financeiro do Arpa com base nas informações sobre o desempenho físico, financeiro e pelo informe dos pontos focais, que relatarão os avanços obtidos nas unidades de conservação em relação aos marcos referenciais e o recurso executado. Os pontos focais, a UCP e o Funbio deverão preparar os relatórios e enviar previamente a todos os participantes da reunião. Nessa reunião serão discutidos os avanços alcançados, as dificuldades e ações corretivas que forem necessárias.

B) Comitê do Programa se reúne semestralmente para monitorar o avanço do

Arpa com base nos relatórios de avanço consolidados pela UCP. Com base nas informações disponibilizadas, o CP analisa criticamente o desempenho do programa e estabelece direcionamentos para sua execução, além de, anualmente, definir as diretrizes para a elaboração do POA do ano subseqüente.

C) Comissões de Acompanhamento são instituídas por temas com a finalidade

de contribuir com o monitoramento de Componentes, Subcomponentes e Atividades executadas pelo programa. Constroem e seguem uma agenda adequada ao tema monitorado e às necessidades de informações do Comitê do Programa. São considerados temas relevantes, objeto de acompanhamento de Comissões: Captação de Recursos, Comunicação e Monitoramento Ambiental.

6.5 Aspectos Operacionais O desdobramento das diretrizes estabelecidas por este Documento de Governo em regras, critérios, procedimentos e fluxos administrativos, técnicos, operacionais e financeiros será detalhado em uma série de volumes do Manual Operacional do Programa Arpa (MOP), constituído pelos seguintes volumes:

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Volume 1 – Informações Gerais: Apresentação do ARPA, Abordagem Estratégica, Princípios, Arranjo Institucional, Componentes e principais Fontes de Financiamento.

Volume 2 – Princípios, Diretrizes e Procedimentos Metodológicos: Apresenta, do ponto de vista metodológico, como serão atingidas as metas do Projeto Arpa e executadas as suas ações em cada um dos Componentes e Subcomponentes.

Volume 3 – Gestão Operacional: descreve o Planejamento Operacional do Programa, estabelece as regras e métodos de aquisições e contratações, Procedimentos, Fluxos Gerenciais, Rotinas e Padrões de Trabalho aplicáveis.

Volume 4 – Gestão Financeira: Estabelece os Procedimentos e Rotinas para o Planejamento, Monitoramento e Gestão Financeira do programa.

Adicionalmente, o processo de estabelecimento da estrutura de gestão e governança do FAP implicará na elaboração de manual operacional próprio para este fundo, a ser coordenado pela UCP, com os procedimentos e rotinas para a sua operacionalização.

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7 Referências Bibliográficas Bath, P. 2009. Avaliação Independente do Projeto Arpa – Áreas Protegidas da Amazônia – Fase 1: 2004-2008. 81p. Bernoux, M.; Graça, P. M. A. et alii. 2001. Carbon Storage in biomass and soils. In: McClain, M. E.; Victoria, R. L. and Richey, J. E. (Eds.). The Biogeochemistry of the Amazon Basin. Oxford: Unversity Press. Cap. 11. Brasil. NAE / Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. 2006a. Projeto Brasil Três Tempos: cenários prospectivos nº 6. Brasília: Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. 101p. Brasil. 2006b. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Áreas Protegidas. Brasília: MMA. 89p. Brasil. 2007a. Agenda Nacional de Desenvolvimento – AND. Brasília: Presidência da República, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – CDES. 38p. 36p. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 2007 b. Plano plurianual 2008 -2011. Volume I – Mensagem do Presidente. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. - Brasília : MP, 2007. Brasil. Ministério do Meio Ambiente. 2007c. Plano Plurianual 2008-2011 Orientações Estratégicas. Versão 5.1. 34p. Brasil. Ministério do Meio Ambiente. 2008a. Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros. 2ª edição. MMA: Brasília. 14p. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 2008 b. Relatório de Avaliação do Plano Plurianual 2004-2007: exercício 2008b - ano base 2007. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Brasília: MP. 258p. Brasil. Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima. 2008c. Plano Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC – Sumário Executivo. 26p. Brasil. Ministério do Meio Ambiente. 2008d. Atualização das Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – Bioma Amazônia. CD-Room. MMA: Arpa. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 2008e. PPA 2008 – 2011: Espelho de Programas. 334p. Leite, F. H. F. 2007. De zero a cem em 4 anos – a aceleração até a velocidade de cruzeiro do Arpa. In: Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Áreas Protegidas da Amazônia, I: 91-95. Brasília: MMA.

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Soares-Filho, B. S. ; Dietzsch, l.; Moutinho, P. eti ali. 2007. Reducing carbon emissions from deforestation: the Role of Arpa’s Protected Areas in the Brazilian Amazon. UFMG; IPAM; WWF. 8p. UCP – Unidade de Coordenação do Programa. 2006. Estratégia de Conservação e Investimento do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) & Plano Operativo Anual 2007. 155p. Weigand Jr., R. 2007. Uma Estratégia de Conservação e Investimento para o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). In: Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Áreas Protegidas da Amazônia, I: 11-15. Brasília: MMA.

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8 Anexos

8.1. Detalhamento do contexto do Programa Arpa no âmbito das políticas públicas

brasileiras Durante as décadas de 1980 e 1990 o planejamento de longo prazo foi relegado a um segundo plano no Brasil. O controle da hiperinflação monopolizou a atenção dos diversos governos. Com a conquista da estabilidade macroeconômica, o governo empreendeu diversos esforços visando à elaboração de um planejamento de longo prazo. Entre estes podemos destacar os esforços empreendidos pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) vinculado a Presidência da República, pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (NAE) do qual se originou a Secretaria de Assuntos Estratégicos e ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A partir de 2006, o NAE empreendeu um grande esforço para elaborar um planejamento estratégico de longo prazo para o Brasil. Esse esforço foi consubstanciado no Projeto Brasil 3 Tempos (Br3T)13, que trabalhou com três marcos temporais: 2007, ano no qual se iniciou o processo de construção do futuro e de um novo período de governo; 2015, que se constitui em um objetivo intermediário, com reflexos internacionais, pois permitirá registrar os avanços sociais que o Brasil e outros países se comprometeram a conquistar junto à Organização das Nações Unidas ao assinarem as "Metas do Milênio”; e 2022, no qual será comemorado o bicentenário da independência do Brasil. Com a implementação do planejamento estratégico elaborado, espera-se que em 2022 tenha-se construído uma Nação desenvolvida, plenamente democrática, mais igualitária, portadora de valores inclusivos de cidadania, inserida de maneira soberana na economia mundial e protagonista nos processos decisórios internacionais. O Projeto Br3T trabalhou cerca de 50 temas estratégicos para que o Brasil alcançasse a situação descrita anteriormente até o ano de 2022. Alguns desses temas têm interface direta com o Programa Arpa e poderão contar com sua contribuição para o seu alcance (Quadro 6).

Quadro 6: Temas estratégicos e propostas estratégicas elencadas no Projeto Brasil 3 tempos.

Tema Estratégico do Projeto Br3T*

Proposta Estratégica

16 - Amazônia

Implementação de uma efetiva política de desenvolvimento sustentável para a Amazônia e estabelecimento de processos de cooperação internacional, de sorte a reduzir as pressões externas sobre a região Amazônica.

21 - Biodiversidade

Implementação de políticas que permitam pesquisar e explorar, de forma soberana, os recursos de sua biodiversidade, evitar as ações danosas da biopirataria e estabelecer o manejo sustentável de nossos biomas.

13 Brasil, 2006a.

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44 - Diversidade cultural brasileira

Contribuição da diversidade cultural brasileira para aumentar o valor agregado da “marca Brasil” nos bens e serviços exportados, tornando significativa a presença da cultura na pauta de exportações.

* – Os temas foram ordenados de 1 a 50 de acordo com a importância atribuída a ele pela sociedade brasileira. Em 2007 o elaborou a Agenda Nacional de Desenvolvimento – AND. Essa agenda propôs uma visão de futuro para o Brasil que foi adotada como orientadora para elaboração do Plano Plurianual - PPA 2008 – 2011. De acordo com o CDES a visão de futuro ou o Brasil que queremos é:

“Um País democrático e coeso, no qual a iniqüidade foi superada, todas as brasileiras e todos os brasileiros têm plena capacidade de exercer sua cidadania, a paz social e a segurança pública foram alcançadas, o desenvolvimento sustentado e sustentável encontrou o seu curso, a diversidade, em particular a cultural, é valorizada. Uma nação respeitada e que se insere soberanamente no cenário internacional, comprometida com a paz mundial e a união entre os povos.”

O CDES propôs alguns objetivos estratégicos a serem alcançados pelo país. Em dois desses objetivos o Programa Arpa contribui para os resultados, estando dessa forma, alinhado aos propósitos do Governo para superá-los: I. Fazer a sociedade brasileira mais igualitária, sem disparidades de gênero e raça, com a renda e a riqueza bem distribuídas e vigorosa mobilidade social ascendente; VI. Desenvolver um aparato estatal que opere eficiente e eficazmente, um pacto federativo competente para lidar com conflitos, com equilíbrio entre regiões e capacidades de manejar recursos naturais de forma sustentável. Dentro deste objetivo uma diretriz estratégica que se destaca é:

6. Dotar o aparato público nacional de efetiva capacidade de fiscalizar o manejo, a conservação e a preservação dos recursos naturais e da qualidade ambiental. Mobilizar toda a capacidade de desenvolvimento cientifico e tecnológico nacional com vistas à produção de conhecimentos, concepções, métodos e tecnologias que possibilitem o manejo sustentado e a preservação dos nossos recursos naturais.

Outro esforço de planejamento de longo prazo para o Brasil foi realizado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em 2008. Trate-se do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento14. Para elaboração dessa proposta o Ministério do Planejamento se baseou nas orientações estratégicas do Plano Plurianual 2004-2007, nas diretrizes apresentadas pela Agenda Nacional de Desenvolvimento apresentada acima e nos elementos de futuro identificados no âmbito do Projeto Brasil 3 Tempos, já reportado anteriormente. Importantes subsídios para esse estudo também vieram da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e do Plano da Amazônia Sustentável (PAS). A partir da análise desse material foram estabelecidas as diretrizes/objetivos da organização territorial pretendida para o país e identificado um conjunto de valores,

14 Brasil, 2008b.

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fundamentos e meios, os quais serviram como alicerces da Visão Estratégica e sinalizaram os espaços preferenciais de intervenção para a construção do futuro desejado para o Brasil. Nesse estudo foram sugeridas 14 escolhas estratégicas e uma delas tem forte interface com o Arpa, que é a de restauração de serviços de ecossistemas e adaptação a mudanças ambientais. A partir do seu projeto de longo prazo descrito nos documentos relatados acima, o Governo brasileiro reconhece que o Programa Arpa é um dos instrumentos com os quais conta para cumprir os seus planos estratégicos. A região compreendida pela Amazônia Legal conta com cerca de 100 milhões de ha protegidos em unidades de conservação, o que equivale a 20% da região. Desse universo, o Arpa apoiou a criação de 23,9 milhões de ha e apóia a gestão de mais 8,5 milhões de ha, ou seja, o Arpa apóia de alguma forma a gestão de 32,5% da área protegida por unidades de conservação na Amazônia Legal. Dentre essas, 13 milhões de ha são de unidades de conservação de Uso Sustentável. Essa imensa área protegida é importante para a promoção de um desenvolvimento sustentável no Brasil. As lições aprendidas e as iniciativas inovadoras desenvolvidas no âmbito do Programa Arpa poderão ser difundidas para outros biomas brasileiros, contribuindo dessa forma para a conservação da biodiversidade, a recuperação dos serviços ecossistêmicos e a diminuição das emissões de gases que provocam o efeito estufa. As unidades de conservação de Uso Sustentável apoiadas pelo programa representam um instrumento para geração de renda, principalmente para as populações tradicionais, contribuindo dessa forma na construção de uma sociedade mais igualitária e para a diminuição das disparidades regionais. O Programa Arpa e as políticas públicas brasileiras para o meio ambiente

Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP) Em 2004, diante da adoção do programa de Trabalho sobre Áreas Protegidas da CDB (Decisão VII/28), aprovado na COP-7, o Ministério do Meio Ambiente e organizações da sociedade civil brasileira assinaram um protocolo de intenções objetivando construir e implementar uma política abrangente para as áreas protegidas no Brasil. O resultado do trabalho foi o Plano Nacional de Áreas Protegidas que define princípios, diretrizes, objetivos e estratégias para o Brasil estabelecer um sistema abrangente de áreas protegidas, ecologicamente representativo e efetivamente manejado, integrando paisagens terrestres e marinhas mais amplas até 2015. Numa análise mais detalhada das principais metas de cada eixo temático do PNAP é possível relacionar aquelas com as quais o Programa Arpa aporta uma contribuição mais direta. Elas estão descritas abaixo: Eixo Temático 1 - Ações diretas de planejamento, seleção, estabelecimento, fortalecimento e gestão do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. O Eixo prevê ações relacionadas ao fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação não só buscando sua ampliação no âmbito da abordagem ecossistêmica, mas também a efetividade da gestão destas áreas e sua contribuição para a redução da perda de biodiversidade.

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Em 2007, o Programa Arpa apoiou diretamente a revisão do Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira referente ao Bioma Amazônia que passou a guiar os esforços de criação de novas unidades de conservação. Foram sugeridas as áreas para criação de unidades de conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Na sua primeira fase, o programa promoveu a criação de 24 milhões de ha de novas unidades de conservação na Amazônia Legal. Na segunda fase, prevê-se a criação de mais 13,5 milhões de ha em novas unidades de conservação. Objetivo 1.2 - Estabelecer e fortalecer redes de colaboração, através das fronteiras nacionais, entre Unidades de Conservação e demais áreas protegidas contíguas ou próximas. Os Parques Nacionais do Cabo Orange (PNCO) e Montanhas do Tumucumaque (PNMT), apoiados pelo Arpa, tem realizado esforços significativos para estabelecer uma rede de cooperação com as áreas protegidas da Guiana Francesa como o Parc Naturel Régional de la Guyane (PNRG). Essa iniciativa nasceu em 2004 através da assinatura de um protocolo de acordo entre a Ministério do Meio Ambiente da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ecologia e do Desenvolvimento Sustentável da República Francesa no decorrer do seminário dos Parques Naturais Regionais. O PNMT também realiza negociação para integração com o Parc Naturel Amazonen de Guyane. Eixo temático 2 – Governança, participação, eqüidade e repartição de benefícios Prevê ações relacionadas: (i) a participação dos povos indígenas, comunidades quilombolas e locais na gestão das unidades de conservação e outras áreas protegidas, (ii) ao estabelecimento de sistemas de governança, (iii) a repartição eqüitativa dos custos e benefícios, bem como a integração entre unidades de conservação, áreas protegidas, redução da taxa de perda de biodiversidade e redução da pobreza. Um dos marcos referenciais definidos pelo programa para considerar uma unidade de conservação estabelecida ou consolidada é formação do conselho gestor da unidade. O conselho congrega representantes das diversas partes interessadas como os povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas e comunidades locais. Das 60 unidades apoiadas pelo Arpa, 14 já têm os seus conselhos gestores criados e outras 23 estão em fase de criação. Objetivo 2.5 - Potencializar o papel das Unidades de Conservação e demais áreas protegidas no desenvolvimento sustentável e na redução da pobreza. O Programa Arpa apóia a gestão de 30 unidades de conservação de Uso Sustentável cobrindo uma área de cerca de 10,8 milhões de ha. Essas áreas representam importantes mecanismos para o desenvolvimento sustentável e redução da pobreza em seus municípios. Em sua fase I, o programa investiu cerca de R$ 1,6 milhão em 14 projetos comunitários no entorno de seis unidades de conservação de proteção integral. Em sua Fase II, o Programa Arpa dará continuidade a aqueles que comprovam sua capacidade institucional e gerencial e promovam capacidades locais para vender bens e serviços. Além da atuação finalística do Programa Arpa potencializando o desenvolvimento sustentável através da criação e consolidação de áreas protegidas, o aporte dos U$ 400 milhões previstos para as 3 fases pelo Programa Arpa na região amazônica constitui um

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importante fluxo de recursos através da geração de empregos, contratação de serviços e aquisição de bens. Eixo Temático 3: Capacidade Institucional Ações relacionadas ao fortalecimento da capacidade institucional do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, considerando as ações políticas, recursos necessários e responsáveis para que as unidades de conservação possam ser implementadas de forma efetiva. Objetivo 3.2 Desenvolver a capacidade de planejar, estabelecer e administrar Unidades de Conservação Na sua primeira fase o Arpa investiu fortemente na capacitação de gestores de unidades de conservação. Através do WWF, o Arpa realizou pelo menos 9 cursos de Introdução a Gestão de Unidades de Conservação com a participação de cerca de 300 pessoas. A GTZ apóia a realização de um programa de Gestão para Resultados em 15 unidades de conservação do programa, seguindo modelo de excelência em gestão pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Programa GesPública), que tem promovido uma consistente formação gerencial para o pessoal envolvido. Além dessas atuações mais sistemáticas, foram apoiados dezenas de eventos de capacitação para os envolvidos nas unidades de conservação do programa. Plano Amazônia Sustentável (PAS) O processo de formulação de uma proposta para o desenvolvimento da Amazônia teve como antecedente o trabalho "Amazônia Sustentável - Diretrizes e Prioridades do Ministério do Meio Ambiente para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira". O referido documento teve o objetivo de inserir a variável ambiental na preparação do PPA 2004 – 2007 para aquela região. O Presidente da República deflagrou na Região Norte o debate em torno da necessidade de reduzir as desigualdades regionais do país. No dia 9 de maio de 2003, reuniu em Rio Branco, os Governadores dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima, as Ministras do Meio Ambiente e de Minas e Energia, os Ministros da Integração Nacional, do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Desenvolvimento Agrário, da Educação, da Saúde e da Justiça e o Sub-Chefe de Articulação Federativa da Casa Civil da Presidência da República. Naquela ocasião, foi aprovado o documento inicial “Amazônia Sustentável”, contendo os termos de referência iniciais do PAS, elaborados conjuntamente pelo MI e MMA. Foi assinado um Termo de Cooperação entre o Presidente e os Governadores, que estabeleceu como princípio metodológico do PAS a consulta aos diversos setores da sociedade regional e nacional e, como prioridade, cinco eixos temáticos: produção sustentável com tecnologia avançada; novo padrão de financiamento; gestão ambiental e ordenamento territorial; inclusão social e cidadania e infra-estrutura para o desenvolvimento. Para a construção do PAS, o presidente da República delegou a coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) ao Ministério da Integração Nacional, e a sua secretaria executiva ao Ministério do Meio Ambiente que, em conjunto com os demais ministérios

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e governadores, receberam a incumbência de elaborar um documento que contemplasse diretrizes que, ao serem observadas, promovessem o desenvolvimento da Amazônia brasileira em bases sustentáveis. O PAS tem como objetivo maior implementar um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia brasileira, pautado na valorização das potencialidades de seu enorme patrimônio natural e sócio-cultural, voltado para a geração de emprego e renda, a redução das desigualdades sociais, a viabilização de atividades econômicas dinâmicas e inovadoras com inserção em mercados regionais, nacionais e internacionais e o uso sustentável dos recursos naturais com a manutenção do equilíbrio ecológico. Alguns objetivos específicos merecem destaque:

a) Viabilizar atividades de produção sustentável com inovação tecnológica, estimulando a geração de emprego e renda, o aumento da segurança alimentar e maior competitividade em mercados regionais, nacionais e internacionais, priorizando a melhor utilização de áreas já abertas e o uso múltiplo da floresta em bases sustentáveis. b) Fortalecer a inclusão social e a cidadania, por meio de processos participativos de gestão das políticas públicas, envolvendo parcerias entre órgãos governamentais, a sociedade civil e o setor privado, com transparência e controle social; acesso da população regional às políticas universais de educação, saúde, segurança pública, previdência social e ações prioritárias voltadas para o enfrentamento dos problemas urbanos e o fortalecimento do sistema de cidades. c) Implementar e manter obras de infra-estrutura nos setores de transporte, energia e comunicações na Amazônia, como elementos essenciais para o desenvolvimento sustentável, de forma articulada com estratégias de ordenamento territorial, maximizando benefícios sócio-econômicos e minimizando eventuais impactos negativos. d) Estabelecer um novo padrão de financiamento na Amazônia, voltado para a geração de emprego e renda, a redução das desigualdades sociais e regionais, o uso sustentável dos recursos naturais e a intensificação da incorporação de conhecimentos técnico-científicos à produção; e) Promover a gestão ambiental e o ordenamento territorial em bases sustentáveis, priorizando a regularização fundiária, a negociação de conflitos sócio-ambientais, a criação e efetiva implantação de unidades de conservação e terras indígenas, o aprimoramento dos instrumentos de monitoramento e controle ambiental e, quando necessário, a (re)orientação de atividades produtivas;

Plano para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) Dados divulgados em junho de 2003 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicaram um crescimento acelerado do desmatamento em torno de 40% em relação ao período anterior. A notícia sobre o aumento recente do desflorestamento na região, ainda num período de contração econômica, clamou por uma avaliação cuidadosa de suas causas, como base para o planejamento de um conjunto de ações integradas do Poder Público, a serem implementadas com a participação ativa da sociedade brasileira.

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Perante esse desafio, foi assinado o Decreto Presidencial de 03 de julho de 2003, que estabeleceu um Grupo Permanente de Trabalho Interministerial com a finalidade de propor medidas e coordenar ações que visassem à redução dos índices de desmatamento na Amazônia Legal, por meio de diversos instrumentos. Este plano é uma iniciativa estratégica do Governo Brasileiro que se insere plenamente nas diretrizes e prioridades do programa do Governo, nos Planos Plurianuais (PPAs) e no Plano Amazônia Sustentável (Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia – PAS), como estratégia de desenvolvimento regional que orientará os investimentos do PPA e políticas públicas afins. Considerando as características do desmatamento na Amazônia brasileira e as orientações estratégicas do Governo, o objetivo geral proposto pelo PPCDAM de promover a redução das taxas de desmatamento na Amazônia brasileira,só será alcançado através da implementação de um conjunto integrado de políticas estruturantes, inclusive medidas emergenciais quando necessárias, norteadas por uma lista de dez diretrizes – todas elas coerentes aos princípios adotados pelo Programa Arpa:

i) valorização da floresta para fins de conservação da biodiversidade, manejo florestal de produtos madeireiros e não-madeireiros e a prestação de serviços ambientais, como um dos alicerces de um novo modelo de desenvolvimento regional, objetivando a qualidade de vida de populações locais com a redução de desigualdades sociais, a competividade econômica e a sustentabilidade ambiental;

ii) incentivos para a melhor utilização de áreas já desmatadas em bases sustentáveis, contemplando inovações tecnológicas, como o manejo de pastagens, sistemas agroflorestais, agricultura ecológica e a recuperação de áreas degradadas, como forma de aumentar a produtividade e diminuir as pressões sobre florestas remanescentes;

iii) a tomada de medidas urgentes de ordenamento fundiário e territorial, visando à redução do acesso livre aos recursos naturais para fins de uso predatório e o fortalecimento de instrumentos de gestão democrática e sustentável do território, priorizando o combate à grilagem de terras públicas, a regularização fundiária, viabilização de modelos alternativos de reforma agrária adequados à Amazônia, e a criação e consolidação de unidades de conservação e terras indígenas;

iv) aprimoramento dos instrumentos de monitoramento, licenciamento e fiscalização do desmatamento com metodologias inovadoras, contemplando a sua integração com incentivos à prevenção de danos ambientais e à adoção de práticas sustentáveis entre usuários dos recursos naturais;

v) fortalecimento de uma cultura de planejamento estratégico de obras de infra-estrutura, envolvendo a análise adequada de alternativas (em termos de custo-benefício e impactos sócio-econômicos e ambientais), medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias, e a execução ex-ante de ações de ordenamento territorial em bases sustentáveis, com transparência e participação da sociedade.

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vi) fomento à cooperação entre instituições do Governo Federal, responsáveis pelo conjunto de políticas relacionadas às dinâmicas de desmatamento na Amazônia Legal, superando tendências históricas de dispersão e de isolamento da área ambiental;

vii) adoção de um estilo de gestão descentralizada e compartilhada de políticas públicas, por meio de parcerias entre a União, estados e municípios, contemplando as respectivas necessidades de fortalecimento institucional;

viii) estimulo à participação ativa dos diferentes setores interessados da sociedade amazônica na gestão das políticas relacionadas à prevenção e controle do desmatamento, e à viabilização de alternativas sustentáveis, como meio para aumentar a qualidade de sua implementação, com transparência, controle social e apropriação política;

ix) valorização da aprendizagem entre experiências piloto bem sucedidas, dando-lhes escala por meio de sua incorporação em políticas públicas; e

x) efetivação de um sistema de monitoramento das dinâmicas do desmatamento e políticas públicas correlatas na Amazônia, permitindo a análise permanente da eficiência e eficácia destes instrumentos, no intuito de garantir um processo permanente de aprendizagem e aperfeiçoamento, com transparência e controle social.

Em relação às unidades de conservação e às terras indígenas, a análise de dados de sensoriamento remoto demonstrou que elas tem desempenhado um importante papel na conservação de extensas áreas contíguas de floresta, em alguns casos em áreas de expansão acelerada de frentes agropecuárias e madeireiras. No entanto, na ausência de ações efetivas de implantação destas áreas protegidas (demarcação, sinalização, atividades educativas com populações de entorno, planos de manejo e atividades sustentáveis com populações tradicionais, etc.) e de mudanças nos padrões de ocupação e uso dos recursos naturais nas áreas de entorno, as pressões sobre unidades de conservação e Terras Indígenas aumentavam principalmente devido a garimpagem de madeira e grilagem de terras. Desse modo, o Programa Arpa ao buscar a consolidação de um conjunto de unidades de conservação no bioma Amazônia promove sinergicamente a construção dos impactos esperados com a implementação do PPCDAM, e para isto precisa enfrentar corajosamente as mesmas ameaças e pressões que contribuem para o desmatamento da região. O Grupo Interministerial que coordena o PPCDAM se organizou em quatro sub-grupos para a elaboração de propostas estratégicas:

1. Ordenamento Fundiário e Territorial: sub-grupo no qual a contribuição do Programa Arpa é mais direta ao apoiar a consolidação das unidades de conservação do bioma:

As áreas legalmente protegidas, Unidades de Conservação e Terras indígenas, cumprem um papel fundamental na proteção e uso sustentável das florestas nativas, funcionando como uma fronteira de proteção contra o desmatamento. É importante frisar, no entanto, que a situação atual destas áreas também é preocupante. Parte

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delas encontra-se ameaçada por processos gradativos de invasão, com ocupações e exploração ilegal de seus recursos, sobretudo quando localizadas em áreas de avanço da fronteira agropecuária e onde estão previstas, ou em construção, grandes obras de infraestrutura. Além disso, muitas das unidades de conservação não foram efetivamente implementadas – com as necessárias obras de infra-estrutura e de gestão - e encontram-se em situação de fragilidade, sujeitas a invasões e grilagem. Por isso mesmo, é fundamental a criação de novas unidades de conservação e a consolidação das já existentes (...)..

As ações de ampliação e consolidação de unidades de conservação ficaram sob a responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente. Para cumprir as metas de ampliação das unidades de conservação o MMA se apoiou no Programa Arpa. Várias das áreas propostas para a criação de unidades de conservação pelo PPCDAM foram incorporadas dentro do Arpa.

2. Monitoramento e Controle Ambiental: aqui a contribuição do Arpa é evidenciado

através do importante apoio à implementação dos Planos de Proteção das unidades de conservação integrantes do programa.

3. Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis: coerentemente às escolhas e objetivos estabelecidos pelo PPCDAM o Programa Arpa também apóia iniciativas e projetos que promovam a geração de renda na área de influência das unidades de conservação e que contribuam para a redução das pressões e ameaças à conservação das áreas protegias.

4. Infraestrutura ambientalmente sustentável: no tema deste subgrupo a interface com o Programa Arpa se faz principalmente pela possibilidade da inclusão das unidades de conservação como beneficiárias das atividades mitigadoras, através por exemplo do direcionamento dos recursos de compensação ambiental para apoiar a consolidação das áreas protegidas.

Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) Outro importante tratado internacional ao qual o Brasil é signatário é a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC)15. Mesmo sem uma responsabilidade histórica pelas emissões de gases que provocam o efeito estufa, o Governo Brasileiro tem a exata compreensão do papel do país para ajudar a mitigar a mudança climática. O Brasil se comprometeu nos fóruns internacionais a buscar modelo de crescimento cuja trajetória de emissões não repita os padrões dos países que já se industrializaram. Para isso o Brasil elaborou o Plano Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC). O plano tem os seguintes objetivos específicos:

1) Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca constante do alcance das melhores práticas.

15 Brasil, 2008c.

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2) Buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, preservando posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional. 3) Fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de biocombustíveis sustentáveis. 4) Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero.

Este último objetivo visa a redução do desmatamento em 40% no período 2006-2010, relativamente à média dos dez anos do período de referência do Fundo Amazônia (1996-2005), e 30% a mais em cada um dos dois quadriênios seguintes, relativamente aos quadriênios anteriores. Espera-se chegar a 2017 com uma redução de 70% no desmatamento no bioma Amazônia. Nesse item, o Governo Brasileiro reconhece que o Programa Arpa representa um importante instrumento para o alcance desse objetivo do PNMC. Um recente estudo demonstrou que somente a criação de 13 UCs na região amazônica no período de 2003 a 2007 com o apoio do Programa Arpa evitará, até 2050, a emissão de 0,43 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera, valor que seria significativamente aumentado se toda a contribuição do Arpa fosse considerada. A expansão futura do SNUC na Fase II do Arpa e a melhoria na gestão das UCs em áreas sob intensa pressão de desmatamento, como por exemplo na região da Estação Ecológica da Terra do Meio, poderão aumentar ainda mais a contribuição do Programa para a redução das taxas de desmatamento na Amazônia Legal.

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8.2: O Arpa e os Programas do PPA 2008 - 2011 O Plano Plurianual (PPA) é o instrumento de planejamento das ações de Governo para um período de quatro anos. Sua elaboração é realizada na esfera federal e estadual. Foi institucionalizado pela Constituição Federal de 1988 e seu objetivo é promover uma intensa integração das ações governamentais, fortalecendo, assim, os mecanismos de intervenção e transformação da realidade socioeconômica. O § 1º do art. 167 dispõe que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Na esfera federal, a lógica de estruturação do PPA para o período de 2008 a 2011 foi elaborada de modo a dar coerência às ações de governo, articulando a dimensão estratégica e dimensão tático-operacional do Plano. A dimensão estratégica inclui a Visão de Longo Prazo para o Brasil, expressa na Agenda Nacional de Desenvolvimento, os 10 Objetivos de Governo constantes no corpo do PPA e os Objetivos Setoriais16. A dimensão tático-operacional é composta dos programas e ações do PPA, conforme representado na figura abaixo. Nas esferas estaduais, os governos elencaram os objetivos e as diretrizes a serem alcançadas com a execução dos diversos programas do PPA.

Figura 5: Lógica adotada no PPA 2008 – 2011 do Governo Federal.

Procurando viabilizar a Estratégia de Desenvolvimento, o PPA 2008 – 2011 prioriza alguns tópicos. Um deles, marcado em negrito, possui uma forte interface com os objetivos do Programa Arpa: a) as políticas públicas voltadas para o crescimento e a promoção da distribuição de renda; b) a elevação da qualidade da educação; c) o aumento da produtividade e da competitividade; d) a expansão do mercado de consumo de massa; e) a utilização da diversidade dos recursos naturais de forma sustentável; f) a melhoria da infraestrutura, inclusive urbana (em particular nas regiões 16 Brasil, 2007b.

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metropolitanas); g) a redução das desigualdades regionais; h) a segurança e o fortalecimento da democracia e da cidadania. O Governo Brasileiro entende que a preservação e valorização do meio ambiente devem estar presentes em qualquer processo de desenvolvimento que se pretenda sustentável. Essa é uma agenda obrigatória para a comunidade internacional e o Brasil, que detém um dos maiores patrimônios naturais do mundo, e é ator importante nesse debate. O desafio é unir crescimento econômico e desenvolvimento social com o uso sustentável dos recursos naturais. As ações do Governo Federal, no tocante ao meio ambiente, seguirão os princípios do desenvolvimento sustentável, da transversalidade, da participação e do controle social. A promoção do crescimento econômico no Brasil está condicionada ao uso sustentável dos recursos naturais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras na utilização desses recursos para satisfação das suas necessidades. O PPA 2008-2011 também incorpora a dimensão territorial no planejamento com o intuito de promover alguns objetivos. Alguns deles, marcados em negrito, também possuem interfaces diretas com os objetivos do Programa Arpa: a) a superação das desigualdades sociais e regionais; b) o fortalecimento da coesão social e unidade territorial; c) os potenciais de desenvolvimento sustentável das diferentes regiões; d) a valorização da inovação e da diversidade cultural e étnica da população; e) o uso sustentável dos recursos naturais; f) o apoio à integração sul-americana e o apoio à inserção competitiva autônoma no mundo globalizado. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem como missão:

promover a adoção dos princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de governo e na sociedade.

Para elaboração de seu PPA 2008 – 2009 o MMA se baseou em alguns objetivos setoriais que buscaram fortalecer o alinhamento com os planejamentos de longo prazo e manter a coerência com sua atuação no primeiro mandato do Governo do Presidente Lula17. Três desses objetivos setoriais, marcado em negrito, estão fortemente relacionados com os objetivos do Programa Arpa: Ampliar a participação do uso sustentável dos recursos da biodiversidade

continental e marinha e das áreas protegidas no desenvolvimento nacional.

17 Brasil, 2007c.

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Promover a queda contínua e consistente do desmatamento, o combate à desertificação e a conservação da biodiversidade em todos os biomas brasileiros.

Promover e difundir a gestão ambiental, a produção e o consumo sustentável nos ambientes urbanos e rurais e nos territórios dos povos e comunidades tradicionais.

Ampliar a contribuição do Brasil na redução de emissões por fontes e remoção por sumidouros de gases do efeito estufa e preparar o país para os efeitos das mudanças climáticas.

Promover a articulação institucional e a cidadania ambiental por meio do fortalecimento do Sisnama, da educação ambiental, da participação e do controle social.

Aprimorar o licenciamento ambiental e desenvolver instrumentos de planejamento e gestão ambiental em apoio ao desenvolvimento sustentável.

Promover a disponibilidade de água com qualidade e a gestão dos recursos hídricos, o controle de poluição, a conservação e a revitalização de bacias.

Além dos objetivos expostos acima, o MMA propôs as seguintes metas no PPA para 201118: Área de florestas públicas com manejo florestal sustentável - 8 milhões de ha; Ampliação da área do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) em 20

milhões de ha. Com uma meta ousada de criação de novas unidades de conservação para a sua segunda fase o Programa Arpa será um importante instrumento com o qual o MMA conta para cumprir a sua meta de ampliação do SNUC. Na esfera pública o programa é o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos. O reordenamento da atuação governamental sob a forma de programas, ordenado por objetivos, projetos, atividades e demais ações do Governo, tem por finalidade melhorar os resultados da administração e dar maior transparência à aplicação dos recursos públicos. Destina-se ainda a propiciar a integração e a compatibilização dos instrumentos básicos de planejamento: o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. O Governo Brasileiro, através do Ministério do Meio Ambiente, também vislumbra que uma estreita cooperação entre o Programa Arpa os demais programas que atendem aos objetivos setoriais propostos pelo MMA no âmbito do PPA 2008 - 2011 permitirá significativos ganhos de sinergia, o que resultará em melhores resultados em todos os programas. Essa estreita cooperação se dará no âmbito dos seguintes programas:

18 Brasil, 2008e.

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Programa Comunidades Tradicionais - 1145 Esse programa visa contribuir para a garantia da territorialidade das comunidades tradicionais, de maneira a possibilitar a valorização da cultura, das formas de organização social, dinamizar as atividades produtivas e o uso sustentável dos ambientes que ocupam de modo tradicional. Foi proposto o seguinte indicador para verificar o êxito desse programa:

O Arpa apóia 31 unidades de conservação de Uso Sustentável. A sinergia entre o Programa Comunidades Tradicionais e o Arpa, além de facilitar o cumprimento do indicador demonstrado acima, representa uma boa contribuição para a melhoria da qualidade de vida dos comunitários. Esse programa também conduziu a elaboração da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), concretizada pelo Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, que estabelece um pacto entre o Poder Público e esses povos e comunidades. O Arpa representa um importante instrumento para se implementar essa política. O MMA identifica que as seguintes ações do Programa Comunidades Tradicionais poderão se beneficiar da implementação da segunda fase do Arpa: 200I - Apoio às Organizações das Comunidades Tradicionais.

2B50 - Fomento à Difusão de Tecnologias Sociais para Comunidades Tradicionais.

6040 - Assistência à Produção e à Comercialização de Produtos da Sociobiodiversidade.

6060 - Capacitação de Comunidades Tradicionais.

6070 - Fomento a Projetos de Gestão Ambiental das Reservas Extrativistas da Amazônia (Programa-Piloto).

6087 - Fomento a Projetos de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades Tradicionais.

8338 - Formação de comunidades tradicionais no processo de gestão participativa de unidades de conservação

Programa Conservação e Recuperação dos Biomas Brasileiros – 1332 Esse programa visa contribuir para a sustentabilidade dos biomas brasileiros,

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respeitando as suas especificidades, por meio da expansão e consolidação do sistema nacional de unidades de conservação e outras áreas protegidas, bem como para a definição e disseminação de políticas e práticas de conservação, uso sustentável e gestão integrada dos biomas, com a justa repartição dos benefícios decorrentes. Seus indicadores são:

Na sua primeira fase o Programa Arpa apoiou a criação 24 milhões de hectares de novas unidades de conservação na Amazônia Legal. Na sua segunda fase, o programa tem como meta a criação de mais 13,5 milhões ha de novas unidades de conservação. Portanto, o Arpa é e continuará sendo muito importante para que o MMA cumpra suas metas. Dentro desse programa são identificadas as seguintes ações que podem ter grande interface com o Arpa: 2B23 - Capacitação para Conservação e Uso Sustentável dos Biomas: Que visa promover a adoção de práticas de conservação e o uso sustentável dos biomas, por meio de qualificação de atores (gestores, comunidades, sociedade civil, setor privado) e de disseminação de informações sobre os valores, serviços e funções oferecidos pelos biomas brasileiros. 2C93 - Gestão de Áreas Protegidas no Ecossistema Amazônico: Que visa implementar ações definidas nos instrumentos de gestão das Unidades de Conservação circunscritas a esse bioma, envolvendo os processos participativos de gestão, criação, regularização fundiária, implementação e acompanhamento das ações dos conselhos das Unidades de Conservação Federais, utilizando também o instrumento de corredores e mosaicos das Unidades de Conservação Federais. 6381 - Regularização Fundiária das Unidades de Conservação Federais: Que visa realizar a regularização fundiária das Unidades de Conservação federais de domínio público, obedecendo aos critérios técnicos e jurídicos garantindo a disposição destas áreas para o cumprimento dos objetivos de criação. Monitoramento do Sistema de Gestão Integrado e Participativo para Conservação

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e Uso Sustentável dos Biomas Brasileiros: Cujo objetivo é desenvolver instrumentos para compor um sistema de gestão participativa e sustentável no âmbito dos biomas que visem orientar as práticas de conservação e uso dos mesmos. Esses instrumentos farão parte do sistema de gestão, gerando informações substantivas sobre os biomas e articulando os diversos segmentos de governo e sociedade, de forma a orientar ações específicas relacionadas as suas realidades socioambientais. 8492 - Apoio à Criação e Gestão de Áreas Protegidas: Que tem a finalidade de apoiar iniciativas de criação e gestão de unidades de conservação, assim como o apoio a ações de conservação e uso sustentável do entorno de unidades de conservação, associado a geração de emprego e renda para as populações locais. Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento, Queimadas e Incêndios Florestais – Florescer – 0503 O objetivo desse programa é prevenir e combater desmatamentos ilegais, queimadas predatórias e incêndios florestais em todos os biomas brasileiros. Seus indicadores são:

Esse programa tem interface direta com o Arpa, visto que é ele quem financia as atividades de prevenção e combate a incêndios florestais nas unidades de conservação federais. Foram identificadas as seguintes ações com grande interface com o Arpa: 6074 - Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Controle de Queimadas. 6307 - Fiscalização de Atividades de Desmatamento. 6329 - Controle de Desmatamentos e Incêndios Florestais.

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Programa Recursos Pesqueiros Sustentáveis – 0104 O seu objetivo é promover o uso sustentável dos recursos pesqueiros, conciliando os interesses da exploração comercial com a necessidade de sua conservação. As seguintes ações desse programa podem ter grande sinergia com o Arpa: 4965 - Ordenamento Pesqueiro em Reservas Extrativistas: Que visa gerar renda para os extrativistas e manter os recursos pesqueiros. Organização, nas áreas de Reservas Extrativistas existentes em todo território nacional, o uso sustentável dos recursos pesqueiros, por meio da inclusão nos planos de manejo de uso múltiplo. 6016 - Manejo Integrado dos Recursos Aquáticos na Amazônia: Essa ação pretende contribuir para a conservação e uso sustentável da biodiversidade aquática de importância global na bacia amazônica. A ação foi criada para refletir os recursos de doação do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), internalizados no Orçamento da União, destinados ao Projeto “Integrated Management of Aquatic Resources in the Amazon Region”. Essas atividades subsidiarão a definição de estratégias de atuação voltadas para o manejo integrado, a serem implementadas, por meio de Programas de Ação, em áreas demonstrativas de três sub-bacias da Amazônia: Sub-bacia do Rio Xingu, Sub-bacia do Rio Tocantins e Sub-bacia do Rio Negro. Programa Turismo Social no Brasil: Uma Viagem de Inclusão - 1166 Esse programa visa promover o turismo como um fator de inclusão social, por meio da geração de trabalho e renda e pela inclusão de atividade na pauta de consumo de todos os brasileiros. Os seus indicadores estão listados abaixo:

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Alguns Parques Nacionais apoiados pelo Arpa tais como os PNs de Anavilhanas, Jaú, Viruá e os Parques Estaduais de Corumbiara e do cantão têm grande potencial para se beneficiar desse programa. A ação desse programa visa os seguintes objetivos listados abaixo: 8990 - Desenvolvimento do Ecoturismo e do Turismo Sustentável – Essa ação visa promover a conservação de bens e serviços ambientais por meio do ecoturismo e estimular a melhoria da sustentabilidade ambiental na atividade turística. Desenvolvimento de ações voltadas para o planejamento ambiental em áreas naturais de interesse ecoturístico; Apoio a elaboração de instrumentos de ordenamento, monitoramento e controle ambiental para o ecoturismo; Capacitação de agentes públicos, privados e atores das comunidades locais em planejamento ambiental para o ecoturismo e turismo sustentável; Coleta, sistematização e georrefenciamento de informações sobre atrativos ecoturísticos em Unidades de Conservação selecionadas para implementar o Sistema de Informações Geográficas para o Ecoturismo, a ser disponibilizado por meio de portal na internet; Disseminação de práticas e tecnologias sustentáveis para o setor do turismo; Fomento ao desenvolvimento de projetos ambientais associados ao ecoturismo; Apoio a projetos de ecoturismo de base comunitária voltados para a conservação de ambientes naturais.

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O Arpa e os Programas dos PPAs Estaduais 2008 - 2011 Acre Para a gestão 2007-2010, o planejamento estratégico governamental definiu como visão de futuro: ACRE COMO O MELHOR LUGAR PARA SE VIVER NA AMAZÔNIA. Os objetivos estratégicos escolhidos para alcançar essa visão de futuro são: a) garantir serviços públicos básicos de qualidade para todos; b) fortalecer o setor privado para consolidar uma economia limpa, justa e competitiva em forte base florestal; c) promover o empoderamento das comunidades. Dentre os programas elencados no PPA 2008 – 2011, os listados abaixo têm forte complementaridade com os objetivos e resultados buscados pelo Programa Arpa: 1002 Programa Integrado de Manejo Florestal de Uso Múltiplo. 1004 Preservação e Conservação do Ativo Ambiental com Implementação do

Zoneamento Econômico e Ecológico – ZEE. 1005 Turismo Gerador de Riquezas e Trabalho com Valorização Cultural. 1019 Diversidade social, cultural e ambiental. 2046 Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. 2047 Conservação, Manejo e Uso Sustentável da Floresta. 2048 Prevenção e Combate ao Desmatamento, Queimadas e Incêndios

Florestais. 2049 Gestão da Política do Meio Ambiente. 2050 Zoneamento Ecológico e Econômico. 2051 Proteção ao Meio Ambiente. 2052 Ações mitigadoras de impacto ambientais. 2053 Revitalização de Bacias Hidrográficas. 2054 Qualidade Ambiental. 2093 Apoio e desenvolvimento ao Agro-extrativismo. Rondônia No Estado de Rondônia o Arpa tem estreito relacionamento com os seguintes programas do PPA: Programa: Programa Estadual de Proteção Ambiental - 1232 Ação: 18. 001. 18. 541. 1232. 2847 - Promover o Desenvolvimento Florestal de Unidades de Conservação Implementadas. Programa: Regularização Fundiária - 1234 Ação: Promover a Regularização Fundiária de Áreas Urbanas e Rurais: Visa regularizar áreas urbanas e rurais no Estado de Rondônia, bem como as unidades de conservação de uso direto e indireto. Ação: 18. 001. 18. 127. 1234. 2705 Exercer a Gestão Ambiental e Ordenamento Territorial.

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Programa: Desenvolvimento Ambiental e Gestão de Recursos Naturais - 1235 Ação: 18. 001. 18. 541. 1235. 1221 Implementar e Consolidar o Processo de Capacitação Ambiental. Programa: Programa Estadual de Proteção Ambiental - 1232 Ação: 18. 011. 18. 541. 1232. 2709 Implementar Atividades de Proteção, Monitoramento, Controle dos Recursos Naturais. Amazonas No Estado do Amazonas o Arpa tem estreito relacionamento com os seguintes programas do PPA: Programa: Gestão da Política de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Amazonas Sustentável - 3054 Ações:

- Criação e Regularização de Unidades de Conservação. - Gestão de Políticas para o Uso Sustentável dos Recursos Florestais Madeireiros e Não-madeireiros.

Programa: Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas - 3213 Ações:

- Construção de Capacidades para a Gestão de Unidades de s Programa: Programa Estadual de Negócios Sustentáveis - Zona Franca Verde - 3209 Tocantins No Estado de Tocantins o Arpa tem estreito relacionamento com os seguintes programas do PPA: Instituto Natureza do Estado do Tocantins - Naturatins: Programa: Controle Ambiental - 60 Agência de Desenvolvimento Turístico Programa: Ecoturismo Nas Unidades de Conservação - 66

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8.3 Estratégia de Conservação e Investimento A elaboração da Estratégia de Conservação e Investimento se baseou em modernas técnicas de planejamento sistemático para a conservação e de modelagem ambiental. A principal base do planejamento sistemático é a definição explícita dos alvos de conservação (espécies, ambientes, processos ou qualquer combinação destes) e das metas a serem atingidas (populações mínimas ou proporção de área requerida). Na construção da ECI, a análise do valor biológico de diferentes áreas foi realizada pelo algoritmo de “insubstituibilidade” (irreplaceability) disponível no software C-Plan. A insubstituibilidade varia de 0 a 1, sendo que valores iguais a zero significam que os alvos contidos na área já estão conservados; já os valores próximos a 1 significam que há menos alternativas para atingir as metas se a área não for conservada – ou seja, que ela é praticamente insubstituível. Essa metodologia também foi utilizada para apoiar o processo de atualização das Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – Bioma Amazônia19. A elaboração da ECI ocorreu de acordo com os seguintes passos: - Definição de prioridades para a conservação a partir de uma análise da representatividade biológica complementar, com alvos de conservação capazes de representar adequadamente a biodiversidade amazônica. Com base na intersecção do mapa de ecorregiões de 2001 do PROBIO e do mapa de tipos de vegetação foram definidos mais de 200 alvos de conservação. Foi definido como meta que as unidades de conservação apoiadas pelo Arpa deveriam representar 10% da área dos alvos selecionados. - Uma análise de ameaças com base na simulação da tendência do desmatamento nos próximos 35 anos ajudou a definir as urgências de conservação, ou seja, as áreas que deveriam ser priorizadas no processo de criação de novas unidades de conservação e a as unidades de conservação mais ameaçadas que deveriam receber atenção especial do programa. - o terceiro passo foi o desenvolvimento de um modelo financeiro para o Arpa, com custos estimados para o cumprimento das metas de estabelecimento e consolidação previstas para a primeira fase do programa. As unidades de conservação foram agrupadas em 6 tipologias para as quais foi definido um teto financeiro para os diversos subprojetos que compõem o POA. Estes tetos foram estipulados com base na experiência anterior do Arpa e nos custo dos insumos elegíveis para cada meta. A ECI recomendou o apoio a 63 áreas totalizando 37,5 milhões de ha e prevendo que das unidades de conservação apoiadas, 2,4 milhões de ha deveriam ser estabelecidas até o final de 2007, 16 milhões de ha até o final da execução do POA 2008 e deveriam ser consolidadas 9 unidades de conservação de proteção integral. Para garantir que o programa mantenha seu foco e cumpra suas metas de representatividade, a Matriz Lógica do programa propõe que sejam realizados dois estudos de Análise de Áreas Prioritárias a serem apoiadas pelo Arpa através do cálculo do Valor Biológico Complementar. Um, no início da segunda fase, para apoiar a decisão 19 Brasil, 2008d.

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de quais processos de criação serão apoiados pelo programa e outro, no final da segunda fase para embasar a decisão de quais processos serão apoiados na terceira fase do Arpa. As atualizações da Análise de Áreas Prioritárias deverá considerar as informações mais recentes sobre a conservação da biodiversidade no bioma Amazônia, como por exemplo, os possíveis efeitos das mudanças climáticas, para assegurar que os possíveis refúgios de vegetação estejam protegidos dentro de unidades de conservação. Quanto à modelagem financeira do programa, considerando a curva de aprendizado percorrida pelo Arpa na sua primeira fase, o Governo irá estabelecer diretrizes que orientem o programa para uma execução mais eficiente dos recursos – abordagem essencial para um cenário de maiores desafios e menores recursos – através da revisão dos tetos financeiros propostos para cada subprojeto do POA, da implantação de mecanismos de monitoramento efetivos e da indução a uma postura do programa orientada para os resultados.

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8.4 Mapa e Listas das Unidades de Conservação Apoiadas pelo Programa Arpa

Figura 6: Unidades de Conservação apoiadas pelo Programa Arpa

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8.5 Estimativa de Custos Programa Arpa Para identificar a demanda real de recursos para Fase II do Programa ARPA foi criado o Grupo de Trabalho de Custos com a finalidade de estimar o custo de implementação do Programa ARPA para subsidiar o processo de negociação da Fase II do Programa Áreas Protegidas da Amazônia – ARPA e as estratégias futuras de captação de recursos. O grupo é formado por membros do Ministério do Meio Ambiente (Unidade Coordenadora do Programa ARPA/UCP e do Departamento de Áreas Protegidas/DAP), das instituições parceiras Fundo Brasileiro para Conservação da Biodiversidade/Funbio, WWF, Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade/ICMBio e o Centro Estadual de Unidades de Conservação do Estado do Amazonas/CEUC. As estimativas de custos foram realizadas tendo como base a nova proposta de estrutura do Programa ARPA, sugeria no âmbito do processo de elaboração Documento de Governo (Consulta Pública MMA, 2009) para as Unidades de Conservação, com destaque para os Marcos Referencias de resultado de Criação e de Consolidação da Gestão Os custos para o alcance de cada um dos MR com previsão de apoio pelo Programa teve como referência os valores de tetos inicialmente utilizados na ECI de 2006, e posteriormente ajustados para a elaboração do POA 2008. Entretanto, para projeções com apoio a novas UCs ou mesmo estimar o custo total de implementação do Programa (consolidação de 60 milhões de hectares) foram identificados:

(i) os custos de referência/média, classificados em custos de investimento atividades recorrentes para cada uma das fases de implementação das unidades de conservação apoiadas pelo programa: criação, consolidação básica e consolidação avançada (ii) o tempo médio de permanência das UC apoiadas em cada fase segundo a proposta do Documento do Programa para a II Fase do Programa (iii) situação das UCs atualmente apoiadas pelo Programa, a luz do proposto no Documento do Programa para a II Fase do Programa

Para os demais componentes também foram realizadas estimativas das necessidades de recursos (pela Equipe da UCP e Funbio) tendo como base investimentos realizados durante a primeira fase. As estimativas por componente, subcomponente e linha de ação encontram-se na tabela abaixo:

Tabela 4: Detalhamento da estimativa de custo da Fase II (em Reais)

Componente Subcomponentes Ação

Custeio (R$) Investimento (R$) Serviços Custos recorrente Pessoal

Componente 1 Subcomponente 1.1

Identificação de áreas prioritárias R$ 393.500,00 R$ 434.200,00 - -

Subcomponente 1.1 Total R$ 393.500,00 R$ 434.200,00 - -

Subcomponente 1.2

Consulta pública R$ 980.000,00 R$ 1.450.500,00 - -

Contrapartida R$ 5.000.000,00 - - -

Estudos para criação R$ 4.574.500,00 R$ 1.016.200,00 - -

Mobilização comunitária R$ 350.000,00 R$ 840.000,00 - -

Subcomponente 1.2 Total R$ 10.904.500,00 R$ 3.306.700,00 - -

Total Componente 1 R$ 11.298.000,00 R$ 3.740.900,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Componente 2 Subcomponente 2.1

Conselho Gestor R$ 4.680.000,00 R$ 8.561.000,00 - -

Consolidação Territorial R$ 4.080.000,00 R$ 1.100.000,00 - R$ 1.500.000,00

Contrapartida R$ 30.000.000,00 - R$ 11.000.000,00 -

Monitoramento da Biodiversidade R$ 2.000.000,00 R$ 0,00 - -

Operacionalização R$ 11.700.000,00 - R$ 32.727.500,00

Plano de Manejo R$ 9.450.000,00 R$ 3.853.200,00 - -

Planos de Proteção R$ 4.924.000,00 R$ 13.092.000,00 - -

Subcomponente 2.1 Total R$ 55.134.000,00 R$ 38.306.200,00 R$ 11.000.000,00 R$ 34.227.500,00

Subcomponente 2.2 Gestão Integrada de Unidades de Conservação (mosaicos) R$ 1.000.000,00 R$ 1.485.000,00 - -

Subcomponente 2.2 Total R$ 1.000.000,00 R$ 1.485.000,00 - -

Subcomponente 2.3 Integração das Comunidades locais R$ 3.500.000,00 R$ 2.950.000,00 - R$ 5.000.000,00

Subcomponente 2.3 Total R$ 3.500.000,00 R$ 2.950.000,00 - R$ 5.000.000,00

Subcomponente 2.4 Desenvolvimento de Competências

para a Gestão de unidades de conservação

R$ 3.593.000,00 R$ 2.130.800,00 - -

Subcomponente 2.4 Total R$ 3.593.000,00 R$ 2.130.800,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Total Componenente 2 R$ 63.227.000,00 R$ 44.872.000,00 R$ 11.000.000,00 R$ 39.227.500,00

Componente 3 Subcomponnete 3.1

FAP - - - -

Subcomponnete 3.1 Total - - - -

Subcomponnete 3.2 Geração de Receita R$ 1.854.400,00 R$ 276.800,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Subcomponnete 3.2 Total R$ 1.854.400,00 R$ 276.800,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Total Componente 3 R$ 1.854.400,00 R$ 276.800,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Componente 4

Subcomponenete 4.1 Aprimorar os instrumentos de gestão R$ 770.000,00 R$ 230.000,00 - -

Estratégia de Comunicação do

Programa com foco em Captação de Recursos

R$ 9.900.000,00 R$ 100.000,00 - -

Estudos Estratégicos R$ 10.800.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

Monitoramento da biodiversidade - ferramentas de apoio R$ 600.000,00 R$ 384.000,00 R$ 71.000,00

POA UCP - Aumentar a efetividade dos órgãos colegiados do programa R$ 1.200.000,00 R$ 2.880.000,00 R$ 50.000,00

Subcomponenete 4.1 Total R$ 23.270.000,00 R$ 3.594.000,00 R$ 0,00 R$ 121.000,00

Subcomponenete 4.2 Gereciamento Financeiro R$ 16.960.000,00 R$ 4.700.000,00 R$ 120.000,00

Subcomponenete 4.2 Total R$ 16.960.000,00 R$ 4.700.000,00 R$ 120.000,00

Total Componente 4 R$ 40.230.000,00 R$ 8.294.000,00 R$ 0,00 R$ 241.000,00

Todos Componentes (sub-total 1) R$ 116.609.400,00 R$ 57.183.700,00 R$ 11.000.000,00 R$ 39.468.500,00

Todos Componentes (geral) R$ 224.261.600,00