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MANUAL DE SEMENTES DA AMAZÔNIA ANO 2008 FASCÍCULO 7 Moraceae Guariúba Clarisia racemosa Ruiz & Pav. Bráulio A. Santos José Luís C. Camargo Isolde D. K. Ferraz

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MANUAL DE SEMENTES DA AMAZÔNIA ANO 2008 FASCÍCULO 7

Moraceae

GuariúbaClarisia racemosa Ruiz & Pav.

Bráulio A. SantosJosé Luís C. Camargo Isolde D. K. Ferraz

Santos, B. A.; Camargo, J. L. C. & Ferraz, I. D. K.

Clarisia racemosa Ruiz & Pav.Moraceae

2 Manual de Sementes da Amazônia (Fascículo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

NOMES VULGARES

ESPÉCIES RELACIONADAS

Catruz, guariúba, guariúba-amarela, guariúba-catruz, guariúba-da-folha-larga, janitá, oiti, oiticica, oiticica-amarela, oiticica-cica, oiticica-da-mata, oiticica-vermelha, quariúba, tatajuba-amarela (Brasil); murere (Bolívia); arracacho, aji, caraco, guariuba, moral (Colômbia); matapalo, moral-bobo, moral-comida-de-mono, pituca, sola, zota (Equador); capinuri, chichillica, guariúba, maxunasti, murere, tupay, turupay-amarillo (Peru).

O gênero Clarisia foi descrito quase que simultaneamente por Abat em 1792 e por Ruiz & Pavon em 1794 (Lanjouw & Rossberg 1936). O gênero é formado por 12 espécies: C. benthamiana K. Schum., C.biflora Ruiz & Pav., C. colombiana (Rusby) Lanj., C. mattogrossensis Lanj., C. mexicana (Liebm.) Lanj., C. mollis Standl., C. ilicifolia (Spreng.) Lanj. & Rossberg, C. panamensis Woodson, C. racemosa Ruiz & Pav., C. spruceana Lanj., C. strepitans (Fr. Allem.) Lanj. e C. urophylla (Donn. Sm.) Lanj. (MBG 2007).Das 12 espécies, a guariúba pode ser facilmente confundida com apenas uma, C. biflora, que ocorre do México ao Brasil (Acre, Mato Grosso e Pará), porém em menores densidades (Rizzini 1971; Rizzini & Mors 1976). Entretanto, elas podem ser diferenciadas pelas folhas, observando-se os tipos de venação, e pelo tipo e disposição das inflorescências e flores. C. biflora possui folhas com 6-12 pares de veias laterais ascendentes e inflorescências femininas axilares, produzidas em ramos folhosos, com flores dispostas em pares axilares ou em eixos curtos racemiformes. C. racemosa possui folhas

com 10-18 pares de veias laterais sub-horizontais e inflorescências femininas produzidas em ramos mais velhos, sem folhas, com flores em eixos racemiformes.As espécies listadas a seguir são sinonímias de Clarisia racemosa Ruiz & Pav.: Clarisia nitida (Allemão) J.F. Macbr., Clarisia nitida (Fr. All.) Benth. & Hook., Olmedia erytrorhiza Hub., Soaresia nitida (Allemão) e Sorocea nitida (Allemão) Warb (Côrrea 1926; Rizzini 1971; MBG 2007).

As descrições do fruto, semente, plântula e do processo de germinação foram baseadas em Côrrea (1926), Lanjouw (1936), Rizzini (1971), Loureiro et al. (1979), Parrota et al. (1995), Ferraz & Varela (2003) e em dados não publicados. As outras partes da planta foram baseadas em Côrrea (1926), Lanjouw (1936), Rizzini (1971), Loureiro et al. (1979), Roosmalen (1985), Santos (1987), Jankowsky (1990), Berg (1992), Parrota et al. (1995) e Ribeiro et al. (1999).

de médio a grande porte, com até 40 m de altura e geralmente 60-70 cm de diâmetro à altura do peito. O tronco da guariúba é delgado, retilíneo e rico em tubos laticíferos. A casca é de cor castanho-escura a acinzentada e internamente vermelha. A superfície da casca é verrucosa e estriada transversalmente, formando linhas circulares eqüidistantes e muito regulares. A textura verrucosa da casca está associada à presença de inúmeras lenticelas dispostas horizontalmente por toda a superfície.

DESCRIÇÃO BOTÂNICA

Árvore:

Ramo com frutos maduros. (Foto: I. Ferraz)

3

As raízes são de coloração vermelho vivo, sendo facilmente visíveis quando alcançam a superfície do solo. A copa da árvore é estreita e frequentemente alcança posição superior no dossel de florestas maduras. A árvore exsuda abundantemente um látex viscoso branco, também encontrado em outras espécies de Moraceae e em diversas espécies das famílias Sapotaceae, Apocynaceae e Euphorbiacae.

alterna e simples com margem sinuada e revoluta, de forma elíptica, ovada ou oblonga. O ápice é abruptamente acuminado e a base arredondada, levemente assimétrica. A textura da lâmina foliar é lisa e a consistência é coriácea a cartácea. A lâmina é levemente discolor, verde na face adaxial e verde um pouco mais claro na face abaxial. Ambas as faces são glabras, mas se observa, na face abaxial, pêlos minúsculos na veia central. O comprimento da folha é bastante variável. As dimensões variam de 4 a 15 cm de comprimento e de 2 a 6 cm de largura. A veia central possui seção transversal plana a levemente impressa, sendo saliente na face abaxial e plana a impressa na face adaxial. A venação secundária é do tipo broquidódroma e formada por 10-18 pares de veias laterais sub-horizontais, salientes na face abaxial e planas na face adaxial. A venação terciária é reticulada, saliente em ambas as faces, e a venação quaternária é incompleta. O pecíolo pode variar de 0,4 a 1,6 cm de comprimento, é acanalado, glabro, esparsamente coberto por pêlos minúsculos. Algumas vezes, observam-se estípulas caducas na base das folhas.

Folha:

Inflorescência: Clarisia racemosa é uma espécie dióica e geralmente as árvores femininas são muito mais raras que as masculinas. As flores masculinas são dispostas em espigas pedunculadas arranjadas em inflorescências racemiformes. Normalmente ocorrem duas inflorescências por axila foliar, as quais apresentam um pedúnculo comum às espigas com 2 a 4 cm de comprimento, discretamente pubescente. As espigas, com 2 a 6 cm de comprimento, são amarelo-pálidas a amarelo-esverdeadas, cilíndricas e finas. Cada espiga é sustentada por um pedúnculo curto (0,2 a 0,5 cm de comprimento), densamente pubescente. As flores femininas são dispostas em panículas racemiformes que ocorrem freqüentemente em número de 2 ou 3 nas axilas foliares dos ramos mais velhos. Apresentam ráquis pilosa, geralmente com 5 a 10 cm de comprimento, além de brácteas pequenas, triangulares e pubescentes. Normalmente, são encontradas duas flores nas axilas de cada bráctea. O pedicelo das flores femininas mede de 0,5 a 1,0 cm de comprimento e é densamente pubescente.

2 c

m2

cm

(Fotos: I. Ferraz)

A) Folhas de uma plântula; B) Folhas de um indivíduo adulto,

(Foto: I. Ferraz)

Frutos maduros originados de inflorescências femininas que

Santos, Camargo & Ferraz

(Fotos: I. Ferraz)Galhas foliares com visão frontal e lateral.

B

A

adaxial abaxial

adaxial abaxial

SEMENTE

( ) Lanjouw (1936); ( ) Rizzini 1971; ( ) SUDAM 1979; ( ) Roosmalen 1985; ( ) Piña-Rodrigues & Jesus 1990; ( ) Parrotta et al. 1997; ( ) Paula & Alves 1997; ( ) Ferraz & Varela 2003; ( ) Dados não publicados

A B C DE F GH I

2,2 cm ; 2,0 (até 3,5) cm ; 3,6-4,0 cm ;

3,5 cm ; 2,0-2,5cm ; 2,1 (1,4-2,7cm

1,6 cm ; 2,3 cm ; 1,2-1,5 cm ;

1,5 (1,1-1,9) cm

1,6 cm ; 2,3 cm ; 1,2-1,5 cm ;

1,4 (1,0-1,7) cm

3,4 (1,0-5,9) g

2,5 (0,5-3,5) g

1

FRUTO

Comprimento:

Largura:

Espessura:

Massa fresca:

Massa seca:

N° de sementes/fruto:

Comprimento:

Largura:

Espessura:

Massa fresca:

Massa seca

Nº de sementes/kg:

Teor de água:

Reserva principal:

1,2 cm ; 2,8 cm ; 1,3 (1,2-1,5) cm

0,9-2,5 cm

1,8 cm ; 1,2 (1,1-1,4) cm ; 0,8-2,2 cm

1,8 cm ; 1,0 (0,8-1,1) cm ; 0,6-2,2 cm

3 g ; 1,0 (0,8-1,5) g ; 0,3-4,6 g

0,5 (0,4-0,7) g ; 0,2-2,5 g

1040 ; 1000 ; 526 (322-1000)

52,2 (48,2-55,9)% ; 49,1 (39,8-59,6)%

cotilédones

BIOMETRIA

B A

A

D

D

F

4

Flor:

Fruto:

cálice e corola são indistintos entre si tanto nas flores masculinas como nas femininas. As flores masculinas apresentam anteras emarginadas e geralmente são circundadas por brácteas de formato variado, levemente pubescentes. Geralmente, as brácteas se aderem umas às outras pela base, sugerindo um perianto. Os estames são dilatados na base e ocorrem freqüentemente aos pares. As flores femininas apresentam pedicelo densamente pubescente e perianto em forma de cúpula, levemente pubescente, adnato ao ovário e composto por 4 brácteas triangulares a sub-orbiculares. O estigma possui de 0,4 a 0,5 cm de comprimento é fino e proeminente. O estilete é bífido e mede de 0,5 a 1,0 cm de comprimento.

não há consenso sobre a tipificação do fruto. Neste manual o fruto foi classificado como pseudofruto. O fruto é adnato ao perianto, de coloração verde quando imaturo, tornando-se amarelo, alaranjado e vermelho com a maturação. O formato é elíptico, com base e ápice arredondados. Eventualmente, o ápice é levemente mucronado. Podem ser observados resquícios de estigma no ápice do fruto e brácteas persistentes em sua base. A superfície é delgada, membranosa, lisa e glabra. A polpa (perianto), com espessura variando de 0,2 a 0,5 cm, mais espessa na região apical do fruto, é alaranjada, rica em lipídios e comestível. Os frutos, considerando os pedúnculos, podem atingir até 4,0 cm de comprimento e são geralmente dispostos ao longo dos ramos mais velhos. Frutos imaturos, quando cortados, exsudam látex branco em abundância. Com a maturação, a exsudação diminui. Poucos frutos se desenvolvem por inflorescência.

Manual de Sementes da Amazônia (Fascículo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

G

G

I

I

A D

D,F,I

G

I

I

I

A D

D

H

H

I

I

D H I

E H

H

H

H

B,G,H,I

C

I

I

I

I

2 c

m2

cm

(Fotos: I. Ferraz)

A) Frutos em diferentes estádios de maturação; B) Visualização

d a p o s i ç ã o

polpa(perianto)

semente

brácteaspersistentes

cotilédones cortados,internamente amarelados

ápice levementemucronado

B

cotilédonedestacado

hilo

eixo embrionário

A

C

45

Semente:

Plântula:

possui formato ovóide a orbicular, de consistência relativamente firme (fácil de cortar). A superfície é predominantemente verde-clara, lisa e coberta por uma membrana translúcida que a torna opaca. A coloração verde é freqüentemente interrompida por sulcos marrom-claros, formando retículos irregulares de vários tamanhos. A região do hilo é amarelada e delgada. As sementes apresentam dois cotilédones verdes, espessos e quando feridos exsudam látex esbranquiçado. Internamente os cotilédones são amarelados.

O sistema radicular apresenta uma raiz pivotante de cor vermelho vivo, característica da espécie. O eixo epicótilo até a primeira folha mede de 6 a 13 cm de comprimento, é verde, liso e coberto por pêlos amarelados, bem curtos e esparsos. Apresenta de 6 a 11 catáfilos triangulares. Em estádio mais avançado de desenvolvimento, o caule torna-se vermelho na base e observam-se lenticelas ferrugíneas, lineares e alongadas, dando uma textura levemente estriada ao epicótilo. Os entrenós variam de 1,0 a 3,5 cm de comprimento, são verde-ferrugíneos, lisos e pubescentes como o epicótilo. Apresentam lenticelas similares às do eixo, porém amareladas. As primeiras folhas variam de 3,5 a 9,5 cm de comprimento, são simples, alternas

e têm formato oval e consistência papirácea. O pecíolo mede de 0,5 a 0,8 cm de comprimento, é verde, liso, acanalado, levemente retorcido na base e apresenta pêlos semelhantes aos dos entrenós, porém mais raros. A lâmina foliar é discolor, sendo verde na face adaxial e verde-claro na face abaxial. É lisa, opaca e glabra em ambas as faces, com exceção da região próxima à veia central, que apresenta pêlos minúsculos. A base é arredondada e o ápice caudado. A margem é inteira e revoluta. A venação é pinada. A veia central é saliente e glabra na face abaxial e plana a impressa côncava na face adaxial, com pêlos curtos, claros e esparsos nesta face. A venação secundária é broquidódroma, plana na face adaxial e saliente na face abaxial. A venação intersecundária é abundante, as terciárias são reticuladas e as quaternárias são incompletas. Podem ser observadas pequenas estípulas caducas (0,2 cm), verdes a marrom-avermelhadas e glabras. As próximas folhas apresentam a maioria das características iguais às descritas para as primeiras folhas, exceto o tamanho maior (7,0 a 12,5 cm), o formato oblongo a elíptico e a consistência papirácea a cartácea. A gema apical é verde-clara e densamente coberta por pêlos curtos esbranquiçados. Pecíolos e folhas das plântulas, quando feridas, exsudam látex branco.

Santos, Camargo & Ferraz

A) Muda com cerca de três meses em estádio mais avançado de desenvolvimento. O caule torna-se vermelho na base. O sistema

gema apical

caule

cotilédone

cotilédone

raiz pivante de cor vermelho

caule na base de cor vermelho

estípulacaduca

A B

(Foto: I. Ferraz)

6 Manual de Sementes da Amazônia (Fascículo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

DISTRIBUIÇÃO, ABUNDÂNCIA E ECOLOGIAA ocorrência geográfica de C. racemosa está associada às florestas úmidas encontradas do sul do México ao sul do Brasil (Rizzini 1971), incluindo áreas florestais da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela (MBG 2007). De acordo com a literatura disponível, a espécie ocorre em florestas localizadas entre 50 a 900 m de altitude, com temperatura média anual em torno de 23 ºC (Loureiro & Lisboa 1979; Loureiro et al. 1979; Cascante & Estrada 2001). Ocorre mais comumente sobre solos sílico-argilosos ou argilosos, raramente a espécie é encontrada em florestas inundáveis. No Brasil, é comum em florestas de terra firme de toda a região Amazônica (Oliveira & Mori 1999; Ribeiro et al. 1999), ocorrendo mais raramente em algumas áreas de Floresta Atlântica de Pernambuco ao Rio de Janeiro e Minas Gerais (Côrrea 1926; Chudnoff 1979; Loureiro et al. 1979; Jankowsky 1990; Ferraz et al. 2004a). A densidade de árvores de guariúba varia bastante entre as florestas neotropicais. Na Bahia, há registros de densidades tão baixas quanto 0,2 árvores por hectare (Rizzini 1971). Segundo Loureiro et al. (1979), a densidade de guariúba nas florestas de terra-firme do Distrito Industrial da SUFRAMA, nas proximidades de Manaus, é de uma árvore por hectare, valor confirmado por Rossi (1994) para a mesma área (0,92 árvores/ha). Cascante & Estrada (2001), em um levantamento florístico de árvores com DAP maior que 10 cm em 3 ha de uma floresta pré-montana na Costa Risca, registraram uma densidade muito maior do que aquela conhecida para a Amazônia Central. Neste estudo, C. racemosa foi a segunda espécie mais abundante. Os autores amostraram em média 34 árvores por hectare e chegaram a um índice de dominância de 5,8% para a guariúba. No entanto, a espécie esteve ausente em 24% da área amostrada. Os autores ressaltam que a densidade da espécie variou consideravelmente entre os três hectares estudados e sugerem que a espécie ocorre em pequenos agrupamentos, o mesmo foi proposto por Chudnoff (1979). É importante lembrar que a espécie é dióica e que árvores femininas são mais raras que as masculinas (Côrrea 1926). Esta diferença na razão sexual tem diversas conseqüências para a reprodução e a dinâmica populacional da espécie, devendo ser levada em consideração na elaboração de planos de manejo e conservação da guariúba. Não há estudos sobre ecologia da polinização ou biologia floral de C. racemosa. Embora os frutos carnosos da guariúba atraiam diversos vertebrados frugívoros, não existem trabalhos direcionados especificamente à ecologia de dispersão da espécie. Por outro lado, há diversos estudos mostrando que a espécie faz parte da dieta de primatas e aves de médio a grande porte. A informação disponível permite afirmar que a dispersão das sementes da guaríuba é principalmente endozoocórica (Roosmalen 1985). De acordo com Roosmalen (1985), os frutos da guariúba são muito procurados por tucanos, jacus e macacos-pregos. No nordeste da Bolívia, há registros de macacos Callimico goeldii, Saguinus fuscicollis e S. labiatus (Callitrichinae) se alimentando dos frutos da guariúba (Porter 2001). Além dos Callitrichinae, macacos Alouattinae e Atelinae também se alimentam dos frutos de C. racemosa. Na Colômbia, em La Macarena, as sementes da guariúba podem ficar até duas horas no trato intestinal de Lagothrix lagothrica (macaco-barrigudo, Alouattinae), que as defecam a uma distância média de 126 m da árvore mãe (Yumoto et al. 1999). Na mesma área de estudo, os frutos da guariúba também foram registrados na dieta alimentar de Ateles belzebuth belzebuth (macaco-aranha, Atelinae; Shimooka 2005). Na Amazônia Central, em fragmentos de 10 ha localizados a 80 km ao norte de Manaus, foi o bservado que macacosAlouatta seniculus (guariba, Alouattinae), embora se alimentem

preferencialmente de folhas, também se alimentam dos frutos da guariúba (A. M. Santamaría-Gómez, comunicação pessoal).Os propágulos da C. racemosa não atraem apenas macacos e aves. Suas sementes são freqüentemente predadas ou enterradas por diversos mamíferos terrestres, como ratos, pacas, cotias, catetos e queixadas. DeMattia et al. (2004), ao estudar os efeitos diretos e

c 2m

Exsicata da plântula com cerca de quatro meses. (Foto: I. Ferraz)

7

indiretos do consumo de sementes por pequenos e grandes mamíferos no Parque Nacional do Corcovado (Costa Rica), registraram que 59% das sementes de C. racemosa foram destruídas por pequenos roedores, que além de consumir as sementes, também as enterravam.Estudos específicos sobre a interação de C. racemosa com seus herbívoros e patógenos são praticamente inexistentes. Sabe-se apenas que em plantios com 50% de luz na Reserva Ducke (Manaus, Brasil), após 11 anos de monitoramento, nenhuma das plantas sobreviventes foi atacada por pragas (Loureiro et al. 1979). De acordo com Côrrea (1926), supõe-se que o fruto pode ser atacado pela lagarta rosada do algodoeiro. Não foram encontrados estudos sobre recrutamento e estabelecimento de plântulas em ambiente natural.Segundo Ferraz et al. (2004b), C. racemosa pode ser classificada ecologicamente como uma espécie oportunista-tardia, já que reúne as seguintes características: madeira com densidade moderada (0,5

3a 0,8 g/cm ), frutificação irregular, dispersão zoocórica (aves e 3mamíferos), e semente muito grande (>5,0 cm ), sem dormência,

intolerante ao dessecamento e de curta viabilidade no hábitat natural (<3 meses).

Na região de Manaus, a floração se inicia em setembro e pode se estender até dezembro; frutos imaturos se desenvolvem rapidamente e podem ser observados a partir de outubro. A partir de janeiro, podem ser encontrados frutos maduros e a frutificação estende-se até abril. Portanto, na região de Manaus, a dispersão dos propágulos ocorre durante a estação chuvosa. Dados semelhantes são descritos para outras localidades brasileiras. No Rio de Janeiro, a floração se estende entre outubro e novembro (Côrrea 1926). Na

FENOLOGIA

Fenofases observadas na região de Manaus - AM.

FENOLOGIA

Estação Experimental de Curuá-Una/C.T.M., Pará, a floração ocorre em dezembro e a frutificação entre fevereiro e março (SUDAM 1979). A produção de sementes é alta porém irregular (Ferraz et al. 2004b).

Os frutos podem ser coletados direto do solo ou na copa das árvores quando apresentaram coloração amarelada e iniciam a queda espontânea. O transporte dos frutos deve ser realizado em saco de ráfia para evitar o excesso de umidade, aquecimento e proliferação de microorganismos. Uma árvore produz em média 1-2 kg de sementes (Piña-Rodrigues & Jesus 1990) e um quilograma de sementes possui entre 322 e 1040 sementes, conforme a origem (ver tabela Biometria).Sementes recém-extraídas dos frutos apresentam um teor de água entre de 39,8 e 59,6% (ver tabela Biometria). A extração manual consiste no esmagamento manual dos frutos separando a semente da polpa ou na retirada cuidadosa da semente com auxílio de uma faca. Deve-se tomar cuidado para não ferir a semente que possui superfície delicada. Após a extração, as sementes devem ser lavadas em água corrente.

As sementes são recalcitrantes, pois o dessecamento à um teor de água de 7,4% causam a morte das sementes (Varela et al. 1998). Devem ser armazenadas com um alto teor de água e não toleram refrigeração, pois 10 ºC já são prejudiciais à viabilidade (Ferraz & Varela 2003). Recomenda-se o aproveitamento imediato das sementes para a produção de mudas (Varela et al. 1998). As sementes podem ser mantidas em vermiculita úmida a 15 ºC por um curto período de tempo. Nesta condição, não há perda de germinabilidade, porém observa-se a protrusão da raiz após 18 dias de armazenamento e formação de plântula após 31 dias.

COLETA E EXTRAÇAO DE SEMENTES

ARMAZENAMENTO DE SEMENTES

Classificação baseada no intolerante ao dessecamento armazenamento (recalcitrante)

Tolerância ao dessecamento não toleram secagem. Após 5 dias de secagem em sala com ar-condicionado perdem a viabilidade quando atingem um teor água de 15,9%

Teor de água das sementes 52,5 (48,2-55,9)% ; recém beneficiadas 49,1 (39,8-59,6)% Teor de água recomendado aproximadamente 50% para o armazenamento

Tolerância à refrigeração das não toleram refrigeração de 5 ou 10 ºCsementes embebidas porém toleram a refrigeração de 15 °C

Melhores resultados para o As sementes podem ser mantidas em armazenamento (segundo sacos plásticos perfurados com agulharesultados disponíveis) contendo vermiculita úmida a 15 °C. Esta condição retarda a germinação, observa-se alongamento da raiz a partir do 18° dia e a parte aérea inicia o crescimento após o 31° dia.

Melhor resultado alcançado 2 semanas 98%(tempo / % de germinação)

ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES

( ) Varela et al. 1998; ( ) Ferraz & Varela 2003; ( ) Dados não publicadosA B C

A

A

B

B

B

B

C

C

C

JAN

MAR

ABR

MAI

NOV

OUT

SET

AGO

FEV

JUN

DEZ

JUL

FLOR

AÇÃ

O

OÃÇACIFITU

RF

QUEDA DE SEMENTES

Santos, Camargo & Ferraz

8 Manual de Sementes da Amazônia (Fascículo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

GERMINAÇÃOA germinação é do tipo unipolar e hipógea cotilédones. Como os cotilédones se abrem durante o processo germinativo, a germinação pode ser classificada como fanerocotiledonar, ou semi-hipógea conforme Ng (1978). As raízes já surgem com coloração vermelho vivo, característico da espécie. O hipocótilo não se alonga com o desenvolvimento. Os cotilédones contêm reservas, são espessos, carnosos, iguais e do tamanho da semente. Durante o processo de germinação, os cotilédones verdes se abrem e formam um ângulo de até 90º entre si. O eixo alonga-se alguns centímetros, sem formar um gancho, antes da expansão das primeiras folhas. No viveiro, em substrato com areia e vermiculita, os cotilédones podem permanecer aderidos à plântula por pelo menos seis meses.Em condições de laboratório a germinação em vermiculita de granulação média é muito boa. Entre 15 ºC e 35 ºC, as porcentagens de emissão da raiz e a formação de plântulas normais são altas (>87%) e não são afetadas significativamente pela temperatura, mas a velocidade de germinação é maior a 30 ºC (Ferraz & Varela 2003). Nesta temperatura (30 ºC), a emissão da raiz leva sete dias e a formação da plântula 17 dias. A temperatura mínima de germinação se situa entre 10 ºC e 15 ºC e a máxima entre 35 ºC e 40 ºC.Na avaliação de plântulas com germinação hipógea observa-se no laboratório geralmente o desenvolvimento até a expansão do primeiro eofilo para assegurar o sucesso de estabelecimento no campo. No caso de C. racemosa, é necessário um período de tempo

com o eixo entre os relativamente longo para se atingir este estádio de desenvolvimento. Adicionalmente, a parte aérea é grande (6 a 13 cm de altura) e delicada, dificultando o acompanhamento em laboratório. Recomenda-se para esta espécie considerar como plântula normal, aquela que apresente parte aérea com 1 cm de altura, sem nenhuma anormalidade e que tenha gema apical visível (Ferraz & Varela 2003).

Informações sobre a propagação desta espécie são muito escassas. Por serem intolerantes ao dessecamento, as sementes de C. racemosa são difíceis de ser manejadas (Ferraz & Varela 2003). Foram registradas 90% de germinação das sementes em sementeira com repicagem para canteiros expurgados em sacos plásticos (Loureiro et al. 1979). Um estudo realizado pela SUDAM (1979) relata, sem informar o substrato utilizado, uma germinação em torno de 80% em um período de um a dois meses. No viveiro, em substrato de areia e vermiculita, a emergência da parte aérea ocorre entre 3 e 5 semanas após a semeadura e a formação da plântula entre 5 e 8 semanas (dados não publicados).A semeadura direta para plantio definitivo não é satisfatória. O plantio da guariúba deve ser feito através de mudas em sementeiras ou diretamente em sacos plásticos. Loureiro e colaboradores (1979) recomendam que o plantio seja feito no espaçamento de 5 x 5 m sob sombra de floresta madura com 50% de luz ou em plena abertura (100% de luz), utilizando mudas de raiz nua ou embaladas em sacos plásticos. Segundo o mesmo trabalho,

PRÁTICAS DE VIVEIRO E PLANTIO

viveiro

viveiro

viveiro

laboratório -germinador 20 °C

laboratório -germinador 20 °C

Laboratório -germinador 25 ºC

Laboratório -germinador 25 ºC

Laboratório -germinador 30 ºC

Laboratório -germinador 30 ºC

TESTES DE GERMINAÇÃO

Local do estudo

Condição das sementes

Critério de germinação

( ) SUDAM 1979; ( ) Ferraz & Varela 2003; ( ) Dados não-publicados; nd= não determinado.A B C

Substrato Germinação final (%)

Tempo de germinação (dias)Inicial Médio Final

Tempo para germinação de 50% das sementes germináveis (dias)

areia

vermiculita

vermiculita

vermiculita

vermiculita

vermiculita

vermiculita

vermiculita

vermiculita

não informado

recém beneficiada

recém beneficiada

recém beneficiada

recém beneficiada

recém beneficiada

recém beneficiada

recém beneficiada

recém beneficiada

não informado

emergência

plântula normal

raiz primária (5 mm)

epicótilo (1 cm)

raiz primária (5mm)

epicótilo (1 cm)

raiz primária (5 mm)

epicótilo (1 cm)

80

51

39

94

91

98

87

93

89

30 nd 60

5,0 9,1 28,0

11,0 20,7 49,0

13,0 13,5 18,0

22,0 26,0 28,5

6,0 9,4 14,3

14,5 18,3 23,3

5,0 7,1 13,5

13,0 16,7 22,5

nd

7,0

19,0

13,0

26,3

10,3

18,0

6,3

16,5

A

C

C

B

B

B

B

B

B

9

em plantio sob sombra, a primeira operação deve ser o corte das palmeiras, cipós e árvores de pequeno porte no sub-bosque, seguido do anelamento das árvores restantes para se obter o grau de luz desejado.Embora a espécie apresente crescimento lento sob qualquer regime de luz, recomenda-se o plantio em áreas com plena abertura para reduzir a mortalidade das mudas e favorecer o crescimento. Em plantios com 50% de luz na Reserva Ducke, após 11 anos, a sobrevivência foi de 37% e o crescimento de 3,3 m em altura e 1,6 cm em diâmetro a altura do peito. Entretanto, em plena abertura, em um plantio com 13 anos de idade, a sobrevivência foi quase duas vezes maior (68%) e o crescimento em altura foi um pouco maior (4,1 cm), mas o crescimento em diâmetro (5,8 cm) foi quase quatro vezes maior (Loureiro et al. 1979). Em um estudo realizado pela SUDAM (1979), sem mencionar o regime de luz, encontram-se resultados semelhantes ao plantio em plena abertura na Reserva Ducke. De acordo com este estudo, a guariúba apresentou um índice de sobrevivência de 70%, um incremento médio anual de 52 cm em altura e de 0,70 cm em diâmetro.Silva e colaboradores (2002) monitoraram mensalmente, por um ano, por bandas dendrométricas, o crescimento de espécies arbóreas de uma floresta de terra firme ao Norte de Manaus. As 272 árvores monitoradas apresentaram incremento anual médio em diâmetro de 1,64 ± 0,21 mm/ano. Entretanto, cinco das espécies monitoradas apresentaram incremento anual igual a zero, incluindo C. racemosa.

USO E COMERCIALIZAÇÃOO uso principal da guariúba é a madeira. A espécie atinge comprimento comercial entre 15 e 18 m de altura (Jankowsky 1990). Em florestas de terra-firme do Distrito Industrial da SUFRAMA (Amazônia Central), o volume com casca por hectare varia entre

30,05 m /ha e 0,09 m /ha (Loureiro et al. 1979). O alburno é estreito e amarelo-esbranquiçado e o cerne é amarelo-claro quando úmido, tornando-se castanho-amarelado com veias ondeadas mais escuras quando seco e exposto à luz (Côrrea 1926; Jankowsky 1990). Uma série de estudos foram feitos para caracterizar a madeira da guariúba e indicar seus diversos usos. Conforme o método e a origem da matéria-prima, há uma certa divergência nos resultados.

3A madeira foi considerada pesada (0,60 e 0,85 g/cm ) por Loureiro e colaboradores (1979), Loureiro & Lisboa (1979) e SUDAM (1979)

3(0,26 a 0,90 g/cm ) e semi-pesada por Janhowsky (1990) 3(0,6 g/cm ). A superfície é descrita como ligeiramente áspera ao

tato por fície (lustrosa), textura (média uniforme), sabor (insípida)

3

Santos, Camargo & Ferraz

2 c

m

catáfilos

cotilédone

cotilédone

eixo epicótilo primeira

folha com 6-11 catáfilos

gema apical

gema apical

primeira folha

Desenvolvimento da plântula após a germinação. (Foto: I. Ferraz)

10 Manual de Sementes da Amazônia (Fascículo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

vários autores (Loureiro & Lisboa 1979; Loureiro et al. 1979; SUDAM 1979; Parrota et al. 1995), entretanto Jankowsky (1990) a classifica como lisa. Quanto ao tipo de grã é descrita de várias maneiras: grã-direita por Loureiro e colaboradores (1979) e Loureiro & Lisboa (1979); um tanto regular por SUDAM (1979); irregular por Chudnoff (1979); irregular a reversa por Jankowsky (1990); e grã-fina por Côrrea (1926). Há consenso entre os autores com relação à superfície (lustrosa), textura (média uniforme), sabor (insípida) e cheiro (inodora) da madeira. De acordo com Jankowsky (1990), a madeira apresenta de baixa a média resistência mecânica e baixa retratibilidade. A durabilidade é longa tanto em obras imersas como expostas (Côrrea 1926), exceto em contato com o solo (Chundoff 1979; Loureiro & Lisboa 1979; Loureira et al. 1979; Parrota et al. 1995).A guariúba é usada na carpintaria, marcenaria, construção civil e naval, sendo utilizada como cabo de ferramentas, cochos de água, esquadrias, caixilhos, tacos, forros, painéis compensados, embalagens leves, tábuas em geral, vigamentos para construções temporárias, laterais de escadas e na fabricação de móveis e instrumentos musicais (Côrrea 1926, Loureiro et al. 1979; SUDAM 1979; Parrota et al. 1995; Jankowsky 1990; Paula & Alves 1997). A espécie é excelente para a confecção de canoas escavadas em troncos inteiros, devido à facilidade de se trabalhar a madeira ao fogo, sendo muita usada por índios para esta finalidade (Loureiro et al. 1979; Rizzini 1971). É importante na indústria de compensados e laminados do estado do Amazonas, onde o seu uso ocupou o 8º lugar em 2000 (Lima et al. 2005). É comercializada principalmente no Brasil, mas também é indicada para exportação

A secagem ao ar da madeira da guariúba é relativamente rápida, com leve tendência ao empenamento e rachaduras (Chundoff 1979; Jankowsky 1990). Em caso de secagem artificial, recomenda-se um monitoramento cuidadoso para evitar o agravamento desses efeitos (Jankowsky 1990). Loureiro e colaboradores (1979) e Jankowsky (1990) consideram a madeira difícil de ser trabalhada devido ao tipo de grã, requerendo ferramentas bem afiadas para um bom acabamento. Por outro lado, Chundoff (1979) e SUDAM (1979) a consideram de fácil manuseio e ressaltam que a espécie permite acabamento esmerado. Não são relatados problemas de colagem (Jankowsky 1990). As características da madeira se assemelham às do eucalipto(Loureiro et al. 1979). Entretanto, a guariúba pode apresentar desvantagens como baixo rendimento comercial (44%) e grandes dificuldades na picagem devido à dureza da madeira. Adicionalmente, apresenta pintas na pasta que, embora em pequena quantidade, permanecem após o refino. De acordo com SUDAM (1979), o índice de aproveitamento na serraria é de 46,8% (tábuas, ripas, pernamancas e vigas), sendo 12,3% de 1ª qualidade, 19,3% de 2ª qualidade e 15,2% de 3ª qualidade. A serradura da madeira verde tem o aspecto de lã (Côrrea 1926). Testes realizados na Venezuela indicam que a madeira é resistente a cupins (Chundoff 1979).O uso da espécie é basicamente relacionado à madeira, mas o córtex quando cortado exsuda látex branco. O exsudado, quando exposto ao ar, transforma-se em uma resina branco-escura, inodora, que serve para fazer cera. A decocção do córtex é usada externamente para combater as doenças de pele e é muito tóxico contra fungos de podridão da madeira (Côrrea 1926).

A floresta de terra firme nas proximidades de Manaus. (Foto: I. Ferraz)

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Santos, Camargo & Ferraz

A coleção do MANUAL DE SEMENTES DA AMAZÔNIA foi iniciada em 2003.

Até agora foram publicados:-Fascículo 1, 2003. Andiroba, Carapa guianensis Aubl., Carapa procera D.C. - Meliaceae-Fascículo 2, 2003. Castanha-de-macaco, Cariniana micranthaDucke - Lecythidaceae-Fascículo 3, 2003. Pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke - Lauraceae-Fascículo 4, 2004. Acariquara-roxa, Minquartia guianensis Aubl. - Olacaceae-Fascículo 5, 2005. Pupunha, Bactris gasipaes Kunth - Arecaceae-Fascículo 6, 2008. Inharé, Helicostylis tomentosa (Poep.& Endl.) Rusby - Moraceae

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Citação:Santos, B. A.; Camargo, J. L. C. & Ferraz, I. D. K. 2008. Guariúba, Clarisia racemosa Ruiz & Pav. in: I. D. K. Ferraz & J. L. C. Camargo (Eds) Manual de Sementes da Amazônia. Fascículo 7, 12p. INPA, Manaus-AM, Brasil.

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Editores: Isolde D. K. Ferraz & José Luís Campana CamargoFotografias: Isolde D. K. Ferraz Projeto Gráfico: Tito FernandesProjeto Visual e Gráfico: Harley A. V. dos SantosImpressão: GrafitechTiragem: 2000Manaus - Amazonas

Apoio: O Fascículo 7 é uma publicação conjunta dos Projetos “Estudos para a conservação e uso dos recursos florestais: fenologia reprodutiva, morfologia, germinação e viabilidade de propágulos de árvores tropicais” (proc. no.557044/2005-7 MCT/CNPq/PPG-7); "Guias e manuais para a propagação e conservação in situ e ex situ de árvores da Amazônia" (proc. no. 550076/2007-7 MCT/CNPq/PPG-7 no. 03/2007 e “Manejo de Sementes de Espécies Amazônicas” (FAPEAM), com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) e da Rede de Sementes da Amazônia. Esse trabalho é a contribuição número 524 da série técnica do PDBFF.

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