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Direitos humanos: surgimento e contexto histórico Guaraciara Barros Leal Silvia Maria Aragão de Andrade Furtado 7

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Direitos Humanos: surgimento e contexto histórico

Guaraciara Barros LealSilviaMaria Aragão de Andrade Furtado

Objetivos• Compreender que os Direitos Humanos são vivenciados no cotidiano de cada pes-

soa e que são direitos de cidadania;• Internalizar a compreensão de que a deesa dos Direitos Humanos é de responsa-

bilidade de todos: governo e sociedade;• Compreender que as desigualdades sociais, a concentração da riqueza nas mãos de

poucos e o abuso de poder impulsionam a violência.

Introdução

Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida e demãos dadas marcharemos todos pela vida verdadeira;

...

Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimidados dicionários e do pântano enganoso da dor, a partir deste ins-tante, a liberdade será algo vivo e transparente como um ogo ou

um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.Estatuto do Homem

Thiago de Mello

O Artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) esta-belece que a educação é um direito de todas as pessoas e tem por objetivo o plenodesenvolvimento da personalidade humana e o ortalecimento do respeito aos Di-reitos Humanos e às liberdades undamentais. A Constituição Brasileira de 1988 vaialém, rmando no artigo 205 que “a educação é direito de todos e dever do Estadoe da amília” e no artigo 208, Inciso VII, § 1º que o “acesso ao ensino obrigatório édireito público subjetivo”. Isso quer dizer que toda criança entre 6 e 14 anos temassegurado o acesso ao ensino undamental, cando passível das penalidades da lei

aquele (Estado ou amília) que não assegurar a matrícula da criança. A construção e a consolidação da democracia exige que as pessoas tenham aces-so à educação. À escola cabe promover a ormação de pessoas ativas e críticas, cons-cientes de seu papel social e atuantes ética e politicamente, o que exige a compreensãodos direitos civis, políticos e sociais como undamentais para a vida em sociedade.

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Direitos Humanos e Geração de Paz99

 Esses direitos, conhecidos como Direitos Humanos, determinam que o Es-tado assegure ao cidadão políticas públicas que inspirem a liberdade individual e oortalecimento da democracia, promovam segurança, inibam a violência, assegu-rem a proteção social – saúde, previdência e assistência social – preservem o meioambiente, avoreçam a moradia e compreendam que o exercício da cidadania plenaé um dos caminhos para a paz. Ao voltar-se para a ormação da cidadania, a escola

estará contribuindo para a construção de uma sociedade que se contraponha à ex-clusão social, exclusão que se mantém pelo abuso de poder, pelo preconceito e pelaintolerância.

 É com olhar crítico, como sujeito e não como expectador, que você deve ler estetexto, buscando identicar se os seus direitos estão sendo respeitados no cotidiano.

Os Direitos Humanos existem para que a sociedade seja mais justa, a vidamelhor e as pessoas mais elizes.

O homem nasce para ser feliz

Inicialmente, é preciso compreender que todos nós devemos receber do Estado ascondições para vivermos em sociedade, para sermos úteis à humanidade e sermoselizes. A vida em sociedade, somada às nossas características naturais ormam umconjunto que corresponde às necessidades essenciais da pessoa humana e a ele se dáo nome de Direitos Humanos.

Os Direitos Humanos são rutos de processos históricos que se realizam emmovimentos com dierentes atores e grupos sociais e emergem de necessidades einteresses das sociedades, sujeitas a permanentes transormações. Reúnem um con- junto de leis que protege o ser humano das discriminações e dos preconceitos, pos-sibilitando uma vida com dignidade, igualdade de oportunidades, raternidade, li-

berdade e o direito à justiça igualitária perante a lei. Na sua essência, compreendemque todo ser humano, independentemente de credo, sexo e etnia, tem o direito de ire vir, de ser, de sentir e de expressar-se. Estão intrinsecamente ligados aos direitos edeveres de cidadania, e nesse sentido, pressupõem compromissos de cada um con-sigo mesmo, com o outro, com o Estado e com um planeta sustentável.

Os homens são diferentes, mas também são iguais

Os Direitos Humanos são declarados para proteger os indivíduos das arbitrarie-dades, do autoritarismo, da prepotência e dos abusos de poder do Estado. Estão

irremediavelmente vinculados à cidadania e à democracia, pois refetem o ideárioda igualdade e de dignidade entre os seres humanos. Assim entendido e realizado,são caminho para a paz.

 A igualdade vem sendo buscada ao longo de nossa história e, muitas vezes, ti- vemos movimentos exemplares para alcançá-la e que mudaram a eição do mundo.

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 Assim, podemos realçar na linha do tempo marcos que nortearam a constru-ção dos Direitos Humanos, tal qual os entendemos hoje:

• O Cilindro de Ciro (1539 a. C) - nele estão registradas as ações deCiro, o primeiro rei da antiga Pérsia, que ao conquistar a Babilô-nia, libertou os escravos, declarou que todas as pessoas tinham odireito de escolher sua religião e estabeleceu a igualdade racial.

• A Carta Magna (1215) - assinada pelo rei da Inglaterra, representaum marco no desenvolvimento da democracia e da liberdade;

• A  Petição de Direito (1628) - uma declaração de liberdade civil eitapelo Parlamento Inglês e enviada a Carlos I.

• A  Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) - anuncia a in-dependência das Treze Colônias Americanas, do Império Britânico.

• A Constituição dos Estados Unidos (1787) - a mais antiga Constituiçãoescrita, e ainda em vigor, que deniu os órgãos principais de governo,sua jurisdição e os direitos básicos dos cidadãos americanos.

 A  Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) - proclamana França, após a revolução que todos os cidadãos têm garantidopor lei o direito de liberdade, propriedade, segurança e resistênciaà opressão.

• A  Declaração dos Direitos da Constituição dos Estados Unidos (1791) –composta por dez emendas ao texto original da Constituição ame-ricana para limitar os poderes do Estado e proteger os direitos detodos os residentes e visitantes no território americano.

• A Conerência das Nações Unidas (1945) - cinquenta nações reunidas em São Francisco, EUA, ormaram a ONU1 para promover a paz e proteger os povos do mundo.

• A  Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)2

– um ideal comum a ser atingidopor todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e as insti-tuições da sociedade se esorcem, através de suas leis, convenções, tratados e políticaspúblicas, a promover o respeito dos direitos e liberdades dos seres humanos.

O mundo dividido

 Após a Segunda Grande Guerra (1939 - 1945), os Estados Unidos da América (EUA)e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se constituíram emduas grandes e antagônicas potências, dando início ao que se chamou de “Guerra

Fria”. A partir daí, a luta oi pela ampliação dos direitos políticos. Esse momentohistórico viu ganhar corpo o debate em torno dos direitos sociais e da cidadania. Entre os esorços para evitar que atos como os que ocorreram na Segunda Guerra voltassem a se repetir, em 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) 

aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que representou um marco emdeesa da dignidade humana.

1. A ONUé umorganismo inter-nacional criadoapós a SegundaGuerra, formadopor países que sereuniram volun-tariamente parapromover a paz eo desenvolvimen-to mundial.

2. A DeclaraçãoUniversal dosDireitos Humanos está disponibiliza-da no site http://portal.mj.gov.br

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O objetivo principal desse documento é a ampliação do respeito aos direitos eliberdades undamentais de todos, de orma universal, sem qualquer exceção. As pro-messas da Declaração, porém, ainda não oram postas em prática integralmente. Esse éum longo caminho a ser percorrido. Os direitos assegurados na Declaração são:• Liberdade de pensamento, palavra e crença e de viverem a salvo do temor;• Dignidade;

• De insurgir-se contra a tirania e a opressão;• Igualdade de direitos (homens e mulheres);• Vida;• Liberdade de ser;• Liberdade de ir e vir;• Segurança pessoal e aos ditos da lei e da justiça;• Presunção da inocência até que se comprove a culpa;• Asilo político;• Reunir-se para discutir ideias;• Organizar-se em associações pacícas e em sindicatos;• Nacionalidade;• Propriedade;• Participar da vida política de seu país;• Voto para escolha de representantes;• Trabalho e proteção contra o desemprego;• Igual remuneração por igual trabalho;• Desrutar de repouso e lazer.

Falar em Direitos Humanos, portanto, é alar em cidadania, pois não há cida-dania sem respeito aos direitos undamentais da pessoa humana, assim como não há

democracia sem cidadania. É importante compreender que a igualdade de direitos asseguradas em lei atodos nós não signica igualdade ísica, intelectual ou psicológica. Cada pessoa temindividualidade, personalidade, inteligência, consciência e vontade própria; tem seumodo de ver e de sentir as coisas, infuenciada pelo contexto em que vive. Assim,embora as pessoas sejam dierentes, elas têm os mesmos direitos como seres huma-nos; seja homem ou mulher, rico ou pobre, negro, indígena ou branco, heterosse- xual ou homossexual, deciente ou não.

A cidadania e a democracia – o ideal nosso de cada dia

 Você se reconhece preconceituoso e intolerante com as pessoas que convive? Suasatitudes são de respeito ao outro, independentemente de sua condição ísica, étnica,social, religiosa ou sua preerência sexual? Lembre-se: são as nossas atitudes querevelam se somos tolerantes.

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Democracia é uma orma de governo que tem como característica básica aescolha dos governantes pelo povo por meio do voto. A democracia, como se apre-senta hoje e o projeto que inspira é, sobretudo, um regime aberto, incompleto eimpereito, mas que sobre ele é possível construir novas ormas de sociabilidademais eetivamente democráticas. Democracia é muito mais do que votar e, esse atoem si, não garante ao votante ser um cidadão, nem ao Estado ser democrático.

Reita sobre a postura dos políticos que você ajudou a eleger equais os motivos que o levaram a votar no candidato.

Lembre-se, somos todos responsáveis pelos políticos que elegemos.

Recorte da História

Nos regimes ditatoriais, como já experimentamos no Brasil, entre 1937 a 19453,tempo do chamado “Estado Novo”, o povo brasileiro viveu sob proibição de exercermaniestação de qualquer opinião e de expressar seu pensamento ou integrar orga-nizações livres. Nessa época, vigorava a Constituição de 1937, que garantia todosos poderes ao Chee de Estado. Outro momento de exceção ocorreu entre 1964 a1985, quando o Brasil viveu a Ditadura Militar, exercida por governantes que sus-penderam as garantias de direitos civis e políticos.

 As idas e vindas da concessão e negação de direitos civis, políticos e sociaisno Brasil demonstram a ragilidade com que nossa cidadania vem sendo constitu-ída. As desigualdades sociais provocadas pela concentração de riquezas nas mãosde poucos impossibilita que se ale de cidadania plena, o que indica que os direitosundamentais da pessoa humana são desrespeitados.

Segundo Clayton Mendonça Cunha Filho (2009),um dos aspectos mais intrigantes da longa marcha pelos DireitosHumanos é o paradoxo de terem sido eles pensados, num primeiromomento, como universais, mas logo tenham passado ao campolimitado da Nação. Da comunidade universal de seres humanoscom os mesmos direitos, os Direitos Humanos em suas dierentesconormações começaram a ser vistos como garantidos por gover-nos nacionais e apenas aos integrantes da Nação (p. 306).

Lutamos para construir um país mais igual Em um exercício de refexão observamos urgências a serem resolvidas para quepossamos caminhar na construção da cidadania no Brasil, o que signica o ortale-cimento da democracia e o respeito aos direitos undamentais da pessoa humana.

3. Período emque o Brasil foigovernado porGetúlio Vargas,deposto em 1945pelo Exército.

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O ideário dos movimentos pela redemocratização do Brasil trouxe a compre-ensão equivocada de que o povo viveria a elicidade nacional expressa em liberdade,participação, segurança, desenvolvimento, emprego, justiça social. Segundo Murilode Carvalho (2008), a redemocratização, oi sim, porta para a liberdade e tambémpara a participação, mas a concentração de riquezas e as desigualdades sociais cres-ceram no período, multiplicando alguns problemas vivenciados no cotidiano da

sociedade brasileira: “a violência urbana, o desemprego, o analabetismo, a má qua-lidade da educação, a oerta inadequada dos serviços de saúde e de saneamento, asdesigualdades sociais e econômicas”.

 Ao analisar os problemas sociais indicados por Carvalho, observamos que essessão indutores de desrespeitos aos Direitos Humanos, o que exige que o Estado denae execute políticas públicas que venham a enrentar e a superar essas situações.

Entenda o que é política pública

Política pública é denida como o conjunto de ações desencadeadas pelo Estado nas

instâncias ederal, estadual e municipal, com vistas ao atendimento a determinadossetores da sociedade civil. Elas podem ser desenvolvidas pelo próprio Estado, emparcerias com organizações não-governamentais e com a iniciativa privada.

 Azevedo (2003)4 deniu que “política pública é tudo o que um governo aze deixa de azer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”. Paraelaborar uma política pública é preciso decidir o quê azer, quando azer, quais con-sequências e com quais recursos nanceiros e para quem deve ser eito. Por serempúblicas, devem abrigar pensamentos divergentes e respeitar os direitos à igualdadee também à diversidade. Por serem públicas, exigem a participação do cidadão nasua denição e o controle pela sociedade na sua execução.

Como você pode participar da vida de sua comunidade?Já pensou nisso?

Foi para exercer controle sobre a execução das políticas públicas que oram consti-tuídos conselhos de controle social, entre eles o Conselho de Alimentação Escolar,Conselho de Direitos da Criança, Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Saúde,Conselho do Controle Social do Bolsa Família, Conselho de Assistência Social. Você também é responsável. Procure saber como esses conselhos estão agindo emdeesa dos interesses públicos, e conheça algumas políticas públicas vivenciadas no

Brasil para melhorar a qualidade de vida das pessoas:• Todos pela Educação de Qualidade - para assegurar o acesso à escola a todas as crian-

ças de 6 a 14 anos.• Programa Nacional de Alabetização na Idade Certa (PNAIC) - para aprender a ler e a

escrever até os 7 anos de idade.

4. AZEVEDO,

Sergio de. “Po-líticas Públicas:DiscutindoModelos e AlgunsProblemas deImplementação”,artigo publicadoem 2003, emcoletânea prepa-rada pela FASEpara cursos degestores munici-pais direcionadospara lideranças

populares dasmetrópoles brasileiras.

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• PROUNI e Sistema de Cotas nas Universidades - para democratizar o acesso ao en-sino superior.

• Sistema Único de Saúde (SUS) - para democratizar o acesso à saúde. • Programa de Saúde da Família (PSF) - para aproximar o serviço de saúde do cidadão.• Programa de Agentes Comunitários de Saúde, Programa de Aleitamento Materno e Progra-

mas de Vacinação - para reduzir a mortalidade inantil.•

 Programa Nacional de Habitação Minha Casa, Minha Vida - para nanciar habitaçãoem áreas rurais e urbanas.• Programa Bolsa Família (PBF) - para transerência de renda às amílias em situação

de pobreza e de extrema pobreza.• Lei Maria da Penha - para coibir a violência doméstica e amiliar contra a mulher.• Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - para assegurar direitos às crianças e aos

adolescentes.• Estatuto do Idoso - para assegurar direitos aos idosos.• Programa Diversidade e Igualdade Racial, inclusão da temática indígena e aro-brasileira no currículo

da escola de educação básica - para assegurar igualdade de tratamento entre etnias dierentes.•

 Bolsa Atleta - para assegurar manutenção pessoal mínima aos atletas de alto rendi-mento, buscando dar condições para que se dediquem ao treinamento esportivo.• Programa de Acessibilidade Urbana - para assegurar mobilidade aos decientes. • Sistema de Cotas para Defcientes - para assegurar acesso a emprego aos decientes.• Escola inclusiva - para assegurar matrícula aos decientes.

 Você é beneciado por alguma dessas políticas? Como essas políticas são exe-cutadas na sua comunidade? Os seus direitos de cidadania são respeitados quando você procura a escola, ou um posto de saúde ou os agentes de segurança pública?

Os direitos assegurados na Constituição Brasileira de 1988

 A Constituição Brasileira de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã , oiescrita pela Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 15 de novembro de 1986,para retomar o caminho da democracia interrompida pela Ditadura Militar. Teve a

 Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, como reerência para determinaros direitos undamentais de cidadania, que são:• Dignidade da pessoa humana;• Prevalência dos direitos humanos;• Punição de qualquer comportamento que desrespeite os direitos e as liberdades

undamentais das pessoas;• Não aceitação, sob qualquer hipótese, do crime de tortura, ou a qualquer outro

tratamento desumano ou degradante;• Extinção de penas cruéis e desumanas;• Respeito ísico e moral às pessoas sob a custódia do Estado;• Intervenção, pelo governo ederal, em estados e distrito ederal, que desrespei-

tem os direitos da pessoa humana;

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• Impossibilidade de revisão constitucional que derrubem avanços conquistados arespeito das liberdades públicas.

 A Carta Magna de 1988 traz em seu Título II os direitos e garantias unda-mentais da pessoa humana e os divide em direitos individuais e coletivos, sociais epolíticos, que se ortalecem como direitos de cidadania, buscando reduzir as desi-gualdades e ampliar a participação.

Conceituando os direitos civis, sociais e políticos

Os direitos individuais e coletivos (civis) são os direitos undamentais à vida, àliberdade, à igualdade, perante a lei. Eles se desdobram na garantia de ir e vir, de es-colher o trabalho, de maniestar o pensamento, de organizar-se, de ter respeitada ainviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridadecompetente e de acordo com as leis, de não ser condenado sem processo legal regular.

Os direitos sociais incluem o direito à educação, à saúde, ao trabalho, aosalário justo, à aposentadoria.

Os direitos políticos asseguram a participação do cidadão no governo dasociedade. Seu exercício é limitado a uma parcela da população e consiste na ca-pacidade de azer demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar, de ser votado. Os direitos políticos têm como instituição principal os partidos políticos eum parlamento livre e representativo.

Os Programas Nacionais de Direitos Humanos – PNDH5

Falar em Direitos Humanos exige a compreensão de que não há como conciliardemocracia com injustiça social, com exclusão, com violação aos direitos da pessoa

humana. As urgências por promoção de justiça social, pelo não preconceito e contraas discriminações levaram às concepções de programas que resguardam, preservam,deendem e respeitam os direitos undamentais da pessoa humana.

O Governo brasileiro redemocratizado assumiu compromissos com a pro-moção dos Direitos Humanos para todos, sem distinção. Nesse sentido, algunsmovimentos oram realizados, entre eles, uma campanha contra a violência sexual,a criação do Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da PopulaçãoNegra, a scalização sem trégua sobre o trabalho orçado, sobretudo o de crianças;e o de elaboração do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH).

O PNDH I é resultado de um diagnóstico elaborado em 1993 que elencava as

principais diculdades vivenciadas no país. Este Programa assume compromissos:• Contra a violação sistemática dos Direitos Humanos e contra os entraves ao

exercício da cidadania plena;• Com a deesa dos direitos civis, protegendo o direito à vida, à integridade ísica,

à liberdade, e à igualdade perante a lei;• Com a consolidação de uma cultura de Direitos Humanos.

5. Os PNDH estãodisponibilizadosno site do Minis-tério da Justiça- http://portal.mj.gov.br

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Na opinião do Ministro Celso de Mello (1993),

 A deesa dos Direitos Humanos é matéria da maior importânciapolítica, jurídica e social, especialmente se considerarmos que,pela primeira vez, o Estado brasileiro assume compromissos gra- ves e necessários no plano da tutela e proteção contra os abusos,as iniquidades e as exclusões sociais.

Foram ainda elaborados o PNDH II (2002) e PNDH III (2008). Ambos re-armaram os direitos assegurados anteriormente e aprimoraram os mecanismosde participação da sociedade na denição e no controle sobre o cumprimento doscompromissos assumidos pelo Governo e expressados em políticas públicas.

 Em síntese, o PNDH I enatizou os direitos civis e políticos, o PNDH II in-corporou a esses, os econômicos, sociais, culturais e ambientais e o PNDH III rea-rmou os já assumidos e os ampliou, incorporando a igualdade racial, os direitos damulher, a segurança alimentar, as cidades sustentáveis, o meio ambiente preservado,a saúde, a educação, a juventude e a cultura.

É possível compreender a pobreza como a negação manifesta dosdireitos fundamentais da pessoa humana?

 Ao optar por consolidar o respeito aos Direitos Humanos em Programas Nacionais,o Brasil ez uma escolha denitiva pelo ortalecimento da democracia. Não apenas demo-cracia política e institucional, grande anseio popular que a Constituição de 1988 já mate-rializou, mas democracia, também, no que diz respeito à igualdade econômica e social.

Ética, Paz e Direitos Humanos: isto ou aquilo?

 Essas perguntas, que nos perseguem a todo instante, norteiam toda a nossa orma deser e de agir no mundo. Esse é um dos questionamentos basilares da nossa existên-cia e nos impele a azermos escolhas que direcionarão nossa ação. Ao mesmo tem-po, elas nos possibilitarão julgar o comportamento de nossos semelhantes. São taisescolhas e julgamentos que nos aproximarão de uns e nos distanciarão de outros,nos dierenciando e nos tornando parecidos sob o ponto de vista de determinadasconvicções; ortalecerão algumas barreiras e limites, abalarão alicerces, construirãoum mundo mais igual ou reorçarão as ronteiras das desigualdades.

Quando optamos por A e B, ou C ou D, ou ainda não azemos opção alguma, sim-plesmente cruzamos os braços, por assim dizer, estaremos com as ações geradas por essasopções, direta e indiretamente, alterando a vida de cada um de nós mesmos e de todos.

Não há como escapar. Estamos todos conectados. O ato de nos interrogarmossobre o que azer, corresponde a refexão sobre qual conduta assumiremos diante da vida. Isto signica uma avaliação e tomada de consciência do que está sendo viven-ciado e, consequentemente, nos exige tomada de posição rente aos acontecimentosque permeiam nossas realidades.

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Todo ser humano tem essa competência, a que chamamos de consciência mo-ral. É ela que nos az distinguir entre o certo e o errado, o justo e o injusto, o beme o mal, e acaba por imprimir em nós uma capacidade ética, uma posição interna,nascida no instante em que refetimos sobre nossa ação utura.

Nossa ética, no entanto, não está dissociada de nossa cultura. Ao contrário, elacarrega consigo os valores culturais que estão no undamento da sociedade na qual

estamos inseridos. Assim, podemos evocar o signicado de “Ética” que está no  Auré-lio6: “estudo dos juízos de apreciação que se reerem à conduta humana suscetível dequalicação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada so-ciedade, seja de modo absoluto”; de onde se inere que a ética rege a conduta humana.

Qualquer ato nosso, seja ele de pequeno ou de longo alcance, esteja conguradona esera privada – aquela que diz respeito ao exercício da vida particular de cada um –ou pública – caracterizada por ser o espaço do exercício da cidadania – produzirá umeeito sobre nós mesmos e sobre o outro, ou outros, envolvidos nesta mesma ação.

Quando agirmos de maneira para que nossa ação, mesmo que pequena, contri-bua, por exemplo, com a harmonia entre os vizinhos de rua, com o bem-estar entre os

amigos, sem dúvida, estaremos operando sob um princípio ético. Da mesma orma,quando agimos com indierença às necessidades do outro, estamos conduzindo nossa vida de orma antiética. Logo compreendemos então que, se a ética conduzir nossasações, estaremos necessariamente nos importando com o que acontece ao nosso re-dor, estabelecendo uma sintonia com o outro, com a vizinhança, com o local ondemoramos, com o planeta, enm, com tudo o que permeia a existência humana.

É possível vivenciar a ética quando assumimos atitudes de precon-ceito e intolerância para com os diferentes?

É possível vivenciar a ética desrespeitando a si próprio, o outro e

o Planeta?

Uma sociedade livre é uma sociedade de iguais

Nossa experiência histórica tem mostrado que do abuso de poder emerge uma de-sordem ética, na qual se enraízam desigualdades e arbitrariedades no trato da pessoahumana, em que a liberdade dos mais ortes signica impor sua vontade aos maisracos, sem dar-lhes escolhas. Ao longo da história tem-se travado uma luta cons-tante para conter as possibilidades desse uso abusivo de poder. Isso implica, pois,a luta para instaurar a liberdade com igualdade, o respeito mútuo ao homem, com

todas as suas múltiplas dierenças biológicas e culturais.Para que, eetivamente, ocorra liberdade com igualdade, é necessário que o

poder político seja limitado institucionalmente e regido por uma ética que assegurea proteção da dignidade humana. Foi sob essa matriz de pensamento que se instituíramos Direitos Humanos.

6. Novo Dicioná-rio Aurélio, Ed.Nova Fronteira,1975.

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 Entendemos que, se somos livres, todos nós estamos aptos a nos responsabi-lizar por nossa própria existência, posto que somos dotados de uma vontade indi- vidual que nos dá essa capacidade. Compreendemos também que liberdade é um valor precioso para a constituição da sociedade: cada um deve ser livre para possuirseus próprios valores e dispor de suas escolhas, expressar suas opiniões e denir seumodo de viver.

O que você entende por liberdade? Ser livre signica fazer tudoque se quer, desconhecendo o direito do outro?

 A liberdade deve estar associada e complementada pela igualdade. Sob essaideia, de que todo homem é livre e igual, se sustenta a noção de cidadania: todossão iguais diante da lei, devendo ter os mesmos direitos, deveres e oportunidades,merecendo igual tratamento e consideração. É a noção moderna de humanidadeque oi transposta para o plano da política e do direito.

A cidadania nossa de cada dia A cidadania é exercida pelos sertanejos que veem seus esorços minguarem pelosintermináveis períodos de secas?

Lembre-se, para mudar a realidade é preciso cobrar, denunciar, colaborar, participar. Ajude a transormar a realidade estudando, assumindo responsabilidade social

com a sua escola e com a sua comunidade, denunciando os desmandos e a violência,exercendo controle sobre as ações do Estado, respeitando os outros, escolhendo bemos seus representantes. “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Gandhi7. A li-berdade de pensamento e de expressão é um ator inalienável aos Direitos Humanos.

Sem ela não há possibilidades de diálogo nem do exercício da democracia. Apenasabusos de poder congurados concretamente em regimes totalitários e ditatoriais, queerem mortalmente o direito à vida, à liberdade, à segurança de cada indivíduo.

 E aqui voltamos à ética, tema que vem sendo abordado desde o primeiro ascí-culo. É na lacuna deixada pela ética, na sua ausência, ou seja, no não reconhecimen-to dos valores inerentes ao outro – que possui as mesmas características humanase tem os mesmos direitos, mas que pode ser dierente no pensar – no desconhe-cimento proposital da exclusão econômica e social de populações inteiras; no con-sentimento com as desigualdades, que emerge a violência. Insistimos: é no abusode poder, na desordem ética provocada por esse abuso, que se erguem as guerras.

Por tudo que oi dito podemos armar: hoje consagramos os princípios daliberdade e da igualdade como norteadores de nossa vida em sociedade, mas taisprincípios deverão estar sob os auspícios da ética, e só assim existirá a possibilidadeda existência de paz no planeta. A paz, portanto, está diretamente relacionada à éticae diametralmente oposta a uma atitude antiética que avilta os Direitos Humanos etransorma o planeta num ringue.

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Direitos Humanos e Geração de Paz109

A cidadania como responsabilidade individual social

 A violência vivenciada, atualmente, no Brasil, ere o direito à segurança, assim comoo de ir e vir; o desemprego que se agrava e impede a juventude de ter acesso aotrabalho, tira do homem e da mulher o direito de sobreviver de seu trabalho e deprover sua amília; o analabetismo, ainda tão evidente, rouba a dignidade do serhumano e tira dele o direito de ser e de estar no mundo; a má qualidade da edu-cação ere, de morte, a esperança e restringe a poucos o direito de refetir, criticar,produzir, competir; a oerta inadequada dos serviços de saúde ere o direito a uma vida saudável, propaga doenças e causa mortes.

 As desigualdades sociais e econômicas são motores que alimentam a injustiça.O cuidado da vida no planeta, a busca por um desenvolvimento sustentável,

passa, necessariamente, pela questão ética de nossa responsabilidade individual dereconhecimento do outro como igual a nós e, ao mesmo tempo, dierente. Qua-lidades inerentes ao ser humano, como espécie e como indivíduo e que como taisdevem ser respeitadas.

Por um mundo melhor

 Em 1945, imediatamente depois do m da Segunda Guerra Mundial, represen-tantes de cinquenta países reuniram–se na cidade de São Fran-cisco, nos Estados Unidos, para constituir uma organizaçãointernacional para promover a paz e prevenir uturas guerras.Os ideais da organização estão declarados no preâmbulo dasua Carta: “Nós, os povos das Nações Unidas, estamos deter-minados a salvar as gerações uturas do fagelo da guerra, que,

por duas vezes na nossa vida, trouxe incalculável sorimentoà Humanidade”. Em 24 de outubro, daquele mesmo ano, após a rati-

cação da Carta pelos países signatários começou a existir o-cialmente a Organização das Nações Unidas (ONU), que se sa-grou como o mais importante órum para questões globais dacontemporaneidade, que só podem ser resolvidas com açõesconjuntas entre os governos dos países do mundo.

Você Sabia?

A sede central da ONU está situada em Nova York (EUA), outras existem emGenebra (Suíça), Viena (Áustria), Nairóbi (Quênia) e escritórios espalhados emgrande parte dos países do planeta.

7. Mohandas Karamchand Ghandi,líder espiritual epacista indiano,tem sido muitocitado em nossosestudos, vocêpercebeu? Anal

nascido em Bom-baim, em 1869,dedicou sua vidaem defesa dosdireitos iguais. Ercontra a violênciae defendia asformas pacícasde protesto comogreves, passeatasretiros espirituaise jejuns.

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Universidade Aberta do Nordeste 110

Desafos do século XXI

No século XXI temos vivenciado situações de desigualdade social que desenca-deam enômenos de desemprego em massa, de subemprego, de exclusão social ede destruição de vidas humanas. Enquanto alguns vivem na prosperidade; outrossobrevivem em estado de miséria.

Para que possa dar conta dos novos desaos que surgem a cada dia, a ONUtem se renovado e incorporado questões pertinentes ao nosso tempo, que conver-gem sua atenção para um continente inteiro, como é o caso da Árica, e para temasmais especícos que solicitam uma atuação mútua dos países para melhorar a vidadas pessoas no mundo todo, são eles: agricultura, água, AIDS, alimentação, assenta-mentos humanos, crianças, democracia, desarmamento, desenvolvimento, direitoshumanos, direito internacional, direito marítimo e os oceanos, empresas, energiaatômica, governança, meio ambiente, mudanças climáticas, mulheres, paz, pessoascom deciência, pessoas idosas, população mundial, reugiados, saúde, sociedadecivil, terrorismo, voluntariado.

No que se reere aos Direitos Humanos, desde 1945, vários mecanismos têmsido criados para assegurá-los no mundo. Além da Declaração de 1948, outros trata-dos internacionais e instrumentos com essa mesma nalidade oram elaborados eraticados pela ONU e incorporados pelos países membros da instituição: Conven-

 ção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as ormas de Discriminação Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de todas as ormas de Discriminação contra as Mulheres (1979), a Convenção so-bre os Direitos da Criança (1989) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defciência (2006), são alguns deles.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e aCultura (Unesco)

 A ONU está presente em 193 países e em cada um deles atua em conormidadecom as necessidades apontadas pelos respectivos governos ante a Organização. NoBrasil, o Sistema das Nações Unidas está representado por agências especializadas,undos e programas, dentre eles a Organização das Nações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura (Unesco), que trabalha para criar as condições de diálogo entrecivilizações, culturas e povos, com base no respeito pelos valores por eles partilha-dos. Este diálogo abre possibilidades para que o mundo possa alcançar visões globais

para um desenvolvimento sustentável que leve em conta os Direitos Humanos, orespeito mútuo, assim como, alternativa para combater a pobreza.

Os objetivos da Unesco são:• Alcançar uma educação de qualidade para a aprendizagem ao longo da vida toda;• Mobilizar os conhecimentos da ciência e da política para o desenvolvimento sus-

tentável;

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Direitos Humanos e Geração de Paz111

• Enrentar novos desaos sociais e éticos;• Promover a diversidade cultural, o diálogo intercultural para uma cultura de paz;• Contribuir para a construção de sociedades do conhecimento inclusivas por

meio da inormação e comunicação.

Por um mundo novo que possa ser admirável

 É possível dizer que a cidadania plena, conorme está expresso no ideal do Ociden-te, que combina “liberdade com participação e com igualdade para todos”, seja umautopia, aqui entendida não como algo inatingível, mas que se busca alcançar. Umautopia que encarne o cuidado com indivíduo e com o coletivo, com o lugar onde vivemos e onde os outros também vivem, entendendo que ninguém e nenhumanação é autossuciente. É a utopia do cuidar do outro, que necessariamente leva àpreocupação com o mundo inteiro – um mundo não dividido – que alargará nossoshorizontes e os ará pleno de esperança utura.

Síntese do fascículoNeste ascículo, procurou-se discutir sobre o surgimento dos Direitos Hu-

manos, sua importância para a vida dos indivíduos e de que orma eles são vi- venciados no cotidiano de cada pessoa. Resgatamos a perspectiva histórica atéchegarmos à Declaração Universal dos Direitos Humanos e entendermos como associedades democráticas passaram a considerá-los como direitos de cidadania.

Procurou-se abordar aspectos relacionados às políticas públicas e de comoo Estado tem papel relevante de, por meio delas, assegurar os direitos huma-nos para a população, inclusive, citando exemplos de várias iniciativas brasilei-

ras. Isso nos az compreender que a deesa dos Direitos Humanos é respon-sabilidade de todos: governo e sociedade.

Finalmente, o ascículo procura omentar a discussão sobre as desigualdadessociais, e mostra que a concentração da riqueza nas mãos de poucos e o abuso depoder impulsionam a violência, o que ere os direitos humanos dos indivíduos.

Atividades

1.  Você conhece pessoas que apresentam comportamentos eticamente condená- veis? O que essa pessoa ez que eriu os princípios éticos que você deende?

2. Se você tivesse que escolher entre a liberdade e a igualdade, qual escolheria? Justique sua resposta.

3.  A cidadania é exercida em um país onde as crianças saem das escolas sem apren-der a ler e escrever?

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Referências AZEVEDO, Sérgio de. Políticas Públicas: discutindo modelos e alguns problemas de implementação.FASE, (2003).

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro, Editora CivilizaçãoBrasileira, 2008.

COMPARATO, Fábio Konder. A garantia institucional contra o abuso de poder, in Reforma Política e Ci-

dadania. Organizadores Maria Victória Benevides, Fábio Kerche, Paulo Vannuchi – 1. ed. São Paulo: EditoraFundação Perseu Abramo, 2003.

CUNHA, Clayton Mendonça, Direitos humanos, civilização e nação, in FREIXO, Adriano de et alii (org).Tensões Mundiais, Revista do Observatório das Nacionalidades, v. 5, Fortaleza, Gramma Ed. 2009.

Curso de Administração Pública e Gestão Ética V. 11 Universidade Aberta do Nordeste/ FundaçãoDemócrito Rocha. Fortaleza.

HEERDT, Mauri Luiz.Construindo ética e cidadania todos os dias. Florianópolis, SC: Sophos, 2000.

SACHS, Ignacy, Desenvolvimento, Direitos Humanos e Cidadania, in PINHEIRO, Paulo Sérgio & GUIMA-RÃES, Samuel Pinheiro. Direitos Humanos no Século XXI, v.1. Brasília, Senado Federal, s/d.

AutoresGuaraciara Barros Leal: Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará(UFC), com mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Integrou acomissão organizadora da “Coleção Brasil”, atuando como coautora dos livros, Direitos Huma-nos, um compromisso de todos (1997) e Mulher da luta e dos direitos (1998) e Anistia 20 anos(2000), publicados pelo Instituto Teotônio Vilela.

Sílvia Maria Aragão de Andrade Furtado: Graduada em História, com mestrado em Edu-cação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada pelo Programa Leadership or Environment and Development (LEAD), da Associação Brasileira de Formação de Lideranças(ABDL), em Wye, Grã-Bretanha. É secretária executiva da Fundação Waldemar Alcântara, pes-

quisadora e assessora para projetos editoriais da Lumiar Comunicação e Consultoria.

Presidente Luciana Dummar | Coordenação do Curso Rosamaria de Medeiros Arnt | Coordenação Acadêmico-Administrativa | 

 Ana Paula Costa Salmin |Editora Regina Ribeiro | Editor Adjunto Raymundo Netto | Coordenador de Produção Editorial Sérgio Falcão | Editor de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfco e Capas Amaurício Cortez e  Welton Travassos | Ilustrações Karlson Gracie | Editoração Eletrônica Welton Travassos | Revisão Tarcila Sampaio | Catalogação na Fonte Kelly Pereira

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