fascículo 1

8
E studantes que concluíram ou estão concluindo o ensino médio têm um grande desafio à frente. Em 26 de agosto será realizado o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, neste ano em sua nona edição. A prova, que avalia competências e habilidades fundamentais ao exercício da cidadania, é aplicada em caráter vo- luntário, mas o bom desempenho pode ajudar com pontos extras no processo de seleção de quase 1.000 faculdades em todo o Brasil. O Enem também é um dos pré-requisitos para o aluno que cursou o ensino médio em escola pública se candidatar às vagas do ProUni, o programa de bolsas de estudo do governo federal em faculdades particulares. Esta série de oito fascículos vai ajudá-lo a chegar lá. NESTA EDIÇÃO As cinco competências exigidas PÁG. 3 As três características da prova PÁGS. 4 E 5 O teste da interpretação PÁGS. 6 E 7 Planeje já seus estudos PÁG. 8 Guia Enem 2007 FASCÍCULO 1 DE 8 Começou a contagem regressiva Você tem dois meses para se preparar para a prova que pode facilitar o acesso a quase 1.000 faculdades 1 | REVISTA ÉPOCA | FASCÍCULO I CONTEÚDO DESENVOLVIDO POR

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fascículo 1

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Page 1: Fascículo 1

Estudantes que concluíram ou estão concluindo o ensino médio têm um grande desafi o à frente. Em 26 de agosto será realizado o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, neste ano em sua nona edição. A prova, que avalia competências e habilidades fundamentais ao exercício da cidadania, é aplicada em caráter vo-

luntário, mas o bom desempenho pode ajudar com pontos extras no processo de seleção de quase 1.000 faculdades em todo o Brasil. O Enem também é um dos pré-requisitos para o aluno que cursou o ensino médio em escola pública se candidatar às vagas do ProUni, o programa de bolsas de estudo do governo federal em faculdades particulares. Esta série de oito fascículos vai ajudá-lo a chegar lá.

NESTA EDIÇÃO

As cinco competências exigidas PÁG. 3

As três características da prova PÁGS. 4 E 5

O teste da interpretaçãoPÁGS. 6 E 7

Planeje já seus estudos PÁG. 8

Guia Enem 2007FASCÍCULO

1 DE 8

Começou a contagem regressivaVocê tem dois meses para se preparar para a prova que pode facilitar o acesso a quase 1.000 faculdades

1 | R E V I S T A É P O C A | F A S C Í C U L O I

CONTEÚDO DESENVOLVIDO

POR

Enem2007

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Page 2: Fascículo 1

2 I r e v i s ta é p o c a I 2 d e j u l h o d e 2 0 0 7

Ao estabelecer 63 questões, a prova do enem buscou atender às deman-

das exemplifi cadas pelas 21 habilida-des, três questões para cada habilidade com níveis diferentes de exigência (fá-cil, média e difícil). Na prática, porém, as provas em muitos casos apenas tan-genciaram essa proposta. ao longo das oito edições do enem, fi cou claro que muitas questões ou fi zeram referência a mais de uma habilidade, ou passa-ram longe delas. além disso, muitas das habilidades propostas na matriz do enem ora fazem referências ao mesmo procedimento lógico, ora apresentam idéias que se repetem.

embora se possa fazer algum tipo de crítica à formulação de algumas questões e às posturas metodológicas na formatação da matriz de competências e habilidades, é inegável o avanço que o enem representa nas formas de avaliação da educação em nível médio. É importante dar prioridade à leitura, à contextualização, à comple-mentaridade e à integração entre os vários ramos do saber. a avaliação valoriza a formação de pessoas mais éticas, justas e críticas. a sociedade quer comunidades mais humanas e o planeta preservado em sua biodiversidade. O enem, com sua matriz de competências e habilidades, parece enveredar nessa direção.

Objetivos da provaO exame do enem tem quatro finali-dades básicas. são elas:

1 Oferecer uma abrangente referência para que cada aluno-cidadão possa

proceder a sua auto-avaliação, facili-tando assim suas escolhas profi ssionais ou acadêmicas futuras;

2 apresentar uma avaliação da apren-dizagem ao fi nal do ensino médio

que poderia servir como modalidade

que complementasse os processos de se-leção nos diferentes setores do mercado de trabalho (muitas empresas já se utili-zam dessa estratégia);

3 Oferecer às mais diversas institui-ções uma aferição ao fi nal do ensino

médio que sirva como modalidade al-ternativa ou complementar aos exames de acesso aos cursos profi ssionalizantes

pós-médios e à educação superior (mui-tas universidades municipais, estaduais, federais e particulares utilizam a nota do enem como parte da nota ou inte-gralmente no processo de avaliação);

4 Promover a participação e criar con-dições de acesso a programas gover-

namentais, como o ProUni (Programa Universidade para todos).

As cinco competências exigidas

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SÃO

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lO

A leitura diária é fundamental. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, sites. es-

colha mídias ou periódicos sérios e com-prometidos com conteúdos atualizados. as ilustrações também devem merecer sua atenção. Não despreze os quadrinhos e as charges. Qualquer formato de refl exão pode ser assunto do enem. também me-recem destaque os gráfi cos, as tabelas, os diagramas. Não esqueça de que em geral metade da prova é constituída de pergun-tas baseadas nessas ilustrações.Para obter sucesso na prova siga estes dez passos:

1Leia com atenção o enunciado pelo menos duas vezes. a primeira leitura

sempre é superfi cial. Numa segunda, as entrelinhas se manifestam.

cOMO estUDar

O que é preciso para ter sucesso no exameDez passos para um bom desempenho no Enem

HaBiLiDaDes e cOMPetÊNcias

Ética e crítica também contam pontoA prova valoriza o conhecimento que contribui para a construção de comunidades mais humanas e para a preservação do planeta

Segundo o Documento básico 2000, que se encontra disponível no site do Inep (http://www.inep.gov.br/enem)

1 Dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica; 2 Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenôme-nos naturais, processos histórico-geográficos, produção tecnológica e

manifestações artísticas; 3 Selecionar, organizar, re-lacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema; � relacionar informa-ções, representadas em diferentes formas, e conhe-cimentos disponíveis em

situações concretas, para construir argumentação consistente; 5 recorrer aos conheci-mentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

2 | r e V i s t a É P O c a | F a s c í c U L O i

c o m o e s t u d a r | h a b i l i d a d e s e c o m p e t ê n c i a s | c a r a c t e r í s t i c a s | e x a m e s | o r i e n t a ç ã o

3 | r e V i s t a É P O c a | F a s c í c U L O i

Guia ÉPOCA Enem 2007

2 Localize a palavra-chave, grifando-a. ela é o foco da resposta.

3atente para as afi rmações e para as perguntas. as afi rmações são o ponto

de partida. O enem é generoso nesse as-pecto. Boa parte do enunciado traz ele-mentos que serão utilizados na resposta. Quanto às perguntas, foque exatamente o que se questiona.

�No caso de poemas, uma terceira leitu-ra se faz necessária. É importante per-

ceber quando ocorrem fi guras de lingua-gem. Os aspectos formais também podem trazer elementos para a interpretação.

5 No caso das charges, sempre contex-tualize. elas são densas e requerem

conhecimento do mundo. estar atuali-zado é fundamental.

�No caso dos quadrinhos, enumere as falas. identifi que-as relacionan-

do-as com as personagens. É sempre bom conhecer o perfi l das personagens. Por exemplo, o gato Garfi eld, mundialmente conhecido, é preguiçoso, adora lasanha e é muito irônico. isso já é sufi ciente para elaborar várias respostas.

� No caso de gráfi cos, estabeleça como se desenvolvem as curvas. Marque o

início e o fi m do período analisado. es-tabeleça relações de proporcionalidade: diretamente proporcionais (aumentam ou diminuem concomitantemente) ou inversamente proporcionais (enquanto uma aumenta, a outra diminui).

� No caso de diagramas, em forma de pizza, por exemplo, compare os “peda-

ços”. estabeleça visualmente os mais signi-fi cativos, isto é, os maiores. Geralmente são divididos em porcentuais. Não esqueça de que a soma deve sempre ser 100%.

9 No caso de tabelas, observe as nomen-claturas que encabeçam as colunas e

as que sinalizam as linhas. Faça um exer-cício visual: cruze os dados. compare-os. estabeleça relações de aumento ou redu-ção dos valores apresentados.

10 Não se preocupe com cálculos impossíveis. No enem, as contas

são sempre simples. Podem e devem ser realizadas de cabeça.

CONHEÇA ALGUNS SITES ÚTEIShttp://www.inep.gov.brAqui você vai encontrar tudo sobre o Enem. Há provas anteriores com os respectivos gabaritos, além de estatísticas, novidades e informações gerais sobre o exame.http://www.prouni-inscricao.mec.gov.br/prouniNo site do proUni, você pode fazer a ins-crição on-line, pesquisar faculdades que aderiram ao programa, aferir os requisitos mínimos para participar e conferir os prazos de inscrição.http://portal.mec.gov.br/No portal do MEC, há informações sobre educação em todos os níveis. Você pode se informar sobre crédito educativo e checar calendários sobre outros programas.

Foto

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oc

ANTENAÉ preciso que

o aluno invista tanto na formação

como na informação

NÍVEISHá questões fáceis, médias e difíceis paracada habilidade

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Ao estabelecer 63 questões, a prova do enem buscou atender às deman-

das exemplifi cadas pelas 21 habilida-des, três questões para cada habilidade com níveis diferentes de exigência (fá-cil, média e difícil). Na prática, porém, as provas em muitos casos apenas tan-genciaram essa proposta. ao longo das oito edições do enem, fi cou claro que muitas questões ou fi zeram referência a mais de uma habilidade, ou passa-ram longe delas. além disso, muitas das habilidades propostas na matriz do enem ora fazem referências ao mesmo procedimento lógico, ora apresentam idéias que se repetem.

embora se possa fazer algum tipo de crítica à formulação de algumas questões e às posturas metodológicas na formatação da matriz de competências e habilidades, é inegável o avanço que o enem representa nas formas de avaliação da educação em nível médio. É importante dar prioridade à leitura, à contextualização, à comple-mentaridade e à integração entre os vários ramos do saber. a avaliação valoriza a formação de pessoas mais éticas, justas e críticas. a sociedade quer comunidades mais humanas e o planeta preservado em sua biodiversidade. O enem, com sua matriz de competências e habilidades, parece enveredar nessa direção.

Objetivos da provaO exame do enem tem quatro finali-dades básicas. são elas:

1 Oferecer uma abrangente referência para que cada aluno-cidadão possa

proceder a sua auto-avaliação, facili-tando assim suas escolhas profi ssionais ou acadêmicas futuras;

2 apresentar uma avaliação da apren-dizagem ao fi nal do ensino médio

que poderia servir como modalidade

que complementasse os processos de se-leção nos diferentes setores do mercado de trabalho (muitas empresas já se utili-zam dessa estratégia);

3 Oferecer às mais diversas institui-ções uma aferição ao fi nal do ensino

médio que sirva como modalidade al-ternativa ou complementar aos exames de acesso aos cursos profi ssionalizantes

pós-médios e à educação superior (mui-tas universidades municipais, estaduais, federais e particulares utilizam a nota do enem como parte da nota ou inte-gralmente no processo de avaliação);

4 Promover a participação e criar con-dições de acesso a programas gover-

namentais, como o ProUni (Programa Universidade para todos).

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colha mídias ou periódicos sérios e com-prometidos com conteúdos atualizados. as ilustrações também devem merecer sua atenção. Não despreze os quadrinhos e as charges. Qualquer formato de refl exão pode ser assunto do enem. também me-recem destaque os gráfi cos, as tabelas, os diagramas. Não esqueça de que em geral metade da prova é constituída de pergun-tas baseadas nessas ilustrações.Para obter sucesso na prova siga estes dez passos:

1Leia com atenção o enunciado pelo menos duas vezes. a primeira leitura

sempre é superfi cial. Numa segunda, as entrelinhas se manifestam.

cOMO estUDar

O que é preciso para ter sucesso no exameDez passos para um bom desempenho no Enem

HaBiLiDaDes e cOMPetÊNcias

Ética e crítica também contam pontoA prova valoriza o conhecimento que contribui para a construção de comunidades mais humanas e para a preservação do planeta

Segundo o Documento básico 2000, que se encontra disponível no site do Inep (http://www.inep.gov.br/enem)

1 Dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica; 2 Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenôme-nos naturais, processos histórico-geográficos, produção tecnológica e

manifestações artísticas; 3 Selecionar, organizar, re-lacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema; � relacionar informa-ções, representadas em diferentes formas, e conhe-cimentos disponíveis em

situações concretas, para construir argumentação consistente; 5 recorrer aos conheci-mentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

2 | r e V i s t a É P O c a | F a s c í c U L O i

c o m o e s t u d a r | h a b i l i d a d e s e c o m p e t ê n c i a s | c a r a c t e r í s t i c a s | e x a m e s | o r i e n t a ç ã o

3 | r e V i s t a É P O c a | F a s c í c U L O i

Guia ÉPOCA Enem 2007

2 Localize a palavra-chave, grifando-a. ela é o foco da resposta.

3atente para as afi rmações e para as perguntas. as afi rmações são o ponto

de partida. O enem é generoso nesse as-pecto. Boa parte do enunciado traz ele-mentos que serão utilizados na resposta. Quanto às perguntas, foque exatamente o que se questiona.

�No caso de poemas, uma terceira leitu-ra se faz necessária. É importante per-

ceber quando ocorrem fi guras de lingua-gem. Os aspectos formais também podem trazer elementos para a interpretação.

5 No caso das charges, sempre contex-tualize. elas são densas e requerem

conhecimento do mundo. estar atuali-zado é fundamental.

�No caso dos quadrinhos, enumere as falas. identifi que-as relacionan-

do-as com as personagens. É sempre bom conhecer o perfi l das personagens. Por exemplo, o gato Garfi eld, mundialmente conhecido, é preguiçoso, adora lasanha e é muito irônico. isso já é sufi ciente para elaborar várias respostas.

� No caso de gráfi cos, estabeleça como se desenvolvem as curvas. Marque o

início e o fi m do período analisado. es-tabeleça relações de proporcionalidade: diretamente proporcionais (aumentam ou diminuem concomitantemente) ou inversamente proporcionais (enquanto uma aumenta, a outra diminui).

� No caso de diagramas, em forma de pizza, por exemplo, compare os “peda-

ços”. estabeleça visualmente os mais signi-fi cativos, isto é, os maiores. Geralmente são divididos em porcentuais. Não esqueça de que a soma deve sempre ser 100%.

9 No caso de tabelas, observe as nomen-claturas que encabeçam as colunas e

as que sinalizam as linhas. Faça um exer-cício visual: cruze os dados. compare-os. estabeleça relações de aumento ou redu-ção dos valores apresentados.

10 Não se preocupe com cálculos impossíveis. No enem, as contas

são sempre simples. Podem e devem ser realizadas de cabeça.

CONHEÇA ALGUNS SITES ÚTEIShttp://www.inep.gov.brAqui você vai encontrar tudo sobre o Enem. Há provas anteriores com os respectivos gabaritos, além de estatísticas, novidades e informações gerais sobre o exame.http://www.prouni-inscricao.mec.gov.br/prouniNo site do proUni, você pode fazer a ins-crição on-line, pesquisar faculdades que aderiram ao programa, aferir os requisitos mínimos para participar e conferir os prazos de inscrição.http://portal.mec.gov.br/No portal do MEC, há informações sobre educação em todos os níveis. Você pode se informar sobre crédito educativo e checar calendários sobre outros programas.

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ANTENAÉ preciso que

o aluno invista tanto na formação

como na informação

NÍVEISHá questões fáceis, médias e difíceis paracada habilidade

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c o m o e s t u d a r | h a b i l i d a d e s e c o m p e t ê n c i a s | c a r a c t e r í s t i c a s | e x a m e s |

Saber as matérias não basta. O Enem exige dos alunos a percepção de que as disciplinas estão relacionadas entre si e com a realidade extracurricular

características

Além do conhecimento

1 Interdisciplinaridadea interdisciplinaridade é uma articulação de diversos cam-pos de conhecimento. as dis-ciplinas “dialogam” a fim de

fomentar a capacidade de perceber as múltiplas implicações possíveis, quan-do se analisam acontecimentos natu-rais ou sociais. as questões propostas são elaboradas a partir de um fenôme-no geralmente extraído do cotidiano, de dimensão socioeconômica, políti-ca, ecológica, filosófica ou cultural, levando-se em conta sua rede comple-xa de relações.

Uma face importante do trabalho didático que envolve as questões pro-postas é a que se dá por meio de concei-tos como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais, a consciência da complexidade humana e da ética nas relações sociais, a importância da pre-servação do ambiente, o conhecimento básico das condições necessárias para o pleno exercício da cidadania.

as disciplinas acadêmicas são sub-produtos de recortes e pré-seleções arbitrários, histórica e ideologica-mente construídos. representam as mais diversas modalidades de interes-ses e relações de poder que ressaltam, ocultam ou negam outras formas de conhecimento.

a partir de conceitos-chave, estimu-la-se que a cobrança se dê de uma outra

maneira. a compreensão de um fenô-meno matemático ou de um problema de logística, a descrição de um proces-so físico ou de uma reação química e as diferentes formas de sensibilização por meio de leituras propostas pela litera-tura estão interagindo continuamente.

como a consciência da realidade se constrói num processo de inter-penetração dos diferentes campos do saber, a interdisciplinaridade é a res-posta mais adequada ao modelo ante-rior. O desenvolvimento das pesquisas científicas e os avanços da tecnologia mostraram que o sujeito pesquisador interfere no objeto pesquisado e que não há neutralidade no conhecimento. a interdisciplinaridade pressupõe cola-boração, complementaridade e inte-gração entre os conteúdos das diversas áreas do conhecimento presentes nas propostas curriculares.

trata-se de prática interpretativa que visa a construir significados. O que se busca é a percepção de que todos os fenômenos estão inter-relacionados. Não se aceita mais que se jogue no chão uma bituca de cigarro sem que alguém se responsabilize pelas con-seqüências dessa atitude. enchentes e doenças ligadas às chuvas excessivas combinadas com urina de rato matam pessoas. O efeito estufa se deve prova-velmente também a atividades huma-nas que poderiam ser controladas ou

evitadas. essas inferências exigem de nós colaboração, complementaridade e integração entre os conteúdos das diversas áreas do conhecimento pre-sentes nas propostas curriculares.

.

2 Intertextualidadeintertextualidade significa relação entre textos. O texto é um todo significativo. a palavra texto vem do latim

textum, tecido. Por isso se fala em indústria têxtil. Na significação origi-nal está presente a idéia de entrelaça-mento de linhas, cordas ou cordões, formando redes ou tramas: o tecido. Há um curioso jogo de palavras, nunca arbitrário, formado por rede (e o que é elaborar enredos?), tramas (construir sobrepondo e entrelaçando idéias) e linhas (metonímia para o sintagma através do qual as idéias se encadeiam). tecer idéias, construir textos, nada mais é que estabelecer relações entre as partes que compõem esse todo.

O enem exige que se saiba relacionar textos que estabeleçam certo diálogo entre si. Geralmente são confrontados textos que tratam de assuntos correla-

Odomínio das disciplinas é fundamental para o estudante, mas não é suficiente. É preciso que ele as relacione e perceba que os saberes, em-bora específicos, não pertencem a compartimentos estanques. a carac-

terística principal da prova do enem talvez seja a relação entre três aspectos fundamentais do conhecimento: a interdisciplinaridade, a intertextualidade e a interpretação, não apenas de textos, mas também de tabelas, gráficos e diagramas. Veja a seguir o que significa cada um desses conceitos.

tos. Às vezes, são as formas de abordagens ou as estru-turas morfossintáticas que apresentam correspondên-cias. referências, alusões, epígrafes, paráfrases, paró-dias ou pastiches são algu-mas das formas de intertex-tualidade (em seu diálogo com a tradição artística), utilizadas como proposta de fundo para outros questio-namentos.

escritores consagrados ti-veram suas obras reviradas, parodiadas, parafraseadas. camões retomou diversas cantigas medievais em seus versos redondilhos e soube recuperar idéias e temas de Platão e Petrarca. Gregório de Matos fez uma releitura dos espanhóis Luis de Góngora e Francisco de Quevedo. Oswald de andrade parodiou Gonçal-ves Dias, que também foi parodiado por Murilo Mendes e José Paulo Paes. car-los Drummond recicla tomás antônio Gonzaga. adélia Prado, por sua vez, re-cupera Drummond. Machado de assis traduz edgar allan Poe e o recupera em

sua borboleta de Memó-rias Póstumas. O famoso “No Meio do caminho”, de Drummond, ecoa a obra de Olavo Bilac, “Nel Mezzo del camin”, que por sua vez é uma reto-mada de Dante alighie-ri. O mesmo se dá com as recriações em relação ao cinema, ao teatro, à mú-sica, à escultura, enfim, à arte de modo geral. De uma perspectiva mais ou-sada, podemos dizer que os próprios gráficos, os

diagramas, as tabelas, os quadrinhos, as charges, as ilustrações de modo ge-ral são textos não-verbais que dialogam com outros textos, com os enunciados e até com as próprias alternativas.

3 Interpretaçãointerpretar (inter = entre + pretor = preço) é determinar o significado preciso, enten-der, avaliar. interpretação

vem do latim interpretationis. Palavra que, no final da idade Média, já tinha

o significado de “explicação, tradução, compreensão”, mas também “avalia-ção ou decisão”. era o “entrepreço” praticado nos entrepostos medievais, cujos mercadores de diferentes burgos buscavam padronizar na vaga tentativa de traduzir as diversificadas falas ou dialetos, indicando valores, equiva-lências. era papel então do intérprete traduzir ou decidir o valor, o preço da mercadoria em questão.

atualmente interpretar é ainda um pouco disso tudo. É “ajuizar certo sen-tido”, é “verter ou traduzir o signi-ficado de um termo de uma língua estrangeira”, é “determinar um valor equivalente”. Quando deparamos com um texto cujos sentidos latentes preci-sam ser alcançados, ajuizados ou ver-tidos, estamos fazendo um exercício de interpretação. Ocorre nesse momen-to a necessidade de se conhecerem as entrelinhas, os meandros, os pressu-postos, as figuras de linguagem e suas correspondências semânticas, enfim, as idéias subjacentes. a interpretação é uma competência relacionada a conhe-cimento subjacente.

Quando transportamos essas defi-nições para o campo dos gráficos, tabelas e diagramas, percebemos a mesma necessidade, ainda que de um modo mais “algébrico” ou “lógico”, menos sujeito a ambigüidades. em planos cartesianos, nas quantidades especificadas nas tabelas ou nas áreas relativas dos diagramas, o que preva-lece é a relação ou proporção matemá-tica, na forma de vetores ou de curvas. continuamos coletando os sentidos latentes que precisam ser alcança-dos, ajuizados ou vertidos. estamos fazendo aí também um exercício de interpretação.

Roberto Dalefi

É comum encontrar no exame textos de diferentes autores que tratam de assuntos correlatos

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ETIMOLOGIATexto vem do latim textum, tecido. Tecer idéias é estabelecer relações entre as partes

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Guia ÉPOCA Enem 2007

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Saber as matérias não basta. O Enem exige dos alunos a percepção de que as disciplinas estão relacionadas entre si e com a realidade extracurricular

características

Além do conhecimento

1 Interdisciplinaridadea interdisciplinaridade é uma articulação de diversos cam-pos de conhecimento. as dis-ciplinas “dialogam” a fim de

fomentar a capacidade de perceber as múltiplas implicações possíveis, quan-do se analisam acontecimentos natu-rais ou sociais. as questões propostas são elaboradas a partir de um fenôme-no geralmente extraído do cotidiano, de dimensão socioeconômica, políti-ca, ecológica, filosófica ou cultural, levando-se em conta sua rede comple-xa de relações.

Uma face importante do trabalho didático que envolve as questões pro-postas é a que se dá por meio de concei-tos como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais, a consciência da complexidade humana e da ética nas relações sociais, a importância da pre-servação do ambiente, o conhecimento básico das condições necessárias para o pleno exercício da cidadania.

as disciplinas acadêmicas são sub-produtos de recortes e pré-seleções arbitrários, histórica e ideologica-mente construídos. representam as mais diversas modalidades de interes-ses e relações de poder que ressaltam, ocultam ou negam outras formas de conhecimento.

a partir de conceitos-chave, estimu-la-se que a cobrança se dê de uma outra

maneira. a compreensão de um fenô-meno matemático ou de um problema de logística, a descrição de um proces-so físico ou de uma reação química e as diferentes formas de sensibilização por meio de leituras propostas pela litera-tura estão interagindo continuamente.

como a consciência da realidade se constrói num processo de inter-penetração dos diferentes campos do saber, a interdisciplinaridade é a res-posta mais adequada ao modelo ante-rior. O desenvolvimento das pesquisas científicas e os avanços da tecnologia mostraram que o sujeito pesquisador interfere no objeto pesquisado e que não há neutralidade no conhecimento. a interdisciplinaridade pressupõe cola-boração, complementaridade e inte-gração entre os conteúdos das diversas áreas do conhecimento presentes nas propostas curriculares.

trata-se de prática interpretativa que visa a construir significados. O que se busca é a percepção de que todos os fenômenos estão inter-relacionados. Não se aceita mais que se jogue no chão uma bituca de cigarro sem que alguém se responsabilize pelas con-seqüências dessa atitude. enchentes e doenças ligadas às chuvas excessivas combinadas com urina de rato matam pessoas. O efeito estufa se deve prova-velmente também a atividades huma-nas que poderiam ser controladas ou

evitadas. essas inferências exigem de nós colaboração, complementaridade e integração entre os conteúdos das diversas áreas do conhecimento pre-sentes nas propostas curriculares.

.

2 Intertextualidadeintertextualidade significa relação entre textos. O texto é um todo significativo. a palavra texto vem do latim

textum, tecido. Por isso se fala em indústria têxtil. Na significação origi-nal está presente a idéia de entrelaça-mento de linhas, cordas ou cordões, formando redes ou tramas: o tecido. Há um curioso jogo de palavras, nunca arbitrário, formado por rede (e o que é elaborar enredos?), tramas (construir sobrepondo e entrelaçando idéias) e linhas (metonímia para o sintagma através do qual as idéias se encadeiam). tecer idéias, construir textos, nada mais é que estabelecer relações entre as partes que compõem esse todo.

O enem exige que se saiba relacionar textos que estabeleçam certo diálogo entre si. Geralmente são confrontados textos que tratam de assuntos correla-

Odomínio das disciplinas é fundamental para o estudante, mas não é suficiente. É preciso que ele as relacione e perceba que os saberes, em-bora específicos, não pertencem a compartimentos estanques. a carac-

terística principal da prova do enem talvez seja a relação entre três aspectos fundamentais do conhecimento: a interdisciplinaridade, a intertextualidade e a interpretação, não apenas de textos, mas também de tabelas, gráficos e diagramas. Veja a seguir o que significa cada um desses conceitos.

tos. Às vezes, são as formas de abordagens ou as estru-turas morfossintáticas que apresentam correspondên-cias. referências, alusões, epígrafes, paráfrases, paró-dias ou pastiches são algu-mas das formas de intertex-tualidade (em seu diálogo com a tradição artística), utilizadas como proposta de fundo para outros questio-namentos.

escritores consagrados ti-veram suas obras reviradas, parodiadas, parafraseadas. camões retomou diversas cantigas medievais em seus versos redondilhos e soube recuperar idéias e temas de Platão e Petrarca. Gregório de Matos fez uma releitura dos espanhóis Luis de Góngora e Francisco de Quevedo. Oswald de andrade parodiou Gonçal-ves Dias, que também foi parodiado por Murilo Mendes e José Paulo Paes. car-los Drummond recicla tomás antônio Gonzaga. adélia Prado, por sua vez, re-cupera Drummond. Machado de assis traduz edgar allan Poe e o recupera em

sua borboleta de Memó-rias Póstumas. O famoso “No Meio do caminho”, de Drummond, ecoa a obra de Olavo Bilac, “Nel Mezzo del camin”, que por sua vez é uma reto-mada de Dante alighie-ri. O mesmo se dá com as recriações em relação ao cinema, ao teatro, à mú-sica, à escultura, enfim, à arte de modo geral. De uma perspectiva mais ou-sada, podemos dizer que os próprios gráficos, os

diagramas, as tabelas, os quadrinhos, as charges, as ilustrações de modo ge-ral são textos não-verbais que dialogam com outros textos, com os enunciados e até com as próprias alternativas.

3 Interpretaçãointerpretar (inter = entre + pretor = preço) é determinar o significado preciso, enten-der, avaliar. interpretação

vem do latim interpretationis. Palavra que, no final da idade Média, já tinha

o significado de “explicação, tradução, compreensão”, mas também “avalia-ção ou decisão”. era o “entrepreço” praticado nos entrepostos medievais, cujos mercadores de diferentes burgos buscavam padronizar na vaga tentativa de traduzir as diversificadas falas ou dialetos, indicando valores, equiva-lências. era papel então do intérprete traduzir ou decidir o valor, o preço da mercadoria em questão.

atualmente interpretar é ainda um pouco disso tudo. É “ajuizar certo sen-tido”, é “verter ou traduzir o signi-ficado de um termo de uma língua estrangeira”, é “determinar um valor equivalente”. Quando deparamos com um texto cujos sentidos latentes preci-sam ser alcançados, ajuizados ou ver-tidos, estamos fazendo um exercício de interpretação. Ocorre nesse momen-to a necessidade de se conhecerem as entrelinhas, os meandros, os pressu-postos, as figuras de linguagem e suas correspondências semânticas, enfim, as idéias subjacentes. a interpretação é uma competência relacionada a conhe-cimento subjacente.

Quando transportamos essas defi-nições para o campo dos gráficos, tabelas e diagramas, percebemos a mesma necessidade, ainda que de um modo mais “algébrico” ou “lógico”, menos sujeito a ambigüidades. em planos cartesianos, nas quantidades especificadas nas tabelas ou nas áreas relativas dos diagramas, o que preva-lece é a relação ou proporção matemá-tica, na forma de vetores ou de curvas. continuamos coletando os sentidos latentes que precisam ser alcança-dos, ajuizados ou vertidos. estamos fazendo aí também um exercício de interpretação.

Roberto Dalefi

É comum encontrar no exame textos de diferentes autores que tratam de assuntos correlatos

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ETIMOLOGIATexto vem do latim textum, tecido. Tecer idéias é estabelecer relações entre as partes

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Avalie sua interpretaçãoHabilidade 1: Dada a descrição de um experimento de natureza científica, tecnológica ou social, identificar variáveis relevantes e selecionar os instrumentos necessários para a realização ou interpretação do mesmo

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1o exemplo

uma localidade em que a sombra deverá estar bem mais próxima da linha pontilhada, em vias de passar de um lado para o outro. em que localidade, entre as listadas abaixo, seria mais provável que isso ocorresse?

(A) Natal.(b) Manaus.(C) Cuiabá.(D) brasília.(E) boa Vista.

resposta comentada:A mesma habilidade é cobrada. Propõe-se uma variante de texto sobre o mesmo assunto, a mesma ilustração. O participante, na resolução dessa questão, deveria mostrar a capacidade de deduzir, a partir do texto e das ilustrações, em qual das cidades (no caso, a resposta deveria ser Brasília, pois está mais ao centro em relação às duas outras cidades citadas) apontadas nas alternativas a sombra estaria mais próxima da linha de referência Norte–Sul. O que se cobra é a posição mais próxima da linha pontilhada, que é a longitude intermediária entre Recife (sombra a leste) e Porto Alegre e Macapá (sombras a oeste), portanto, a localidade é Brasília.

3o exemploA gasolina é vendida por litro, mas, em sua utilização como combustível, a massa é o que importa. Um aumento da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os tanques dos postos de ga-solina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos:

I Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais quente do dia,

pois estaria comprando mais massa por litro de combustível.

levando-se em conta a localização dessas três cidades no mapa, pode-mos afirmar que os comprimentos das sombras serão tanto maiores quanto maior for o afastamento da cidade em relação ao

(A) litoral.(b) Equador.(C) nível do mar.(D) Trópico de Capricórnio.(E) Meridiano de greenwich.

resposta comentada:A questão traz um texto sobre atividade realizada por alunos de Macapá, Porto Alegre e Recife sobre observação de sombras no inverno a partir de um experimento com varetas. Temos também uma ilustração do experimento. Propõe-se identificar variáveis relevantes e selecionar os instrumentos necessários para sua realização ou interpretação. A resposta adequada exigiu do participante a capacidade de estabelecer as relações entre o comprimento da projeção de sombras em diferentes localidades do Brasil e seu distanciamento em relação a um ponto de referência, a partir dos dados apresentados: direção Norte–Sul, distanciamento em relação ao Equador, projeção de sombras e posição do Sol. Como se pode observar nas figuras, o comprimento das sombras é menor quanto mais ao norte do Brasil a cidade está (nesse caso, Macapá). Dessa forma, será maior quanto mais ao sul estiver (nesse caso, Porto Alegre), portanto mais longe do Equador.

2o exemplopelos resultados da experiência, num mesmo instante, no recife a sombra se projeta à direita e nas outras duas cidades à esquerda da linha pontilhada na cartolina. É razoável, então, afirmar que existe

No primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul, uma atividade de observação de sombras é realizada por alunos de Macapá, porto Alegre e reci-fe. para isso, utiliza-se uma vareta de 30 centímetros fincada no chão na posição vertical. para marcar o tama-nho e a posição da sombra, o chão é forrado com uma folha de cartolina, como mostra a figura abaixo.

Nas figuras abaixo, estão representadas as sombras projetadas pelas varetas nas três cidades, no mesmo instante, ao meio-dia. A linha pontilhada indica a direção Norte–Sul.

II Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria compran-

do mais massa de combustível para cada litro.

IIISe a gasolina fosse vendida por quilo em vez de por litro,

o problema comercial decorrente da dilatação da gasolina estaria resolvido.

dessas considerações, somente

(A) I é correta.(b) II é correta.(C) III é correta.(D) I e II são corretas.(E) II e III são corretas.

resposta comentada:A única afirmação incorreta (I) aponta uma vantagem ao abastecer o carro “na hora mais quente do dia”, pois se “estaria comprando mais massa por litro de combustível”. Ledo engano. Temos uma descrição discursiva sobre um fenômeno físico. O participante deveria identificar as variáveis relevantes: o conhecimento dos conceitos e das relações entre peso, massa e volume, em diferentes temperaturas. Deveria ser capaz de estabelecer corretamente essas relações em uma situação concreta, evitando uma associação direta, em que o aumento de volume levaria ao aumento de massa. Nos postos, o aumento de temperatura levaria a um aumento de volume, mas não da massa.

Faça nosso simulado on-lineresponda às 63 questões no site e conheça sua pontuação e o gabarito no final. Em 18 de julho, publicaremos o ranking entre os participantes. comece a treinar já em

www.epoca.com.br

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Avalie sua interpretaçãoHabilidade 1: Dada a descrição de um experimento de natureza científica, tecnológica ou social, identificar variáveis relevantes e selecionar os instrumentos necessários para a realização ou interpretação do mesmo

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1o exemplo

uma localidade em que a sombra deverá estar bem mais próxima da linha pontilhada, em vias de passar de um lado para o outro. em que localidade, entre as listadas abaixo, seria mais provável que isso ocorresse?

(A) Natal.(b) Manaus.(C) Cuiabá.(D) brasília.(E) boa Vista.

resposta comentada:A mesma habilidade é cobrada. Propõe-se uma variante de texto sobre o mesmo assunto, a mesma ilustração. O participante, na resolução dessa questão, deveria mostrar a capacidade de deduzir, a partir do texto e das ilustrações, em qual das cidades (no caso, a resposta deveria ser Brasília, pois está mais ao centro em relação às duas outras cidades citadas) apontadas nas alternativas a sombra estaria mais próxima da linha de referência Norte–Sul. O que se cobra é a posição mais próxima da linha pontilhada, que é a longitude intermediária entre Recife (sombra a leste) e Porto Alegre e Macapá (sombras a oeste), portanto, a localidade é Brasília.

3o exemploA gasolina é vendida por litro, mas, em sua utilização como combustível, a massa é o que importa. Um aumento da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os tanques dos postos de ga-solina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos:

I Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais quente do dia,

pois estaria comprando mais massa por litro de combustível.

levando-se em conta a localização dessas três cidades no mapa, pode-mos afirmar que os comprimentos das sombras serão tanto maiores quanto maior for o afastamento da cidade em relação ao

(A) litoral.(b) Equador.(C) nível do mar.(D) Trópico de Capricórnio.(E) Meridiano de greenwich.

resposta comentada:A questão traz um texto sobre atividade realizada por alunos de Macapá, Porto Alegre e Recife sobre observação de sombras no inverno a partir de um experimento com varetas. Temos também uma ilustração do experimento. Propõe-se identificar variáveis relevantes e selecionar os instrumentos necessários para sua realização ou interpretação. A resposta adequada exigiu do participante a capacidade de estabelecer as relações entre o comprimento da projeção de sombras em diferentes localidades do Brasil e seu distanciamento em relação a um ponto de referência, a partir dos dados apresentados: direção Norte–Sul, distanciamento em relação ao Equador, projeção de sombras e posição do Sol. Como se pode observar nas figuras, o comprimento das sombras é menor quanto mais ao norte do Brasil a cidade está (nesse caso, Macapá). Dessa forma, será maior quanto mais ao sul estiver (nesse caso, Porto Alegre), portanto mais longe do Equador.

2o exemplopelos resultados da experiência, num mesmo instante, no recife a sombra se projeta à direita e nas outras duas cidades à esquerda da linha pontilhada na cartolina. É razoável, então, afirmar que existe

No primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul, uma atividade de observação de sombras é realizada por alunos de Macapá, porto Alegre e reci-fe. para isso, utiliza-se uma vareta de 30 centímetros fincada no chão na posição vertical. para marcar o tama-nho e a posição da sombra, o chão é forrado com uma folha de cartolina, como mostra a figura abaixo.

Nas figuras abaixo, estão representadas as sombras projetadas pelas varetas nas três cidades, no mesmo instante, ao meio-dia. A linha pontilhada indica a direção Norte–Sul.

II Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria compran-

do mais massa de combustível para cada litro.

IIISe a gasolina fosse vendida por quilo em vez de por litro,

o problema comercial decorrente da dilatação da gasolina estaria resolvido.

dessas considerações, somente

(A) I é correta.(b) II é correta.(C) III é correta.(D) I e II são corretas.(E) II e III são corretas.

resposta comentada:A única afirmação incorreta (I) aponta uma vantagem ao abastecer o carro “na hora mais quente do dia”, pois se “estaria comprando mais massa por litro de combustível”. Ledo engano. Temos uma descrição discursiva sobre um fenômeno físico. O participante deveria identificar as variáveis relevantes: o conhecimento dos conceitos e das relações entre peso, massa e volume, em diferentes temperaturas. Deveria ser capaz de estabelecer corretamente essas relações em uma situação concreta, evitando uma associação direta, em que o aumento de volume levaria ao aumento de massa. Nos postos, o aumento de temperatura levaria a um aumento de volume, mas não da massa.

Faça nosso simulado on-lineresponda às 63 questões no site e conheça sua pontuação e o gabarito no final. Em 18 de julho, publicaremos o ranking entre os participantes. comece a treinar já em

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Como usar esta coleção

As cinco competências avaliadas pelo enem (veja o texto à pág. 3) são ex-

pressas por meio de 21 habilidades. a primeira delas é objeto dos três testes das páginas 6 e 7 deste fascículo. até o fim da série serão resolvidas e comentadas questões referentes às outras habilida-des, de acordo com o calendário abaixo. Os testes foram retirados do exame de 1999. No fascículo da próxima semana, serão apresentadas questões referentes a outras quatro habilidades. são elas:

Habilidade 2em um gráfico cartesiano de variável socieconômica ou técnico-científica, identificar e analisar valores das va-

riáveis, intervalos de crescimento ou decréscimo e taxas de variação.

Habilidade 3Dada uma distribuição estatística de variável social, econômica, física, quí-mica ou biológica, traduzir e interpre-tar as informações disponíveis, ou re-organizá-las, objetivando interpolações ou extrapolações.

Habilidade �Dada uma situação-problema, apresen-tada em uma linguagem de determina-da área de conhecimento, relacioná-la com sua formulação em outras lingua-gens ou vice-versa.

Habilidade 5a partir da leitura de textos literários consagrados e de informações sobre concepções artísticas, estabelecer rela-ções entre eles e seu contexto histórico, social, político ou cultural, inferindo as escolhas dos temas, gêneros discursivos e recursos expressivos dos autores.

conhecer essas habilidades é funda-mental para a realização da prova, que terá 63 questões de múltipla escolha (três para cada habilidade) e uma pro-posta de redação de natureza disser-tativo-argumentativa. a redação será tratada no fascículo 7. O último, que circula uma semana antes do enem, será dedicado a um simulado.

Obs.: veja a descrição das habilidades no site do Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais (Inep): http://www.inep.gov.br/enem

Em cada fascículo, quatro habilidades; a série fecha com redação e simulado

O exame será realizado em 26 de agosto, um domingo, a partir das 13 horas (horário de brasília) e com duração de cinco horas. Os portões de acesso aos locais de prova serão abertos às 12 horas e fechados às 13 horas impreterivelmente. A apli-cação das provas é descentralizada. Os exames em geral são feitos nas próprias escolas onde estudam os alunos da 3a série.

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OrieNtaçãO

CAlENDárIO

1

2 a 5 – próxima semana

6 a 9

10 a 13

14 a 17

18 a 21

redação

Simulado

1

2

3

4

5

6

7

8

Fascículo habilidadediretor de redação Helio gurovitz [email protected] David Cohendiretor de criação Saulo ribaseditores-executiVos André Fontenelle, David Friedlanderdiretor de arte Marcos Marques

Sede Administrativa – São paulo - Av. Jaguaré, 1485, Jaguaré, CEp 05346-902, São paulo, Sp - Fone (11) 3767-7000

O guia ÉpOCA ENEM 2007 é um projeto editorial de 8 fascí-culos desenvolvido pelo UNO Sistema de Ensino da Editora Moderna para a Editora globo. © 2007 Editora Moderna e Editora globo. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta coleção pode ser reproduzida sem autorização prévia da Editora Moderna e da Editora globo.

coordenação geral do projeto Ana luisa Astizcoordenação pedagógica Carlos piatto (UNO)comentários e respostas Superium Vestibulares, sob supervisão do prof. roberto Dalefiedição de texto Oscar pilagalloedição de arte leonardo Nery prottiilustrações paulo ZilbermanreVisão bel ribeirosuperVisora de internet Adriana Isidi

diretor executiVo Juan Ocerindiretor editorial paulo Nogueiradiretor de mercado anunciante gilberto Corazzadiretor de Finanças Frederic Zoghaib Kachardiretor de assinaturas Stavros Frangoulidis Neto

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