farmacologia molecular

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Page 1: Farmacologia molecular

Prof. Cristina Câmara Digitado por Rose Viviane

FARMACOLOGIA MOLECULAR É a ciência que estuda os mecanismos moleculares dos efeitos dos

fármacos no organismo, tanto o efeito terapêutico quanto indesejado,

colateral.

I – RECEPTORES FARMACOLÓGICOS – CONCEITO A maioria dos fármacos só age no nosso organismo se eles se ligarem a

um componente orgânico e, a partir dessa ligação, começar a promover uma

série de reações químicas. O componente do nosso organismo ao qual o

fármaco se liga é chamado receptor farmacológico, que já existem no

organismo; são os mesmos aos quais se ligam os nossos hormônios,

neurotransmissores...

Por isso que nem toda substância serve como fármaco, pois ela precisa

ter uma estrutura molecular que permita que ela se ligue com o componente

que ela precisa alterar.

II – NATUREZA DOS RECEPTORES: ESTRUTURAIS 1. PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS

ENZIMAS METABOLIZADORAS A maioria.

Hoje só existe um exemplo de proteína estrutural que serve de

receptor pra fármaco: é a tubulina. O resto trata-se basicamente de

enzimas metabolizadoras.

Alguns fármacos se ligam a proteínas transportadoras da membrana,

alterando o fluxo de íons(principalmente Na+ e K+) transmembrana. Esse é o

princípio para o tratamento da insuficiência cardíaca, onde se usa fármacos

chamados digitálicos.

Em relação às enzimas, nós podemos alterar seu funcionamento em

benefício do nosso paciente. Ao se ligarem, os fármacos podem bloquear a

enzima ou fazem que ela trabalhe de forma mais rápida. O tto das

depressões usa fármacos que bloqueiam as enzimas e interferem nos níveis

de noradrenalina. O grupo inibidores da MAO (mono-amino-oxidase-enzima

que, tanto a nível central quanto a periférico, atua para encerrar a atuação

do neurotransmissor noradrenalina, metabolizando-a), impede que a MAO

realize sua função metabolizadora de noradrenalina, melhorando a

performance emocional do paciente.

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Prof. Cristina Câmara Digitado por Rose Viviane

2. ÁCIDOS NUCLEICOS

Importante na ação dos antibióticos, antineoplásicos, quimioterápicos,

malária, parasitoses.

São drogas de manuseio delicado, pois não mexem apenas com o DNA

da bactéria, podendo ter efeitos colaterais importantes. Por isso são drogas

usadas na menor dose necessária para resultado terapêutico e no tempo

menor necessário para curar o paciente. Há um maior controle da

comercialização de antibióticos hoje devido a isso. O Cloranfenicol é um

exemplo de fármaco que demanda muito cuidado em sua prescrição, com uso

restrito, já que tem como efeito colateral a possibilidade de desenvolver

aplasia medular.

III – TIPOS DE RECEPTORES: LIGADOS A CANAIS IÔNICOS 1. SUPERFICIAIS ACOPLADOS A PROTEÍNA G SISTEMA DA TIROSINOCINASE

São as proteínas de transporte, a sódio-potássio-ATPase, hidrogênio-

potássio-ATPase. A NaKATPase é importante no tto da insuficiência

cardíaca, já a HKATPase é importante no tto das úlceras pépticas e das

hipercloridrias, na gastroenterologia.

São receptores para ação rápida, por isso são os receptores de

neurotransmissores.

2. CITOPLASMÁTICOS

A maioria dos nossos receptores de hormônios é citoplasmática. Essas

substâncias se ligam a uma proteína, entram na célula, lá no citoplasma tem

um receptor próprio pra elas, onde se ligam e aí elas vão para o núcleo, onde

vão causar seus efeitos sobre síntese protéica, carboidratos, lipídios

(principalmente os corticosteróides).

3. NUCLEARES

Receptores hormonais.

IV – SEGUNDOS MENSAGEIROS CITOPLASMÁTICOS:

Alguns fármacos agem no fluxo de íons e têm ação rápida, como

aqueles utilizados no tratamento da depressão. Outros, ao se ligarem ao seu

receptor, vão demandar uma síntese de determinadas proteínas e uma

alteração em determinados tecidos, como é o caso dos antibióticos,

antineoplásicos... Alguns fármacos, na hora que se ligam com seu receptor, a

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ação ocorre e depois se acaba. Outros não; vão se ligar a seu receptor e a

partir daí há o estímulo de outra substância e ela é que vai agir: são os

segundos mensageiros.

Em situações de perigo, há grande descarga de adrenalina e

noradrenalina, que agem em receptores α e β. No músculo liso da nossa

árvore respiratória, há receptores β2 para adrenalina ou noradrenalina.

Quando a adrenalina ou noradrenalina se liga a este receptor β2, na parte

interna da membrana, esta proteína β2 é ligada a uma proteína G, chamada

G estimuladora (GS). A proteína GS é ligada então a ma enzima, chamada

adenilato ciclase. A adenilato ciclase estimulada vai catalisar a formação do

AMPc, a partir do ATP. Então o AMPc é o segundo mensageiro, que é quem

vai exercer a ação. Aumentando o AMPc vai haver maior dilatação alveolar

para melhorar a oxigenação tecidual. Tudo isso acontece em milissegundos.

A base do tto da doença obstrutiva crônica é conhecer esse mecanismo. Foi

a partir daí que os laboratórios puderam desenvolver fármacos que

interferem na produção do AMPc que melhora a função respiratória desses

pacientes.

Depois a mesma adrenalina (ou noradrenalina) vai agir nos receptores

α1, localizado nas paredes dos vasos. Esses quando são estimulados também

desencadeiam a ação de segundos mensageiros. No momento que a

adrenalina se liga ao receptor α1, há ativação da chamada fosfolipase C.

Essa fosfolipase C ativada libera fosfolipídios de membrana para o

citoplasma. Esses fosfolipídios de membrana vão gerar substâncias

chamadas aracdonatos, a partir do qual se dará a formação do ácido

aracdônico. Isso é uma reação de defesa do organismo, que é desencadeada

em situações de estresse em geral. O ácido aracdônico formado vai sofrer a

ação de dois grupos enzimáticos: as cicloxigenages e as lipoxigenases (COX).

Essas reações são essenciais numa série de patologias. Produzem

vasoconstricção para economizar oxigênio para regiões nobres. Em

reumatologia, p.ex., são muito usados fármacos antiinflamatórios, que

interferem nessa cascata de reações inflamatórias.

Alguns exemplos de segundos mensageiros:

1. IP3 3. Ca++ 5. GMPc 2. DAG 4. AMPc

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V – CLASSIF. DOS FÁRMACOS Qt° AO USO DE RECEPTORES:

1. ESTRUTURALMENTE INESPECÍFICOS (10%) Suas ações não decorrem de sua interação com receptores e sim de

suas propriedades físico-químicas.

Exemplos: Dimeticona. Todos os antiácidos, como o hidróxido de

alumínio, que são substâncias alcalinas, vão neutralizar a acidez estomacal

por sua propriedade alcalina. Porém essa ação é fugaz e pode desencadear

uma reação rebote que vai aumentar ainda mais a produção de ácido. Então

só deve ser usado enquanto se aguarda a ação de um fármaco de ação

prolongada exerça sua função.

Outro exemplo é o carvão ativado, usado em casos de envenenamento.

Em menos de duas horas do envenenamento, após lavagem estomacal, o

carvão ativado absorve os resíduos da intoxicação. Porém a ação é lenta. É

mais indicado no caso de pessoas idosas, que não precisam de cura rápida,

pois esse não tem efeitos adversos, não é tóxico para os rins(nem caso de

insuficiência renal).

2. ESTRUTURALMENTE ESPECÍFICOS(90%) Seus efeitos resultam da ligação que estabelecem com seus

respectivos receptores.

Exemplos: Antibióticos, medicamentos para dor, etc.