faq 5-preços administrados
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Diretoria de Poltica Econmica
Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais
Preos Administrados
com informaes at maro de 2013
Perguntas
mais Freqentes
S r i e
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Preos Administrados
Este texto integra a srie Perguntas Mais Frequentes (PMF),
editada pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e
Estudos Especiais (Gerin) do Banco Central do Brasil, abordando
temas econmicos de interesse da sociedade. Com essa iniciativa, o
Banco Central do Brasil vem prestar esclarecimentos sobre diversos
assuntos da nossa realidade, buscando aumentar a transparncia na
conduo da poltica econmica e a eficcia na comunicao de suas
aes.
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Sumrio
1. O que so os chamados preos administrados? .................................. 2
2. Quais os pesos dos preos administrados (agregados e
individualmente) no IPCA? ......................................................................... 2
3. Como os preos dos derivados de petrleo so determinados? ......... 3
4. Como e quando os preos da energia eltrica e dos servios
telefnicos so reajustados? ........................................................................ 4
5. Como os demais preos administrados so determinados? ............... 5
6. Como os preos administrados tm-se comportado nos ltimos
anos? ............................................................................................................ 5
7. Por que os preos administrados cresceram mais do que os preos
livres at 2007? ............................................................................................ 7
8. Quais as implicaes do aumento dos preos administrados para a
poltica monetria e para o regime de metas para a inflao? .................. 7
9. Onde posso encontrar informaes adicionais sobre preos
administrados? ............................................................................................. 7
10. Onde posso encontrar dados sobre preos administrados? ............... 8
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Preos Administrados
1. O que so os chamados preos administrados? No Brasil, o termo preos administrados por contrato e monitorados
doravante simplesmente preos administrados refere-se aos preos que so
insensveis s condies de oferta e de demanda porque so estabelecidos por
contrato ou por rgo pblico.
Os preos administrados esto divididos nos seguintes grupos: os que so
regulados em nvel federal pelo prprio governo federal ou por agncias
reguladoras federais e os que so determinados por governos estaduais ou
municipais. No primeiro grupo, esto includos os preos de servios telefnicos,
derivados de petrleo (gasolina e gs de cozinha), eletricidade e planos de sade.
Os preos controlados por governos subnacionais incluem a taxa de gua e
esgoto, o IPVA, e a maioria das tarifas de transporte pblico, como nibus
municipais e servios ferrovirios.
Os preos dos produtos derivados de petrleo foram desregulamentados em 2002,
mas ainda esto includos no grupo de preos administrados porque so
estabelecidos pela Petrobrs, que possui um quase-monoplio sobre a produo
domstica e a distribuio no atacado.
2. Quais os pesos dos preos administrados (agregados e
individualmente) no IPCA?
Atualmente, 23 bens e servios da cesta do IPCA so classificados como preos
administrados, conjunto que inclui servios pblicos, bens produzidos por
empresas pblicas, impostos e tarifas pagos s trs esferas de governo. A Tabela
1 apresenta a lista completa desses itens e seus respectivos pesos no IPCA. O
Comit de Poltica Monetria (Copom) pode considerar, em sua anlise da
conjuntura, classificao diferente da constante do IPCA. Por exemplo, em
novembro de 2002, o Copom retirou os itens carvo vegetal, empregados
domsticos e transporte escolar dessa classificao e, em fevereiro de 2006, o
item lcool. O conjunto de preos administrados totalizava 23,34% do IPCA em
maro de 2013, refletindo a importncia desses bens e servios na cesta dos
consumidores com renda entre um e quarenta salrios mnimos. Observando-se os
pesos por subcategorias do IPCA, o maior o de derivados de petrleo (5,21%),
seguidos por transporte (3,47%), produtos farmacuticos (3,38%), plano de sade
(3,10%), energia eltrica residencial (2,68%), e servios telefnicos (1,53%).
Esses seis grupos somam 82,9% do peso dos preos administrados no IPCA, ou
19,36% do ndice.
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Tabela 1
Resumo dos Preos Administrados no Brasil
Fontes: BCB e IBGE
3. Como os preos dos derivados de petrleo so determinados?
Os preos dos derivados de petrleo no atacado (gasolina e gs de cozinha) so
determinados pela Petrobrs, que os ajusta periodicamente, procurando manter a
equivalncia em relao aos preos internacionais em reais, conforme
apresentado no Grfico 1.
Peso no IPCA
(%) (mar/13)
Peso nos Preos
Administrados
(%) (mar/13)Regulados a Nvel Federal
Produtos Derivados de Petrleo 5,21 22,30
Gasolina 3,98 17,07
Gs de botijo 1,09 4,68
leo Diesel 0,13 0,55
Energia Eltrica Residencial 2,68 11,47
Servios Telefnicos 1,53 6,54
Telefone Fixo 1,41 6,06
Telefone Pblico 0,11 0,48
Plano de Sade 3,10 13,29
Produtos Farmacuticos 3,38 14,47
Jogos Lotricos 0,39 1,65
Metr 0,07 0,30
nibus Interestadual 0,25 1,06
Correio 0,01 0,04
Barco 0,01 0,03
Gs Veicular 0,12 0,49
Regulados a Nvel Estadual e Municipal
Transporte 3,47 14,86
nibus Urbano 2,68 11,46
nibus Intemunicipal 0,73 3,14
Trem 0,06 0,26
Taxa de gua e Esgoto 1,51 6,45
Multa 0,04 0,17
Txi 0,38 1,62
Emplacamento e licena 1,02 4,37
Gs Encanado (RJ e SP) 0,08 0,34
Pedgio 0,12 0,52
Total 23,34 100,00
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Grfico 1
Preos do Petrleo e Derivados (at mar/13)
Fontes: Bloomberg e BCB
4. Como e quando os preos da energia eltrica e dos servios
telefnicos so reajustados? Os preos da energia eltrica e dos servios telefnicos so regulados por
contratos de concesso preestabelecidos entre o governo federal e as empresas
que fornecem esses servios para os consumidores. At 2005, o IGP-DI servia
como referncia para o reajuste das tarifas de telefonia fixa, que em janeiro de
2006 passaram a ser corrigidas pelo IST (ndice de Servios de
Telecomunicao), composto por uma combinao de outros ndices, dentre eles:
IPCA, INPC, IGP-DI e IGP-M.
J a tarifa de energia eltrica corrigida pelo IGP-M e pelo fator X, ndice fixado
pela Aneel (Agncia Nacional de Energia Eltrica), com a funo de repassar ao
consumidor os ganhos de produtividade da concessionria. O fator X funciona, na
maioria das vezes, como redutor dos ndices de reajuste das tarifas cobradas aos
consumidores, por meio da aplicao de percentual a ser deduzido do IGP-M1.
A indexao parcial de preos administrados inflao ocorrida os torna
efetivamente dependentes do passado e insensveis s condies econmicas
atuais ou futuras. Por outro lado, esses preos ficam indiretamente atrelados s
mudanas na taxa de cmbio, em funo do grande peso dos bens
comercializveis nos ndices gerais de preos. O preo da energia eltrica
tambm diretamente impactado pelas mudanas na taxa de cmbio, pois a
energia gerada por Itaipu precificada em dlares, e esse custo levado em
considerao na frmula de reajuste anual de tarifas praticadas pelas
distribuidoras de energia. O Grfico 2 traz o comportamento dos principais
1 Para maior detalhamento sobre o reajuste da tarifa de energia eltrica, consultar o link
http://www.aneel.gov.br/biblioteca/Perguntas_e_Respostas.pdf.
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Preo Internacional do Petrleo em R$/barril
IPA-DI Derivados de Petrleo
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ndices de preo (IPCA e IGP-DI) e do subitem do IPCA relativo energia
eltrica.
Grfico 2
IPCA, IGP-DI e IPCA - Energia Eltrica (at mar/13)
Fontes: BCB, IBGE e FGV
5. Como os demais preos administrados so determinados?
Para os demais preos administrados, a periodicidade e a magnitude dos reajustes
so discricionrias, de acordo com as respectivas autoridades reguladoras. Na
prtica, a inflao passada tem papel fundamental na determinao desses
reajustes.
6. Como os preos administrados tm-se comportado nos ltimos
anos?
Ao se decompor o IPCA em preos livres e em preos administrados, nota-se que,
entre 1996 e 2007, a inflao dos preos administrados foi sistematicamente
maior que a inflao dos preos livres. No incio de 1999, com a adoo do
cmbio flutuante, diversos itens que possuam componentes atrelados ao cmbio
apresentaram significativa alta em funo da forte depreciao cambial, revertida
no final do mesmo ano. A partir de maio de 2007, a variao dos preos livres
ultrapassou a variao dos preos administrados no acumulado de 12 meses
(Grfico 3).
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IPCA IGP-DI IPCA - Energia
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Grfico 3
IPCA: Preos Administrados e Livres (at mar/13)
Fontes: BCB e IBGE
Como explicitado na Tabela 2, os preos administrados aumentaram 474,6% no
perodo jan/95-mar/13, comparado a um aumento de 225,6% para os preos livres
e de 261,3% para o IPCA. Individualmente, destacam-se os aumentos de 914,5%
para gs de bujo e de 824,6% registrado para as tarifas de telefonia fixa.
Finalmente, observando-se o perodo mais recente, entre janeiro de 2008 e maro
de 2013, os preos administrados cresceram 21,5%, comparado a 39,6% para os
preos livres e 34,4% para o IPCA total.
Tabela 2
IPCA e Preos Administrados Selecionados (variao %)
Fonte: IBGE
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Livres Administrados
IPCA 43,5 261,3 151,8 34,4
Administrados 88,2 474,6 205,3 21,5
gua e Esgoto 84,5 533,4 243,4 38,3
Gs de Bujo 121,2 914,5 358,5 28,6
Energia Eltrica 89,6 368,8 147,3 -4,3
nibus Urbano 97,8 578,2 242,8 35,0
Gasolina 51,5 432,8 251,7 15,2
Plano de Sade 126,6 581,7 200,8 42,6
Telefone Fixo 309,7 824,6 125,7 4,5
Livres 37,0 225,6 137,7 39,6
1995-98jan/99-
mar/13
jan/95-
mar/13
jan/08-
mar/13
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7. Por que os preos administrados cresceram mais do que os
preos livres at 2007?
O aumento dos preos administrados em relao aos preos livres resultado de
diversos fatores. Um primeiro fator foi a privatizao de servios pblicos,
seguido da eliminao de subsdios a partir de meados dos anos 90. Os aumentos
no preo internacional do petrleo desde 1999 contriburam para acentuar essa
tendncia. Finalmente, outro fator importante foi a significativa depreciao da
taxa de cmbio no decorrer do ano de 1999, aps a flutuao do real, e em 2002.
A variao cambial afetou os preos administrados por dois canais. Primeiro, a
depreciao aumentou os preos, em reais, dos produtos derivados de petrleo.
Segundo, elevou os ndices gerais de preos em relao aos preos ao consumidor
que, por sua vez, elevaram os preos administrados indexados aos ndices gerais
de preos (os preos dos servios telefnicos e da energia eltrica) relativamente
aos preos livres da economia.
8. Quais as implicaes do aumento dos preos administrados
para a poltica monetria e para o regime de metas para a
inflao?
O elevado peso dos preos indexados inflao passada na composio dos
ndices de preos dificulta a gesto da poltica monetria. A inflao dos preos
administrados apresenta maior grau de persistncia do que a inflao dos preos
livres, aumentando a inrcia inflacionria geral. Alm disso, a elasticidade dos
preos administrados em relao s mudanas na poltica monetria muito
menor.
Na formulao e na implementao da poltica monetria, o Copom leva em
considerao explicitamente o comportamento e os efeitos inerciais dos preos
administrados, reagindo do mesmo modo que com outros choques de oferta.
Especificamente, a autoridade monetria no tenta reverter o choque primrio de
preos, mas procura acomodar os efeitos primrios do aumento de preos,
enquanto neutraliza os efeitos secundrios do choque na taxa de inflao.
Observe-se que o Banco Central no tenta neutralizar, a qualquer custo, os efeitos
secundrios do choque de preos. Pelo contrrio, leva em considerao o tamanho
do choque e os seus efeitos em termos de atividade econmica na sua deciso de
poltica monetria.
9. Onde posso encontrar informaes adicionais sobre preos
administrados? A pgina do BCB na internet dispe de diversos estudos e textos que abordam as
caractersticas e especificidades dos preos administrados e seu impacto sobre a
poltica monetria, dentre os quais destacamos:
Trabalhos para Discusso 305 - Preos Administrados: Projeo e Repasse
Cambial
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Paulo Roberto Sampaio Alves, Francisco Marcos Rodrigues Figueiredo, Antonio
Negromonte Nascimento Jnior e Leonardo Pio Perez (maro/2013), em
http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/TD315.pdf
Trabalhos para Discusso 59 - Os Preos Administrados e a Inflao no
Brasil
Francisco Figueiredo e Thas Porto Ferreira (dezembro/2002), em
http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps59.pdf
Preos Administrados e Poltica Monetria
Relatrio de Inflao Dezembro 2002, pp. 125-128 em
http://www.bcb.gov.br/htms/relinf/direita.asp?idioma=P&ano=2002&acaoAno=
ABRIR&mes=12&acaoMes=ABRIR&id=relinf200212
Nota Tcnica 22 - Metodologia de Clculo da Inrcia Inflacionria e dos
Efeitos do Choque dos Preos Administrados
Paulo Springer de Freitas, Andr Minella e Gil Riella (julho/2002), em
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt22metodinerciainflechoquep
recosadmp.pdf
Trabalhos para Discusso 24 - Inflation Targeting in Brazil: Shocks,
Backward Looking Prices, and IMF Conditionality (em ingls)
Joel Bogdanski, Paulo Springer de Freitas, Ilan Goldfajn e Alexandre Tombini
(agosto/2001), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps24.pdf
10. Onde posso encontrar dados sobre preos administrados?
Dados para preos administrados atualizados mensalmente, incluindo os
principais itens, podem ser encontrados nas sries temporais disponveis na
pgina do BCB na internet, em http://www.bcb.gov.br/?SERIETEMP, seleo
por assunto Atividade econmica Preos.
O BCB tambm disponibiliza planilhas em Excel com os principais indicadores
econmicos em http://www.bcb.gov.br/?INDECO. A evoluo dos preos
administrados encontra-se no Captulo I Conjuntura Econmica.
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Srie Perguntas Mais Frequentes Banco Central do Brasil
1. Juros e Spread Bancrio
2. ndices de Preos no Brasil
3. Copom
4. Indicadores Fiscais
5. Preos Administrados
6. Gesto da Dvida Mobiliria e Operaes de Mercado Aberto
7. Sistema de Pagamentos Brasileiro
8. Contas Externas
9. Risco-Pas
10. Regime de Metas para a Inflao no Brasil
11. Funes do Banco Central do Brasil
12. Depsitos Compulsrios
13. Sistema Expectativas de Mercado
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