fanatismo - comunitaitaliana.com.br filefanatismo o nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas...

33
Rio de Janeiro, dezembro de 2007 Ano XIV – Nº 114 ISSN 1676-3220 R$ 10,90 A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Lula vai a Roma em 2008 em busca de investimentos www.comunitaitaliana.com Fanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição bilíngüe

Upload: trinhhanh

Post on 08-Feb-2019

257 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Rio de Janeiro, dezembro de 2007 Ano XIV – Nº 114

ISS

N 1

676-

3220

R$

10,9

0

A m A i o r m í d i A d A c o m u n i d A d e í t A l o - b r A s i l e i r A

Lula vai a Roma em 2008 em busca de investimentos

www.comunitaitaliana.com

FanatismoO nazi-fascismo inflama a guerra entre as

torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014

Em edição bilíngüe

Page 2: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição
Page 3: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição
Page 4: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Div

ulga

ção

EditorialAuguri! ..........................................................................................08

Cose NostreMickey e Donald no banco dos réus ...............................................09

OpinioneFacci um bel regalo, Raí International: lasciaci la nostra beata ignoranza ..............................................................14

EconomiaRapporti commerciali Brasile-Italia se intensificano sempre di più ........................................................20

AtualidadeItália endurece leis contra imigrantes ............................................30

EducaçãoAumento do consumo de cocaína na Itália faz país viver um “boom” de cirurgias plásticas no nariz..............................34

ModaHomem de Barro: griffe di Niterói è una delle scommesse del Fashion Rio, in gennaio ....................................................51

ComunidadeCuriosidades a respeito do Natal de brasileiros que estão na Itália e italianos que estão no Brasil ............................58

42 46Entrevista Bons NegóciosÀ frente do conselho administrativo da Tim, o executivo Giorgio della Seta revela o que está por detrás do sucesso da multinacional

Saúde Dormir mal engordaEstudos comprovam que noite mal dormida pode render quilinhos a mais. Veja o que fazer para ter um bom sono e manter a forma

Turismo CaravaggioRoteiro segue os passos do artista que levava uma vida de crimes e artes e deixava obras pelas cidades italianas onde se escondia

Arte No siteObra-prima da humanidade, afresco “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci ganha versão digital

24

36

CAPA Violência em campo Paixão de brasileiros e italianos, o futebol tem sido notícia não apenas nas páginas esportivas, mas nas policiais por conta das brigas entre torcidas organizadas. Vários confrontos resultam em morte de torcedores e a polícia já detectou uma relação en-tre várias torcidas e movimentos neo-fascistas

32 Gru

po K

eyst

one

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 76

Page 5: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Julio Vanni

COSE NOSTRE

Quem passar por Rimini neste fim de ano e estiver disposto a entrar no clima natalino poderá conferir uma exposição

que certamente deu trabalho para ser feita. Artistas de cinco pa-íses diferentes esculpiram em areia presépios que são verdadeiras obras de arte. Para a exposição, no centro-norte da Itália, os escultores não utilizaram recursos como colante ou adesivo. Tudo foi feito apenas com água e areia prensada. É possível observar detalhes nas expressões dos personagens destacados apenas por uma iluminação caprichada.

Mais um ano chega ao final. Momento de reflexões e balanços. De renovação de nossas esperanças. Nós da Comunità esperamos que, em 2008, tenhamos muitas notícias boas para dar aos nossos leitores. Desejamos que o novo ano

que se inicia, seja repleto de muita paz. E que não se repitam situações como a que se tornou tema da nossa reportagem de capa: a violência entre torcidas de futebol que, no mundo inteiro, leva aos gramados tragédia no lugar do espetáculo esportivo. O fu-tebol, essa paixão de brasileiros e italianos, tem se deslocado com freqüência das pá-ginas de esportes para as de assuntos policiais. Isso por conta da atuação de grupos, a maioria de extrema direita, que usam de um suposto amor pelos seus times para deixar um rastro de violência por onde passam.

Além de paz, desejamos também muita saúde em 2008. Que os idosos consi-gam se livrar dos coquetéis de remédios com que bombardeiam a sua saúde. Como informa uma de nossas matérias, os idosos estão se tornan-do farmácias ambulantes, regulando as suas vidas em torno dos horários dos medicamentos. Por ingerir grande quanti-dade de medicamentos ao mesmo tempo, põem suas vidas em risco.

Mas não são apenas os idosos que estão com as vidas sob ameaça. Toda uma geração, na Itália, aumentou o con-sumo de cocaína. Ao ponto de o país viver um boom de ci-rurgias plásticas para reconstituição de narizes. Esse é o te-ma de uma de nossas reportagens.

Trabalho e dinheiro no bolso também são nossos votos para o novo ano. Ao que tudo indica, se depender das auto-ridades italianas e brasileiras, 2008 será um ano de muitas oportunidades. Como mostramos em nossas páginas, mis-sões oficiais aproximam cada vez mais os dois países, com a troca de experiências em políticas públicas e no incremento do comércio bilateral.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deu um passo importante em di-reção à Itália. No próximo ano, será a vez de o presidente Luís Inácio Lula da Silva li-derar uma comitiva rumo à bota. Já neste finalzinho de 2007, cerca de 40 empresários italianos, acompanhados de várias autoridades do país europeu, estiveram no Brasil em conseqüência da nova fase de estreitamento das relações mútuas. Nossa equipe acompanha para os leitores, passo a passo, toda essa movimentação.

Por último, mas não menos importante, muito amor é o que desejamos na vida de todos os italianos e brasileiros. Que este sentimento de poder transformador, às vezes aparentemente sumido do mapa, una cada vez mais as famílias. Tanto no Brasil como na Itália, são elas as grandes protagonistas das festas que se aproximam. Nesta edição, mostramos como será a primeira noite de Natal de brasileiros que acabaram de chegar, como imigrantes, à Itália. Também vamos revelar como é a festa dos italia-nos que há muito tempo vivem no Brasil, há décadas distantes de seus entes queridos. Cada um dá o seu jeito. Alguns nunca se adaptam às diferenças, mas todos admitem: Natal de verdade exige mesa farta e muita gente querida a sua volta. E não há de fal-tar o panetone!

Aos nossos leitores, Feliz Natal, próspero Ano Novo e boa leitura!

DIRETOR-PREsIDENTE / EDITOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIRETOR: Julio Cezar Vanni

VICE-DIRETOR EXECUTIVO: A. Garani

PUblICAÇãO MENsAl E PRODUÇãO:Editora Comunità ltda.

TIRAGEM: 30.000 exemplares

EsTA EDIÇãO FOI CONClUíDA EM:12/12/2007 às 09:30h

DIsTRIbUIÇãO: brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIsTRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,

Centro, RJ CEP: 24030-050Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2719-1468

E-MAIl: [email protected]

EDITORA ADJUNTA: Paula Máiran

sUbEDITORA: sônia Apoliná[email protected]

REDAÇãO: Aline buaes; bruna Cenço; Fábio lino; Guilherme Aquino;

Nayra Garofle; Rosangela Comunale; sílvia souza; Valquíria Rey

REVIsãO / TRADUÇãO: Cristiana Cocco

PROJETO GRáFICO E DIAGRAMAÇãO:Alberto Carvalho

[email protected]

CAPA: Editoria de arte

COlAbORADOREs: braz Maiolino; Pietro Polizzo; Venceslao soligo; Marco lucchesi; Domenico De Masi; Franco Urani; Fernanda Maranesi; Giuseppe Fusco; beatriz Rassele; Giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de

Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta

CORREsPONDENTEs: Guilherme Aquino (Milão); Valquíria Rey (Roma);

Fábio lino (brasília)

PUblICIDADE:Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-0181

[email protected]

REPREsENTANTE: brasília - Cláudia Thereza

C3 Comunicação & MarketingTel: (61) 3347-5981 / (61) 8414-9346

[email protected]

ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.

La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali

opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

IssN 1676-3220

Pietro Petraglia Editor

Fiel até a morteO chefe da máfia italiana Daniele Emanuello engoliu notas

com nomes e números de telefones secretos pouco antes de ser morto pela polícia no do dia 3. O italiano, de 43 anos, era chefe de uma família de mafiosos da cidade de Gela. Ele foi mor-to depois de tentar fugir da casa de campo onde estava escon-dido, na sicília. A Agência Reuters informou que dois dias após a morte, os fragmentos estavam alojados no esôfago e que não ficou claro se serão usados pelos investigadores.

Quebra de tabuPela primeira vez o Minis-

tério da saúde da Itália usou a palavra preservativo ao lançar uma campanha de pre-venção da Aids em anúncios de televisão. Antes, o governo italiano omitia a palavra e fazia referência à prevenção usando mensagens sutis como “prote-ja seu amor”. A campanha será centrada em um filme, que se-rá veiculado em canais de tv a partir do ano que vem.

No coração do brasileiroPara ampliar a sua atua-

ção no mercado brasi-leiro e com o objetivo de se tornar o primeiro clube es-trangeiro no coração do tor-cedor daqui, o AC Milan lan-çou o site oficial do clube para o brasil (www.acmilan.com.br). Com oito jogadores tupiniquins em seu elenco, dentre os quais Kaká, vence-dor do troféu bola de Ouro 2007, o rossonero quer co-nhecer o perfil dos internau-tas responsáveis por qua-se 20% dos acessos ao site original do clube. O canal de comunicação será responsá-vel por promoções e a orga-nização de viagens que le-varão o torcedor a Milão e mais especificamente a san siro, a casa do Milan.

Trono preciosoFoi encontrado na escavação da Villa dei Papiri, em Herculano,

próximo de Nápoles, o primeiro trono da idade romana decora-do em madeira e marfim. Até agora, só existiam reproduções deste tipo de peça. “Trata-se de uma descoberta excepcional. É o primeiro trono original da época romana que se conservou até nossos dias”, disse o gestor cultural de Pompéia, Pietro Giovanni Guzzo.

Mickey e Donald como testemunhasO julgamento de um chinês acusado de piratear as imagens da Dis-

ney e da Warner bros resultou num erro cômico. A corte napoli-tana incluiu as partes prejudicadas — os personagens Piu-Piu, Mickey Mouse, Pato Donald e sua namorada Margarida — como testemunhas do caso. De acordo com a cópia do processo obtido pelo jornal Corriere della sera, signor Topolino (Mickey) e signor Paperino (Donald) deve-riam ter comparecido ao tribunal no dia 7 de dezembro.

Ans

a

Bolsas de estudo no PiemonteEstão abertas as inscrições para estudantes da América latina que

desejam estudar o ano letivo 2008/09 no Politecnico di Torino, uma das mais prestigiosas instituições de ensino técnico e científico no norte da Itália, localizada em Turim, no Piemonte. As vagas são para os cursos de Arquitetura, Tecnologia da Informação, Engenharia Automotiva, En-genharia Têxtil, Engenharia Eletrônica e de Computação e os estudantes têm a opção de escolher o curso em italiano ou inglês. Para participar da seleção, os interessados deverão fazer o cadastro no site www.polito.it e inscrever-se até 10 de fevereiro de 2008. Outras informações podem ser adquiridas com a Câmara ítalo-brasileira de Minas Gerais (31)2123-4930.

Só depois do NatalMônaco adiou pela terceira

vez a decisão sobre a extra-dição de salvatore Cacciola. O tri-bunal considerou a tradução dos documentos apresentada pelo Mi-nistério da Justiça brasileiro pre-cária. A próxima audiência está marcada para o dia 31 de janeiro e, em princípio, apresentará “im-preterivelmente” uma decisão.

Cidadania italianaO deputado ítalo-argentino Ricardo Antonio Merlo propôs uma

mudança na lei que não permite a transmissão de cidadania de mulheres descendentes de italianos para seus filhos nascidos antes de 1º de janeiro de 1948. A emenda aprovada em comissão da Câmara dos Deputados da Itália prevê a igualdade de direitos de homens e mulheres neste sentido. O texto, aprovado pela Co-missão de Assuntos Constitucionais, precisa ser ainda ratificado pelos deputados, enviado para apreciação do senado e, se não houver alterações, segue para a sanção presidencial. segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (Istat) da Itália, em 2006, foram concedidas 35.266 novas cidadanias italianas. brasil e Ar-gentina lideram o ranking de pedidos. Dados da embaixada ita-liana em brasília mostram que, desde 1992, foram feitos 750 mil pedidos de cidadania no país. Desses, somente 215 mil (28,67%) foram reconhecidos até agora. Em 2006, ainda segundo a embai-xada, foram 13.283 pedidos de reconhecimento de documentos e outros 67 mil de legalizações. somente 1,05% ou 139 novas cidadanias foram concedidas.

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 78 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 9

Page 6: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Coleção Pirelli (SP) - Até 20 de janeiro, uma exposição realizada pelo MAsP, traz mais 60 obras da tradicional Coleção Pirelli-MAsP de Fotografia, uma das principais coleções de fotos pertencentes a um museu. Entre os destaques desta 16ª edição estão trabalhos de luciano Carneiro, José Yalen-ti e Germano Graeser, além de mais onze nomes praticam des-de o foto-jornalismo até a foto-grafia conceitual. local: MAsP - Museu de Arte de são Paulo As-sis Chateaubriand (Avenida Pau-

lista, 1578). Informações: (11) 3251.5644.Xi SinoS de natal (rS) - O evento, promovido pela Prefeitura Munici-pal de Flores da Cunha, terá mis-sas, shows, apresentações de má-gicos, brinquedos infláveis, além da chegada e visitação à casa do Papai-Noel. As atividades aconte-cem até dia 31 de dezembro. No dia 23, o destaque fica por conta da apresentação do Coral Infantil da Prefeitura Municipal, na Praça da bandeira. Dia 24 e 31 serão rea-lizadas, respectivamentes, as mis-

sas do Galo e Obrigado, no largo da Matriz. Para outras informações e a programação completa acesse www.floresdacunha.com.br.Frutti FeSt (rS) - A festa, origi-nalmente conhecida como a Festa do Pêssego, Uva e Vinho, acon-tece em bento Gonçalves, no Rio Grande do sul, local onde, em 1876, chegaram os primeiros imi-grantes italianos. Acontece de 18 a 27 de janeiro com shows cul-turais e acústicos, exposição da indústria, comércio, agro-indús-tria, indústria agrícola, cursos

para agricultores locais e regio-nais, gastronomia. O destaque do evento é a 1ª Olimpíada do Colo-no que acontecerá durante qua-tro dias, nos sábados e domingos pela manhã. As provas acontece-rão no complexo da Frutti Fest e, entre elas estão: pêssego ao al-vo, arremesso de forma de queijo a distância e corrida de carriola. local: Complexo do Clube Rosário, Rua Padre Tâmaso Trani, s/n. In-formações: (54) 3454-7263, com Rodrigo, ou através do e-mail [email protected].

na estante

agenda cultural

opinião serviço

frases

Tive a oportunidade de viajar, justamente com a minha neta Greice stefani , à Itália e conhecer a cidade natal de meu pai,

Vittorio Morellato, nascido em Vedelado, Treviso. Ele veio para o brasil na condição de imigrande em 1926. Foi um deslumbrante retorno às nossas origens.

Albina Morellato Stefani - Porto Alegre - RS - por e-mail

click do leitor

cartas

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

Arq

uivo

pes

soal

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

“Estou emocionada com a matéria sobre a assistência aos imi-grantes. É duro constatar que há italianos no exterior nas

mesmas situações que se encontra o senhor Giuseppe Frenda. Está na hora do governo tomar providências mesmo!”

KátIA doS S. AMbRoSIo,Belo Horizonte - MG — por e-mail

“Fiquei impressionado com a matéria sobre anorexia masculi-na da última edição. Pensei que este fosse um problema que

afetasse somente as mulheres. É triste saber o quanto esta doença desgasta as pessoas. O importante é continuar este alerta!”

FRAnCISCo de PAulA, Campinas - SP — por e-mail

Raffaello Berti: Projeto me-mória. Uma homenagem de filho para pai, uma lembrança da esposa saudosa, um resgate à história de quem viveu entre duas guerras mundiais e pô-de, no brasil, verdadeiramente construir através das artes e da narrativa. Mergulhar nas histó-rias de Mario berti é embarcar nas emoções e experiências vi-vidas pelo pai, um italiano num brasil exaltado como país pro-missor. silma Mendes berti/APCultural, 272 páginas, preço sob consulta.

Giordano Bruno - Acerca do Infi-nito, do Universo e dos Mundos. Pensador que expôs pela primeira vez a infinitude do Universo e a possibilidade de haver vidas inte-ligentes em outros mundos, Gior-dano bruno, foi estimulado pela introdução do sistema heliocêntri-co de Copérnico e tomado de um profundo gosto pela controvérsia. A obra mostra que nem a persegui-ção às idéias do estudioso foi ca-paz de impedir o desenvolvimento de sua teoria e o quanto seu traba-lho contribui para a astronomia até os dias atuais. Madras Editora, 144 páginas, 26,90 reais.

enquetelula: “Eu sei governar melhor que FHC”.

Você concorda com o presidente?

Sim - 31,8%

Não sou a favor do aborto - 66,7%

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 23 a 27 de novembro.

Não - 68,2%

Sou a favor do aborto - 16,7%

Sou a favor somente em casos de violência sexual ou quando a gravidez

é de risco 16,7%

“Gostaria de voltar a treinar, mas não em um campeonato já em andamento.Creio que se alguns

amigos me procurarem em março ou abril, posso avaliar a oferta, seja de um clube italiano ou de

uma equipe estrangeira”,

Marcelo lippi, técnico campeão do mundo com a seleção italian de 2006, sobre a possibilidade de

voltar a comandar equipes em 2008.

“É dedicada a Milão. Assim, engessada, não se goza mais”,

oliviero toscani, polêmico fotógrafo, ao justificar a frase “E’ Natale? Scopiamo?” que escolheu para estampar uma

camiseta em campanha promovida pela prefeitura .

“Amo gli italiani perché siete un popolo non

stressato e perché non correte troppo”,

dalai lama, em sua recente visita à Itália.

“È la più grande emozione della mia vita. Dedico questo premio al mio paese, al pubblico e alla mia famiglia. Non pensavo di poter provare una gioia così profonda. Quando me lo hanno detto mi sono cedute le ginocchia”,

laura Pausini, sobre o Grammy Award conquistado.

Papa reafirma “aborto não pode ser jamais justificado”. O que você acha?

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 710 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 11

Page 7: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

opinione

Franco Urani

Visita agli impianti Fiat, dopo 38 anni dall’inizio della grande avventura

Ritorno a Minas Gerais

“Impressionano i risultati

economici assai favorevoli e lo

spirito di corpo degli oltre

30.000 addetti FIAT che lavorano

a Minas Gerais”

A ll’inizio del 1969, dopo 5 anni intensi trascor-si in brasile, mi stavo apprestando a ritornare

con la famiglia a Torino quan-do improvvisamente arrivò a san Paolo il nuovo responsabi-le delle Attività Internazionali FIAT, il Dott. Umberto Agnelli (Amministratore Delegato dal 1970).

Agnelli mi interrogò a lun-go sul brasile e sui miei succes-si sui trattori cingolati pesanti, unico settore in cui era ancora possibile operare con l’importa-zione, in cui avevo decuplicato in pochi anni il lavoro FIAT e raggiunto una partecipazione al mercato di oltre il 50%.

Al termine del colloquio, Agnelli espresse rammarico per l’assenza industriale della FIAT in brasile, anche in considera-zione del difficile periodo che l’Azienda stava passando in Ita-lia, e Argentina e mi chiese se me la sarei sentita di assumere la responsabilità di recuperare - per quanto ancora possibile - il tempo perduto, rinviando conse-guentemente i miei tempi di ri-entro in Italia.

la mia risposta fu solo po-sitiva per il settore dei tratto-ri cingolati pesanti, di cui il Governo brasiliano intendeva da anni promuovere la fabbri-cazione. Per automobili, veico-li industriali e trattori agricoli

consideravo invece i giochi or-mai chiusi da oltre un decen-nio, in quanto le multinaziona-li presenti industrialmente in brasile (VW, GM, FORD, MERCE-DEs, sCANIA, ecc.) non avreb-bero presumibilmente tollera-to l’inserimento postumo della FIAT.

Agnelli mi invitò quindi ad avviare al più presto le pratiche per il lancio del piano di gradua-le fabbricazione dei trattori cin-golati con il Governo federale, sondando inoltre la possibilità di aprire il discorso sulle auto-mobili economiche e di elevata tecnologia di cui la FIAT era spe-cialista e che non erano ancora fabbricate in brasile.

Il periodo 69/75 fu cosí per me di frenetico lavoro, di im-portanti realizzazioni, di rapida carriera e grandi soddisfazioni, ma anche di angustie e preoc-cupazioni.

In sintesi, riuscí a fine 1969 ad acquistare a Contagem, presso belo Horizonte ed a poco prezzo, la fabbrica DEMIsA DEUTZ con oltre 10.000 m² di stabilimento e uffici inutilizzati,100.000 m² di terreno, ideale per produrre i cingolati FIAT e, nel ‘70, vincem-mo con CATERPIllAR la specifica gara indetta dal Governo federa-le. Con questa operazione, allac-ciai stretti ed amichevoli rappor-ti con Minas Gerais, fino ad allora stato agricolo e fornitore di ma-terie prime specie per san Paolo, in cui il Presidente della Repub-blica Generale Medici aveva no-minato Governatore - da inizio 1971 -Rondon Pacheco, eminen-te ed influente esponente politi-co la cui finalità principale era di avviare l’industrializzazione del suo stato.

Programma questo che coin-cideva pienamente con quello FIAT e le intese tra noi furono immediate e proficue, preve-dendosi la realizzazione di due grossi complessi a betim presso belo Horizonte, in joint-venture con il Minas Gerais e a maggio-ranza FIAT: il primo la fabbrica di automobili ed il secondo la fonderia per pezzi in ghisa ed alluminio. Fu anche definito a Torino il prodotto: il nuovo mo-dello 127 rinforzato e con mo-tore maggiorato, denominato FIAT 147.

Il Governo federale – anche se interessato ad iniziative mo-derne e decentrate rispetto a san Paolo – pose dure condizioni per consentire l’entrata FIAT (elevata nazionalizzazione iniziale, pro-gramma decennale di esporta-zione), mentre le multinazionali presenti praticamente non reagi-rono, ritenendo irrealistica la no-stra operazione.

Nell´aprile 1973 si firmarono a belo Horizonte gli accordi tra FIAT (Presidente Giovanni Agnel-li) ed Minas Gerais (Governato-re Rondon Pacheco), con la pre-senza del Ministro dell’Industria Pratini de Morais, che l’indomani ci consegnò a Rio il progetto ap-provato. Fu un colpo di fulmine per i locali concorrenti e la con-seguente necessità di adeguarsi

La fabbrica della Fiat a Betim; Franco Urani insieme a

colleghi della Fiat

Il premier Romano Prodi con Luca di Montezemolo (in visita alla Fiat)

ai nuovi corsi industriali per le loro espansioni.

I lavori ebbero immediata-mente inizio in quanto a Ron-don non mancavano neppure due anni per concludere il suo mandato, con opere grandiose dello stato per l’urbanizzazio-ne dei terreni prescelti a be-tim sull’autostrada per san Pa-olo (2,2 milioni di m² l’auto e 600.000 m² la fonderia), mentre la FIAT inviava in brasile centi-naia di suoi tecnici per le prove del nuovo modello, preparazione e assunzione del personale lo-cale, avviamento della compo-nentistica, definizione dei mez-zi d´opera, accordi con la CACEX per l’import, preparazione della rete di distribuzione.

Ma, a fine 1973, la situazio-ne economica ebbe uma brusca svolta per la crisi del petrolio, con pesanti conseguenze sul mercato automobilistico, diffi-coltà per l’ottenimento dei fi-nanziamenti in petrodollari in-dispensabili per le iniziative, flessione dell’espansione econo-mica brasiliana. Noi andavamo avanti con il capitale di rischio, furono sospesi per quasi un anno i lavori alla fonderia, passammo un periodo di angustie e critiche. Ma gli Agnelli e Rondon, uscito dal Governo nel marzo 1975, riu-scirono a portare le iniziative ad una fase molto avanzata.

I rapporti FIAT/MINAs diven-nero complessi con il nuovo Go-vernatore Aureliano Chaves e la FIAT decise logicamente, e con mio sollievo, di sostituirmi nel-la nuova fase di dura contrat-tazione, con mio trasferimento all’IVECO nell’ottobre 1975, pri-

ma in Italia e poi – da fine ‘77 - in brasile, a Rio.

In effetti, l’avviamento del-la FIAT AUTOMOVEIs fu forte-mente deficitario fin verso il 1983. Poi, con il lancio della UNO e derivati, le cose gradual-mente cambiarono, migliorando decisamente negli anni ‘90 con la nuova linea PAlIO, per poi imboccare una marcia trionfa-le negli ultimi anni, anche ne-gli altri settori, che fanno del complesso industriale MINAs GERAIs forse il più importante della FIAT nel mondo.

Per me la vicenda di 6 anni d’impianto industriale della FIAT era stata prima esaltante e poi frustrante quando divenne pro-blematica per motivi interna-zionali. Quindi – una volta usci-to - la seguivo con interesse ma senza alcuna intenzione di tor-nare a Minas Gerais, tanto più che ero uscito volontariamente dalla FIAT dal 1980.

Comunque, ho aderito ora volentieri all’invito di venire a Minas caldamente formulatomi dall’amico Ing. Valentino Rizzio-li (gli avevo proposto il trasferi-mento da Torino a belo Horizonte nel lontano 1969 per l’assisten-za tecnica ai trattori). Grazie ai suoi numeri eccezionali, Rizzio-li ha fatto una brillante carriera, diventando Presidente della CNH brasiliana (settore trattori, mie-titrebbia e macchine movimen-to terra) e Vice Presidente della FIAT DO bRAsIl.

Ho passato a Minas il 12 e 13 novembre giorni intensi di visite agli stabilimenti, ne sono rima-sto sbalordito, emozionato. Ri-porto di seguito qualche cenno :

• La fabbrica trattori indu-striali della CNH (che io avevo comprato nel ‘69) si estende su tutto il terreno disponibile e pro-duce nel 2007 circa 6.000 mac-chine industriali su 3 turni di lavoro (trattori cingolati, motor-graders, escavatori idraulici, ca-ricatori gommati, ecc.). Vi lavo-rano 700 addetti.

• La TEKSID DO BRASIL è una delle maggiori fonderie mondiali e lavora, al massimo, su 3 turni di lavoro. Il settore ghisa dispo-ne di 4.000 funzionari con pro-duzione di 265.000 tonnellate annue, mentre il settore allu-minio opera con 1.000 addetti con produzione annua di 40.000 tonnellate. I pezzi sono desti-

nati a FIAT, aziende concorren-ti, export.

• La FIAT AUTOMOVEIS ha sta-bilimenti di quasi 700.000 m² con 25.000 addetti (dei quali 13.000 terzerizzati), produce gran parte della linea FIAT, con oltre 700.000 unità nel 2007 su 3 turni di lavo-ro, e cioé il 30% delle automo-bili del Gruppo FIAT e il 26% del mercato domestico brasiliano che quest’anno raggiunge 2,5 milioni di unità (e FIAT è da alcuni anni al primo posto). Una fabbrica gio-iello, moderna, la maggiore di au-tomobili FIAT nel mondo.

• La IVECO DO BRASIL a Se-te lagoas, sorta alcuni anni fa non distante dall’areoporto in-ternazionale di Cofins, si è ra-zionalmente strutturata per la produzione di veicoli leggeri IVECO DAIlY e DUCATO per Fiat Auto (nel 2007 rispettivamen-te circa 10.000 e 15.000 unità) e l’autocarro per trasporti ul-trapesanti IVECO sTRAlIs, con

motori da 380 a 500 HP (5.000 nel 2007), richiestissimo per il boom agricolo e la carenza bra-siliana di ferrovie e trasporti fluviali. In atto collaborazioni con le fabbriche IVECO in Ar-gentina e Venezuela e previste notevoli espansioni delle pro-duzioni dal 2008.

Impressionano i risultati eco-nomici assai favorevoli e lo spi-rito di corpo degli oltre 30.000 addetti FIAT che lavorano a Mi-nas Gerais (oltre a circa altret-tanti nell’indotto): una mano d’opera di prima classe, uno sta-to conscio del suo rinascimento industriale, serio, puntuale, or-goglioso, con molte analogie con il nostro Piemonte.

Concludendo, possiamo affer-mare che – dopo i duri inizi – la realtà attuale trascende le più ottimistiche previsioni. Ovvia-mente il merito di questo stra-ordinario successo va, oltre che agli ideatori dell’operazione, al-le migliaia di addetti – brasiliani e italiani – che hanno lavorato in questo trentennio con grande entusiasmo e professionalità.

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 712 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 13

Page 8: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Ezio MaranEsi

Facci un bel regalo, Rai International: lasciaci la nostra beata ignoranza

Regalo di NataleA

Piero badaloni, prodia-no, direttore di Rai In-ternational, non piaceva la programmazione della

rete, ereditata dal suo predeces-sore Magliaro. Non piaceva nean-che a noi. Raccolse idee e sug-gerimenti in giro per il mondo; venne anche in brasile e ebbe incontri con le istituzioni. Avrà certamente avuto incontri anche con la gente comune, cioé quelli come noi. Non so quali suggeri-menti raccolse ma, se erano buo-ni, avrà deciso di tenerne poco conto. Altra ipotesi: poiché cer-tamente qualcuno gli avrà detto che R.I. ci infliggeva (e continua ad infliggerci) molti programmi idioti, avrà deciso di stimolare i nostri cervelli regalandoci cultu-ra in dose grandiose.

Il “patrimonio”, così la re-torica ufficiale insiste nel chia-mare gli italiani all’estero e gli oriundi, è gente semplice. Non abbiamo, né possiamo avere nel contesto in cui viviamo, la cu-riosità e gli stimoli culturali che ha un italiano colto che vive in patria ed è attento a quanto av-viene attorno a lui. Parlo di un

italiano colto, e non della me-dia degli italiani che, secondo le statistiche, occupano gli ul-timi posti in Europa per livello di istruzione e consumo di libri e di giornali. badaloni ha quin-di deciso di riscattare il patri-monio dalla atavica ignoranza e dalla congenita pigrizia menta-le. Il palinsesto ora dedica spa-zi interminabili per farci sapere tutto sui nuovi libri, sugli ultimi film, sulle prossime “prime” tea-trali, sui loro autori e interpreti. Ci propina noiosissimi dibattiti, interviste, dialoghi con anziani esperti che la maggior parte di noi non ha mai visto né sentito nominare. Ma il nostro diretto-re non sa (possibile che nessuno glielo abbia detto?) che quei li-bri, che magari qualcuno di noi vorrebbe leggere, non li leggere-mo mai, perché costa troppo far-li arrivare. Non sa, e questo lo dovrebbe sapere, che quei film, che vorremmo vedere, non li ve-dremo mai; che i nostri teatri non ci mostreranno mai alcuna pièce nostrana. Quanto alle in-terviste, sappiamo che l’Italia è un paese di vecchi ma, per favo-

re, ci travasino la loro saggezza con moderazione.

si parla di “prima serata” per indicare la fascia di orari, dopo cena, dedicata di solito ai pro-grammi di intrattenimento, più o meno disimpegnati. In “seconda serata”, cioé dopo, vanno in on-da programmi di approfondimen-to, spesso anche buoni. Accade che in sudamerica, per la combi-nazione di ora legale e ora solare nei due emisferi, la prima sera-ta inizia dopo le 23 e la secon-da dopo l’una del giorno dopo. Ci sono molti modi migliori per passare il tempo, piuttosto che assistere in prima serata al la-crimoso “Treno dei desideri” ma, si diceva, il patrimonio è gente semplice e c’è chi si diverte. Il patrimonio è anche gente che la-vora e che già dorme quando Flo-ris o santoro cominciano a spara-re ai loro bersagli. Questo orario va bene ai nordamericani, ma lo-ro sono ricchi e meritano atten-zione. Noi del sudamerica siamo un patrimonio molto povero, che non compra. se le decrepite FFss italiane adottano l’orario inver-nale è fantasia sperare che anche

R.I. ci pensi? badaloni pensa in-vece a gonfiare la sua rete, defi-nita da De Feo “rete di soli capi”, con costose produzioni fatte per noi e che interessano soprattut-to a chi campa occupandosi di emigrazione. A noi italobrasilia-ni poco o nulla interessa sapere cosa fanno gli italoaustraliani di Adelaide. Vi sono i programmi di tre reti a disposizione, e baste-rebbe scegliere quanto di meglio hanno e passarcelo gratis. Inve-ce bisogna spendere, per pagare i tanti capi e la prodiana Cinquet-ti, che è bravina ma, per difetto o per eccesso, non ha mai l’età.

Noi, speranzosi ma ingenui, dopo cena accendiamo il tele-visore, per distrarci. Ed è lí che badaloni infierisce: ci rifila “Of-ficina italiana”, “Il Caffé”, “Ar-titalia”, ecc. ecc., produzioni espresse per emigrati; gli stan-ziali non avrebbero “maroni” per sopportarle. Dopo qualche tem-po, che varia a seconda della ras-segnazione dell’emigrato, meno incolti ma depressi, formuliamo per badaloni un invito alla bep-pe Grillo e cerchiamo un vecchio idiota film americano.

Fabio Porta

Oltre cento anni di emigrazione sembrano non aver ancora insegnato all’Italia la ricchezza intrinseca di un fenomeno che va regolato e orientato, non represso e demonizzato

Memoria corta!La fine dell’anno è sempre,

inevitabilmente, associata per tutti noi ad un bilancio delle cose fatte, delle stra-

de intraprese e del cammino che resta da fare. Ciò vale tanto per la dimensione più strettamen-te personale, quanto per quella interpersonale fino ad arrivare ai soggetti sociali, le famiglie, le imprese, gli stati.

Un’immagine ha segnato il bilancio di questo mio 2007: ero all’aeroporto di lima, in Perù, qualche giorno fa; all’improvviso, mi sono imbattuto nell’enorme antisala degli imbarchi interna-zionali con una folla indistinta di uomini donne e bambini in lacrime. Una moltitudine silen-ziosa ma singhiozzante, che ini-zialmente impediva addirittura il mio passaggio all’area del con-trollo passaporti.

“Gli italiani hanno la memoria corta”, ho pensato tra me e me.

Quei volti straziati e pian-genti, quegli anziani dignitosa-mente disperati o quei bambini apparentemente incoscienti non dovevano essere umanamen-te molto diversi dai personaggi che, forse cento o più anni fa, affollavano i porti di Genova o Napoli per salutare le migliaia di partenze che per decenni ca-ratterizzarono quello che forse è stato il più grande esodo della storia dell’umanità: l’emigrazio-ne degli italiani.

Oggi i porti sono forse stati sostituiti da moderni aeroporti; quello che non mi pare cambia-to è il sentimento di disperazio-ne che spinge chi scappa dalla miseria propria e della famiglia alla ricerca di condizioni miglio-ri, magari spesso illuso da trop-po facili promesse o da sogni che non si realizzeranno mai.

Di fronte a questi fenomeni non vale ricorrere alla ‘strategia dello struzzo’, infilando la testa sotto la sabbia per non vedere, o peggio ancora cavalcare facili tentazioni xenofobe o peggio an-cora razziste.

Tutti gli studi e le analisi serie e qualificate, a livello in-ternazionale, ci dicono che la presenza di flussi migratori dai Paesi poveri ai Paesi ricchi è un fenomeno inevitabile e in cresci-ta; un fenomeno che va certa-mente regolato e controllato ma che nessuno, nemmeno gli sta-ti più rigidi e meno permissivi, possono ormai impedire.

A maggior ragione quando i cosiddetti ‘Paesi ricchi’ (come l’Italia) continuano ad avere un cronico bisogno di manodopera che nemmeno i flussi migratori interni – peraltro ormai quasi fer-mi – riuscirebbero ad esaudire.

l’Italia ha bisogno di insistere e quindi perfezionare una intelli-gente e articolata politica di flus-si migratori, orientata all’integra-zione ed al lavoro, e ispirata alla

secolare esperienza di un Paese che per decenni ha fornito braccia menti e cuori al mondo intero.

Una politica che deve preve-dere corsi di formazione profes-sionale e insegnamento della lin-gua italiana nei Paesi di origine di questa immigrazione, grazie ad accordi con entità pubbliche o private qualificate e al poten-ziamento di specifiche unità den-tro i Consolati e gli Istituti Ita-liani di Cultura.

Questo tipo di approccio può e deve completarsi con il recupero e la valorizzazione del-la grande risorsa umana, oltre che economica e culturale, co-stituita dai nostri discendenti all’estero, e in primo luogo in America latina.

Un Paese serio sa essere lun-gimirante ma è anche capace di non dimenticare il passato; anzi, proprio dalla storia può recupera-re motivazioni e linee di azione.

Purtroppo spesso la “memo-ria corta” finisce con l’uccide-re questa speranza. sembra che nella ricca Italia settentrionale siano i figli o i nipoti dei meri-dionali che emigrarono i più con-vinti sostenitori di sentimenti di intolleranza e xenofobia con gli stranieri; e cosa dire del ricco nordest italiano, una volta ter-ra dell’emigrazione più dispera-ta e oggi molte volte scenario di aberranti episodi di pregiudizio e di razzismo?

Gli esempi potrebbero con-tinuare e, ahimé, potrebbero ri-guardarci più da vicino e metter-ci in serio imbarazzo.

Il funzionario di un nostro Consolato mi diceva di non capi-re e nemmeno condividere l’emi-grazione sempre più massiccia di alcuni Paesi sudamericani verso l’Italia; un suo collega (ma di altra sede) aggiungeva di avere difficoltà ad accettare il princi-pio del riconoscimento della cit-tadinanza per le generazioni più lontane… Non capire, non con-dividere, a volte non ac-cettare: ecco i risul-tati della “memoria corta”, una malattia sottile e conta-giosa che rischia di farci perdere di vista il nostro futuro proprio quando ci illu-diamo di averlo già capito.

opinione opinione

Page 9: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

marco lucchesi / artigo

Lawrence da Arábia

Rapporti più economici

Gru

po K

eyst

one

O deserto tem seus de-safios. E riscos. E pe-quenas mortes. Mil ser-pentes. E pássaros do

silêncio. Crepúsculo e solidão. Nada mais poderoso e drástico do que as areias do deserto. Na-da mais árduo e sombrio do que vagar em seus labirintos. Tema absoluto. Metáfora e Miragem. E um gesto para perder-se. E ou-tro, para encontrar-se. Assim: perder-se para encontrar-se. Eis a razão de não poucas viagens dos que enfrentaram sede e soli-dão. Como a de Richard burton, em sua “Peregrinação para Me-dina e Meca”, tão perigosa, para ver de perto, não-muçulmano, o centro do mundo, a Kaaba. Co-mo a viagem de Wilfred Thesi-ger, ao atravessar as “Areias da Arábia”, numa das mais duras empresas, jamais realizadas por um ocidental. Como a que en-frentou lawrence da Arábia, em sua fabulosa aventura, ao revi-ver em chave épica, as grandes solidões arenosas, pertencentes, até o fim da Primeira Guerra, ao moribundo império otomano, re-tratada em “Os sete pilares da sabedoria”. Essa brilhante ciro-pédia dos Anos Vinte, herdeira dos sonhos de byron, Moore e southey, é um dos grandes mo-mentos da literatura de viagem, guerra e biografia, que marcou um Churchill e um E.M. Foster.

Como disse Fernando Mon-teiro, em breve e percuciente ensaio, uma das questões cen-trais da vida desse estrategista, viajante e escritor, que foi la-wrence, consiste numa profunda sede de autoconhecimento. Um

homem torturado em sua inde-finível identidade, buscada além das torres londrinas, por entre minaretes, a praticar o árabe dos beduínos, nervos e sonhos, pa-ra além da ideologia dominan-te. lawrence desespera da pró-pria identidade. E busca, entre os grandes valores tribais, uma for-ça nova, que lhe desse algo que não sabia, mas com que sonhava. Alguma certeza. Alguma direção. sob o céu do saara, e do Hejaz, de Acaba, e Jericó. Das solidões de pedra e areia. O deserto avulta como drama. Autoconhecimento. Miragem de si mesmo e do outro. O combate de uma identidade complexa. Incerta. Flutuante.

“Os sete pilares da sabedo-ria” traduz uma vontade férrea, um mundo de coragem e adesão, como se acompanhássemos uma nova passagem das Termópilas, e não poucas diferenças cultu-rais, que disseminavam vida e morte naquelas paragens. A éti-ca severa e alta de não poucas tribos, os múltiplos encontros no deserto, a poesia, cafés com cardamomo, tudo isso aparece nas páginas de fogo de Al-Urens, como era chamado lawrence en-tre os beduínos.

Depois de grandes vitórias, a entrada em Damasco, sua derra-deira Meca, é não apenas o au-ge da aventura, mas, ao mesmo tempo, o início de tempos es-curos para ele e os árabes, cada qual em seu destino, com o re-gresso a londres, com as dúvi-das atrozes, a impedir-lhe a vida, com a expulsão do rei Faissal da síria, com as garras da Franca e da Inglaterra, sobre os protetora-

dos. sinais terríveis de uma era. Para lawrence, anfíbio das areias da Arábia e da Ilhas britânicas, começava uma vida de memória. Apenas. Um exílio dos extremos.

E, contudo, antes mesmo de chegar à síria, reconhece Pales-tina como “terra de leite e mel para os que viveram 40 anos no sinai e Damasco como o paraí-so terrestre para as tribos que só podiam entrar nela depois de semanas e semanas de penosas marchas através do quartzo des-sa ponte do deserto, depois de dias através do rutilante Houl, no pleno remoinhar das tempes-tades de areia”.

Damasco, finalmente. Cida-de santa. Ponto de partida para Meca. E seus peregrinos - vindos das partes mais remotas da lí-bia e da Tanzânia, do Egito e do Marrocos, da Pérsia e do sudão - a visitar os túmulos de Hussein e de Fátima, antes da meta en-tressonhada, perdida nas areias. Mesmo do monte Qassium, onde por pouco se cumpriu o sacrifício de Isaac, Damasco parece fervi-lhar, com seus incontáveis mi-naretes, na meridiana claridade do deserto, que lhe emoldura o corpo, e cujos beduínos, hoje e outrora enamorados, sonhavam com as águas do barada e seus jardins. Mas lawrence desconhe-ce tais sonhos.

Peregrino do nada, conquis-tado por cidades mais ou menos santas, visíveis ou intrigantes, Damasco é uma das mais sinu-osas... Desejar-lhe as formas. Os segredos do corpo. Caminhar pelas ruas esquecidas. Jogos de acaso e previsão. Conhecer-lhe

as partes sensíveis. Flores, in-censos, especiarias. saber que se trata desta, e não de outra cidade. Desta, e não de outra mulher.

Damasco abraça o amante da solidão, das altitudes esquecidas do deserto, e o devolve para a vida, nas cores fortes dos tape-tes, turbantes caucasianos, do branco imaculado de outros prín-cipes. Deixar-se ficar um bom tempo desadquirindo solidão, abandonando tanto nomadismo, para sentir-se de perto o cheiro e o gosto dessas ruas, descer das altitudes da solidão - das certe-zas glaciais - e voltar a inserir-se no mundo, entre a gente simples, para quem Damasco não passa de remota possibilidade.

Tudo encanta. Tudo fascina em Damasco. seus atrevimentos e delicadezas. seu corpo. As fontes que dessedentam. A planta dos pés. Os olhos verdes do islã. Os seios alaranjados do beka. Amar a cidade ao anoitecer, quando se pode surpreender em sua nudez, a mesquita de Al-Ualid ao fundo, abrindo as portas, durante a ma-drugada, enquanto espera a mu-lher do Dia do Juízo, e o áspero combate de Jesus. Como é bela Damasco... seus lábios, poços de águas claras. seus olhos, bálsa-mos de redenção.

Mas para lawrence tudo isso jamais se concretizou. A solidão foi maior. E parecia arrastá-lo em suas tenazes de fogo. O deserto com seus horizontes, definitiva-mente perdidos, era a sua casa permanente. Deserto e Contra-deserto. Os pilares e a sabedoria. Onde moram?

economia

Comunità ha chiesto al VM se il Governo Prodi ha in-tenzione di privilegiare i media istituzionali, come

Rai International, a detrimento della stampa indipendente per gli italiani all’estero. Confortan-te la risposta di budin, che ri-tiene che non vi sono intenzioni di priorità dei media istituzionali rispetto a quelli privati, poiché tutti fanno parte del cosiddetto “sistema Italia”. Peraltro, non ha saputo precisare se nella legge finanziaria sono previsti aumen-ti dei contributi destinati alla stampa estero, ma ritiene che occorre dare sempre più atten-zione ai nostri media.

Valutando il quadro politico italiano e la probabilità di elezioni politiche nella prossima primavera, CI ha chiesto a budin se non teme che tutto il lavoro di collaborazio-ne tra le due parti, e che sembra finalmente avviato a realizzazioni concrete, non vada perduto nel ca-so che il Governo Prodi cada.

spiritosamente, budin ha let-teralmente risposto: “Non rifiuto la domanda perché retorica, ma per scaramanzia”.

CI ha sollevato la questione della riforma della legge elettora-

Tassi di ritorno degli investimenti inferiori a quelli bancari, instabilità delle regole contrattuali, mancanza di un sostegno bancario italiano, e, per certi settori, barriere doganali fortissime, ecco in sintesi i problemi nei rapporti economici tra Italia e Brasile, riaffermati dagli imprenditori italiani radicati da anni nell’economia brasiliana. Ad ascoltarli diligentemente il Vice Ministro per il Commercio Internazionale, Milos Budin, proveniente da Brasilia dove ha partecipato al secondo incontro del “Tavolo Italia Brasile”, in una riunione organizzata dal Console Generale, Massimo Bellelli.Disponibile come sempre, il VM ha conversato con Comunità su questi e altri argomenti, dando un giudizio estremamente positivo dei rapporti economici e politici bilaterali, citando alcuni esempi concreti, come il grande investimento della FIAT che la porterà ad avere la più grande fabbrica di automobili al mondo, l’incontro con il Governatore dello Stato di Rio de Janeiro, per dare continuità ai progetti di infrastrutture definiti nel recente viaggio in Italia di Cabral e, ultimo ma non meno importante, l’annuncio della visita di stato in Italia del presidente Lula, in agenda per il prossimo Aprile.

DaniElE MEngacci

le, che o per via parlamentare, o per via referendaria, dovrà essere fatta ed avrà come conseguenza la caduta del divieto del Presi-dente della Repubblica, Giorgio Napolitano, di andare alle urne con la legge attuale.

budin afferma che oltre alla posizione di Napolitano, per lui perfetta, vi è nel Paese coscienza che occorre una legge elettorale che favorisca agglomerazioni più omogenee, e ricorda come sia in corso un dialogo bipartisan, non solo per la legge elettorale ma per tutte le riforme istituzionali che il Paese necessita, valutata anche l’opportunità che questo Governo permanga al potere o se sia il caso di una scelta diversa.

CI ha chiesto se questa scel-ta dipende da un accordo segre-to berlusconi-Veltroni a scapito di Prodi.

budin ritiene difficile un ac-cordo segreto tra due soggetti in concorrenza, a meno che questi abbiano interesse a escludere un terzo concorrente.

Considerando che Milos budin è da sempre membro dello stes-so schieramento politico, cioè dall’antico PCI all’attuale PD, CI gli ha chiesto se la prassi inter-na e i rapporti esterni del nuovo soggetto politico sono orientati a quello che una volta si chiamava “centralismo democratico”, il che lo renderebbe totalmente inutile per le necessità di rinnovo della politica italiana, o se si orienterà a metodi più democratici.

la risposta di budin si basa sulla dimensione del consenso elettorale, circa il 30%, che il PD può raggiungere, che costringe, in senso positivo, il partito a ra-gionare sulla base degli interessi generali della nazione e non su interessi di bottega, come l’ete-rogeneità e frammentazione del sistema attuale in tanti piccoli partiti che porta a considerare solo il proprio elettorato, e che ha come conseguenza una forte difficoltà a combinare ciascuna esigenza per la formazione di un esecutivo efficiente.

Secondo Budin “Il PD è ancora in costruzione, e tutti noi che ve-niamo da esperienze diverse stia-mo assumendo una nuova men-talità unitaria, che porterà a un partito in cui chi vorrà partecipa-re assiduamente della sua vita po-trà farlo, cosi come chi si interes-serà a argomenti specifici”.

Rob

erth

Trin

dade

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 716 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 17

Page 10: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

O presidente luís Inácio lula da silva visitará a Itália no próximo ano. O anuncio foi feito pelo vi-

ce-chanceler italiano, Donato Di santo, depois de uma reunião re-alizada no final de novembro com diplomatas brasileiros no Palácio do Itamaraty, em brasília, junto ao vice-ministro de Comércio In-ternacional, Milos budin. O Minis-tério das Relações Exteriores não confirmou a data, mas é provável que seja em abril. será a segunda vez de lula na Itália. A primeira foi em 2005.

O grupo esteve no brasil pa-ra participar do 2º Conselho Mis-to ítalo-brasileiro de Cooperação Econômica, Industrial, Financeira e de Desenvolvimento. Além da visita do chefe de estado brasilei-ro, os dois anunciaram a intenção da Itália de investir em obras de infra-estrutura, tecnologia e bio-combustíveis no brasil, no âmbi-to do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC].

— Este relançamento entre Itália e América latina, e em par-ticular com o brasil, é parte de um projeto político, não é um fa-to casual. A relação entre a região e a Europa permitirá que nossos

países possam crescer, olhar pa-ra o futuro, pensar em iniciativas que reforcem a paz, construir de-senvolvimento e reduzir a pobre-za — afirma Di santo.

A aproximação entre os dois paises se iniciou com o governo de Romano Prodi. Vem sendo cos-turada desde o inicio do segundo mandato do presidente lula, no dia 1º de janeiro deste ano, com a visita do chanceler Massimo D’Alema, o único representante estrangeiro a participar da ceri-mônia de posse. E a negociação culminou com a vinda do primei-ro-ministro, Prodi, em abril. Na realidade, todo esse movimento busca a favorecer o intercâmbio comercial entre os dois países.

Apesar desse estreitamento comercial, faltando dois meses para acabar o ano, os números mostram que os resultados ain-da são tímidos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior [MDIC], as exportações brasilei-ras para a Itália somaram 3,8 bilhões de dólares em 2006, e as importações, 2,6 bilhões de dólares. Em 2007, até o mês de outubro, as exportações brasi-leiras atingiram 3,4 bilhões de

dólares, e as importações, 2,4 bilhões de dólares.

Outro fator que poderá cola-borar com o incremento comer-cial entre os dois países é o acor-do de parceria estratégica com a União Européia [UE], assinado em junho, em Portugal. segundo alguns analistas, esse feito abriu caminho para futuras negociações sobre uma área de livre comércio entre a Europa e o Mercosul.

— Não é uma aposta apenas comercial, trata-se de mercado comum que tem um substrato político muito importante, com iniciativas sociais e institucio-nais. As negociações da UE e o Mercosul sejam complementares às da Rodada de Doha da Orga-nização Mundial do Comércio — explica Di santo. Corrida pelo PACsegundo o vice-ministro do Co-mércio Internacional Italiano, Mi-los budin, a Itália está interessa-da em investir em obras do PAC, principalmente as que fazem par-te da infra-estrutura. budin acres-centou que os italianos poderão participar da construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), que li-gará a cidade do Rio de Janeiro a

são Paulo, com velocidade média de 300 km/h, de acordo com os primeiro estudos dos técnicos do Ministério dos Transportes. O TAV deverá ser concluído em 2014, quando acontecerá a Copa do Mundo de Futebol no brasil.

budin diz esperar que o pro-jeto seja realizado por uma em-presa italiana:

— A Itália quer contribuir com o Programa de Aceleração do Crescimento. Possuímos a tec-nologia mais avançada do mundo para a construção de um trem de alta velocidade.

No encontro reservado que te-ve com o primeiro-ministro Roma-no Prodi, no brasil, lula detalhou as ações do Programa de Acele-ração do Crescimento [PAC], que promete ser a porta de entrada para os investimentos italianos no brasil. O PAC, lançado no dia 28 de janeiro, é um programa do go-verno brasileiro que engloba uma série de ações de políticas eco-nômicas para os próximos quatro anos. O objetivo é dar maior agi-lidade ao crescimento do país e, além disso, prevê investimentos na ordem de 503 bilhões de reais, até 2010, com prioridades para o setor de infra-estrutura.

economia

Fábio linoCorrespondente • Brasília

Visita do presidente brasileiro tem por objetivo o fortalecimento das relações entre os dois países

Lula vai a Roma

O vice-chanceler italiano Donato Di Santo, à esquerda do presidente Lula

(centro), em uma das várias reuniões que participou com autoridades brasileiras

Ric

ardo

Stu

cker

t

La fiNESTRaDaniele Mengacci

[email protected]

Abbiamo dovuto aspettare la fine di Novembre per sape-

re una cosa che già sapevamo, e cioè che tra Silvio e Walter da tempo corre un flirt di intesa sul-le riforme che necessitano al Pa-ese, da quella elettorale a quelle istituzionali.

Quella dei padroni dei due più grandi schieramenti, quotati cia-scuno a un 30% di voti, secondo gli ultimi sondaggi, ricorda la vi-cenda di due giovani, uno statu-nitense e l’altra portoricana, nar-rata nella piéce di Ernest lehman e musiche di leonard bernstain e poi trasposta in film, West si-de story, vincitore di 10 Oscar, che, si dica en passant, dovrebbe essere visto da tutti gli italiani, poiché con quasi cinquant’anni di anticipo, espone i problemi le-gati ai conflitti generati dal con-fronto tra culture diverse.

Come in Romeo e Giulietta, i due piccioncini americani fini-scono male per inganno, genera-to dalle bande, gli sharks porto-ricani e gli Jets statunitensi, che non vedevano di buon occhio il cicaleccio dei due.

Cosi è per Berlusconi e Vel-troni, le rispettive gang, pur con motivazioni diverse, sono in al-larme, il centrodestra confuso dalle dirompenti iniziative di marketing politico del Cavalie-re, dietro cui sniffano il perico-lo della subordinazione o addirit-tura la necessità di confluire in massa nel nuovo non-partito in-ventato dal Cavaliere.

similmente, il centrosinistra, considerate soprattutto le prime mosse del PD, tacciate di rilancio del metodo detto “centralismo democratico” e l’accordo su una clausola di sbarramento del 4%, si sente con l’acqua alla gola. Perfino il flemmatico Boselli si è manifestato, in una intervista al Giornale, col pretesto di accusare Veltroni di aver rottamato l’Unio-ne, per lamentarsi che i primi

saranno a pagare il prezzo degli errori commessi dal PD saranno proprio loro.

Chi vede con maggior terrore, ma fa finta di niente, il namoric-chio dei due leader è il prode Pro-di, che qui assume il personaggio del poliziotto di quartiere, Officer Krupke, che sa tutto e prevede quel che accadrà, ma è costante-mente deriso dalle due gang.

Prodi sa che se ci saranno elezioni anticipate, sia nel 2008 o nel 2009, quasi certamente andrà a casa, consumato fino all’estremo dalle bizze di un co-acervo di soggetti politici irre-quieti e dal crescere del malcon-tento popolare.

Prodi ha ben capito che la prossima consulta segnerà la fine del sistema bipolare imperfetto, e la nascita del sistema bipartito quasi che perfetto, ragione che ha spinto i leader dei due campi a co-stituire per tempo le proprie orga-nizzazioni politiche, i PD e PDl.

sui ragionamenti dei due pic-cioncini pende però la terribile spada di Damocle del referen-dum: la Cassazione ha dichiara-to valide 540.000 firme ed ora spetta alla Corte Costituziona-le pronunciarsi sulla legittimità dei quesiti, salvo che un accordo concorde tra i due poli permet-ta l’approvazione in Parlamento della riforma del voto.

I due partiti maggiori pare che possano rapidamente scrive-re un testo comune, ma sono in-fastiditi dal comportamento de-gli alleati minori.

Il popolo, intanto, sta con la corda al collo, corda fatta di aumenti di beni essenziali, come pane e pasta, e che diventerà an-cora più lunga con gli aumenti già annunciati, dei carburanti ed elettricità.

Cari lettori, godetevi fino in fondo il passaggio di anno, per-ché quello nuovo sembra che venga già mezzo sciancato.

romeo e Giulietta

articolo / notizie

Agnelli della ValeIl presidente della Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli,

è considerato molto bene da tutto l’imprenditorato brasiliano. Tanto è che è stato eletto da 20mila dirigenti delle principali com-pagnie affiliate all’ Associação dos Dirigentes de Vendas do bra-sil (ADVb) come Personalidade de Vendas dell’anno. Il premio ver-rà consegnato nel marzo 2008, a san Paolo. secondo il presidente dell’ADVB, Miguel Ignatios, “l’elezione di Agnelli è un riconoscimen-to al lavoro della Vale, che si è trasformata in una delle industrie metallifere del mondo”. Questa è la 45ª edizione del premio che ha eletto, l’anno scorso, Antonio Carlos Romanoski, della sundown Mo-tos. Anzi, la Vale do Rio Doce ora si chiama ufficialmente solo Vale.

Interscambio della stampaIl 2º Congresso ítalo-brasileiro de Imprensa, che ha avuto luogo

tra il 3 e il 5 dicembre a Florianópolis, santa Catarina, ha conta-to sulla presenza di giornalisti brasiliani e italiani che hanno for-malizzato un accordo per interscambio tra l’ Associação Catarinen-se de Imprensa e l’Ordine dei Giornalisti del Veneto. l’accordo, che avrà la durata di tre anni prorogabili, è stato siglato dai presidenti dell’ Associação Catarinense de Imprensa, Ademir Arnon, dall’Or-dem dos Jornalistas do Vêneto, Gianluca Amadori, dall’Associação de Imprensa Italiana no brasil, Venceslao soligo, dalla Câmara Ita-liana de Comércio e Indústria de santa Catarina, Renato Marins, e dal segretario di stato di Turismo, Cultura e sport, Gilmar Knaesel. Tra le intenzioni del protocollo di interscambio è prevista l’orga-nizzazione di seminari, corsi, scuole estive, esposizioni, congressi, conferenze, oltre alla produzione di riviste e materiale pedagogico che dovrà circolare in santa Catarina e in Veneto. Durante la ceri-monia di apertura del congresso, presso l’ Assembléia legislativa de santa Catarina, il governatore luiz Henrique da silveira ha sot-tolineato la forza della cultura italiana nello stato e ha garanti-to la partnership nei progetti previsti. “la realizzazione di questo Congresso qui nello stato sta solo confermando che santa Catarina ha assunto per sé stessa un ruolo di punta nelle relazioni tra bra-sile e Italia. stringiamo ancora di più questi legami tra l’Italia e il brasile”, ha concluso. Dopo il congresso, la maggioranza dei gior-nalisti italiani ha prolungato il soggiorno per conoscere altre città dello stato e produrre materiale giornalistico.

Deputato Santa Claus“Dietro questo Natale sorridente c’é del marcio”. Con queste

parole il deputato dei Verdi Roberto Poletti denuncia la cri-si del lavoro nero in Italia, raccontando la sua esperienza da ‘babbo Natale per un giorno’. Indossati i panni di santa Claus, il deputato si è fatto assumere in un centro commerciale alle porte di Roma per intrattenere i clienti e i loro bambini ricevendo un corrispettivo di 4 euro e 50 centesimi all’ora, senza contratto né assicurazione.

Marius, Knaesel, Arnan, Amadori e Soligo al Congresso

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 718 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 19

Page 11: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

politica

Intimità progressiva

Rapporti commerciali Brasile-Italia si intensificano sempre di più, con visite d’affari di imprenditori italiani a San Paolo e a Rio de Janeiro, quest’ultima in contropartita alla recente missione fluminense nel paese europeo

PaUla carvalho E silvia soUza

L’Italia sa ospitare molto bene. Il brasile, ancora meglio. E il 2007 è sta-to un anno segnato da

un’intensa agenda di scambi di visite tra i due paesi. solo a no-vembre, autorità e circa 40 im-prenditori italiani dei più svariati settori sono venuti in terra tupi-niquim, per vedere da vicino op-portunità di affari.

Dagli inizi dell’anno, il bra-sile ha ospitato politici italiani come Massimo D’Alema, Franco Danieli e il premier in perso-

na, Romano Prodi. A settembre, era stato il turno del governa-tore di Rio de Janeiro, sérgio Cabral, a capo di una comitiva di imprenditori e autorità nello stivale.

VitelliPer ultimo, agli inizi di dicem-bre, è stato a Brasilia, Santa Ca-tarina e san Paolo, il ministro dell’Agricoltura italiano, Paolo Di Castro. Ha annunciato l’interesse nell’acquisto in brasile di addi-rittura 200mila vitelli dal 2008.

Di Castro ha anche manifestato la disposizione italiana ad aiu-tare il brasile nei negoziati per facilitare l’entrata di prodotti agricoli nel mercato dell’Unione Europea (UE).

— Vorremmo essere un pun-to di riferimento per il brasile nella UE. se importiamo bestia-me brasiliano, sarà come ricono-scere la qualità della carne del brasile — constata Di Castro, rappresentante del paese che è stato il quinto destino di espor-tazioni dell’agrobusiness brasi-

liano nel 2006, con 2,1 miliardi di dollari venduti allo stivale in quel periodo.

Credito e infrastrutturaAlla fine di novembre, a Rio de Janeiro, il governatore sérgio Ca-bral ha ricevuto la prima visita in contropartita alla missione che ha capitanato, in Italia. Accom-pagnati dal sottosegretario di stato al Commercio Internazio-nale, Milos budin, dall’ambascia-tore d’Italia in brasile, Michele Valensise, dal direttore dell’In-stituto Italiano para o Comér-cio Exterior (ICE), Giovanni sac-chi, e dal console d’Italia a Rio, Massimo bellelli, sono stati con il governatore i rappresentanti delle 12 maggiori imprese italia-ne del settore di infrastrutture, trasmissione di telecomunicazio-ni e agenzie di credito in espor-tazione.

Alla riunione, Cabral ha ri-cordato che gli investimenti eu-ropei in brasile sono aumentati, ma neanche poi tanto da parte dell’Italia.

— la spagna, ad esempio, ha investito di più a Rio, da dove parte l’85% del petrolio brasilia-no — ha avvisato il governatore agli ospiti.

Qualificazione professionalesempre alla fine di novembre, a Rio c’è stato il seminario Brasil/Itália de Intercâmbio de Expe-riências sobre Políticas Públicas de Emprego e Educação Profis-sional. Durante l’evento, che ha avuto luogo a barra da Tijuca, zona ovest di Rio, si è discussa la cooperazione mutua e l’inter-scambio di politiche pubbliche di impiego per l’inclusione di la-voratori brasiliani e italiani nel mercato del lavoro.

L’iniziativa è partita dal Mini-stro del lavoro e Previdenza so-ciale italiano, Cesare Damiano, quando il ministro brasiliano del lavoro e Impiego, Carlos lupi, si è recato in Italia. In settembre, 200mila posti di lavoro sono sta-ti creati in tutto il brasile, tutti in regola. Questo numero sareb-be potuto essere maggiore, ma le imprese italiane ancora protesta-no per la mancanza di manodo-pera qualificata in brasile.

All’incontro hanno partecipa-to l’assessore speciale del Mini-stro del lavoro italiano, luciano Forlani, il direttore generale del Mercato di lavoro del Ministero del lavoro e Previdenza socia-le italiano, Ugo Menziani, il re-sponsabile dello sviluppo delle Attività Estere del gruppo Obiet-tivo lavoro spa, Maurizio Mirri, il presidente della Obiettivo lavo-ro, Alessandro Ramazza, e il di-rettore dell’Italia lavoro, agenzia tecnica del Ministero del lavoro italiano, Giampiero Carpo.

Durante uno degli incontri del seminario, si è fatto un ri-assunto delle difficoltà comuni ai due paesi. Obiettivi elencati: passare dalle idee alla pratica, ridurre la complessità della bu-rocrazia, contestualizzare e mi-surare l’efficacia dei servizi of-ferti, cercare un miglior accesso alle informazioni tecnologiche, creare reti di comunicazioni per accellerare i processi, organiz-zare il settore, oltre alla forma-zione, integrando partner con obiettivi comuni.

— Qui abbiamo avuto una vi-sione panoramica che ci ha offer-to novità per il mondo della for-mazione professionale italiana. speriamo di continuare impegna-ti in queste attività che offrono assistenza tecnica mutua tra i due paesi — conclude Menziani.

Inoltre, si sono fatti presen-ti il dirigente dell’Italia lavoro,

Giuseppe Petrucci, il dirigente della Obiettivo lavoro in bra-sil, Massimo Cabiati, i dirigenti dell’Unione Italiana del lavoro, Plínio sarti e Fabio Porta.

Design alla milaneseRiferimento mondiale in design, Milano è instancabile nella ri-cerca di partner che facciano da leva alla sua crescita. Perciò la capitale dello sviluppo italiano ha mandato a san Paolo il pro-getto Milano: buon Gusto, buon Design, organizzato dal governo e da imprenditori lombardi, la Promos (Camera di Commercio di Milano) e la Unioncamere lom-bardia.

Il valore delle esportazio-ni lombarde in brasile equiva-le a 700 milioni di euro e circa 1.500 imprese regionali dichiara-no di avere attività commerciali in brasile.

secondo Andrea bonalume, direttore della Promos, i rapporti economici tra brasile e Italia nel settore del design sono ancora molto al di sotto del loro poten-ziale. Tanto da parte dei designer e comunicatori, quanto di impre-se che usano il design nella lo-ro produzione, l’evento ha voluto offrire agli imprenditori l’oppor-tunità di sviluppare nuove reti di collaborazioni internazionali, in cui il brasile presenta una posi-zione di spicco.

Il progetto include la realiz-zazione della Macef – Fiera Inter-nazionale di Articoli per la Casa, uno dei principali eventi mondia-li di affari nel segmento di ar-redamento e articoli per la casa, con sede a Milano. la Macef ha

avuto luogo presso il Decoração & Design Center di san Paolo, il maggior centro di arredamento e design dell’America latina.

— Qualche anno fa abbiamo capito che il brasile era un pa-ese importante nella continua-zione del processo di aumento dell’internazionalizzazione della Macef — mette in risalto Paolo Taverna, direttore della fiera, il cui 30% era di espositori inter-nazionali.

la Camera di Commercio di Milano vede il brasile come il suo principale partner nel mercato latinoamericano. Questo è dovu-to al potenziale del mercato in-terno di 180 milioni di persone, all’abbondanza di materie prime, all’importanza del suo sistema produttivo (riferimento nel con-tinente) e alle affinità culturali con l’Italia.

Anche il senatore italia-no Edoardo Pollastri, presidente della Câmara ítalo-brasileira de Comércio e Indústria, considera

questo evento un’ottima oppor-tunità per stabilire rapporti com-merciali più forti in un settore in cui l’Italia presenta un elevato livello di eccellenza. Pollastri ha ricordato che la politica italiana priorizza i rapporti con i paesi del bRIC (brasile, Russia, India e Cina).

— L’Italia è un paese che per crescere ha bisogno di partner. Niente di meglio che un paese come il brasile, che ha caratte-ristiche culturali comuni a quelle italiane per raggiungere questa meta — dice Pollastri.

la lombardia, di cui Milano è il capoluogo, è una potenza nell’area del design: il 15% del-le imprese italiane del settore si trova nella regione, di cui il 40% nella provincia milanese. Ci sono 54 scuole di design, sette università, 26 istituti e 21 scuo-le superiori rivolte al design, con circa 9.600 studenti, 3.800 dei quali stranieri. E il numero di imprese di design milanesi è aumentato del 13% tra il 2004 e il 2005.

— le esportazioni italiane in design corrispondono a 8,4 mi-liardi di euro. In lombardia, so-no due miliardi di euro, di cui un miliardo solo a Milano, che è sede di 59 delle 76 fiere del-la regione, delle quali 45 sono di carattere internazionale. Questi eventi contano sulla presenza di 200mila espositori e attraggono quattro milioni di visitatori ogni anno — informa Andrea bonalu-mi, direttore della Promos.

Il ministro Lupi e autorità italiane discutono su politiche di impiego

Rob

erth

Trin

dade

Bru

no d

e Li

ma

Rob

erth

Trin

dade

Il Consolato d’Italia a Rio è stato il quartiere generale di varie riunioni fatte da imprenditori dei due paesi

20 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 21C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 12: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

economia

Investimenti all’orizzonte

Promos firma partnership di cooperazione con il Sebrae per lo sviluppo di moda, mobili e rocce ornamentali

MarcUs alEncar, Do rio, E gUilhErME aqUino, DE Milão

Il governatore Sérgio Cabral comanda la riunione con dirigenti della Camera

di Commercio di Milano

Rob

erth

Trin

dade

I primi risultati dei negoziati firmati in passato tra il gover-no di Rio de Janeiro e impren-ditori fluminensi e italiani

durante il viaggio a Milano e Ro-ma, in settembre, cominciano ad essere messi in pratica. l’Impresa della Camera di Commercio di Mi-lano (Promos) ha firmato un pro-tocollo d’intesa con il sebrae/RJ per stabilire mete di cooperazione per lo sviluppo di tre settori pro-duttivi: moda da spiaggia di Ca-bo Frio, nella Região dos lagos, polo mobiliario della baixada Flu-minense e rocce ornamentali nel Nordest Fluminense.

Gli investimenti nei sistemi Produttivi locali (APls) si aggi-

reranno sui 6 milioni di reali, in un periodo di tre anni. le enti-tà credono che il valore sia su-fficiente a causare un grande im-patto nelle regioni. la captazione di risorse si farà grazie a fonti di finanziamento, come il bID, e a partner interessati a progetti che cominciano ad essere messi in pratica nel 2008. secondo il so-vrintendente del sebrae/RJ, sér-gio Malta, l’idea è quella di ripe-tere il risultato del polo di moda intima di Friburgo, nella Região serrana, frutto di una vecchia partnership con la Promos.

— Vogliamo ripetere in ques-ti luoghi l’eccellente risultato di Friburgo e della Região. Come

esempio, possiamo usare l’indice di creazione di impieghi tra il 1995 e il 2005. Mentre nello sta-to la percentuale è stata del 29%, a Friburgo è arrivata al 120% — rivela Malta. E continua: — la partnership con gli italiani sarà molto produttiva, specialmente dovuto alle loro conoscenze nel-le aree di materiali, macchine e, specialmente, design.

Il sovrintendente del sebrae/RJ spera di ottenere delle part-nership per rendere possibili gli APls basandosi sull’esperienza di Friburgo. secondo lui, il lavo-ro messo in pratica nella Região Serrana è divenuto riferimento nazionale e perfino mondiale.

Con l’appoggio della Promos e del bID, Malta ricorda che il polo di moda intima è servito a fare da leva allo sviluppo di tutta la regione, visto che altre città ne hanno tratto beneficio. Ciò che il Sebrae vuole fare, dice lui, è ag-giornare le informazioni venute dall’Italia e ripassarle ai poli.

— A differenza dal primo, che è stato un progetto pilota di sviluppo di modelli di poli-tiche industriali, ora vogliamo occuparci di più dei risultati nella commercializzazione tra i due paesi — rivela, spiegando che il protocollo prevede anche il rafforzamento dei rapporti bi-laterali.

Captazione di risorseMalta sostiene che Rio deve cer-care di internazionalizzarsi sem-pre di più. Deve, secondo lui, sfruttare lo scambio di esperien-ze, l’accesso alle nuove tecnolo-gie e le sfide della globalizzazio-ne. I primi negoziati in cerca di partnership sono fatti con impre-se che fanno già parte di questi APls. Gli interessati entreranno nel Projeto de Dinamização dos Aglomerados Produtivos. lo sta-to aiuta grazie a strumenti come l’InvestRio.

Ci si aspetta che gli inves-timenti negli APls producano un aumento del 15% nella pro-duzione, oltre a raddoppiare o addirittura triplicare il numero di impieghi. Malta spiega che i settori sono stati scelti a secon-da dei riferimenti e la vocazione della regione. lo stato vuole usa-re l’esperienza che ha l’Italia in materia di distretti industriali in lombardia. Oltre a macchinari e attrezzature, il protocollo preve-de il trasferimento di tecnologia in design, arte, professionalismo, cultura e tradizione.

— Anche la cooperazione tecnica e commerciale per ciò che riguarda le questioni di comple-mentarietà, come joint ventures, macchinari importati dall’Italia in brasile e il prodotto finale brasi-liano venduto in Italia, contribui-ranno all’aumento della produzio-ne — crede il sovrintendente del sebrae, secondo il quale, grazie all’appoggio della Promos, negli ultimi sei anni il polo di Friburgo — che oggi presenta 400 impren-ditori — ha appreso a gestire i suoi affari, ad aggregare valore ai suoi prodotti, per esempio, in de-sign, e ad accedere a mercati in brasile e all’estero.

Al di sotto del potenzialela grande missione imprendito-riale italiana a Rio è prevista per l’anno prossimo, dopo la visita del presidente lula in Italia. Per-lomeno, questo è il piano illus-trato dal direttore della Promos, Andrea bonalumi. secondo lui, non solo Rio, ma tutto il paese è pronto per ricevere più investi-menti stranieri.

— Dalla nostra prospettiva, in questo momento, non man-ca niente al brasile per attrarre l’attenzione degli investitori ita-liani. Il Brasil è un paese matu-ro, dal punto di vista industriale,

offre stabilità politica, una buo-na capacità imprenditoriale. In-vece siamo molto al di sotto del potenziale di questo mercato — afferma bonalumi.

secondo il direttore della Promos, il primo progetto basato sul concetto degli APls impian-tati in Brasile è risultato dalla partnership Promos-sebrae, con l’appoggio del banco Interameri-cano di sviluppo (bID):

— A partire da questo, in Brasile è iniziata tutta una ri-flessione su questi temi legati agli APls, che hanno finito col trasformarsi in una specie di po-litica industriale del governo lu-la. Tant’è vero che quasi tutti gli stati brasiliani hanno oggi pro-grammi di sviluppo di sistemi Produttivi.

Ma Bonalumi, che è stato a Rio contraccambiando la visi-ta del governatore sérgio Cabral in Italia, avvisa dell’importanza della continuità dei dialoghi:

— I discorsi non devono ca-dere nel vuoto, gli obiettivi de-

vono essere sostenuti e la prova del fatto che andiamo avanti in questo senso sono le nuove pros-pettive di opportunità per gli im-prenditori dei due lati.

Il bID potrebbe riaprire linee di credito per l’incremento del progetto, secondo bonalumi, ma per fare ciò bisogna ancora sot-tometterlo all’analisi del banco. Moda spiaggiaCabo Frio, nella Região dos la-gos, presenta circa 200 impre-se che impiegano, in media, da 10 a 15 persone, sommando 2,5 mila impieghi diretti. la produ-zione annuale arriva a 15 mila bikini. Con l’APl, le aspettative sono che il numero di impieghi triplichi e che la produzione au-menti il 15%. lo shopping dos Biquínis è una delle attrattive turistiche della città.

Polo di mobiliIl Pólo Moveleiro da baixada si concentra a Duque de Caxias e nel distretto di Xerém. la pro-

duzione è fatta per ordinazione. l’Associação Moveleira da baixa-da (AMOb) sta cominciando una partnership e non ci sono ancora definizioni numeriche. Il settore impiega 3,5 mila persone e ora include anche Petrópolis, nella Região serrana.

Rocce ornamentaliIl lavoro fatto con rocce orna-mentali di Rio viene realizzato a santo Antônio de Pádua, Ita-ocara e Miracema, dove c’è gran-de presenza di marmi, graniti e gneiss. la regione conta su 120 imprese e produce 12mila im-pieghi. secondo il sebrae/RJ, il volume di produzione si aggira sulle 2,6 mila tonnellate (il 5% della produzione nazionale). so-no circa seimila persone coinvol-te nell’attività economica.

Rappresentanti del Sebrae e Promos (sopra): appoggio per moda

da spiaggia, mobiliario e rocce ornamentali brasiliani

Rob

erth

Trin

dade

Rep

rodu

ção

22 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 23C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 13: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

capa

valqUíria rEy E sílvia soUza

Pericolo nascosto nel pallone

Sede dei Mondiali di Calcio del 2014, il Brasile si prepara da ora per prevenire la violenza durante le partite

Sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil se prepara desde já para prevenir a violência durante as partidas

Perigo oculto na bolaEles se auto-intitulam guer-

reiros, combatentes, fiéis. Proclamam paixão pelo fu-tebol capaz de levá-los a

matar ou morrer em nome do em-blema estampado em suas cami-sas. Mas o fanatismo das torcidas organizadas nem sempre está re-lacionado às emoções proporcio-nadas pelo esporte coletivo de disputa pelo domínio de uma bo-

la. A guerra entre torcidas pou-co tem a ver, na verdade, com o futebol, mas com questões polí-tico-ideológicas. Na maioria dos casos, é o nazi-fascismo – banido da disputa partidária – que toma posse da bola, infiltrado na pele-ja esportiva.

As batalhas fora de campo têm feito mortes deste e do ou-tro lado do Atlântico. sede da

Loro si denominano guerrieri, combattenti, fedeli. Procla-mano la passione per il cal-cio come scusa per uccide-

re o morire in nome dell’emblema stampato sulle loro magliette. Ma il fanatismo delle tifoserie orga-nizzate non è sempre legato alle emozioni rese dallo sport colletti-vo di lotta per il dominio del pal-lone. la guerra tra le tifoserie in

realtà non ha niente a che vede-re con il calcio, ma con questioni politico-ideologiche. Nella mag-gior parte dei casi, è il nazifasci-smo – espulso dalla lotta parti-taria e infiltrato nelle partite – a prendere possesso del pallone.

le battaglie fuori campo han-no causato morti da questo e dall’altro lato dell’Atlantico. sede dei prossimi Mondiali di Calcio, il

Duas vítimas: o policial Raciti (no alto) e Sandri homenageado pela torcida e pelos jogadores da Lazio

Due vittime: il poliziotto Raciti (alto) e Sandri omaggiato dalla tifoseria e dai calciatori della Lazio

próxima Copa do Mundo, o brasil (que não é sede dos jogos desde 1950) começa a se preparar pa-ra prevenir a violência durante o evento. Em 2014, desembarcarão no brasil torcidas organizadas do mundo inteiro. Entre as mais pe-rigosas, tanto quanto os hooli-gans ingleses, há os ultras italia-nos, identificados como radicais de extrema direita.

O brasil tem muito a apren-der, por exemplo, com os ale-mães, anfitriões na última Copa, que sagrou a Itália tetracampeã. Mas o perigo nem sempre vem de fora. Também no país, especial-mente na região sul, o credo in-tolerante do neonazismo tem fei-to vítimas.

Política e futebol: coquetel explosivoA pancadaria não costuma acon-tecer somente nos estádios. Ocorre preferencialmente em ro-dovias e terminais de transporte. Num ponto da estrada entre Ro-ma e Milão, em Arezzo, na Tos-cana, morreu em novembro o DJ Gabriele sandri, aos 25 anos, ví-tima de tiro acidental disparado por policial durante confronto da torcida do lázio – de orientação política de extrema-direita – com rivais do Juventus.

Em fevereiro deste ano, na sicília, durante clássico entre Pa-lermo e Catania, a violência das torcidas organizadas já havia fei-to outra vítima. Um explosivo matou o policial Filippo Raciti,

de 38, em meio a um confron-to entre torcedores armados com bombas. Houve mais de 100 feri-dos ao todo. As partidas do cam-peonato foram suspensas.

A morte de sandri foi a 13ª dos últimos 45 anos. Torcedor do lazio, ele seguia de Roma para Milão, onde o seu time enfren-taria o Internazionale, quando o seu grupo cruzou no caminho com rivais do Juventus que se-guiam para outro jogo de fute-bol, em Parma.

Em reação à morte do jovem, os ultras – encapuzados e arma-dos com tacos de beisebol – ata-caram delegacias, incendiaram carros e travaram batalhas com a polícia em cidades como bérga-mo, Milão e Roma. O Ministério Público identificou o emprego de táticas de guerrilha urbanas na desordem geral. Houve mais de 40 feridos, quatro presos acusa-dos de atos terroristas, partidas suspensas, setores dos estádios

Brasile non ne è sede dal 1950, e comincia a prepararsi per preve-nire la violenza durante l’evento. Nel 2014, sbarcheranno in brasi-le tifoserie organizzate di tutto il mondo. Tra le più pericolose, tan-to quanto gli hooligans inglesi, ci sono gli ultrà italiani, identificati come radicali di estrema destra.

Il brasile ha molto da impa-rare, per esempio, dai tedeschi, ospiti degli ultimi Mondiali, che hanno consacrato l’Italia tetra-campione. Ma il pericolo non vie-ne sempre da fuori. Anche in bra-sile, specialmente al sud, il credo intollerante del neonazismo ha fatto vittime.

Politica e calcio: cocktail esplosivole risse non succedono, di so-lito, solo negli stadi. Accadono di preferenza nelle autostrade e stazioni. In un punto dell’au-tostrada tra Roma e Milano, ad Arezzo, in Toscana, è morto a no-vembre il dj Gabriele sandri, 25 anni, vittima di uno sparo parti-to accidentalmente dalla pistola di un poliziotto durante scontri dei tifosi della lazio – che tendo-no politicamente all’estrema de-stra – con rivali della Juventus.

Nel febbraio di quest’anno, in sicilia, durante il derby tra il Palermo e il Catania, la vio-lenza delle tifoserie organizza-te aveva già mietuto una vitti-ma. Un’esplosione ha ucciso il poliziotto Filippo Raciti, 38, nel mezzo di scontri tra tifoserie ar-

mate di bombe. In totale, ci so-no stati 100 feriti. le partite del campionato sono state sospese.

La morte di Sandri è stata la 13ª negli ultimi 45 anni. Ti-foso della lazio, andava da Ro-ma a Milano, dove la sua squadra avrebbe affrontato l’Internazio-nale, quando il suo gruppo ha in-crociato lungo la strada i rivali della Juventus che andavano ad un’altra partita, a Parma.

Come reazione alla morte del giovane, gli ultrà – incappucciati e armati di mazze da baseball – hanno attaccato commissariati, incendiato macchine e iniziato scontri con la polizia in città co-me bergamo, Milano e Roma. Il Pubblico Ministero ha identifica-to l’uso di tattiche di guerriglia urbana nel disordine generale. Ci sono stati più di 40 feriti, quat-tro arrestati accusati di atti ter-roristici, partite sospese, settori degli stadi chiusi fino al 2008, tifoserie vietate di accompagna-re partite fuori casa.

— Gabriele non sarebbe morto se un poliziotto non aves-se sparato. E non sarebbe morto neanche se i tifosi non si fosse-ro coinvolti in una rissa, invece di prendere, insieme, un caffè — afferma il ministro degli Interni italiano, Giuliano Amato.

Gli ultrà non vanno negli sta-di solo dovuto al calcio. A Milano e bergamo, tifosi sono stati pre-si in flagrante mentre facevano il saluto romano, vietato in Italia, che corrisponde all’altrettanto

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

24 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 25C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 14: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

capa

fechados até 2008, torcidas proi-bidas de acompanhar jogos fora de casa.

— Gabriele não seria morto se um policial não tivesse dispa-rado. Ele também não seria mor-to se os torcedores não tivessem se envolvido numa briga, ao in-vés de tomar, juntos, um café — afirma o ministro do Interior da Itália, Giuliano Amato.

Os ultras não vão aos está-dios por causa do futebol somen-te. Em Milão e bérgamo, torce-dores foram flagrados ao fazer a saudação romana, proibida na Itália, que corresponde à banida Heil Hitler na Alemanha, o bra-ço direito estendido, em gesto igual ao dos seguidores do dita-dor Mussolini.

De acordo com o chefe de Po-lícia Antoni Manganelli, atuam no campeonato italiano 529 tor-cidas ultras, com 80.300 filiados. segundo Manganelli, 268 têm orientação política, 72 de extre-ma-direita (com 14.630 pessoas) e 35 de extrema-esquerda (4.275 integrantes).

— Prendemos 233 ultras du-rante a estação 2006-2007. Além disso, 833 foram denunciados — informa o chefe de Polícia, que define a extrema-direita como hegemônica.

Na torcida do lázio, a equipe do coração de benito Mussolini é considerada uma das mais racis-tas do mundo, ligada a organiza-ções de extrema-direita neofas-cistas. Os torcedores vestem-se de preto e levam para os estádios bandeiras e imagens do Duce. Ex-

jogador do lazio, Paulo Di Canio foi acusado inúmeras vezes de incitar o fascismo ao comemorar seus gols com a antiga saudação romana.

Mas também os torcedores de tendência política esquerdista do livorno – time da série A da cida-de onde nasceu o Partido Comu-nista Italiano – fazem os jogos parecer mais com festas partidá-rias do que com partidas de fute-bol. A torcida veste roupas ver-melhas e porta faixas e cartazes com foices e martelos, imagens de Che Guevara, Marx, stalin e lênin.

A revolta dos craquesO craque Kaká, do Milan, decla-rou a possibilidade de deixar o

futebol italiano se as autorida-des não fizerem algo de concreto para conter a violência nos está-dios. A afirmação irritou Gianni Rivera, um dos maiores jogado-res da história do futebol italia-no, que acusou o brasileiro de ter sido hipócrita.

— Não existe esse risco por-que os jogadores que vêm de fo-ra não o fazem por amor ao fu-tebol, mas porque lhes pagam muito bem — reagiu o ex-astro do Milan, hoje dirigente político, em entrevista publicada no jor-nal esportivo francês l’Equipe.

sem se opor às declarações da principal estrela do clube do qual é dirigente esportivo, o ex-jogador leonardo de Araújo acre-dita que Kaká apenas expressou a sua opinião.

— Não há como negar que nesse ponto (de organização contra a violência), o futebol in-glês e espanhol se encontram à frente do italiano. Mas não há o risco de perdermos jogadores — diz leonardo.

O atacante Ronaldo, do Mi-lan, já disse que “o futebol ita-liano enfrenta um grave proble-ma de ordem pública”. Também da seleção brasileira e atuando na Itália, o goleiro Júlio César e o lateral Maicon, ambos da In-ter de Milão, e o zagueiro Juan, do Roma, também manifestaram preocupação com o futuro do es-porte no país.

— Confesso que eu tenho medo, afinal, eu tenho mulher e filho que vão ao estádio torcer por mim — revela Juan.

Na realidade, o futebol da Itália registra vítimas de violên-cia desde 1962, quando um tor-cedor morreu a tiros numa par-tida polêmica entre salerno e Potenza pela terceira divisão.

Nazismo à brasileiraNo sul do brasil, há registros de violência entre torcidas envol-vendo preconceito racial e ide-ologia neonazista. Em outubro, por exemplo, a polícia gaúcha prendeu dois rapazes identifica-dos como integrantes de um mo-vimento neonazista, acusados de agredir um jovem a socos e faca-das em Porto Alegre, capital do Rio Grande do sul.

Eles vestiam camisas do Grê-mio quando atacaram Fábio In-drigo Jardim e a investigação do crime levou a polícia a vasculhar um site de relacionamentos na internet. Revelou-se então que os torcedores do Grêmio perten-ciam a um grupo que costuma se posicionar atrás de uma das redes do campo do Estádio Olímpico para comemorar cada gol de seu time com um movimento conhe-cido como avalanche. A avalan-che consiste na descida rápida de muitos torcedores que estão na parte de cima da arquibancada e que acabam por empurrar os que estão embaixo contra as grades.

Rumo à pazNo campeonato brasileiro deste ano, em são Paulo, a mais ou me-nos 25 quilômetros do Morumbi, são-paulinos tentaram matar um corintiano. Em ação conjunta, o

Em fevereiro deste ano, o jornal esportivo Olé publicou a de-núncia de que as torcidas organizadas do futebol argentino

se tornaram verdadeiras escolas de truculência e de criminalidade na América latina.

De acordo com a reportagem, não bastasse promover distúrbios em seu país, as torcidas argentinas estariam cobrando, em dólares, para ministrar lições a equipes colombianas e mexicanas de como

extorquir dirigentes e jogado-res, de como obter lucro com a revenda de ingressos e de como cobrar pedágio dos vendedores nos arredores dos estádios, além de técnicas de liderança e de lo-gística de campo. Em 2006, Ra-fael Di Zeo, considerado chefe de uma organizada do boca Ju-niors, já admitia que assessora-va torcidas de outros países.

Nel febbraio di quest’anno, il giornale sportivo Olé ha pub-blicato la denuncia secondo la quale le tifoserie organizzate

del calcio argentino sarebbero diventate vere e proprie scuole di truculenza e criminalità in America Latina.

Secondo il servizio, come se non bastasse l’incoraggiare di-sturbi nel loro paese, le tifoserie argentine si starebbero facendo pagare, in dollari, lezioni a squadre colombiane e messicane per imparare a estorcere dirigenti e calciatori, a ottenere guadagni con la rivendita di biglietti e a far pagare una tassa ai venditori intorno allo stadio, oltre a tecniche di leadership e di logistica di campo. Nel 2006, Rafael Di Zeo, considerato capo di una tifoseria organizzata del Boca Juniors, aveva già ammesso che dava con-sulenze a tifoserie di altri paesi.

Torcedores do Grêmio provocam o adversário tanto dentro quanto fora de campo do estádio

Tifosi del Grêmio provocano gli avversari tanto dentro quanto fuori dallo stadio

vietato in Germania Heil Hitler, il braccio destro teso, gesto uguale a quello dei seguaci del dittatore Mussolini.

secondo il capo della Poli-zia, Antoni Manganelli, al cam-pionato italiano partecipano 529 tifoserie ultrà, con 80.300 affi-liati. secondo Manganelli, 268 seguono orientamenti politici, 72 di estrema destra (con 14.630 persone) e 35 di estrema sinistra (4.275 membri).

— Abbiamo arrestato 233 ultrà nella stagione 2006-2007. Inoltre, 833 sono stati denun-ciati — informa il capo della Po-lizia, che definisce egemonica l’estrema destra.

Nella tifoseria della lazio, il gruppo del cuore di benito Mus-solini viene considerato uno dei più razzisti del mondo, legato ad organizzazioni di estrema destra neofascista. I tifosi si vestono di nero e portano negli stadi ban-diere e immagini del Duce. Ex calciatore della lazio, Paolo Di Canio è stato varie volte accusa-to di incitare il fascismo quando festeggiava i suoi gol con l’anti-co saluto romano.

Ma anche i tifosi di tendenze politiche di sinistra del livorno – squadra di serie A della città dov’è nato il Partito Comunista Italiano – fanno sembrare le par-tite più feste di partito che par-tite di calcio. I tifosi si vesto-no di rosso e portano striscioni e cartelli con falce e martello, immagini di Che Guevara, Marx, stalin e lenin.

La rabbia dei cannonieriIl bomber Kaká, del Milan, ha di-chiarato la possibilità di lascia-re il calcio italiano se le autorità non faranno qualcosa di concreto

per contenere la violenza negli stadi. Gianni Rivera, uno dei più grandi calciatori italiani della storia, si è irritato e ha accusato di ipocrisia il brasiliano.

— Questo rischio non esi-ste perché i calciatori che ven-gono da fuori non lo fanno per amore al calcio, ma perché sono pagati molto bene — ha reagito l’ex star del Milan, oggi dirigente politico, in intervista pubblica-ta sul giornale sportivo francese l’Equipe.

senza opporsi alle dichia-razioni della principale star del club di cui è dirigente sportivo, l’ex giocatore leonardo de Araújo crede che Kaká abbia soltanto espresso la sua opinione.

— Non si può negare che in questo tema (di organizzazio-ne contro la violenza), il calcio inglese e spagnolo sono molto avanti rispetto a quello italiano. Ma non ci sono rischi di perdere calciatori — dice leonardo.

l’attaccante Ronaldo, del Mi-lan, ha già detto che “il calcio italiano affronta un grave pro-blema di ordine pubblico”. An-che lui della nazionale brasiliana e giocando in Italia, il portiere Júlio César e il laterale Maicon, ambedue dell’Inter di Milano, e il difensore Juan, della Roma, hanno reso pubblica la preoccu-pazione per il futuro dello sport in Italia.

— Confesso di aver paura, in fondo, ho moglie e figlio che vengono allo stadio a tifare per me — rivela Juan.

In realtà, il calcio in Italia registra vittime di violenza fin dal 1962, quando un tifoso morì colpito da spari durante una po-lemica partita tra il salerno e il Potenza per la serie C.

Nazismo alla brasilianaAl sud del brasile, ci sono regi-stri di violenza tra tifoserie che coinvolgono preconcetto razziale e ideologia nazista. In ottobre, ad esempio, la polizia gaucha ha arrestato due ragazzi identifica-ti come membri di un movimento neonazista, accusati di aggres-sione a giovani con pugni e col-tellate a Porto Alegre, capitale di Rio Grande do sul.

Questi vestivano magliette del Grêmio quando hanno attac-cato Fábio Indrigo Jardim e le indagini del reato hanno porta-to la polizia a esaminare un si-to di relazioni su internet. Al-lora è stato rivelato che i tifosi del Grêmio appartenevano ad un gruppo che di solito rima-ne dietro ad una delle reti del

campo dell’Estádio Olímpico per festeggiare ogni gol della loro squadra con un movimento co-nosciuto come valanga. la va-langa consiste nella discesa ra-pida di molti tifosi che stanno nella parte superiore delle gra-dinate e finiscono con lo spin-gere quelli che sono di sotto contro le inferriate.

Verso la paceNel campionato brasiliano di quest’anno, a san Paolo, a circa 25 chilometri dal Morumbi, tifo-si del são Paulo hanno cercato di uccidere un tifoso del Corin-thians. Con un’azione concerta-ta, il Ministério dos Esportes, il Ministério Público, la Federação Paulista de Futebol, il Procon e altri organismi hanno lanciato un

Escola de violência

Scuola di violenza

Di Canio em ação

Di Canio in azione

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 726 27D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a

Page 15: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

capa

Ministério dos Esportes, Ministé-rio Público, Federação Paulista de Futebol, Procon e outros or-ganismos lançaram um plano de ação contra a violência nos es-tádios. segundo pesquisa da Co-missão Paz no Esporte, do Minis-tério dos Esportes e da Justiça, esta afastou 79% dos torcedores dos jogos em 2006. Entre as no-vas medidas, a criação de um ca-dastro unificado de torcedores.

— Temos que melhorar muito ainda e, para tanto, é imprescin-dível uma mudança legislativa — defende o promotor Paulo sérgio Castilho, da 2ª Promotoria Crimi-nal de são Paulo, autor de pro-jeto nesse sentido, encaminhado ao Ministério dos Esportes.

Há dois anos na justiça es-portiva, Castilho admite que a prevenção da violência das torci-das é trabalho árduo.

Crise de identidade Crisi di identità

As primeiras torcidas organizadas brasileiras surgiram na dé-cada de 1960 com caráter político, como as italianas, mas,

com o passar dos anos, incorporaram elementos culturais dis-seminados na sociedade. É o que afirma Marcos Alvito, doutor em Antropologia pela Universidade de são Paulo (UsP), professor do departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e autor da pesquisa, ainda em andamento, A Paixão Vigia-da, sobre torcidas organizadas no Rio de Janeiro.

— A dedicação desses torcedores é quase que exclusiva. Eles se envolvem com o clube durante toda a semana. E, no caso das brigas, quando há um confronto em que dezenas saem feridos, isso é visto como um feito (louvável). Afinal, aparecem na mídia — explica o professor flamenguista.

O professor lança uma questão para as autoridades e para a sociedade:

— É preciso entender o porquê de essa manifestação ser tão importante para os jovens. Eles não encontram outros meios de reconhecimento fora as atividades na torcida — constata Alvi-to, atualmente na universidade inglesa de Oxford, onde escreve o livro A Rainha de Chuteiras: 200 dias de futebol inglês (http://thequeeninboots.blogspot.com).

Le prime tifoserie organizzate brasiliane sono sorte negli anni ’60 con caratteri politici, come quelle italiane ma, col pas-

sare degli anni, hanno assimilato elementi culturali disseminati nella società. È ciò che afferma Marcos Alvito, dottore in Antro-pologia dell’Universidade de São Paulo (USP), professore della Fa-coltà di Storia dell’Universidade Federal Fluminense (UFF) e au-tore della ricerca, ancora in svolgimento, A Paixão Vigiada, sulle tifoserie organizzate a Rio de Janeiro.

— La dedicazione di questi tifosi è quasi esclusiva. Loro so-no impegnati nel club durante tutta la settimana. E, in caso di litigi, quando c’è una rissa che provoca decine di feriti, questo è visto come una cosa lodevole. Ed è perché compaiono nei media — spiega il professore tifoso del Flamengo.

Il professore suggerisce una discussione per le autorità e la società:

— Bisogna capire il perché queste manifestazioni siano così importanti per i giovani. Loro non trovano altri mezzi per essere riconosciuti, al di fuori delle attività della tifoseria — constata Alvito, in questo momento all’università inglese di Oxford, dove scrive il libro La regina dagli scarpini: 200 giorni di calcio inglese (http://thequeeninboots.blogspot.com).

Na Copa da Alemanha, para garantir a segurança dos jogado-res e de mais de um milhão de visitantes, foram investidos

quase 1 bilhão de euros. O sucesso alemão no planejamento da última Copa levou a Associação brasileira da Infra-estrutura e In-dústrias de base (Abdib) a assinar uma carta de intenção com a Confederação da Indústria Alemã (bDI) para a cooperação desta na organização do evento brasileiro.

— Estamos coletando dados. Teremos de adaptar o conceito alemão à realidade brasileira — disse, na época, o presidente da Abdib, Paulo Roberto de Godoy Pereira.

segundo a assessoria de comunicação da Confederação brasi-leira de Futebol (CbF), a Polícia Federal terá parte na comissão organizadora do evento, cuja composição será anunciada no pri-meiro trimestre do próximo ano.

Também a Itália tem ensinado ao brasil técnicas de contro-le de torcidas. Desenvolvido na bota, o Método Global de Defesa Pessoal (MGA), por exemplo, combina de golpes de lutas marciais de defesa pessoal para o controle do agressor, se ameaça à vida. Empregado desde 1999 por policiais de Milão, bergamo, Fondi e Roma, o método foi apresentado pelo delegado geral do Comitê Olímpico Nacional Italiano, Alfredo Apicella, às polícias de santa Catarina e do Rio de Janeiro. E nos Jogos Pan-Americanos deste ano, no Rio de Janeiro, uma rede de instrutores treinou policiais que atuaram no evento.

Nei Mondiali in Germania, per garantire la sicurezza dei cal-ciatori e di oltre un milione di visitatori, è stato investito

quasi 1 miliardo di euro. Il successo tedesco nella pianificazione degli ultimi Mondiali ha portato l’Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) a firmare una carta d’intesa con la Confederazione dell’Industria Tedesca (BDI) per la coopera-zione di questa nell’organizzazione dell’evento brasiliano.

— Stiamo raccogliendo dati. Dobbiamo adattare il concetto tedesco alla realtà brasiliana — ha detto, all’epoca, il presidente della Abdib, Paulo Roberto de Godoy Pereira.

Secondo il servizio stampa della Confederação Brasileira de Futebol (CBF), la Polícia Federal farà parte della commissione or-ganizzativa dell’evento, la cui composizione sarà annunciata nel primo trimestre del prossimo anno.

Anche l’Italia sta insegnando al Brasile tecniche di controllo di tifoserie. Sviluppato nello Stivale, il Metodo Globale di Dife-sa Personale (MGA), per esempio, mette insieme colpi di lotte marziali di difesa personale per il controllo dell’aggressore, se minaccia la propria vita. Usato dal 1999 dalle polizie di Milano, Bergamo, Fondi e Roma, il metodo è stato presentato dal dele-gato generale del Comitato Olimpico Nazionale Italiano, Alfredo Apicella, alle polizie di Santa Catarina e Rio de Janeiro. E nei Jo-gos Pan-Americanos di quest’anno, a Rio de Janeiro, una rete di istruttori ha allenato poliziotti che hanno lavorato nell’evento.

— Procuro conversar com os líderes das torcidas organizadas do estado, mantenho contato se-manal com eles e com seus advo-gados e representantes. Conheço todos os líderes das principais torcidas. Penso que conseguimos um avanço no combate à violên-cia, uma vez que no último cam-peonato paulista não tivemos nenhum confronto grave, nenhu-ma morte e nenhuma lesão grave — informa Castilho.

A Polícia Militar tem, desde a década de 1990, células de atu-ação especializada no patrulha-mento de grandes eventos. Em são Paulo, o controle e as opera-ções são comandados pelo 2º ba-talhão de Choque. De acordo com o tenente-coronel Carlos botelho lourenço, esse policiamento po-de mobilizar mil homens.

— É o policiamento degradê, assim chamado porque vai dimi-nuindo conforme o afastamento do local do evento. Também pro-pomos itinerários diferentes para cada torcida, evitando os encon-tros. O nosso serviço de inteli-gência também tenta antecipar informações sobre enfrentamen-tos programados pelas torcidas — explica botelho, que duvida da eficácia de uma legislação mais severa ao concluir: — Tem que se investir em educação. A violência só vai acabar quando houver uma mudança cultural na sociedade.

Exemplo rubro-negroResponsável por oito das dez maio-res lotações de público nos estádios durante o Campeonato brasileiro deste ano, a torcida do Flamengo

deu um show de manifestação pa-cífica de sua paixão rubro-negra. Eleita a melhor torcida do país pela Confederação brasileira de Futebol, foi apontada como fator funda-mental na escalada do time contra o rebaixamento. Passou a ser cha-mada, carinhosamente, pelos joga-dores de “camisa 12”.

se nem tudo vai bem no Rio de Janeiro – em alguns casos, a polí-cia verificou a ligação de torcidas com facções do narcotráfico – par-te considerável da torcida rubro-negra tem demonstrado empenho na luta contra a violência. Caso da Torcida Urubuzada. De acordo com o conselheiro Marcelo Gonçalves, o regulamento rigoroso ajuda a conter os ânimos mais exaltados. O componente flagrado em confu-sões é repreendido e suspenso da torcida por determinado período.

— Caso o problema se repita deixamos claro que o mesmo não tem o perfil da torcida e

este é convidado a se retirar do movimento. Trabalhamos em parceria com as

autoridades para tentar di-minuir ao máximo a violência — afirma o conselheiro da Uru-buzada, criada há um ano como dissidência da Raça Rubro-Negra, com o propósito justamente de resgatar a tradição das grandes festas e caravanas.

A violência, para Gonçalves, é um problema social:

— Torcidas não são o lado negro do futebol. O que se faz necessário é um trabalho social conjunto de clubes, das autori-dades e das próprias torcidas or-ganizadas.

piano d’azione contro la violenza negli stadi. secondo ricerche fat-te dalla Comissão Paz no Esporte, del Ministério dos Esportes e del-la Justiça, la violenza ha allonta-nato il 79% dei tifosi dalle parti-te nel 2006. Tra le nuove misure adottate, la creazione di un regi-stro unificato di tifosi.

— Dobbiamo migliorare an-cora molto e, per questo, è im-prescindibile un cambiamento

legislativo — difende il pubblico ministero Paulo sérgio Castilho, della 2ª Promotoria Criminal di san Paolo, autore del progetto in questo senso, inoltrato al Mini-stério dos Esportes.

Da due anni nella giustizia sportiva, Castilho ammette che la prevenzione della violenza delle tifoserie è un lavoro duro.

— Cerco di parlare con i le-ader delle tifoserie organizzate

dello stato, mantengo contatti settimanali con loro e con i lo-ro avvocati e rappresentanti. Co-nosco tutti i leader delle princi-pali tifoserie. Penso che abbiamo ottenuto dei miglioramenti nel-la lotta alla violenza, visto che nell’ultimo campionato pauli-sta non abbiamo avuto nessuno scontro grave, nessuna morte e nessuna lesione grave — infor-ma Castilho.

la Polícia Militar ha, fin da-gli anni ’90, cellule di pattuglia-mento specializzato nel control-lo di grandi eventi. A san Paolo, il controllo e le operazioni so-no comandate dal 2º batalhão de Choque. secondo il tenente colonnello Carlos botelho lou-renço, questi controlli arrivano a mobilizzare mille uomini.

— È un controllo dégradé, chiamato così perché diminuisce a seconda della lontananza dal luogo dell’evento. Inoltre propo-niamo itinerari diversi per ogni ti-foseria, per evitare scontri. Anche il nostro servizio di intelligenza cerca di anticipare informazioni sugli scontri programmati dalle tifoserie — spiega botelho, che ha dubbi sull’efficacia di una le-gislazione più severa quando con-clude: — bisogna investire in educazione. la violenza finirà sol-tanto quando ci saranno cambia-menti culturali nella società.

Esempio rosso-neroResponsabile di otto sui dieci maggior numeri di pubblico negli stadi durante il Campeonato bra-sileiro di quest’anno, la tifoseria del Flamengo ha dato spettacolo

di manifestazioni pacifiche della sua passione rosso-nera. Eletta come miglior tifoseria brasiliana dalla Confederação brasileira de Futebol, è stata indicata come fattore fondamentale nella scala-ta della squadra contro la discesa in serie b. E ha cominciato ad es-sere chiamata dai giocatori, af-fettuosamente, “maglietta 12”.

Anche se non va tutto bene a Rio de Janeiro – in qualche caso, la polizia ha verificato legami del-le tifoserie con fazioni del narco-traffico – una parte considerevole della tifoseria rosso-nera sta dimo-strando impegno nella lotta contro la violenza. È il caso della Torcida Urubuzada. secondo il consigliere Marcelo Gonçalves, il rigoroso re-golamento aiuta a contenere gli animi più esaltati. Il membro pre-so in flagrante in confusioni, vie-ne ripreso e sospeso dalla tifoseria per un certo periodo.

— Nel caso il problema si ripeta, lasciamo ben chiaro che questi non ha lo stesso profilo della tifoseria e viene invitato a ritirarsi dal movimento. lavoria-mo insieme alle autorità per cer-care di diminuire al massimo la violenza — afferma il consigliere della Urubuzada, creata un an-no fa come dissidenza dalla Raça Rubro-Negra, giustamente per ri-scattare la tradizione delle gran-di feste e carovane.

La violenza, per Gonçalves, è un problema sociale:

— le tifoserie non sono il lato buio del calcio. Ma è neces-sario un lavoro sociale insieme ai club, alle autorità e alle stesse tifoserie organizzate.

Lições européias Lezioni europee

Div

ulga

ção

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 728 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 29

Page 16: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

atualidade atualidade

O assassinato brutal de Giovanna Reggiani, no início de novembro, por um suposto cigano rome-

no, trouxe à tona um clima de re-volta e ódio dos italianos contra os imigrantes que chegam todos os dias ao país.

Pressionado pela opinião pú-blica, o primeiro-ministro Roma-no Prodi reuniu o governo e fez aprovar, às pressas, um decreto-lei que permite a expulsão de es-trangeiros que cometam crimes considerados graves.

Os italianos culpam os imi-grantes romenos por uma onda de crimes nas grandes cidades do bel Paese. A situação piorou desde que a Romênia entrou para a União Eu-ropéia (UE), no início de janeiro.

A medida vai contra a legisla-ção européia. Fere a liberdade de movimento das pessoas dos Esta-dos membros da UE. O projeto es-tava para ser discutido no Congres-so no início do próximo ano, mas Prodi defendeu a necessidade de aprová-la imediatamente em res-posta ao assassinato da italiana.

Giovanna, de 47 anos, foi violentada, espancada e joga-da em uma vala no momento em

que voltava para a sua casa na periferia de Roma. Encontrada já em coma, morreu dois dias de-pois num hospital.

— Esses atos não podem se repetir. Não estamos agindo sob raiva, mas determinados a man-ter um alto nível de segurança para nossos cidadãos — afirma o primeiro-ministro.

De acordo com Prodi, a Europa subestimou a dimensão do êxodo de cidadãos romenos quando este país aderiu à União Européia.

Legião na misériasomente na Itália, a estimativa do ministro do Interior, Giuliano Amato, é de que eles sejam mais de 500 mil. A maioria está no país legalmente e trabalha na área da construção civil, em serviços do-mésticos e em trabalhos noturnos. Grande parte deles mora em acam-pamentos de barracos nas perife-rias das grandes cidades italianas.

Entre as mulheres, muitas vi-vem de pedir esmolas. Estão pre-sentes nas principais esquinas das grandes cidades, sempre acompa-nhadas de crianças. Empobreci-dos, muitos romenos assumem que roubam para poder comer.

Os italianos reclamam e estão insatisfeitos. Da média de 60 as-saltos que ocorrem todos os dias no centro da capital italiana, 57 são cometidos por imigrantes.

— Antes da entrada da Romê-nia na UE, Roma era uma das cida-des mais seguras da Europa — re-clama o prefeito Walter Veltroni.

O prefeito afirma que a Itália deveria ter seguido o exemplo da Inglaterra e de outros países eu-ropeus que impuseram limites à imigração mesmo para os novos membros da EU:

— Essas pessoas que vieram morar aqui não são imigrantes, mas criminosos. Cerca de 75% dos crimes de ruas cometidos es-te ano em Roma foram praticados por romenos.

Poucos dias depois do assas-sinato de Giovanna, Veltroni e outros prefeitos de grandes ci-dades autorizaram a destruição de barracos romenos. Vários per-mitiram expulsões e alguns imi-grantes foram detidos.

Nas TVs e nos jornais iniciou-se um grande debate sobre o pro-blema no país. O Corriere della sera, por exemplo, disse que os romenos substituíram os marro-

quinos e os albaneses como o pe-sadelo número 1 dos italianos.”A diferença é que os romenos são agora europeus como nós”, acu-sa o jornal.

Entre outras manifestações xenófobas, um grupo de jovens encapuzados agrediu violenta-mente três romenos no estacio-namento de um supermercado em Roma. Os ataques motivaram protestos do primeiro-ministro da Romênia, Calin Popescu Tari-ceanu, de setores da Igreja Cató-lica e de associações de cidadãos romenos na Itália, que criticaram os discursos racistas.

— Aconselhamos os repre-sentantes do Governo, do Parla-mento e das prefeituras locais, assim como a opinião pública a não induzir o povo à generaliza-ção, a não fazer alusão à respon-sabilidade coletiva de um deter-minado grupo de imigrantes e a não aceitar uma inaceitável iden-tificação entre pobreza e propen-são ao crime — clamou Paolo Pobbiati, presidente da Anistia Internacional na Itália. Itália dividida pela polêmicaA oposição ao governo Prodi de-nuncia que as expulsões não pas-sam de jogada política.

— Não é questão de fofoca sobre romenos ou albaneses, ci-dadãos da União Européia e imi-grantes clandestinos — acusa Al-fredo Mantovano, especialista em segurança do partido de direita Aliança Nacional, e conclui: — O fato verdadeiro é que o governo anuncia medidas para ganhar a opinião pública, mas sabe muito bem que não terá como atuar.

Já Franco Frattini, vice-pre-sidente da Comissão Européia, denuncia que o governo não dis-põe de dinheiro para bancar as expulsões.

— O decreto fala dos procedi-mentos, mas não diz de onde sai-rão os fundos para cumprir todo o processo. são necessários 500 euros apenas para carimbar o do-cumento que afasta uma pessoa do país — revela Frattini.

Para acompanhar um cida-dão indesejado até a frontei-ra, necessita-se de muito mais. Hoje, as expulsões da Itália são efetuadas com a “adesão”, um simples convite à pessoa inte-ressada para ir embora. Estima-se que apenas 1% cumpra e saia do país.

valqUíria rEyCorrespondente • roma

Xenofobia se acirra na bota

Governo aprova lei que permite a expulsão de estrangeiros de olho nos romenos

Alb

erto

Car

valh

o

No fim de novembro, um episódio chocou o brasil, o mundo e, em especial, a Itália: a morte do tu-

rista italiano Giorgio Morassi, de 29 anos, atropelado após reagir a um assalto em Ipanema.

A imprensa brasileira e a ita-liana deram muito destaque ao fato. O jornal Corriere de la ser-ra informou em sua edição na in-ternet que Morassi estava em um bar do bairro antes de ser abor-dado pelos assaltantes junto do pai e da mãe. segundo o jornal, o ônibus que atropelou o turista, na Avenida Vieira souto, estava em alta velocidade.

O la Reppublica enfatizou o fato de que Morassi estava na cidade para o casamento de um

parente e que reagiu ao assalto. A imagem da cidade maravilhosa foi arrasada na matéria ilustra-da com uma foto no estilo car-tão-postal da praia de Ipanema. O jornal acrescenta ainda que “o Rio é uma das cidades mais violentas do mundo. Mas os fa-tos sangrentos continuam confi-nados principalmente aos subúr-bios, longe das famosas praias”.

— Foi uma desgraça que, in-felizmente, aconteceu e que po-de acontecer de novo. O que eu sugiro é que os turistas vejam no site do Consulado algumas consi-derações. Aqui no Rio de Janeiro, em particular, eles devem respei-tar algumas regras de precauções — diz o cônsul do Rio de Janei-ro, Ernesto Massimo bellelli.

O cônsul faz referência aos conselhos indicados no site do consulado e no guia consular, entre os quais são enfatizados: usar as normas de bom senso, de atenção e vigilância e evitar se aproximar de favelas mesmo du-rante o dia.

segundo bellelli, o Consulado Geral do Rio de Janeiro prestou to-da assistência à família de Moras-si, inclusive com funcionários pre-sentes na Delegacia de Assistência ao Turista (Deat) para ajudar nos

processos burocráticos e na libera-ção do corpo que foi cremado.

— No Rio de Janeiro, cartão-postal do brasil, qualquer coisa que acontece aparece na mídia. Pelas estatísticas, a cidade nem é a mais violenta do país. Temos uma diferença social muito for-te que gera essa criminalidade. Acho que alguma coisa a mais poderia ser feita, mas acredito que algumas medidas já foram tomadas em relação aos turistas italianos. Em particular, existe a delegacia para os turistas.

bellelli explica que o Consu-lado já ofereceu aos integrantes da Deat cursos de italiano e que há pessoas na delegacia capaci-tadas em atender os turistas ita-lianos em seu idioma.

A família de Giorgio mora nos Estados Unidos há alguns anos. O pai é italiano e a mãe é da Jor-dânia, no Oriente Médio. Há cin-co meses, a família resolveu vol-tar para o vilarejo de Cercivento, na região de Friuli-Venezia Giu-lia, província de Udine. A vítima trabalhava numa papelaria. Pro-curada pela equipe Comunità, a família, muito abalada, não quis se pronunciar.

Comoção no mundo

Jovem estava no Brasil para participar do casamento do irmão e acabou atropelado ao perseguir o assaltante que atacara o seu pai

nayra garoFlE

Lucí

ola

Ville

la /

Agê

ncia

O G

lobo

Manifestação pela paz em Ipanema no local onde foi morto o turista italiano

“O crime contra Morassi teve tanta repercussão não apenas porque ele era um turista. Este episódio possui elementos

para uma escrita trágica: drama, infortúnio, um acontecimento fu-nesto que desperta piedade. O jovem rapaz não foi ferido mortal-mente pelo bandido, isto seria violento, mas ele, desgraçadamente, morreu atropelado por um ônibus, cujo motorista não teve como frear o veículo. Foi trágico, também, porque o rapaz em sua civili-dade teve a atitude “heróica”, nobre, de lutar contra a “barbárie” ou incivilidade, a qual nos acostumamos. Ele veio de longe para nos lembrar como somos cidadãos de “meia-pataca”. Enfim, essa morte teve repercussão porque, apesar de nossa mediocridade-cidadã, so-mos, ainda, seres humanos capazes de nos empatizar com o outro e de avaliar seu sofrimento. A violência institucional que aceitamos passivos se tornou objetiva e ganhou as ruas nas ações de um outro tipo de marginalidade, e assim continuamos passivos, sem moral para exigir o direito simples de ir e vir com segurança”.

Maria Cristina Gioseffi — Cientista social

30 31D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n aC o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 17: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

entrevista

Bem antes de o Velho Mundo redescobrir o Brasil e promover o atual boom de missões de negócios ao país, o executivo italiano Giorgio della Seta Ferrari Corbelli Greco, de 71 anos, já enxergava o potencial brasileiro como destino de investimentos.

O florentino Della Seta chegou ao Brasil há quase 13 anos – nos primórdios do Plano Real – para assumir a presidência do Grupo Pirelli para a América Latina. Tornou-se mais tarde, em 2001, o responsável pelo lançamento no âmbito nacional da Tim Participações SA – do Grupo Telecom, comprado pela Pirelli. Atualmente, ele está à frente do conselho administrativo da operadora de celulares.

Merecedora pelo terceiro ano consecutivo do Prêmio Top of Mind, como a operadora mais lembrada pelos consumidores,

a Tim do Brasil acaba de lançar, com pioneirismo no país, produtos como a TV por celular, o Iphone, o Tim Casa Flex (fixo e móvel em um único chip) e o Tim Web.

Inovação tecnológica e atitude moderna são conceitos que dão fundamento à marca, na liderança de mercado em receita líquida de serviços – R$ 2.877,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, expansão de 20,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Dos 29,2 milhões de clientes em todo o país, 1,7 milhões optaram por uma assinatura da Tim entre julho e setembro deste ano. Para della Seta, a Tim conquistou o gosto nacional por razões muito além de fatores de ordem “prática”, como o serviço bom e a tecnologia avançada. À Comunità, della Seta revela o que mais está por detrás do sucesso da multinacional e declara um amor “sem fronteiras” ao país.

PaUla Máiran

ComunitàItaliana – Por que o senhor acredita no Brasil?Giorgio della Seta – Por-

que o país se mostra maduro e democrático de verdade.

A estabilidade política e cam-bial é realidade já há alguns anos. Por tudo isso o país conquistou a confiança dos mercados interna-cionais. Há esses motivos para se acreditar que as perspectivas são positivas. CI – A que fatores o senhor credi-ta o bom desempenho da marca Tim no Brasil perante a concor-rência?GS - É uma marca que os brasi-leiros gostam. Trata-se de uma questão prática: oferecemos ser-viço bom e tecnologia, a mais avançada. Mas também há outros dois fatores muito importantes: o investimento forte no fortale-cimento da imagem e o compro-misso social com o brasil.CI – Nesta última edição do Tim Festival, houve 82 horas de show e público de mais de 67 mil pessoas. Como se deu a escolha da música como foco prioritário de investimentos da operadora no fortalecimento de sua imagem?GS – Investimos forte em cultu-ra, isso é histórico, e o foco é mesmo o setor musical. Essa es-colha se deve ao fato de a mú-sica ser muito importante tan-to na vida dos italianos como na dos brasileiros. É algo muito forte, que os dois países têm em comum e que diz respeito às su-as raízes. O entusiasmo aumen-ta a cada ano com os resultados desse investimento na música. O Tim Festival, por exemplo, que apresenta o jazz em suas várias formas, é um evento querido, que já faz parte do calendário de eventos tanto no Rio como em são Paulo.CI – O Tim Festival e o Prêmio Tim de Música se tornaram já mar-cas de referência no cenário cultural brasileiro. Houve tam-bém a inauguração de um audi-tório no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O que se obtém de re-torno concreto com esse tipo de projeto.GS – É uma questão de compro-misso. Doamos o auditório, pro-jeto assinado pelo arquiteto Os-car Niemeyer, à prefeitura de são Paulo, por ocasião dos 450 anos da cidade. Tem capacidade para

público de 600 pessoas e repre-senta mais uma opção de qua-lidade de vida para pessoas jo-vens, idosas, de todas as idades.CI – Em tempos de aquecimento global, como o senhor enxerga a questão do desenvolvimento sustentável?GS – sempre vai ser mais difícil hoje uma grande empresa crescer sem se preocupar com o desen-volvimento sustentável e com a responsabilidade social. No que se refere à sustentabilidade am-biental, a Tim está consciente desse compromisso. Procuramos atender às exigências legais bra-sileiras e temos uma preocupa-ção com o destino dos aparelhos descartados. Esse é um problema sério, para o qual buscamos, em parceria com as autoridades e com nossas concorrentes, a me-lhor solução.CI – É possível a empresa cres-cer, sem prejudicar o meio am-biente?GS – Há exigências que se mos-tram contrastantes no campo do desenvolvimento.Nós, por exemplo, somos uma empre-sa cujo compromisso principal é facilitar a comunicação entre as pessoas, este é o serviço que oferecemos, por meio da telefo-nia celular. E os nossos clientes querem a audição melhor possí-vel. Mas para alcançar esse ob-jetivo esbarramos na legislação municipal que se preocupa com o impacto para a estética urba-na da instalação das nossas an-tenas. A solução desse tipo de impasse deve passar pelo diálo-go e pelo bom senso. CI – E no campo da responsabili-dade social, o que a Tim tem re-alizado?GS – Nesse campo, decidimos investir na educação. Participa-mos, por exemplo, entre outras ações, de uma campanha contra o analfabetismo no país. O en-tão ministro da Educação Cris-tóvão buarque me convenceu a participar dessa luta e já esti-ve no Acre, onde concentramos nossos esforços, para acompa-nhar os resultados. A campanha está realmente mudando a vida das pessoas.CI – O senhor vê então com oti-mismo o futuro do país?GS – Há razões para sermos oti-mistas. A descoberta das novas reservas petrolíferas de Tupi au-menta ainda mais o otimismo.

O país demonstrou nos últimos anos o crescimento necessário.CI – Qual o maior desafio do país, na sua opinião?GS – O desafio brasileiro perma-nece no campo social, que ain-da exige grande esforço para se reduzir as diferenças. E eu acre-dito que, no país, estão na base principal da violência os proble-mas sociais.CI – Afinal, o senhor, que já viveu em tantos países, como o Méxi-co, os Estados Unidos e a Bélgi-ca, o que mais admira no Brasil?

Um coração “sem fronteiras”

GS – Tenho grandes amizades aqui no brasil e gosto muito do fato de o brasileiro não considerar nin-guém estrangeiro. Então o que eu mais gosto mesmo no brasil é dos brasileiros. É um povo que tem uma atitude muito positiva dian-te dos desafios da vida. O brasilei-ro tem aproach, como costumam dizer os americanos.

Detalhes do Auditório Ibirapuera, criado pelo arquiteto Oscar

Niemeyer, construído e doado pela TIM à Prefeitura de São Paulo. Foi

inaugurado em outubro de 2005

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 732 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 33

Page 18: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Compostos vitamínicos, pílulas contra pressão al-ta, diabetes, bronquite crônica, artrite ou uma

doença cardiovascular qualquer. Uma pílula é engolida antes do café da manhã. Outra, às 10h. A terceira dose, uma hora depois. Duas junto com o almoço. Várias, à tarde. Algumas, à noite. Todas ao mesmo tempo.

Assim como no brasil, na Itá-lia, muitos idosos se tornam far-mácias ambulantes, regulando suas vidas em torno dos horários dos medicamentos. Alguns che-gam a tomar mais de 12 drágeas por dia.

Por sofrer de várias doenças crônicas, muitos ingerem grande quantidade de remédios ao mes-mo tempo, sem saber que o uso inadequado deles pode aumentar a possibilidade de reações ad-versas, comprometendo os trata-mentos.

são vítimas da polifarmácia, ou polifarmacoterapia, como os médicos chamam o fenômeno do uso simultâneo de vários fárma-cos por pessoas com mais de 65 anos. Prática médica comum, a polifarmácia, muitas vezes, cau-sa mais danos que os distúrbios que deveria curar.

— Quem toma anti-hiperten-sivos e antiinflamatórios para a artrite deve controlar a pressão — explica Alessandro Nobili, res-ponsável pelo serviço de Infor-mação sobre Fármacos para os Idosos do Instituto de Pesquisas Farmacológicas Mario Negri.

A associação dos dois remé-dios pode fazer com que o anti-hipertensivo seja menos eficaz, segundo Nobili. Assim como os antiinflamatórios sem esteróides podem potencializar o risco de hemorragias nos pacientes que ingerem anticoagulantes.

Estima-se que, na Itália, a cada dez hospitalizações

entre os idosos, uma é provocada pela inges-tão inadequada de

medicamentos. A cada ano, segundo cifras americanas, são 150 mil inter-

nações por uso

abusivo de remédios entre pes-soas na terceira idade. Destas, 28% são causadas pela polifar-macoterapia. Reações adversasConforme Carlos Vergani e Tizia-no lucchi, autores do livro “No-tas Práticas de Diagnoses e Tera-pias para os Idosos”, depois de uma certa idade, o efeito de um medicamento é diferente quando ingerido por um jovem.

— A farmacocinética, o ca-minho que o medicamento faz no organismo desde a ingestão até a excreção, e a farmacodinâ-mica, a resposta do órgão alvo, modificam-se. A janela terapêu-tica se restringe e crescem as re-ações adversas — informa Verga-ni, chefe da Divisão de Geriatria do Policlínico de Milano.

segundo ele, “não colabora o fato de que os idosos representam pouco nos estudos de um novo medicamento ou terapia para pro-var sua eficácia e segurança”. Con-seqüentemente, transfere-se para eles o que é evidenciado nos jo-vens, sem levar em consideração que o organismo muda. Em geral, a dose de remédio a ser adminis-trada é cerca da metade ou um ter-ço daquela sugerida aos jovens.

No livro, Vergani e lucchi oferecem um guia para médicos e profissionais da área da saúde sobre as indicações mais apro-priadas de prevenção, diagnose e terapia às pessoas com mais

de 65 anos. Os autores levam em consideração as peculiarida-des do paciente idoso, cujo tra-tamento representa um desafio para a medicina contemporânea, numa época em que a expectati-va de vida se torna maior nos pa-íses ocidentais. Hoje, os idosos representam mais de 19% da po-pulação italiana. Em 2020, acre-dita-se que eles serão 23%.

Os médicos aconselham os idosos a preparar listas dos re-médios que tomam todos os dias, anotando detalhes como a hora de administração de cada um de-les e a dosagem indicada. Assim, o especialista terá um quadro completo das terapias.

Determinados medicamentos não devem ser receitados para corrigir maus hábitos de vida e muitos fármacos para distúrbios temporários, depois de um tem-po, devem ser interrompidos. Nem sempre antidepressivos são indis-pensáveis. Além disso, colesterol e triglicerídeos altos em quem es-tá acima do peso podem também baixar com dieta e exercício.

segundo Vergani, com o en-velhecimento, o organismo se modifica e precisa aprender a conviver com uma nova norma-lidade. De acordo com ele, os idosos, muitas vezes, têm mais necessidade de uma terapia de idéias. Quer dizer, precisam con-tar com uma assistência integra-da sócio-sanitária e saber preen-cher a própria velhice.

valqUíria rEyCorrespondente • roma

Idosos misturam medicamentos ao longo do dia e põem as suas vidas em risco

Foto

s: G

rupo

Key

ston

e

comportamento

Itália, passando dos 2,8% há 15 anos para 27% em 2006.

Do total dos consumidores de drogas, 86,6% são do sexo mas-culino. Mas isso não significa que seja tranqüila a situação das mu-lheres. O instituto que auxilia os dependentes de drogas faz um alerta: há uma utilização cada vez maior de coquetéis de cocaína e álcool entre as jovens, filhas de famílias não consumidoras e bem integradas, que fazem o primei-ro contato com as drogas aos 14 anos, 10 anos antes dos meninos. Reparar nem sempre é possívelUma conseqüência do aumento do consumo de cocaína na Itália, segundo especialistas do sert, é o atual boom de cirurgias plás-ticas para reconstruir o nariz destruído pelo uso constante da droga. No último congresso da Federação dos servidores Públi-cos do sert (Federserd), realiza-do no final do mês passado, foi divulgado: cirurgiões italianos estão satisfeitos.

— Há algum tempo, os ca-sos de reconstrução de nariz eram raríssimos, um a cada 100 dependentes de cocaína e quase nenhuma mulher — diz Claudio leonardi, coordenador do depar-tamento científico da Federserd.

Geralmente, segundo leo-nardi, essas pessoas faziam par-te do mundo das celebridades ou empresários. Agora, as listas de espera são de cinco meses nas clínicas privadas, a um custo de cerca de 10 mil euros. A espera pode chegar a mais de um ano e meio nos hospitais públicos.

Mulheres não são mais tão raras nesse tipo de lista e os pedidos vêm de todas as classes sociais.

segundo leonardi, o dado alarmante é que o fenômeno es-tá sempre em crescimento.

— Podemos verificar isso to-dos os dias conversando com os dependentes — conta, e alerta: — A situação é ainda mais gra-ve se pensamos que garotos cada vez mais jovens, em que as mu-cosas e as cartilagens são mais delicadas, são obrigados a fazer esse tipo de cirurgia.

O “nariz da cocaína” já é uma patologia, de acordo com Gae-tano Paludetti, diretor do Insti-tuto de Otorrinolaringologia do Policlino Gemelli, em Roma. se-gundo explicou, cheirar cocaína constantemente compromete de maneira irreversível a funciona-lidade do nariz. Estraga as mu-cosas e cartilagens e complica a respiração. A carência de circu-lação sangüínea pode causar ne-crose nos tecidos, o que torna a operação inevitável.

— Já vi casos de pessoas que ficaram apenas com dois buracos no lugar do nariz — afirma Pa-ludetti.

O diretor revela que muitos não admitem a causa real do pro-blema e voltam a cheirar depois da cirurgia. Há casos, de acordo com o médico, em que os pacien-tes refazem o nariz mais de uma vez. E ele constata que pessoas dos 20 até os 60 anos procuram a área de saúde para fazer a opera-ção de reconstrução do nariz.

— Não é necessário ser vi-ciado em cocaína há muitos anos para necessitar de tal cirurgia. se a droga é de má qualidade, bas-ta cheirar um pouco para que as vias respiratórias fiquem compro-metidas para sempre.

valqUíria rEyCorrespondente • roma

Uma conseqüência do maior consumo da droga é a atual “moda” de fazer plástica reconstrutora

Cocaína em alta na ItáliaOs últimos 15 anos não

foram nada bons para o esforço do governo ita-liano em combater o uso

de drogas no país. De acordo com levantamento divulgado recente-mente pelo serviços Públicos pa-ra os Tóxico-dependentes (sert) cresceu a ignorância sobre a di-ferença entre as substâncias; o número de usuários de cocaína passou de 1,3% em 1991 para 14% em 2006; e ainda dobrou o percentual de dependentes com menos de 15 anos de idade.

Os dados indicam, no entan-to, que a maioria dos usuários está mais velha e diminuiu o percentual de dependentes de heroína (90,1% em 1991 e 71,3% em 2006). Com relação à maconha, o crescimento do consumo foi pequeno, passan-do de 8,6% para 9,6%.

somente no ano passado, 170 mil pessoas procuraram uma das 500 unidades do sert espalhados pelo país, sendo que 82% foram encaminhadas à terapia por abu-so e as restantes a comunidades terapêuticas.

Na avaliação do psiquiatra Pa-olo Jarre, diretor de um sert em Torino, além dos números, mais preocupante é o que ele classifica como “analfabetismo de retorno”.

— Antigamente, os tóxico-dependentes conheciam a fundo as substâncias — afirma o espe-cialista.

Hoje, os jovens não con-seguem distinguir entre ácido, maconha e cocaína. A confusão ocorre, talvez, porque a maioria se baseia no conceito errado de que todas as drogas são iguais.

Em 1991, a maior concentração de dependentes de drogas, 37%, estava na faixa etária entre 25 e 29 anos. Agora, são os que têm mais de 40 anos os grandes usuários na

Overdose de remédios:Terceira Idade sob ameaça

comportamento

34 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 35C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 19: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Café da manhãNão tem jeito, os italianos não to-

mam café da manhã. Apesar dis-so, explica o professor Carlo Maria Ro-tella, presidente da società Italiana dell’Obesità (sIO), quem não cultiva esse hábito tem mais dificuldades no controle do peso, tendência de ter uma vida se-dentária e de adotar hábitos alimentares incorretos. Tudo isso pode levar a pato-logias graves. Por isso, a sIO, em colabo-ração com a Kellog’s, acabou de lançar a campanha “Antes, o café da manhã! Dez minutos comendo saudável”. Público-al-vo: as crianças e seus pais.

Presente de verãoA pêra representa um dos maiores pre-

sentes da próxima estação para os amantes da alimentação natural. Além de deliciosa, a fruta é rica em potás-sio, sódio, cálcio, fósforo, enxofre, mag-nésio, silício, ferro, vitaminas A e C e do complexo b. Utilizada popularmente como coadjuvante do tratamento da hi-pertensão arterial e da prisão de ventre, também funciona como ótimo diurético. sua maior ação terapêutica ocorre na do-ença diverticular do intestino.

SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

Estudo revela que o hábito de dormir pouco ou de ter um sono irregular pode render uns quilinhos a mais

nayra garoFlE

Dormir mal engorda

Gelatina cicatrizanteNa Nova Zelândia, foi patenteada um tipo

de gelatina com propriedades cicatrizan-tes. É feita com uma substância extraída da parte óssea e da carcaça de siris e de outros crustáceos. “É uma descoberta entusiasmante para nós, o santo Graal das gelatinas médi-cas”, diz o responsável pela pesquisa, brian Robinson. É atóxica e tem ação anti-hemor-rágica, podendo ser usada em vários tipos de cirurgias, sobretudo as de nariz. Os pesquisa-dores explicam que após a mistura de dois in-gredientes deve-se borrifá-la no nariz do pa-ciente e, em um minuto, forma-se uma camada grossa e viscosa gradualmente expulsa do nariz, em dois dias. Os cientistas prevêem agora o teste dessa gelatina em humanos.

Mãos limpasA prática higiênica é a melhor defesa con-

tra todos os tipos de vírus. O que vo-cês acham de lavar suas mãos uma dezena de vezes ao dia? Na Alemanha e na suíça a recomendação é supérflua devido à mania de limpeza. Nos Estados Unidos, sites especiali-zados lembram “do fundo do coração” sua ne-cessidade. Na Inglaterra, o handwashing há anos é objeto de uma cruzada que não deixa de lado nem os médicos. Certamente impor-tante para conter a difusão das infecções, o hábito de manter as mãos limpas assume pa-pel de primeiro plano na prevenção das do-enças respiratórias de origem viral. Quem o descobriu foi Tom Jefferson, epidemiologista anglo-italiano da Cochrane Collaboration.

Diagnóstico precoceUma mini cápsula projetada na Itália per-

mite o diagnóstico precoce do câncer de estômago. Estudo conduzido por um grupo do hospital de Pesaro e da Universidade de Urbi-no, e coordenado por Pietro Muretto, forneceu as provas da eficácia do novo método e foi pu-blicado na revista Annals of Oncology. A cáp-sula, parecida com um antibiótico comum, é engolida e permanece no estômago por pouco mais de uma hora, enquanto o organismo ten-ta digeri-la. Os sucos gástricos penetram den-tro da cápsula com as células do estômago, as sãs e as cancerígenas, que são capturadas e analisadas em laboratório. A pesquisa en-volveu 20 pacientes com câncer de estômago e 14 voluntários sãos. Em 98% dos pacientes acometidos por tumor, o novo exame identifi-cou a alteração genética ligada à doença.

Mexa-se!Estudo da Universidade do Missouri, nos

Estados Unidos, revela que renunciar à poltrona e fazer um pouco de movimento é mais eficaz do que ir para a academia. Nin-guém precisa gastar os tênis na esteira para viver com saúde, mas, quanto menos tempo ficar sentado, melhor. segundo a pesquisa pu-blicada na revista médica “Diabetes”, assim se previne distúrbios cardiovasculares e se adia o risco de infarto. “Têm muitas atividades que podem ser realizadas sem se sentar, por exem-plo, escrever no computador”, diz o professor Marc Hamilton, à frente da pesquisa. sentada o tempo inteiro, uma pessoa gasta 300 calo-rias num dia. Envolvida em trabalhos manuais, pode consumir 2.300 calorias diárias.

Gru

po K

eyst

one

Alergia a sexoSexo e contatos íntimos podem favore-

cer a relação direta com substâncias sensibilizantes. Médico do Hospital Carda-relli, em Nápoles, Gennaro liccardi realizou, com estudiosos da Itália, revisão da litera-tura sobre a relação entre a atividade sexual e reações alérgicas. O grupo verificou que o ato de beijar tem sido descrito como fator de risco para reações graves induzidas por alimentos e drogas. A alergia ao líquido se-minal também tem sido investigada.

Gru

po K

eyst

one

Gru

po K

eyst

one

Gru

po K

eyst

one

Rep

rodu

ção

Con

stan

ten

Sch

neid

er

Você pratica exercícios e faz uso de uma alimen-tação saudável e mesmo assim não consegue ema-

grecer? A causa de seu problema pode estar onde você menos es-pera, ou seja, na sua cama. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de bristol, no Reino Unido, e publicado pela re-vista Nutrition, dormir mal engor-da. A pesquisa monitorou mulhe-res gregas, entre 30 e 60 anos, aparentemente saudáveis e que não usavam qualquer medicação. O resultado: a cada uma hora de sono perdida, houve um aumento de 2,8% da gordura corporal.

segundo o reumatologista da Universidade de são Paulo (UsP), José Knoplich, quando o sono é de má qualidade há uma pane no organismo e a atuação das subs-tâncias hipocretina (que tem a função de nos manter acorda-dos), grelina (que está por trás da sensação de fome) e lepti-na (que regula o apetite), ficam completamente alteradas.

— A leptina avisa ao cére-bro quando o corpo já está sa-ciado e sua falta aumenta a pro-pensão a comer mais. Já a grelina sobe consideravelmente nas mes-mas condições, acentuando o im-pulso de atacar a geladeira. Esses efeitos só aparecem em pessoas com problemas de sono freqüen-tes — explica Knoplich. Nana nenê...segundo a vice-presidente da sociedade brasileira de sono (sbNC), a médica Andrea bace-lar, são indicadores de uma má qualidade do sono: sonolência diurna, despertar cansado, difi-culdade para iniciar o sono, so-no fragmentado com despertares durante a madrugada, privação voluntária de sono, alterações de memória recente, humor instá-vel. Para que isso não aconteça, ela recomenda alguns cuidados:

— Uma noite boa de sono quase sempre depende de peque-nas providências, até corriqueiras, que você pode tomar já na cama,

antes de se recolher ao quarto ou mesmo durante o dia. Evitar in-gerir álcool ou cafeína nas horas próximas de dormir e evitar exer-cícios físicos pouco antes de ir para a cama são alguns cuidados necessários — aconselha.

E quando o assunto é dormir, poucas pessoas sabem que, além da cama, o travesseiro é também um fator significativo para quem deseja ter uma boa noite de sono.

— Travesseiros e colchões inadequados podem estar ligados a uma rotina pouco saudável,

proporcionando insônia ou do-res no corpo. O ideal é escolher um bom colchão e um travesseiro que proporcionem maior confor-to, maior sustentação muscular e óssea e facilitem a circulação — afirma a médica.

se a intenção é dormir bem e, conseqüentemente, conseguir bons resultados nas dietas, a neurologista informa que consu-mir leite e derivados, produtos à base de soja, frutos do mar, aves, grãos integrais e leguminosas fa-vorecem um sono saudável.

— Dormir mal não é apenas dormir pouco, é mais do que is-to. Está relacionado não só com

a quantidade total de sono ne-cessária para cada indivíduo co-mo também com a qualidade des-te sono. Não adianta dormir nove horas consecutivas, porém, com uma arquitetura do sono irregu-lar, com percentuais inadequados de sono profundo e de sono REM [fase em que ocorre o desliga-mento da musculatura corporal] — diz a especialista. Insônia infantilbacelar alerta que o ideal é dor-mir de seis a oito horas por dia e que o brasileiro, infelizmente, es-tá em crônica privação de sono, dormindo, em média, seis horas.

— No mundo atual, as pes-soas reduziram, em média, duas horas de sono por dia por causa de estresse, trabalho e televisão — conta.

Vale lembrar que as crianças entre cinco a 10 anos necessitam de nove a 11 horas de sono e isso deve ser respeitado, pois quando não dormem o suficiente, ficam irritadiças, além de terem com-prometimento de seu crescimento (devido a diminuição da produ-ção do hormônio do crescimento durante o sono), do aprendizado e da concentração.

Para dormir bem coma: leite e derivados, produtos a base de soja, frutos do mar, aves, grãos integrais, leguminosas, arroz, frutas oleaginosas, ovos, e sementes de gergelim e de girassol.

Fique longe de: Refrigerantes, café, alimentos gordurosos, álcool, chocolate, excesso de carboidratos.

Os médicos José Knoplich e Andrea Bacelar

36 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 37C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 20: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

A missão Esperia lançou a Itália numa órbita ainda mais alta da tecnologia aeroespacial. A última pe-

ça montada no quebra-cabeças da Estação Espacial Internacional é made in Italy. Trata-se do Nodo 2, que tem como funções criar uma nova área de trabalho e servir de emenda para futuras ampliações. Coube ao astronauta italiano Pao-lo Nespoli executar esse trabalho.

A Itália é uma veterana de missões da Nasa, graças à atu-ação da Agência Espacial Italia-na, ligada à Agência Espacial Eu-ropéia. O país construiu o Nodo 2, a exemplo do anterior Nodo 1, aos pés do Alpes, nas redondezas de Turim, nos galpões da fábrica Thales Alenia space.

A missão ítalo-americana a bordo da nave Discovery partiu em 23 de outubro, às 17h38 de

uma terça-feira ensolarada, da sua base, em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos. O astronauta Paolo Nespoli, leva-va nas costas o desafio de insta-lar com precisão milimétrica um colosso de 14 toneladas de pura tecnologia. Nos últimos dez anos, este engenheiro aeroespacial, es-tudou, treinou, passou por bate-rias de testes físicos e psicológi-cos para transformar o seu sonho de bambino em realidade.

O seu papel fundamental era o de operar o braço mecânico e encaixar o Nodo 2 numa das ex-tremidades da Estação Espacial que flutua 360 quilômetros aci-ma de nossas cabeças. Da habi-lidade de suas mãos dependeria o sucesso ou o fracasso da missão.

No “tempo livre”, ele deveria dar o suporte para três dos cin-co passeios orbitais previstos e

a realização de diferentes experi-mentos científicos preparados na Terra pelos cientistas das agên-cias espaciais Européia e Italia-na. Ele sabia que, entre a deco-lagem e o pouso, aquelas seriam as duas semanas mais importan-tes da sua vida.

A mesma sensação tinham os construtores do Harmony, como foi, carinhosamente batizado, o Nodo 2. A escolha do apelido não resultou de um acaso. Ele foi de-cidido por meio de um concurso com jovens de todo o mundo.

O Harmony é um importante elemento para o desenvolvimen-to e finalização da estrutura em órbita. Com o anel do Nodo 2, a estação cresce em tamanho, em conforto e, principalmente, em funcionalidade. Ele foi planeja-do para servir de conexão en-

tre os laboratórios científicos da Agência Espacial Européia Co-lumbus, o americano Destiny e o japonês Kibo.

O enorme cilindro tem 4,6 metros de diâmetro e 7 metros de comprimento. Estas dimen-sões criam um novo espaço de 500 metros cúbicos, muito im-portante para a vida a bordo. O Nodo 1 tinha sido montado em 1998 e, desde então, pouco ti-nha sido feito para aumentar o conforto dos astronautas. Com o Harmony, a vida no espaço se torna menos complicada.

— A tripulação descansa, ou-ve um pouco de música, se co-munica com a Terra, tem direito a um pouco de lazer, num am-biente doméstico com a tempe-ratura de 20 graus. Cada quarto contém um depurador de água, área para o asseio pessoal e ge-rador de oxigênio. Este sonho re-alizado nos enche de orgulho — declara ao jornal la Repubblica o engenheiro italiano Walter Cug-no, projetista do Nodo2.

A estrutura da Estação Es-pacial Internacional se articula em três “nós”, daí o nome No-do. O primeiro foi construído pe-la boeing, nos Estados Unidos. Já os projetos dos outros dois, mais evoluídos e complexos, foram confiados à Agência Espacial Eu-ropéia que, por sua vez, repassou-os para a empresa italiana Thales Alenia space. No final das contas, a indústria aeroespacial italiana é a responsável por mais da metade do volume pressurizado habitável de toda a estrutura em órbita.

O Harmony deveria estar em órbita há tempos, mas o aciden-te ocorrido com a nave Columbia, em fevereiro de 2003, atrasou o cronograma de ampliação da Es-tação Espacial Internacional. A tragédia permitiu que os técni-cos aperfeiçoassem ainda mais o sistema de segurança do Nodo 2.

se houvesse um problema, os astronautas não chamariam “Huston, we have a problem” – a célebre frase pronunciada por um dos heróis da histórica e con-turbada missão Apolo 12. Diriam: “Turim, we have a problem”, mas não houve necessidade, para a glória e o orgulho tricolori. A missão Esperia foi um sucesso. E hoje, sobre nossas cabeças, uma jóia tecnológica de Turim voa carregando dentro de si o sonho da conquista do espaço.

Itália sideralAstronauta italiano dá suporte tecnológico à Estação Espacial Internacional

gUilhErME aqUinoCorrespondente • milão

Paolo Nespoli em órbita

tecnologia

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 738

Page 21: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Valquíria Rey

ROma

Em nove anos de escavações, em Pisa, na Toscana, os ar-queólogos já trouxeram à superfície 39 embarcações,

com artefatos históricos em exce-lentes condições de preservação, pregos de cobre e madeira anti-ga intactos e, em muitos, cargas fechadas em vasos de terracota com vinhos, óleos e cereais.

Um dos barcos carregava um leão vivo, que deveria ter saído da áfrica para lutar com os gladiado-res em Roma. Outra embarcação continha dezenas de costeletas de presunto de porco. Também foi encontrado um barril de garum, antigo condimento romano feito à base de peixe, moedas, jóias, sa-patos, ossos de animais domésti-cos e esqueletos de marinheiros.

As embarcações estavam en-terradas abaixo da estação de trem san Rossore. Na avaliação dos especialistas, foram desco-bertas por pura sorte, quando a Ferrovia do Estado, empresa es-tatal de trens, decidiu construir no local um centro de controle para a linha Roma-Gênova. Hoje, o cemitério marítimo é conside-rado como uma das mais signifi-cativas escavações arqueológicas do país.

Todas as embarcações são da-tadas de antes e depois de Cristo, indicando que naufragaram em momentos diferentes ao longo do tempo. O mais curioso e impres-sionante é que eles afundaram no mesmo local.

Arqueólogos e antropólogos envolvidos nas escavações, co-mandadas pela superintendência para os bens Arqueológicos da Toscana, dizem que os naufrágios representam uma importante pe-ça de um quebra-cabeças que há séculos tenta-se completar. De acordo com eles, por meio do es-tudo dos barcos, dos seus con-teúdos e da forma como foram construídos, é possível entender melhor com quem os romanos e etruscos faziam comércio, o mo-do de vida daqueles povos e como utilizavam o Mar Mediterrâneo.

Eles afirmam que alguns dos barcos mais antigos pertenciam aos gregos e aos fenícios. Em en-trevista à revista Newsweek, Ele-na Rossi, arqueóloga que trabalha no sítio desde a sua descoberta, disse que “os barcos represen-tam vida em movimento”.

— Alguns podem ter afundado, outros, ter sido derrubados em tempesta-

des ou submersos por uma inun-dação — afirma Elena.

Os primeiros nove navios fo-ram descobertos no final de 1998. Em poucos meses, restos de uma dezena de embargações naufra-gadas foram identificadas.

Na avaliação dos arqueólogos, há mais navios enterrados nessa área da cidade. Até o momento, apenas algumas embarcações fo-ram removidas, já que os espe-cialistas consideram o trabalho de restauração muito complicado. Mas se fala na possibilidade de ser construído um museu em Pisa, dedicado aos navios, até 2015.

Pioneirismo suecoEstocolmo, na suécia, conta com um museu gigantesco totalmente dedicado ao Vasa – barco afun-dado em 1628, quando fazia sua viagem inaugural e tinha navega-do apenas 1.300 metros – desde 1990. Recuperado depois de 333 anos, em 1961, o navio recebe

uma média de um milhão de vi-sitantes todos os anos.

É considerado o navio nau-fragado e recuperado em melhor estado de conservação. Mas em 2000, técnicos que fazem sua ma-nutenção descobriram que a ma-deira preservada estava começan-do a mostrar partes de sulfúrico.

— Conversamos com várias empresas. Mas a safi foi a única que nos apresentou exatamente aquilo que nós precisávamos — revela Jacob Jacobson, curador do Vasa e especialista em solu-ções técnicas nas áreas de preser-vação e conservação.

Contra as leis da físicaNo final de novembro, a safi, es-pecializada em plataformas mó-veis para restauração arquite-tônica, terminou de instalar um andaime milagroso na popa do barco sueco.

A grande estrutura, com 26 metros de altura, não toca mini-mamente o Vasa, mas permite aos restauradores fazer o trabalho de manutenção e preservação do na-vio de forma eficaz.

— Foi um trabalho difícil. A plataforma contraria as leis da fí-sica: sobe e desce andando para trás, não perturba o Vasa e não corta a visualidade do museu — diz Fiorenzo sartor, fundador e di-retor da safi, empresa criada em 1960 com operação em todo o mundo, e idealizador do andaime.

Ele já comandou outros traba-lhos difíceis. sua empresa mon-tou plataformas para a Petrobras no Oceano Pacífico, para as basí-licas de são Pedro, no Vaticano, e a de são Marco, em Veneza, para a mesquita Abu Dhabi e para o Par-thenon, em Atenas. sartor desco-nhece o projeto de um museu pa-ra os barcos antigos de Pisa. Mas disse que, caso seja convidado aceitará com o maior prazer.

arqueologia

valqUíria rEyCorrespondente • roma

Que torre inclinada, que nada!

Conhecida mundialmente por sua torre inclinada, a cidade toscana de Pisa conta com outra grande atração que, desde 1998, emerge da terra: um sítio arqueológico com uma frota de navios antigos naufragados há nove séculos

Vasa: exemplo para Pisa

A cidade eterna e a proibidaMais de 300 obras-primas jamais vistas

na Itália e provenientes de um dos museus mais majestosos e imponentes do mundo, a Cidade Proibida, podem ser con-feridas no Museo del Corso, no centro his-tórico. É uma grande oportunidade para conhecer um pouco da vida de Quianlong (1711-1799), considerado um dos mais lu-xuosos e cultos imperadores chineses. seu reino ficou conhecido como o da grandio-sidade cósmica, tendo representado o topo cultural e político do Qing, a última dinastia que governou a China, entre 1644 e 1911. Em “Obras-primas da Cidade Proibida”, Quialong e a sua Corte são mostrados em quadros de ritos, cerimônias, caças, retra-tos e cenas da vida privada, representando uma realidade histórica e filosófico-religio-sa extraordinária. Algumas obras são sun-tuosas, com mais de 20 metros de largura. Além dos quadros, você também pode con-ferir armas e utensílios que pertenceram ao imperador, cerâmicas, uniformes usados pe-la corte, coleção de relógios de mesa, sapa-tos, colares, objetos de culto e tronos. Entre os quadros expostos estão obras-primas de Giuseppe Castiglione (1688-1766), pintor e jesuíta italiano integrado à corte do impe-rador, considerado na China como um dos mais importantes artistas de cortes de todos os tempos. Os visitantes ainda poderão ad-mirar algumas obras realizadas por Qianlong que, além de brilhante imperador, era um artista iluminado, pintor, poeta e músico.

Cansado de visitar as mesmas atra-ções na capital romana? Uma dica alternativa é conhecer o histórico

Palazzo Mattei di Giove, um museu a céu aberto, localizado entre as vias Michelan-gelo Caetani e Funari, no centro. Proje-tado pelo arquiteto Carlos Maderno para ser residência do marechal Asdrubale Mat-tei, duque de Monte Giove, as obras fo-ram realizadas entre 1598 e 1613. A idéia era construir um edifício de três andares luxuoso, não apenas no contexto das es-plêndidas salas decoradas por artistas co-mo Antonio Pomarancio e Pietro da Corto-na, mas também com um amplo pátio que pudesse hospedar a coleção de mármores de Mattei. Resultado: uma galeria de ar-

te arqueológica em pleno jardim, repleta de bustos, esculturas, crateras e epígrafes. são divindades, templos e heróis postos entre várias sobreposições em mármore. Olhando na direção da varanda, é possí-vel admirar sarcófagos e estátuas, além da coleção imperial composta de oito bustos de imperadores romanos, oito relevos de soberanos bizantinos e oito bustos de im-peradores alemães, obras de Donato Ma-zzi e de outros escultores de prestígio da época. O Palazzo Mattei di Giove é, des-de 1938, propriedade do Estado italiano. Atualmente, abriga a sede do Centro Ita-liano de Estudos Americanos, a biblioteca e o Instituto de História Moderna e Con-temporânea.

Arte em mármore a céu aberto

Spende BeneFaça como os romanos e aproveite tudo o que

a capital italiana oferece de melhor. Está pa-ra ser lançada, depois das festas de Natal e de Ano Novo, uma grande promoção para quem mo-ra na cidade e também para quem aqui está só de passagem. Algumas cafeterias e sorveterias aderiram à promoção Roma spende bene e vão oferecer no café da manhã um cappuccino e um cornetto – o tradicional croissant – por apenas um euro. O preço convidativo, no entanto, vale apenas para quem chegar cedo, das 7h30 às 9h.

Bizarrices de NatalAmantes do espírito natalino não podem

perder a mostra “100 Presépios”, uma tradição do Natal romano que chega a sua 32ª edição. Até Dia de Reis, 6 de janeiro, na ba-sílica de santa Maria del Popolo, no centro, é possível conferir presépios provenientes das 15 regiões italianas e de mais de 30 países. Alguns originais, outros extremamente bizar-ros. Os materiais escolhidos para a confecção são diversos, de CDs e DVDs reciclados a ali-mentos como massa e frutos do mar.

Foto

s: R

epro

duçã

o

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 740 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 41

Page 22: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

attualità

2005, l’evento era stato organiz-zato solo a san Paolo e brasilia. Nel 2006, poi, è entrato anche Rio. Ora, Recife ha cominciato ad essere anch’essa un polo delle proiezioni. l’idea dell’Ambasciata d’Italia e della biennale di Vene-zia, organizzatrici della Mostra, è quello di allargare il circuito. Nel 2008, ci saranno altre città.

— Il nostro obiettivo è quel-lo di presentare il cinema con-temporaneo italiano con il mar-chio del Festival di Venezia, che

è l’evento cinematografico più antico del mondo. Ha funziona-to, visto che siamo già alla ter-za edizione — festeggia uno dei membri del comitato organiz-zativo, Elena Valensise, moglie dell’ambasciatore d’Italia in bra-sile, Michele Valensise.

Il direttore dell’Istituto Ita-liano di Cultura di Rio, Rubens Piovano, aggiunge:

— La mostra è una maniera di garantire la circolazione inter-nazionale delle nuove produzioni audiovisuali che si stanno facen-do in Italia.

secondo lui, ci so-no registi abbastanza

giovani già consa-crati, come Nanni Moretti, Roberto

benigni, Gianni Amelio, Rober-to Faenza. Altri che sono diven-tati famosi da pochi anni, dice Piovano, si sono già affermati, come il caso di Paolo Virzì, Ma-rio Martone, Daniele lucchetti. Inoltre Piovano indica una nuova leva, che include Gabriele Muc-cino, Mimmo Calopresti e Marco bechis. Tra gli attori famosi, ci-ta Giancarlo Giannini e Fabrizio bentivoglio.

Crisi cinematograficaPiù che presentare i nuovi lun-gometraggi italiani, gli organiz-zatori hanno cercato di spegne-re l’incendio iniziato alla Terceira semana de Cinema Contemporâ-neo Italiano, che ha avuto luo-go a san Paolo, tra settembre ed ottobre. Durante le presentazioni, produttori, attori, registi e sin-dacalisti hanno gridato ai quat-tro venti la mancanza di ammo-dernamento del settore. Oltre alla mancanza di risorse finanziarie e tecnologiche, i professionisti si lamentavano inoltre che sono ob-bligati a contendersi il pubblico con le produzione nordamericane.

— Questa storia di crisi nel cinema italiano è di vecchia da-ta. È uguale in brasile, ma qui questo è già stato superato. An-che noi l’abbiamo superato. Il ci-nema italiano è ottimo. Per que-sto stiamo organizzando questi eventi. Il nostro problema non è di produzione, ma di distribuzio-ne — afferma Elena Valensise.

Il direttore dell’Istituto Ita-liano di Cultura fa sue le parole della moglie dell’ambasciatore e

presenta i numeri della produzio-ne nazionale.

— Non possiamo parlare di crisi. La produzione in Italia è aumentata tra il 2005 e il 2006, saltando da 98 a 116 film l’anno. Inoltre, c’è stato un aumento di pubblico nelle sale di circa il 2%, passando da 90 a 92 milioni di spettatori. Gli investimenti sono aumentati del 35%, arrivando ai 185 milioni di euro. siamo ad un livello accettabile di produzione — crede Piovano.

Non è un caso che gli orga-nizzatori abbiano cercato di assi-curare che il cinema italiano non è solo fatto da nomi storici, co-me Fellini, Visconti e Antonioni. Questo rimane chiaro nello stes-so materiale di divulgazione:

— Oggi i film dei ‘nuovi’ au-tori italiani continuano ad essere tra i più amati dal pubblico inter-nazionale, proiettando storie, idee ed emozioni nel mondo, e otten-dendo successo nelle premiazioni

degli Oscar e nei principali Festi-val —. E continua: — l’evento rappresenta il primo significativo test internazionale per i nostri ti-toli più ambiziosi dovuto alla sta-gione di premiazioni.

Un reiniziole azioni effettive sono state impiantate per far raggiunge-re di nuovo al cinema italiano gli schermi mondiali. Nel ten-tativo di dare un basta alla cri-si, l’Istituto luce e la Cinecittà Holding – istituzioni statali –, e l’Agenzia Nazionale di Cine-ma, il mese scorso hanno sigla-to, durante il Festival do Rio, un protocollo d’intesa per la creazione di nuove partnership cinematografiche tra il brasile e l’Italia. Durante lo stesso even-to, la coproduzione italo-brasi-liana Estômago, di Marcos Jor-ge, ha vinto i premi di miglior regia, giuria popolare e attore per João Miguel.

— Queste partnership sono fondamentali. Vedo tutto molto positivamente. Noi intendiamo non solo mostrare questo linguag-gio cinematografico contempora-neo, ma anche la cultura italiana. Il Brasile è ancora legato ai vecchi cineasti, come Fellini, Antonioni, che sono bravi, ma hanno già fat-to il loro tempo. basta con que-sto. Abbiamo vinto un Oscar con La vita è bella [riferendosi alla statuetta vinta nel ‘97]. Benigni è un regista contemporaneo — ana-lizza la moglie dell’ambasciatore.

la passione di Elena per il ci-nema è cominciata nell’infanzia. Più tardi, già da ragazza, ha fat-to la facoltà d’arte, dove studiato anche cinema. Dal 2002 al 2005, la moglie dell’ambasciatore è sta-ta direttore di comunicazione del-la biennale di Venezia – che or-ganizza il tradizionale Festival di cinema della città – e della bien-nale di Arte. Ha lasciato il coor-dinamento dopo che il marito è

stato trasferito in brasile. si con-sidera fan del cinema brasiliano.

— Mi piacciono molto O céu de suely [esibito nel Festival di Venezia dell’anno scorso], Tropa de Elite e Cidade de Deus — rivela.

Presentati in diverse sessioni della mostra [concorso, orizzon-ti, settimana della critica, gior-nata degli autori, retrospettive], i lunghi sono stati proiettati nel Cine bombril e nel Centro Cultu-ral Vergueiro, a san Paolo; all’Ar-mazem Digital, a Rio; nel Cine brasilia, a brasilia; e presso la Fundação Joaquim Nabuco, a Re-cife. Hanno sostenuto il Venezia la TIM brasil, gli Istituti Italia-ni di Cultura di san Paolo e Rio de Janeiro, il Consolato d’Italia a Recife, il governo del Distrito Fe-deral, i comuni di san Paolo e Rio e l’imprenditrice italo-brasiliana Cristiana Arcangeli.

Veneza è qui

Festival di cinema italiano percorre le principali capitali brasiliane presentando produzioni contemporanee

MarcUs alEncar

Prendendo d’assalto lo sce-nario brasiliano, le più recenti produzioni cine-matografiche hanno inva-

so le principali capitali del Pae-se negli ultimi 20 giorni. Per il terzo anno di seguito, i cinefili brasiliani hanno potuto sentire il sapore, o meglio, mettere me-glio a fuoco con le retine, il cine-ma contemporaneo italiano, con sei film inediti presentati al Ve-nezia Cinema Italiano III. E an-cora meglio: gratis. la selezione è stata fatta tra i film presenti alla 64ª Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica a Vene-zia, che ha avuto luogo tra il 29 agosto e l’8 settembre di quest’anno. Gran parte delle produzioni non sono nean-che ancora entrate nel cir-cuito commerciale italiano.

Come gran finale, il pub-blico ha potuto anche vedere la copia restaurata di la stra-tegia del ragno, un classi-co di bernardo bertoluc-ci del 1970, proiettato anch’esso alla 64ª Mo-stra. Ma la novità di questa edizio-ne del Venezia è stata l’inclusione del Nordest nel circuito. Nel

Da tre anni in brasile, l’am-basciatore Michele Valensise

dice chiaramente che siamo di fronte ad un reinizio del cinema italiano. Per lui, i film sono sta-ti lasciati nel dimenticatoio dopo la fine della generazione neoreali-sta, così come nomi quali Fellini, Pasolini e Antonioni. Il diploma-tico si lascia sfuggire una punta di amarezza quando parla del-la mancanza di riconoscimento mondiale per ciò che riguarda le nuove produzioni. La sua analisi è simile a quella della moglie.

— C’è un grande riconosci-mento del cinema italiano del passato. Dopo, si è entrati in una fase buia. È come se i nuovi film non fossero rilevanti. Inve-ce continuiamo ad evolvere. Ab-biamo un cinema originale, che

affronta [temi come quelli di] commedie, storie, questioni so-ciali e politiche. Il neorealismo è stato meraviglioso. Ma bisogna presentare ciò che si è continua-to a produrre. Dobbiamo offrire ciò che è attuale — arguisce.

secondo le dichiarazioni dell’ambasciatore, per esempio, si possono considerare attuali le sperimentazioni narrative del film Valzer, di salvatore Maira. Il film è stato girato in un unico piano sequenza. l’ambasciatore ammette che il cinema italiano – usando un’espressione brasilia-na - não vem voando em céu de brigadeiro [non vive una buona fase]. Ossia, i problemi ci sono.

— le produzioni hanno bi-sogno di materie prime: buone storie, buone sceneggiature, bra-

vi registi, bravi attori, insomma. Ci dev’essere la dimensione del-la creatività. E questa ce l’abbia-mo. Ora, soffriamo un po’ con la distribuzione, e ciò porta a diffi-coltà finanziarie e organizzazio-ne. Ma vogliamo superare tutto questo facendo vedere lavori re-centi. Al pubblico piace e allora produttori e distributori vengo-no stimolati — valuta.

Valensise crede che il risultato di questa divulgazione massiccia abbia dato risultati. Ricorda che le sale da dove è passata la mostra ha avuto una buona media di pubbli-co. l’ambasciatore conferma che la Venezia Cinema Italiano III verrà estesa ad altre città brasiliane nel 2008, ma non anticipa quali saran-no. secondo l’ambasciatore, Recife è stata un’ottima esperienza.

— Non c’è giudice migliore del pubblico. Abbiamo ricevu-to eccellenti incentivi a Recife e anche buone critiche. Effetti-vamente pensiamo di ampliare la mostra — anticipa, dicendo di essere fan del cinema brasiliano. E aggiunge: — Il cinema brasi-liano ha la capacità di racconta-re storie semplici in modo molto profondo. È il suo grande merito.

Ambasciatore Michele Valensise

Il dolce e l’amaro e Valzer,due titoli del Festival

Rob

erth

Trin

dade

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Scena del film l’Ora di Punta

42 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 43C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 23: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Medusa

turismo

valqUíria rEyCorrespondente • roma

No rastro sinuoso de Caravaggio

O artista levava vida de crimes e arte. Foragido, ele criou grandes obras nas mais diversas cidades. Vale a pena percorrer hoje os lugares onde ainda se pode admirar o trabalho do mestre do barroco

Apesar de ter trabalhos es-palhados por inúmeras ci-dades, Caravaggio não era daquelas pessoas que ama-

vam viajar. Mais do que tudo, era preciso correr de um lugar para outro para escapar de problemas que enfrentava com a Justiça.

— Os deslocamentos do pin-tor seguiam a lógica das prote-ções. E por onde ele andou, dei-xou obras-primas adquiridas por amigos potentes e influentes — conta o historiador de arte Anto-nio Pinelli.

Excêntrico, fascinante, re-belde e enigmático, Michelan-gelo Merisi, Caravaggio, (1571-1610) nem chegou a completar 40 anos, mas espalhou sua mar-ca de maneira distinta na cultu-ra do bel Paese. Por onde esteve, Caravaggio deixou obras impor-tantes, em muitos casos visíveis hoje nos mesmos lugares onde foram realizadas.

O artista nasceu na lombar-dia. Deixou Milão, onde se for-

mou artista para trabalhar em Roma, capital da arte e o lugar obrigatório para pintores, escul-tores e arquitetos da época.

Acredita-se que a chegada dele à Roma, em 1592, deveu-se a uma primeira fuga por causa de um provável homicídio cometido naquele ano.

Ele permaneceu na Cida-de Eterna por 14 anos, até que foi obrigado a abandoná-la, em 1606, por ter matado um jovem durante uma luta. Teve a sua ca-beça posta a prêmio.

Em Roma – origem das gran-des telas de Caravaggio –, várias obras do gênio barroco podem ser admiradas. Na Galleria bor-ghese, um dos melhores museus da capital, estão Il bachino Ma-lato, la Madonna dei Palafrenie-ri, Davide com la Testa di Golia, s. Giovanni battista, san Girola-

mo scrivente e Il Ragazzo com Cesto de Fruta.

Na Pinacoteca dos Museus Va-ticanos, uma das grandes obras-primas de Caravaggio: Deposizio-ne dalla Croce, realizada entre 1600 e 1604.

Já na Igreja de sant’Agostino, não muito longe da Piazza Navo-na – onde está a Embaixada do brasil –, pode ser admirada la Madonna dei Pellegrini, feita en-tre 1603 e 1605, considerada ori-ginal por colocar Maria não em um trono, mas na porta de casa.

Outros trabalhos célebres do pintor também podem ser vistos nas igrejas santa Maria del Po-polo e san luigi dei Francesi, na Pinacoteca Capitolina, na Galle-ria Doria Pamphili e no Palazzo barberini.

Obra santa, vida bandidaCondenado à decapitação em Ro-ma, em 1606, Caravaggio bus-cou refúgio em Nápoles – cidade mais populosa da Europa, lugar

de muita riqueza e miséria –, on-de, entre outros trabalhos, pin-tou la Madonna del Rosário na Igreja dei Domenicani.

Em 1607, Michelangelo Meri-si foi para a Ilha de Malta, onde ingressou na Ordem dos Cavalei-ros de Malta.

A ilha festejou no mês passa-do os 400 anos da passagem do artista por lá com a mostra Ca-ravaggio e a Imagem do Divino, no Museu de Artes Plásticas e no Museu Nacional de Arqueologia.

Merisi permaneceu em Malta por apenas três meses. Envolvi-do em mais uma briga, acabou na prisão e, em seguida fugiu, pu-lando de uma janela em um barco que o levou para a sicília.

Na sicília, em Palermo, é pos-sível ver a esplêndida tela de são Francisco de Assis, realizada em 1609. Infelizmente, a obra do san-to lorenzo, realizada na mesma época, não está mais dispovível: foi roubada em 1969 do Oratório da Companhia de são lorenzo.

Em siracusa, na Igreja de santa lucia al sepolcro, locali-zada na Piazza santa lucia, es-

tá o seppellimento di s. lucia, de 1608. Já em Messina, no Mu-seu Regional, estão conservadas duas telas realizadas no mesmo ano: Adorazione dei Pastori e a Resurrezione di lazzaro.

Caravaggio ainda retornou a Nápoles, onde pintou inúmeras telas. Entre elas, la Flagellazio-ne, no Museu de Capodimonte, o Martirio di sant’Orsola, no Pala-zzo Zevallos stigliano, e le sette Opere della Misericordia, no Pio Monte della Misericordia.

O pintor também finalizou em Nápoles a Madonna della Miseri-cordia, encomendada para o al-tar maior da Igreja del Pio Monte della Misericordia.

Em Milão, onde se acredita que o artista tenha nascido – há quem fale da existência de um do-cumento em que o pintor declara que Caravaggio é a sua cidade na-tal –, duas belas telas podem ser admiradas. A primeira é Canestra di Frutta, de 1602, hospedada na Pinacoteca Ambrosiana e, a ou-tra, Cena in Emmaus, de 1606, na Pinacoteca di brera.

Canestra di Frutta

Davide com la Testa di GoliaDeposizione dalla Croce

La Madonna del Rosário

La Flagellazione

Adorazione dei PastoriNatività con Francesco e Lorenzo Seppellimento di S. Lucia

Caravaggio por Ottavio Leoni

44 45C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a

Page 24: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

A Última Ceia (l’Ultima Cena e também Il Cenacolo) foi pin-

tada por leonardo da Vinci para o seu protetor, o Duque lodovico sforza. É um dos bens artísticos mais conhecidos e estimados do mundo. Ao contrário de muitas outras valiosas pinturas, nunca foi possuída por particulares por-que não pode ser removida do seu local de origem, já que foi pinta-

da sobre a parede do que era na época o refeitório de convento.

O convento de santa Maria delle Grazie, em Milão, foi cons-truído pelo Duque para, entre outras coisas, servir de lugar para sepultar os seus familiares. O tema bíblico era uma tradição para refeitórios, mas a interpre-tação de leonardo deu realismo e profundidade ao lugar.

Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, cientista e músico do Renascimento italiano, le-onardo da Vinci (1452-1519) é considerado um dos maiores gênios da história da humani-dade. Ele pintou A Última Ceia durante dois anos (1495-1497). É dele outro quadro admirado por todos em todos os tempos: A Mona lisa.

arte

gUilhErME aqUinoCorrespondente • milão

A Última Ceia virtual

Site deixa uma das obras-primas da humanidade ao alcance das mãos

Decoração de refeitório

Todos os dias, cerca de mil pessoas entram na Igreja de santa Maria delle Grazie, em Milão. Mais do que para

orar, a maioria está ali para vene-rar uma obra de arte: o afresco A Última Ceia, pintado por leonar-do da Vinci, no século 15. Para se aproximar deste ícone das artes plásticas de todos os tempos é preciso agendar a visita e o tem-po médio de espera “na fila” é de três semanas. Uma vez lá dentro, cada pessoa tem 15 minutos para ficar diante do quadro.

Quem, porém, estiver com pressa, poderá dispensar todo

esse ritual. Agora, para apreciar A Última Ceia em seus mínimos detalhes basta dar um clique no mouse de qualquer computador. Em segundos, a versão virtual da obra estará diante dos seus olhos para ser admirada pelo tempo que o visitante do site www.haltadefinizione.com qui-ser. É nesse endereço eletrônico que se encontra publicada uma fotografia em altíssima definição do afresco.

A versão virtual de A Última Ceia é o resultado final da so-breposição de 1.677 fotografias, uma composição digital com 17

bilhões de pixels, recorde mun-dial. O interesse pela obra de Da Vinci é tanto que apenas dois dias após o lançamento oficial da imagem virtual o site já ha-via recebido mais de um milhão de acessos.

Não foi uma operação fácil transformar em imagem ciber-nética o mural pintado a seco e a óleo, com técnica muito dife-rente da que era utilizada nor-malmente em afrescos da época. Obra de alta sensibilidade, a sua longa exposição a raios ultravio-letas e às altas temperaturas de um flash poderia provocar danos

irremediáveis. Este foi apenas um dos obstáculos para a realização do trabalho. O tamanho da obra original – 4,6 metros por 8,8 me-tros – também representou um desafio, ainda maior, para a com-posição final da fotografia.

— O sistema de iluminação foi projetado por nós, da HAl 9000, testado e aprovado pelo laboratório fotométrico Instituto Central de restauração, em Roma, ligado ao Ministério para os bens e para as Atividades Culturais. As sessões fotográficas duraram no-ve horas. E o tempo de exposição total do mural à nossa luz foi tão

baixo que mal poderia ser medi-do, ele se equivale à luz difusa normalmente sobre a obra — ex-plica Mauro Gavanelli.

O set fotográfico, com equi-pamentos de última geração, foi montado diante da parede cen-tral do antigo refeitório da Igreja de santa Maria delle Grazie, no centro de Milão. No amplo es-paço, entre os anos de 1494 e 1498, leonardo da Vinci deu vida a sua interpretação da cena des-crita na bíblia. No mesmo lugar, cinco séculos depois, técnicos de informática, físicos, fotógrafos e iluminadores trataram de eterni-zar virtualmente toda a geniali-dade do artista italiano. Tudo foi feito nos intervalos das visitas públicas.

A resolução final é tão alta que é possível ver algumas li-nhas de estudo do esboço feito pelo gênio italiano antes de co-meçar a pintar a cena do último encontro de Jesus Cristo com os apóstolos e o anúncio da trai-ção. O milagre da tecnologia re-vela mesmo os mínimos gestos, cores e expressões dos persona-gens e objetos que compõem a cena. Mas nada parece surpreen-der quem já respirou de perto, e por anos a fio, o cheiro das tintas de leonardo.

— Não vi nada que não te-nha visto antes. Mas é maravi-lhoso saber que esta visão pode ser compartilhada com todos — afirma Pinim brambilla, que du-rante 22 anos se empenhou na restauração do mural. Bombas no passado, poluição no presenteA imagem virtual vai servir não apenas para saciar a curiosida-de ou dar asas à imaginação dos admiradores de leonardo em to-do o planeta, mas para ajudar

pesquisadores e restauradores a estudar melhor os trabalhos já realizados de preservação e de conservação da obra, para aper-feiçoá-los. As técnicas de res-tauração evoluem com o tem-po e um estudo profundo sobre o que já foi feito pode ajudar a evitar erros ou corrigir aqueles cometidos no passado, caso te-nham ocorrido.

Atualmente, o mural está pre-servado, mas já passou por pou-cas e boas ameaças. Durante a segunda Guerra Mundial, uma bomba inglesa, durante o raid aéreo dos aliados sobre Milão, destruiu parte da Igreja santa Maria delle Grazie. A obra esca-pou de ser pulverizada não ape-nas porque a bomba caiu a pou-cos metros de distância, mas por causa de uma acurada proteção. Todo o mural estava coberto por uma grossa barreira, formada por sacos de areia. Eles absorveram as ondas de choque da violenta explosão que iriam transformar a parede pintada por leonardo da Vinci num monte de escombros e entulhos.

Código da VinciHoje, o que ameaça a obra é algo quase invisível: a po-luição urbana de Milão. Esta penetra no interior da igre-ja a despeito dos filtros. Essas finas partículas de sujeira che-gam com os turistas, agarradas nas suas roupas e nas solas dos sapatos. A poluição é fruto do intenso tráfego de veículos nas imediações da igreja.

— Temos um filtro que conse-gue eliminar 100% dos gases tó-xicos externos como os dos esca-pamentos dos carros e 60 a 70% das impurezas trazidas pelos visi-tantes — informa um funcioná-rio da superintendência para os bens Arquitetônicos e Paisagís-ticos de Milão, mas o fato é que o moderno filtro não está mais dando conta do recado.

Todos os dias, cerca de mil pessoas, em grupos de 25, en-tram na igreja para ver A Última Ceia. Todo ano, cerca de 350 mil visitantes ficam a cerca de cinco metros de distância da obra. Entre eles e a parede estão os aparelhos que monitoram a temperatura am-

biente e a umidade. A iluminação da obra é indireta. A luz vem de holofotes apontados para o teto. Os turistas entram por uma por-ta e saem por outra. Para evitar correntes de ar, uma é aberta so-mente depois que a outra se fe-cha. Fotografias e filmagens, com ou sem flash, não são permitidas. Mesmo com tantos cuidados, o mural enfrenta as conseqüências de tanta exposição pública.

Enquanto técnicos se esfor-çam para preservar o mural real, o mural virtual parece estar mais do que garantido. A fotografia publicada no site foi protegida com copyright por meio de uma marca d’água quase transparente. Assim, a partir de agora, todos poderão revirar o mural de cabe-ça para baixo até encontrar esse segredo. Trata-se do verdadeiro Código da Vinci.

A clássica cena bíblica pintada por Da Vinci e sua versão eletrônica

Técnicos levaram nove horas para fazer as 1.677 fotos

necessárias para o trabalho

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 746 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 47

Page 25: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

poesia

Uma mulher de estatura baixa, nascida no interior do Tocantins, no Norte do brasil, e professora de

artes na Escola Parque 314 sul, próximo ao centro de brasília. A vida de luta de lurdiana Costa Araújo, 36 anos, não se resume apenas nisso. De origem humil-de – na roça – não teve muitas oportunidades de estudar, quan-do pequena. Na capital da Repú-blica, casou, conseguiu emprego, voltou aos estudos e, hoje, cursa faculdade de artes. Nas horas va-gas, dedica-se a escrever poesia. Casada e mãe de duas filhas, sa-lário em torno de R$ 2.500, lur-diana teve de recorrer a emprés-timos para investir R$ 4.500 na

realização de seu sonho: a pro-dução de 250 exemplares do seu primeiro livro. O esforço mereceu reconhecimento internacional. Em 30 de novembro, ela pegou um avião para Reggio Calábria, na Itália, onde recebeu o Prêmio Nosside, o único concurso global de poesia.

— Recebi um e-mail da insti-tuição dizendo que fui a ganha-dora e não acreditei. Fiquei três dias lendo a mensagem — lem-bra lurdiana.

O Nosside premia as melho-res poesias em cinco línguas ofi-ciais: italiano, inglês, espanhol, francês e português. É também o único concurso aberto a todas as outras línguas e dialetos do mun-do. lurdiana descobriu o Prêmio Internacional de Poesia Nosside 2007 depois de navegar na Inter-net procurando novidades. Pagou 10 euros pela inscrição, mandou a obra e esperou a resposta. Con-correu com poetas de 32 países - apenas cinco autores seriam premiados. Para 2008, está pre-vista uma edição do concurso em brasília.

Rumo à Itália, por conta própriaO resultado saiu em agosto. Um e-mail da organização informava que ela fora escolhida para rece-ber o prêmio máximo. O poema “Desmundo” constará na Antolo-gia Nosside 2007 e a autora ga-nha 800 euros. Mas, para receber o prêmio, teria que ir à Itália. sem dinheiro para a viagem, lur-diana correu atrás de apoio nos órgãos públicos ligados à cultu-ra, mas não obteve apoio. Re-solveu, então, usar o próprio prêmio para pagar a passagem. E assim o fez. Foi a uma agên-cia e comprou o bilhete em cinco vezes no cartão de crédito. Com ajuda do empresário Antonello Monardo, conseguiu bolsa de es-tudo para aprender italiano.

— Na minha vida tudo sem-pre foi muito difícil. Não foi fácil chegar até aqui. sou feliz porque acredito nos meus sonhos. E pre-ciso estar feliz para escrever.

Querido mundoAos nove, lurdiana deixou a zona rural para morar na cidadezinha mais próxima, Filadélfia (TO). lá, terminou o primário iniciado numa escola coberta de palha, na roça. Na adolescência, chegou à Aragua-ína (TO) e arrumou emprego. De dia trabalhava como vendedora de consórcio. À noite, estudava.

Aos 21, em 1992, lurdiana veio morar no Distrito Federal, na casa de uma irmã, em samam-baia, cidade-satélite de brasília. Durante um tempo, conciliou em-

prego e estudos. Pela sobrevivên-cia, teve de optar pelo emprego. Mas nunca deixou a poesia.

— Escrevia nos cadernos o que sentia. A poesia sempre foi minha companheira — conta.

Um dia voltou à escola. Pa-ra compensar o tempo perdido, cursou um supletivo, concluiu o ensino fundamental, tomou ain-da mais gosto pelos estudos. Aos 26, prestou vestibular para Artes Cênicas, na Faculdade Dulcina. Formou-se em Teatro. Em 1999, fez concurso para a secretaria de Educação. Em 2001, foi chama-da. Virou professora de artes. Em 2005, depois de mandar os origi-nais para várias editoras sem res-posta, decidiu bancar o primei-ro livro, “Querido mundo”, sobre saudade, infância e tristezas. Com o dinheiro dos empréstimos, fez o lançamento em um restau-rante famoso da capital. Chamou a família e os amigos. Depois, voltou à rotina. Agora, acaba o primeiro romance, “Campolina”, iniciado em 2000.

— Tem a ver com minha in-fância, minhas lembranças, meus encontros — adianta, disposta a retomar a maratona de editoras, sem qualquer certeza de que ao menos uma venha a se interessar em ler os seus originais.

Nada disso desanima lurdiana. Fã de Cora Carolina, Carlos Drum-mond de Andrade e João Cabral de Melo Neto, ela acredita no que faz. E afirma que o ofício de escrever a torna cada dia mais viva.

Fábio linoCorrespondente • Brasília

Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal é vencedora de concurso internacional disputado em cinco línguas

O Prêmio Nosside é nosso!

DesmundoDo meu sonho de infância,resta uma folha amareladade um inventário inacabado.Este muro sobre o mundo,desmundo de tudo o que vivi.Dos retratos e lembranças,Dos pardais que habitavam aqui.Tenho uma folha envelhecidae o sonho de beber vinho de uva.

Os meninos que brincavam aqui,nas ruas, becos e quintais,ficaram depois deste murosobre o mundo, desmundo.Ouço o murmúrio depois do muro,das lembranças das colheitas de uva,do sol depois da chuva.Desta folha envelhecida resta a saudadedos meninos depois do muro,dos pardais bebendo chuvaacreditando ser vinho de uva.

Ival

do C

aval

cant

i

48 C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 26: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Guilherme Aquino

miLãO moda

Coppia di protestanti rischia tutto in favore di un sogno che, dopo tre anni di lotta, si realizza: i loro capi di abbigliamento saranno esibiti da top models sulle passerelle del Fashion Rio, in gennaio

nayra garoFlE

Dall’argilla si fa modaLui è amministratore. Lei, sti-

lista. la partnership ha fun-zionato. Márcio Duque e Ali-ne Rabello hanno creato una

marca che promette di essere dif-ferente dalle altre nella prossima edizione del Fashion Rio: la Ho-mem de barro. la griffe di Niterói (RJ) partecipa alla borsa d’affari Fashion business dal gennaio di quest’anno e ha già conquistato il mercato nazionale. E perfino internazionale. Esporta in Italia, Grecia e Russia. La marca è sta-ta la più votata dalla Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e dalla Dupla Assessoria, organizzatrici del Fashion Rio, per mostrare la loro collezione autun-no-inverno all’evento.

Márcio, 38 anni, e Aline, 29, si sono conosciuti nell’impresa dove lavoravano, di importazioni tessili. Hanno deciso di sposar-si e di creare la propria impresa: un centro automobilistico. Ma il piano non ha funzionato. Dopo lo spavento, l’amministratore ha deciso di investire in un sogno: lavorare a ciò che lui e la moglie sapevano fare. Hanno investito in un negozio di confezioni.

— Io sono amministratore, lei è stilista. Da solo non fac-cio niente, e lei, viceversa. Non avevamo il know-how e abbia-mo imparato poco a poco. Mol-ti non credevano in noi e non ci hanno aiutati — racconta Du-que, precisando che, comunque, non sono rimasti amareggiati.

senza il capitale per una grif-fe, Aline ha suggerito al marito di vendere, nelle spiagge di Niterói, i capi che confezionavano nel quartiere Fonseca. Duque ha ac-cettato e le loro creazioni hanno

avuto successo. E gli affari sono cresciuti, dalle spiagge verso una macchina e da lì verso gli stand di fiere conosciute a Rio de Janeiro, come il Mercado Mundo Mix e la babilônia Feira Hype.

— Da allora, ci siamo asso-ciati alla Firjan e siamo passati a far parte del Pólo Niterói. In gennaio, partecipiamo al Fashion business — spiega l’ammini-stratore, raccontando che grazie all’evento la marca si è affermata veramente.

solo nella prima partecipazio-ne, la griffe ha venduto 500 capi all’Italia. la vendita ha aiutato a passare il periodo difficile.

— Il cliente mi ha pagato il 50% prima che consegnassi tutti i capi. Abbiamo venduto bene — riferisce.

I capi d’abbigliamento della Homem de barro sono completa-mente artigianali. Per fare ogni capo ci vogliono dai 15 ai 30 giorni, a seconda della complessi-

tà dei ricami. Oggi, la griffe conta su 15 impiegati fissi nell’impresa. Il taglio delle stoffe, i ricami e il controllo di qualità sono realizza-ti in un edificio a Niterói, dove si trova l’atelier. Il cucito viene fatto fuori, quindi i capi vanno e vengono varie volte fino a quando sono pronti.

— Oggi abbiamo 60 punti vendita in tutto il brasile e inau-

gureremo il negozio Homem de barro a Ipanema. Prepariamo cir-ca mille capi al mese per soddi-sfare la domanda. Abbiamo per-fino messo su uno showroom in Italia — dice Márcio.

la coppia di protestanti dice che Dio è il grande segreto del suc-cesso della marca. Il nome Homem de barro si rifà alla fede dei due:

— L’uomo è la creazione più perfetta di Dio e l’argilla la mate-ria prima più semplice. Il nostro concetto è più o meno questo — spiega Márcio.

la griffe guadagna circa 150mila reali al mese. Ogni ca-po costa tra i 400 e i 700 reali. la coppia cerca di affrontare con elasticità certe idiosincrasie del mondo fashion:

— Quando nessuno ti dà cre-dito, le persone nemmeno ti guar-dano, ma quando ti fai vedere un po’, il modo di trattarti cambia — afferma l’amministratore del-la marca Homem de barro, rife-rendosi al nuovo status raggiunto nell’ambiente a partire dal succes-so della griffe.

Per chi è già curioso di sapere che cosa la Homem de barro stia preparando per le passerelle di gennaio, Aline ha anticipato che il tema della collezione sarà “Jor-nal das Moças”, una pubblicazio-ne femminile che ha avuto inizio negli anni ’20.

— Ci siamo tuffati più nell’estetica degli anni ’40, quan-do le “Amélias” di qui si ispirava-no alle stelle di Hollywood. Ma fa-remo una cosa contemporanea, un po’ ‘cattivella’, in toni scuri con metallici e sfondi magenta, citrici e verdi — racconta la stilista, che dice anche quali saranno i punti forti della collezione: — stiamo usando molto l’uncinetto e il gio-co tra pesante e leggero.

Márcio Duque: produzione della griffe va a tutto

vapore per il Fashion Rio

Aline con la sua creazione

Foto

s: R

ober

th T

rinda

de

Riqueza culturalAs estatísticas da temporada

2007/2008 revelam em Milão uma riqueza de programação teatral de fa-zer inveja a muitas grandes metrópoles: 102 salas, 1.802 títulos, 11.280 repre-sentações, 1.128 autores, 902 diretores, 7.248 intérpretes, 2,3 milhões de espec-tadores. Estes dados comprovam que se trata de uma cidade onde se dá tanto valor à cultura quanto ao trabalho.

Herói do anoEste foi o ano de Kaká, do Milan.

Eleito o melhor jogador do mun-do, o meio-campo brasileiro, por tabe-la artilheiro da última edição da Co-pa dos Campeões, encerra 2007 ainda com o título de futuro papai. A co-luna rende suas homenagens a esse campeão, dentro e fora dos gramados. bom rapaz por excelência, educação, caráter e talento, Kaká representa ho-je um dos principais faróis do esporte número um do planeta. Que ele siga iluminando os caminhos, com fé em Deus e a bola nos pés.

A barberaria Colla é um dos lugares históricos de Milão. Fica pratica-mente na esquina de Via Manzoni,

alguns metros depois do Teatro la scala. A antiga barbearia existe desde 1904. lá se vão 93 anos fazendo a cabeça dos milane-ses mais chiques e tradicionais. Os clientes

não se importam com os visitantes, curio-sos em conhecer as tesouras, os cremes, os aparelhos de barbear e os pentes e escovas usados no século passado. Na vitrine e nas prateleiras, estão expostos dezenas de ob-jetos de época, sem contar as históricas cadeiras ainda hoje em uso.

Tesoura secular

Natal da modaMilão está pronta para o Natal. Na capital

italiana da moda, do design e do luxo, a cidade se torna um pólo de consumo. Pelas ruas, estrangeiros, como os russos, seguem, ávidos, às compras. E não há quem passe in-cólume diante das mesas de Natal propostas por Giorgio Armani. Melhor, no entanto, ficar sem saber o quanto custam. Estima-se que os italianos deverão gastar 18 bilhões de euros somente com as festas natalinas, incluídos na conta as viagens, os presentes e as ceias. A projeção é da Confederação do Comércio.

Guerra e PazDepois da queda de braço entre o sin-

dicato e a administração do la scala, a questão salarial foi resolvida. Quase to-dos podem respirar com um pouco menos de afobação. Está afastado, ao menos por en-quanto, o risco de greve que poderia com-prometer a temporada de ópera no teatro lírico mais importante do mundo. Para co-meçar a estação, “Tristão e Isolda”, a partir do dia 7 deste mês e, do dia 12 em diante, ‘O lago dos Cisnes”. Mais informações: www.teatroallascala.org.

Foto

s: G

uilh

erm

e A

quin

o

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 750 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 51

Page 27: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Giordano Iapalucci

fiRENzE

Presso il Palazzo Chianini Vincenzi di Arezzo rimarrà aperta fino al 30 di-cembre la mostra di Monika bulaj dal

titolo “Genti di Dio”. L’esposizione è come un cammino tra i credenti delle varie reli-gioni monoteiste dell’Europa orientale, luo-go dal quale è originaria la stessa autrice.

Per raccontare la spiritualità dei creden-ti ci sono oltre cento fotografie che li ritrag-

gono nella loro vita mostrando come la fede rientra in modo significativo nel loro vive-re quotidiano. sono vent’anni di scatti (dal 1985 al 2005) in continuo contatto con i po-poli musulmani, ebrei e pentacostali tra gli al-tri. Questa esperienza gli è valsa l’importante premio ”Grant in Visual Arts”, assegnato dalla “European Association for Jewish Culture”. In-fo: www.entefilarmonicoitaliano.it

CelestiumFino a lunedì 31dicembre 2007, presso

l’Opificio della Rosa, a Montevarchi, sa-rà visibile la mostra CElEsTIUM, personale di Alessandra Ceccherelli. L’esposizione è compo-sta da un ciclo di opere interamente dedicate alle figure angeliche. Gli angeli svolgono una parte importante nei quadri e dimostrano co-me hanno sempre affascinato la pittrice nel-la sua incessante ricerca spirituale. Elementi centrali sono figure di donne-angelo, esem-pi di esseri puri e privi di sostanza materiale dalla forte connotazione asessuale. Dai colori blu intensi, sfumature sottili mostrano la una infinita dialettica di elevazione umana con il mistico. Dalle 09,00 alle 13,00 - dalle 16,00 alle ore 20,00.

I nudi di Alain BonnefoitDal 5 dicembre fino al 2 febbraio 2008 il

Museo Marino Marini a Firenze presen-terà oltre quaranta opere fra pitture ad olio, tecniche miste, incisioni e sculture dell’arti-sta francese Alain bennefoit. Dal titolo “Nu-des” il tema ricorrente sarà appunto il nudo femminile: donne scenografiche, il cui tratto principale è la femminilità seducente lonta-na dal suo essere angelico e puro. le donne di bennefoit nascono da una mano morbida le cui linee tratteggiate danno un senso di ritmo e di leggerezza allo stesso tempo. Al-tre opere dell’artista saranno esposte anche presso la Galleria Tornabuoni (borgo s. Jaco-po 53/r, Firenze).

Jacopo FoFiglio d’arte, nato da Dario Fo e Franca Rame

l’artista romano presenta al Teatro Puccini il 18 e 19 gennaio 2008 “Calzini sul Comò (il se-greto dell’amore)”. Una commedia incentrata sui disastri sentimentali e oltre. lo stesso artista pe-rò rettifica che non si tratta di uno spettacolo sul dolore ma bensì sull’analisi del rapporto di coppia. lo stesso artista dice: “Quando lei ti do-manda se è ingrassata, questa non è una doman-da ma bensì una pistolettata alla schiena. Qua-lunque risposta io ti dia sono un uomo morto. se dico di no mi rispondi: ‘si vede che non mi guardi più!’ se dico che sei ingrassata appena un pochi-no sono un uomo finito, e gli amici del bar par-leranno di me al passato”.Teatro Puccini Firenze (FI) - Via delle Cascine 41. www.teatropuccini.it

Giorgia e Mario MadiaiInaugurata sabato 24 novembre la

mostra di pittura e fotografia presso l’Atelier delle Arti in Via Carlo bini 13 a livorno. Un connubio tra padre e fi-glia, con l’esposizione di oltre 20 opere che potranno essere ammirate fino al 20 dicembre. Quella dei due artisti si inte-gra in una serie di mostre che vedranno l’Atelier delle Arti come sede espositiva di arte contemporanea e moderna. Orario al pubblico dal lunedì al venerdì, dalle 16.00 alle 22.00.

Genti di Dio

Foto

s: R

epro

duçã

o

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 752

Page 28: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Tutti gli sguardi su PatoA gennaio, l’attaccante brasiliano Alexandre Pato, 18 anni, fi-

nalmente darà il suo calcio di inizio nel Milan. senza gioca-re una partita ufficiale da agosto, quando è uscito dall’Interna-cional per trasferirsi nel milionario calcio italiano, Pato è stata la grande attrattiva della prima partita della selezione olimpica brasiliana, in dicembre, a Rio de Janeiro.

Tutte le attenzioni erano ri-volte su di lui durante l’amichevo-le realizzato contro una selezione formata da calciatori che avevano partecipato al campionato brasi-liano. Ma la selezione olimpica ha perso per 3 a 0 e Pato non ha da-to il suo massimo nella partita, come tutti speravano.

— Né la selezione olimpi-ca, né Pato sono andati bene. sono fuori ritmo di gioco. Cerco il mio spazio e credo che, a gennaio, starò molto bene nel Milan e nella squadra olimpica — ha detto il calciatore dopo la partita.

Malgrado questo, ha strappato sospiri da parte di qualche tecnico che ha visto la partita nell’ Engenhão. Di lui, ha detto Joel silveira, del Flamengo:

— Questo ragazzo è proprio un mostro. Magari potessi avere un calciatore del suo livello per disputare alla libertadores.

Comunità riceve premio per realizzazioni nel 2007Il 23 novembre, la rivista Comunità

ha ricevuto, a san Paolo, il VII Prêmio PROIN per le sue “impor-tanti realizzazioni durante il 2007” nella categoria di “Mídia Impres-sa”. Il premio, simbolizzato dal Troféu Professor Pasquale Casci-no, è concesso dal Centro Univer-sitário ítalo-brasileiro, sito a san Paolo e con oltre 58 anni di tra-dizione. Creata nel 2001, la pre-miazione ha per obiettivo quello di omaggiare pubblicamente persona-lità di nota competenza professio-nista che hanno assunto importan-za in diversi settori come allievi e professori dell’istituzione. Oltre a Comunità, sono stati premiate anche personalità importanti nel 2007: l’atleta Jadel Gregório, medaglia d’oro e maggior personali-tà dell’atletismo brasiliano attuale; la Fundação Cafu, per il lavoro realizzato presso la comunità Jardim Irene, zona sud di san Paolo; il Comitato Olimpico Italiano e il Gruppo Nostra Italia.

notizieitalian style

Retrô só no design bateu a saudade dos vinis? Então você pode escutá-los neste toca-discos que combina a moderna tecnologia hi-fi a um design clássico. O prato que gira os disco tem três velocidades de rotação. Além disso, o aparelho ainda é rádio FM e AM, com display analógico iluminado. Perfeito para dar um toque de estilo particular em casa ou no escritório. Onde encontrar: www.dmail.it 49,90 euros

SudokuQuer divertir um amigo que

não dispensa o sudoku quando precisa distrair a cabeça?

Então, dê de presente a ele este papel higiênico estampado

com o jogo. Ele vai rir e achar bem cômica esta lembrança,

definitivamente, personalizada! O objeto terá outra função de sua original. Onde encontrar:

www.dmail.it 5,50 euros

Os produtos acima mencionados estão disponíveis nos mercados italiano e brasileiro.

Mimos deliciososO Natal está chegando e com ele a magia da data mais especial do

ano, clima de festa, de confraternização, de encontrar família e trocar presentes... Enfim, no final a dúvida é a mesma: qual é o presente ideal?

A data pede uma lembrança inesquecível, mas não necessariamente eterna. Pensando nisso, a confeiteira Giuliana Cupini, por exemplo,

criou verdadeiras tentações, entre elas as bolas de acrílico com bombons dentro. Já a Valmir Rodrigues e Gazola Alta Confeitaria preparou

deliciosos panetones de gotas de chocolate, recheados com trufa e lascas de avelã, levemente

umedecido com calda de especiarias, coberto com chocolate ao leite e decorado com frutas

secas. Inove neste Natal! O Panetone trufado custa

R$ 50 o quilo. As bolas acrílicas são R$ 12 cada.

Onde encontrar: www.valmirrodrigues.com.br

e www.giulianacupini.com.br

Energia inesgotávelA energia deste moderno ciclista é praticamente infinita! Em aço

inoxidável, basta colocá-lo diretamente à luz do sol ou de uma lâmpada halógena que ele recebe toda a energia necessária para pedalar! Uma

elegante união entre a simplicidade e a alta tecnologia. Além de ser uma idéia original e divertida para decorar uma escrivaninha, por exemplo!

Onde encontrar: www.dmail.it 49,90 euros

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Bru

no d

e Li

ma

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 754

Page 29: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

arte

Dopo sette mesi di chiusura per ristrutturazione, il Museu Memória del Bixiga riapre le porte per chi vuole conoscere il passato di uno dei quartieri più “italiani” di San Paolo

PaUla carvalho

Una piccola Italia paolistaSi tratta, senza dubbi, di

uno dei quartieri più italia-ni di san Paolo. E il Museu Memória del Bixiga è lì per

mantenere vivo il ricordo delle ori-gini di questa influenza. Chiuso da sette mesi per un’urgente ristrut-turazione, lo spazio è appena stato riaperto per la gioia degli abitanti ma anche di studenti, storici, turi-sti e curiosi in generale.

Documenti, fotografie ed og-getti fanno parte della collezione del museo, creato nel 1980 da Ar-mando Puglisi o, semplicemente, Armandinho do bixiga (per lui il quartiere era bixiga proprio così,

con la “i”, e non bexiga). Pugli-si si è sempre occupato personal-mente dei pezzi che, ogni tre me-si, erano cambiati, secondo lui, “perché la gente ci ritornasse”.

Il museo si è trasformato in punto d’incontro della comunità ed ha ospitato molti eventi cultu-rali. Ma dopo la morte di Arman-dinho, nel 1994, poco a poco ha cominciato a perdere importanza.

— Quando mio padre è mor-to, il museo aveva già dei pro-blemi. Ma ciò che ha bloccato la ristrutturazione è stato il trova-re, in una scatola, un documen-to che si era sbriciolato. Non ho idea di cosa sia successo, saran-

no state le tarme. Era tutto mol-to confuso, abbandonato. Quin-di è cominciato un processo di riorganizzazione durante il quale sarebbe stato impossibile man-tenere aperto il museo. Questa situazione dura da sette mesi e non è stata ancora risolta. Ma, malgrado questo, con i rileva-menti fatti abbiamo visto che il museo ha ancora una collezione importante e che vale la pena ri-aprirlo — racconta Maria Paula Puglisi, figlia unica di Armandin-ho, a capo di una campagna di sOs per rianimare il luogo.

Il museo è sorto dalla mania di Armandinho di collezionare og-

getti antichi. Prima li teneva a ca-sa sua, in Rua dos Ingleses 165, allora vuota. Affittata, agli inqui-lini erano piaciuti così tanto i pez-zi antichi che hanno accettato di convivere con l’esposizione. Era l’embrione del Museu do bixiga.

— È stato un sogno a cui ho partecipato, fin dal momento in cui il museo è stato inaugura-to. Armandinho si occupava di tutto, ma ho sempre appoggia-to gli eventi culturali e ho aiu-tato a realizzarli. Il bixiga di al-lora era molto più effervescente in cultura di oggi. Era un’epoca meravigliosa — ricorda Márcus Vinícius Arouca, che con suo pa-dre e l’amico Paulo santiago ha aperto un’agenzia di fotografie presso il museo.

Nel libro “Memórias de Ar-mandinho do bixiga”, di Julio Mo-reno, Armandinho ha rivelato che il museo è nato dalla sua voglia di valorizzare l’eredità italiana del quartiere che aveva paura si per-desse nel tempo. Infatti diceva: “Un quartiere ha un museo perché ha un qualcosa da conservare”.

Armandinho ha prima comin-ciato mettendo insieme carte e documenti, che hanno comin-ciato a formare l’archivio stori-co del museo. I pezzi più grandi sono arrivati dopo. “Quanto più si conosce una cosa, più si sen-te amore per essa”, ha dichiarato l’oriundo parlando della fedeltà alle radici italiane.

l’idealista era solito bussa-re alle porte dei vicini, amici e sconosciuti per chiedere donati-vi di oggetti antichi. Ha perfino invaso case che dovevano essere demolite per salvare dal dimenti-catoio perlomeno una parte del vecchio bixiga.

— Mio padre andava pazzo per il quartiere. sentiva un’ango-scia terribile quando arrivava il fine pomeriggio e non si trovava nel bixiga. Anche se non aveva niente da farci, ritornava. Era una persona molto preoccupata con il quartiere, una specie di custode — spiega la figlia del custode del baluardo di immigranti.

Il museo si è spostato ad un altro numero civico della Rua dos Ingleses, il 118. la sede attuale è stata offerta ad Armandinho dal governo federativo per tenerlo oc-cupato, dopo che da lì erano stati scacciati criminali che lo avevano invaso. Maria Paula vuole regola-rizzare la situazione dell’immobile.

secondo lei, ad Armandinho piaceva fare le cose a modo suo. Per lui, che prima aveva visita-to soltanto il Museu do Ipiranga, un museo valeva la pena soltan-to se la gente potesse toccare gli oggetti esposti. bisognava che ci fosse questo tipo di interattivi-tà, anche se con questo dei pezzi potevano essere danneggiati.

— lui difendeva molto l’idea di che tutto doveva essere della comunità, non doveva avere un padrone. Il suo desiderio è sempre stato quello di integrare la comu-nità. Trovava assurdo che i vicini non si conoscessero tra di loro. Quando un vicino nuovo veniva ad abitare là, lui andava a conoscerlo — racconta Maria Paula, il cui pa-dre si è sposato con una delle bel-tà del quartiere, lela, nel 1959.

Durante la visita di un cura-tore d’arte europeo al Museu do bixiga, Armandinho pianse molto e dopo registrò nel suo libro di memorie: “lui ha detto che era già stato in tanti musei in tutto il mondo. Ma che non aveva mai visto niente del genere: ‘È nor-male trovarci quadri e vestiti del-la famiglia reale di un paese. In questo museo si vede il murato-re, il calzolaio. È il museo degli esclusi dalla storia’”.

Tango e tarantellaAd Armandinho è stato attribuito questo nome in omaggio ad un ma-estro argentino che ha condiviso l’appartamento con João, suo pa-dre, quando questi abitava a bue-nos Aires. João è tornato dall’Ar-gentina sposato con l’italiana Maria Paula, madre di Armandinho, il più piccolo dei quattro figli.

I suoi nonni paterni erano italiani, il nonno Francisco Pugli-

si, siciliano; la nonna Maria Palu-di Puglisi, calabrese di Rossano. I due vennero in brasile nel 1875 alla ricerca di una vita migliore, dovuto alla miseria del sud d’Ita-lia dell’epoca. lavorarono perfi-no delle coltivazioni di caffè, ma appena sorta la prima opportu-nità, si liberarono dal lavoro in regime di schiavitù.

Come altri italiani, la coppia si rifugiò a san Paolo, in cen-tro, nella regione del bixiga, oggi incastonata nel bela Vi-sta. Commerciando prodotti del Mercado Municipal di san Paolo, cominciarono a fare soldi. scal-tro, il portoghese Antônio lei-te, proprietario del terreno del bixiga, capì che era un affare e cominciò a lottizzare il quartie-re agli italiani.

Gli immigranti cominciarono a scrivere in Calabria per chiama-re muratori, che costruendo le ca-se del bixiga tentavano in vano di ricostruire la stessa architettu-ra delle case della madre patria. sorse, allora, lo “estilo macarrô-nico” del bixiga. In seguito, ven-nero sarti, calzolai, ecc.

“Il bixiga era una miniatura dell’Italia. A casa mia eravamo obbligati ad apprezzare l’Italia. Era come se non ci accorgessimo del brasile” racconta nel libro Armandinho, il cui non-no è morto senza parla-re una parola di “brasi-leiro”.

Malgrado si sentis-se brasiliano, Arman-dinho diceva che era calabrese: “Io dico che sono calabrese perché mia nonna era proprio una calabrese. l’uomo di casa era lei. Mio nonno moriva di pau-ra di lei. Malgrado questo, lei amava di più, chi badava più a noi era lei”.

Con una bomba fra le maniMaria Paula ha pensato addirit-tura a desistere dall’impresa di mantenere in funzionamento il museo. C’è stata un’epoca che ha cercato di chiuderlo, ma non ci è riuscita. Secondo l’erede di Ar-mandinho, il museo aveva già vi-

ta propria, indipendente dalla sua volontà, di sua madre, di Marcus, e perfino di Armandinho.

— Era una bomba nelle mie mani. Come faccio a chiudere? De-vo restituire i pezzi a chi? E cosa faccio della casa? Me ne occupo? È arrivato un momento che vo-levo chiuderlo e non ci riuscivo.

Non dico neanche emotivamente, ma quando cercavo di farlo, ve-niva qualcuno a cercare una foto. la persona vedeva la foto, pian-geva e si emozionava. Telefonava la scuola e una classe che studia-va immigrazione voleva visitare il museo. Ha una sua importanza, ha già vita propria — conclude.

Armandinho circondato da bambini. Sotto, dettagli della

collezione esposta al museo

Una delle sale del Museu Memória do Bixiga

Facciata del museo

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

56 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 57C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 30: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Calor, pernil assado e muita festa. Frio, fru-tos do mar e missa. As-sim podem ser descritos

os pontos fortes do Natal clás-sico comemorado, respectiva-mente, no brasil e na Itália. Em comum, a necessidade de se ce-lebrar a data ao lado da família. Mas isso não será possível para os brasileiros recém-chegados à Itália. Estes terão de enfrentar a saudade da família, algo que os seus ancestrais italianos, há décadas, tiveram também de enfrentar, quando, no movi-mento inverso, migraram para o brasil.

Há pouco mais de um mês na Itália, por conta de uma bolsa de estudos, Cátia Ceccarelli, de 32 anos, por exemplo, passará o seu primeiro Natal longe do brasil. Ela divide um apartamento em Florença com outras moças e es-se grupo será a sua família, neste Natal. Para que tudo saia perfei-to, a ceia começou a ser organi-zada com antecedência.

— somos oito aqui e temos dois chefs de cozinha. Acredito que a ceia será ótima — expli-ca a arquiteta, se referindo aos quatro rapazes que também são bolsistas e que moram em outro apartamento.

Cátia acredita que o seu Na-tal será internacional, já que das oito pessoas, cinco são brasilei-ras, uma é mexicana, um é uru-guaio e o outro é argentino.

— É difícil ficar longe. sinto falta dos meus três sobrinhos, do meu namorado, da minha famí-

lia e, principalmente, da gentile-za do povo brasileiro — afirma a gaúcha de Porto Alegre.

Há quem estranhe e fique com dificuldade para se adaptar a novas tradições, mesmo com o passar do tempo. Acostuma-da com um natal pomposo, com toda a família presente e muita alegria, a jornalista Paula Mordo, de 29, sentiu muita diferença quando passou seu primeiro Na-tal na Itália. Quatro anos depois, casada com um italiano de Nápo-les, onde viveu até este ano, an-tes de mudar-se para Milão, Pau-la confessa que tudo ainda lhe parece difícil de aceitar tantas diferenças.

— No primeiro ano, foi cho-cante. Eu estava acostumada a ir ao cabeleireiro, comprar roupa especial, ajudar minha mãe a fa-zer as sobremesas e a comemorar na casa de minha tia. lá tinha uma árvore enorme cheia de cho-colates pendurados, presentes maravilhosos de toda a família. O peru que minha tia preparava era fantástico como todo o resto da comida dela — conta a jo-vem, mãe de Giulia, de dois anos e meio.

Experiências natalinas, Pau-la vive agora com a família do marido.

— Vejo que aqui eles são mais religiosos e menos festei-ros. Não tem peru na mesa e sim o famoso spaghetti alle vongole. Come-se frutos do mar no natal. Não senti o clima de alegria, de paz, de união que o brasil me proporcionava. Mas sim um jan-

tar como outro qualquer, com discursos da nonna do meu ma-rido sobre o significado da data, coisa que nunca tinha aconteci-do na minha família — conta.

Com tantas diferenças cultu-rais, Paula diz que depois de vi-ver o Natal por 25 vezes no bra-sil, comemorar a festa na Itália tem sido muito estranho.

— Não posso dizer que é ruim, mas também não digo que gosto. Parece que falta alguma coisa. Vivi 25 anos no brasil. Derretia com o calor durante o Natal, e agora sentir o frio daqui é bem estranho — explica.

A jornalista faz questão de frisar que o que ela mais ouve de seus amigos brasileiros que vi-vem na Itália é: “Que Natal sem graça!”.

— Desde quando meu marido passou o Natal no brasil sempre o ouço dizer para a família dele que eles não sabem o que é Na-tal de verdade! — afirma Paula, que, para manter viva a sua cul-tura natalina, revela fazer ques-tão de falar muito em Papai Noel para a sua filha.

Do outro lado do oceanoQuem deu seu jeitinho para se adaptar à terra estranha foi a italiana Carmela Pizzini. Afinal, ela já se sente praticamente uma brasileira. Chegou ao brasil com apenas seis anos. Agora, aos 57, encara com naturalidade os cos-tumes brasileiros. Isto, porém, não significa que ela tenha se es-quecido completamente dos há-bitos de seu país de origem.

Dona Carmela adaptou os pra-tos tradicionais da Itália às co-midas mais clássicas do Natal brasileiro. Ela prepara uma ma-carronada com brócolis e baca-lhau desfiado, bolinhos de baca-lhau, lombinho, chester e peru

Uma família em torno de uma mesa farta. Essa ainda é a cena natalina mais esperada do ano, quer se esteja no Brasil ou na Itália

nayra garoFlE

Feliz Natal!

assados, farofa, arroz com passas, acompanhados de uma salada de bacalhau com ovos cozidos.

— Para a sobremesa, ofere-ço pudim de leite, frutas e os doces típicos da Itália: docinhos de vinho, rosquinhas, pés-de-moleque, todos com mel e deco-rados com confeitos coloridos. Há pouco tempo atrás, eu cos-tumava presentear meus amigos no Natal com um prato de doce típico. Hoje, devido à falta de tempo, reservo esses doces só para a família. Eles adoram — diz dona Carmela.

segundo ela, os italianos são muito tradicionais e gostam de reunir toda a família ao redor de uma mesa farta.

— Eu não poderia ser dife-rente. Graças a Deus, procuro oferecer um pouco de cada coisa no Natal: castanhas, nozes, fru-tas secas, ou seja, comidas típi-cas de Natal, sem esquecer dos doces e salgados típicos da mi-nha terra. Gosto, principalmen-te, de ver toda a família reunida neste dia — conta a italiana de Paola, na Calábria.

Atualmente, ela mora em Pe-trópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Na sua opinião, a principal diferença que sente, em relação ao Natal, não está relacionada com os hábitos cul-turais entre brasil e Itália, mas com o que costumamos chamar de “modernidade”, em qualquer lugar do mundo.

— Mesmo vivendo em con-dições bem mais humildes, eram a simplicidade e o sentido de união que tornavam o nosso Na-tal muito feliz. O nascimento do menino Jesus sempre esteve em primeiro lugar e é esse o sentido que procuro passar para a minha família. Hoje, receio que o con-sumismo mascare o verdadeiro sentido do Natal. Nós, crianças,

éramos felizes com tão pouco, apenas em receber, embrulha-dinho, um pedacinho de doce deixado na mesinha de cabecei-ra — observa ela, que acrescen-ta:— Particularmente, não gosto muito dessa época, pois penso nos meus entes queridos que já se foram. Vejo nossa mesa farta e lembro daqueles que não têm sequer um pão para comer. É um misto de tristeza e alegria ao mesmo tempo — desabafa dona Carmela, emocionada.

Dentre as inúmeras lendas que remetem à história do

panetone, a mais divulgada reza que, em meados do século 15, um jovem milanês, apaixonado pela filha de um padeiro chama-do Toni, tentou impressionar o futuro sogro, que não aprova-va o namoro. Durante algumas semanas, o italiano disfarçou-

se na padaria de Toni e, depois de muitas tentativas, criou um maravilhoso pão com frutas, de extrema delicadeza e sabor es-pecial. O formato do pão, total-mente diferente, imitava uma cúpula de igreja. O jovem pre-senteou com o pão o futuro so-gro e alcançou a tão sonhada permissão para casar com sua

amada. O sucesso do pão foi imediato e a nova iguaria pas-sou a ser conhecida como o pão da padaria do Toni, depois pa-ne di Toni e, com o tempo, sim-plesmente, panettone. O cos-tume de comer panetones em ceias de Natal nasceu em Milão. Depois tomou conta da Itália e daí ganhou todo o mundo.

A lenda do Panetone

comunidade

Carmela Pizzini (acima) adaptou os pratos italianos para seu Natal

brasileiro. Cátia Ceccarelli (direita): primeiro Natal na Itália

Gru

po K

eyst

one

Gru

po K

eyst

one

Arq

uivo

pes

soal

Arq

uivo

pes

soal

58 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 59C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 7

Page 31: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Sapori d’Italiail lettore racconta

Fábio lino

brasília – A despeito de eventuais diferenças de cunho ideoló-gico ou partidário, a maioria dos políticos do Distrito Federal acaba, volta e meia, à mesma mesa ou pelo menos no mesmo salão para suas refeições, no Villa borghese – bem próximo

das sedes do banco Central e da Caixa Econômica Federal, no centro da capital brasileira.

O restaurante alia o requinte e o atendimento à boa culinária ita-liana. Das terças às quintas-feiras, quando os deputados e senadores ficam para trabalhar na sede da República, é comum ver os parlamen-tares e governadores em reuniões, traçando acordos políticos, enquan-to aguardam esta ou aquela pasta. Nos finais de semanas, a casa passa a ser dos turistas e habitantes do Planalto Central.

— são tantos políticos que não acho injusto citar nome de algum. Além disso, costumo preservar a intimidade dos meus clientes, afirma Anamaria Frechiani Zanello Toscano, proprietária do restaurante.

Pioneira, ela chegou em bra-sília antes mesmo de sua inau-guração. Ana Toscano, como os brasilienses a chamam, é figura conhecida na cidade. Além do restaurante, ela tem uma confei-taria e produz um programa di-ário de culinária na televisão, o Temperando a Vida. Na telinha, a chef ensina a alquimia dos tem-peros sem distinção de origem.

— Esse é um projeto que tenho muito carinho. Há cinco anos estamos no ar e em maio completamos mil programas — orgulha-se.

Neta de italianos e nascida em Colatina, no Espírito san-to, Ana Toscano diz que o Villa borghese nasceu de um inspira-ção que teve quando criança. Ela

lembra que cresceu ouvindo histórias e canções alegres, embora estas refletissem a saudade dos seus parentes da terra distante, e sentindo os aromas da cozinha com fogão à lenha da sua nonna. Manjericão fresco e tomates, recorda, cozinhavam horas para se transformar em molho cremoso e suave.

Depois da experiência bem-sucedida da Confeitaria Francesa, ela resolveu tirar do papel a idéia de ter um restaurante italiano. Há 12 anos, nascia, assim, o Villa borghese. Atualmente, o restaurante conta com 85 lugares distribuídos em dois ambientes.

O estabelecimento já ganhou vários prêmios culinários e o prato com mais saída é o I segreti di Netturno, servido com arroz de amên-doas e camarões grandes.

Fundado por pioneira de Brasília e neta de italiano, o Villa Borghese ganhou vários prêmios culinários

Serviço: villa BorgheSe ComérCio loCal Sul, Quadra 201, BloCo a, loja 33

BraSília - dF — Fone: (61)3226-5650

I Segreti di Netturno

Ingredientes: 5 camarões gigantes com cabeça e rabo; Azeite extra virgem.

Grelhe os camarões no azeite quente até dourarem.

Arroz:1 porção de arroz; 2 colheres de sopa de amêndoas torradas e picadas; 2 colheres de sopa de manjericão fresco picado; Azeite de Oliva.

Em uma frigideira aqueça o azeite, junte as amêndoas e o manjericão. Adicione o arroz, mexa bem e sirva com os camarões grelhados.

Cristóvam Buarque: camarão no azeite

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

— Repetir as especialidades da nonna e da mamma é como promo-ver uma volta emocionada ao passado. É claro que há muitas receitas novas, apresentadas de uma forma charmosa e moderna. Mas o sabor é aquele inconfundível de pasta feita em casa, dos molhos perfumados com ervas e carinho — afirma.

Apesar de Ana fazer segredo a respeito dos seus clientes poderosos, não há quem desconheça o fato de a casa ter, entre os seus freqüen-tadores mais assíduos, o senador Cristóvam buarque. E um dos pratos preferidos do parlamentar é justamente o I segreti di Netturno.

Parlamento vai à mesa

Mande sua história com material fotográfico para: [email protected]

porto de Napoli, chegando aqui, no Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro do mesmo ano.

Ao desembarcar no porto do Rio, papai passou a morar com meu tio Domenico em uma pequena pensão no bairro de Santo Cristo. Nos primeiros meses, ele começou a trabalhar com música, fazendo apresentações de acordeão na an-tiga TV Tupi e na Rádio Nacio-nal, assim como em eventos diver-sos. Posteriormente, ingressou na atividade de jornaleiro, como vá-rios imigrantes, em uma banca no bairro do Engenho Novo, ainda na cidade do Rio de Janeiro, até o mês de maio de 1963.

Depois de 10 anos no Brasil, o senhor Vittorio resolveu retornar à Itália e, durante sua viagem no navio Julio Cesare, conheceu Fran-cisca Verre com a qual concebeu seu primeiro matrimônio no retorno ao Brasil. Papai se casou em julho de 1964, teve seu primeiro filho, Francisco Paulo Vanzillotta, mas fi-cou viúvo em 1970.

Quando retornou da viagem à Itália, sua história recomeçou em Petrópolis, cidade da região ser-rana do Rio de Janeiro, onde já exercia a atividade de jornalei-ro, na antiga rodoviária do cen-tro. E assim permaneceu até o ano de 2001, permitindo que nestes 37 anos se tornasse parte do dia-a-dia e da história da cidade imperial,

como figura pública sempre aten-ciosa com todos os que passavam pela antiga rodoviária.

Depois de se tornar viúvo, papai conheceu a minha mãe Carmela Pi-zzini, também de Paola, e no dia 9 de dezembro de 1972, eles se ca-saram e tiveram duas filhas: minha irmã Claudia e eu.

Nunca abandonando a cultu-ra italiana, papai sempre se colo-cou como uma ponte entre a Itália e Petrópolis. Sentimento que cul-minou com sua contribuição para a vinda a nossa Petrópolis da comitiva do prefeito da cidade de Paola, seu sobrinho Roberto Perrotta, filho de sua irmã Giovannina, em junho do ano de 2006.

Outro fato que deve ser lembra-do como fruto da vontade do senhor Vittorio de aproximar a cultu-ra italiana da cidade de Petró-polis refere-se ao seu título de um dos membros fundadores da Casa D´ Itália Anita Garibaldi, em 1987.

Ainda hoje, com a benção de Deus, da Santa Igreja Católica e de São Francisco de Paola, papai continua vivendo e prestando sua contribui-ção à cidade de Petrópolis.

Petrópolis (RJ)Alessandra Vanzillotta,

33 anos

Já li várias histórias, aqui neste espaço, de inúmeros italianos que vieram para o Brasil ‘tentar’ a vida e sem-

pre pensei em escrever a história de minha família. Eis que surgiu a oportunidade e contendo a emoção, dei início às linhas com cada de-talhe que meu pai sempre me con-tou. Ele nasceu em 1938, na cidade de Paola, na região da Calábria, e meu avô Filomeno o registrou co-mo Costantino Vanzillotta, mas a minha avó Maria não gostou nada dessa idéia, pois queria que meu pai se chamasse Vittorio. E assim foi. O nome no registro é Costantino, mas meu pai sempre foi chamado de Vittorio, tanto pela minha avó como por todos os seus amigos.

Em Paola, papai permaneceu até seus 15 anos, junto de meus tios Ele-na, Antônio, Domenico, Giovanni-na, Carlo e Luigi. Ele estudou, tra-balhou e desenvolveu sua vocação e o amor pela vida rural, expressada pelas inconfundíveis lavoura e cria-ção de suínos e caprinos. Sem es-quecer da música que sempre se fez presente pelo som do acordeão que ele tanto apreciava.

Antes de completar seus dezes-seis anos de idade, a convite de seu irmão Domenico, que há algum tempo se estabelecera na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de janeiro de 1953, papai embarcou no navio Sestriere, deixando sua Itália pelo

“Como tantoS outroS imigranteS, CoStantino “vittorio” vanzillotta

deixou a Cidade de Paola, na CaláBria, e Se eStaBeleCeu no rio de janeiro. amor, dediCação à Cultura italiana e traBalho São FerramentaS Que

imPulSionam Sua vida até oS diaS atuaiS e Que Foram CuidadoSamente relatadaS Por Sua Filha aleSSandra.”dePoimento à rePórter nayra garoFle

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 760 D e z e m b r o 2 0 0 7 / C o m u n i t à i t a l i a n a 61

Page 32: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição

Claudia Monteiro de Castro

La gENTE, iL POSTO

Via San Gregorio ArmenoNo animado centro histórico de Nápo-

les, uma rua é praticamente dedica-da ao presépio. Nos meses que an-

tecedem o Natal, a rua vira um burburinho só, cheia de gente que vem às lojas e stan-ds comprar estatuetas de presépio. Há peças simples, que custam poucos euros e também verdadeiras obras de arte, que custam cen-tenas de euros, realizadas por talentosos ar-tesãos, cujos ateliês freqüentemente se en-contram dentro das lojas. Vende-se de tudo nas lojas de san Gregorio Armeno: casinhas feitas de papelão, minigrutas, minicascatas com mecanismo elaborado. Isso só para fazer o cenário. Depois, vem o principal: os perso-nagens, das mais variadas dimensões, a maio-ria feita de terracotta: Jesus, Maria, José e

os Reis Magos. Mas não pára por aí. Há centenas de per-sonagens secundários para se escolher: diversos tipos de pastores e até pizzaiolos. É claro que um bom presépio não poderia ser completo sem os animais para compor todo a clima do nascimen-to de Jesus: bois, burrinhos, ovelhas e porquinhos. E a imaginação dos artesãos vai longe. Além dos itens reli-giosos, a cada ano tem uma novidade, uma estatueta de presépio que não tem absoluta-mente nada a ver com os personagens bíbli-cos. Os favoritos são personagens políticos e

jogadores de futebol, como Maradona e ber-lusconi. Alguns anos atrás, até bin laden vi-rou peça de presépio. Para ver até que ponto vai a imaginação fértil dos napolitanos.

Natal, tempo de festa. De estar aconchegado entre a família, de decorar a árvore, de trocar presentes, de emocionar-se. Mas Natal também é tempo de melancolia, de fofoca familiar, e até

de mágoa, por exemplo, quando se recebe um presente reciclado. O tema natalício dá pano pra manga. Tanto que vários cineastas

italianos se inspiraram no Natal para retratar essa festa de modo pito-resco. A cínica visão de Monicelli em Parenti serpenti, onde por trás de toda a alegria aparente, existem tantas rivalidades e mágoas e quando surge a necessidade de ajudar os pais, todos os filhos tiram o corpo fora. Ou então, Regalo di Natale, filme de Pupi Avati que conta o insó-lito Natal de quatro amigos que jogam pôquer até a madugada, quan-do antigos rancores vêm à tona. E ainda, o clássico filme do mestre de comédias Eduardo De Filippo, Natale in Casa Cupiello, onde acontece a maior confusão quando a filha do chefe de família decide largar o mari-do insosso para ficar com o amante. Todos esses filmes retratam o Natal italiano, não somente o tradicional, mas com uma pitada a mais, com bastante confusão, ou seja, do jeitinho que os italianos gostam.

Nem sempre o Natal italiano é cheio de polêmica como nos filmes acima. Mas algumas coisas nunca faltam.

Quanto à decoração, além da árvore de Natal, os italianos, princi-palmente do sul, seguem a tradi-ção de montar o presépio. Muitos usam as peças dos anos antece-dentes ou compram novas nos di-versos mercados ao ar livre que se organizam no mês de dezem-bro. Os italianos mais tradicionais montam o presépio, mas deixam para colocar Jesus na manjedou-ra somente à meia-noite do dia 24 e, de preferência, colocado pela pessoa mais nova da casa. Existem variantes e cada família

tem sua particularidade. Certa vez, ao passar o Natal com uma família italiana, antes de colocar o Jesus na manjedoura, todos os presentes o beijaram, passando de mãos em mãos, como a cuia do mate amigo.

Outro costume italiano durante o Natal são os jogos. Os italianos adoram jogar cartas, principalmente scopa. Mas o jogo de mesa típico natalino é a tombola, o bingo, e as pessoas jogam sem cessar, fazendo pausas somente para comer e conversar. O mais divertido é a tombola napoletana, onde cada número é associado a um personagem, um ani-mal, um objeto, uma parte do corpo, um sentimento etc. Assim, 48 é o morto que fala; 14, o bebum; 28, os seios; 43, a mulher na varanda; 22, o louco, e por aí vai.

Mas o jogo, apesar de nunca faltar, não fica em primeiro plano. A coisa mais importante, obviamente, é comer. Os pratos de Natal va-riam um pouco de região à região, mas geralmente, na véspera, reinam pratos à base de peixe ou frutos do mar e, no almoço do dia 25, serve-se cordeiro ou peru. O doce mais comum é o panettone e o pandoro, que apesar de terem nascido no norte, conquistaram a Itália inteira. Outra sobremesa típica é o torrone.

De Roma para baixo, um dos pratos mais típicos no Natal é a enguia, o capitone, que pode ser preparado de diversas maneiras:

marinato, cozido no vinagre, e in umido, com molho de toma-te. Metade dos italianos adora e não abre mão, a outra realmen-te detesta. E pode ter certeza: durante a ceia, os comensais vão se embater em altas discus-sões, cada um mostrando seu ponto de vista a respeito da po-bre enguia, se gosta, desgosta etc. Mas, sem uma pitadinha de polêmica, que raio de Natal ita-liano seria?

Natal italiano

C o m u n i t à i t a l i a n a / D e z e m b r o 2 0 0 762

Page 33: Fanatismo - comunitaitaliana.com.br fileFanatismo O nazi-fascismo inflama a guerra entre as torcidas organizadas na Europa e no Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014 Em edição