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Família e Políticas Públicas: Limites e Possibilidades de Atuação do Assistente Social Ms. Camila Felice Jorge Assistente Social da PMSP, professora do Centro Brasileiro Ítalo Brasileiro, com grande vivência profissional no trabalho com famílias

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Família e Políticas Públicas: Limites e Possibilidades de

Atuação do Assistente Social Ms. Camila Felice Jorge

Assistente Social da PMSP, professora do Centro Brasileiro Ítalo Brasileiro, com

grande vivência profissional no trabalho com famílias

Por que falar em famílias?

Crescente atuação profissional, nos diversos espaços sócio-ocupacionais

Trabalho com famílias em situação de vulnerabilidade social, e a (des) atenção do Estado Brasileiro

Atuais políticas públicas compensatórias com foco nas famílias.

Como fazer? Analisar as questões emergentes acerca da família contemporânea a partir da crítica da

construção histórica do modelo hegemônico de família nuclear burguesa

Criar uma sistemática de reflexão que aponte para as possibilidades de atendimento das

expressões da relação família, Estado e sociedade no âmbito da prática profissional do

assistente social, a partir da política para a família implicita nas disposições da legislação e

dos programas existentes

As novas configurações da família

As novas configurações da família na contemporaneidade, atreladas à

concepção de família e à história do surgimento do sentimento de família.

A família brasileira contemporânea e suas configurações nos anos 1990.

As demandas das famílias em situação de vulnerabilidade

Família

Primeira instituição social

É nela que aparece o significado afetivo e cognitivo

Reflete as mudanças na sociedade, mas também atua sobre ela

É o espaço privado que se relaciona diretamente com o público

Local onde se reproduzem normas e valores

Como unidade de renda e consumo

Variam de acordo com a cultura, história e território

Variam os matrimônios, os costumes e os valores ético-morais

Sentimento de família

Séc.X- família para não divisão do patrimônio Séc.XV- participação das crianças na vida dos

adultos-meninos na escola

Séc XVI- formalização da incapacidade jurídica da mulher casada-soberania do marido

Séc.XVIII- Escolaridade para as meninas-valorização dos laços familiares

Séc.XIX- questionamento do papel do homem como

chefe de família

Família como produto das demandas contemporâneas-alterações devido:

Reprodução postergada (centros urbanos)

divórcios e de uniões livres

famílias monoparentais

redução número de filhos

finalidade básica da união não se limita a ter filhos

melhor aceitação de uniões experimentais e livres

alteração dos papéis marido e mulher- papéis familiares conflitivos

socialização dos filhos transferida para serviços sociais

Mudança do conceito de família na Constituição Federal de 1988 e no novo Código Civil (08/2001)

Família abrange diversos arranjos

Resoluções de problemas de ordem pública na esfera privada- indivíduos buscam recursos na família

Configuração da família dos anos 1990

1- N° reduzido de filhos

2- Gravidez precoce

3- Aumento da co-habitação e da união consensual-avanço da união legal em contraposição á união religiosa

4- Predomínio das famílias nucleares

6-Aumento de famílias monoparentais- mulheres chefes de família

7-Aumento de família recompostas

8-População mais velha

9-Aumento de pessoas sós

Família - espaço de conflito- situações contraditórias

cumprimento de suas tarefas básicas sem ter as devidas condições

embate entre o projeto pessoal dos pais e o projeto familiar de cuidado com o outro

convivência de um modelo familiar ideal calcado no passado com a diversidade dos arranjos familiares atuais

mulheres no mercado de trabalho- crianças nas creches-responsabilidade do Estado

Acesso à saúde- trabalho preventivo,atendimento psicossocial- dever do Estado

direito à habitação-água encanada e luz elétrica

Demandas das famílias em

situação de vulnerabilidade social

enxugamento do Estado- políticas neoliberais

exclusão social relacionada com a desigualdade social

dificuldades- relacionamento, membros- problema, doenças

redução do mercado de trabalho

presença feminina no mercado de trabalho

Mudanças decorrentes de:

transformação e liberalização dos hábitos e costumes-sexualidade

anticoncepcionais

empobrecimento das famílias na década de 1980

diversidade de arranjos familiares

inserção das famílias na estrutura social

membros da família enquanto sujeitos individuais

Famílias e políticas públicas

A relação família e políticas públicas por meio dos modelos de políticas vinculados

ao sistema de proteção social.

A política para a família implícita nas disposições dos programas existentes.

Como a legislação brasileira vem respondendo historicamente às demandas

apresentadas pela família.

Modelos de políticas vinculadas ao sistema de proteção social da família

(Campos e Mioto: 2003)

Década de 1990: família como centro nas expectativas do Estado

Modelo de política de família do provedor masculino

Família no Estado do Bem Estar Social (Welfare State)/ Social democracia

Cultura do familismo

Legislação Social Códigos Civis

Constituição Federal (1988): arts. 226 e 227-> direitos e deveres

Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)-> essencial na formação

Lei Orgânica da Assistência Social (1993)-> proteção

Política Nacional do Idoso (1994)-> capaz de produzir bem estar ao idoso

Respostas do Estado

Análise das respostas do Estado brasileiro em relação às famílias.

Apresentação breve dos programas de transferência de renda, saúde família,

escola da família.

Pressupostos teórico-metodológicos do trabalho com famílias

Indicação dos pressupostos teórico-metodológico no trabalho com

famílias vulnerabilizadas pela pobreza a partir dos pressupostos da

profissão na particularidade do tema e das reflexões teóricas construídas

ao longo do trabalho acerca de família, articulados com nossa prática

profissional.

Pressupostos profissionais

Segundo Iamamoto (2005)

Maior apropriação teórico- metodológico

Engajamento político

Aperfeiçoamento técnico- operativo

Pressupostos no trabalho com

famílias

Desfoque do membro- problema e de problemas pessoais;

Superação da ação normativa e modelar (família vivida)

Diferenças de classe= papéis diferenciados

Não sobrecarregar a figura feminina

Trabalhar o processo inclusão/ exclusão

Trabalhar com a noção de sujeitos e não de tutelados

Relação Família- Estado: uma parceria possível?

... Inclusão das famílias em programas sociais

... Implementação de recursos na esfera pública

... Universalidade no acesso aos programas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As famílias brasileiras vulnerabilizadas pela pobreza frente às políticas públicas

estão sendo:

Pressionadas pela política econômica do governo.

Responsabilizadas pela superação de suas dificuldades.

A família hoje pode ser vista como uma caixa de ressonância dos problemas e desafios deste final de século, que envolvem problemas de ordem ética, econômica, política e social

Programas sociais estão depositando na família a

responsabilidade na superação de suas dificuldades. Suas medidas são fragmentadas, quase sempre compensatórias e que, na maioria das vezes, não promovem mudanças: conservam e mantém a desigualdade social

Esperamos que haja investimentos no

desenvolvimento de ações articuladas e vontade política, com redistribuição de renda e riqueza e que se enfatize em relação à família aspectos preventivos e educativos com orientação e atendimentos que forneçam apoio econômico, psicossocial e cultural.

Fontes bibliográficas CAMPOS, Marta S. e MIOTO, Regina Célia Tamaso (2003). “Política de Assistência

Social e a posição da família na política social brasileira”. In Ser Social: Revista do Programa de Pós-graduação em Política Social do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília. Janeiro a Junho.

IAMAMOTO, Marilda Vilela.(2005) O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez editora, 9ª. Edição.

LIMA, Eliéte Maria de. (2006) A proteção no âmbito da família: um estudo sobre as famílias do bairro Monte Cristo em Florianópolis. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para obtenção do título de Mestre em Serviço Social. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

MIOTO, Regina Célia Tamaso. (1997) “Família e Serviço Social: contribuições para o debate”. In Revista Serviço Social e Sociedade, 55, ano XVIII. São Paulo: Cortez.

Muito obrigada! [email protected]