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Agosto 2015
10 ANOS DA LEI DE RECUPERAÇÃO E
FALÊNCIA
LEI 11.101/2005
FALÊNCIAAntónio Manuel França Aires
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FALÊNCIA - RECORTE
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•Convolação da Recuperação em Falência
•Venda de ativos
•Extensão dos efeitos a outras empresas do Grupo
Econômico.
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Falência – Execução Coletiva
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Indícios de uma situação de insolvência irrecuperável (art. 94)
•Não pagar obrigação líquida cuja soma ultrapasse 40 salários-mínimos
•Executado por qualquer quantia líquida, não pagar, não depositar e não nomear à penhora
bens suficientes
•Liquidar precipitadamente os ativos ou usar de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos
•Realizar atos para retardar pagamentos ou fraudar credores
•Transferir estabelecimento sem o consentimento de todos os credores
•Simular a transferência do principal estabelecimento para burlar a legislação, a fiscalização
ou para prejudicar credor
•Dar ou reforçar garantia a credor por dívida contraída anteriormente
•Ausentar-se sem deixar representante habilitado
•Deixar de cumprir obrigação assumida no plano de recuperação judicial
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Falência – Execução Coletiva
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• Perda de equilíbrio entre
ativo e passivo.
• Iliquidez.
• Riscos da execução individual
• Risco de deterioração
patrimonial
Processo de Falência
Perda da autonomiado devedor
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Falência – Execução Coletiva
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Objetivos:
•Não haver injustiça, fraude, ou erro no pagamento.
•Transparência: Preservação do patrimônio.
•Melhor preço na realização dos passivos.
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Falência – Execução Coletiva
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"O instituto da falência é, pois de extrema complexidade. Não se
restringe, observa Carvalho de Mendonça, 'aos domínios do Direito
comercial, penetra nos do direito público, do direito civil, do direito
internacional público e privado, do direito criminal, do direito
judiciário, em cada um dos quais vai buscar regras, preceitos e
ensinamentos, tendo, muitas vêzes, de modificá-los, a fim de adaptá-
los ao grande meio de execução coletiva, que trata de organizar.”
VALVERDE, T. M.; Comentários à Lei de Falências; Forense, 3a. Ed.
1962, Vol I
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Hierarquia – Art. 83
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① Salários 3 meses antes (até 5 salários mínimos) (art. 151)
② Extraconcursais e Dívidas da Massa (art. 84)
③ Trabalhistas (até 150 salários mínimos) e Acidentes de Trabalho (art. 83, I)
④ Garantias Reais (art. 83, II)
⑤ Tributários (art. 83, III)
⑥ Privilégio Especial (art. 83, IV)
⑦ Privilégio Geral (art. 83, V)
⑧ Quirografários (excesso de trabalhista e garantia real) (art. 83,VI)
⑨ Multa e pena pecuniária (inclusive fiscal e contratual)(art. 83, VII)
⑩ Subordinados (art. 83, VIII)
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PAR CONDITIUM CREDITORUM
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• Princípio da paridade entre os Credores.
• Deve ser compreendido dentro de cada uma das classe.
• Injustiça no tratamento igualitário entre as classes (v.g.
Tratamento igualitário dos credores trabalhistas e dos credores
financeiros).
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Período Suspeito
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• Tecnicamente: “Termo Legal”.
• Período de 90 dias contados retroativamente do primeiro protesto, do
pedido de recuperação judicial ou da falência.
• Alguns atos praticados durante o Período suspeito são revogáveis através
da declaração do próprio juízo da falência.
i. Pagamento de dívidas não vencidas
ii. Pagamento de dívidas vencidas por qualquer forma que não seja a prevista pelo
contrato
iii. A constituição de direito real de garantia sobre dívida contraída anteriormente
• Basta a comprovação do ato: não requer intenção.
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Atos revogáveis sem vinculação ao perído suspeito (Art. 129)
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•A prática de atos a título gratuito nos 2 anos que antecedem a falência
•A renúncia à herança ou a legado nos 2 anos que antecedem a falência
•A venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento de
todos os credores
•Os registros de direitos reais e de transferência de propriedade de imóveis
realizados após a decretação da falência
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Ação Revocatória – art. 130
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• Não se confunde com a ação anulatória (Pauliana) do Código
Civil.
• Cabível para os atos praticados com intenção de fraudar ou
prejudicar os credores.
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar
credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o
terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa
falida.
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Realização do Ativo
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EMPRESA COMO UMTODO
FILIAIS(OU UPIS)
BLOCO DEBENS DE
CADA FILIAL
VENDAISOLADA
• Organização em lotes que promovam verdadeira recliclagem econtinuidade da empresa (Art. 140).
• Melhores preços e condições para a massa falida.
• Não há sucessão: incentiva a aquisição (Art. 141).
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Realização do Ativo
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• Recursos da venda depositados em conta remunerada deinstituição financeira (art. 147).
• Venda mediante (Art. 142):
i. Leilão
ii. Propostas fechadas
iii. Pregão
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Convolação da Recuperação Judicial em Falência
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4 hipóteses:
•Perda do prazo de 60 dias para apresentação do Plano de RecuperaçnaoJudicial (art. 53).
•Rejeição do Plano de Recuperação Judicial na Assembleia Geral deCredores (Art. 56, §4°).
•Descumprimento de qualquer obrigação assumida no Plano deRecuperaçnao Judicial durante o prazo de dois anos de monitoramento(Art. 61, §1° e Art. 73, IV).
•Deliberação dos credores constatando a inviabilidade da empresa (art.73, I).
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Grupo Econômico – Extensão dos Efeitos da Falência
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Grupo Econômico
Referência legislativa: Art. 265 Lei das S/As (6.404/76)
Art. 265. A sociedade controladora e suas controladas podem constituir,nos termos deste Capítulo, grupo de sociedades, mediante convençãopela qual se obriguem a combinar recursos ou esforços para arealização dos respectivos objetos, ou a participar de atividades ouempreendimentos comuns.
A maioria dos "Grupos Econômicos” não se encontra formalmenteestabelecida.
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Grupo Econômico – Extensão dos Efeitos da Falência
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Indícios de Grupo Econômico:
•Comando único
•Coincidência de administradores
•Coincidência de sede social e integração de atividades (verticalmente ou horizontalmente)
•Consolidação contábil
•Garantias cruzadas
•Gerenciamento de caixa centralizado
•Empréstimos entre as diversas sociedades
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Grupo Econômico – Extensão dos Efeitos da Falência
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• Formato empresarial: responsabilidade limitada.
• Art. 266 da Lei 6.404: autonomia patrimonial dos integrantesdo grupo econômico formal.
• A jurisprudência tem entendido pela extensão da falência aogrupo econômico, em determinadas circunstâncias.
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Grupo Econômico – Extensão dos Efeitos da Falência
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“Abuso da Personalidade Jurídica”
(Art. 50 - C.C.)Desconsideração da Personalidade
Jurídica- desvio de finalidade- confusão patrimonial
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Grupo Econômico – Extensão dos Efeitos da Falência
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• Responsabilidade do sócio controlador por atos praticados com abusode poder (Art. 117 Leis S/As).
• A responsabilidade pessoal dos sócios controladores, na situação defalência, deve ser apurada no próprio juízo falimentar, ficando osbens dos particulares indisponíveis até o final julgamento da ação deresponsabilização (Art. 82 Lei 11.101/05).
• Jurisprudência do STJ:
Admite a extensão dos efeitos da falência a outras empresas do grupoeconômico quando existir situação de abuso.
(RO-MS 12.872-SP; RO-MS 16.105-GO, RESP 418.385-SP, RESP 1.034.356-MG e RESP 228.357–SP)
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Grupo Econômico – Extensão dos Efeitos da Falência
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Lei 6.024/75 - Crise das instituições financeiras e assemelhadas
•Extensão do regime de intervenção e liquidação extra-judicial a outrassociedades com "integração de atividade ou vínculo de interesse", semexigir a configuração do abuso da personalidade jurídica.
Lei 12.529/11 – Nova Lei do CADE
•Solidariedade de empresas do grupo quando uma delas comete infraçãoquanto à ordem econômica (Art. 33).
•Desconsideração da personalidade jurídica na hipótese de infraçãoquanto à ordem econômica, no caso de insolvência causada por "máadministração” (Art. 34, § único).