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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO JULIANA DANTAS DA CUNHA VITÓRIO CRIME CONTRA A ORDEM ECONÔMICA: PAPEL DO PROCON E DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS NA PARAÍBA JOÃO PESSOA 2014

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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

JULIANA DANTAS DA CUNHA VITÓRIO

CRIME CONTRA A ORDEM ECONÔMICA: PAPEL DO PROCON E DO

MINISTÉRIO PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS NA

PARAÍBA

JOÃO PESSOA

2014

JULIANA DANTAS DA CUNHA VITÓRIO

CRIME CONTRA A ORDEM ECONÔMICA: PAPEL DO PROCON E DO

MINISTÉRIO PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS NA

PARAÍBA

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de

Artigo Cientifico apresentado à Coordenação

do Curso de Bacharelado em Direito, pela

Faculdade de Ensino Superior da Paraíba –

FESP, como requisito parcial para a obtenção

do título de Bacharel em Direito.

Área: Direito Econômico

Orientadora: Profª Ms Luciana Vilar de Assis

JOÃO PESSOA

2014

JULIANA DANTAS DA CUNHA VITORIO

CRIME CONTRA A ORDEM ECONÔMICA: PAPEL DO PROCON E DO

MINISTÉRIO PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS NA

PARAÍBA

Artigo Cientifico apresentado à Banca

Examinadora de Artigos Científicos da

Faculdade de Ensino Superior da Paraíba –

FESP, como exigência para a obtenção do

grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM _____/_______2014

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof.ª Ms Luciana Vilar de Assis

ORIENTADORA- FESP

___________________________________________

Prof..

MEMBRO- FESP

___________________________________________

Prof..

MEMBRO- FESP

SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................................1

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................ 1

2 ESTUDOS SOB A ÓTICA DO DIREITO ECONÔMICO............................................... 3

2.1 DEFINIÇÃO SOBRE DIREITO ECONÔMICO.................................................................4

2.2 CARACTERÍSTICAS..........................................................................................................5

2.3 FONTES DO DIREITO ECONÔMICO...............................................................................6

2.4 INTERVENSÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO........................................7

2.5 OS FUNDAMENTOS DO ANTITRUSTE, O SISTEMA DA LEI ANTITRUSTE, A LEI

8137/1990, O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DO PROCON.....................................7

3 DEFINIÇÃO SOBRE DIREITO DO CONSUMIDOR....................................................10

4 A ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO......................................................12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................14

ABSTRACT.............................................................................................................................16

REFERÊNCIAS......................................................................................................................16

1

CRIME CONTRA A ORDEM ECONÔMICA: PAPEL DO PROCON E DO

MINISTÉRIO PÚBLICO EM RELAÇÃO AO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS NA

PARAÍBA

JULIANA DANTAS DA CUNHA VITORIO*

LUCIANA VILAR DE ASSIS**

RESUMO

O assunto abordado neste artigo, “Crime Contra a Ordem Econômica: o papel do Procon e do

Ministério Publico em relação ao aumento dos preços dos combustíveis”, possui uma temática

que envolve uma abordagem multidisciplinar no campo jurídico e sociológico e mostra sua

importância ao buscar relacionar a defesa da parte hipossuficiente na relação de consumo, nós

consumidores do produto gasolina, como previsto no Código de Defesa do Consumidor com

questões mais abrangentes do Direito Econômico, como é o caso da formação de carteis, a

pratica de crime contra a ordem econômica diante de preços abusivos, a questão da

regularização dos preços dos combustíveis, mais especificamente a gasolina, entre outros. E

ainda faz relação à Constituição Federal nas premissas de defesa do consumidor e como

agente normativo e regulador da atividade econômica. E como os órgãos de proteção aos

indivíduos, como Procon e Ministério Público devem agir, regularizar e punir aqueles que não

seguem as leis.

Palavras chave: Direito Econômico. Crime Contra a Ordem Econômica. Direito do

Consumidor.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O bem econômico é aquele se faz útil, porém, escasso, ou seja, a utilidade vem a ser

a capacidade de qualquer bem em suprir uma necessidade no seu todo ou em parte. Utilidade

é conceito atrelado à concepção de valor, o qual, por sua vez, aparece sob a forma do preço

que pagamos por aquilo que adquirimos no mercado de bens e serviços. Dito de outra forma,

pagamos um preço por tudo que consumimos; o que ocorre é que o nosso consumo depende

da nossa renda e, se os preços começam a subir e a renda não sobe, então teremos dificuldades

financeiras para manter esse padrão de consumo.

Essa é a lógica que predomina quando tratamos da gasolina, enquanto fonte de

combustível, como um bem econômico necessário à população cujos rendimentos são

diferenciados, mas que devem atender às suas necessidades mais prementes. É de se ressaltar

* Aluna concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Fesp Faculdades, semestre 2014.2. e-mail:

[email protected]. **

Mestre em Ciências Jurídicas pela UFPB, Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba,

professora da Fesp Faculdades, nas disciplinas Direito Administrativo I e II e Direito Econômico, atuou como

orientado desse TCC, e-mail: [email protected].

2

que a população é a principal consumidora desse bem, utilizando-o para proporcionar o seu

transporte e de sua família, sendo, portanto, uma necessidade que precisa ser satisfeita.

Entretanto, conforme será visto nesse estudo, percebe-se em todo o Estado da

Paraíba uma diferença relevante em relação aos preços da gasolina cobrado aos consumidores

nos postos de abastecimento, sofrendo alteração de um posto para outro, sem que se perceba o

motivo porque essa alteração acontece. A diferença por litro na bomba chega a ultrapassar o

limite de R$0,20 (vinte centavos) ou mais; isso quando não há combinação de preço entre as

diversas bandeiras, fazendo com que o consumidor não encontre alternativa na relação

qualidade/preço, como ocorre normalmente em mercado concorrencial.

Tal observação nos motivou a direcionar essa investigação para a temática crime

contra a ordem econômica, na perspectiva de iniciar uma discussão sobre o papel do Procon e

do Ministério Público em relação ao que está ocorrendo com o preço dos combustíveis na

Paraíba. A pretensão desse estudo é relatar qual é o posicionamento desses órgãos no trato

dessa questão que afeta o orçamento das famílias que utilizam esse produto, considerando que

a diferença cobrada pela venda mostra preços abusivos.

O aumento do preço dos combustíveis tem se tornado frequente a ponto de

comprometer o rendimento das famílias paraibanas. Tal observação decorre da constatação de

que, de um lado, elas precisam gastar um valor cada vez mais elevado para abastecer seus

veículos, sem ter a contrapartida de um aumento salarial ou ter uma baixa nos preços dos

outros produtos utilizados no cotidiano.

Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer que, com o aumento dos preços dos

combustíveis, a movimentação dos outros setores de economia também é afetada, pois ocorre

um menor gasto das famílias com alimentação, cultura, lazer e até mesmo com o transporte

mediante racionamento no uso do veículo próprio, demonstrando assim um déficit no

orçamento familiar paraibano e do brasileiro em geral.

Não podemos deixar de mencionar que, sob a ótica do consumidor do produto, esses

preços são considerados abusivos e, que existem órgãos fiscalizadores como o Procon e o

Ministério Público, que devem atuar no sentido de proteger e defender o interesse dos

consumidores, livrando-os destes preços absurdos; inclusive com poder para agir

coercitivamente na regularização destes valores, com aplicação de multas e até com o

fechamento de alguns postos de abastecimento que não estejam agindo conforme a lei.

Importante destacar que, por consumidor entende-se ser toda pessoa física ou jurídica

que adquire ou utiliza produto e serviço como destinatário final, os quais deverão ser

3

defendidos quando determinados produtos ultrapassarem os limites máximos de cobrança,

não deixando serem excessivos estes valores, a ponto de ferir o princípio da boa fé e infringir

o art.39, X, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC), que veda ao fornecedor a

possibilidade de elevar o preço do produto ou serviço sem justa causa, o que nos parece estar

ocorrendo com o preço dos combustíveis na Paraíba (BRASIL, 2006).

Desse modo, esse estudo mostra sua relevância ao buscar relacionar a defesa da parte

hipossuficiente na relação de consumo como previsto no regramento do CDC com questões

de ordem mais abrangente que diz respeito ao direito econômico, como é o caso da formação

de cartéis e da prática de crime contra a ordem econômica diante dos preços abusivos, as Leis

Antitruste, entre outros.

A partir das características e fundamentos do direito econômico, direcionar as

atenções ao aumento do preços dos combustíveis na Paraíba e perceber se está ocorrendo ou

não crime contra a ordem econômica e qual a atuação do Procon e do Ministério Público em

Relação a essa situação.

2 ESTUDO SOB A ÓTICA DO DIREITO ECONÔMICO

“Crime contra a ordem econômica: o papel do Procon e do Ministério Público em

relação ao preço dos combustíveis na Paraíba” é temática que envolve uma abordagem

multidisciplinar no campo jurídico e sociológico. Assim, esse estudo contempla a área do

direito econômico, no qual serão abordados temas com foco de análise e explicação sobre o

que tem sido feito para regularizar os preços dos combustíveis, mais especificadamente a

gasolina, pelos nossos órgãos de proteção ao consumidor e ainda verificar a formação ou não

de carteis ou a comprovação dos preços abusivos da gasolina que são ofertados a população

paraibana.

Acrescenta-se, ainda, que essa pesquisa aborda questões importantes no âmbito do

Direito Econômico e ainda do Direito do Consumidor, uma vez que as leis aqui utilizadas são

de aplicação nesses dois ramos do Direito e ainda artigos da lei magna brasileira, a tão

admirada mundialmente, a Constituição Federal brasileira. E nesse arremate de tantas leis será

compreendido o assunto abordado de forma eficaz e detalhada.

4

2.1 DEFINIÇÃO SOBRE DIREITO ECONÔMICO

Patrício (1981, p.76-77) define o direito econômico como: direito econômico é o

sistema de normas – ou a disciplina jurídica que as estuda – que regulam:

i) a organização da economia, designadamente definindo o sistema e o regime

econômicos;

ii) a condução ou controlo superior da economia pelo Estado, em particular

estabelecendo o regime das relações ou do „equilíbrio de poderes‟ entre o Estado e a

economia (os agentes econômicos, máxime os grupos de interesses concentrados) e;

iii) a disciplina dos centros de decisão econômica não estaduais, especialmente

enquadrando, macroeconomicamente a atividade das instituições fundamentais.

Grau (2002, p. 170-180) nos revela que:

Pensar o Direito Econômico é pensar o Direito como um nível do todo social – nível

da realidade, pois – como mediação específica e necessária das realidades

econômicas. Pensar Direito Econômico é optar pela adoção de um modelo de

interpretação essencialmente teleológica, funcional, que instrumentará toda a

interpretação jurídica, no sentido de que conforma a interpretação de todo o direito.

É compreender que a realidade jurídica não se resume ao direito formal. É concebê-

lo – o Direito Econômico – como um novo sentido de análise, substancial e crítica,

que o transforma não em Direito de síntese, mas em sincretismo metodológico.

Na lição de Souza (1980, p. 3), que trata do direito econômico como:

[...] ramo do Direito, composto por um conjunto de normas de conteúdo econômico

e que tem por objeto regulamentar medidas de política econômica e que tem por

objeto regulamentar medidas de política econômica referentes às relações e

interesses individuais e coletivos, harmonizando –as – pelo princípio da

economicidade – com a ideologia adotada na ordem jurídica.

Para simplificar o entendimento sobre a definição de direito econômico, pode se

definir que é o ramo de direito que vem regularizar, fiscalizar e normatizar os diferentes

problemas na economia, intervindo de forma eficaz na busca pelo bem estar social. O direito

econômico é aquele responsável em manter a economia e proteger os cidadãos, no sentido de

autuar aquelas que empresas que não estejam seguindo as normas e leis.

5

2.2 CARACTERÍSTICAS

O direito econômico caracteriza-se, primeiramente, pela influência do Estado nas

relações socioeconômicas, apresentando as relações humanas sempre renovadas em relação ao

conteúdo econômico que estão sempre evoluindo e que deverá a partir disso regular a

atividade econômica. De acordo com Leopoldino de Fonseca (2010, p.20-21-22), algumas das

características do Direito Econômico são:

Mobilidade – na condução da atividade econômica o Estado está tratando com um

fenômeno que se caracteriza pela constante evolução e mobilidade. E sendo o mercado um

ente dinâmico, então suas normas jurídicas devem acompanhar suas constantes oscilações e o

Estado deverá sempre adotar novas medidas no intuito de alcançar o equilíbrio.

Declínio do princípio da generalidade da lei – exatamente pela mobilidade e a

constante evolução do fenômeno econômico, não se torna mais possível aceitar irrestritamente

o principio da generalidade da lei, ficando o encargo concreto de dirigir o fenômeno

econômico através de um instrumental adequado para cada caso particular. E a partir disso

adotou-se as características de concretude e de individualidade.

Ausência de codificação – a condução política econômica não pode depender de

princípios codificados, justamente porque a sua mutabilidade exige normas que sejam

adaptáveis a qualquer momento ou qualquer situação.

Singularidade – é um ramo jurídico próprio de característica econômica de cada país,

não havendo um conjunto de regras universais e cosmopolitas para norteá-la, como o ocorre

em outros ramos do direito. Por isso falamos da singularidade desse ramo. Na lição de

Moncada (2000, p.60)

a singularidade do direito econômico: [...] reflete a heterogeneidade da

ordem econômica dos países dispostos numa graduação que vai desde

as economias de mercado mais ou menos puras às economias

integralmente planificadas, tornando inviável a elaboração no seio de

uma teoria geral de vocação ecumênica.

Percebe se que independente da heterogeneidade das ordens econômicas dos países

em suas economias de mercado ou economias diferenciadas segundo cada país, torna se

praticamente inviável e até impossível a elaboração de uma teoria única e geral, levando em

consideração as características de cada país e sabendo que cada um possui suas regras

6

universais e a singularidade vem no sentido de normatizar cada qual com o seu próprio ramo

jurídico.

2.3 FONTES DO DIREITO ECONÔMICO

O direito como já visto e estudado, tem por finalidade reger as relações humanas em

suas mais variadas manifestações, e a partir daí surgem as normas jurídicas que se inserem no

contexto factual para ordenar, dirigir e modificar as aplicações do direito na sociedade.

A aplicação do direito não se faz apenas a partir da leitura das leis codificadas ou em

diplomas esparsos. A boa aplicação do direito, principalmente na matéria de direito

econômico, deve levar em consideração a aplicação dos princípios e regras e o seu

relacionamento com o contexto do ordenamento jurídico.

O conjunto das instituições e das normas destinadas a reger a atividade econômica

que estão sempre se renovando dia a dia, se solidificam num contexto que se dá o nome de

constituição econômica, que se encontra entrecruzada e fundida nos princípios econômicos

que se entremeiam no texto constitucional. O estudo dos princípios que regem a aplicação do

Direito Econômico oferecem algumas particularidades, pois existe uma relativa relação entre

direito público e direito privado, e alguns desses princípios tem origem meramente

constitucional, outras decorrem de leis ordinárias, algumas de jurisprudências consagradas e

ainda atuação de órgãos administrativos reguladores, como também a contribuição da

Economia como ciência.

Podemos citar alguns tipos de normas constitucionais brasileiras de conteúdo

econômico, que poderão ser analisadas por legislação ordinária, discutida e votada pelo

Congresso Nacional, e ainda as fontes internacionais, no que diz respeito ao paragrafo único

do artigo 4°, que nos ressalta que “a República Federativa do Brasil buscará a integração

econômica, politica, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de

uma comunidade latino americana de nações” (BRASIL, 1988).

Percebemos a regulação da atividade econômica no artigo 174 da Constituição, que

nos fala “como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na

forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante

para o setor público e indicativo para o setor privado”(BRASIL,1988). O Estado regulador

deverá atuar como diz a própria constituinte na forma lei, e levando em consideração o

principio da razoabilidade.

7

2.4 INTERVENSÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO

Para se entender a atuação do Estado no domínio econômico, é necessário

primeiramente, fazer uma analise da relação entre o direito e a economia. Mistura se então, o

materialismo histórico de Marx (1859, p.13), no qual os homens não são determinados pela

sua consciência, mas esta que é determinada pelo modo de produção da vida material. E ainda

as orientações de Stammler (1974, p.141-142) em que a matéria se manifesta na atividade

concreta dos indivíduos associados, da forma que pela regulação geral que se encontra toda a

atividade humana, tudo pé condicionado pela forma.

As formas e modalidades pelas quais o Estado intervém no setor econômico são

diversas: o Estado pode atuar diretamente no domínio econômico e pode atuar indiretamente.

No primeiro caso através de empresas estatais que, no sistema jurídico brasileiro, recebem o

nome de empresas públicas propriamente ditas e de sociedades de economia mista,

mencionadas no artigo 173, §§ 1°,2° e 3° da Constituição Federal; já no segundo caso a

atuação indireta do Estado se dá através de normas que tem por finalidade fiscalizar,

incentivar ou planejar; no qual o planejamento é somente mero indicativo para o setor

privado.(BRASIL,1988).

E esta forma de atuação está prevista no artigo 174 da Constituição Federal. Com a

atuação direta, o Estado passa a agir como empresário, comprometendo-se com a atividade

produtiva, quer sob forma de empresa pública, quer sob a forma de sociedade de economia

mista, podendo atuar em regime concorrencial ou regime monopolístico, como por exemplos

nos primeiros casos a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e na segunda opção, a

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e a Petróleo Brasileiro S.A.

2.5 OS FUNDAMENTOS DO ANTITRUSTRE, O SISTEMA DA LEI ANTITRUSTE

BRASILEIRA, A LEI 8137/1990, O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DO

PROCON

A Lei 12.529/2011 organiza o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, que é

composto por dois órgãos: o Conselho de Defesa Econômica (CADE), ligado ao Ministério

da Justiça e, ainda, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), vinculada ao

Ministério da Fazenda.

Conforrme Forgioni (2013,p.128), o CADE é constituído por três órgãos:

Superintendência Geral, Tribunal Administrativo de Defesa Econômica e o Departamento de

8

Estudos Econômicos. O primeiro órgão apura e investiga infrações à ordem econômica, faz a

instrução das análises dos atos de concentração econômica, aprovando-os ou impugnando-os

perante o Tribunal Administrativo da Defesa Econômica e ainda requisitar informações e

documentos de quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, bem como determinar as diligencias

que entender necessárias (artigo 13, VI, a da lei 12.529/2011); e ainda realizar inspeções em

sedes sociais, estabelecimentos, escritórios, filiais de empresas investigadas, de estoques,

objetos e tudo que achar necessário para investigação; requerer ao Poder judiciário busca e

apreensão de documentos, objetos, livros comerciais, computadores, entre outros, de pessoas

físicas ou empresas; (artigo 13, VI, c,d,e,f, da lei 12.529/2011).

Forgioni (2013, p.129) diz ainda que o Tribunal Administrativo de Defesa

Econômica é órgão judicante, composto por seis conselheiros e um presidente com certa

autonomia em relação o Poder Executivo. As principais competências do Tribunal

Administrativo de Defesa são: o julgamento das condutas dos agentes econômicos,

determinando se constituem, ou não, infrações à ordem econômica, bem como a imposição de

multas e demais penalidades previstas em lei; apreciar os atos de concentração econômica,

aprovando-os, rejeitando-os ou aprovando-os com restrições; aprovar os termos de

compromissos de cessação, mediante os quais os agentes econômicos obrigam-se a abandonar

praticas suspeitas; aprovar os termos de acordos em controle de concentrações, visando a

garantir que as operações aprovadas efetivamente tragam os benefícios econômicos esperados

(artigo 9, V da Lei nº 12.529/2011).

O Departamento de Estudos Econômicos, dirigido por um Economista–Chefe, que

emite pareceres e realiza estudos econômicos visando a subsidiar a atuação do CADE. As

práticas antitruste são classificadas em três manifestações: acordos, abuso de posição

dominante e concentrações, de acordo com Forgioni (2013, p. 130).

De acordo com o artigo 36 da Lei nº 12.529/2011, constituem infração da ordem

econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que

tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:

I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre-

iniciativa;

II – dominar mercado relevante de bens e serviços;

III – aumentar arbitrariamente os lucros;

IV – exercer de forma abusiva posição dominante

De acordo com o § 2° do artigo 36 da Lei nº 12.529/2011(BRASIL, 2011),

9

presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de

empresas for capaz de alterar unilateralmente ou coordenadamente as

condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do

mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para

setores específicos da economia.

Com este aumento exorbitante no preço da gasolina nos postos em João Pessoa,

podemos perceber que ocorre a união de um grupo e coordenação dos donos de postos de

gasolina que, reunidos, e mantêm um preço, diga-se, igual para a venda deste combustível.

Tal fato, pode-se afirmar, já caracterizaria um abuso econômico.

As várias condutas anticompetitivas encontram–se expressamente na Lei nº

8.137/1990, que além de ter definido os ilícitos contra a ordem tributária, avança sobre

aspectos penais de infrações à ordem econômica e às relações de consumo. No âmbito

criminal, o Ministério Público deve promover diretamente as ações originadas doas artigos 4°

e 5° da Lei 8.137/1990 que coíbe praticas que infrinjam a ordem econômica ou prejudiquem a

concorrência. Na esfera cível, o Ministério Público de acordo com o artigo 47 da lei

12.529/2011 que atribui direta competência para pleitear a condenação dos infratores junto ao

Poder Judiciário.

Em relação ao Ministério Público Federal, compete-lhe intervir em causas em que

haja interesse publico evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte, conforme

disposto no artigo 82,III, Do Código de Processo Civil. Na esfera administrativa o Ministério

Público Federal, age como fiscal da Lei antitruste e participa diretamente da dinâmica do

CADE. Percebe-se o Ministério Público como peça fundamental para garantir a lei antitruste,

coibindo assim abusos contra pequenas e medias empresas e ainda consumidores ou a

população menos favorecida (FORGIONI, 2013, p.155).

A Constituição Federal é clara: “a lei excluirá da apreciação do Poder Judiciário

lesão ou ameaça a direito” (artigo 5°, XXXV). Dessa forma, entende-se que todas as causas

antitruste serão levadas a apreciação dos magistrados. E ainda de acordo com o artigo 47 da

Lei antitruste, é possível a manifestação judicial em qualquer fase e independentemente do

processo administrativo conduzido pelo CADE; o particular, o Ministério Público e as outras

pessoas mencionadas no texto legal, se deparando com a pratica da infração à ordem

econômica, poderão propor ação judicial, mesmo que não tenha procedimento administrativo

instaurado.

O PROCON vem no sentido de investigar, multar e autuar empresas que estejam a

constituir crimes contra a ordem econômica e que venham a prejudicar a população. Este

10

aumento incessante e a manutenção da igualdade de preços, sem a apreciação da livre

concorrência, terminam por prejudicar a população. Nesse cenário, o Direito Econômico e os

órgãos reguladores e fiscalizadores devem sempre estar alerta e aplicar a lei de forma a coibir

tais práticas.

Constatam-se muitas irregularidades na questão de investigação e punição aqueles

que desrespeitam as normas e leis de direito econômico, no qual valores indevidos e muito

altos continuam a assombrar os consumidores. Todas essas leis e normas asseguram a

coibição e a punição de praticas abusivas e que estejam em desacordo com as leis de proteção

aos consumidores.

A Lei 4.137/1962, considerava uma de abuso do poder econômico dominar os

mercados nacionais ou eliminar total ou parcialmente a concorrência por meio do ajuste ou

acordo entre empresas, ou entre pessoas vinculadas a tais empresas ou interessadas no objeto

de suas atividades (art.2, I,a) (Forgioni, 2013, p.336) .A lei antitruste ainda coíbe o aumento

arbitrário de lucros do agente econômico, como podemos perceber na afirmação de Branco e

Barreto (1964, p.30), comentando a lei 4.137, de 1962:

A legislação brasileira antitruste, embora impregnada de um sentido neoliberalista,

não tem como único objetivo restabelecer o livre mecanismo de preços e da

concorrência. O legislador constituinte procurou, ainda, proteger o consumidor contra

a sede de lucros excessivos por parte de empresas ou associações de produtos que

pretendam aumentar, arbitrariamente, seus ganhos em função de posições

monopolísticas.

Ainda deve se destacar que qualquer ato que seja praticado por um agente econômico,

mesmo que individualmente, ainda que não seja detentor de posição dominante no mercado,

poderá ser considerado ilícito, pelo simples fato de prejudicar a livre concorrência ou a livre

iniciativa. E o mesmo ocorre quando em relação a tentativa de monopólio e ao abuso da

posição dominante, como podemos considerar um único dono de dez postos de gasolina, no

qual irá colocar um único valor para a cobrança do litro da gasolina em todos os seus postos,

sem ao menos ter a diferenciação competitiva.

3 O DIREITO DO CONSUMIDOR

De acordo com o artigo 2° do Código de Defesa do Consumidor, consumidor é toda

pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final

(BRASIL).Todos nós somos consumidores do produto final que é a gasolina, produto que

percebemos o aumento constante no ia a dia. O consumidor é a coletividade de pessoas que

11

tenham relações de consumo. O consumidor é aquele que participa não apenas de uma relação

de consumo, mas também de uma relação jurídica de consumo, no qual a partir da compra e

obtenção de tal produto surgem duas partes envolvidas, o consumidor de um lado e o

fornecedor de outro.

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, publica ou privada, nacional ou

estrangeira, bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividades de produção,

montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou

comercialização de produtos ou prestação de serviços, como nos é definido pelo artigo 3° do

Código de Defesa do Consumidor (BRASIL,1990).

O produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Quer dizer, o

produto é tudo aquilo de interesse numa dada relação de consumo e destinado a satisfazer

alguma necessidade do adquirente. E de acordo com o tema estudado, é exatamente o produto

gasolina.

No artigo 4° do Código de Defesa do Consumidor propõe que:

A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das

necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a

proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem

como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes

princípios:

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

II – ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a)por iniciativa direta;

b)por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c)pela presença do Estado no mercado de consumo;

d)pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,

segurança, durabilidade e desempenho;

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e

compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento

econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a

ordem econômica ( art. 170 da Constituição Federal), sempre com base na boa fé e

equilíbrio entre consumidores e fornecedores (BRASIL, 1988).

Estes artigos ora citados, só consolidam os direitos dos consumidores na Politica

Nacional de Relações de Consumo. Deve se ainda considerar que de acordo com o que

preceitua a Constituição Federal no seu caput:

Artigo 5°, XXXII- O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do

consumidor; e ainda no artigo 170 – A ordem econômica, fundada na

valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a

todos existência digna, conforme os seguintes princípios:

[...]

12

V- defesa do consumidor [...].

A partir daí percebemos a vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo,

por ser a parte mais fraca da relação jurídica de consumo. O Estado intervém nas relações de

consumo por intermédio de órgãos administrativos como os PROCON. Por perceber o

cidadão paraibano como a parte mais fraca da relação do consumo do produto combustível,

produto este, gasolina, leva se em consideração a proteção daquele que não deve ser

prejudicado, o paraibano consumidor de gasolina. Portanto, o Procon é o órgão que deverá

fiscalizar e punir aquelas empresas ou associações que estejam agindo contra as normas e

legislações brasileiras.

E ainda de acordo com o artigo 92 do Código de Defesa do Consumidor: :“O

Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei”. O Ministério

Pública fiscalizará a questão da defesa dos consumidores em relação ao fornecimento da

gasolina ao consumidor paraibano. Integram ainda o Sistema Nacional de Defesa do

Consumidor, de acordo com o Artigo 105 do Código de Defesa do Consumidor, os órgãos

federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do

consumidor (BRASIL, 1990).

São legitimados concorrentemente na defesa dos direitos dos consumidores, de

acordo com o artigo 82, o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito

Federal; as entidades e órgãos da administração pública, direta ou indireta, ainda que sem

personalidade jurídica, especificamente destinados a defesa dos interesses e direitos

protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990).

Todos os legitimados concorrentemente que trabalham em defesa dos interesses e

direitos dos consumidores, estarão agindo de maneira mais forte e especifica para a defesa

daqueles hipossuficientes, que são os consumidores do produto gasolina na Paraiba

necessitam do trabalho contínuo de investigação, regularização e punição àqueles que não

obedecem as leis.

4 A ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO

Primeiramente, o Procon é o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor, e é uma

fundação existente em diversos estados e municípios brasileiros, que tem o objetivo de

elaborar e executar politica estadual de proteção e defesa do consumidor. O Procon aparece

no sentido de atender o consumidor em suas diversas formas. Primeiramente deverá mediar,

13

ou seja, notificar o fornecedor do produto a prestar informações aos consumidores sobre seu

produto, o que contém e quanto custa a compra e quanto ficará o repasse do produto ao

consumidor; segundo deverá fiscalizar tais estabelecimentos, no sentido de compreender e

analisar o valor real do produto e por quanto está sendo repassado para a população e ainda

perceber a ocorrência de ilícitos e de abusos de poder econômico, e ainda autuar tais empresas

e até fechar tais estabelecimentos até a garantia de cumprir com as normas e com as leis até

abaixar ou normalizar os preços.

As atribuições dos órgãos de defesa do consumidor em níveis estaduais e municipais

foram definidas pelo Decreto Federal n°2181/97 e desde o momento que foram instaurados

passaram a integrar o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. O Ministério Público, de

acordo com o artigo 127 da Constituição Federal, “é instituição permanente, essencial à

função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime

democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (BRASIL,1988).

O Ministério Público, não integra formalmente o Sistema Nacional de Defesa do

Consumidor, contudo tem atuação de natureza administrativa ou extrajudicial na defesa do

consumidor, promovendo práticas de orientação e tentativas de resolução de queixas

reduzidas a termo, e ainda através da atuação nas promotorias especializadas em Defesa do

Consumidor.

De acordo com Mazilli (2008,p.78):

não está o Ministério Público destinado ao atuar fora dos fins institucionais que lhe

reservou a Constituição. Assim, não deverá atuar em defesa de interesses individuais

disponíveis de pequenos grupos se essa defesa não ostentar expressão para a

sociedade.

O Ministério Público, então, terá instrumentos de defesa dos consumidores, como:

ação civil pública, inquérito civil, termo de ajustamento de conduta, entre outros. Levando em

consideração que o Procon e o Ministério Público trabalham em conjunto na defesa dos

direitos de todos os cidadãos e na fiscalização das manobras ocorridas pelo mercado

econômico, podemos perceber a atuação de tais órgãos, no sentido de autuar postos de

gasolina que estejam mantendo o mesmo valor em diversos postos de gasolina, como por

exemplo a partir do momento que é visto e analisado a igualdade de preços, não havendo

assim a livre concorrência, comprovando-se, portanto, os cartéis. O Procon, que possui um

trabalho conjunto com o Ministério Público estadual, autua os postos com notificações para

baixa ou para diferenciação do valor da gasolina. Normalmente, os donos de postos se reúnem

e ocorre a baixa de preços ou, se isso não ocorrer, serão geradas multas que deverão ser pagas

14

diariamente para aqueles que não cumprirem as ordens nas notificações, se ainda continuar

tais abusos serão então fechados alguns postos para que sejam cumpridas as normas contidas

nas notificações.

Não é muito perceptível tais manobras da Justiça Estadual e do Procon. Entretanto,

essas ações são contínuas para a defesa daqueles que são a parte mais frágil da relação de

consumo, todos os consumidores, mas são de grande valia, pois lutam para não sairmos tão

prejudicados. De acordo com a Constituição Federal em seu artigo 127, “O Ministério Público

é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo – lhe a

defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais

indisponíveis” (BRASIL,1988). O Ministério Público é o órgão fiscalizador e defensor

essencial dos interesses de todos os cidadãos.

O Ministério Público é a autoridade que apura as irregularidades em relação às

normas de defesa do consumidor, pois fará investigações preliminares, abrirá processos

administrativos, elabora termos de ajustamento de condutas e cumprirá medidas

administrativas cautelares. No caso, a força do Ministério Público, juntamente com o Procon,

colocará em prática todas as normativas que se fizerem necessárias para se cumprir a lei.

Apesar de toda essa prática maléfica aos consumidores, ainda existem aqueles que

defendem os donos de postos, e tentam ludibriar a justiça com petições que falam de gastos

excessivos na compra de combustíveis e nos grandes gastos na manutenção dos postos.

Contudo, com a investigação do Procon e do Ministério Público, percebe-se que, apesar de

tudo isso, ainda é possível manter um determinado valor sem atingir tanto o orçamento das

famílias.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tantas explanações sobre o tema com a utilização da norma propriamente

dita e com as afirmações de tantos doutrinadores percebe se que a gasolina é hoje um produto

essencial para todo cidadão. Muitos utilizam em seus carros e motos, outros utilizam dessa

gasolina nos ônibus, contudo todos utilizam para se locomover dentro de suas cidades,

cidades estas que se tornam cada vez maiores com o crescimento da população e das

construções civis, ou seja, das habitações urbanas e rurais. Atualmente, grande maioria da

população possui um meio de transporte em sua casa, utilitária de combustível para gerar a

força e a queima do combustível para locomoção do carro ou moto. A realidade paraibana

são aumentos e mais aumentos nos preços dos combustíveis, principalmente da gasolina,

15

percebendo assim o imenso gasto e dilaceração financeira dos salários dos consumidores

paraibanos. Ainda culpam a inflação, o salario mínimo baixo, o aumento dos preços dos

derivados do petróleo, tudo é relacionado para que ocorram todos esses aumentos, contudo

com as investigações e apurações certas dos dados, é possível perceber as manobras

incessantes daqueles que querem enriquecer mais e mais

A busca do lucro incessante e a forma errada de enriquecimento, utilizando

maneiras erradas e atingindo diretamente a população deve ser fiscalizada incessantemente e

diariamente, pois só os órgãos fiscalizadores poderão diminuir tais diferenças no bolso da

população..

Percebe–se que os órgãos fiscalizadores devem estar atentos e sempre executando

ordens judiciais para manter os preços acessíveis à população, pois ocorre uma

supervalorização e um aumento desenfreado prejudicando todos aqueles que possuem

veículos e até aqueles que se utilizam dos ônibus, pois, com o aumento da gasolina, ocorre,

inclusive, o aumento das passagens e o salário mínimo continua o mesmo.

São necessárias mais investigações e ações coercitivas dos órgãos protetores como

Procon e Ministério Público. Primeiramente, para frear esse aumento compulsório e,

segundo, para garantir nossos direitos como consumidores e cidadãos. Ocorrendo, ou não, o

abuso do poder econômico, tudo deverá ser investigado e neutralizado pelo Poder Judiciário.

A população paraibana torna-se indefesa e desprotegida. É exatamente essa população que

gasta boa parte de seu salário na compra de produtos, como o combustível, sem que ocorra a

necessária atualização salarial para compensar esses aumentos.

O Procon deverá ser ágil no sentido de proteção à sociedade, deverá acionar o

Ministério Público, investigar tais atos, multar e até fechar os estabelecimentos que estão

agindo contra os termos constitucionais, contra a população, ou seja, nós cidadãos

consumidores de gasolina. Os consumidores deverão estar sempre atentos e sempre buscar os

órgãos disponíveis para nos auxiliar e proteger diante de crimes como estes, crimes contra a

ordem econômica e contra todos os cidadãos. O ser brasileiro e paraibano que todos somos é

aquele que luta pelos seus direitos e que cumpre seus deveres e obrigações e, portanto deverá

ser resguardado e amparado por todas as leis e órgãos protecionais. A obrigação de

normalizar e deter tais aumentos são dos nossos órgãos fiscalizadores, mas o dever de

investigar e denunciar tais práticas são da população e com a união e trabalho conjunto as leis

poderão ser cumpridas.

CRIME AGAINST ECONOMIC ORDER: PROCON ROLE OF THE PROSECUTOR

AND COMPARED TO THE PRICE OF FUEL PARAÍBA

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ABSTRACT

The issue addressed in this article, "Crime Against Economic Order: the role of Procon and

the Public Prosecutor in relation to rising fuel prices," has a theme that involves a

multidisciplinary approach to legal and sociological field and shows its importance to seek

relate to the defense of a disadvantage in relation to consumption, we consumers of the

product gas as provided in the Code of Consumer Protection with broader issues of economic

law, such as the formation of cartels, the practice of crimes against the economic order on

abusive pricing, the issue of regulating the prices of fuels, specifically gasoline, among others.

And still makes regarding the Federal Constitution in the premises of the consumer and as a

normative agent and regulator of economic activity. And as the organs of protection to

individuals, as Procon and prosecutors should act, regulate and punish those who do not

follow the laws.

Keywords: Economic Law. Crime Against the Economic Order. Consumer Law.

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o 8.884,

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V845c Vitorio, Juliana Dantas da Cunha

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da Cunha Vitorio. João Pessoa, 2014.

12f.

Artigo (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino Superior da

Paraíba – FESP.

1. Direito econômico 2. Crime contra a ordem econômica 3.

Direito do consumidor I. Título.

BC/FESP CDU:346(043