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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO CINTHIA RAPHALLE SCHAUMAM DE PAIVA A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO INSTITUTO DA GUARDA FAMILIAR CABEDELO - PB 2016

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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

CINTHIA RAPHALLE SCHAUMAM DE PAIVA

A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO INSTITUTO DA GUARDA FAMILIAR

CABEDELO - PB 2016

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CINTHIA RAPHALLE SCHAUMAM DE PAIVA

A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO INSTITUTO DA GUARDA FAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo Científico apresentado a Coordenação do Curso de Direito pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Área: Direito de Família Orientador: Prof. Esp. Ricardo Berilo Bezerra Borba

CABEDELO - PB 2016

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CINTHIA RAPHALLE SCHAUMAM DE PAIVA

A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO INSTITUTO DA

GUARDA FAMILIAR

Artigo Científico apresentado a Coordenação do Curso de Direito pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.

APROVADO EM _____/________/2016.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Profº Esp. Ricardo Berilo Bezerra Borba

ORIENTADOR -FESP

________________________________________________

Profº Esp. Moisés de Souza Coelho Neto MEMBRO-FESP

________________________________________________ Profº Ms. Felipe Ribeiro Coutinho Gonçalves da Silva

MEMBRO-FESP

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à Deus por estar presente em todos os momentos;

Aos meus familiares que me incentivaram e me apoiaram para que eu

chegasse a este momento;

Ao corpo docente da Fesp Faculdades com quem tive a grata satisfação de

encontrar ao longo do período acadêmico, em particular ao professor Ricardo Berilo

Bezerra Borba, pela orientação e contribuição para a concretização deste trabalho.

E a todos àqueles que de alguma forma contribuíram para a conclusão dessa

tão sonhada graduação.

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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.......................................................................... 6

2 ENTIDADE FAMILIAR.................................................................................... 8

3 PODER FAMILIAR.......................................................................................... 9

3.1 AUTORIDADE PARENTAL............................................................................. 11

4 A GUARDA...................................................................................................... 12

4.1 GUARDA UNILATERAL OU EXCLUSIVA....................................................... 15

4.2 GUARDA ALTERNADA................................................................................... 15

4.3 GUARDA COMPARTILHADA OU GUARDA CONJUNTA.............................. 16

5 ALIENAÇÃO PARENTAL............................................................................... 17

5.1 SINDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL..................................................... 18

6 MEIOS PUNITIVOS DA LEI Nº 12.318/2010.................................................. 21

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 22

REFERÊNCIAS............................................................................................... 24

A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO INSTITUTO DA GUARDA FAMILIAR

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CINTHIA RAPHALLE SCHAUMAM DE PAIVA* RICARDO BERILO BEZERRA BORBA **

RESUMO

O presente trabalho utilizará o método descritivo de natureza qualitativa, baseando-se na construção doutrinária, jurisprudencial e normativa, sendo estudado a incidência da síndrome da alienação parental no instituto da guarda familiar, à luz do direito brasileiro, caracterizando o instituto da entidade familiar, sua ligação com o Estado e a igreja, e suas constantes transformações com a evolução da sociedade hodierna. A pesquisa bibliográfica sobre o tema, por meio de artigos jurídicos, doutrina, jurisprudência, serão os métodos de procedimento específicos do trabalho em tese. Serão apresentados os institutos do poder familiar e da autoridade parental, fazendo um paralelo entre os costumes consagrados na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como no Código Civil de 2002, aludindo que casamento tradicional deixou de ser o modelo tradicional e exclusivo de constituição familiar. Outrossim, trazer um breve conceito de guarda e suas modalidades, tendo como destaque, a análise da guarda unilateral, da guarda alternada e guarda compartilhada, sendo esta última considerada um meio de prevenção ou de possível solução da alienação parental, impondo a igualdade entre os genitores quanto à responsabilidade sobre os filhos, de forma a conservar os vínculos afetivos, bem como a convivência saudável entre ambos, visando garantir o princípio do melhor interesse da criança. Traz ainda uma abordagem sobre alienação parental e a síndrome da alienação parental e as consequências para as crianças ou adolescentes vítimas dessa síndrome.

PALAVRAS-CHAVE: Poder Familiar. Guarda Compartilhada. Alienação Parental. Síndrome da Alienação Parental.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Ao longo dos anos a entidade familiar tem sofrido diversas transformações,

dentre tais mudanças está no número crescente das rupturas conjugais, as quais

decorrem na grande maioria das vezes de forma conflituosa e dolorosa, onde os filhos

são os mais afetados, podendo ser utilizados como instrumento de vingança, via de

regra, pelo genitor detentor da guarda unilateral, dando princípio ao fenômeno da

* Aluna concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Fesp Faculdades, semestre 2016.2. E-mail: [email protected]. ** Advogado. Especialista em Direito Processual Civil pela Unipê. Professor da FESP e IESP Faculdades. Presidente da Comissão do Ensino Jurídico da OAB/PB.

.

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alienação parental. O alienador utiliza-se de diversos artifícios para criar uma relação

bem mais intensa com seu filho, com o intuito de assumir o controle da situação,

visando destruir o vínculo do filho com o outro genitor.

Por mais amigável que possa ocorrer, a ruptura da relação conjugal pode

acarretar consequências irreversíveis para os envolvidos, afetando, especialmente os

filhos quando ainda menores. A problemática se agrava ainda mais, quando a ruptura

é litigiosa, na qual caberá ao magistrado decidir quem será apontando como guardião,

do menor, tendo em vista seu bem estar físico, emocional e afetivo. Diante da extinção

conjugal, muitas vezes surge uma contenda pela guarda dos filhos, tendo o juiz, que

estabelecer a guarda.

O presente estudo foi subdividido em seis sessões inter-relacionadas, cujo

objetivo é procurar apresentar a incidência da síndrome da alienação parental no

instituto da guarda familiar. Assim, traz um estudo sobre o poder familiar, discutindo

os direitos e deveres dos genitores em relação aos seus filhos, além de uma breve

explanação sobre o instituto da guarda, analisando em especial as modalidades de

guarda unilateral, alternada e a compartilhada, descrevendo, sobre esta última, a

aplicação no ordenamento jurídico, além do princípio do melhor interesse da criança

que envolve o instituto da guarda.

Será utilizado o método descritivo de natureza qualitativa, baseando-se na

construção doutrinária, jurisprudencial e normativa à luz do direito de família, através

de pesquisa bibliográfica sobre o tema, será fundamentada por meio de artigos

jurídicos, doutrina, e jurisprudência.

Na primeira sessão, será analisado a entidade familiar e suas constantes

transformações, que com o passar dos anos, foi perdendo suas características

tradicionais como sua formação, matrimônio, questões patrimoniais, bem como o

poder patriarcal, geridos no início do século XX pelo antigo Código Civil de 1916, que

apresentava uma visão bastante discriminatória no que tange à união sem os laços

do matrimônio.

Na segunda sessão será abordado o poder familiar, comparado ao antigo pátrio

poder e relacionado ao direto romano, devido aos costumes e do direito ilimitado e

absoluto que o chefe da entidade familiar possuía sobre a esposa e seus filhos. Bem

como a autoridade parental como estrita na cooperação dos genitores, a

concretização da dignidade humana da criança e do adolescente.

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A terceira sessão, trará o instituto da guarda como direito-dever dos genitores,

sua definição e modalidades existentes no ordenamento jurídico brasileiro,

destacando a guarda unilateral, guarda alternada e guarda compartilhada, sendo esta

última considerada um meio de prevenção ou de possível solução da alienação

parental, haja vista a vulnerabilidade dos filhos menores.

Na quarta sessão chega-se à discussão central da pesquisa, trazendo uma

abordagem sobre a alienação parental e a síndrome da alienação parental como

instrumentos de maltrato ou abuso psicológico, caracterizados por um conjunto de

indícios gerados pelo alienador, indicando as possíveis consequências para as

crianças ou adolescentes vítimas dessa síndrome.

Finalmente, a quinta sessão apresentará a Lei nº 12.318/2010 também

conhecida lei da alienação parental, instituto protetivo que consiste em um conjunto

de imputações que os pais detém em relação aos filhos, objetivando dar-lhes uma

formação pessoal, enumerando os meios punitivos perante a conduta do alienante,

buscando abordar a problemática da eficiência na aplicação das sanções.

2 ENTIDADE FAMILIAR

Durante longos anos, em consequência da íntima ligação entre o Estado e a

igreja, o termo família era reconhecido apenas por aquelas constituídas pelo

matrimônio entre o homem e a mulher, não sendo permitido o reconhecimento de

outros tipos de entidade familiar. Com a constante evolução da sociedade, as famílias

atravessaram inúmeras transformações e com o passar dos anos, foi perdendo suas

características tradicionais como sua formação, matrimônio, questões patrimoniais,

bem como o poder patriarcal.

No início do século XX a família matrimonializada era tutelada pelo extinto

Código Civil de 1916, que apresentava uma visão bastante discriminatória no que

tange à união sem os laços do matrimônio, do mesmo modo positivava a proibição da

dissolução do casamento, onde a única forma de dissolver a união era por meio do

desquite, que colocava um fim na convivência conjugal, porém, não no vínculo

jurídico.

Com o advento da Lei nº 6.515/1997, o divórcio passou a ser instituído no

ordenamento jurídico brasileiro, o que provocou alterações significantes na sociedade,

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encerrando a ideia de indissolubilidade no matrimônio, abolindo assim, o conceito

matrimonializado da entidade familiar. Assim dispõe o art. 2º, I - IV:

Art 2º. A Sociedade Conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; Il - pela nulidade ou anulação do casamento; III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio. Parágrafo único - O casamento válido somente se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio (BRASIL, 1997).

A respeito do tema Diniz (2011, p. 264) nos esclarece que:

A sociedade conjugal termina, portanto, com a separação (judicial ou extrajudicial), e o vínculo matrimonial com a morte de um dos cônjuges, invalidade do casamento, divórcio e presunção de óbito do consorte declarado ausente. Engloba, portanto, na mesma disposição os casos de dissolução do casamento e da sociedade conjugal, distinguindo, dessa forma, a sociedade conjugal e o casamento.

Destarte, posição do varão como chefe de família, fazia com que sua vontade

fosse soberana perante sua esposa e filhos, trazendo-os a uma posição de

inferioridade perante a figura patriarcal, onde sua autoridade era considerada legítima

pela entidade familiar. Nessa conjuntura, os poderes ficavam limitados apenas às

famílias que contraíssem o matrimônio, visto que, os filhos considerados ilegítimos

não faziam parte da unidade familiar. No entanto, a evolução da sociedade nas últimas

décadas, afetou diretamente o núcleo familiar, dando origem a novas acepções de

família, diferentemente da tradicional família patriarcal.

3 PODER FAMILIAR

Dias (2009, p. 47) ressalta que o poder familiar está comparado ao antigo pátrio

poder e relacionado ao direto romano, devido aos costumes e do direito ilimitado e

absoluto que o chefe da entidade familiar possuía sobre a esposa e seus filhos, tendo

a obrigação exclusiva de prover o necessário à subsistência destes, cultura esta

decorrente de uma sociedade extremamente machista e arcaica.

No que se refere ao direito de família, Madaleno (2015, p. 49), destaca que esta

ciência baseia-se no princípio da dignidade da pessoa humana, abarcando vários

outros princípios, tais como: o do melhor interesse da criança e do adolescente; a

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pluralidade de formas de família; a autonomia e menor intervenção estatal; a

afetividade e a paternidade responsável.

Grisard Filho (2009, p. 35) traz um conceito distinto e dinâmico, onde o poder

familiar corresponde ao antigo poder ou pátria potestas:

O pátrio poder é o complexo de direitos e deveres concernentes ao pai e à mãe, fundado no Direito Natural, confirmado pelo Direito Positivo e direcionado ao interesse da família e do filho menor não emancipado, que incide sobre a pessoa e o patrimônio deste filho e serve como meio para manter, proteger e educar.

Segundo Dias (2009, p. 382-383) com a chegada da Constituição Federal de

1988, e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069/1990, é imposto

ao poder familiar um caráter protetivo, sendo regulado no princípio da igualdade, e

tratamento isonômico entre os cônjuges, assegurando-lhes de acordo com o art. 226,

§ 5º da CF/88: “os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos

igualmente pelo homem e pela mulher.”

Nesse contexto, Gonçalves (2010, p. 398) destaca que o poder familiar é

inerente a pessoa humana, devendo obedecer os seguintes critérios:

É, portanto, irrenunciável, incompatível com a transação, e indelegável, não podendo os pais renunciá-lo, nem transferi-lo a outrem. Do contrário, estar-se-ia permitindo que, por sua própria vontade, retirasse de sus ombros uma obrigação de ordem pública, ali colocada pelo Estado. [...] O poder familiar é também imprescritível, no sentido de que dele o genitor não decai pelo fato de não exercitá-lo, somente podendo perdê-lo na forma e nos casos expressos em lei. É ainda incompatível com a tutela, não se podendo nomear tutor a menor cujos os pais não foram suspensos ou destituídos do poder familiar.

Ademais, o Código Civil de 2002 no rol do Livro IV, Seção I e II, discorre sobre

o poder familiar, bem como o ECA, que destaca que o poder familiar deverá ser tratado

em igualdade de condições pelos pais, na forma que dispuser a legislação civil. Os

referidos diplomas constituem microssistemas não contraditórios, não se podendo

propor sua derrogação, salvo quando à denominação pátrio poder, substituída por

poder familiar (DIAS, 2009, p. 385-386).

Assim sendo, com o desenvolvimento social hodierno, pode-se observar o

surgimento de outras formas de relacionamentos afetivos, os quais passaram a

reivindicar proteção e respeito do Estado, aspirando estabelecer uma entidade

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familiar, visto que, o casamento tradicional deixou de ser o modelo tradicional e

exclusivo de constituição familiar, conforme o estabelecido nas normas constitucionais

vigentes, contraponto o que prevê a Constituição Federal de 1988.

3.1 AUTORIDADE PARENTAL A criança e o adolescente, a priori, não possuem autonomia, sendo essa a

principal razão da autoridade parental de conduzir os filhos menores no decorrer da

formação da sua maturidade e do discernimento, não podendo estes desfrutarem

como um todo de seu direito fundamental à liberdade em razão da necessidade de

serem assistidos ou representados pelos genitores ou responsáveis. Diante desta

assertiva, Teixeira (2009, p. 81) fala que os deveres da autoridade parental deverão

ser realizados de maneira conjunta pelos pais, independentemente da situação

conjugal, segundo afirma:

A autoridade parental é a que se mede na tutela da pessoa, a qual não tem apenas o escopo protetivo, mas principalmente, promocional da personalidade. Por isso, abarca maior aglomerado de funções, pois ambos os pais têm a função promocional da educação dos filhos, no sentido amplo, envolvendo criação, orientação e acompanhamento, tais tarefas não incubem apenas o genitor guardião.

No mesmo entendimento, a criança e o adolescente como pessoas em

desenvolvimento, passam a ganhar proteção especial para a formação da sua

dignidade e personalidade. Nesse contexto, o poder familiar sob a égide dos preceitos

constitucionais, efetivados no paradigma do Estado Democrático de Direito, deve ser

extensivo a toda a família como: “por melhor refletir o conteúdo democrático da

relação, além de traduzir preponderantemente uma carga de deveres do que de

poderes, para que o filho, pessoa em desenvolvimento, tenha a estrutura biopsíquica

adequada.”

Ainda na visão da mesma autora a terminologia autoridade parental está

adequadamente posicionada como:

[...] o vocábulo autoridade é mais condizente com a concepção atual das relações parentais, por melhor traduzir a ideia de função, e ignorar a noção de poder. Já o termo autoridade traduz melhor a relação de parentesco por excelência presente na relação entre pais e filhos, de onde advém a legitimidade apta a embasar a autoridade (TEIXEIRA, 2009, p. 81).

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A partir da CF/88, a família adquire um novo conceito, onde o amor e o afeto

passaram a ser determinantes na construção e caracterização da família:

[...] a família passa por importantes e sensíveis evoluções. A primeira delas é o princípio da igualdade entre os cônjuges que por via de consequência direta extingue o pátrio poder e institui o poder familiar, agora exercido pelo casal, em igualdade de condições; além de determinar que a administração do lar passa a caber a ambos. A segunda grande diferença é que a Constituição Federal determina a isonomia entre os descendentes, o que faz cessar qualquer tipo de desigualdade entre irmãos, independente da origem da filiação. Outro divisor de águas é a afetividade, a trazer como consequência o fato de que a família pós-moderna, [...], tem o propósito de impulsão para a afirmação da dignidade das pessoas de seus componentes, tratando-se de locus privilegiado, o ambiente propício, para o desenvolvimento da personalidade humana em busca da felicidade pessoal e não mais como instituição merecedora de tutela autônoma, justificada por si só, em detrimento, não raro, da proteção humana. (AFETIVIDADE..., 2010).

Farias; Rosenvald (2010, p. 5) acrescentam que a família contemporânea

funda-se em seu aspecto jurídico e sociológico, no afeto, na ética, na solidariedade

recíproca entre os seus membros e na preservação da dignidade deles. Ainda na

concepção dos mesmos autores, a base familiar está firmada na autoridade parental

que visa o interesse, deveres e obrigações na atenção e proteção dos filhos,

essenciais para o desenvolvimento dos mesmos.

O exercício da autoridade parental tem sua totalidade estrita na cooperação

dos genitores, onde a função social desta autoridade reside na concretização da

dignidade humana da criança e do adolescente, uma vez que o princípio da dignidade

humana projeta-se sobre o poder e dever de prover a educação e formação dos filhos,

visando a participação em nível de igualdade dos pais nas decisões relacionadas aos

mesmos.

4 A GUARDA

A guarda é o direito-dever dos genitores, ou seja, o poder familiar voltado para

a proteção aos interesses dos filhos, no que se refere à educação e à preparação para

a vida, tendo-os como foco principal, exercendo sempre em razão do melhor interesse

do menor. O presente instituto dá aos pais o direito de comandar a vida dos filhos,

vigiando-os e orientando-lhes a formação moral, sempre em busca de seu melhor

interesse.

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Dentro das modalidades de guarda existentes no ordenamento jurídico

brasileiro, estão relacionadas as seguintes: guarda unilateral ou única; comum,

desmembrada ou delegada; originária e derivada; de fato; provisória, definitiva e

peculiar; por terceiros, instituições e afins previdenciários; jurídica e material;

alternada; aninhamento ou nidação e compartilhada.

Quintas (2009, p. 19) leciona que aos pais é conferido o poder familiar, sendo

a guarda como um elemento deste poder, que visa à segurança do pleno

desenvolvimento dos filhos, e que na falta dos genitores ou de condições de exercê-

la, a guarda será destinada a uma família substituta, mediante decisão judicial,

denominada guarda judicial.

Mais adiante, a autora pondera:

Enquanto conviverem os pais, a guarda dos filhos será compartilhada por ambos, mas a partir do momento em que cessa essa convivência, poderão ser feitos vários arranjos para determinação da guarda. Desta feita, a guarda se apresentará de formas diferentes, sempre com vista a atingir o melhor interesse da criança (QUINTAS, 2009, p. 22).

A Constituição Federal de 1988, salvaguarda o exercício do direito à criança e

ao adolescente, os quais ganharam proteção especial, tendo como escopo principal

a proteção da personalidade dos filhos, bem como a garantia de seus direitos

fundamentais, o que justifica a tutela especial por serem pessoas que necessitam de

cuidados especiais, haja vista sua fragilidade, vulnerabilidade e estarem em processo

de desenvolvimento.

A regulamentação da guarda está prevista explicitamente nos arts. 227 e 229

da Constituição Federal, que assegura:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. [...] Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 1988).

Os direitos e deveres alcançados pelo poder familiar inclui a guarda no teor no

art. 1.634 do Código Civil que traz este dentre outros deveres parentais:

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Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação; II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição (BRASIL, 2002).

No Estatuto da Criança e do Adolescente o instituto da guarda está previsto no

art. 33 e seus parágrafos, que assim dispõe:

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público (BRASIL, 1990).

Dentre a constante evolução das sociedades, uma delas está a guarda, haja

vista que este instituto nem sempre acompanhou o desenvolvimento da sociedade,

juntamente com a confirmação da mulher neste cenário, que surge de forma

expressiva no mercado de trabalho, tornando-se provedora do lar e se desrotulando

da imagem de mãe e sexo frágil, contrapondo os moldes retrógrados do século XX,

ganhando cada vez mais espaço e destaque na sociedade. Essas evoluções

modificaram o perfil da família, a qual vem ganhando novos traços, cujos reflexos

repercutiram nas relações parentais.

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4.1 GUARDA UNILATERAL OU EXCLUSIVA

Conforme prevê o art. 1.583, § 1º do Código Civil de 2002, a guarda unilateral

está condicionada: “§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos

genitores ou a alguém que o substitua [...]” (BRASIL, 2002). Na visão de Quintas

(2009, p. 24): “é uma modalidade de guarda em que os filhos permanecem sob os

cuidados e direção de apenas um dos pais, aquele que apresente melhores condições

de acordo com os interesses da criança.”

No entanto, Dias (2009, p. 404) faz uma crítica a esta modalidade:

A guarda unilateral afasta, sem dúvida, o laço de paternidade da criança com o pai não guardião, pois a este é estipulado o dia de visitas, sendo que nem sempre esse dia é um bom dia; isso porque é previamente marcado, e o guardião normalmente impõe regras.

A partir dos critérios para a concessão da guarda unilateral, é evidente o fato

de que o cônjuge não guardião, quando submetido ao regime de visitas, tende a se

distanciar do filho, e este distanciamento pode ter como consequência a fragilização

dos laços afetivos. Ressalte-se que tal modalidade será apreciada sempre que não

houver consenso entre os pais e por determinação judicial, cabendo a apenas um dos

genitores o pleno e verdadeiro exercício do poder familiar.

4.2 GUARDA ALTERNADA

Este exemplo de guarda não é corriqueiro e embora não esteja regulamentada

em nosso ordenamento pátrio, poderá ser adquirida com base no art. 1.586 do Código

Civil de 2002, sendo aquela atribuída a ambos os genitores, alternadamente, e se

dará em lapsos temporais, tendo como objetivo propiciar a convivência dos filhos com

ambos os pais com a mudança de residências. Desse modo, os papéis se invertem

por determinado tempo, onde o detentor fica de forma exclusiva com todos os

poderes-deveres do poder familiar.

Ademais, Quintas (2009, p. 27-28) aponta fatores positivos e negativos quanto

à guarda em tela:

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Tem a seu favor a possibilidade de manter a relação mais intensa entre os pais e o filho, possibilitando uma rotina de vida normal entre eles, além de assegurar aos pais a igualdade no exercício do poder familiar. Por outro lado, o filho será dirigido, a cada período de mudança, de forma diferente, tendo que se adequar a decisões diferenciadas no que concerne a sua educação, criação e proteção, que gera “confusão e falta de referências”, contrariando, além do mais, suas necessidades de estabilidade.

Com base no exposto, o filho sujeito a este tipo de modalidade fica sujeito a

variações bruscas do cotidiano, que poderá ocasionar-lhe instabilidade emocional,

uma vez que sua rotina não se torna sólida, bem como seu padrão de vida e valores

para a formação da sua personalidade. Esta modalidade é amplamente criticada em

nossa doutrina, no entanto, há casos, em que é a melhor solução a ser aplicada, a fim

de que o menor tenha o convívio com ambos os genitores.

4.3 GUARDA COMPARTILHADA OU GUARDA CONJUNTA

A guarda compartilhada ou guarda conjunta, está positivada em nosso

ordenamento jurídico através da Lei nº 11.698/08, como um instrumento em que os

filhos de pais separados permanecem sob a autoridade equivalente de ambos os

genitores, que vêm a tomar decisões importantes em conjunto, quanto ao seu bem

estar, educação e criação, buscando assemelhar-se o tanto possível das relações de

mães/filhos, pais/filhos às relações mantidas antes da dissolução da convivência

(GUARDA..., 2012).

Modalidade de guarda em que, apesar da interrupção do matrimônio ou da

união estável, ambos os pais são titulares e a exercem de modo flexível, existindo

uma alternância de guarda entre eles de forma pacífica, buscando assim evitar a

síndrome da alienação parental. Neste contexto, Gonçalves (2010, p. 284) cita que:

“o art. 1583, § 1º, do Código Civil, com a redação dada pela Lei nº 11.698/2008,

conceitua a guarda compartilhada como: [...] a responsabilização conjunta e o

exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,

concernentes ao poder familiar dos filhos comuns” (BRASIL, 2008).

Quintas (2009, p. 28) define guarda compartilhada como:

[...] modalidade de guarda em que os pais participam ativamente da vida dos filhos, já que detêm a guarda legal dos mesmos. Todas as decisões importantes são tomadas em conjunto, o controle é exercido conjuntamente. É uma forma de manter intacto o exercício do poder familiar após a ruptura

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do casal, dando continuidade à relação de afeto edificada entre pais e filhos e evitando disputas que poderiam afetar o pleno desenvolvimento da criança.

Em consonância com o ECA a Lei nº 11.698/2008 que têm como princípios

fundamentais o melhor interesse da criança e a proteção integral, a sistemática das

varas de família adotaram um novo método no que tange a definição da guarda, com

embasamento na ideologia da coparticipação mútua entre os pais separados,

buscando um acordo plausível envolvendo o comprometimento de ambos para com

os filhos. (GONÇALVES, 2010).

Cabe salientar que o poder familiar não se extingue com a separação do casal,

pois se relaciona com condição de maternidade ou paternidade e não com o

matrimônio. Nesse mesmo sentido, Venosa (2009, p. 289) leciona:

Nenhum dos pais perde o poder familiar, com a separação judicial ou divórcio. O pátrio poder ou poder familiar decorre da paternidade e da filiação e não do casamento, tanto que o mais recente código se reporta também à união estável. A guarda normalmente ficará com um deles, assegurado ao outro o direito de visita.

Assegura Dias (2009, p. 401) que a guarda compartilhada, garante

efetivamente a corresponsabilidade parental na efetiva participação na formação e

educação dos filhos, havendo a necessidade da permanência do vínculo afetivo entre

os mesmos.

Por ser um tema importante no direito de família, a guarda compartilhada além

de ser de extrema importância para solução da síndrome de alienação parental, torna

favorável a valorização das relações afetivas dos filhos de pais separados,

concedendo aos filhos a chance de conviver e de ter um contato maior com ambos os

pais, havendo uma coparticipação destes em igualdade de direitos e deveres, na

reorganização das forças do poder familiar, trazendo benefícios, não apenas aos

filhos, mas também a sociedade em geral.

5 ALIENAÇÃO PARENTAL

A essência da alienação parental está relacionada à intensificação das

estruturas de convivência familiar, o que consequentemente, faz surgir uma maior

aproximação dos pais com os filhos. A alienação parental é uma forma de maltrato ou

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abuso; um transtorno psicológico caracterizado por um conjunto de indícios pelos

quais um alienador, mediante diferentes formas e estratégias de atuação, transforma

a consciência de seus filhos, obstaculizando ou mesmo destruindo seus vínculos

afetivos com o outro genitor (SERAFIM, 2012, p. 93).

A implantação de falsas memórias pelo alienante, caracteriza-se pelas crenças

improcedentes de situações de agressão, seja ela física ou mental que o menor

imputa ao genitor alienado, narrando esse falso relato a várias pessoas, por vezes,

chegando ao ponto de apresentar as mesmas reações psicossomáticas de uma

criança verdadeiramente abusada. O alienador age de forma astuciosa e

dissimulando a sua verdadeira finalidade, impossibilitando identificar com facilidade

que o menor está sendo submetido à síndrome de alienação parental (SÍNDROME...,

2010).

A doutrina diverge quanto à conceituação tanto da alienação parental, quanto

da síndrome da alienação parental, e nesta seara, Oliveira (2010, p. 237) defende ser

a terminologia alienação parental mais apropriada, uma vez que entende que o

aspecto jurídico se interessa apenas no que se refere ao fenômeno próprio da

alienação, de forma que a psiquiatria ou psicologia fica a cargo da análise da

síndrome.

Salienta-se, por oportuno, que nem sempre o ex-casal consegue concretizar a

separação emocional e continuam alimentando os sentimentos de desilusão e

frustração sofridos com o fim do relacionamento, realizando alienação parental, onde

o menor é utilizado como instrumento para atingir o ex-cônjuge. Essa situação não

ocorre apenas em relação aos ex-cônjuges, mas qualquer pessoa que tenha o menor

sob seus cuidados pode exercer esta forma abusiva de prática.

5.1 SINDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL

A terminologia síndrome da alienação parental foi instituída em 1985 pelo

médico psiquiatra Dr. Richard A. Gardner, que observou o aumento gradativo do

número de crianças que apresentavam comportamento alterado ao rejeitarem, em

regra, o não guardião, que antes da separação dos pais era amado, e após, passaram

a ser rejeitados, de modo que na ponderação do referido psiquiatra: “as mães se

engajam mais na síndrome de alienação parental do que os pais, pois são quem,

normalmente, detêm a guarda dos filhos, assim, o alienado é utilizado como

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instrumento de agressividade – sendo induzido a odiar o outro genitor”, de forma que

a criança é levada a afastar-se de quem ama e de quem a ama (DIAS, 2009, p. 418).

Para maior compreensão do posicionamento acerca desta terminologia, os

termos síndrome, alienação e parental:

A expressão “síndrome”, de indisfarçável coloração psiquiátrica, abrange não somente aqueles sinais caracterizadores da alienação, por práticas levadas a efeito por um dos genitores ou por outros cuidadores da criança ou do adolescente, mas, igualmente, os sintomas de perturbação mental que atingem inexoravelmente o filho influenciado por aquela conduta, de modo a comportar-se negativamente em relação ao outro genitor atingido pelas imputações do primeiro. Por sua vez, o vocábulo ‘alienação’, embora também utilizado para o sentido de venda ou alienação de bens, sem interesse para a situação em estudo, diz respeito, aqui, a um estado de alheamento à realidade por parte da pessoa atuante ou da que seja atingida, beirando as raias da “alienação mental” do agente alienador, como uma verdadeira doença psíquica com graus variados de intensidade, conforme as circunstancias e o seu grau de desenvolvimento (OLIVEIRA, 2010, p. 237).

Ainda na concepção do autor, a conceituação se conclui com o qualificativo

parental, que diz respeito à posição dos genitores sob disputa dos filhos num litígio de

família. Em sentido mais abrangente, estende-se o esta prática a outros parentes

próximos que participem do núcleo de convivência dos filhos, como os irmãos, os avós

e outros agregados, tanto no polo ativo como no polo passivo da prática alienante.

Na maioria dos casos, a síndrome da alienação parental é praticada em maioria

absoluta pelas mães, pessoas de certa forma santificadas pela sociedade e pela

justiça, mas quando se tornam ex-mulheres, podem se transformar em seres

inconsequentes e egoístas. Conforme a autora supramencionada, em pesquisa

realizada pelo IBGE em 2002, constatou-se que 91% dos casos de alienação parental

são praticados por as mulheres (SÍNDROME..., 2010).

A síndrome em apreço causa inúmeras sequelas a criança que sofre a

alienação, especialmente consequências psicológicas que podem acarretar

problemas psiquiátricos para o resto da vida. Também no pertinente apontamento de

Dias (2011, p. 460), podem ser observados certos sintomas, ao quais pode-se

destacar a depressão crônica, incapacidade de adaptação em ambiente psicossocial

normal, transtornos de identidade e imagem, desespero, sentimento incontrolável de

culpa, sentimento de isolamento, comportamento hostil, falta de organização, dupla

personalidade e às vezes suicídio.

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Em virtude desse panorama, foi sancionada a Lei nº 12.318/2010, que dispõe

sobre a alienação parental e assim como a Constituição Federal 1998, o Estatuto da

Criança e do Adolescente e o Código Civil, tendo o objetivo de proteger a criança e

seus Direitos Fundamentais, preservando dentre vários direitos o seu convívio com a

família. Conforme o art. 2º:

Art. 2o. Considera-se ato de alienação parental [...]: I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós (BRASIL, 2010).

Com o advento da lei supramencionada, surge a necessidade de uma reflexão

psicológica sobre os processos envolvendo os conflitos familiares, assim aduz a

psicóloga forense Brockhausen (2012, p.15):

A leitura da dinâmica psíquica de cada envolvido na situação familiar é importante desde que não encubra os diferentes níveis de responsabilidade e dificuldades de cada genitor. Na medida em que envolvem questões mais sérias e complexas, a lei se faz necessária como regulador, sem o que não há sustento de quaisquer outros meios interventivos. Há que se colocar que amor parental transpõe o afeto e os cuidados práticos com os filhos, necessitando da lei para transmitir algo que permita à criança, que está na dependência do outro parental, não sofra prejuízos.

Matias e Lustosa (2010, p. 43) descrevem algumas condutas adotadas pelo

genitor alienador:

• Recusar a passar as chamadas telefônicas aos filhos; • Organizar várias atividades com os filhos durante o período em que o outro

genitor deve exercer o direito de visitas; • Interceptar as cartas e os pacotes enviados aos filhos; • Desvalorizar e insultar o ouro genitor na presença dos filhos; • Recusar informações ao outro genitor sobre as atividade em que os filhos

estão envolvidos; • Falar de maneira descortês ao novo conjugue do outro genitor; • Impedir o outro de exercer seu direito de visitas; • “Esquecer” de avisar o outro genitor de compromissos importantes; • Envolver pessoas próximas na lavagem cerebral de seus filhos;

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• Tomar decisões importantes a respeito dos filhos sem consultar o outro genitor;

• Trocar seus nomes e sobrenomes; • Impedir o outro genitor de ter acesso às informações escolares e/ou

médicas dos filhos; • Sair de férias sem os filhos e deixá-los com outras pessoas que não o outro

genitor, ainda que este esteja disponível e queira ocupar-se dos filhos; • Falar aos filhos que a roupa que outro genitor comprou é feia e proibi-lo de

usá-las; • Ameaçar punir os folhos se eles telefonar e, escreverem, ou a se

comunicarem com o outro genitor de qualquer maneira; • Culpar o outro genitor pelo mau comportamento dos filhos; • Apresentar o novo cônjuge aos filhos como sua nova mãe ou novo pai.

Diante de tais considerações, é válido destacar que quanto mais tempo passa,

mas o conflito se solidifica, tornando cada vez mais difícil sua reparação, motivo pelo

qual se faz necessário a implantação de medidas eficazes e cogentes, para que se

evitem danos maiores aos filhos, visto que, contagiado pela síndrome da alienação

parental, o tempo se torna um inimigo feroz, podendo fazer com que o dano se torne

irreversível.

6 MEIOS PUNITIVOS DA LEI Nº 12.318/2010

Com a chegada da Lei nº 12. 318/2010, também conhecida lei da alienação

parental, o judiciário se viu com uma dificuldade a mais, devido a carência de aparelho

estatal para poder identificar e penalizar os alienadores, mas ao mesmo tempo

normatiza algo que há tempos já ocorria, mas que não poderia ser combatido a

contento (ANÁLISE..., 2011).

No artigo 6º, caput e incisos, a referida Lei enumera os meios punitivos de

conduta de alienação:

Art. 6o. Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; III - estipular multa ao alienador; IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII - declarar a suspensão da autoridade parental.

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Nesse contexto, busca-se abordar a problemática da eficiência na aplicação

das sanções mencionadas no combate a alienação parental. Os meios punitivos serão

utilizados na presente lei de forma cumulativa ou não, ou seja, é aferido ao juiz à

possibilidade de aplicar um ou mais meios de punição, dependendo do caso concreto,

e de posse do laudo pericial, que deverá ter sido solicitado, sem prejuízo das medidas

provisórias liminarmente deferidas (ANÁLISE..., 2011).

Diante dessas considerações, pode-se observar o poder familiar como um

instituto protetivo proveniente do antigo pátrio poder, que consiste em um conjunto de

imputações que os pais detém em relação aos filhos, objetivando dar-lhes uma

formação pessoal. A interrupção da guarda ou até a inversão em guarda

compartilhada, poderá ser uma alternativa determinada pelo magistrado, de modo a

contribuir para a sanidade física e psicológica da criança ou do adolescente.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Perante das considerações apresentadas neste trabalho, foi possível verificar

que por mais amigável que possa ocorrer, a ruptura conjugal pode ocasionar sérias

consequências para os envolvidos, atingindo especialmente, os filhos quando ainda

menores. O problema se agrava ainda mais, quando a ruptura se dá por meio litigioso,

cabendo ao magistrado decidir quem será apontado como guardião do menor, tendo

em vista o bem estar físico e emocional do vulnerável.

Diante da ruptura do laço conjugal, muitas vezes surge uma contenda pela

guarda dos filhos, fator que poderá desencadear a alienação parental, instrumento

cada vez mais recorrente em nossa sociedade, onde o preocupante é que os genitores

alienadores não possuem a consciência das possíveis consequências que tal prática

pode acarretar aos seus filhos.

O objeto de estudo do presente trabalho tem sua relevância social na medida

em que, a denominada síndrome da alienação parental compromete a saúde

emocional da criança e do adolescente, ao mesmo tempo que ao ser privado do

convívio com genitor alienado, ocorrerá a desestruturação do vínculo afetivo antes

estabelecido.

O genitor alienador em regra, diante da não aceitação do fim do seu

relacionamento ou por alimentar sentimentos negativos em relação ao ex-cônjuge ou

companheiro, faz uso de métodos ardilosos para manipular e iludir os menores,

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contrariando os princípios constitucionais que visam garantir a aplicabilidade do dever

de proteção integral à criança e do adolescente, bem como deixando de prover o

princípio basilar do Estatuto da Criança e do Adolescente, quanto a proteção integral

dos mesmos, cabendo a justiça assegurar e concretizar os direitos inerentes à criança

e ao adolescente, combatendo a prática de alienação parental.

E nessa situação, quando evidenciados atos de alienação parental, devem ser

adotadas medidas que permitam a integridade psíquica dos menores vulneráveis a

este tipo de síndrome, sendo a guarda compartilhada o instituto mais apropriado para

proteger os filhos da síndrome em tela.

Assim, com o advento da a Lei nº 11.698/08, surge como um reforço em defesa

da criança, estabelecendo que, mediante mútuo acordo entre os genitores, a

instituição da guarda compartilhada, conferindo aos pais responsabilidades mútuas,

no que tange ao poder-dever da guarda, evitando a ocorrência da síndrome da

alienação parental. O tema requer um estudo mais aprofundado por profissionais de

diferentes áreas, por meio de análise criteriosa do caso concreto, visando cessar este

abuso que acomete, sem causar maiores danos psicológicos ao filho, em respeito ao

princípio constitucional do melhor interesse do menor.

Deste modo, pode-se chegar a conclusão que, havendo entre os ex-cônjuges

a capacidade de discernir em separar os sentimentos negativos envolvidos na

dissolução união conjugal da parental, que é permanente, a adoção da guarda

compartilhada é uma das possibilidades mais adequadas para o melhor

desenvolvimento da criança e do adolescente.

A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO INSTITUTO DA GUARDA FAMILIAR

ABSTRACT

The present work will use the descriptive method of qualitative nature, basing on the doctrinal construction, jurisprudential and normative, studying the incidence of the parental alienation syndrome in the family guardian institute, in relation to Brazilian Law, characterizing the institute of the family entity, its connection with the State and the Church and the constant transformations with the evolution of modern society. The bibliographic research on the subject, through legal articles, doctrine, jurisprudence, will be based in the methods of procedures specific of the work in question. The institutes of family power and parental authority will be presented, relating the customs enshrined in the Federal Constitution of 1988 to the Statute of the Child and Adolescent, as well as in the Civil Code of 2002, alluding that traditional marriage ceased to be the model Traditional and exclusive family constitution. In addition, a brief concept of custody and its modalities will be mentioned, with emphasis on the analysis

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of unilateral custody, alternate custody and shared custody, the latter being considered as a means of preventing or possibly solving parental alienation, imposing equality between parents in the responsibility of their children, in order to maintain affective bonds, as well as healthy coexistence between both, in order to guarantee the principle of the best interest of the child. It also provides an approach on parental alienation and the syndrome of parental alienation and the consequences for the children or adolescents victims of this syndrome. KEYWORDS: Family Power. Shared Guard. Parental Alienation. Parental Alienation Syndrome.

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P142a Paiva, Cinthia Raphaelle Schaumam de. A incidência da síndrome da alienação parental no instituto da guarda

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26f. Orientador: Profº. Esp. Ricardo Berilo Bezerra Borba. Artigo Científico (Graduação em Direito).Faculdades de Ensino Superior

da Paraíba – FESP

1. Alienação Parental. 2. Guarda Familiar. 3. Entidade Familiar. I. Título.

BC/Fesp CDU: 347 (043)