parte 6 - matrimônio na dimensão do sinal
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Chegamos na sexta parteTRANSCRIPT
Eu, ..., te recebo, ...,como minha
esposa.
Eu, ..., te recebo, ..., como meu esposo.
E te prometo ser fiel,
na alegria e na
tristeza, na saúde e
na doença, amando-
te e respeitando-te
por todos os dias de
minha vida.
A Dimensão do Sinal• As próprias palavras “Eu te recebo como minha esposa
– meu esposo” (...) só podem ser cumpridas através dacopula conjugale.
• Assim, pois, das palavras,
com que o homem e a mulher
expressam a sua prontidão
para se tornarem
“uma só carne”, (...) passamos
à realidade que corresponde a
estas palavras. Ambos os
elementos são importantes com
relação à estrutura do sinal
sacramental.(TdC 103)
• As palavras “Eu te recebo como minha esposa – meu esposo” contém em si precisamente aquela perene e sempre única e irrepetível “linguagem do corpo” e, ao mesmo tempo, colocam-na no contexto da comunhão das pessoas. (...) A “linguagem do corpo” é não só o “substrato” mas, em certo sentido, o conteúdo constitutivo da comunhão das pessoas. (TdC 103)
• O ser humano foi constituído de tal modo já desde o “princípio”, que as mais profundas palavras do espírito –palavras de amor, de entrega, de fidelidade - exigem uma adequada
“linguagem do corpo”.
E sem essa linguagem
não podem ser
plenamente
expressas.(TdC 104)
• Os ministros do sacramento do matrimônio [marido e mulher] realizam um ato de caráter profético. (TdC 105)
• O corpo, de fato, diz a verdade através do amor, da fidelidade, da honestidade conjugais, assim como a não-verdade, ou seja, a falsidade é expressa através de tudo o que é negação do amor, da fidelidade, da honestidade conjugais. (TdC 105)
• Através do matrimônio como sacramento da Igreja, o homem e a mulher são de modo explícito chamados a dar – servindo-se corretamente da “linguagem do corpo” – testemunho do amor esponsal e procriativo, um testemunho digno de “verdadeiros profetas”. (TdC106)
• É necessário que a linguagem do corpo seja relida na verdade! (TdC 106)
• A tríplice concupiscência(e, em particular, a concupiscência da carne) não destrói a capacidade de reler a “linguagem do corpo” na verdade – e de reler continuamente de modo mais amadurecido e mais total. (TdC 107)
Que ele me beije com
os beijos de sua boca!
São melhores que o
vinho teus amores...
Leva-me atrás de ti.
Corramos! (Cânt 1, 2.4)
• O Cântico dos Cânticos encontra-se, certamente, na esteira daquele sacramento, em que, através da “linguagem do corpo”, é constituído o sinal visível da participação do homem e da mulher na aliança da graça e do amor, oferecida por Deus ao homem. O Cântico dos Cânticos demonstra a riqueza desta “linguagem”, cuja primeira expressão está já no Gênesis. (TdC 108)
• As palavras, movimentos e gestos dos esposos correspondem ao movimento interior dos seus corações. Somente através do prisma de tal movimento é que se pode compreender a “linguagem do corpo”. (TdC 108)
• O amor desencadeia uma particular experiência do belo, que se concentra naquilo que é visível, mas que, não obstante,
envolve ao mesmo
tempo a pessoa
inteira. A experiência
do belo faz brotar o
prazer, que é
recíproco. (TdC 108)
• “Feriste meu coração, ó minha irmã e esposa” (Cânt 4, 9)
• Quando o esposo, no Cântico dos Cânticos, se dirige à esposa como “irmã”, essa expressão significa também uma releitura específica da “linguagem do corpo”. (TdC
109)
• Ante Ele [o Criador], na plena verdade de sua masculinidade e feminilidade, eles eram acima de tudo
“irmão” e “irmã” na união
da mesma humanidade.
Essa relação recíproca
de irmão e irmã está
neles constituída como o
primeiro fundamento
da comunhão
de pessoas. (TdC 110)
Um Jardim Fechado, uma Fonte Selada
• “És um jardim fechado, minha irmã e esposa, jardim fechado e fonte selada” (Cânt 4, 12)
• A esposa fala ao esposo com aquilo que parece mais profundamente escondido em toda a estrutura do seu “eu” feminino. A esposa
se apresenta aos olhos
do homem como dona de
seu próprio mistério.
Ambas as metáforas
expressam a plena dignidade
pessoal do sexo. (...)
“A linguagem do corpo” relida
na verdade anda de mãos
dadas com a descoberta da
inviolabilidade interior da
pessoa. (TdC 110)
Tobias e Sara
• “Não é por luxúria que me caso com esta minha irmã, mas com reta intenção. Ordena que tenhas misericórdia, de mim e dela, e que possamos chegar, os dois, a uma ditosa velhice” (Tobias 8, 7)
• Na história do casamento de Tobias e Sara encontramos uma situação que parece confirmar enfaticamente a verdade das palavras sobre o amor “mais forte do que a morte”. (...) Sara já tinha sido dada em casamento a sete homens (Tob 6, 14) Mas cada um deles falecia antes de se unir com ela. (...) O jovem Tobias tinha razões para temer uma morte similar. (...) Portanto, desde o primeiro momento, o amor de Tobias teve que enfrentar um teste de vida ou morte. (TdC 114)
Tobias e Sara• Rafael dá ao jovem Tobias vários conselhos para
evitar a ação do mau espírito que causara a morte dos sete homens com quem Sara havia se casado antes.
• Recomenda acima de tudo, a oração: “Quando estiveres para te unir a ela, antes levantai-vos ambos e orai e suplicai ao Senhor do céu, para que vos seja concedida misericórdia e saúde. Não temas. Ela foi destinada para ti desde sempre e tu a salvarás. Ela irá contigo e tenho certeza de que terás filhos com ela, os quais serão para ti como irmãos. Não fiques preocupado.” (Tob 6, 18) (TdC 114)
• Os esposos, unidos enquanto marido e mulher, se encontram em uma situação na qual os poderes do bem e do mal lutam entre si. (TdC 115)
Quando a Linguagem da Liturgia se torna a
“Linguagem do Corpo”
• A oração de Tobias e Sara se torna, de certo modo, o modelo mais profundo de liturgia. (TdC 115)
• A “linguagem do corpo” se torna a linguagem da liturgia, porque é com base e com fundamento nessa linguagem que o sinal sacramental do matrimônio é constituído.
• É através da “linguagem do corpo” relida na verdade –na verdade do amor – que o sinal sacramental do matrimônio é construído na linguagem da liturgia e no ritual litúrgico como um todo.
• Na ótica do mesmo texto pode-se ver também o modo como a linguagem e o ritual da liturgia formam (devem formar!) a linguagem do corpo”. (TdC 117)
A linguagem litúrgica, ou
seja, a linguagem do
sacramento e do “mistério”,
se torna na vida dos esposos
a “linguagem do corpo”,
com uma profundidade,
simplicidade e beleza até
então desconhecidos.
Esse parece ser o significado
integral do sinal sacramental
do matrimônio.
Nesse sentido, a vida
conjugal se torna liturgia.(TdC 117b)
Santa Gianna,
rogai por nós!
“Possa a nossa época descobrir de novo, através do exemplo de Gianna Beretta Molla, a beleza pura, casta e
fecunda do amor conjugal, vivido como resposta ao chamamento divino!” JPII, homilia da canonização
Sagrada Família, rogai por nós!