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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO William Rafael Cararo A AUTORIDADE NO PEDIDO DE DESCULPAS COMO TÁTICA DA RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA APÓS O DUPLO DESVIO Passo Fundo 2018

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

William Rafael Cararo

A AUTORIDADE NO PEDIDO DE DESCULPAS COMO TÁTICA DA

RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA APÓS O DUPLO DESVIO

Passo Fundo

2018

William Rafael Cararo

A AUTORIDADE NO PEDIDO DE DESCULPAS COMO TÁTICA DA

RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA APÓS O DUPLO DESVIO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da Escola de

Administração da Faculdade Meridional –

IMED, como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Administração sob a

orientação do Prof. Dr. Kenny Basso.

Passo Fundo

2018

Passo Fundo

2018

CIP – Catalogação na Publicação

C261a CARARO, William Rafael

A autoridade no pedido de desculpas como tática da recuperação da confiança

após o duplo desvio / William Rafael Cararo. – 2018.

61 f. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade Meridional – IMED,

Passo Fundo, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Kenny Basso.

1. Consumidor – Confiança. 2. Recuperação da confiança – Relações de

consumo. 3. Comportamento organizacional – Duplo desvio. I. Basso, Kenny,

orientador. II. Título.

CDU: 658.8

Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857

À Melânia, Pedro e Mariana pelo suporte,

afeto, compreensão, amizade e amor.

AGRADECIMENTOS

Para a realização deste trabalho foi exigido muito esforço e dedicação. Só me resta

agradecer e, para isso é preciso nomear algumas pessoas a fim de demonstrar minha sincera

gratidão por todo auxílio, e ainda assim, tenho certeza que palavras não são suficientes para

expressar meus sentimentos.

Primeiramente quero agradecer a Deus, pois graças a ele, mesmo após ter sofrido o

acidente durante o mestrado e todos os momentos de aflição passados em conjunto com

aqueles que me cercam, hoje posso dizer, este trabalho está concluído.

Ao professor e orientador desta dissertação, Kenny Basso, por todo o auxílio. Pela

paciência inesgotável perante meus tropeços, pela qualidade nas orientações e todos os

ensinamentos compartilhados ao longo do mestrado, com exemplar dedicação. Vejo-o com

admiração, pois o considero exemplo de pesquisador e também como docente. Agradeço pela

parceria e amizade, e hoje lhe atribuo todo o meu progresso ao longo do mestrado, tanto como

pesquisador quanto como indivíduo.

À minha família. Meu pai Pedro, pelos ensinamentos, os quais me fizeram assumir

riscos e responsabilidades desde jovem, me incentivando a buscar meus objetivos. Tenho-o

como exemplo de sucesso. Minha mãe, Melânia, pelo carinho, simplicidade e constante

incentivo em meus sonhos. Ambos me serviram de amparo quando necessitei. Mariana,

minha companheira em todos os momentos, sendo amorosa e se demonstrando presente. Meu

primo, Sandro, mais do que isso, como um irmão, se fazendo presente em todos os momentos

importantes de minha vida. Aos meus amigos, Lucas Turski e Robson Black pela amizade

incondicional.

Aos professores Vitor Francisco Dalla Corte e Natália Araújo Pacheco, por todas as

contribuições no projeto de pesquisa. A todo quadro de professores do PPGA /IMED, pelos

ensinamentos durante as disciplinas e disponibilidade em conversar comigo quando precisei.

Também agradeço a todos os colegas de mestrado, em especial às amizades formadas:

Alissa Bilhar, Alessandro Becker, Laura B. Torres, Malena P. Petri e Tamires B. Pagnussatt

por todo carinho, alegria, conversas e debates proporcionados.

Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram com o desenvolvimento

deste estudo.

“O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano.”

Isaac newton

RESUMO

A confiança é um construto extremamente importante nos relacionamentos organizacionais,

além de ser um elemento substancial no relacionamento comercial com consequências

positivas para a organização. Entretanto, nessas relações podem vir a ocorrer falhas, violando

a confiança do consumidor. Se ao tentar recuperar essa falha inicial, a organização não

consegue realiza-la de maneira positiva (duplo desvio), ocasionará maiores erosões na

confiança. Para isso, as táticas de recuperação buscam reverter os sentimentos negativos em

positivos, através do pedido de desculpas a organização rebaixa seu status organizacional.

Estudos recentes apontam que a autoridade é uma variável influente na percepção das falhas e

na recuperação do serviço, porém até então não foi investigada como influência na confiança

do consumidor. Deste modo, a presente dissertação objetiva investigar o papel da autoridade

como influenciador da tática de recuperação da confiança após o duplo desvio e a relação da

gravidade do duplo desvio na recuperação da confiança. Para testar esses efeitos, foi realizado

um estudo laboratorial, por meio de um experimento fatorial entre sujeitos. A autoridade foi

verificada em dois níveis (alta autoridade versus baixa autoridade), demonstrando que a alta

autoridade obteve índices de recuperação mais efetivos que a baixa autoridade, efetivando-se

como variável influenciadora da tática de recuperação da confiança no estudo do pedido de

desculpas. Foi possível, também, identificar que a gravidade do duplo desvio atua como

variável moderadora para recuperar a confiança do consumidor. O estudo aprofunda a

discussão das táticas de recuperação da confiança ao apresentar diferentes eficácias da mesma

tática de recuperação, trazendo a autoridade organizacional como influenciadora da mesma.

Também mostra a relação entre a gravidade percebida no duplo desvio e na confiança, ao

inferir que a gravidade daquele vem a condicionar a efetividade da tática de recuperação

desta. As organizações precisam estar cientes de que a gravidade percebida pelo consumidor

no duplo desvio dificulta o processo de recuperação da confiança. Sendo assim, as mesmas

necessitam produzir um ambiente no qual, ao acontecer o duplo desvio, saibam avaliar a

gravidade percebida pelo consumidor para assim, aplicar a tática de recuperação da confiança

de maneira eficaz.

Palavras-chave: Recuperação da Confiança. Confiança. Duplo Desvio. Autoridade.

ABSTRACT

Trust is an important construct in organizational relationships, besides being a substantial

element in the business relationship with positive consequences for the organization.

However, in these relationships failures could happen, violating consumer trust. If trying to

recover this initial failure, the organization could not do it in a positive way (double

deviation), it will cause greater erosion in trust. Thereunto, recovery tactics seek to reverse the

negative feelings into positive, through this apology the organization demotes its

organizational status. Recent studies indicate that authority is an influential variable in

perception of the failures and service recovery, but has not been investigated as an influence

in consumer’s trust. Thus, this dissertation aims to investigate the role of authority as an

influencer of the trust recovery tactic after situations of double deviation and the relation of

the severity of the double deviation in the trust recovery. To test these effects, a laboratory

study was carried out through a factorial experiment between subjects. Authority was verified

in two levels (high authority vs. low authority), demonstrating that the high authority got

more effective recovery rates than low authority, and was a influenced variable of the trust

recovery tactic in this apology’s study. It was also possible to identify that the severity of the

double deviation acts as a moderator variable to recover consumer’s trust. The study deepens

the discussion of trust recovery tactics by presenting different effectiveness of the same

recovery tactic, bringing organizational authority as an influential factor. It also shows the

relation between the severity perceived in the double deviation and trust, inferring that the

seriousness of that conditioning the effectiveness of the recovery tactic of this. Organizations

need to be aware that the perceived severity of the consumer in the double deviation hinders

the process of trust recovery. Therefore, they need to produce an environment in which, when

the double deviation happens, organizations are able to evaluate the severity perceived by the

consumer to apply the trust recovery tactic effectively.

Keywords: Trust Recovery. Trust. Double Deviation. Authority.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Modelo teórico das hipóteses .................................................................................... 29

Figura 2 - Procedimento de coleta ............................................................................................ 33

Figura 4 - Interação entre gravidade da falha e autoridade ...................................................... 41

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Fatores de interação Autoridade e Confiança.......................................................... 40

Tabela 2 - Fatores de interação entre as variáveis .................................................................... 40

Tabela 3 - Estatísticas descritivas das variáveis do estudo ....................................................... 59

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14

1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 16

1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 17

1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 17

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 18

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 20

2.1 AUTORIDADE ................................................................................................................. 20

2.2 CONFIANÇA .................................................................................................................... 22

2.3 VIOLAÇÃO DA CONFIANÇA ...................................................................................... 23

2.3.1 Desvio simples e duplo .................................................................................................... 25

2.4 RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA ............................................................................. 26

3. ESTUDO EMPÍRICO ........................................................................................................ 30

3.1 CONCEPÇÃO DA PESQUISA ......................................................................................... 30

3.1.1 Desenho e participantes ................................................................................................... 30

3.1.2 Procedimentos ................................................................................................................. 31

3.1.3 Mensurações .................................................................................................................... 33

3.1.3.1 Checagem da Manipulação ........................................................................................... 33

3.1.3.2. Variável dependente .................................................................................................... 35

3.1.3.3 Variáveis de controle .................................................................................................... 35

3.1.4 Pré-teste ........................................................................................................................... 36

3.1.5 Técnicas de Análise ......................................................................................................... 36

4. RESULTADOS ................................................................................................................... 38

4.1 Checagens da manipulação ................................................................................................. 38

4.2 Resultados das Hipóteses.................................................................................................... 39

4.3 Discussão dos resultados .................................................................................................... 42

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 44

5.1 IMPLICAÇÕES TEÓRICAS .......................................................................................... 44

5.2 CONTRIBUIÇÕES GERENCIAIS ................................................................................ 45

5.3 LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS .................................. 46

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 48

13

APÊNDICE A – EXEMPLO DE INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS DO

ESTUDO..................................................................................................................................54

APÊNDICE B – ESTATÍSTICA DESCRITIVAS DAS VARIAVEIS DO ESTUDO ..... 59

14

1 INTRODUÇÃO

As organizações têm como característica a formulação de estratégias para atrair novos

consumidores e manter os já existentes. Porém, para que isso ocorra, a confiança, elemento

fundamental no ambiente relacional, seja pessoal ou organizacional, precisa estar presente.

Para que a confiança faça parte de um relacionamento, de acordo com Sirdeshmukh et al.

(2002) são consideradas três características antecessoras da mesma: a organização deve ser

capaz de manter suas promessas (competência), ter princípios e valores (integridade) e a

preocupação com seu consumidor (benevolência).

Essas características devem ser gerenciadas pela organização para manter a confiança

do consumidor. Entretanto, as organizações não estão imunes ao acontecimento de falhas no

processo de prestação dos serviços, podendo estas ocorrerem com base nas características

consideradas antecessoras da confiança. Sendo assim, as falhas nos serviços ocasionam uma

violação na confiança do consumidor (KIM et al., 2004; ELANGOVAN et al., 2007;

BASSO; PIZZUTTI, 2016), fazendo com que o mesmo possa interpreta-las uma traição do

provedor (GREGOIRE et al., 2006).

Após a falha ocorrer, o processo de recuperação se inicia pela identificação desta, na

qual o consumidor pode informar o prestador sobre a mesma, ou a própria organização pode

identificar a falha internamente. Caso a empresa falhe no processo de recuperação do serviço,

o consumidor pode perceber a atitude adotada pela empresa de forma inapropriada (BITNER

et al.,1990), desenvolvendo sentimentos negativos, (JOHNSTON; FERN, 1999) o que por sua

vez gera mais efeitos negativos, e consequentemente, aumentando a erosão na confiança.

Deste modo, o duplo desvio pode ser compreendido como a insatisfação na recuperação do

serviço iniciada, e o resultado deste processo envolve emoções negativas para com o

prestador de serviço.

A erosão da confiança ocorre de forma proporcional à gravidade percebida pelo

consumidor no momento de sua violação (GOLES et al., 2009). A gravidade da falha impacta

nos consumidores de diferentes maneiras, ou seja, quanto maior for a gravidade percebida

pelo consumidor, maior será a erosão da confiança (ELANGOVAN et al., 2007; BANSAL;

ZAHEDI, 2015). Desta forma, é importante que as organizações invistam em um processo de

recuperação da confiança, a fim de que o consumidor não inicie um processo de retaliação, ou

até mesmo tente evita-lo (GRÉGOIRE et al., 2009). Neste sentido, é possível visualizar que

atualmente pesquisadores têm investigado táticas para recuperar a confiança dos

consumidores, trazendo resultados significativos para a literatura.

15

Estudos que abordaram táticas para a recuperação da confiança, referiram-se em sua

maioria ao desvio simples (FONSECA et al., 2005; ELANGOVAN et al., 2007), sendo que

as investigações para o duplo desvio só foram ampliadas nos últimos anos (JOIREMAN et al.,

2013; BASSO, PIZZUTTI, 2016). Dentre as táticas de recuperação da confiança utilizadas

estão: a negação (KIM et al., 2004); a promessa de não recorrência de falhas (SCHWEITZER

et al., 2006); à compensação financeira (DESMET et al., 2011); e o pedido de desculpas

(FERRIN et al., 2007). Em comum, todas as táticas possuem uma informação que é emitida

pela empresa ou por um de seus colaboradores.

Patterson et al. (2006) investigaram o cargo hierárquico do emissor (gerente versus

recepcionista) na tática do pedido de desculpas, como tática de recuperação do serviço. Este

estudo demostrou que a autoridade tem papel de destaque em restaurar o senso de justiça da

relação, sendo capaz de recuperar o serviço. Assim, demonstrou a importância do construto

autoridade e sua influência no comportamento do consumidor (PATTERSON et al., 2006).

A autoridade está relacionada à legitimação do indivíduo pelos demais (ROSEN,

1982; CIALDINI, 2001), sendo considerada um aparato de influência social devido à

influência que causa nos demais (CIALDINI; TROST, 1998). Baseado nisso, entre as táticas

para recuperar a confiança do consumidor amplamente investigadas por pesquisadores, tem-se

a autoridade como um elemento crítico no mercado. Assim, pois, o estudo presente tem como

objetivo analisar o efeito da autoridade do emissor na tática do pedido de desculpas para

recuperar a confiança do consumidor após o duplo desvio.

A seguir é proposto o problema de pesquisa, expondo os objetivos que a mesma busca

responder. No capítulo 2 é apresentado o referencial teórico discutindo os temas abordados na

pesquisa. Sendo eles compostos pela autoridade, confiança, violação da confiança apresentado

nos desvios simples e duplo e por fim as táticas utilizadas para recuperar a confiança.

No capítulo 3 é apresentado o estudo empírico utilizado para testar as hipóteses

propostas no decorrer da pesquisa. É discutida a concepção da pesquisa e os procedimentos

metodológicos, bem como a operacionalização do estudo e respectivas mensurações. No

capítulo 4 é apresentada a discussão geral dos resultados obtidos, já no capítulo 5 é composta

pelas implicações teóricas, gerenciais e para finalizar o trabalho é exposto suas limitações e

sugestões para futuros estudos.

16

1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

A confiança normalmente está associada à interação existente de longo prazo entre as

partes, por estar envolvida nas expectativas que o consumidor cria em relação ao prestador de

serviços (SIRDESHMUKH et al., 2002). Porém, ela pode existir desde o primeiro encontro

entre as partes (MCKNIGHT et al., 1998; MCKNIGHT et al., 2002). É possível dizer que a

confiança influencia diretamente os indivíduos, pois diminui a percepção de risco e incerteza

que existe no mercado (PERIN et al., 2004). Isso gera um aumento do boca a boca positivo

(WONG, 2004), uma maior satisfação com a qualidade do serviço (WU, 2013) e reduz a

intenção de troca do provedor (GARBARINO; JOHNSON, 1999; CHO, 2010).

No entanto, as falhas nos serviços impactam nesses resultados e ameaçam a confiança

do consumidor, pois, conforme a percepção da gravidade da falha aumenta, maior será o

sentimento de perda do consumidor, impactando na confiança do provedor (BITNER et al.,

1990; SMITH et al., 1999). A troca de bens que existe entre provedor e consumidor de forma

geral deve ser percebida de maneira positiva por este, porém quando essa experiência é

percebida de maneira negativa pelo consumidor (BITNER et al., 1990) podem ocasionar

diversas reações comportamentais, como desejo de vingança (GRÉGOIRE et al., 2009),

sentimentos de raiva, troca do provedor (ELANGOVAN et al., 2007), insatisfação do

consumidor e incentivar o boca a boca negativo (TAX et al., 1998; SMITH; BOLTON, 2002).

Até então, não foi analisada a percepção da gravidade da falha no duplo desvio e de que

forma essa gravidade pode influenciar para a efetividade da recuperação da confiança .

Ciente da ocorrência de falhas e da possibilidade de diferentes erosões na confiança

conforme a percepção de gravidade, é importante que as organizações utilizem táticas para

recuperar a confiança do consumidor, como o pedido de desculpas, o qual demonstra ser

efetivo (FERRIN et al., 2007; KIM et al., 2004). Deforma conceitual, na violação da

confiança, a vítima é colocada em uma posição inferior na relação. E isso, conforme Hareli e

Eisikovts (2006), faz com que a organização (transgressor) rebaixe seus status para igualar-se

ao da vítima, influenciando no perdão.

Em relação à hierarquia, quanto maior o cargo, maior a atenção recebida (FISKE,

1993), portanto, indivíduos com maiores cargos hierárquicos recebem mais atenção, o que por

sua vez, lhes garante a capacidade de ser mais influentes para outras pessoas (ANDERSON et

al., 2001). Pesquisas relacionadas às falhas dos serviços (PATTERSON et al., 2016;

SEMBADA et al., 2016) investigaram como a autoridade pode influenciar nos

relacionamentos organizacionais, concluindo que a autoridade pode diminuir a percepção da

17

gravidade da falha, reduzir comportamentos negativos às falhas ocorridas (SEMBADA et al.,

2016) e pode ser capaz de recuperar o serviço (PATTERSON et al., 2006). Corroborando com

o estudo de Anderson et al. (2001), o qual aponta que, em função do supracitado, a autoridade

tem maior influência sobre os demais. Entretanto, até o momento pesquisas não verificaram o

papel da autoridade como influenciadora a efetividade da tática de recuperação da confiança.

Sendo assim, existe um gap na literatura, pois se pressupõe que a autoridade pode ser

um fator influente na efetividade da tática de recuperação da confiança. Ainda, de acordo com

Yearley (1981) e Hogan (2013), a autoridade influencia nos comportamentos e pensamentos

dos indivíduos, sendo capaz de agir nos valores e crenças e de induzir ao que se deseja

(O‟SHAUGHNESSY e O‟SHAUGHNESSY, 2004).

Nesse sentido, é importante abordar o princípio da autoridade, pois através do nível

hierárquico, da titulação e do respeito do indivíduo (RIDGEWAY; WALKER, 1995), é

possível obter uma maior confiabilidade do receptor da mensagem (WEBER, 2009; HOGAN,

2013). Deste modo, a questão proposta na pesquisa para ser respondida no transcorrer do

trabalho é:

Como a autoridade do emissor é capaz de influenciar na recuperação da

confiança do consumidor após o duplo desvio, e como a gravidade do duplo

desvio pode influenciar nesse processo de recuperação?

1.2 OBJETIVOS

A seguir será apresentado o objetivo geral, seguido dos objetivos específicos, os quais

foram operacionalizados na realização desta dissertação.

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar o efeito da autoridade do emissor na tática do pedido de desculpas, para a

recuperação da confiança do consumidor após o duplo desvio.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Mensurar a confiança inicial do consumidor no prestador de serviços bancários.

- Mensurar a confiança final após a tática de recuperação aplicada.

18

- Identificar o papel moderador da gravidade da falha na relação entre autoridade e

recuperação da confiança no prestador do serviço.

1.3 JUSTIFICATIVA

O campo de pesquisa sobre os serviços conseguiu até então resultados muito

significativos para o avanço do conhecimento empírico e teórico. Foi possível verificar como

as falhas dos serviços impactam na confiança do consumidor e quais táticas podem ser

utilizadas para recuperá-la após a mesma ter sido violada (KIM et al., 2004; ELANGOVAN

et al., 2007). Porém, é importante aprofundar o debate sobre os resultados já encontrados

sobre o tema, devido às implicações de mercado que o tema carrega, investigando as variáveis

que possam ter influência.

Com o intuito de aprofundar a discussão sobre o tema da recuperação da confiança,

identificou-se que estudos anteriores sobre esse assunto investigaram a influência da

gravidade da falha para recuperar a confiança do consumidor somente no desvio simples (p.

ex. WEUN et al., 2004; GOLES et al., 2009). Nesse âmbito, até o momento não foi analisado

como a percepção da gravidade da falha do duplo desvio pode impactar no processo de

recuperação da confiança.

No processo de recuperação da confiança, os principais estudos que investigaram as

táticas de recuperação não se detiveram em investigar o construto autoridade como variável

influenciadora (p. ex. KIM et al., 2006; FERRIN et al., 2007; XIE; PENG, 2009). Deste

modo, o presente estudo corrobora com o aprofundamento da discussão sobre as táticas de

recuperação da confiança, mais especificamente a tática do pedido de desculpas que será

utilizada nesta dissertação.

Torna-se, então, importante verificar se o construto autoridade é uma variável

influente na tática de recuperação da confiança. Alguns estudos iniciais sobre a autoridade, no

contexto de recuperar o serviço, já demostraram a eficácia deste construto para restaurar o

senso de justiça, aumentar o boca a boca positivo, recompra e também a satisfação (WONG,

2004; PATTERSON et al., 2006). É pressuposto que a autoridade seja capaz de catalisar os

comportamentos e os pensamentos dos consumidores (YEARLEY, 1981; HOGAN, 2013),

deste modo sendo capaz de influenciar e restaurar a confiança dos consumidores. Atualmente,

carecem investigações sobre o construto, possivelmente devido à falta de consenso dos

pesquisadores sobre o tema e a divergência para outras nomenclaturas. Dificultando, assim, a

evolução do conhecimento. Como por exemplo no estudo de Patterson et al. (2006), no qual o

19

representante da empresa (autoridade) é conceituado como alguém de alto status. Já outros

pesquisadores, utilizam o termo poder para referir-se à autoridade (GALINSKY et al., 2003;

ANDERSON et al., 2002). Bem como Sembada et al. (2016) trata como alto poder, utilizando

a teoria da distância de poder de Hofstede (2003).

Acredita-se que este estudo irá ampliar o conhecimento sobre o comportamento do

consumidor, mais especificamente no que tange à recuperação da confiança após o

acontecimento falhas, e como pode ser realizada essa recuperação (ELANGOVAN et al.,

2007; KIM et al., 2004) através da autoridade na tática do pedido de desculpas. Estudos

anteriores já abordaram a recuperação da confiança em ambos desvios (SCHWEITZER et al.,

2006; BASSO; PIZZUTI, 2016), porém nesta pesquisa o diferencial se dá por duas razões.

Primeiramente, pois será utilizada a autoridade do emissor na tática de recuperação escolhida,

isto é, através do pedido de desculpas. Em segundo, como as violações não têm sido

estudadas de acordo com a gravidade percebida pelo duplo desvio, este estudo permite a

ampliação da discussão sobre a recuperação da confiança e a respectiva gravidade nesse

acontecimento.

Deste modo, o estudo busca efetivar a autoridade como influenciadora no pedido de

desculpas como tática de recuperação da confiança e contribuir com a evolução dos estudos

mediante a relação existente entre a gravidade da falha e a recuperação da confiança do

consumidor. Dessa forma, ao ocorrerem falhas inesperadas que violem a confiança do

consumidor no ambiente de negócios, as organizações poderão vir a utilizar a autoridade

organizacional como estratégia influenciadora da tática de recuperação confiança, a fim de

evitar que seja desperdiçado todo o custo e tempo já investido na relação entre provedor e

consumidor.

20

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo irá apresentar as variáveis da pesquisa, evidenciando as linhas já

utilizadas com a abordagem supracitada. Bem como abordará o construto da autoridade e,

principalmente, a recuperação da confiança, ambas apresentadas no desvio simples e duplo.

2.1 AUTORIDADE

Estudos abrangendo a autoridade tiveram seu início na comunidade europeia, partindo

da economia e da administração de negócios, nas quais o conhecimento empírico era focado

na natureza do poder (ROSE, 1993). Na teoria da firma, a autoridade advém de cargos que

possuem uma capacidade compensatória, e estão relacionados à produtividade (ROSEN,

1982). Para Herbert Simon (1957), um dos primeiros a abordar o tema, a autoridade é a figura

que tem o direito de definir ações que afetarão o resto de uma organização, aproximadamente

na mesma época, autores como Mayer (1960) e Williamson (1967) também abordaram o tema

dessa forma.

O construto da autoridade está diretamente relacionado ao tomador de decisões

organizacional (HURRELMANN et al.,2007; ZÜRN et al., 2012), podendo-se afirmar que

quanto maior a posição na hierarquia, maior sua autoridade. Para outros pesquisadores

(BURT, 2009; ANDERSON; BERDAHL, 2002; GALINSKY et al., 2003) um indivíduo que

tenha senso de poder, o qual está relacionado ao controle de recursos, ao dinheiro e ao poder

decisório, é capaz de influenciar psicologicamente outras pessoas (GALINSKY et al., 2003).

Dentre as conceituações formadas sobre autoridade, não existe diferença entre indivíduos que

têm poder para àqueles que têm autoridade (ROSE, 1993).

A autoridade pode ser dividida em duas classificações: política e epistêmica (ZÜRN et

al, 2012). A autoridade política abrange nomeações, regras e outras obrigações coletivas. Este

tipo de autoridade é exercido por indivíduos que agem em nome de uma instituição,

credenciados e intitulados para tomar decisões autoritárias, em busca de evitar resultados

maléficos para agir pelo bem comum (ZÜRN et al, 2012). Necessita a utilização de poderes

persuasivos e de coesão, pois como uma organização composta por níveis hierárquicos, as

decisões são tomadas em base das relações de subordinação (MIRRLEES, 1976; WEBER,

2009), as quais podem ser compreendidas como o controle das pessoas dos demais níveis

hierárquicos (HART; MOORE, 1990).

21

A autoridade epistêmica pode ser considerada o conhecimento específico ou a

expertise moral que o indivíduo possui, cujos valores são expressos pelo indivíduo (ZÜRN et

al, 2012). Esta autoridade é importante devido à sua distribuição desigual, mas convém a cada

indivíduo julgar essa desigualdade. Ainda, de acordo com os mesmos autores, não é

necessário uma autoridade epistêmica persuadir a todo o momento, pois a reputação do

indivíduo é decisiva neste processo de percepção. Conforme as opiniões e os valores acatados

pelos demais, a autoridade epistêmica se torna mais aparente (MAILATH et al., 2007).

As supostas autoridades epistêmicas competem entre si, cabendo à sociedade perceber

e definir quem será considerada de fato uma autoridade epistêmica. Quando há a interação

próxima de uma autoridade política, esse processo de percepção é facilitado. Características

como respeito, experiência e inteligência, por exemplo, podem fazer parte do indivíduo com

autoridade epistêmica. Não sendo necessário o mesmo possuir todas ao mesmo tempo.

(HURRELMANN et al., 2007; ZÜRN et al., 2012).

A autoridade do indivíduo está altamente relacionada ao status adquirido, sendo

elemento crítico nas interações sociais através do respeito recebido e da proeminência

aparente (ANDERSON et al., 2001). O status quando aparente, pode ser decisivo por meio da

vestimenta do indivíduo, o que por consequência pode implicar em uma maior conformidade

e obediência (BUSHMAN, 1984; BUSHMAN, 1988), pois o status tem como resultado um

maior ganho de atenção, maior influência social (BACHARACH; LAWLER, 1981; FISKE,

1993; ANDERSON et al., 2001) e dominância de personalidade (ANDERSON et al., 2002).

Para Magee e Galinsky (2008) quanto maior o status aparente, maior é o poder do indivíduo,

sendo então, o status uma característica presente na autoridade.

Pode-se afirmar que a autoridade transcende a singularidade do mercado, indo além da

interação com as estruturas do processo decisório, com a capacidade de prever resultados

finais em âmbitos gerais (ROSEN, 1982), e, também, influenciando as posições pessoais e a

atenção adquirida através do status gerado (ANDERSON et al., 2001). Esta dissertação busca

investigar a autoridade política (gerente), sendo também mensurado como ocorre a percepção

da autoridade epistêmica quando esta se apresenta como autoridade política, ou seja, quando

ela apresenta seu cargo organizacional ao consumidor.

Para os autores Cialdini e Trost (1998), através da influência social gerada pela

autoridade, a mesma pode ser considerada uma forma persuasiva capaz de mudar

comportamentos, sendo considera um elemento importante nas relações, pois influencia a

percepção das pessoas e, por isso, pode ser uma variável influente na confiança das mesmas.

22

2.2 CONFIANÇA

A confiança é um dos construtos mais importantes no contexto relacional, pois ela

afeta as atividades econômicas e a duração do relacionamento a longo prazo (KIM et al.,

2012; PALMATIER et al., 2013). A confiança está relacionada às expectativas depositadas

pelo consumidor no prestador de serviços (SIRDESHMUKH et al., 2002). Rousseau et al.

(1998), afirmam que a confiança está ligada a comportamentos ou a atitudes esperadas na

outra parte envolvida na relação interpessoal.

Doney et al. (1998) revisaram o construto da confiança e como ela é formada no

ambiente de negócios. Para os autores, a confiança é desenvolvida pela capacidade do

indivíduo de cumprir suas obrigações ou promessas, através da competência, expertise ou

habilidade. Nessa perspectiva, a confiança do consumidor representa uma expectativa positiva

em relação à empresa, sendo a crença de que ela cumprirá com suas promessas

(SIRDESHMUKH; SINGH; SABOL, 2002).

Moorman et al. (1992) inferiram que tanto o risco quanto a incerteza estão presentes

nas relações de troca no mercado. Devido a isso, é possível concordar com Morgan e Hunt

(1994), pois os autores inferem que os clientes apostam em uma relação na qual existe

confiança, considerando que a parte envolvida realizará a tarefa com eficiência. No momento

em que a confiança faz parte do relacionamento entre provedor e consumidor, isso acarreta

em consequências positivas para a organização.

Como principais consequências do desenvolvimento da confiança têm-se a lealdade do

consumidor (SIRDESHMUKH et al., 2002); um maior comprometimento na relação

(GARBARINO; JOHNSON, 1999); a intenção em continuar a se relacionar com o provedor,

fortalecendo o relacionamento (SELNES, 1998; BHATTACHERJEE, 2002) e assim tornando

o relacionamento mais duradouro. Nessa lógica, ao consumidor continuar a se relacionar com

o provedor, também diminui a intenção de troca da organização (GARBARINO; JOHNSON,

1999), como influência no aumento do boca a boca positivo (SANTOS; FERNANDES,

2008), aumenta a reputação da empresa (HSU; CHANG et al., 2014) e diminui a

imprevisibilidade de comportamentos inesperados do provedor (ZANINI et al., 2009).

A manutenção da confiança está atrelada a experiências passadas vivenciadas pelo

consumidor, podendo ser fortalecida ou enfraquecida durante o relacionamento (GEFEN,

2002; HA et al., 2010). Os autores MCKNIGHT et al, (1998) inferem que a confiança pode

existir desde a primeira interação entre as partes, sendo influenciada através das percepções

23

de integridade, competência e benevolência do prestador de serviços, intervindo na intenção

da confiança inicial.

Tanto a competência, a benevolência quanto a integridade são consideradas

antecedentes da confiança (SIRDESHMUKH et al., 2002; BHATTACHERJEE, 2002;

PAVLOU; FYGENSON, 2006; SCHUMANN et al., 2010). A benevolência é tratada como o

altruísmo ou a empatia para com o consumidor, a partir da orientação do provedor em agir sob

o interesse do consumidor de forma honesta (SCHUMANN et al., 2010). A competência está

atrelada às habilidades, podendo ser um conjunto de características para realização das

funções pré-estabelecidas (SIRDESHMUKH et al., 2002). Por fim, a integridade é a

congruência existente entre os valores expressos através das palavras e a respectiva sua

realização no comportamento organizacional, ou seja, está ligada ao cumprimento das

promessas (SIMONS, 1999; SIRDESHMUKH et al., 2002; ERHARD, et al., 2008).

As organizações operam em busca de uma construção de confiança com seus

consumidores e stakeholders, empenhando-se em ampliar continuamente a relação existente

entre as partes. Porém no processo de compra, situações ou comportamentos inesperados

podem vir a acontecer no ambiente de negócios, tal como as falhas nos serviços (BERRY;

PARASURAMAN, 1992). Estas podem ocorrer em base das características antecessoras da

confiança, e como consequência, podem acarretar em uma redução ou até mesmo uma

extinção da confiança (KIM et al, 2004).

2.3 VIOLAÇÃO DA CONFIANÇA

Grandes corporações ou mesmo empresas líderes de mercado reconhecidas

internacionalmente por suas atividades correm o risco de sofrer falhas no serviço. Estas são

caracterizadas como serviços entregues abaixo das expectativas que o consumidor depositou

no prestador de serviços (BATESON; HOFFMAN, 2001).

De acordo com Smith et al. (1999) as falhas podem ser divididas em duas

categorizações: falha no resultado, ou seja, no que é entregue ao consumidor e falha no

processo, associada a todo processo de realização do serviço. Deste modo, toda falha do

serviço é para o consumidor uma experiência negativa a partir do momento em que ela ocorre,

com possíveis danos a longo prazo para a organização (TAX et al., 1998).

As falhas dos serviços impactam diretamente na manutenção ou na construção da

confiança (BASSO; PIZZUTI, 2016). Deste modo, para Elangovan et al. (2007), quando

aquele que confia tem suas expectativas anuladas ou o não cumprimento de determinado

24

acordo, sua confiança é violada. As falhas reduzem a satisfação do consumidor, interferindo

na recompra e na recomendação do provedor de serviços (FONSECA et al., 2005). Situações

de falhas que violam a confiança do consumidor já foram confirmadas em reservas de hotéis,

restaurantes (MATTILLA, 2001; BASSO; PIZZUTTI, 2016) e na utilização de serviços

bancários (CASADO-DIAZ; NICOLAU-GONZALBEZ, 2009).

A literatura apresenta dois tipos de impactos que a violação da confiança proporciona,

sendo eles emocionais e cognitivos (ELANGOVAN et al., 2007). Na forma emocional, os

consumidores podem demonstrar sua frustração ou raiva pelo comportamento da organização.

Na forma cognitiva, o indivíduo analisa como se procedeu a violação e quais atitudes serão

tomadas pelo prestador (ELANGOVAN et al., 2007). A resposta inicial dos consumidores

frente ao acontecimento de falhas ocorre pela reclamação, e, ao expressar os sentimentos

negativos gerados com o serviço, eles demonstram para o provedor sua insatisfação (SMITH,

1999).

Além dos impactos emocionais e cognitivos que a violação da confiança causa nos

consumidores, uma das consequências adotadas por eles é o desejo de vingança (WANG;

HUFF, 2007). Uma das formas comuns de externalizar esse desejo de vingança é através do

boca a boca negativo e de atitudes retaliatórias (WANG; HUFF, 2007; GRÉGOIRE et al.,

2009). O efeito da violação da confiança também faz com que o consumidor venha a evitar a

empresa (WANG; HUFF, 2007).

A retaliação não é considerada uma ação impulsiva, mas o resultado de um processo

cognitivo por consequência do erro vivenciado pelo consumidor, no qual a culpa é atribuída

ao prestador do serviço (BEUGRÉ, 2005). Huefner e Hunt (2000) identificaram que através

da insatisfação do consumidor existem seis comportamentos de retaliação: reclamações

públicas, boca a boca negativo, vandalismo, ataques pessoais, roubo e desordem no

estabelecimento. Os consumidores aderem a estes comportamentos como uma ação

preventiva, ou seja, com a finalidade de alertar os demais consumidores para não passarem

pela mesma experiência negativa (FUNCHES et al., 2009).

Em um estudo realizado por Basso e Pizzutti (2016), os autores inferem que a violação

da confiança ocorre no desvio simples e duplo, em que a maior erosão da confiança ocorre

após o duplo desvio. Deste modo, é importante abordar ambos os desvios pela importância

teórica que carregam sobre o tema.

25

2.3.1 Desvio simples e duplo

Na literatura que diz respeito à violação da confiança foram investigados dois tipos de

violação, sendo eles o desvio simples (JOHNSTON; FERN, 1999; SIRDESHMUKH et al.

2002; FONSECA et al., 2005; ELANGOVAN et al., 2007); e o duplo desvio (SCHWEITZER

et al., 2006; BASSO; SANTOS, 2014; BASSO; PIZZUTI, 2016). O desvio simples é

caracterizado a partir do acontecimento da falha original (BITNER et al., 1990). Ao constatar

a falha ocasionada, a organização trabalha para recuperar esse serviço, dando por encerrado

somente após essa recuperação. Porém, durante esse processo podem acontecer eventos

intensificando os efeitos iniciais do desvio simples, como quando o provedor tenta reparar a

falha ou o dano ocasionado e o consumidor percebe a atitude adotada pela empresa de forma

inapropriada na recuperação do serviço (BITNER et al., 1990), ou seja, aqui se caracteriza o

duplo desvio, o qual ocorre no momento da recuperação do desvio simples, reforçando as

atitudes negativas dos consumidores. Portanto, no duplo desvio, os consumidores são afetados

duplamente na experiência de consumo, na falha inicial e na falha na recuperação (CASADO-

DIAZ; NICOLAU-GONZALBEZ, 2009), ampliando as avaliações negativas do prestador

(JOHNSTON; FERN, 1999).

O duplo desvio gera efeitos negativos para a organização, reforçando as atitudes

negativas dos clientes, vindo a atingir a reputação, a lucratividade e a intenção de troca da

organização, bem como intensifica a erosão da confiança do consumidor (BITNER et al.,

1999; JOHNSTON; FERN, 1999). Caso o consumidor compreenda que a recuperação do

provedor não foi adequada, ele entende que este é conduzido por valores negativos, instigando

ao sentimento de injustiça e retaliação (JOIREMAN et al., 2013). Porém, quando a empresa

demonstra ser dirigida por valores positivos, e que estes conduziram a mesma ao

acontecimento do duplo desvio, os consumidores se dispõem mais fortemente a se reconciliar

com o provedor (JOIREMAN et al., 2013).

As falhas atingem os consumidores de diferentes maneiras de acordo com a percepção

da gravidade da falha (WEUN et al., 2004; GOLES et al., 2009), ou seja, quanto maior for a

gravidade da falha vivenciada, maior pode ser o sentimento de perda do consumidor, vindo a

desequilibrar o relacionamento. É de extrema importância a percepção da gravidade do

consumidor, pois ela balanceia o nível de tolerância dos consumidores, isto é, de acordo com

a percepção da gravidade irão surgiras expectativas depositadas no provedor, estas sendo

superiores às depositadas no primeiro encontro (ZEITHAML et al., 1993).

26

Para Smith (1999), o reconhecimento de perda do consumidor se intensifica conforme

a sua percepção de gravidade, o que torna as falhas tangíveis (p. ex. perda monetária) ou

intangíveis (p. ex. raiva, frustração) mais significativas que os ganhos de todo o processo. As

reações emocionais da percepção da gravidade da falha controlam as reações futuras dos

consumidores e contribuem para a satisfação do consumidor, possibilitando a recuperação do

serviço (SMITH; BOLTON, 2002), a retaliação (GRÉGOIRE et al., 2009), a intenção de

troca e a permanência no relacionamento (MATTILA, 2001).

Deste modo, quanto maior é a percepção da gravidade da falha, maior é a violação da

confiança (BANSAL; ZAHEDI, 2015), sendo que o duplo desvio intensifica os efeitos da

violação da confiança (TAX et al., 1998; BASSO; PIZUTTI 2016). Cabe destacar que, a falha

do serviço prestado e sua recuperação malsucedida, serão consideradas nessa dissertação

como eventos que violam a confiança do consumidor. Sendo assim, diante da ocorrência de

falhas, é relevante discutir as táticas utilizadas para recuperar a confiança no próximo

capítulo.

2.4 RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA

As falhas dos serviços geram no consumidor sentimentos negativos, pois estes eventos

violam a confiança do mesmo (GREGOIRE et al., 2006, WANG; HUFF, 2007). Estes

eventos proporcionam consequências negativas à organização, como atitudes retaliatórias por

parte dos consumidores (GRÉGOIRE et al., 2009), afetando a reputação organizacional.

Desta forma, as organizações devem utilizar táticas para recuperar a confiança do consumidor

e adotar práticas para gerir o relacionamento com seu consumidor (BITNER et al., 1990) a

fim de evitar consequências negativas.

As táticas de recuperação do serviço podem ser conceituadas como as ações realizadas

pela organização em correspondência da falha ocorrida (GRONROOS, 1988). Quando

realizadas de maneira satisfatória, aumentam a probabilidade dos clientes se manterem fiéis e

a continuarem a comprar do provedor (ZEITHAML; BITNER, 2003). A eficácia desses

processos de recuperação leva aos consumidores a realizarem avaliações tão positivas quanto

as daqueles que não vivenciaram falhas (FONSECA et al., 2005).

A utilização de táticas de recuperação da confiança tem o intuito de reverter os

sentimentos negativos ocasionados pela falha (GRÉGOIRE et al., 2009). Kim et al. (2004)

definem a recuperação da confiança como atividades realizadas pelo provedor, para fazer com

que as atitudes adotadas pela empresa se tornem mais positivas, após o ato de violação. A

27

percepção do sentimento de justiça envolvido influencia para a recuperação da confiança

(TAX et al., 1998; DEWITT et al., 2008). A recuperação da confiança para Xie e Peng

(2009), pode ser realizada de três formas:

Recuperação Afetiva: através do pedido de desculpa para os consumidores e o

público de forma geral;

Recuperação Funcional: através da compensação financeira, para cobrir os

custos ocasionados pela violação;

Recuperação informacional: comunicando o porquê da falha ter ocorrido,

clareando os fatos.

Na literatura é possível perceber a existência de táticas de recuperação da confiança

que foram efetivadas (p. ex. SCHWEITZER et al., 2006; FERRIN et al., 2007; BANSAL;

ZAHEDI, 2015; BASSO; PIZZUTTI, 2016). Tais táticas partem desde o reconhecimento da

falha, prometendo uma mudança no comportamento (SCHWEITZER et al., 2006). No estudo

realizado por Schweitzer et al. (2006), ao verificar se a promessa recuperaria a confiança do

consumidor percebeu-se que esta tática afetou a confiança inicial, mostrando efeitos positivos

a curto prazo. Entretanto, a longo prazo, ela deve ser meticulosamente vistoriada e

acompanhada com atitudes confiáveis por parte do prestador do serviço. A tática de negação

da falha está relacionada diretamente com a integridade do prestador, pois a organização ao

referir-se inocente considera a alegação do consumidor como inverdade, deixando-o no

direito à dúvida (KIM et al., 2004). Porém, a negação pode intensificar os efeitos provocados

pela falha, de acordo com as atitudes adotadas pelo provedor após o acontecimento da falha

(KIM et al., 2004; FERRIN et al., 2007). Desmet et al. (2011), comprovam que a tática da

compensação financeira influencia em confiar novamente no prestador, sendo que a confiança

é restaurada proporcionalmente à compensação financeira. Desta forma o provedor desiste de

algo de valor para mostrar sua boa-fé com o consumidor.

Em relação à tática do pedido de desculpas, a utilizada nessa pesquisa, Kim et al.

(2004) realizaram um estudo verificando esta e a negação da falha como táticas de

recuperação. A primeira, demonstrou efeito significativo para às falhas relacionadas à

competência do provedor. Já a segunda, teve efeitos mais restauradores nas falhas

relacionadas à percepção de integridade do que somente desculpar-se pelo ocorrido. O pedido

de desculpas é capaz de restaurar a justiça da relação, pois impacta no perdão (WENZEL;

OKIMOTO, 2010), melhorando a imagem negativa proporcionada pela falha (HARELI;

EISIKOVTS, 2006).

28

Em termos psicológicos, o pedido de desculpas é visto como uma estratégia desejável,

para fazer com que o outro se envolva novamente após um acontecimento indesejável

(LEARY, 2010), sendo utilizado por organizações como tática de recuperação após o

acontecimento de falhas (TAX et al., 1998). De acordo com os autores Hareli e Eisikovts

(2006), após a violação da confiança, a tática do pedido de desculpas é a maneira pela qual a

organização rebaixa seu status como forma de igualar-se ao status da vítima no patamar

relacional. Basso e Pizzuti (2016) comprovam que o pedido de desculpas aumenta a

recuperação da confiança após o duplo desvio, quando comparado ao desvio simples.

O estudo de Patterson et al. (2006), trouxe aprofundamentos no construto autoridade,

ao verificar que a autoridade no pedido de desculpas (gerente versus recepcionista) é

importante para a recuperação do serviço. O estudo concluiu, então, que a autoridade é capaz

de restaurar o senso de justiça e resultar em uma maior satisfação na recuperação do serviço.

Convém destacar que, até o momento na literatura de Marketing nenhum estudo

verificou esse construto aplicado ao pedido de desculpas ou à outra tática de recuperação da

confiança. O estudo de Patterson et al. (2006) demonstrou a importância deste construto

relacionada à recuperação do serviço, embora não tenha sido efetivado como influenciador da

tática de recuperação da confiança.

Baseado nessas evidências, ao utilizar o pedido de desculpas como tática de

recuperação da confiança, a organização estará rebaixando seu status se igualando à vítima

(HARELI; EISIKOVTS, 2006). Em função da tática do pedido de desculpas ser realizada por

uma autoridade (p. ex. gerente), ela será mais valorizada do que se fosse através de um cargo

menor (p. ex. recepcionista). Esta valorização resultará em uma recuperação mais efetiva da

confiança, como demonstrado por Patterson et al. (2006) na recuperação do serviço. Desta

forma, presume-se que, ao diminuir a desigualdade existente entre as partes, a autoridade se

efetive como influenciadora da tática de recuperação da confiança, ao demonstrar a

importância da vítima na relação.

H1: A autoridade do emissor na tática de recuperação irá influenciar

positivamente a recuperação da confiança.

Para Bansal e Zahedi (2015), a violação da confiança ocorre proporcionalmente à

percepção da gravidade da falha, o que diminui as expectativas positivas da recuperação. Em

vista disso, requer um maior esforço por parte da empresa para a recuperação (SMITH et al.,

1999). No processo de recuperação dos serviços, o empoderamento dos funcionários de frente

29

está ligado ao desempenho da recuperação (SMITH et al., 2010), bem como a gravidade da

falha afeta o senso de justiça percebido (WEUN et al., 2004). Deste modo, pressupõe-se que

deverá ser maior a autoridade do emissor para restaurar a confiança do consumidor.

Baseado no trabalho de Hareli e Eisikovits (2006) ao pedir desculpas, a empresa se

iguala à vítima, porém a gravidade percebida por esta no duplo desvio implicará em diferentes

erosões na confiança. Para Smith et al. (2010), o empoderamento dos funcionários de frente

afeta o processo de recuperação do serviço, influenciando o processo de recuperação. Deste

modo, funcionários desiguais (nível de autoridade) podem influenciar na tática de recuperação

da confiança em diferentes condições de gravidade percebida do duplo desvio, ou seja, quanto

maior a gravidade do duplo desvio, maior deve ser a autoridade para a efetividade do pedido

de desculpas como tática de recuperação da confiança. Sendo proposta a hipótese:

H2: A gravidade do duplo desvio irá moderar a relação entre a autoridade e a

recuperação da confiança, sendo que, quanto maior (menor) a percepção da gravidade

do duplo desvio pelo consumidor, maior (menor) será o efeito da autoridade do emissor

na recuperação da confiança.

Baseado nas hipóteses da pesquisa apresentadas durante o referencial teórico dessa

dissertação, o modelo teórico é apresentado na figura 1. No modelo está representada a

autoridade na tática de recuperação da confiança (pedido de desculpas) (hipótese 1), e se a

gravidade da falha atua de modo condicionante para a recuperação da confiança (hipótese 2).

Figura 1- Modelo teórico das hipóteses

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

30

3. ESTUDO EMPÍRICO

Para verificar a relação proposta nos objetivos da pesquisa, foram propostas hipóteses

de causa e efeito. Desta forma, o método experimental é o mais adequado, pois para verificar

as hipóteses propostas, o pesquisador manipula as variáveis independentes e em seguida

verifica seu efeito na variável dependente; bem como também controla o efeito das outras

variáveis que possam interferir no resultado, sendo chamadas de variáveis de controle. Essas

características cumprem as condições necessárias para causalidade (HERNANDEZ; BASSO;

BRANDÃO, 2014).

É importante ressaltar a escolha do método utilizado, pois além do problema de

pesquisa defini-lo como mais adequado, estudos que verificaram as falhas no serviço (p. ex.

SMITH et al., 1999; KIM et al., 2004; PATTERSON et al., 2006), a gravidade da falha (p.

ex. MATTILA, 2001), a violação e a recuperação da confiança (p. ex. BITNER et al., 1990;

GOLES et al., 2009; BANSAL; ZAHEDI, 2015), utilizaram a mesma abordagem para

verificar seus efeitos.

A concepção da pesquisa contendo a caracterização do estudo, os procedimentos e as

escalas utilizadas para mensurações dos construtos é apresentada a seguir.

3.1 CONCEPÇÃO DA PESQUISA

A seguir são apresentados os procedimentos utilizados para o desenvolvimento da

pesquisa, com os cenários do experimento, as mensurações e os resultados do estudo.

3.1.1 Desenho e participantes

O estudo foi realizado através de um desenho fatorial 2 (gravidade da falha do duplo

desvio: baixa / alta) X 2 (autoridade: baixa / alta) entre sujeitos, para verificar a interação

existente entre os dois fatores (MONTGOMERY, 2009), sendo os sujeitos distribuídos de

forma randomizada entre as condições experimentais.

A amostra da pesquisa foi composta por alunos de graduação e pós-graduação nos

municípios de Erechim e Passo Fundo no Rio Grande do Sul. A amostra inicial da pesquisa

foi composta por 203 sujeitos. No tratamento dos dados, foram excluídos os sujeitos em que o

tempo entre o início e a conclusão do estudo foi abaixo de 120 segundos, sendo o tempo

mínimo para participar da pesquisa. Este tempo de 120 segundos foi considerado mínimo para

31

participar da pesquisa por ter sido previamente cronometrado pelo pesquisador no pré-teste.

No total, 12 casos foram encontrados com o tempo abaixo do mínimo permitido, sendo

desconsiderados da amostra, restando 191 participantes. Através do cálculo do escore z

padrão (Z>2), foram encontradas 10 observações atípicas, nas quais esses 10 casos foram

excluídos da amostra, restando assim 181 participantes distribuídos entre as 4 condições

experimentais (de 41 a 50 participantes por condição).

A média de idade dos participantes da amostra foi de 27,95 anos (σ = 9,09), sendo 17

anos a idade mínima e 65 a idade máxima. A maioria dos sujeitos foi do sexo feminino

(51,9%) e alunos de graduação (55,8%).

3.1.2 Procedimentos

O experimento foi hospedado no software Qualtrics. Na coleta de dados, os estudantes

foram convidados para participar de uma pesquisa com o objetivo de verificar as relações de

compra existentes no serviço bancário. Os mesmos foram direcionados até o laboratório de

informática do campus da universidade, onde a pesquisa estava aberta na tela do computador

pronta para iniciar. Durante o processo, o pesquisador observou os participantes para que

tivessem sua individualidade respeitada pelos demais na realização do estudo.

O estudo foi realizado em três etapas, sendo a confiança dos consumidores mensurada

em cada uma das três situações. Após os sujeitos estarem alocados no laboratório de

informática, deu-se início à pesquisa. Na primeira página, foi solicitado aos participantes para

preencherem qual o principal provedor de serviços bancários, tempo de relacionamento com o

provedor, principal uso e frequência de uso dos serviços bancários e logo após mediu-se a

confiança no provedor (Confiança 1). Na página seguinte, foi informado ao participante para

que se imaginasse na situação descrita e na relação que o mesmo tem com o seu provedor de

serviços bancários. Na página seguinte, foi demonstrado o cenário que continha a

manipulação da violação da confiança contendo o desvio simples e o duplo desvio com duas

manipulações (gravidade da falha: baixa versus alta).

Cenário – Violação da confiança Duplo Desvio, Baixa gravidade da falha (Alta

gravidade da falha entre parênteses):

“Você se direciona até o banco (preenchido pelo participante) para a utilização dos serviços

bancários no caixa eletrônico.

Aguarda na fila para poder utilizar o caixa, chegando sua vez, você insere o cartão do banco

e no momento de inserir sua senha para finalizar a transação, ocorre um erro. Diante do

erro, você tenta resolver trocando de caixa eletrônico, mas o problema continua se repetindo.

32

Então você chama o atendente para lhe ajudar.

O atendente se aproxima e lhe fala:

- Boa tarde, não sei o que está acontecendo. Vou resolver o problema e em 15 minutos

você pode tentar novamente.

Passados os 15 minutos, você faz uma nova tentativa de utilizar o caixa eletrônico, e

no mesmo momento a falha se repetiu e a seguinte mensagem apareceu na tela do caixa

eletrônico:

Ocorreu uma falha inesperada, e para a sua segurança este cartão está sendo

bloqueado por 2 (24) horas.

Por ter o cartão bloqueado, você não conseguiu mais realizar transações nas próximas

horas. ”

Após serem expostos ao cenário de violação, foi mensurada novamente a confiança do

consumidor (Confiança 2). Deste modo, pode-se verificar o efeito da gravidade da falha na

confiança.

A terceira parte do experimento foi caracterizada pela aplicação da tática de

recuperação da confiança do consumidor. Para tanto, foi informado ao participante que no dia

seguinte ele receberia uma ligação do banco pedindo desculpas, sendo aplicada a tática de

recuperação através da autoridade. A amostra foi então randomizada pelo próprio software

para o outro cenário. Em um dos cenários foi apresentado o assistente de relacionamento

(baixa autoridade) e no outro o gerente geral do banco (alta autoridade) pedindo desculpas

pelo ocorrido, tal como apresentado a seguir:

Cenário - Recuperação da confiança baixa autoridade (Alta autoridade - entre

parênteses):

“Olá tudo bem? Aqui quem fala é o João Paulo, assistente de relacionamento

(gerente geral do Banco) (preenchido pelo participante)), queremos agradecer por utilizar

nossos serviços bancários, estamos ciente que compareceu na agencia e não foi possível

realizar a transação bancária que o sr(a) gostaria, devido a um erro ocasionado em nosso

sistema interno.

Por este motivo entramos em contato contigo para pedir nossas sinceras desculpas

pela nossa falha. Queremos que erros como esse não voltem a acontecer. Mais uma vez

pedimos desculpas, agradecemos pela compreensão.

Qualquer solicitação, na condição de assistente de relacionamento (gerente geral) do

Banco (preenchido pelo participante) estou à sua disposição. ”

33

Logo após a aplicação da tática de recuperação, o participante respondeu à escala de

confiança (Confiança 3) para mensurar a confiança final no banco. Com isso, pode-se

verificar o efeito da recuperação da confiança para àqueles que foram submetidos ao cenário

de alta autoridade e para o cenário de baixa autoridade. Os procedimentos adotados para

coleta de dados são apresentados na figura 2.

Figura 2 - Procedimento de coleta

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

3.1.3 Mensurações

O estudo utilizou três formas distintas de mensurações, sendo consideradas medidas

necessárias para estudos experimentais: checagem da manipulação, para verificar a

efetividade da manipulação sobre a variável independente; a mensuração da variável

dependente, composta pela medida de confiança; e por fim, a mensuração das variáveis de

controle para controlar condições intervenientes.

3.1.3.1 Checagem da Manipulação

Na realização de estudos experimentais, a fim de diminuir a chance de erro, o

pesquisador deve certificar-se de que os participantes percebam a manipulação, o que também

auxilia no controle preciso do mesmo (HERNANDEZ; BASSO; BRANDÃO, 2014). Sendo

assim, é necessário utilizar perguntas de checagem da manipulação para cada uma das

34

variáveis independentes manipuladas, as quais são compostas pela gravidade do duplo desvio

e para a autoridade influenciando a tática de recuperação.

Para mensurar a gravidade da falha do duplo desvio, foi utilizada a escala de Mattila et

al., (2001), composta por 2 itens (α=0,875), mensurados em uma escala bipolar de 7 pontos.

Dos quais, são demonstrados a seguir:

Você diria que a gravidade dessa falha é?

o Nada importante - muito importante

o Nada grave – muito grave.

Para a checagem da manipulação da autoridade na tática de recuperação, foram

utilizadas 3 mensurações. Inicialmente uma questão dicotômica da ligação recebida e uma

escala de percepção de autoridade com o intuito de verificar a percepção da autoridade

política, mensuradas em uma escala tipo likert de 7 pontos, expostos a seguir:

Quem lhe retornou à ligação?

o O gerente geral do banco

o O assistente de relacionamento do banco

Quem lhe retornou à ligação detém de autoridade para tomar decisões?

o Discordo totalmente – Concordo totalmente

Por fim, foi inserida uma questão para verificar se a autoridade política seria

percebida pelos participantes também como autoridade epistêmica. Para realizar a checagem

de manipulação, foi utilizada a escala de expertise, adaptada do estudo de Ohanian (1990),

composta por 5 itens (α=0,953), mensurados por uma escala bipolar com 7 pontos. Os quais

são demonstrados a seguir:

Na situação apresentada você percebe que a pessoa é ...

o Não é um expert/ É um expert

o Inexperiente/ Experiente

o Não detém de conhecimento/ Detém de conhecimento

o Desqualificado/ Qualificado

o Não habilidoso/ Habilidoso

35

3.1.3.2. Variável dependente

Para mensurar a variável dependente confiança, foi utilizada a escala de Sirdeshmukh

et al., (2002), composta por 4 itens, mensurados por uma escala bipolar com7 pontos. Os itens

são demonstrados a seguir:

Você acredita que o Banco (preenchido pelo participante) é:

o Muito inconfiável/muito confiável

o Muito incompetente/muito competente

o De muita baixa integridade/de muita alta integridade

o De baixa capacidade de resposta as solicitações dos clientes/de alta

capacidade de resposta as solicitações dos clientes.

A confiança foi mensurada em três ocasiões. Primeiro a confiança inicial do provedor;

segundo, após o acontecimento do duplo desvio (gravidade: alta versus baixa) e por último,

para verificar a recuperação, após a tática de recuperação. A confiabilidade das escalas foi

mensurada através do alfa de Cronbach, com resultado para a confiança 1(α=0,879),

confiança 2 (α=0,923) e confiança 3 (α=0,926). A estatística descritiva está disponível no

apêndice B.

3.1.3.3 Variáveis de controle

Como proposto por Hernandez et al. (2014) o controle das variáveis estranhas

assegura que o único objeto que difere no estudo são as manipulações da variável

independente. Como o experimento ocorreu em um ambiente laboratorial, de forma

randômica, foi possível controlar as variáveis na aplicação no estudo, bem como realizar o

controle estatístico das mesmas.

Deste modo, foram controladas as seguintes variáveis: quanto tempo o participante é

cliente do banco (M=7,26 anos; F (1,170) = 1,193 p = 0,276); qual o principal uso do serviço

bancário (M=76,8 uso pessoal; F (1,170) = 0,944 p = 0,333); qual o principal canal de contato

utilizado com o prestador (Caixa eletrônico 45,9%. F (1,170) = 2,203 p = 0,140); com que

frequência o participante utiliza os serviços bancários (Semanalmente 38,1%. F (1,170) =

2,181 p = 0,151); se já realizou alguma reclamação pelos serviços bancários (Não 63%. F

(1,170) = 2,683 p = 0,103). Foram também controladas as atribuições de integridade e

competência adaptadas do estudo de Kim et al. (2004) a atribuição de integridade (α=0,934; F

(1,170) = 0,044 p = 0,835); e competência (α=0,892; F (1,170) = 0,929 p = 0,337). Como

36

demonstrado nos resultados, nenhuma das variáveis teve efeito significativo (resultado entre

parênteses), sendo assim, não foram inclusas na análise final.

Para mensurar o realismo do cenário, foi utilizada uma escala do tipo likert de 7

pontos e foi inserida uma questão para checagem de atenção (as análises são apresentadas nos

resultados das checagens da manipulação).

3.1.4 Pré-teste

Antes da aplicação do experimento, realizou-se dois pré-testes para verificar as

situações propostas referentes à gravidade no duplo desvio (alta versus baixa) e à autoridade

na tática de recuperação (alta versus baixa). No primeiro pré-teste foi utilizado uma amostra

com 10 participantes, os quais foram convidados a participar e responder todas as questões

relacionadas ao experimento.

Após os mesmos participarem da pesquisa individualmente, foram realizados

questionamentos de âmbito qualitativo relacionados ao estudo. Foi questionado se os

participantes eram capazes de identificar o objetivo e as hipóteses do estudo, verificando

assim se existia efeitos de demanda. Após verificar que estes não foram identificados, foi

questionado em relação aos cenários e as escalas para mensuração. Ao final, houve

questionamento quanto à realidade do cenário, deixando-o mais claro aos participantes. Essa

aplicação resultou em mudanças no instrumento de coleta de dados referente a questões

ambíguas. Para que houvesse ênfase na tática de recuperação, grifaram-se as palavras

referentes ao cargo da autoridade. Conforme o texto já apresentado realizou-se um pré-teste

com 20 participantes, cronometrando o tempo mínimo para a realização do experimento, não

sendo necessários outros ajustes, estes participantes foram agrupados na amostra final.

No apêndice A é apresentado um exemplo do instrumento de coleta de dados utilizado

no estudo, contendo os cenários de gravidade do duplo desvio e a tática de recuperação da

autoridade (alta versus baixa) com as demais questões do estudo

3.1.5 Técnicas de Análise

Os dados coletados foram tabulados e analisados a partir do software SPSS® versão

20. Foram analisados primeiramente os dados referentes à checagem da manipulação. Desta

forma, os testes estatísticos realizados para verificar as hipóteses e a checagem das variáveis

foram a análise de variância (ANOVA), a qual permite verificar a significância estatística

37

existente entre a diferença de médias dos grupos; o teste do qui-quadrado, para checagem da

manipulação, devido a utilização de questões categóricas e a análise de covariância

(ANCOVA). O teste de análise de covariância (ANCOVA) é realizado em estudos

experimentais, por utilizar duas variáveis independentes e também, as variáveis de controle

são inclusas na análise como covariáveis (HAIR et al., 2009).

38

4. RESULTADOS

A seguir são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do experimento. A

apresentação foi dividida em duas etapas. Inicialmente são apresentadas as checagens da

manipulação, para em seguida ser apresentado os resultados das hipóteses da pesquisa.

4.1 Checagens da manipulação

As checagens da manipulação, gravidade da falha e da autoridade foram realizados por

meio da análise de variância (ANOVA) e pelo teste do Qui-Quadrado (X2). Primeiramente,

foi realizada a checagem da manipulação da gravidade do duplo desvio (alta versus baixa),

sendo a autoridade a variável manipulada (independente) e a média do índice gerado dos 2

itens da escala de Mattila et al., (2001) como variável dependente. De acordo com análise

estatística, a média para os sujeitos na condição de baixa gravidade do duplo desvio

(Mbaixa_gravidade=4,76) foi significantemente menor que a média para os sujeitos na condição de

alta gravidade do duplo desvio (Malta_gravidade=5,34; F (1, 179) = 6,305; p<0,05).

Para a checagem da autoridade política, referente à questão dicotômica (Quem lhe

retornou a ligação?), foi realizado o teste do Qui-Quadrado, e os resultados obtidos

demonstram que a manipulação foi eficaz (X2=78,722; df=1; p<0,05), com resultados

significativos para a percepção da manipulação. No cenário de baixa autoridade, 89,4%

alegaram que o assistente de relacionamento lhe retornou a ligação, enquanto no cenário de

alta autoridade, 75,6% dos participantes alegaram que o gerente geral lhe retornou a ligação.

Na medida de tipo likert para a autoridade política (Quem lhe retornou à ligação detém de

autoridade para tomar decisões?), foi realizada a análise de variância (ANOVA), a média

para os sujeitos na condição de baixa autoridade (Mbaixa_autoriedade=3,76) foi significativamente

menor que para a condição de alta autoridade (Malta_autoriedade=5,73; σ=1,6; F (1, 178) = 27,466;

p<0,05). Para verificar a autoridade epistêmica através da escala de Ohanian (1990),

composta por 5 itens, também foi utilizada a análise de variância (ANOVA). Os resultados

demonstraram o efeito significativo para a autoridade, com médias significativamente

menores no cenário de baixa autoridade (Mbaixa_autoridade=4,33) quando comparado à condição

de alta autoridade (Malta_autoridade=5,38; F (1, 178) = 27,466; p<0,05).

Além da análise das checagens da manipulação, foi realizada também a análise do

realismo do cenário ao qual os participantes foram expostos (M=5,22; σ=1,43), por meio de

uma ANOVA de duas vias considerando como variáveis independentes as manipulações

39

(autoridade e gravidade do duplo desvio), e como variável dependente o realismo do cenário.

Foi possível identificar que não houve efeito significativo da gravidade do duplo desvio (F (1,

177) = 0,182; p<0,670) e da autoridade (F (1, 177) = 1,024; p<0,313) no realismo dos

cenários apresentados. Não houve, também, efeito para a interação entre as duas variáveis

independentes (F (1, 177) = 2,556; p<0,112). Esses resultados indicam que não houve

diferenças significativas dos grupos experimentais quanto ao realismo do cenário,

demonstrando assim que a média do realismo foi eficaz em ambos os cenários.

Para a checagem de atenção (Qual o motivo da ligação que você recebeu?), a análise

foi realizada através do teste do Qui-Quadrado (X2=0,011; df=1; p<0,535), a qual indicou que

não se obteve resultados significativos perante os grupos do experimento, isto é, em ambas as

manipulações os participantes estavam atentos à aplicação da pesquisa (82,9% dos

participantes).

4.2 Resultados das Hipóteses

Após a realização das análises das checagens da manipulação consideradas adequadas,

com base em seus resultados, foram então realizados os testes para as hipóteses da pesquisa.

Teste da hipótese 1: Para verificar a hipótese 1, foi realizada uma Anova de um fator,

tendo como variável independente a autoridade e como variável dependente o Δ da confiança

(C3-C1). Os resultados apontam que há um efeito significativo da autoridade do representante

sobre a confiança (F (1, 179) = 19,020; p<0,05). A média da recuperação da confiança na

condição de alta autoridade (MΔalta_autoridade=0,37; σ=0,97) foi significativamente maior que o

obtido na condição de baixa autoridade (MΔbaixa_autoridade= -0,38; σ=1,33). Esse efeito confirma

a H1 proposta pelo estudo, isto é, quanto maior for a autoridade do emissor, maior é a

influência da tática de recuperação na confiança. Os resultados são demonstrados na tabela 1.

40

Tabela 1 – Efeito da Autoridade e Confiança

Fonte Soma dos

quadrados

tipo III

Graus de

liberdade

Média do

quadrado

F Significância

Variável dependente: Δ da confiança (C1-C3)

Modelo corrigido 26,399a 1 26,399 19,020 0,000

Interceptação 0,004 1 0,004 0,003 0,959

Autoridade 26,399 1 26,399 19,020 0,000

Erro 248,439 179 1,388

Total 274,938 181

Modelo Corrigido 274,838 180

a. a. R2= 0,096 (R2 ajustado=0,091)

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Teste da hipótese 2: Para verificar a hipótese 2, foi realizada uma ANOVA de duas

vias, tendo a autoridade como variável independente, a gravidade da falha como variável

moderadora e como variável dependente o Δ da confiança (C3-C1). Os resultados da análise

são demonstrados na tabela 2.

Tabela 2 - Fatores de interação entre as variáveis

Fonte Soma dos

quadrados

tipo III

Graus de

liberdade

Média do

quadrado

F Significância

Variável dependente: Δ da confiança (C1-C3)

Modelo corrigido 40,316a 3 13,439 10,143 0,000

Interceptação 0,031 1 0,031 0,024 0,878

Gravidade da falha 8,185 1 8,185 6,177 0,014

Autoridade 24,976 1 24,976 18,850 0,000

Gravidade da falha *

Autoridade

6,415 1 6,415 4,842 0,029

Erro 234,522 177 1,325

Total 274,938 181

Modelo Corrigido 274,838 180

b. a. R2= 0,147 (R2 ajustado=0,132)

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Ao observar os efeitos principais na tabela 2, percebe-se que a autoridade teve efeito

significativo sobre a variação da confiança (F (1, 177) = 18,850; p<0,05). Do mesmo modo, o

efeito da gravidade do duplo desvio também foi significativo (F (1, 177) = 6,177; p<0,05). O

efeito de interação entre as variáveis, a autoridade e a gravidade do duplo desvio, obteve

efeito significativo (F (1, 177) = 4,842; p<0,05) sobre a variação da confiança. Os resultados

41

demonstram que a manipulação da gravidade do duplo desvio alterou o efeito da autoridade

sobre a recuperação da confiança. A partir dessa interação, verificou-se que há uma diferença

significativa entre as médias nas condições de gravidade do duplo desvio e na condição de

alta autoridade (MΔbaixa_gravidade= 0,76; MΔalta_gravidade= -0,04; F (1, 177) = 10,461; p<0,05), o

que não ocorre na condição de baixa autoridade (MΔbaixa_gravidade= -0,41; MΔalta_gravidade= -0,36;

F (1, 177) = 0,043; p<0,836). Como os resultados demonstram, compreende-se que há

alteração do efeito da autoridade na tática de recuperação de acordo com a gravidade

percebida, mais especificamente na condição em que há a alta autoridade como emissor do

pedido de desculpas.

Por outro lado, entre as condições de gravidade do duplo desvio, verificou-se que há

uma diferença significativa na tática de recuperação da confiança ocasionada pela autoridade

do emissor, na condição de baixa gravidade do duplo desvio (MΔbaixa_autoridade= -0,36;

MΔalta_autoridade= 0,76; F (1, 177) = 21,386; p<0,001). Enquanto que não há diferença

significativa na condição de alta gravidade do duplo desvio (MΔbaixa_autoridade= -0,41;

MΔalta_autoridade= -0,04; F (1, 177) = 2,294; p=0,132). Com este cruzamento, percebe-se que a

alta autoridade do emissor na tática de recuperação tem um efeito significativo para restaurar

a confiança em condições de baixa gravidade do duplo desvio (versus alta gravidade). Esses

cruzamentos são apresentados de forma gráfica na Figura 4.

Figura 3 - Interação entre gravidade da falha e autoridade

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

A hipótese 2 da pesquisa foi rejeitada, pois o que a hipótese propunha era a relação

inversa ao que é demonstrado pela figura. O pressuposto era de que na condição de alta

-0,043

0,761

-0,41 -0,361

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Alta Baixa

Δ C

onfi

ança

Gravidade do duplo desvio

Alta autoridade Baixa autoridade

42

gravidade do duplo desvio, a alta autoridade agisse com mais influência para recuperar a

confiança. Já em condições de baixa gravidade do duplo desvio, a autoridade na tática de

recuperação teria recuperações semelhantes em ambos cenários. Porém, demonstrou-se no

estudo que, na condição de baixa gravidade do duplo desvio, o gerente representando a alta

autoridade, obteve efeitos superiores de recuperação. Já para a baixa autoridade no estudo

representado como o assistente de relacionamento, os resultados de recuperação obtidos

foram muito similares em ambas condições de gravidade do duplo desvio.

4.3 Discussão dos resultados

O estudo teve o propósito de ampliar os conhecimentos relacionados à violação da

confiança e à recuperação da mesma. Especificamente, verificou-se se a autoridade do

emissor no pedido de desculpas era capaz de recuperar a confiança do consumidor e, também,

qual a interação existente entre a gravidade do duplo desvio e a influência da autoridade na

tática de recuperação.

Perante à necessidade de as organizações recuperarem a confiança dos consumidores e

para evitar que elas sofram com as consequências negativas após o acontecimento do duplo

desvio (GRÉGOIRE et al., 2009), tem-se o pedido de desculpas na literatura como uma tática

eficaz para recuperar a confiança em ambos os desvios (p. ex. SCHWEITZER et al., 2006;

BASSO; PIZZUTI, 2016). Porém, um ponto importante que permanecia em aberto para ser

explorado na efetividade do duplo desvio, diz respeito à capacidade persuasiva da autoridade

aplicada à tática de recuperação da confiança. Para tanto, este estudo explorou o papel da

autoridade do emissor no pedido de desculpas.

Conforme Patterson et al. (2006) verificaram o efeito de uma autoridade no

comportamento de consumo, esta dissertação evidenciou que a autoridade aplicada no pedido

de desculpas, ou seja, um elemento de persuasão, demonstrou-se eficaz para aumentar a

efetividade do pedido de desculpas para recuperação da confiança do consumidor após o

duplo desvio.

Especificamente, este estudo encontrou que em condições nas quais o pedido de

desculpas é emitido por um colaborador com alta autoridade no ambiente organizacional

(gerente neste estudo), a recuperação da confiança foi maior do que em condições em que o

emissor do pedido de desculpas é reconhecido pelo consumidor como detentor de menor

autoridade. Portanto, na ocorrência de falhas no serviço e na recuperação deste, a tática de

recuperação da confiança, quando verbal como nesta pesquisa, deverá ser emitida por um

43

colaborador de elevada autoridade no meio organizacional para ampliação dos efeitos

restauradores de confiança.

O rebaixamento do status social é um mecanismo utilizado a fim de explicar a atuação

da autoridade na efetividade do pedido de desculpas. Harelli e Eisikovts (2006) inferiram que

a empresa ao pedir desculpas iguala o status relacional entre as partes. Desta forma, quanto

maior o status do emissor do pedido de desculpas, maior será o rebaixamento percebido pelo

consumidor e, portanto, maior será a efetividade do pedido de desculpas, agindo com mais

influência para recuperar a confiança do consumidor.

Outro resultado a ser discutido refere-se ao papel moderador da gravidade do duplo

desvio na relação entre a tática de recuperação e a confiança do consumidor. As médias da

variação da confiança (C3-C1) na condição gravidade do duplo desvio (baixa versus alta) com

a influência da autoridade na tática de recuperação (alta autoridade versus baixa autoridade),

tiveram médias distintas de recuperação da confiança entre as manipulações dos cenários.

Mais especificamente, na condição de alta gravidade do duplo desvio, a alta autoridade do

representante organizacional não foi capaz de realizar uma recuperação da confiança mais

efetiva, sendo esse resultado encontrado somente na baixa gravidade do duplo desvio.

Devido à confiança envolver eventos e pensamentos que se fazem presentes em todo o

processo de compra do consumidor (BAGOZZI et al., 1999), ela envolve bases emocionais

(LEWICK; BUNKER, 1996; WANG; HUFF, 2007). Nesse sentido, um possível mecanismo

para explicar os resultados encontrados na condição de alta gravidade do duplo desvio, pode

estar relacionado às emoções negativas geradas no consumidor em relação ao prestador de

serviços, e estas influenciaram a percepção do rebaixamento da autoridade organizacional,

dificultando assim o processo de recuperação. Cabe destacar que, no estudo, as emoções não

foram mensuradas como variáveis de controle. Sendo assim, pressupõe-se que os participantes

estavam dominados por emoções negativas (p. ex. raiva, tristeza, desejo de vingança...) e estas

se sobressaíram à autoridade do representante organizacional, resultando em um índice menor

de recuperação da confiança.

É importante ressaltar que este estudo abordou a autoridade no cenário proposto como

autoridade política, ou seja, o gerente, influenciando a tática de recuperação da confiança.

Percebeu-se que, através das checagens da manipulação, o gerente também foi identificado

como uma autoridade epistêmica por meio da escala de expertise do indivíduo. Pressupõe-se

que este resultado se dá em função do grau de instrução que normalmente é necessário para

assumir cargos hierárquicos maiores.

44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De forma resumida, a dissertação respondeu aos objetivos específicos e ao geral

proposto pela pesquisa. Evidenciou-se que a autoridade se efetivou como influenciadora da

tática de recuperação da confiança, confirmando a hipótese 1. Houve a moderação da

gravidade da falha perante a autoridade como forma de recuperação da confiança, porém não

da maneira que a hipótese previa, rejeitando assim a hipótese 2. Deste modo, a dissertação

traz contribuições tanto para o avanço da literatura quanto para o meio gerencial, bem como

suas limitações e sugestões para futuros estudos preencherem essa lacuna. Estes elementos

são apresentados a seguir.

5.1 IMPLICAÇÕES TEÓRICAS

Esta dissertação teve o intuito de produzir pequenos avanços na literatura do

Marketing, mais especificamente nas questões referentes ao comportamento do consumidor,

como as falhas nos serviços e a sua recuperação. Buscou-se preencher uma lacuna teórica

sobre a autoridade, na qual esta pode ser utilizada como influenciadora da tática de

recuperação da confiança. De modo geral, os resultados efetivaram o papel da autoridade

como influenciador na tática de recuperação. Especificamente foi demonstrado que o pedido

de desculpas possui diferentes eficácias para a restauração da confiança de acordo com

diferentes condições de autoridade (gerente versus assistente).

É válido destacar que esta dissertação explorou o paradigma relacional sobre a

medida da confiança, sendo utilizada como variável de análise a variação da confiança,

mensurando inicialmente a confiança do prestador de serviço do participante, para após

apresentar o cenário de violação e, por fim, na aplicação da tática de recuperação foi

mensurada a confiança do participante. Com isso, este estudo investigou as variações da

confiança ao longo dos acontecimentos destacados.

Desta forma, é possível agregar algumas contribuições à literatura. A primeira delas

tange à violação da confiança, pois os principais estudos que a investigaram (p. ex. KIM et

al., 2004; FERRIN et al., 2007), pesquisaram somente o efeito da gravidade da falha no

desvio simples e a erosão do duplo desvio na confiança, logo, não foi investigado como a

percepção da gravidade do duplo desvio influencia na confiança dos consumidores. Portanto,

o estudo possui como implicação teórica o aprofundamento da investigação da violação da

confiança, mais especificamente quanto à percepção da gravidade do duplo desvio na

45

confiança do consumidor. O encontrado aprofunda a discussão que existe entre a gravidade

percebida do duplo desvio e a sua relação com a recuperação da confiança.

A discussão sobre o comportamento do consumidor foi aqui aprofundada, bem como a

sua relação com o construto da autoridade. Até o momento somente havia sido investigada a

influência deste construto na percepção da gravidade da falha (SEMBADA et al., 2010) e na

recuperação do serviço (PATTERSON et al., 2006), não tendo sido ainda verificado os efeitos

na confiança do consumidor. Nesse âmbito, o estudo conseguiu mostrar a efetividade da

autoridade como influenciadora no pedido de desculpas, através da tática de recuperação da

confiança após o duplo desvio. Isto é, os resultados inferem que a confiança foi restaurada em

ambas as situações de gravidade, embora no caso de alta autoridade, a restauração foi mais

efetiva.

Como contribuição final, o estudo propõe avanços na teoria, ao inferir que a gravidade

do duplo desvio vem a condicionar a efetividade da tática de recuperação da confiança. Sendo

que esse efeito até então na literatura não foi verificado. Destaca-se que a gravidade da falha

já foi utilizada como variável moderadora para restaurar o senso de justiça em outros estudos

(p. ex. WEUN et al., 2004), mas não a fim de recuperar a confiança.

5.2 CONTRIBUIÇÕES GERENCIAIS

Os resultados obtidos no desenvolver deste estudo geram contribuições também à

prática gerencial. Inicialmente, as falhas no serviço trazem consigo resultados negativos

(SMITH et al., 1999), relacionados à erosão da confiança (ELANGOVAN et al., 2007) e a

atitudes retaliatórias por parte dos consumidores (HUEFNER; HUNT, 2000). Nenhuma

organização está imune ao acontecimento de falhas ou à entrega do serviço abaixo das

expectativas do consumidor.

As organizações devem projetar sistemas de recuperação para que estejam alinhadas

em termos de resultado e processo, ambos ligados à entrega do serviço. Os provedores devem

rastrear e monitorar o acontecimento de falhas no serviço, como no desvio simples,

enfatizando o duplo desvio, pois este ocasiona uma erosão ainda maior na confiança dos

consumidores. Para facilitar o processo de recuperação, os colaboradores devem ser treinados

para identificar com maior clareza a gravidade da falha na perspectiva do consumidor em

ambos os desvios, e assim facilitar o processo de recuperação.

Os resultados mostram claramente que as percepções dos consumidores referente à

recuperação da confiança são significativamente afetadas pela interação entre a tática de

46

recuperação, no estudo o pedido de desculpas influenciado pela autoridade (alta versus baixa),

e a própria percepção do valor do consumidor, com resultados positivos tanto para o

consumidor, quanto para o provedor de serviços. Pois o consumidor, ao perceber a

importância do cargo do representante organizacional (autoridade), tende a se sentir mais

valorizado e a aceitar a reconciliação, como demonstrado, recuperando, assim, a confiança na

organização. Isso ocorre, também, pelo fato de a mesma rebaixar seu status na perspectiva

relacional.

As organizações precisam estar cientes de que a gravidade percebida pelo consumidor

no duplo desvio dificulta o processo de recuperação da confiança. Sendo assim, devem

produzir um ambiente no qual os funcionários de frente reproduzam comportamentos

amigáveis e sensíveis à orientação individual do seu consumidor, monitorando todo o seu

histórico, para quando se fazer necessário, aplicar táticas de recuperação adequadas a cada

indivíduo. Mesmo sendo humanamente impossível ou irreal considerar que os colaboradores

de frente avaliem instantaneamente uma orientação individual, este tipo de informação pode

ser inserida e monitorada em sistemas de CRM (Customer Relationship Management). Essa

ferramenta tecnológica permite que as organizações segmentem, monitorem e vistoriem todo

o comportamento do seu consumidor, através de informações previamente inseridas no

sistema pelos colaboradores ou por mapeamentos no ambiente online. Para informações mais

especificas e o aprofundamento do cadastro do consumidor, pode ser aplicada uma pesquisa

de mercado ou uma pesquisa após cada contato que o consumidor tenha com a organização,

investigando as informações de orientação individual para prover dados ao perfil cadastral.

5.3 LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Como toda pesquisa científica, esta dissertação apresenta algumas limitações. Desta

forma, abrem-se possibilidades para que outras pesquisas venham a abranger e preencher as

lacunas teóricas que tangem à recuperação da confiança e à autoridade.

Primeiramente, pode-se dizer que a pesquisa está limitada pelo cenário proposto no

experimento. O ramo bancário, foi escolhido por já ter sido utilizado anteriormente para

verificar o duplo desvio (CASADO-DIAZ; NICOLAU-GONZALBEZ, 2009). Sugere-se que

outros estudos possam realizar o mesmo estudo tanto no ramo hoteleiro quanto em outros

serviços relacionados à realidade urbana.

Menciona-se, também, que as duas falhas para a violação da confiança sucederam-se

através de falhas de competência, como já visto em estudos anteriores que falhas de

47

integridade levam os consumidores a realizarem avaliações mais negativas quando

comparadas às de competência (p. ex. KIM et al., 2004; ELANGOVAN et al., 2007). Desta

forma, futuros estudos podem verificar se estes resultados se repetem. Do mesmo modo, é

sugerido que seja investigado se a gravidade do duplo desvio aumenta a propensão a atitudes

retaliatórias, como o boca a boca negativo e a intenção de troca do provedor.

Além do mais, no cenário proposto no experimento, não foi controlado se a gravidade

do duplo desvio ocorreria em uma experiência de trabalho ou de lazer, pois situações durante

o horário de trabalho demandam menos tempo livre, o que poderia estar diretamente ligado ao

aumento de emoções negativas dos consumidores, gerando resultados distintos.

Como demonstrado nos resultados, existe a moderação da gravidade da falha entre a

autoridade na tática de recuperação da confiança, porém não da maneira prevista. Desta

forma, presume-se que as reações emocionais ocasionadas pela gravidade do duplo desvio

possam ter gerado emoções negativas (p. ex. LEWICK; BUNKER, 1996), lembrando que,

outro fator limitante do trabalho foi o não controle das reações emocionais dos participantes, o

que possibilita a futuros pesquisadores abrangerem estudos com o controle das reações

emocionais, a fim de se verificar o quanto elas influenciam na recuperação da confiança.

Ainda, outros estudos podem verificar a autoridade aplicada a vestimentas, a expertise

aparente, também, a outras táticas de recuperação já efetivadas como, por exemplo, a

promessa (SCHWEITZER et al., 2006), a compensação financeira (DESMETT et al., 2011) e

a negação do acontecido (FERRIN et al., 2007).

48

REFERÊNCIAS

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54

APÊNDICE A – EXEMPLO DE INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS DO

ESTUDO

(Cenário: Alta gravidade / Alta autoridade)

PESQUISA

Prezado (a) participante.

Esta pesquisa está sendo realizada para a dissertação de mestrado em administração da

Faculdade Meridional – IMED. Esta pesquisa é de cunho científico e as respostas são

sigilosas. Não existem respostas certas, portanto sinta-se à vontade para responder as questões

de acordo com sua percepção.

Para maiores informações, entre em contato ([email protected]) ou pelo fone (54)

98125-7868.

1) Qual o principal banco que você utiliza para realização de transações bancárias? _________________________

2) Há quanto anos você é cliente do banco (software demostra o banco respondido)?

_________________________

3) Qual seu principal motivo de utilizar os serviços bancários?

( ) Uso pessoal ( ) Uso professional

4) Qual seu principal canal de contato com o banco que você utiliza?

( ) Atendimento Telefônico

( ) Atendimento pessoal

( ) Caixa eletrônico

( ) Serviços mobile (via Smartphone)

5) Com que frequência você costuma utilizar serviços bancários?

( ) Diariamente ( ) Semanalmente

( ) Mensalmente ( ) Trimestralmente

( ) Semestralmente ( ) Anualmente

55

6) Você acredita que o banco é....

1 Muito inconfiável 1 2 3 4 5 6 7 Muito confiável

2 Muito incompetente 1 2 3 4 5 6 7 Muito competente

3 De muita baixa integridade 1 2 3 4 5 6 7 De muita alta

integridade

4 De baixa capacidade de

resposta ás solicitações dos

clientes

1 2 3 4 5 6 7 De alta capacidade de

resposta ás

solicitações dos

clientes

Leia a situação descrita, e imagine na sua relação com o banco.

Você se direciona até o banco (preenchido pelo participante) para a utilização dos serviços

bancários no caixa eletrônico.

Aguarda na fila para poder utilizar o caixa, chegando sua vez, você insere o cartão do banco

e no momento de inserir sua senha para finalizar a transação, ocorre um erro. Diante do

erro, você tenta resolver trocando de caixa eletrônico, mas o problema continua se repetindo.

Então você chama o atendente para lhe ajudar.

O atendente se aproxima e lhe fala:

- Boa tarde, não sei o que está acontecendo. Vou resolver o problema e em 15 minutos você

pode tentar novamente.

Passados os 15 minutos, você faz uma nova tentativa de utilizar o caixa eletrônico, e no

mesmo momento a falha se repetiu e a seguinte mensagem apareceu na tela do caixa

eletrônico:

Ocorreu uma falha inesperada, e para a sua segurança este cartão está sendo bloqueado por

24 horas.

Por ter o cartão bloqueado, você não conseguiu mais realizar transações nas próximas

horas.

7) Em base do ocorrido você acredita que o banco é...

1 Muito inconfiável 1 2 3 4 5 6 7 Muito confiável

2 Muito incompetente 1 2 3 4 5 6 7 Muito competente

3 De muita baixa integridade 1 2 3 4 5 6 7 De muita alta

integridade

4 De baixa capacidade de

resposta ás solicitações dos

clientes

1 2 3 4 5 6 7 De alta capacidade de

resposta ás

solicitações dos

56

clientes

No dia seguinte você recebe um telefonema do banco, lhe informando o seguinte:

Olá tudo bem? Aqui quem fala é o João Paulo, gerente geral do Banco (preenchido pelo

participante) , queremos agradecer por utilizar nossos serviços bancários, estamos ciente que

compareceu na agencia e não foi possível realizar a transação bancária que o sr(a) gostaria,

devido a um erro ocasionado em nosso sistema interno.

Por este motivo entramos em contato contigo para pedir nossas sinceras desculpas pela

nossa falha. Queremos que erros como esse não voltem a acontecer. Mais uma vez pedimos

desculpas, agradecemos pela compreensão.

Qualquer solicitação, na condição de gerente geral do Banco estou à sua disposição.

8) Com base na situação ocorrida e na ligação recebida você percebe que o banco é...

1 Muito inconfiável 1 2 3 4 5 6 7 Muito confiável

2 Muito incompetente 1 2 3 4 5 6 7 Muito competente

3 De muita baixa integridade 1 2 3 4 5 6 7 De muita alta

integridade

4 De baixa capacidade de

resposta ás solicitações dos

clientes

1 2 3 4 5 6 7 De alta capacidade de

resposta ás solicitações

dos clientes

9) Em sua percepção a falha ocorrida é...

1 Nada importante 1 2 3 4 5 6 7 Muito importante

2 Nada grave 1 2 3 4 5 6 7 Muito grave

10) Qual foi o motivo da ligação que você recebeu?

( ) O pedido de desculpas ( ) Para informar novas utilidades via smarthphone

11) Quem lhe retornou a ligação?

( ) O Gerente geral do banco ( ) O assistente de relacionamento do banco

12) Quem lhe retornou a ligação detém de autoridade para tomar decisões importantes?

1 Discordo totalmente 1 2 3 4 5 6 7 Concordo totalmente

57

13) Na situação apresentada você percebe que a pessoa é...

1 Não é um expert 1 2 3 4 5 6 7 É um expert

2 Inexperiente 1 2 3 4 5 6 7 Experiente

3 Não detém de conhecimento 1 2 3 4 5 6 7 Detém de

conhecimento

4 Desqualificado 1 2 3 4 5 6 7 Qualificado

5 Não habilidoso 1 2 3 4 5 6 7 Habilidoso

14

)

Com base na situação e no telefonema,

qual o seu grau de concordância com as

alternativas abaixo?

Discordo totalmente / Concordo

totalmente

1 O banco é capaz de realizar seu trabalho 1 2 3 4 5 6 7

2 O banco possui conhecimento sobre as atividades que precisam desempenhar

1 2 3 4 5 6 7

3 Eu sinto confiança nas habilidades do banco 1 2 3 4 5 6 7

4 Eu aprecio os valores e princípios morais e éticos do banco

1 2 3 4 5 6 7

5 Princípios e morais sólidos parecem orientar o banco

1 2 3 4 5 6 7

6 O banco demonstra integridade (valores éticos e morais em suas ações)

1 2 3 4 5 6 7

15) Qual o seu grau de concordância

com a afirmativa abaixo?

Discordo totalmente / Concordo totalmente

A situação descrita é realista. 1 2 3 4 5 6 7

16) Você já realizou alguma reclamação pelo uso de serviços bancários?

( ) Sim ( ) Não

17) Qual sua Idade? ___________

18) Qual seu gênero?

( ) Masculino ( ) Feminino

19) Qual seu grau de escolaridade?

( ) Sem escolaridade ( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior completo ( ) Pós graduação

58

20) Qual sua renda familiar?

( ) Abaixo de R$1000,00 ( ) R$1100,00 á R$2500,00 ( ) R$2600 á R$3500,00

( )R$3600 á R$4500,00 ( ) acima de R$4600,00

21) Qual a sua profissão? _________________

59

APÊNDICE B – ESTATÍSTICA DESCRITIVAS DAS VARIAVEIS DO ESTUDO

Tabela 3 - Estatísticas descritivas das variáveis do estudo

Construto utilizada Média ± Desvio - padrão Alfa de

cronbach

Confiança 1: (Você acredita que o banco é:) 5,36 ± 1,20

0,879

Muito inconfiável/ Muito inconfiável 5,63 ± 1,29

Muito incompetente/ Muito incompetente 5,20 ± 1,40

De muita baixa integridade / De muita alta

integridade

5,52 ± 1,33

De muita baixa capacidade de respostas dos

clientes/ De muita alta capacidade de respostas

dos clientes

5,09 ± 1,56

Confiança 2: (Em base do ocorrido você

acredita que o banco é:)

4,15 ± 1,45

0,923

Muito inconfiável/ Muito inconfiável 4,56 ± 1,58

Muito incompetente/ Muito incompetente 3,97 ± 1,58

De muita baixa integridade / De muita alta

integridade

4,42 ± 1,47

De muita baixa capacidade de respostas dos

clientes/ De muita alta capacidade de respostas

dos clientes

3,66 ± 1,79

Confiança 3: (Com base do ocorrido e com a

ligação recebida você percebe que o banco

é:)

5,34 ± 1,28

0,926

Muito inconfiável/ Muito inconfiável 5,37 ± 1,41

Muito incompetente/ Muito incompetente 5,24 ± 1,39

De muita baixa integridade / De muita alta

integridade

5,43 ± 1,37

De muita baixa capacidade de respostas dos

clientes/ De muita alta capacidade de respostas

5,31 ± 1,49

60

dos clientes

Gravidade da falha (Em sua percepção a

falha ocorrida é...)

5,04 ± 1,51

0,875 Nada importante/ Muito importante 5,18 ± 1,55

Nada grave/ Muito grave 4,92 ± 1,66

Expertise (Na situação apresentada você

percebe que a pessoa é...)

4,83 ± 1,45

0,953

Não é um expert/ É um expert 4,39 ± 1,59

Inexperiente/ Experiente 4,81 ± 1,65

Não detém de conhecimento/ Detém de

conhecimento

4,91 ± 1,53

Desqualificado/ Qualificado 5,09 ± 1,52

Não habilidoso/ Habilidoso 4,98 ± 1,49

Atribuição de competência (Com base na

situação e no telefonema, qual o seu grau de

concordância com as alternativas abaixo?)

5,21 ± 1,38

0,892 O banco é capaz de realizar seu trabalho 5,02 ± 1,37

O banco possui conhecimento sobre as

atividades que precisam desempenhar

5,19 ± 1,41

Eu sinto confiança nas habilidades do banco 5,06 ± 1,55

Atribuições de integridade (Com base na...) 5,09 ±1,31

Eu aprecio os valores e princípios morais e

éticos do banco

5,16 ± 1,51

0,934 Princípios e valores morais sólidos parecem

orientar o banco

5,22 ± 1,45

O banco demonstra integridade (valores éticos e

morais em suas ações)

5,26 ± 1,45

Fonte: Dados da pesquisa 2017.