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FACULDADE MARIA MILZA CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA MANUELE SANTOS OLIVEIRA A INTERFERÊNCIA DA PROPAGANDA NA AUTOMEDICAÇÃO: UMA REVISÃO DE LITERATURA GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2020

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FACULDADE MARIA MILZA

CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

MANUELE SANTOS OLIVEIRA

A INTERFERÊNCIA DA PROPAGANDA NA AUTOMEDICAÇÃO: UMA

REVISÃO DE LITERATURA

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2020

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MANUELE SANTOS OLIVEIRA

A INTERFERÊNCIA DA PROPAGANDA NA AUTOMEDICAÇÃO: UMA

REVISÃO DE LITERATURA

Projeto de conclusão de curso

apresentado na Faculdade Maria

Milza, no curso de Bacharelado em

Farmácia, na disciplina de TCC II,

como requisito de avaliação do

semestre 2020.2.

ORIENTADORA: PROFª. REBECA PIMENTEL ARRUDA

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2020

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Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:

Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Oliveira, Manuele Santos O48i

A interferência da propaganda na automedicação: uma revisão de literatura / Manuele Santos Oliveira. - Governador Mangabeira - BA , 2020.

39 f.

Orientadora: Rebeca Pimentel Arruda.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Faculdade Maria Milza, 2020 .

1. Automedicação. 2. Uso Indiscriminado de Medicamentos. 3. Automedicação Propagandas. 4. Propaganda de Medicamentos - Leis. I. Arruda, Rebeca Pimentel, II. Título.

CDD 615.6

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MANUELE SANTOS OLIVEIRA

A INTERFERÊNCIA DA PROPAGANDA NA AUTOMEDICAÇÃO: UMA

REVISÃO DE LITERATURA

Aprovado em ____/____/____

BANCA DE APRESENTAÇÃO

________________________________________

Profª. Rebeca Pimentel Arruda Faculdade Maria Milza

________________________________________ Prof. Altamiro José dos Santos

________________________________________ Prof. Roque Cardozo Pereira

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2020

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Dedico este trabalho a minha filha Fernanda, cuja sua presença

foi fundamental em minha vida, pois ela me passava forças nos

momentos em que sentir não ter mais, por ela e pra ela sempre.

Minha eterna gratidão.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por todas as bençãos em minha

vida, e por ter me dado a oportunidade de realizar esse sonho.

Sou grata a minha mãe Valdenir Santos por ser esta mulher guerreira e

exemplo em minha vida de determinação, força e fé. Em especial agradeço a

minha maior riqueza, minha filha Fernanda, muito obrigado por todo amor, carinho

e principalmente por não me deixar desistir. Meu eterno carinho e gratidão a meus

irmãos Manoel e Daiane pelo carinho e paciência e Humberto por ter sido meu

braço direito nessa jornada.

A meu esposo Laelson por cuidar tão bem de nossa filha durante a minha

ausência, na realização desse grande sonho, por todo apoio, muito obrigado.

Minha eterna gratidão a Maria das Graças Borges de Jesus por mim acolher

quando eu mais precisei, sem você a realização desse sonho não seria possível,

obrigada por cuidar e educar minha filha todos esses anos.

À Profª. Rebeca Pimentel Arruda, minha orientadora, por aceitar o desafio de

orientar este trabalho, Muito obrigada por tudo!

Com muito carinho gostaria de agradecer a todos os meus colegas de

trabalho, da faculdade e aos professores do curso de Farmácia da FAMAM por

toda paciência comigo, e aos meus amigos que ao longo dessa jornada fizeram

parte deste sonho contribuindo direta ou indiretamente, em especial aqueles que

estavam comigo em todos os momentos Reigiane Machado, Sonia, Dani, Érica,

Juliane Vitena, Emanuelle Pimentel, muito obrigada por tudo.

A todos minha eterna gratidão!

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RESUMO

Automedicação é entendida como uso de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas que não estejam aptas. Apesar de existir medicamentos que são classificados como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), conhecidos como medicação responsável, que são utilizados para tratar sintomas e males menores, no estudo foi identificado que existem medicamentos utilizados na automedicação que não se enquadram nesta classe, pois é necessário o acompanhamento de um profissional. Compreendendo que o sistema apresente Leis que regulamentam as propagandas de medicamentos, a mesma vem interferindo na automedicação de forma que contribui ao uso exacerbado de medicamentos sem prescrição e sem orientação correta quanto ao uso. Neste contexto pôde ser observado as dificuldades que o profissional farmacêutico vem tendo para contribuir com este serviço, visto que as pessoas já saem de casa com o nome do medicamento, por indicação de vizinho, algum familiar ou até mesmo uma receita antiga. Nesta perspectiva, este estudo tem como objetivo revisar na literatura e discutir a automedicação, as leis que regulamentam a propaganda, o papel do profissional farmacêutico, averiguando assim a importância do seu serviço na vida dos pacientes. Refere-se a uma revisão de literatura, no qual utilizou como fonte de investigação artigos publicados em base de dados como: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Pubmed, Google Acadêmico e Sites Oficiais, e utilizando as palavras chave: automedicação, classes farmacológicas, propagandas, uso indiscriminado de medicamento, papel do farmacêutico e leis que regulamentam a propaganda. Conclui-se que o estudo mostrou que a população sofre forte influência das propagandas de medicamentos contribuindo para o uso indiscriminado dos mesmos, compreendendo assim, o profissional farmacêutico no seu dia-a-dia tem que exercer o seu papel de orientação quanto ao uso racional de medicamentos, lembrando que a prática da automedicação vem sendo utilizada há muito tempo, principalmente pelas dificuldades de acesso da população ao sistema de saúde.

Palavras-chave: Automedicação. Uso indiscriminado de medicamento. Leis que regulamentam a propaganda.

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ABSTRACT

Self-medication is understood as the use of medicines by oneself or by indication of people who are not fit. Although there are medicines that are classified as Exempt from Prescription Drugs (OTC), known as responsible medication that are used to treat symptoms and minor illnesses, in the study it was identified that there is medication used in self-medication that does not fit this class, because it is necessary the accompaniment of a professional. Understanding that the system presents Laws that regulate the advertising of medicines, it has been interfering in self-medication in a way that contributes to the exacerbated use of medicines without prescription, without correct orientation as to their use. In this context, it was possible to observe the difficulties that the pharmaceutical professional has been having to contribute with this service, since people already leave home with the name of the medicine, by indication of a neighbor, some relative or even an old prescription. In this perspective, this study aims to review the literature and discuss self-medication, the laws that regulate advertising, the role of the pharmaceutical professional thus ascertaining the importance of the service in the lives of patients. It refers to a literature review in which it used as a source of investigation articles published in databases such as: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Pubmed, Google Academic and Official Sites, and using the key words: self-medication, pharmacological classes, advertisements, indiscriminate use of medication, role of the pharmacist and laws that regulate advertising. It is concluded that the study showed that the population suffers strong influence from drug advertisements contributing to the indiscriminate use of drugs, thus understanding that the pharmaceutical professional in his daily life has to exercise his role of guidance on the rational use of drugs remembering that the practice of self-medication has been used for a long time, mainly because of the difficulties of access of the population to the health system.

Keywords: Self-medication. Indiscriminate use of medication. Laws that regulate advertising.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Estrutura do AAS................................................................................19

Figura 02 –Estrutura da Loratadina.......................................................................21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Classificação dos AINEs....................................................................18

Tabela 02 – Vantagens e Desvantagens Terapêuticas de alguns Bloqueadores

dos Receptores H1 de Histamina...........................................................................21

Tabela 03 - Principais Características da Interferência da Propaganda na

Automedicação...................................................................................................... 29

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

RDC – RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA

MIPs – MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO

OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

AINEs – ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS

COX – CICLO-OXIGENASE

AAS – ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

PGs – PROSTAGLANDINAS

HCl – ÁCIDO CLORÍDRICO

pH – POTENCIAL HIDROGENIÔNICO

IBPs – INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS

NIA – NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA

LRA – LESÃO RENAL AGUDA

DRC – DOENÇA RENAL CRÔNICA

CNS – CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

CFF – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA

SM – SINTOMAS MENORES

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... ....13

2. METODOLOGIA.................................................................................................15

2.1 TIPO DE ESTUDO...................................................................................15

2.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TÍTULOS.............................................15

3. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................16

3.1 AUTOMEDICAÇÃO.................................................................................16

3.2 CLASSES FARMACOLÓGICAS MAIS UTILIZADAS NA

AUTOMEDICAÇÃO........................................................................................17

3.2.1 Anti-Inflamatórios Não Esteroidais...............................................17

3.2.1.1 Ácido Acetilsalicílico.......................................................................18

3.2.2 Antiácidos........................................................................................19

3.2.2.1 Hidróxido de Magnésio..................................................................20

3.2.3 Antigripais.......................................................................................20

3.2.3.1 Anti-Histamínico............................................................................20

3.2.3.2 Loratadina......................................................................................21

3.3. O USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTOS..........................................22

3.4. INTERFRÊNCIAS DA PROPAGANDA NA AUTOMEDICAÇÃO.....................23

3.5. LEIS QUE REGULAMENTAM A PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS.......25

3.6. ATUAÇÃO DO (A) PROFISSIONAL (A) FARMACÊUTICO (A) X

AUTOMEDICAÇÃO................................................................................................27

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................29

5. CONCLUSÃO....................................................................................................33

REFERÊNCIAS......................................................................................................34

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1 INTRODUÇÃO

Compreende-se que a automedicação é o uso de medicamentos sem

prescrição médica e sem acompanhamento do farmacêutico ou profissional

habilitado. As pessoas utilizam fármacos com base em propagandas, informações

populares ou antigas prescrições médicas, o que pode ser muito perigosa à

saúde, pois pode, por exemplo, mascarar os sintomas de uma doença, ou até

mesmo provocar a piora do quadro clínico, pode provocar interações com outros

medicamentos ou intoxicações medicamentosas (MUNDO-CRIVELLI e SODRÉ,

2013).

De acordo com Honorato (2014), a propaganda é um dos fatores que

contribui para o uso abusivo de medicamentos sem a prescrição médica, como

alternativa para diminuir sintomas e promover uma melhoria imediata da saúde.

De acordo com Nascimento (2000), o marketing tem o propósito básico de

satisfazer as necessidades e os desejos de um público alvo. Com os

medicamentos, esse propósito não se modifica e ainda define padrões tanto para

o mercado farmacêutico, quanto para o comportamento e a conduta terapêutica de

uma população.

De acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 102, de 30 de novembro de 2000, a

propaganda é definida como o conjunto de técnicas utilizadas com objetivo de

divulgar conhecimentos e/ou promover adesão a princípios, ideias ou teorias,

visando exercer influência sobre o público através de ações que objetivem

promover determinado medicamento com fins comerciais.

Seguindo estes pressupostos, Kotles e Keller (2006) compreendem que em

relação aos fatores que contribuem na decisão de compra o comportamento do

consumidor é favorecido por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos, e a

propaganda está relacionada a esses fatores.

Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo verificar a

frequência do uso indiscriminado de medicamentos por interferência da

propaganda. Como objetivos específicos descrever as leis que regulamentam a

propaganda, o papel do profissional farmacêutico no uso racional de

medicamentos e conhecer quais as principais classes de medicamentos que

apresentam maior interferência da propaganda.

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Assim, pretende-se discorrer sobre o tema interferência da propaganda na

automedicação, realizando uma pesquisa bibliográfica, visando a relevância deste

tema para a sociedade, pois o uso de medicamentos de maneira irracional pode

trazer sérias consequências como reações alérgicas, dependência e até mesmo a

morte.

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2. METODOLOGIA

2.1 TIPO DE ESTUDO

Essa pesquisa foi estruturada através de uma revisão da literatura do

tipo exploratório de caráter bibliográfico, foram inclusos artigos entre os anos de

2000 a 2020.

Realizou-se coleta de dados em artigos publicados nas seguintes bases

de dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Pubmed, Google Acadêmico

e Sites Oficiais, e utilizando as palavras chave: automedicação, classes

farmacológicas, propagandas, uso indiscriminado de medicamento, papel do

farmacêutico e leis que regulamentam a propaganda. Ressaltando ainda que

foram utilizados também livros e legislações de acordo com a importância perante

o tema.

Dando continuidade para identificação e seleção do material, foi feita leitura

do resumo dos mesmos, de modo a conhecer o conjunto das informações que

continham. Por consequência foi realizada uma leitura exploratória do texto

completo analisando se as publicações condizem com os objetivos do estudo.

2.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TÍTULOS

Na escolha dos artigos que compõem esse estudo, os critérios de inclusão

adotados foram: apenas artigos completos disponíveis nas bases de dados, no

idioma português e inglês.

Já os critérios de exclusão foram os seguintes: os textos que, ao final da

leitura, não possuíam relação ao tema indagado e duplicados nas bases de dados

consultadas.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. AUTOMEDICAÇÃO

A automedicação inicia desde uma atitude aparentemente inocente, como o

uso de uma aspirina para dor de cabeça ou um antiespasmódico para cólicas

menstruais, até à falta de compreensão em indicar para si próprio ou para outras

pessoas certos tratamentos à base de antibióticos ou antidepressivos (FONSECA;

FRADE, 2005).

Silva; et.al., (2019) diz que o processo de automedicação é muito complexo e

difícil de controlar, porém o trabalho em conjunto com profissionais e serviços de

saúde na mobilização e sensibilização da sociedade pode

surtir efeitos positivos, na medida em que a orientação do cuidado terapêutico,

não venha a ser negligenciado ou terceirizado, prejudicando o assim o serviço.

De acordo com Ferreira e Júnior (2018), a automedicação é uma forma de

acesso rápido tanto para um profissional da saúde, como especialmente para a

população menos favorecida e com mais dificuldade de acesso à saúde pública, e

que se realizada de forma correta, não causa danos aos pacientes, podendo até

ser benéfica ao diminuir as filas do sistema público e contribuir com a qualidade de

vida do paciente.

Segundo Abdalla e Castilho (2017) são necessárias ações de educação e

conscientização direcionadas aos clientes/consumidores, que devem ser

informados sobre os riscos da automedicação. Ressaltando que essas ações

também devem ser direcionadas aos prescritores, visando à prescrição racional

para que a conduta profissional seja em prol da população, e não direcionada a

interesses financeiros da indústria farmacêutica.

No que diz respeito à automedicação, Oliveira (2018) fala que o uso de

medicamentos de venda livre e/ou potencialmente inapropriados aumenta o risco

de interações medicamentosas que podem acarretar eventos adversos, trazendo

preocupação para o serviço de saúde.

Segundo Trebien (2011), a automedicação é compreendida pela falta de

orientação adequada, onde na maioria das vezes a população é influenciada por

propagandas e aconselhamento de pessoas não habilitadas (parentes, vizinhos,

amigos). Se alguns medicamentos classificados como MIPs, podem ser adquiridos

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livremente nas farmácias, não quer dizer que o consumo destes medicamentos

pode ser feito de qualquer maneira, pois a automedicação tem seus riscos e deve

ser realizada de modo consciente e restrito, evitando assim efeitos indesejados.

3.2. CLASSES FARMACOLÓGICAS MAIS UTILIZADAS NA AUTOMEDICAÇÃO

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), existe a automedicação

responsável, que está relacionada ao Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs).

Estes medicamentos são aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar

sintomas e males menores, são encontrados em farmácias e drogarias disponíveis

para aquisição sem prescrição médica, desde que os mesmos sejam utilizados

conforme as orientações nas bulas e rotulagens. Vale lembrar que seguindo as

orientações de uso seguro, os MIPs podem oferecer benefícios aos usuários.

Umas das vantagens do uso desse tipo de medicamento, é a comodidade, visto

que o paciente não precisa ir ao serviço de saúde para tratar de sintoma já

conhecido, aliviando assim os custos do sistema público de saúde (CFF, 2016).

Dentre as classes de medicamentos mais utilizadas na automedicação

encontram-se: relaxantes musculares, analgésicos, anti-inflamatórios, antiácidos,

antigripais, laxantes e antieméticos, sendo que, o público que mais utiliza

medicamento de forma indiscriminada são idosos e adultos, principalmente

quando se tem menor grau de escolaridade e pouco conhecimento para buscar

informações (OLIVEIRA; 2018).

3.2.1. Anti-Inflamatórios Não Esteroidais

Os Anti-Inflamatórios não esteroidais (AINEs), apresentam três ações

principais: ação anti-inflamatória, ação analgésica e ação antipirética. Esta classe

de fármacos é utilizada para tratar os efeitos indesejáveis causados pela resposta

inflamatória, agindo na diminuição do edema, da hiperemia, da febre e da dor,

contribuindo com a melhora da condição de qualidade de vida do paciente. Apesar

de apresentar uma segurança significativa, eles podem provocar efeitos adversos,

como uma dispepsia até a morte causada por uma úlcera perfurada ou

hemorragia, com isso, seu uso, deve ser feito de forma segura, para que possa

oferecer mais benefícios do que risco ao paciente, desta forma, deve ter um

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acompanhamento com um profissional de saúde (SANDOVAL, 2017), abaixo, na

tabela 1, segue a classificação dos AINEs.

Tabela 1 – Classificação dos AINEs.

CLASSIFICÇÃO DOS AINEs

Inibidores Seletivos COX-1

Inibidores Não Seletivos COX-1

Inibidores Não Seletivos COX-1

COX-2

Inibidores Altamente Seletivos COX-2

AAS (>100mg)

Meloxicam

Rofecoxibe (Vioxx)

AAS (<100mg)

Indometacina

Nimesulida

Valdecoxibe (Bextra)

Piroxicam

Etodolaco

Celecoxibe (Celebra)

Diclofenaco

Lumiracoxibe (Prexige)

Ibuprofeno

Etoricoxibe (Arcoxia)

Parecoxibe

Fonte: Adaptado BATLOUNI, M.,2010.

3.2.1.1 Ácido Acetilsalicílico (AAS)

De acordo com Silva e Partata (2014), o ácido acetilsalicílico (AAS),

pertencente ao grupo dos fármacos anti-inflamatórios não esteroidais, possui

propriedades analgésicas, antipiréticas, anti-inflamatórias e anti-agregante

plaquetária, atua como inibidores da enzima ciclo-oxigenase (COX), que resulta na

inibição da produção das prostaglandinas (PGs) e tromboxanos. Sandoval (2017),

também traz que o uso do AAS faz com que ocorra a inibição da síntese da

prostaglandina que estão associadas com o desenvolvimento da dor que

acompanha a lesão e inflamação, contribuindo também para baixar, a febre por

dilatação dos vasos sanguíneos, segue abaixo a estrutura química do AAS.

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Estrutura Química do Ácido Acetilsalicílico

As prostaglandinas são substâncias produzidas pelo nosso próprio

organismo e que estão relacionadas aos processos inflamatórios e dor, elas atuam

nos tecidos, onde são sintetizadas, sendo rapidamente metabolizados em

produtos inativos em seu local de ação, pois, elas não circulam em quantidade no

sangue, vale lembrar que os tromboxanos e leucotrienos são lipídeos relacionados

sintetizados a partir dos mesmos precursores que as prostaglandinas (WHALEN,

FINKEL, PANAVELIL; 2016).

Dentre os efeitos adversos estão: irritação gástrica, broncoespasmo, rinite,

urticária e outras manifestações cutâneas, necrose papilar renal. O ácido

acetilsalicílico reduz a agregação plaquetária e desta maneira prolonga o tempo

de sangramento (MONTEIRO, et.al. 2008).

3.2.2 Antiácidos

Quando ocorrem alterações no sistema gastrointestinal, como acidez

causada pela liberação exacerbada do HCl (ácido clorídrico) pelas células

parietais e consequente diminuição do pH (aumento do nível de acidez), encontra-

se os inibidores de bomba de prótons (IBPs), que atuam na função de inibir a

produção de ácido pelas células parietais do estômago, reduzindo a agressão do

esôfago representada pelo ácido, estes medicamentos também são considerados

MIPs (HENRY, 2014).

Page 20: FACULDADE MARIA MILZA CURSO DE BACHARELADO EM …

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3.2.2.1 Hidróxido de Magnésio

O Hidróxido de Magnésio também conhecido como leite de magnésio é um

antiácido indicado como laxante, utilizado para o tratamento da constipação

ocasional, e também como antiácido, para alívio de azia, má digestão, hiperacidez

gástrica e flatulência, o mesmo possui ação de neutralizar a acidez gástrica, um

dos seus efeitos é provocar uma diarreia, neste caso o paciente deve suspender o

uso. Porem existem medicamentos que se associado a este fármaco ajudam na

normalização da função intestinal (Whalen, Finkel & Panavelil, 2016).

3.2.3. Antigripais

Segundo a Anvisa (2003) a síndrome gripal pode ser induzida por um grande

número de agentes virais, como exemplo, adenovirus (33 sorotipos), influenza (3

sorotipos), coronavirus (4 sorotipos), rinovirus (mais de 100 sorotipos), echovirus

(31 sorotipos), o vírus sincicial respiratório (1 sorotipo), os vírus coxsackie A (23

sorotipos), os vírus coxsackie B ( 6 sorotipos), entre outros.

A gripe e o resfriado são doenças comuns entre a população, e é fácil o

acesso de medicamentos para o tratamento dos sintomas dessa doença, pois os

antigripais são considerados medicamentos de venda livre, vale lembrar que estes

medicamentos apresentam diversas propriedades que atuam combatendo os

sintomas, tendo como exemplos os analgésicos, anti-inflamatórios,

descongestionante nasais, anti-histamínicos e os antitussígenos (DIAS, et.al.

2013).

3.2.3.1 Anti-Histamínico

Os anti-histamínicos (antialérgicos) são os medicamentos mais utilizados no

tratamento das urticárias, o seu mecanismo de ação se baseia no bloqueio da

ação da histamina, substância que provoca dilatação dos vasos sanguíneos da

pele e formação das lesões que são as empolações, da coceira, bem como da

sensação de calor e rubor que caracterizam a doença. Atuam bloqueando os

receptores H1 clássicos, nas terminações nervosas e nos vasos sanguíneos,

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diminuindo as placas, o calor e a coceira e eles podem ser divididos em primeira

geração também chamados de sedantes e segunda geração não sedantes

(Whalen, Finkel & Panavelil, 2016), na tabela 2 estão apresentadas com as

vantagens e desvantagens dos anti-histamínico.

Tabela 2: Vantagens E Desvantagens Terapêuticas De Alguns Bloqueadores Dos Receptores H1 De Histamina.

Acentuado potencial sedativo

Utilizado no tratamento da doença do movimento

Baixo potencial sedativo

Não sedativo

Primeira geração (H1)

Bronfeniramina, Clorfeniramina,

Clemastina, Ciproeptadina, Difenidramina,

Doxilamina, Hidroxizina, Prometazina

Ciclizina, Difenidramina, Dimenidrato, Hidroxizina,

Miclizina, Prometazina

Segunda geração (H2)

Acrivastina, Cetirizina,

Levocetirizina

Desloratadina, Fexonadina, Loratadina

Fonte: (Whalen, Finkel & Panavelil, 2016).

3.2.3.2 Loratadina

A Loratadina é um anti-histamínico da 2º geração, por isso é classificado por

não sedante, com ação eficaz este medicamento atua combatendo os sintomas da

rinite alérgica e urticária, apresentando dentre as reações adversas fadiga,

cefaleia, sonolência, boca seca, transtornos gastrintestinais como náuseas e

gastrite (RAMOS, 2011).

Estrutura Química da Loratadina

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22

3.3. O USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTO

De acordo com ANVISA (2007), a falta de diagnóstico preciso pode induzir o

paciente a utilizar um medicamento que não seja o adequado, tendo como

exemplo: utilizar um medicamento para dor de cabeça, sendo que na verdade o

que pode está provocando esta dor é a pressão arterial que está descontrolada.

Vale lembrar que a utilização de um medicamento conforme orientação de uma

pessoa pode causar diversas reações, pois cada patologia e cada pessoa

requerem uma dose e uma frequência específica, por exemplo: um idoso e um

adulto podem ter o mesmo peso e mesma altura, mas devido às características

próprias de cada idade, a dose necessária para esses usuários pode ser diferente.

Compreende-se que o consumo de medicamentos em relação à

automedicação, feita de forma adequada, com orientação do profissional

farmacêutico, é diferente do uso irracional, quando a medicação é utilizada sem o

devido cuidado, onde não se observa a possibilidade de reações adversas ou de

interação medicamentosas, sem que haja prescrição ou orientação para seu uso

adequado, venha a ser uma prática perigosa (FERREIRA; JUNIOR, 2018).

De acordo com (CNS) Conselho Nacional de Saúde (2005), os

medicamentos de maior uso pela população brasileira são: anticoncepcionais,

analgésicos, descongestionantes nasais, anti-inflamatórios e alguns antibióticos,

adquiridos no balcão da farmácia sem nenhuma objeção. Para os especialistas, é

de fundamental importância que a população se atente para ao uso desses

medicamentos, pois a utilização inadequada de anti-inflamatórios, como exemplo,

pode levar à falência renal e, os antibióticos, pode causar resistência do

organismo a bactérias.

De acordo com Trebien (2011), um dos riscos do uso indiscriminado de

medicamento pode ser provocado pelo uso prologando do medicamento, onde o

paciente venha apresentar dependência a droga, desencadear uma síndrome de

abstinência, hemorragias provocadas por anticoagulantes orais, hipoglicemia por

conta dos antidiabéticos, sonolência por causa dos ansiolíticos e hipotensão com

anti-hipertensivos.

Conforme Lima; Lima e Silva (2020) o fácil acesso aos MIPs podem

favorecer ao consumo irracional do medicamento, em consequência, provocando

danos à saúde e gastos extras para as esferas do governo. É aconselhável que

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políticas de promoção ao autocuidado sejam estimuladas pelas esferas de

atenção à saúde, promovendo palestras educativas para a população, afim de

contribuir com a promoção e prevenção de saúde.

3.4. INTERFERÊNCIAS DA PROPAGANDA NA AUTOMEDICAÇÃO

De acordo com Azevedo e Pereira (2010), as indústrias farmacêuticas

deveriam seguir à risca as formalidades legais de maneira a evidenciar o caráter

promocional da propaganda, utilizando a televisão ou qualquer outro meio de

comunicação para promoção da publicidade dos medicamentos, contendo

informações racionais e corretas visando à diminuição dos riscos causados pela

automedicação e não utilizar de apelos emocionais para promover a venda,

tornando a publicidade como um meio de prescrição de medicamentos.

É percebido que as propagandas de medicamentos, geralmente têm o intuito

de serem incumbidas de não levar em consideração os critérios científicos,

divulgando somente seus benefícios. De acordo com Kotler & Armstrong (2005),

as propagandas são conjuntos estratégicos do marketing, largamente

aproveitadas nos vários meios de comunicação, ou seja, as propagandas de

remédios e/ou suplementos buscam desempenhar influência sobre o público e

provocam diretamente no cotidiano das pessoas interferência na aquisição de

medicamentos.

Segundo Torres (2016), o Brasil se destaca como um dos primeiros da lista,

dos países que mais consomem medicamentos sem prescrição do mundo, em

razão disso, tem-se um grande investimento voltado à propaganda vindo das

indústrias. É cada vez maior o número de pessoas que se automedicam, consome

medicamentos sem necessidade e sem apresentação de sintomas. Em boa parte,

isso se deve à influência da mídia, com suas propagandas apelativas sobre

medicamentos que aliviam qualquer tipo de dor.

É importante ressaltar a importância dos medicamentos, todavia um dos

problemas consiste na forma como esses medicamentos são utilizados, já que o

seu uso de forma indiscriminada pode ocasionar a dependência, o que pode gerar

graves danos à saúde de seus usuários (DUARTE, 2012).

Conforme Favaro (2017) cabe a publicidade um trabalho consciente tanto em

relação ao mercado de medicamentos quanto a sua propaganda, é preciso que

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24

nas campanhas fique explicada a importância da prescrição médica, e o quanto

pode ser maligno o uso do medicamento sem a orientação necessária.

Compreendendo que as propagandas de medicamentos, na maioria das vezes

são criadas divulgando somente seus benefícios. Vale lembrar que as

consequências disto são a influência negativa na automedicação, e o consumo

indiscriminado.

Para Souza (2008), a prática da automedicação é vista como um vilão no

tratamento de sintomas, pois cada dia cresce o número de pessoas que procuram

a “cura dos sintomas” em medicamentos indicados por familiares, amigos ou por

profissionais não comprometidos com a saúde da população. O que a maioria da

população não sabe, é que medicamentos podem resultar em reações adversas

graves não sendo corretamente utilizados, mascarando assim os sintomas na hora

do diagnóstico.

Portanto, divulgar medicamentos como se fossem simples produtos para

consumo é igual a incentivar a automedicação irresponsável que, agrava doenças

e sintomas. Compreende-se assim, que promover a aquisição de medicamentos

pode ser ineficaz ou inadequada para aquela afecção, podendo causar aumento

dos custos ao sistema público de saúde, no que diz respeito ao tratamento,

internação e acompanhamento de intoxicados por medicamentos (HONORATO,

2014).

Existe a necessidade de um novo modelo fiscalizador e regulador mais,

priorizando acima de tudo os interesses particulares. A sociedade estará protegida

da propaganda enganosa e abusiva, estando conscientizada sobre o uso racional

do medicamento. Salientando que a ideia de que saúde, bem-estar e felicidade

dependem de diversos fatores, não somente a medicamentos (ABDALLA;

CASTILHO, 2017).

Segundo Torres, et.al. (2018), as propagandas de medicamentos influenciam

no consumo destes produtos, destacando que o papel da propaganda é um

elemento motivador da compra, associando à indicação de balconistas e as

mulheres são as maiores consumidoras de automedicação. Mesmo com a

implantação de uma RDC (96/08), é perceptível que não houve mudanças na

cultura do consumo de medicamentos, visto que, as motivações quanto ao uso se

dão em grande parte por estes elementos supracitados influenciando ainda mais a

prática da automedicação.

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O uso da propaganda tem como finalidade apresentar um produto em

consequência aumentar as vendas, onde muitas vezes são deixadas de lado

informações importantes sobre a segurança do medicamento enfatizando apenas

os benefícios e indicações (GIMENES, 2019).

3.5 LEIS QUE REGULAMENTAM A PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2007)

dentre as causas da automedicação estão: a propaganda massiva de

medicamentos, desespero causado por sintomas ou pela possibilidade de adquirir

uma doença, falta de conhecimento sobre os efeitos adversos, tentativa de

solucionar problemas de saúde sozinhos e a ausência de orientação de um

profissional farmacêutico.

No entanto, a preocupação com o uso de medicamentos por interferência da

propaganda fez com que as autoridades se preocupassem em criar leis com

intuito de regular tais propagandas a fim de diminuir a influência delas. Desta

forma, a regulação da propaganda de medicamentos no Brasil teve suas primeiras

normas publicadas no âmbito da Lei 6.360 de 1976, regulamentada pelo Decreto

79.094 de 1977.

No ano de 2000, a ANVISA (Brasil, 2007) publicou a Resolução de Diretoria

Colegiada de número 102, que atualiza e reafirma várias determinações legais já

existentes. Na RDC 102/2000, destaca-se a exigência de constar, em português,

de forma clara e precisa a contraindicação principal do medicamento. Esta norma

veda a realização de propagandas que contenham comparações que não estejam

baseadas em informações comprovadas por estudos clínicos veiculados em

publicações indexadas e a prática de provocar temor, angústia ou sugerir que a

saúde de uma pessoa será ou poderá ser afetada por não usar o medicamento.

Proíbe a atribuição de propriedades curativas ao medicamento quando este é

destinado apenas ao tratamento sintomático e ao controle de doenças crônicas e

afirma que a publicidade não pode sugerir ausência de efeitos colaterais ou

adversos, ou utilizar expressões como: "'inócuo"', "seguro" ou "'produto natural"'

(Brasil, 2000).

De acordo coma ANVISA, Brasil (2000), o Art. 3º da RDC 102/2000 diz que

na propaganda, mensagens publicitárias e/ou outras práticas cujo objeto seja a

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promoção de medicamentos, devem ser cumpridos os requisitos gerais, sem

prejuízo dos que particularmente se estabeleçam para determinados tipos de

medicamentos, sendo exigido constar, em português, de forma clara e precisa a

contraindicação principal, se for o caso, tal como foi registrado na Agência

Nacional de Vigilância Sanitária.

Pode-se dizer que, segundo Soares (2008), automedicação tendenciosa e a

má qualidade das informações fornecidas pelas propagandas e publicidade de

medicamentos e produtos para a saúde geram impactos populacionais que vão

desde o risco sanitário até a economia. Desta forma, mesmo com a atuação da

ANVISA nas propagandas, o excesso de marketing industrial continua de forma

alarmante, esse fato leva à exposição dos pacientes brasileiros aos interesses de

uma indústria que busca lucros (NASCIMENTO, 2009).

Conforme ANVISA, Brasil (2000), do Art. 5º da RDC 102/2000, tendo em

vista a especificidade do meio de comunicação, denominado "Internet", a

promoção de medicamentos pelo referido meio deverá observar os seguintes

requisitos, além dos demais previstos neste regulamento: é vedada a veiculação

de propaganda, publicidade e promoção de medicamentos de venda sob

prescrição, exceto quando acessíveis exclusivamente a profissionais habilitados a

prescrever ou dispensar medicamentos e na veiculação de propaganda e

publicidade de medicamentos de venda sem exigência de prescrição devem

constar da mensagem publicitária a identidade do fornecedor e seu "endereço

geográfico".

Na RDC 102/2000 o Art. 10 descreve que na propaganda, publicidade e

promoção de medicamentos de venda sem exigência de prescrição é vedado:

estimular e/ou induzir o uso indiscriminado de medicamentos e/ou emprego de

dosagens e indicações que não constem no registro do medicamento junto a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, BRASIL, 2000).

Segundo o Art. 12 da RDC 102/2000 a propaganda, publicidade e promoção

de medicamento de venda sem exigência de prescrição deverão incluir, além das

informações constantes no inciso I do artigo 3º desta regulamentação: a) o nome

comercial do medicamento; o número de registro na Agência Nacional de

Vigilância Sanitária e o nome dos princípios ativos segundo a DCB e na sua falta a

DCI; b) as advertências: “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO

DEVERÁ SER CONSULTADO" (ANVISA, BRASIL, 2000).

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De acordo com Gimenes (2019), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) que é um órgão de farmacovigilância brasileiro, tem a necessidade de

atuar com campanhas de conscientização da população sobre o uso inadequado

de medicamentos e seus riscos, ao mesmo tempo realizar uma maior fiscalização

sobre os anúncios que estão disponíveis em farmácias, drogarias e até mesmo em

redes sociais.

3.6 ATUAÇÃO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO X AUTOMEDICAÇÃO

Klein (2009) pressupõe que o papel do farmacêutico é fundamental para

orientar o paciente a obter os medicamentos em locais apropriados, como

farmácias, drogarias, entre outros que tenham a autorização da Vigilância

Sanitária, pois assim o usuário estará utilizando um produto de qualidade e com

sua eficácia garantida. Seguindo estes pressupostos, Soterio (2016), informa que

o farmacêutico é o profissional capacitado e habilitado para garantir o bem-estar

dos consumidores, sendo de grande importância buscar efetivar um atendimento

qualificado à população, promovendo educação e consciência do serviço que o

cliente irá contratar.

De acordo com Carsoni e Junior (2018) é imprescindível aos profissionais de

saúde consciente da prescrição e dispensação dos medicamentos, que os

mesmos tenham informações das possíveis interferências que a propaganda

televisiva possa acarretar no tratamento farmacológico do paciente. Diante do

assunto, estes profissionais podem contribuir na implantação de ferramentas

favoráveis a tornar a regulação pública do setor de publicidade e propaganda de

medicamentos mais eficaz e aceitável, conforme com a atual Política Nacional de

Medicamentos.

Em consonância com Vernizi (2006), o farmacêutico desempenha o papel de

promotor de saúde, oferece ao consumidor informações importantes sobre o

medicamento, como por exemplo: formas de administração a fim de evitar

interações tanto com alimentos quanto com outros medicamentos, modo de

armazenamento, em muitos casos, com o intuito de evitar reações adversas,

interações medicamentosas, até prováveis negligências, que acercam o quadro de

saúde do paciente.

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Segundo a Resolução 357/01 do (CFF) Conselho Federal de Farmácia, a

automedicação é definida como “O uso de medicamentos isentos de prescrição

sob a orientação e acompanhamento do farmacêutico” (ANVISA, 2001). Em que

será necessário que se faça uma anamnese cuidadosa do paciente, isto é, com o

intuito de obter informações que irão dá subsídios a conduta do farmacêutico.

Após uma anamnese detalhada, o profissional farmacêutico devidamente

capacitado, decidirá de que forma atuar, tomando medidas para melhorar a

qualidade de vida do paciente, procurando esclarecer todas as dúvidas

relacionadas à saúde e ao consumo de medicamentos (MACEDO et. al., 2016).

De acordo com Fonseca; Frade (2005), o farmacêutico é um importante

profissional de saúde, capacitado a informar ao consumidor sobre os riscos

potenciais relacionados ao uso de medicamento sem prescrição. Por sua vez é

papel do farmacêutico também é ajudar a identificar se os objetivos terapêuticos

esperados estão sendo alcançados de forma a contribuir para garantir a

efetividade do tratamento. Ele é o último profissional a entrar em contato com o

paciente antes do início do tratamento, entretanto, seu papel social é essencial.

Gimenes (2019) ressalta que com a nova atribuição para prescrição de MIPs,

a exemplos dos analgésicos e antitérmicos usados para tratar dor e febre, o

farmacêutico tem a função de intervir na automedicação orientando o paciente em

casos de doenças simples, evitando agravos e quando necessário encaminhando-

o ao serviço médico.

É de fundamental importância à presença do profissional farmacêutico dentro

das drogarias e farmácias realizando o trabalho de conscientização da população,

uma vez que o farmacêutico tem a responsabilidade no momento da dispensação

e promoção do uso racional de medicamentos garantindo assim aos usuários

qualidade terapêutica e contribuindo para redução dos riscos de automedicação

(NETO, 2017).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram acessados e utilizados 42 publicações, dentre estas, 7 foram de sites

oficiais e livros, e as demais foram das plataformas: Scielo (ScientificElectronic

Library Online), Pubmed, Google Acadêmico. Diante disso, foi realizada uma

leitura dos artigos avaliando coerência ao tema discutido, e excluindo os que não

apresentaram relação ao tema, de acordo com a tabela 3 segue alguns artigos

trabalhados.

Tabela 3: Principais Características da Interferência da Propaganda na Automedicação

ARTIGO/ AUTORES

PERIÓDICO ANO TIPO DE PESQUISA

OBJETIVO RESUMO

Perfil de medicamentos utilizados por automedicação por idosos atendidos em centro de referência / Oliveira; et.al.

Revista Einstein

2018 Estudo Transversal

Determinar o perfil dos medicamentos utilizados por automedicação por idosos

Foi realizado uma pesquisa onde identificou um número elevado de idosos que usam a automedicação, em que destacou o amplo uso de medicamentos de venda livre e impróprios para idosos, aumentando assim o risco de interações medicamentosas e de efeitos adversos.

Resolução - RDC nº 102, de 30 de novembro de 2000/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Diário Oficial da União

2000 ANVISA Regulamento sobre propaganda e mensagens publicitárias

Esta resolução vem regulamentar propagandas, mensagens publicitárias e promocionais com o objeto de divulgação, promoção ou comercialização de medicamentos de produção nacional ou importados, nas formas e meios de sua veiculação, incluindo as

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A maioria da população brasileira recorre à automedicação para buscar alívio

de um sintoma ou obter a cura de uma doença, sendo influenciadas por vizinhos,

amigos, parentes, uma receita velha que já tinha em casa podendo ser usada por

apresentar o mesmo sintoma, propagandas em TVs, rádios e até mesmo na

internet, que utilizam de pesquisa do sintoma para se informar de qual

medicamento deve ser usado. Vale lembrar que, existem fatores que contribuem

para esta busca como, a economia de tempo, passar na farmácia é bem mais

rápido que ir ao médico, a facilidade de acesso a esses medicamentos (TREBIEN,

2011).

A prática da automedicação quando utilizada corretamente, pode também

contribuir para aliviar sintomas e reduzir a demanda dos sistemas de saúde

transmitidas no decorrer da programação normal das emissoras de rádio e televisão, e internet, alertando também quanto a Automedicação.

Estudo Sobre a Automedicação, o Uso Irracional de medicamentos e o Papel do Farmacêutico na sua prevenção /FERREIRA, Rogério Lobo; JÚNIOR, André Tomaz Terra.

Revista Científica FAEMA

2018 Estudo Revisão Bibliográfica

Demonstrar o papel do farmacêutico na orientação e conscientização dos pacientes na prática da automedicação

Orientar o paciente quanto ao uso irracional de medicamento, ao mesmo tempo descreve o papel do farmacêutico na automedicação.

A influência da propaganda, publicidade e promoção no consumo de medicamentos em uma drogaria no município de Paulo Ramos – MA / Neto; et.al.

Revista Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade

2017 Estudo Descritivo, Transversal e Quantitativo.

Avaliar a influência da propaganda, publicidade e promoção no consumo de medicamentos em uma drogaria

Foi identificado na pesquisa que a parte dos entrevistados sofre influência da propaganda, publicidade e promoção no consumo de medicamentos, não consideração os riscos que os mesmos se expõem ao automedicar-se.

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pública. Nesse sentido, a automedicação considerada responsável, é uma prática

aceita como parte integrante do sistema de saúde pela Organização Mundial de

Saúde (OMS), que compreende na orientação do paciente pelo profissional de

saúde no tratamento de sintomas menores com a utilização, exclusivamente dos

MIPs, voltados para o tratamento de sintomas menores (SM), sendo que estes

sintomas são definidos como enfermidades agudas, de baixo período de latência e

autolimitadas.

Foi observado durante as leituras de textos que os medicamentos que mais

aparecem como alvos principais da automedicação estão destinados a combater

dores de cabeça e estados febris moderados, tosses e resfriados, sintomas

gastrointestinais, fadigas passageiras, rinites alérgicas, dores musculares, aftas,

problemas cutâneos moderados, dentre outros, e foi possível identificar também

que as faixa etárias variam do jovem ao idoso.

Salienta-se sobre as classes de medicamentos utilizadas na automedicação,

que nem todas são consideradas como MIPs, existem medicamentos que são

exigidos prescrição médica, mas que foram identificados com o uso na

automedicação, visto que algumas pessoas podem ter reutilizado uma receita

velha, ou orientado por algum parente/amigo, ou até mesmo por uma propaganda.

O uso irracional dos medicamentos é caracterizado pela utilização de

remédios sem que haja nenhum tipo de controle ou informação prestada por

profissional da área de saúde. Esta prática é considerada um dos principais

fatores para o desenvolvimento de resistência a antibióticos causados pelo uso

indevido do medicamento, sem orientação de profissional de saúde e tempo de

tratamento interrompido.

Segundo Abdalla e Castilho (2017) por mais que exista as Leis que

Regulamentam a propaganda de medicamento, é importante a monitoração e

fiscalização da propaganda e publicidade de medicamentos, pois este meio de

comunicação, ao invés de fornecer informações para um consumo consciente e

racional, destacam as qualidades dos medicamentos e omitem seus aspectos

negativos, reforçando a ideia de que o medicamento anunciado é seguro, sem

interações, contraindicações e efeitos adversos, sinalizando no final da

propaganda “este medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue,

se persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado”.

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Durante o estudo foi observado que a Indústria Farmacêutica além de utilizar

os meios de comunicação, usa estratégias de marketing para propagar os

medicamentos, no intuito de incentivar a venda do mesmo, disponibilizando de

material publicitário e brindes pelas indústrias em congressos; anúncios em

revistas; abordagem por parte de propagandistas; distribuição de amostras

grátis; dentre outros.

De acordo com a RDC nº 102/2000 o Art. 18 os representantes dos

laboratórios devem transmitir informações precisas e completas sobre os

medicamentos que representem no decorrer da ação de propaganda, promoção e

publicidade junto aos profissionais de saúde habilitados a prescrever e dispensar.

No Art. 19 é proibido outorgar, oferecer ou prometer, prêmios, vantagens

pecuniárias ou em espécie, aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou

dispensar medicamentos, bem como aqueles que exerçam atividade de venda

direta ao consumidor.

A ANVISA por sua vez, vem intensificando as fiscalizações nos setores de

saúde, em farmácias e drogarias, orientando o profissional quanto ao uso

indiscriminado de medicamento, afim de diminuir os riscos inesperados, vale

lembrar que a prática da automedicação pode ser considerada um problema de

saúde pública, sendo apontada como maior causa da morbimortalidade

relacionada a medicamentos, e que vem sendo utilizada a muito tempo.

Para Ferreira e Junior (2018) o farmacêutico possui o importante papel, na

contribuição de medida para evitar a utilização irracional dos medicamentos,

sendo ele um profissional que visa prestar a assistência farmacêutica, conforme a

legislação e o código de ética, assistência essa que garante à população, o

acesso a medicamentos, um atendimento especializado para orientações, e

conscientização dos riscos de reações adversas, interações medicamentosas e

intoxicações por medicamentos.

Neste sentido o farmacêutico é considerado um promotor da saúde e deve

prover informações ao usuário para que se escolha o melhor produto para

prevenção e tratamento de doenças, principalmente quando o mesmo opta pela

prática da automedicação. Cabe ao farmacêutico também a responsabilidade de

identificar sinais e sintomas de agravos à saúde e a tomada de decisão,

aconselhando o encaminhamento do paciente a um médico.

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5. CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou que a população sofre forte influência das

propagandas de medicamentos o que gera automedicação indiscriminada.

Conseguimos identificar nos estudos a dificuldade dos profissionais farmacêuticos

no seu dia-a-dia em exercer o papel de orientação do uso racional de

medicamentos. Ressalto ainda que a prática da automedicação vem sendo

utilizada há muito tempo, principalmente pelas dificuldades de acesso da

população ao sistema de saúde.

A propaganda tem o objetivo de evidenciar um produto e

consequentemente aumentar suas vendas, deixando de lado, na maioria das

vezes, informações sobre a segurança do medicamento, como efeitos colaterais,

reações adversas e interações medicamentosas, mostrando apenas seus

benefícios e indicações.

Baseado nesta revisão conclui-se que se faz necessário que a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atue com campanhas de

conscientização da população sobre a automedicação e seus riscos, e com uma

maior fiscalização sobre os anúncios que estão disponíveis em farmácias,

drogarias e até mesmo em redes sociais.

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