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FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM NUTRIÇÃO ADELIANE GOMES SANTOS DE SOUZA PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR SOBRE OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS NO MUNICIPIO DE SAPEAÇU- BA GOVERNADOR MANGABEIRA BA 2019

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FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA

BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

ADELIANE GOMES SANTOS DE SOUZA

PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR SOBRE OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS NO

MUNICIPIO DE SAPEAÇU- BA

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2019

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ADELIANE GOMES SANTOS DE SOUZA

PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR SOBRE OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS NO

MUNICIPIO DE SAPEAÇU- BA

Monografia apresentado ao curso de

Nutrição da Faculdade Maria Milza como

requisito parcial ao título de graduada.

Orientadora Profª. Dra Vanessa de Oliveira Almeida

GOVERNADOR MANGABEIRA- BA

2019

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Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria

Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Souza, Adeliane Gomes Santos de

S591p Percepção do consumidor sobre os alimentos transgênicos no município de

Sapeaçu - Ba / Adeliane Gomes Santos de Souza. - Governador Mangabeira - BA , 2019.

56 f.

Orientadora: Vanessa de Oliveira Almeida.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade

Maria Milza, 2019 .

1. Biotecnologia. 2. Alimentos Transgênicos. 3. Meio Ambiente.

4. Rotulagem. I. Almeida, Vanessa de Oliveira, II. Título.

CCD 613.2

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ADELIANE GOMES SANTOS DE SOUZA

PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR SOBRE ALIMENTOS TRANSGENICOS NO

MUNICIPIO DE SAPEAÇU - BA

APROVADO EM __/__/__

BANCA DE APRESENTAÇÃO

_______________________________________

Vanessa de Oliveira Almeida

Orientadora

_________________________________________

Larissa Tannus Rebouças

Nome do convidado interno da instituição

______________________________________________

Laurenice Araújo dos Santos

Nome do convidado externo da instituição

GOVERNADOR MANGABEIRA- BA

2019

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Agradeço a Deus por ter me sustentado

até aqui. Dedico este trabalho ao meu

filho Alfredo Neto, e a minha mãe Adeli,

meus maiores motivadores.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus todo poderoso pelo dom da vida, por ter

mim sustentado até aqui, tiveram muitos momentos difíceis mas superei, meu

grande mestre, dono de toda ciência mim concedendo paciência e fé para

prosseguir na caminhada. A minha família, a minha mãe Adeli pelo incentivo, de

todos os dias, por ser meu alicerce, ao meu filho Alfredo Neto, responsável por pela

persistência diária, arrancando meus melhores sorrisos, ao meu irmão Márcio pela

ajuda e toques construtivos ao longo da pesquisa.

Aos meus amigos pela paciência e compressão de minha ausência, para

dedicação aos estudos, agradeço pelo apoio.

Aos amigos de sala, sem citar nomes, vou levar um pouco de cada um,

agradeço pelas risadas, conhecimentos compartilhados, brigas e discussões que

fazem parte do convívio.

Aos meus chefes que mim liberaram para as orientações, e todo processo de

construção da pesquisa.

Aos motoristas da topic, do ônibus, as caronas quando surgiam sempre no

percurso para faculdade, estágio, casa.

Ao pessoal da recepção, as meninas da biblioteca sempre atenciosas, ao

pessoal da informática e reprografia.

As minhas queridas Professoras de TCC Larissa Tannus e Manuela Barreto,

por orientações e paciência, e todo empenho com a turma, sempre atenciosas.

Enfim a todos que indiretamente contribuíram para conclusão dessa etapa.

E para fechar com chave de ouro, agradeço ao Anjo que Deus colocou na

minha vida, minha Orientadora Vanessa Almeida, minha docinho, que mim

compreendeu nos momentos difíceis que passei, mim ajudou muito incentivando e

orientando nas correções, sem falar nas noites que fiquei sem dormir. Meu muito

Obrigada. Valeu apena, enfim encerrada essa etapa.

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“Se o sábio lhes der ouvidos, aumentará seu conhecimento,

e o entendido adquirirá sábios conselhos”

-Provérbios (1:5)

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RESUMO

Os produtos alimentícios feitos a partir de ingredientes geneticamente modificados (GM) têm gerado várias controvérsias. O transgênico é oriundo da inserção ou eliminação de um ou mais genes provenientes de outra espécie, utilizando técnica da engenharia genética. Vários alimentos encontrados em supermercado possuem em sua composição algum ingrediente advindo da transgenia. Boa parte do público ainda teme possíveis efeitos negativos dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente. Entretanto, pesquisas de opinião nos Estados Unidos e na Europa indicam que a resistência aos transgênicos tem diminuído, refletindo talvez, uma tendência de gradual mudança de posição da percepção pública. Devido a isso o objetivo desse trabalho foi avaliar a percepção dos consumidores sobre os riscos e benefícios do consumo de alimentos transgênicos. Para alcançar o objetivo realizou um estudo descritivo e analítico com uma abordagem quantitativa que projeto foi aprovado pelo comitê de ética, com o número do parecer 3.319.486. Foi aplicado um formulário estruturado de acordo com os objetivos da pesquisa com a população da cidade de Sapeaçu, BA, a amostra foi composta por 55 indivíduos. Os resultados foram analisados através de análise de frequência com auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) (versão 18.0). Os resultados demostraram que o perfil dos consumidores da cidade é na maioria do sexo feminino, solteiros, com idade entre 19 a 63 anos e possuem ensino médio completo. Os entrevistados dizem conhecer a temática, no entanto não sabem identificar no rotulo a simbologia. Além disso, se sentem inseguros para opinar sobre o tema, onde as informações são obtidas na maioria das vezes através de programas televisivos. Com este estudo conclui-se que a população necessita de medidas educativas para esclarecer sobre os riscos e benefícios do consumo de alimentos transgênicos. Ressaltando a importância que o nutricionista possui para esclarecimentos sobre a alimentação da população.

Palavras-chave: Biotecnologia. Conhecimento. Meio ambiente. Rotulagem.

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ABSTRACT

Food products made from genetically modified (GM) ingredients have generated a number of controversies. The transgenic originates from the insertion or elimination of one or more genes from another species, using genetic engineering technique. Several foods found in supermarkets have in their composition some ingredient coming from transgenics. Much of the public still fears for possible negative effects of transgenics on health and the environment. However, opinion polls in the United States and Europe indicate that resistance to GMOs has been decreasing, perhaps reflecting a trend of gradual change in position and public perception. Due to this, the objective of this work was to evaluate the consumer's perception about the risks and benefits of the consumption of transgenic foods, and specifically to know the profile of the consumers; identify the risks and benefits said by consumers; to check the perception of transgenic food legislation. It was characterized as a descriptive and analytical study with a quantitative and qualitative approach. The project was approved by the ethics committee under number 3,319,489. Data collection was performed in the city of Sapeaçu-BA, with the application of a semi-structured form, involving 55 samples. The results obtained from the samples were analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) (version 18.0), showed that the consumers of the city present in the profile of the interviewees, mostly female, single between 19 and 63 years old, and 21% of schooling claiming to have middle school. Although most say they have been aware of the subject they do not know how to identify the T symbol in the labeling. The population still feels insecure to opine on the topic, in the argument and there is a need for measures to clarify the population about transgenics.

Keyword: Biotechnology. Knowledge. Environment. Labeling.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CIB= Conselho de informação sobre tecnologia

GM=Geneticamente modificado

IBOPE =Instituto Brasileiro de opinião e estatística

MAPA= Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

OGM= Organismos geneticamente modificado

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01- Esquema da produção de transgênicos através de DNA

recombinante ......................................................................................................... 18

Figura 02- Comparação entre a área plantada com culturas transgênicas ............ 18

Figura 03- Símbolo para identificar alimentos que contêm ingredientes transgênicos

segundo diretrizes da CTNBio ............................................................................... 23

Figura 04- Variedades transgênicas comercializadas no Brasil, segundo o estudo de

percepção sobre transgênicos na produção de alimentos realizada pela CIB em

2016 ....................................................................................................................... 26

Figura 05- Equação do erro amostral da pesquisa ................................................ 30

Figura 06- Caracterização da população de Sapeaçu em relação aos transgênicos:

sobre conceito, consumo, segurança, rotulagem, conhecimento da simbologia .... 36

Figura 07- O que entende por Biotecnologia ......................................................... 37

Figura 08- Opinião sobre utilização da engenharia genética na produção de

alimentos ............................................................................................................... 39

Figura 09- Pontos positivos do uso da engenharia genética ................................. 40

Figura 10- Pontos negativos do uso da engenharia genética ................................ 41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Tópicos que distinguem biotecnologia clássica e biotecnologia

moderna ................................................................................................................. 16

Tabela 2 Caracterização da população de Sapeaçu .............................................. 33

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Argumentos favoráveis e contrários aos transgênicos .......................... 21

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 15

2.1 BIOTECNOLOGIA ............................................................................................. 15

2.2 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS ......................................................................... 16

2.2.1 Benefícios dos alimentos transgênicos ...................................................... 19

2.2.2 Aspectos negativos dos alimentos trangênicos ......................................... 20

2.3 LEGISLAÇÃO E ROTULAGEM DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS .............. 22

2.4 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE ALIMENTOS

TRANSGÊNICOS .................................................................................................... 25

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 29

3.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................. 29

3.2 LOCAL E SUJEITO DA PESQUISA ................................................................... 29

3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................................. 30

3.4 COLETA DE DADOS ......................................................................................... 30

3.5 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 31

3.6 ASPECTOS ÉTICOS: ........................................................................................ 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 33

5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 43

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........... 49

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO ............................................................................ 52

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INTRODUÇÃO

Os organismos transgênicos são provenientes da introdução ou eliminação de

um ou mais genes decorrentes de outra espécie por técnicas de engenharia

genética, ou seja, são os organismos vivos (plantas e animais) geneticamente

modificados (GM) com aspectos novos em relação àquelas que já fazem parte de

sua natureza (CARVALHO; OLIVEIRA, 2017).

O cultivo, comercialização e consumo de alimentos geneticamente

modificados vem gerando debate desde o início de sua aplicação (ALMEIDA;

MASSARANI, 2018). No entanto, o Brasil encontra-se em destaque na produção e

comercialização de alimentos transgênicos, sobretudo de soja e milho. Sabe se que,

os mesmos são usados na produção e fabricação de outros alimentos, como

papinhas para crianças, salgadinhos e cereais matinais, óleos, chicletes, bolachas,

massas, margarinas, enlatados, entre outros (INSTITUTO BRASILEIRO DE

DEFESA AO CONSUMIDOR, 2010; CAMARA et al., 2009).

A aceitação dos transgênicos não é somente baseada de acordo o seu

processo de produção, entretanto engloba vários fatores, que os consumidores

julgam importante como: fatores socioeconômicos, idade, crenças, grau de

escolaridade, marca, valor nutricional, teor de química inserido no produto, entre

outros (OMS, 2015).

Devido às inseguranças existentes pelo consumo relacionadas aos alimentos

transgênicos alguns optam por pagar mais caro para se degustar alimentos

convencionais ou orgânicos, sem saberem dos reais benefícios dos organismos

geneticamente modificados (SIQUEIRA et al., 2010) São muitos os benefícios

associado aos organismos geneticamente modificado, dentre eles se destacam: o

aumento da produção de alimentos, possível melhoria do valor nutricional,

desenvolvimento de alimentos para fins terapêuticos, maior resistência e

durabilidade na estocagem e armazenamento, entre outros (SIQUEIRA et al., 2010).

No Brasil, ainda existem poucos estudos que avaliam a percepção dos

consumidores em relação aos transgênicos. Pesquisas revelaram que grande parte

dos entrevistados nunca tinha escutado falar sobre os transgênicos, sendo que são

mais conhecidos nas regiões Sul e Sudeste do país e por pessoas com maior nível

de escolaridade, além disso, foi relatado preocupação ou desconfiança em ingerir

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alimentos transgênicos (CASTRO; YOUNG; LIMA, 2012; BORBA, 2017;

CARVALHO; OLIVEIRA, 2017; ALMEIDA; MASSARANI, 2018).

Existe uma grande dúvida da população sobre os transgênicos, uma vez que

a população se considera mal informada pelos veículos de comunicação, empresas

e órgãos públicos. De um modo geral, a aceitação é maior quando os produtos

oferecem benefícios diretos aos consumidores ou a sociedade (PIETRANTONI;

ZANI, 2012).

Assim, surge o seguinte questionamento: qual a percepção dos consumidores

sobre alimentos transgênicos. Este fato, justifica o desenvolvimento desse estudo,

uma vez que os alimentos transgênicos são muito utilizados pela população

brasileira, estão inseridos no âmbito social, ainda há falta de conhecimento sobre

sua ação no organismo, porem vale ressaltar de acordo a estudos a atitude do

consumidor em relação aos produtos alimentares GM é diferente quando realizada

em países desenvolvidos e subdesenvolvidos (CASTRO; YOUNG; LIMA, 2014).

Para ter embasamento na discussão a respeito da segurança desses

alimentos, o consumidor deve ter conhecimento do que representa esta tecnologia e

o que se tem de concreto em termos de informações sobre vantagens e

desvantagens, relacionados aos produtos da transgenia, propiciando decisão pelo

consumo ou não. Para isso, é imprescindível que essas informações cheguem de

maneira clara e precisa (SANTOS; FERNANDES; FERNANDES, 2012).

Vale salientar que ao contrário do que a sociedade pensa, a liberação

comercial dos transgênicos é baseada numa série de quesitos e critérios, para se

tornar um alimento inóculo para consumo no âmbito da sociedade (SANTOS;

FERNANDES; FERNANDES, 2012). O Brasil foi um dos primeiros países com uma

legislação regulamentadora quanto a comercialização e plantio das diversas

espécies transgênicas por meio da LEI Nº 11.105/2005, mas mesmo assim pouco

ainda se sabe sobre os mesmos. Em consequência dessa situação, o objetivo geral

deste projeto foi avaliar a percepção dos consumidores sobre o consumo de

alimentos transgênicos no município de Sapeaçu-Bahia. E teve como objetivos

específicos: conhecer o perfil dos consumidores; identificar os principais riscos e

benefícios dos produtos transgênicos ditos pelos consumidores; verificar a

percepção em nível de legislação sobre os alimentos transgênicos; avaliar o

conhecimento da população sobre Biotecnologia.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BIOTECNOLOGIA

A biotecnologia é uma ciência multidisciplinar que inclui diversas áreas do

conhecimento, como a genética, a bioquímica, a engenharia genética, a nutrição,

dentre outras, ou seja, essa técnica utiliza substâncias dos organismos para produzir

ou modificar um produto, assim proporcionando melhoramento de plantas ou

animais, ou desenvolvimento de microrganismos para uso específicos. Isso

possibilita novas descobertas de processamento da manipulação do DNA inseridas

no cultivo de células e tecidos, produzindo transgênicos, fármacos, enzimas,

hormônios, vacinas e outros produtos químicos (GUSMÃO; SILVA; MEDEIROS,

2017).

O termo biotecnologia tem origem desde a data de 10.000 anos atrás, mesmo

com pouco conhecimento os homens, já utilizavam essa técnica na produção de

vinhos e pães. O homem começou a domesticar plantas e animais em seu benefício.

Na antiguidade já se utilizavam leveduras para a fabricação de outros produtos e

estima-se que também se começou a utilizar bactérias para a produção de queijos

(FALEIRO; ANDRADE; REIS JUNIOR, 2011; MALAJOVICH, 2012).

Quanto aos alimentos, há uma variedade de produtos alimentícios

modificados ou produzidos por processos fermentativos. Alguns, como os queijos, o

iogurte e outros produtos lácteos são utilizados há alguns anos. Os picles, as

azeitonas, o pão e o chucrute, também são alimentos que tem participação dos

processos biológicos em sua produção (SERAFINE; BARROS; AZEVEDO, 2002).

A biotecnologia tradicional constitui um conjunto de arranjos tecnológicos

associados aos elementos da natureza, por meio dela foi possível a fabricação de

alimentos como o leite, o queijo, o iogurte, e algumas verduras tais como a couve

comum, a belga, a flor, o brócolis e algumas outras, participam nesse processo na

agricultura, o cruzamento de plantas da mesma espécie ou de espécies distintas,

desempenhou um papel importante na evolução das plantas domesticadas

(BERTOLDI; SILVA, 2012; BENTHIEN, 2010).

A biotecnologia moderna caracteriza-se pela utilização de organismos vivos

modificados geneticamente por meio da engenharia genética ou tecnologia do DNA

recombinante. A engenharia genética, que integra a biotecnologia moderna, consiste

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na modificação direta do DNA, quando isolado o gene é incorporado de forma alterar

precisamente assim sendo utilizado através da transformação genética, resultando

em um organismo geneticamente modificado precisamente, com características

especificas de um ser vivo. No Tabela 1, pode-se observar as principais diferenças.

Tabela 1 -Tópicos que distinguem biotecnologia clássica e biotecnologia moderna

Biotecnologia Clássica Biotecnologia Moderna

Transferência de genes realizada por

meio de cruzamento- Reprodução

Sexual

Transferência de genes realizada por

meio de vetores

Possibilidade de modificações realizadas

em células reprodutoras.

Possibilidade de modificações realizadas

tanto em células reprodutoras quanto em

células somáticas

Trocas genéticas limitadas a indivíduos

da mesma espécie

Trocas genéticas são permitidas entre

quaisquer seres vivos

Isolamento de gene especifico não é

permitido

Isolamento de um único gene

responsável pela característica

especifica

Alteração aleatória Alteração precisa

Fonte: Morais (2005)

2.2 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

Os organismos geneticamente modificados são organismos produzidos por

meio de técnicas onde o material genético foi alterado de uma maneira que não

ocorreria naturalmente, ou seja, são aqueles que tiveram introduzido entre seus

genes um novo gene fragmentado de DNA pelo processo de engenharia genética,

onde pode-se transferir um gene de um organismo para outro, mesmo de espécies

diferentes, sem o emprego dos processos normais de reprodução (FAO, 2016;

GAVIOLI; NUNES; OLIVEIRA, 2015; MACHADO, 2014).

As etapas envolvidas no processo de transgenia compreendem a localização

dos genes a uma característica desejada, a obtenção de clonagem ou multiplicação

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desse gene, a transformação da célula do organismo, envolve receptor, seleção,

regeneração da planta e fixação da(s) característica(s) desejada (MACHADO, 2014).

Geralmente as características desejadas para um bom alimento,

consideradas seguro são: resistência a insetos, tolerância a herbicidas, produção de

um determinado nutriente, amadurecimento retardado, a doenças e a condições

ambientais adversas; a melhoria das características agronômicas, permitindo uma

melhor adaptação às exigências de mecanização; o aperfeiçoamento da qualidade;

a maior adaptabilidade a condições climáticas desfavoráveis, assim como a

domesticação de novas espécies, conferindo-lhes utilidade e rentabilidade

(CELERES, 2017).

Os alimentos transgênicos surgiram na década de 70 como resultados de

pesquisas feita por cientistas e pesquisadores de uma universidade Cohen e Boyer,

mediante o passo inicial para o mundo da transgenia. Eles conseguiram transferir

um gene para uma bactéria, mediante a isso dando o primeiro passo para o

processo de transgenia usando a técnica do DNA recombinante. Atualmente técnica

chamada de engenharia genética (SILVA, 2015).

A aplicação da moderna biotecnologia alimentar apresenta o risco de eliminar

do mercado, de modo acelerado e gradual, as empresas que não tenham acesso

aos mesmos recursos tecnológicos ou que optem por produzir alimentos

convencionais ou orgânicos (SILVA, 2010).

As principais ferramentas básicas utilizadas para produção, manipulação e

recombinação do material genético dos transgênicos, são: Os plasmídeos, onde tem

o DNA circulante bacteriano; enzimas de restrição, são proteínas que atuam

cortando o DNA em locais específicos, onde ocorre união de partículas do DNA,

(RIBEIRO; MARIN, 2012) conforme pode ser observado na Figura 1.

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Figura 1. Esquema da produção de transgênicos através de DNA recombinante.

Fonte: Guiarestauranteseeleto.com.br

Devido essa técnica do DNA recombinante, o Brasil dentre outros países vem

se destacando no uso da tecnologia de transgênicos, sendo os impulsionadores

mundiais de crescimento desta tecnologia, assim sendo os responsáveis por 47%

das variedades transgênicas plantadas no mundo e concentram cerca de 41% da

população mundial (Figura 2) o que mostra a importância de se estudar a opinião

dos consumidores nessas regiões (JAMES, 2013).

Figura 2 - Comparação entre a área plantada com culturas transgênicas (1996-

2013) nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Fonte: (JAMES, 2013)

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19

Os países com maiores áreas plantados com culturas transgênicas em 2013

foram Estados Unidos, Brasil e Argentina, sendo que no Brasil as principais culturas

transgênicas em destaque no consumo e comercialização, são: a soja, o milho, a

canola o algodão e o feijão .Na agricultura as sementes transgênicas, de acordo

com as observações de produtores, apresentam maior produtividade em relação às

sementes não transgênicas, por serem dotadas de características como resistência

a herbicidas e ao ataque de insetos (ALMEIDA; LAMOUNIER, 2011; OLIVEIRA,

2015: JAMES, 2013).

Dentre os benefícios da comercialização dos alimentos geneticamente

modificados estão; aumento da produtividade, aumento da população mundial com

diminuição de áreas plantadas. Por outro lado, as consequências negativas em

relação ao consumo dos transgênicos destacam-se entre: o aumento das alergias e

da resistência a antibióticos em animais e humanos, o alto risco de perda de

biodiversidade, principalmente quanto pela contaminação de sementes naturais por

transgênicas (PIMENTEL, 2010).

2.2.1 Benefícios dos alimentos transgênicos

Os benefícios dos alimentos transgênicos são o fator de maior relevância para

sua aceitação. De um modo geral, a aceitação é maior quando os produtos oferecem

benefícios diretos aos consumidores, meio ambiente ou sociedade (PIETRANTONI;

ZANI, 2012; RODRÍGUEZ-ENTRENA; SALAZAR-ORDÓÑEZ, 2013).

As principais vantagens que os transgênicos podem proporcionar são as

seguintes: aumento da produção e produtividade com redução dos custos;

alternativa para a comercialização dos produtos agrícolas, pela redução ou extinção

do uso de agrotóxicos; possibilidade de análises dos produtos transgênicos para a

total segurança alimentar e ambiental; aumento da variabilidade genética pela

inserção de genes exógenos em genomas funcionais; tornar os programas de

melhoramento genético direcionados adequadamente (BRUNELLI, 2011)

A alteração de características qualitativas e quantitativas, tais como a

composição protéica, de amido, gorduras ou vitaminas, caminhos metabólicos, é

conseguida em várias espécies. Essas modificações aumentam a qualidade

nutricional dos alimentos e ajudam a melhorar a saúde humana, combatendo a má

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20

nutrição e a subnutrição (FIGUEIREDO; MATTOS, 2009; COSTA-FONT;

MOSSIALOS, 2009).

Percebe-se nos estudos sobre transgênicos, que os consumidores europeus

são mais resistentes a aceitar alimentos geneticamente modificados ou com

utilização de algum tipo de tecnologia, do que em outros países, porém, alguns

fatores são capazes de aumentar ou diminuir a aceitação destes produtos mesmo

entre os consumidores mais resistentes. É possível observar semelhanças e

diferenças entre diversos povos, levando em conta principalmente a importância

econômica das plantações de OGM (MONTUORI; TRIASSI; SARNACCHIARO,

2012; PRATI; PIETRANTONI; ZANI, 2012; RODRÍGUES-ENTRENA; SALAZAR-

ORDÓÑES; SAYADI, 2013).

Em um estudo brasileiro, a presença de benefícios como apresentar maior

vida de prateleira entre outros, nos produtos geneticamente modificados, mostra que

mesmo depois de alguns benéficos apresentados, a maioria dos consumidores

preferiu os produtos convencionais, mesmo sem benefícios explícitos, daí a

importância de informações, para que se esclareçam dúvidas da população

(SIQUEIRA et al., 2010).

Quanto a segurança, os alimentos transgênicos são sujeitos a rigorosos

testes antes de ser liberados, o que não ocorre com alimentos convencionais,

reforçando o fato de que a engenharia genética oferece a oportunidade de diminuir –

ou mesmo de eliminar – nos alimentos os compostos que provocam alergias.

(PEREIRA; MOURA; CONSTANT, 2008).

O debate a respeito dos riscos alimentares sobre os transgênicos tem

promovido a manifestação de diversos grupos de interesse, favoráveis e

desfavoráveis ao uso. Alguns estudiosos afirmam suas opiniões, incentivando

debates científicos acalorados, em aspectos positivos e negativos. Com isso,

diversas questões surgem a respeito da capacidade de expressarem riscos e

benefícios sobre consumo dos transgênicos (COSTA; CASTRO; YOUNG; LIMA,

2012).

2.2.2 Aspectos negativos dos alimentos trangênicos

As preocupações pela qualidade dos alimentos geneticamente modificados

vêm a ser obstáculos para a escolha do consumidor, visto que surgem aspectos

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negativos que julgam, surgimento de reações não esperadas produzidas pela

transferência de material genético, da formação de novas proteínas alergênicas, da

produção de compostos tóxicos, e da diminuição da qualidade dos nutrientes nos

alimentos (XAVIER; LOPES; PETERS, 2009).

Em meio a polêmica questão dos transgênicos surgem algumas consequências

negativas que são apontadas pelos ambientalistas e demais opositores relacionados

à produção transgênica, basicamente são: aumento da contaminação dos solos e

dos lençóis freáticos; surgimento ou desenvolvimento de plantas e animais

resistentes a uma ampla gama de antibióticos e agrotóxicos; aparecimento de

alergias e de novas viroses; ameaça às plantas silvestres e às variedades nativas;

reduzindo assim a biodiversidade; a poluição genética; a erosão da diversidade

genética e a interrupção da reciclagem de nutrientes e energia no ecossistema;

antinutricionais e os que possam causar alterações na digestibilidade do organismo

(COSTA et al., 2011; KIKULWE; WESSELER; FALCK-ZAPEDA, 2011).

Há um intenso conflito entre defensores e críticos da tecnologia transgênica.

Grande parte da polêmica emerge da falta de informações completas e confiáveis

sobre riscos, benefícios e limitações dessa aplicação. Os vários argumentos,

utilizados por ambos os lados da controvérsia (CAMARA, 2009). Encontra-se no

Quadro 1 argumentos favoráveis e contrários a respeito dos transgênicos.

Quadro 1. Argumentos favoráveis e contrários aos transgênicos.

Argumentos Favoráveis Argumentos Contrários

Expansão do conhecimento cientifico

Conhecimento incompleto, que desconsidera a possibilidade de riscos ao

ambiente e dos agrossistemas sustentáveis.

Grande benefícios com o uso imediato dos transgênicos (sementes com qualidade nutritiva aumentada)

Benefícios medíocres, limitados ao grupo de grandes produtores, sem alcançar o pequeno produtor, seu desenvolvimento reflete interesses do sistema de mercado

global.

Ausência de perigos para saúde humana e ambiental que se originem se

seu uso e que não possam ser adequadamente administradas por

regulamentação planejadas.

Os maiores riscos podem não ser os que afetam diretamente a saúde humana e o ambiente, mas sim aqueles ocasionados

pelo contexto socioeconômico da pesquisa e do desenvolvimento de

transgênicos

Encontram-se em desenvolvimento métodos agroecológicos que permitam

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22

Inexistência de formas alternativas de agricultura a rem desenvolvidas em seu lugar, sem ocasionar riscos inaceitáveis.

alta produtividade em lavouras essenciais e ocasionam riscos relativamente menores; utilizam e protegem a

biodiversidade.

Fonte: (CÂMARA et al.,2008)

2.3 LEGISLAÇÃO E ROTULAGEM DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

De acordo com a legislação, a transgenia pode ser definida como o transporte

de genes de um ser para o outro, com aplicação da engenharia genética que, de

acordo com a LEI de Biossegurança n°11.105. Esta técnica pode ser aplicada a

diversos setores, inclusive ao de alimentos, portanto alimento transgênico pode ser

definido como aquele proveniente de plantas transgênicas ou seus respectivos frutos

ou vegetais, para consumo humano (direta ou indiretamente) (VERZOLA, 2011).

No Brasil, o órgão que regulamenta os assuntos referentes à OGM é a

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ligada ao Ministério da

Ciência, Tecnologia e Inovação, designada para esta função através da lei 11.105,

portanto, que todos os produtos para consumo e comercialização, compostos com

1% de organismos geneticamente modificados, deve apresentar o símbolo com a

letra T, indicando ser transgênico, pois a legislação de rotulagem dá ao consumidor

o direito à informação sobre os produtos alimentares (BRASIL, 2005; ANVISA,

2018).

A ANVISA fiscaliza, prioritariamente, instituições com pesquisas cujo Nível de

Biossegurança seja classificado da CTNBio (Art. 39 do Decreto nº 5.591/2005) e que

envolva OGM ou derivados destinados ao uso humano, resguardadas as

competências dos demais órgãos de fiscalização, em especial do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A Resolução da Diretoria Colegiada

- RDC nº. 61/2016 da Anvisa atribuiu, dentre outras competências, à de “avaliar,

fiscalizar, controlar e acompanhar as atividades laboratoriais em que se

desenvolvam pesquisas envolvendo OGM” (ANVISA ,2018).

Sendo que os rótulos são o meio de comunicação entre o produto e o

consumidor, influenciando nas escolhas, aceitabilidade e confiabilidade do produto,

as informações presentes nos rótulos é um modo de controle da qualidade de

alimentos, para que a rotulagem de alimentos sirva como orientação ao consumidor

sobre a qualidade e a quantidade dos constituintes nutricionais dos produtos,

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23

possibilitando a escolha alimentar, as informações devem ser corretas (SILVA, 2008;

CAMARA et al., 2008).

Figura 3- Símbolo para identificar alimentos que contêm ingredientes transgênicos

segundo diretrizes da CTNBio.

Fonte: minha escola web.com br

Na Argentina e nos Estados Unidos um dos países que mais produz

transgênicos no mundo, a rotulagem é opcional, não necessitando indicar a

quantidade utilizada do material. Na União Européia é voluntario a rotulagem, no

entanto, pensam que podem dificultar a comercialização já que este tipo de

estratégia pode reforçar as crenças e atitudes negativas em relação a estes

alimentos (COSTA; MARIN, 2011; RODRÍGUES-ENTRENA; SALAZAR-ORDÓÑES;

SAYADI, 2013).

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a ter uma legislação

regulamentadora quanto ao plantio e comercialização das variedades transgênicas é

importante ressaltar que ao contrário do que a sociedade pensa, a liberação

comercial dos transgênicos no país é baseada na comparação entre as suas

características químicas, com finalidade seguras para o consumidor (SANTOS;

FERNANDES; FERNANDES, 2012).

Portanto, para avaliação dos produtos geneticamente modificados, os

procedimentos técnicos de biossegurança devem envolver a investigação das

seguintes variáveis: a) quantidade provável do alimento a ser consumido pela

população, incluindo o consumo médio e o extremo; b) descrição do alimento e do

Page 26: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM …

24

seu processo produtivo; c) histórico e qualquer possível efeito adverso à saúde

humana relacionada ao organismo que está sendo modificado; d) descrição do

processo de modificação genética; e) avaliação de possíveis efeitos adversos –

nutricionais, toxicológicos ou microbiológicos do alimento modificado; f) avaliação de

dados obtidos com pessoas alimentadas com o produto modificado em condições

controladas (SANTOS;FERNANDES; FERNANDES, 2012 ).

Existe uma grande discussão nos meios científico, comercial e político

mundial acerca do tema, já que seus benefícios são muitos, mas seus riscos, ainda

não suficientemente estabelecidos, gerando incertezas diante de seu consumo

(CAMARA et al., 2009; RIBEIRO; MARIN, 2012).

Consumidores norte-americanos não consideram a rotulagem dos OGM

importante, pois votaram pela não obrigatoriedade dessa informação nas

embalagens (JAMES, 2012). Alguns países e regiões, como os EUA, Brasil e União

Europeia possuem normas com relação à rotulagem dos alimentos contendo

organismos geneticamente modificados, exemplificadas a seguir (SORG, 2013).

Nos EUA, a liberação para cultivo comercial dos OGM‟s foi pautada no

princípio da equivalência substancial, ou seja, o alimento transgênico é considerado

como igual ao produto convencional, sem distinção, possuidor das mesmas

características externas, e por este motivo não é submetida à rotulagem. Segundo

Sorg (2013), em estudo realizado nos Estados Unidos, 60 a 70% dos produtos nas

prateleiras norte-americanas contêm derivados de transgênicos.

Desde 1990 existe um comitê sobre rotulagem de alimentos, o Codex

Alimentarius, que padroniza as normas de rotulagem do OMG e desenvolvem

orientações sobre produtos de biotecnologia (ALBERT, 2010; COSTA; MARIN,

2011). Estas informações são vinculadas aos rótulos, pois são o meio de

comunicação entre o produto e o consumidor, influenciando nas escolhas,

aceitabilidade e confiabilidade do produto (SILVA, 2008; BRANDAO, 2011).

Para as empresas, o rótulo é o componente central da política de marketing

do produto e, dessa forma, influencia diretamente nas decisões do consumidor. O

rótulo de qualquer produto transgênico é algo que não deixa de ser fundamental

para que os mesmos venham a ser vendidos. Representa, entretanto, um dispositivo

que na maioria das vezes se mostra inconfiável e perigoso, já que posterga

informações cruciais para os consumidores identificarem que espécies de produtos

estão consumindo (BRANDÃO, 2011).

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25

Um estudo abrangendo países da união europeia mostra que os

consumidores têm resistência para comprar produtos que tenham na composição

ingredientes geneticamente modificados, e os mesmos são do cotidiano de

consumo, mas, devido ser um OGM, diminui a intenção de compra (SCHNETTLER

et al., 2012).

Portanto, perante a legislação, fica claro que os alimentos que contenham ou

seja, produzidos a partir de organismos geneticamente modificados precisam ser

adequadamente rotulados e rastreados, assegurando ao consumidor seu direito à

informação, à liberdade de escolha, sua saúde e sua segurança (ZANINI, 2012).

Por mais que a rotulagem de alimentos transgênicos tenha sido a medida

mais radical tomada pelas autoridades, o “símbolo transgênico” passa despercebido

aos olhos dos consumidores. Muitos sequer sabem que estão a consumir produtos

com componentes transgênicos, e dessa forma, não estão exercendo seu real poder

de escolha.

Recentemente a PL (Projeto de Lei) apresenta proposta de excluir o símbolo

empregado nas rotulagens dos produtos transgênicos, justificando pela seguinte

vertente, que a apresentação gráfica de cores e formato, é semelhante a utilizada

em placas de perigo ou advertência. Portanto, o símbolo nos alimentos transgênicos,

transmite a idéia de risco, afetando a qualidade da imagem dos produtos, vale

destacar que a Portaria 2680/03 que estabelece o símbolo é do Ministério da Justiça

(ANVISA, 2018).

2.4 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

De acordo com o instituto brasileiro de opinião ibope e estatística (IBOPE)

relata que 66% dos entrevistados nunca tinha escutado falar sobre os alimentos

geneticamente modificados, assim como 74% dos entrevistados preferiam alimentos

não transgênicos para consumo. Este mesmo índice de porcentagem está de acordo

com a proibição do plantio de organismos geneticamente modificados no Brasil.

(CASTRO; YOUNG; LIMA, 2014).

Em 2014 foi publicada uma pesquisa que indicou que os transgênicos são

mais conhecidos nas regiões Sul e Sudeste do país. Esta pesquisa também indicou

que quanto maior é o nível de escolaridade das pessoas, maior é a aceitação que

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26

tem em relação aos alimentos geneticamente modificados (CASTRO; YOUNG;

LIMA, 2014).

Em 2016 o Conselho de Informação sobre Biotecnologia (CIB), juntamente

com o IBOPE, liberaram uma nova pesquisa que mostra a visão dos internautas

brasileiros sobre os transgênicos. Desta vez, 80% dos entrevistados souberam

definir corretamente o que são transgênicos. No entanto, nenhum dos participantes

informou corretamente as culturas transgênicas plantadas no Brasil, citando em suas

respostas diversos alimentos que ainda não apresentam variedades transgênicas.

No entanto na Figura 4, mais de 70% dos entrevistados mostrou certo grau de

preocupação em ingerir alimentos transgênicos e mais de 80% demonstrou

desconfiança com relação à biossegurança dos alimentos geneticamente

modificados, afirmando, que foram pouco testados, poderiam fazer mal a saúde e

causar reações alérgicas (CIB; 2016).

Segundo as mesmas instituições (ou órgãos) a comercialização legal dos

transgênicos no Brasil existe há mais de dez anos. Neste período houve expressivo

desenvolvimento do mercado agrícola brasileiro impulsionada pelos alimentos

geneticamente modificados. O panorama que temos, no entanto, é que grande

parcela da população brasileira embora tenha melhorado o seu conhecimento sobre

o que são os transgênicos, ainda desconhece sobre os alimentos transgênicos que

são comercializados no Brasil e não estão informados sobre as questões de

regulamentação que regem a comercialização destes produtos (CIB; 2016).

Figura 4. Variedades Transgênicas comercializadas no Brasil segundo o estudo de

percepção sobre transgênicos na produção de alimentos realizada pelo CIB em

2016.

Fonte: CIB; 2016.

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27

A percepção do consumidor pode ser afetada por diversos fatores, dentre eles

o país de origem, a imagem da marca e o preço, o que afeta o valor percebido. Em

relação a aceitação dos transgênicos por parte da sociedade fatores que podem ser

determinantes para suas escolhas, são a globalização de hábitos, usos, costumes, e

qualidade da informação (GUILHOTO, 2009).

Em um estudo em alguns países europeus foi relatado que a percepção dos

consumidores a respeito dos OGM é feita através de técnicas de pesquisas quali e

quantitativas dos produtos (PRATI; PIETRANTONI; ZANI, 2012).

Nos dias atuais está visível, que a percepção dos consumidores sobre a

qualidade dos alimentos vem mudando constantemente, já que esses comensais se

tornaram mais exigentes a cada dia, principalmente nos aspectos de controle da

qualidade sanitária dos alimentos (COSTA; MARIN, 2011).

Segundo Reis (2011), o advento dos transgênicos representa uma revolução

tecnológica, a qual, por falta de comunicação com o mercado, resultará em dúvidas

para a sociedade. Em pleno século XX, com uma gama de opções e referencias na

sociedade brasileira, os consumidores dessa nova era, estão mais exigentes quanto

à qualidade e a segurança dos produtos e marcas, pois há cada vez mais

disponibilidade de informações nos meios de comunicação, sendo a mesmo fator

determinante no nível de exigência ou requisitos do consumidor (COSTA; MARIN,

2011).

Os consumidores europeus são mais resistentes na aceitação destes

alimentos do que em outros países; porém, alguns fatores são capazes de aumentar

ou diminuir a aceitação destes produtos mesmo entre os consumidores mais

resistentes, como fatores socioeconômicos, idade, crenças, grau de escolaridade,

cor, etnia, entre outros (OMS, 2015; SARNACCHIARO, 2012; RODRÍGUES-

ENTRENA; SALAZAR-ORDÓÑES; SAYADI, 2013).

No Brasil, existe pouco conhecimento sobre transgênicos, os consumidores

manifestam a vontade de saber sobre a presença desses componentes nos

alimentos antes que se realize a compra. No entanto, sabe-se que é escassa a

quantidade de pesquisas e informações qualitativas sobre o tema no Brasil para uma

à maior compreensão do público a respeito das informações sobre as novas

tecnologias (RIBEIRO; MARIN, 2012).

Mesmo com tantos benefícios que os transgênicos podem oferecer, para as

futuras gerações, estudos apontam que ainda é forte a escolha dos consumidores

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28

por alimentos não manipulados geneticamente, o índice de rejeição, de exclusão é

alto, devido a falta de informações dos mesmos, sobre os alimentos transgênicos

(OLIVEIRA; NOJIMOTO, 2014).

À exceção de alguns poucos participantes informados, houve, muitas dúvidas,

e desconhecimento em relação aos alimentos transgênicos. Expondo desconfiança

a essa biotecnologia, principalmente quando expunham suas dúvidas em relação

aos possíveis efeitos dos transgênicos, sobre saúde humana. Em um estudo,

participantes questionam, o que pode vim a acontecer às gerações (FURNIVAL,

2008).

Portanto é de suma importância o conhecimento da população sobre os

alimentos transgênicos, saberem como são produzidos, comercializados, e

principalmente seus benefícios, malefícios auxiliando nas escolhas.

Para avaliação dos organismos geneticamente modificados é necessárias

pesquisas, enquetes, questionários entre outros, que são utilizados para avaliar o

conhecimento da população sobre os OGM.

Page 31: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM …

29

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Foi realizado um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. De acordo

com (GIL, 2008), na pesquisa descritiva realiza-se a análise de fatos, sem a

interferência do pesquisador. Além disso, o processo descritivo pode ser entendido

como um estudo de caso, no qual após a coleta de dados, é realizada uma análise

das relações entre as variáveis para uma posterior determinação dos efeitos

resultantes em determinada organização.

Segundo (RICHARDSON, 2008), a abordagem quantitativa baseia-se na

quantificação tanto na coleta de informações quanto no tratamento delas, por meio

de técnicas estatísticas. Sendo assim, representa a intenção de garantir resultados

precisos, além de evitar distorções de análise e interpretação. É frequentemente

aplicado nos estudos descritivos, inclusive naqueles que procuram descobrir e

classificar a relação entre as variáveis, bem como nos que investigam a relação

entre fenômenos.

3.2 LOCAL E SUJEITO DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida no município de Sapeaçu-BA, que está situada a

12°45‟50‟‟ de latitude sul e 39°15‟06‟‟ de longitude oeste em uma área de 131,218

km² . A população de Sapeaçu, dados de 2019, pelo IBGE foi de 17 398 habitantes,

50,6% da população tem rendimento nominal mensal per capita de até meio salário

mínimo, a base econômica vem da agricultura com plantio de mandioca, maracujá,

laranja e limão (IBGE, 2018).

A população alvo foi constituída por frequentadores no mercado Municipal

(Feira livre) na cidade de Sapeaçu-BA. Com o intuito de avaliar uma amostra

significativa dessa população, foi utilizada a Equação 1 (Equação do erro amostral),

para determinação do tamanho da amostra com base na estimativa da média

populacional (Figura 6). Considerada um erro amostral de 5% e o intervalo de

confiança de 95%, a amostra foi composta por 55 pessoas, realizada no período de

Outubro, Novembro.

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30

Figura 5. Equação do erro amostral da pesquisa que foi realizada.

Onde:

n= Números na amostra

Zα/2= Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado

σ= Desvio- padrão populacional da variável estudada (no exemplo, RENDA).

E= Margem de erro ou ERRO MÁXIMO DE ESTIMATIVA. Identifica a diferença

máxima entre a MÉDIA AMOSTRAL (X) e a variável MÉDIA POPULACIONAL.

3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos os participantes que não se dispuseram a participar,

menores de 18 anos, com incapacidade de se expressar de forma adequada com o

tema pesquisado, e não concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido - TCLE para assegurar participação na pesquisa (APÊNDICE A) e não

fossem moradores da cidade.

3.4 COLETA DE DADOS

O procedimento de seleção da pesquisa foi a demanda espontânea, ou seja,

foram entrevistados todos os frequentadores que foram à feira livre nos dias de

coleta de dados da pesquisa. Os dados foram coletados de maneira individual.

Aplicou-se um formulário estruturado composto por questões que

contemplavam inicialmente as informações gerais do participante (gênero, idade,

escolaridade e nível salarial) e, em seguida, questões que buscavam compreender o

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conhecimento do entrevistado a respeito da biotecnologia e dos alimentos

transgênicos (Apêndice B). As perguntas foram elaboradas com linguagem informal,

para melhor entendimento do sujeito da pesquisa. O formulário foi apoiado nos

objetivos específicos da pesquisa e embasado em trabalhos realizados em outras

cidades brasileiras.

Os sujeitos da pesquisa foram inicialmente informados da importância do

trabalho. As perguntas foram lidas e assinaladas pelo aplicador (a) do formulário, na

forma de entrevista, adaptadas no ato da leitura ao nível de entendimento das

pessoas sobre o assunto, instruídos a responder de forma concisa.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados quantitativos foram dispostos para formação de um banco de

dados, com auxilio do Programa Microsoft Office Excel 2007, e posteriormente foram

submetidos a análise de frequência relativa e absoluta através do programa

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) (versão 18.0).

3.6 ASPECTOS ÉTICOS:

Como garantia dos princípios éticos no desenvolvimento de uma atividade

com seres humanos, foram respeitadas as Diretrizes e Normas da Resolução nº

466/12 e nº 510/16 do Conselho Regional de Saúde do Ministério da Saúde

(CN/MS), que assegura a ética do indivíduo e da coletividade, na realização das

pesquisas, dentro de quatro referencias básicas da bioética: autonomia, justiça,

beneficência e não maleficência, garantindo o sigilo das entidades e a veracidade

dos resultados.

Para tanto, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e aprovado com o

parecer nº 3,319,486, as pessoas foram convidadas a participarem da pesquisa,

após assinatura do TCLE, que trará os objetivos, os riscos, e benefícios da pesquisa.

Vale destacar que a pesquisadora garantiu o sigilo e anonimato dos participantes.

Sendo assim, serão informados a todos os investigados que eles podem desistir da

pesquisa a qualquer momento. Além disso, explanou-se sobre a guarda e

necessidade de publicação destes dados coletados, bem como esclarecimento de

Page 34: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM …

32

que todas as informações serão de inteira responsabilidade dos pesquisadores. Os

entrevistados receberam nomes fictícios e serão identificados por números.

Page 35: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM …

33

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram realizadas 55 entrevistas. Na Tabela 02 são apresentados a

caracterização do perfil dos entrevistados, através de informações sobre o gênero,

estado civil, idade, escolaridade e nível salarial. Segundo Guivant (2006), a

avaliação do perfil dos entrevistados é de grande relevância, pois as respostas

dependem significativamente do contexto de aplicação da pesquisa. Desta maneira,

os dados estatísticos projetados podem indicar índices de aceitabilidade ou rejeição

de em uma parcela especifica da população.

Observou-se que quanto ao gênero, que a frequência foi superior para as

mulheres (71,7%), público mais disponível no local da entrevista. Nos trabalhos

voltados para a percepção pública quanto aos transgênicos realizados com

estudantes da Universidade Paulista – UNIP, localizada na cidade de São José do

Rio Preto (QUESADA; LEMBO, 2014) e em um supermercado em Fortaleza

(CARVALHO; OLIVEIRA, 2017) foram identificados maiores valores do público

feminino, com 71% e 76,6%, respectivamente.

Diferente do estudo de percepção sobre transgênicos na produção de

alimentos realizado pelo CONECTA, empresa do grupo IBOPE (IBOPE, 2016) por

meio de questionário on line com 2011 a frequência dos entrevistados foi

semelhante entre homens (48%) e mulheres (52%) .O estudo na Universidade

Federal de Sergipe sobre a percepção dos riscos e benefícios dos alimentos

geneticamente modificados: efeitos na intenção de compra, 57,2% foram do sexo

feminino e 42,8% do sexo masculino (SIQUEIRA et al., 2010). E por fim Castro;

Young; Lima (2014) em pesquisa realizada em sete cidades do Brasil com

consumidores urbanos respeitou, aproximadamente, a distribuição da população

urbana brasileira por gênero (52% feminino e 48% masculino).

Para a idade, a faixa etária predominante foi 30 a 49 (54,3%), e média de 34

anos, sendo que a idade dos entrevistados variava entre 19 e 63 anos. Os demais

entrevistados distribuíam-se nas faixas de 19-29 (39,12%) e 50-63 (6,52%). Dados

do último censo publicado pelo IBGE, em 2010, a maior faixa etária da população de

Sapeaçu se encontrava entre os 20 a 24 anos, seguida de entre 25 – 29 e 30–34

anos. Portanto, a grande maioria dos entrevistados estava na faixa etária que

corresponde ao grupo de pessoas economicamente ativas (IBGE, 2010).

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34

Tabela 2: Caracterização da população de Sapeaçu- Ba a partir do questionário

estruturado utilizado na pesquisa.

VARIÁVEIS RESULTADOS PORCENTAGEM (%)

Sexo Feminino Masculino

33 13

71,7% 28,3%

Idade (anos) 19 - 29 30 – 49 50-63

18 25 3

39,12% 54,34% 6,52%

Estado civil Casado (a) União estável Solteiro (a) Divorciado (a) ou Separado(a) Viúvo (a) Outra situação

10 11 25

0

0 0

21,7% 23,9% 54,3%

0% 0% 0%

Escolaridade Fundamental incompleto Fundamental completo Ensino Médio incompleto Ensino médio completo Superior incompleto Superior completo

0 0

8,7 21 8

13

0% 0%

8,7% 45,7% 17,4% 28,3%

Nivel salarial Menos de 1 salário mínimo Um salário mínimo Dois salários mínimos Três ou mais salários

14 19 13 0

30,4% 41,3% 28,3%

0% Fonte: Dados da Pesquisa ( 2019)

Em relação ao estado civil (Tabela 2), verificou-se que 54,3% são solteiros;

23,9% tem união estável e 21,7% são casados. Foram solicitadas ao entrevistados

informações a respeito do seu grau de escolaridade, sendo que: 45,7% dos

entrevistados declararam ter o ensino médio completo; 28,3% com ensino superior

concluído; 17,4% ensino superior incompleto e 8,7% com ensino médio incompleto.

Verificou-se que 45,7% dos entrevistados pertencem a uma faixa de renda

salarial de um salário mínimo (R$ 998,00) e outra grande parte possuem renda

menor que esse valor (30,4%). A renda familiar dos demais entrevistados pertence

às faixas dois salários mínimos (28,3%). Castro; Young; Lima (2014) relatam em seu

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35

estudo sobre os transgênicos que optam por não questionar os entrevistados a

respeito de sua renda, para evitar desconforto e desconfiança, já que os

entrevistadores não possuíam vínculo com qualquer organização oficial de pesquisa

estatística. No entanto, existe de uma relação direta entre grau de escolaridade e

renda, minimizando, desta maneira, a falta que tal informação faria em uma

pesquisa. Pois, na maioria dos estudos imagina-se que quanto maior nível de

escolaridade maior será a renda familiar do indivíduo.

Em relação ao conhecimento dos participantes sobre o conceito da

transgenia, 52,2 (%) responderam já conhecem ou ouviram falar, e o restante, 47,8%

dizem não conhecem o conceito, não ouviram falar (Figura 6). Observa-se a

influência da escolaridade, a porcentagem dos que se declaram conhecer sobre

organismos geneticamente modificados, é mais concreta quando o nível de

escolaridade é alto (CASTRO; YOUNG; LIMA, 2014). E como parte do nosso

público tem ensino médio completo (54,3%) e outra parte cursa ou já cursou o nível

superior (45,7%), o conhecimento sobre a temática também fica dividida. E ressalta

a importância de profissionais das mais diversas áreas venham a esclarecer a

população sobre os conceitos dos transgênicos.

Quanto ao consumo dos produtos oriundos da transgenia 78,3% destacam-se

afirmando consumir, porém 6,5% ressaltam que não consomem, enquanto 10,9%

não sabem opinar (Figura 6). Coma o avanço da educação também cresce a

aceitação pelos produtos da transgenia, a população passa a ter mais

conhecimento, à medida que avança o grau de escolaridade (CASTRO; YOUNG;

LIMA, 2014).

Apesar de grande parte de o público afirmar que consome os produtos

oriundos da transgenia, quando perguntados se consideram transgênicos seguros,

em sua maioria, 54,3% não sabem opinar sobre o respectivo tema, 13% não sabem,

6,5% acham que talvez sejam seguros, ou seja, apenas 26,1% responderam que

sim, que acham seguros (Figura 6). Mais uma vez esse estudo não corrobora com

variados estudos (CALVASINA et al., 2004; CASTRO; YOUNG; LIMA, 2014) sobre

biotecnologia e transgênicos que relatam que o nível de conhecimento sobre o

assunto é maior em grau de escolaridade médio à superior. Para Quesada e Lembo

(2014) apesar de ser reconhecida a necessidade da discussão de assuntos

relacionados à biotecnologia e aos alimentos transgênicos e, da existência de

dispositivos legais que garantam o direito de acesso ao conhecimento científico,

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36

ainda persiste um distanciamento entre as orientações dadas pelos dispositivos

teóricos e a realidade da participação da sociedade acerca da temática científica.

Figura 6: Caracterização da população de Sapeaçu em relação aos transgênicos:

sobre conceito, consumo, segurança, rotulagem, conhecimento da simbologia.

O Brasil apresenta-se como um dos países que mais cultiva e consomem

transgênicos, dentre os produtos transgênicos temos a soja, o milho, o algodão

(GAVIOLLO; NUNES 2015). Para haver liberação dos transgênicos, existe uma

serie de critérios para atestar sua segurança pra ser consumido e comercializado

(SANTOS; FERNANDES; FERNANDES, 2012).

O Brasil se destaca por ter uma legislação regulamentadora em relação ao

plantio e comercialização das culturas transgênicas, LEI 11.105/2005. E de acordo o

Decreto n°4.680, todo produto que apresentar com mais d e1% de matéria prima

transgênica, deve conter no rótulo o símbolo com a letra T, identificando sua

composição, origem e qual produto transgênico o compõe (BRASIL, 2003). Apesar

dessas legislações, a maioria da população não tem conhecimento da simbologia T,

na rotulagem (Figura 6). É fundamental importância a leitura do rótulo, que é um a

estratégia informacional, onde desperta no consumidor para as diferentes classes

alimentares existente, mostradas em alimento orgânico ou convencional. Portanto

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Entr

evis

tad

os

(%)

Outra opnião

Talvez

Não sabe

Não

Sim

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Page 39: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM …

37

indivíduo que não faz leitura de rótulos pode comprar alimentos geneticamente

modificados (CASTRO; YOUNG; LIMA, 2014).

A pesquisa realizada por Furnival e Pinheiro (2009), tem como resultados

45% com hábitos de ler rótulos dos produtos, 48 % afirmavam ler as vezes, e

apenas 7% não fazem leitura. Dentre os itens existentes no rotulo, que tiveram

maior relevância foram: Validade do produto 62%, a composição nutricional 43%, a

origem do alimento 15%. Em contrapartida referente aos símbolos existentes nos

rótulos, 38 % julgam pouco importante, 28% julgam nada importante.

A Biotecnologia se caracteriza como multidisciplinar, onde inclui várias áreas

do conhecimento, que utiliza substancias do organismo para produzir ou modificar

um produto, para obter característica desejada (CARVALHO; OLIVEIRA, 2017).

Ressaltou-se na figura 8 a respeito do conceito de Biotecnologia, o

desconhecimento por parte dos entrevistados, evidenciando 54,3%, desconhecem o

termo, em contrapartida 10,9% julgam a definição como produção em laboratório,

enquanto 26,1 acreditam ser um processo de modificação utilizado, e 8,7 opinaram

por se caracterizar como sinônimo de organismo geneticamente modificado OMG.

Ressaltou-se na figura 8 a respeito do conceito de Biotecnologia, o

desconhecimento por parte dos entrevistados, evidenciando 54,3%, desconhecem o

termo, em contrapartida 10,9% julgam a definição como produção em laboratório,

enquanto 26,1 acreditam ser um processo de modificação utilizado, e 8,7 opinaram

por se caracterizar como sinônimo de organismo geneticamente modificado OMG.

Figura 7: O que entende por Biotecnologia?

Fonte: Dados da pesquisa ,2019

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38

As ferramentas obtidos pela biotecnologia acontecem dentro e fora dos

laboratórios, a técnica de manipular DNA, é um dos aspectos fundamentais para ao

processo da biotecnologia. A aplicação da biotecnologia caracteriza-se pela

produção de pães, queijos, iogurtes, entre outros, e cada vez mais cresce a extração

e produção através dessa técnica (ARBIX,2007; SENSE 2001).

Para adquirir resultados dessa pesquisa, inicialmente identificou, se os

entrevistados tem conhecimento sobre o termo biotecnologia diante da graduação

cursada. Observou-se , que 71% (n=41) dos estudantes entrevistados assimilam

conceitos e informações da biotecnologia mediante atividade no curso . Em

contrapartida, avaliando outras pessoas constatou 43% (n=13) dos estudantes de

biomedicina afirmaram não utilizar essas conhecimento da biotecnologia em sua

graduação, entretanto 100% (n=11) dos alunos de enfermagem mostraram utilizar a

biotecnologia. Outra parte dos entrevistados, 69% (n=40) ressaltaram ter estudado

sobre alimentos transgênicos em anos anteriores, somente 9% (n=5) dos discentes

lembram-se muito dos conceitos que estudaram (QUESADA; LEMBO, 2014).

Estudos efetuados relacionados aos transgênicos, demonstram que alunos n

a conclusão do ensino médio de alguns cursos, associam explicações exclusivas,

relacionadas a aspectos sensoriais ao processo da transgenia. Mesmo diante da

gama de informações expostas nas mídias sociais e no mundo acadêmico, a

população ainda encontrada incapacitada de entender o real conceito dessas

técnicas. Esse fato constata, nem sempre o senso critico, consegue ser estimulado

na infância (PEDRANCINI et al, 2007).

Por outro Aldo tem as mídias sociais, abordando sobre biotecnologia e

transgênicos, há um debate feroz sobre os mesmos, que é refletido na população, a

falta de confiança a respeito d a qualidade desses produtos, existindo divergentes

opiniões.

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39

Figura 8: Opinião sobre utilização da engenharia genética na produção de

alimentos.

A produção alimentícia vem utilizando recursos tecnológicos, como por

exemplo, redução de custos. Dentre essas novas técnicas, estão a engenharia

genética envolvidas nas diversas etapas do processo produtivo, desde a produção

ao manejo de culturas transgênicas (BRASIL, 2014),

Para Giehl (2007, p.1), sempre existiu técnicas de cruzamentos, atualmente

com globalização e inúmeros sobre engenharia genética e suas tecnologias as

transformações perderam a naturalidade tornaram-se mais impreterível.

Um aspecto bem influente nas escolhas dos alimentos são as informações

contidas no rótulo afetam nossas escolhas em relação aos produtos. Informações

sobre a tecnologia utilizada na produção de alimentos, vistas nas fontes

informativas, como internet, televisão, livros e etc, tem influem grande para

população em compreender essas técnicas e consumo dos produtos provindo delas.

Pesquisas com consumidores, filandeses, ingleses, chineses, japoneses e

brasileiros, mostrar, que indivíduos com maior grau de conhecimento sobre a

engenharia genética e a tecnologia dos OGM, tiveram atitudes positiva, diferente das

público com menor conhecimento (CHEN; LI, 2007; COSTA-FONT; MOSSIALOS,

2007; HUANG et al., 2006; HURSTI; MAGNUSSON, 2003; SAHER; LINDEMAN;

HURSTI, 2006; SIQUEIRA et al., 2010).

Na figura 8, obtive-se como resultados 76,1% não tem conhecimento sobre a

temática, nunca ouviram falar do termo, enquanto outra parte de 15,2% , tem

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

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40

conhecimento ,não gosta da idéia, dessa nova técnica inserida nos alimentos, já 8,7

gostam e julgam algumas vantagens.

Figura 9: Pontos positivos do uso da engenharia genética.

Segundo (CAVALLI, 2001) de acordo pesquisas realizadas, aborda alguns

pontos positivos como: dentro os que mais se destacam estão redução da utilização

de agrotóxicos, e redução de produtos alérgicos.

Os itens que mais se destacaram na pergunta, tem bastante semelhança com

a pesquisa de Cavalli, dentre eles 54,3 % não sabem quais os pontos positivos,

enquanto 10,9 % julgam resistência agrotóxicos ser um ponto positivo, 4,3% acham

que podem trazer melhoria ao alimento.

Um dos principais pontos exposto por produtores de engenharia genética, é a

inserção de genes que naturalmente não seriam adquiridos, a eficácia com que o

mesmo é instituído no processo, pode também conduzir vantagens na agricultura,

de acordo propriedades que podem ser estabelecidas para o consumo humano, por

exemplo resistência a doenças , a plantas mais resistentes, maior valor nutritivo,

sabor, variedades de insumo, plantas mais sólidas a pragas necessitando menos

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

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41

agrotóxicos, assim trazendo benefícios para a população e meio ambiente( COSTA

et al., 2011).

Figura 10: Pontos negativos do uso da engenharia genética.

.

Conforme dados da demostrados na figura 10, 50% das pessoas ainda

acreditam que a engenharia genética pode trazer pontos negativos. Isso pode ser

obstáculo para escolha do consumidor, influenciando nas preocupações pela

qualidade dos alimentos geneticamente modificados. De acordo estudos, surgem

alguns aspectos negativos que julgam importante, como surgimento de reações não

esperadas produzidas pela transferência de material genético, da formação de

novas proteínas alergênicas, da produção de compostos tóxicos, e da diminuição da

qualidade dos nutrientes nos alimentos (XAVIER; LOPES; PETERS, 2009).

Na pesquisa de Pimentel (2010) alguns pontos negativos apresentados, o

aumento de alergias; uma maior resistência a antibióticos; alto risco de perda da

biodiversidade; a resistência plantas transgênicas pode inibir o desenvolvimento da

planta; afetando o meio ambiente; mudanças da característica através do gene; a

perda de nutrientes devido a inserção de outro gene ou retirada.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

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42

5. CONCLUSÃO:

Observou-se que os frequentadores da feira livre da cidade de Sapeaçu em

sua maioria são do público feminino, com média de 34 anos, apesar da variação da

faixa etária entre 19 e 63 anos, a maioria tinham entre 30 e 49 anos, solteiros,

cursaram o ensino médio completo e recebem um salário mínimo.

Os entrevistados não possuem informações em relação sobre conceito dos

transgênicos, e consumo dos mesmos, o público entrevistado considera

transgênicos seguros, não costuma fazer leitura de rótulos dos produtos

compra/consome, quantas vezes já ouviu falar sobre transgênicos e não sabem sua

identificação nos rótulos dos alimentos.

Em relação a Biotecnologia e técnica envolvidas no processo da transgenia,

pontos positivos e negativos, a maioria da população julga desconhecimento. A

população necessita de medidas educativas para esclarecer sobre os riscos e

benefícios do consumo de alimentos transgênicos.

O nutricionista tem papel fundamental para esclarecimentos sobre a

alimentação da população. Diante da calorosas discursões sobre transgênicos, o

CFN (Conselho Federal de Nutrição) Defende a aplicação do princípio da precaução

na análise de risco dos organismos transgênicos; defende a realização de rigoroso

monitoramento pós-comercialização dos transgênicos, que permita seu rastreamento

e o estabelecimento de causa e efeito no caso de danos à saúde da população.

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(conforme Resolução CNS no 466/2012)

O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do estudo sobre a

percepção dos consumidores sobre alimentos transgênicos em Sapeaçu-BA.

O estudo justifica-se pois os produtos alimentícios feitos a partir de

ingredientes geneticamente modificados (GM) têm gerando várias controvérsias.

Embora os alimentos GM tenham ajudado a sustentar as necessidades nutricionais

dos seres humanos e animais de criação, também desencadeou um debate feroz

sobre sua segurança. Estudos apontam que a atitude do consumidor em relação aos

produtos alimentares GM é diferente quando é realizada em países

subdesenvolvidos e em países desenvolvidos. E que essa percepção que os

consumidores possuem podem interferir na sua alimentação e consequentemente na

sua saúde e podem influenciar as políticas públicas, a exemplo, da rotulagem.

Assim, o objetivo geral da pesquisa avaliar a percepção do consumidor sobre

o consumo de alimentos transgênicos no município de Sapeaçu - Bahia, tem como

objetivos específicos: Conhecer o perfil dos consumidores; Identificar os principais

riscos e benefícios dos alimentos transgênicos ditos pelos consumidores; verificar a

percepção dos consumidores a nível de legislação sobre os alimentos transgênicos;

avaliar o conhecimento da população sobre Biotecnologia.

Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa que visa

conhecer percepção dos consumidores sobre consumo de alimentos transgênicos, a

pesquisa será realizada no Mercado Municipal, que fica localizado em Sapeaçu,BA,

será aplicado um questionário com o intuito de atender aos objetivos.

.

Sugiro-lhe que o (a) senhor (a) leia atentamente este termo de consentimento,

em toda sua íntegra, antes de decidir sobre a sua participação voluntária na

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50

pesquisa. (A) senhor (a) poderá se recusar a participar do estudo, ou retirar seu

consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e caso desejar sair da

pesquisa, tal fato não terá prejuízos para o (a) senhor (a).

A sua privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou qualquer outro dado

ou elemento que possa, de qualquer forma, identificá-lo (a), será mantido em sigilo.

Caso o (a) senhor (a) se sinta a vontade em participar da pesquisa, informamos que

duas vias deste termo de consentimento livre e esclarecido serão assinadas, na

página final, pelo (a) senhor (a) e pelo (a) pesquisador (a) responsável por a

pesquisa Vanessa de Oliveira Almeida, orientador (a), e pelo (a) acadêmico (a)

pesquisador (a) Adeliane Gomes Santos de Souza; contendo rubricas dos mesmos

em todas as folhas do referido termo.

O (A) Senhor (a) não terá direito a qualquer remuneração por sua participação

na pesquisa; entretanto, quaisquer despesas decorrentes da participação na

pesquisa serão reembolsadas e caso ocorra algum dano decorrente da sua

participação no estudo, o (a) senhor (a) será indenizado (a), conforme determina a

lei.

Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Vanessa de Oliveira

Almeida e Adeliane Gomes Santos de Souza, respectivamente, Professor (a)

Orientador (a) do projeto e aluno do curso de Bacharelado em Nutrição, ambos da

Faculdade Maria Milza. O (A) senhor (a) poderá manter contato com eles pelos

telefones 75-981637553 ou 75-998884006. Dúvidas também poderão ser

esclarecidas junto ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da

FAMAM, pelo telefone (75) 3638-2549, localizado na Rodovia BR 101. Km 215-

Zona Rural Sungaia, no município de Governador Mangabeira – BA.

Os riscos que essa pesquisa poderá apresentar são desconfortos, stress e

constrangimentos durante os questionamentos. Quando isso ocorrer, será permitido

que o (a) participante faça pausas para descanso e recomposição do estado

emocional. Para minimizar tais efeitos, se for do interesse do (a) participante, a

participação do mesmo ou da mesma poderá ser interrompida. .

Após realização da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados com os

registros de informações dos participantes da pesquisa serão arquivados pelos

pesquisadores responsáveis, por 5 anos. Os participantes poderão ter acesso aos

resultados da pesquisa, assim como os resultados da pesquisa estarão

disponibilizados na biblioteca da FAMAM.

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Sapeaçu-BA ______ de _________________ de 2019.

__________________________________________

Nome e assinatura dos (a) participantes da pesquisa

_______________________________________

Vanessa de Oliveira Almeida

Pesquisadora responsável

_____________________________________________

Adeliane Gomes Santos de Souza

Acadêmico (a) Pesquisador (a)

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52

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO

Instrumento de preenchimento:

Leia com atenção a definição de transgênicos e responda as questões abaixo:

Portanto classifica-se transgênico como organismo oriundo da inserção ou

eliminação de um ou mais genes provenientes d outras espécies, que pode ser

modificado e inserido pelas técnicas de engenharia genética.

Data: ____/____/____

1. Identificação do entrevistado(a)

2. Sexo: ( ) Feminino b ( ) Masculino c ( ) outros

3. Estado Civil:

( ) Casado(a)

( ) União estável

( )Solteiro (a)

( ) Divorciado(a)/separado(a)/desquitado(a)

( ) Viúvo(a)

( ) Outra situação

4.Idade: ____ anos

5.Escolaridade:

( ) Fundamental incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Superior completo

( ) Fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Superior

incompleto

6.Nivel Salarial;( sabendo que o salário é de 998,00)

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( ) Menos de 1 salário mínimo ( ) 2 Salários mínimos

( ) 1 Salário mínimo ( ) 3 ou mais salários mínimos

7. Já tinha ouvido falar sobre transgênicos antes da definição pelo texto deste

questionário?

( ) Sim ( ) Não

8.Como conheceu o conceito de transgênicos?

( ) Internet ( ) Jornais ( ) Revistas ( ) Televisão ( ) pelo texto do

questionário ( ) Outros

9.Você consome alimentos transgênicos?

( )Sim

( ) Não

( )Não sabe

( ) Talvez

( ) Outra opinião

10. Considera os alimentos transgênicos seguros?

( )Sim

( ) Não

( )Não sabe

( )Talvez

( ) Outra opinião

11.Você costuma fazer leitura de rótulos dos produtos que compra/consome?

( )Sim

( )Não

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( )Não sabe

( ) Talvez

( ) Outra opinião

12.Quanto vezes já ouviu, leu ou assistiu sobre alimentos transgênicos?

( ) Uma vez

( )Acima de uma

( )De 3 a 7 vezes

( )Nunca ouviu

13.Sabe o que significa este símbolo quando encontrado nos rótulos dos alimentos?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sabe

( ) Talvez

14.O que você entende por biotecnologia?

( ) Produção em Laboratório

( ) Modificação

( ) Sinônimo de OGM

( )Desconhecimento

15.Você gosta, desgosta ou não gosta da idéia de utilizar a engenharia genética na

produção de alimentos?

( ) Gosto

( ) Não gosto

Page 57: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM …

55

( ) Não sei

16.Quais os pontos positivos desse uso da engenharia genética?

17.Quais os pontos negativos desse uso da engenharia genética?