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FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA O FOGO: SUA IMPORTANCIA NO CONTEÚDO TEMÁTICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SISTEMA EDUCACIONAL DO MUNICIPIO DE COMODORO/MT Eunice Ferreira Pessoa Orientação: Ms. Cynthia Cândida Correa COMODORO – MT / 2012

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FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO

VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA

O FOGO: SUA IMPORTANCIA NO CONTEÚDO TEMÁTICO DA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL NO SISTEMA EDUCACIONAL DO MUNICIPIO DE

COMODORO/MT

Eunice Ferreira Pessoa

Orientação: Ms. Cynthia Cândida Correa

COMODORO – MT / 2012

FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO

VALE DO JURUENA - AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA

O FOGO: SUA IMPORTANCIA NO CONTEÚDO TEMÁTICO DA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL NO SISTEMA EDUCACIONAL DO MUNICIPIO DE

COMODORO/MT

Eunice Ferreira Pessoa

Orientação: Ms. Cynthia Cândida Correa

Monografia apresentada como requisito parcial para aprovação do curso de Pós Graduação de Gestão Ambiental e Saúde Pública pela AJES – Associação Juinense de Ensino Superior do Vale do Juruena, ISE – Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena, sob a orientação da professora Ms. Cynthia Candida Correa

COMODORO – MT / 2012

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha mãe

Ester ao meu filho Eduardo e ao meu

sobrinho Vitor, amigos e

companheiros de todas as horas pelo

apoio e incentivo me fazendo

acreditar que seria possível. Em

especial, meu eterno pai, (in

memorian). Homem de fibra,

batalhador, guerreiro, apesar de

pouco estudo, transmitiu valores

essenciais na formação do caráter e

personalidade de seus filhos.

AGRADECIMENTOS

A minha gratidão a Deus, nossa eterna Fonte de Sabedoria pela força física,

mental e espiritual que nós sustenta nos momentos de fraqueza e cansaço.

"A grande diferença do material 'decorado'

e o aprendizado é que quanto ao último o

aluno usa os conhecimentos da maneira

que quiser e tem a possibilidade de criar,

superando o que o professor lhe ensinou".

(Içami Tiba 2006)

RESUMO

Este trabalho baseia-se na avaliação de como o fogo e seus temas transversais,

como queimadas e incêndios, são inserido dentro dos conteúdos programáticos

elaborado pelo corpo docente das instituições de ensino municipais e estaduais do

município de Comodoro - MT. Teve-se como objetivo geral compreender a percepção

da comunidade estudantil, docente e discente, sobre as queimadas no município de

Comodoro - MT, bem como analisar as questões legais, baseadas na Legislação

Municipal, Estadual e Federal que se referem as ações antrópicas diretas e indiretas

registradas neste município. Como objetivos específicos procurou-se estabelecer

como a metodologia de ensino em educação ambiental, pode oferecer subsídios

para o entendimento pleno do conceito do fogo e das conseqüências positivas e

negativas no meio ambiente e como poder-se-á envolver o público-alvo estudantil,

de modo que este entenda as ações mitigadoras para diminuir esta prática agrícola.

Com esta pesquisa procurou-se compreender, sensibilizar e esclarecer o corpo

discente e docente sobre as várias maneiras de proteger o meio ambiente, formando

cidadãos no mínimo crítico e cônscio dos seus direitos e deveres. Conforme

metodologia descrita acima, complementou-se o conteúdo através de pesquisa

bibliográfica, dados referentes a programas governamentais diretamente ligado às

Instituições de ensino, mídia escrita municipal e levantamentos via internet. Nesta

perspectiva educacional, portanto, pode-se compreender a gravidade do fogo e seus

derivados e desenvolver valores e atitudes de respeito ao meio ambiente, pois, a

partir do momento que se conhece quais as qualidades e importância deste

ambiente em que se está inserido, facilita as ações educacionais e legais de forma

fazer com que as pessoas protejam, amem e valorizem o meio em que vivem.

PALAVRAS-CHAVE: Queimadas, Educação, Sociedade.

ABSTRACT

This work basing on the assessment of how the FIRE and its cross-cutting

themes such as fires and fires are inserted into the syllabus prepared by the

faculty and was held in educational institutions of the state and local

municipality Commodore - MT.

Had as general objective to understand the perception of the student

community, staff and students about the fires in the city of Comodoro - MT, and

analyze legal issues, based on Municipal Law, State and Federal actions that

refer sedge and indirect registered in this municipality. The specific objectives

sought to establish how the teaching methodology in environmental education,

can provide support for a full understanding of the concept of the fire and the

positive and negative consequences on the environment and how it will be able

to engage the student audience, so that it understands the mitigating actions to

reduce this agricultural practice. This research sought to understand, sensitize

and enlighten the student body and faculty about the various ways to protect the

environment, forming citizens at least critical and aware of their rights and

duties. According to the methodology described above was supplemented

content through a literature review, data on government programs directly linked

to educational institutions, media and municipal written surveys via internet. In

this educational perspective, therefore, one can understand the severity of the

fire and its derivatives and to develop values and attitudes of respect for the

environment, because from the moment that we know what qualities and

importance of the environment in which it is inserted, is facilitated educational

activities and lawful cause people protect, love and value the environment in

which they live.

KEYWORDS: Fires, Education, Society.

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO 11

1.1. A ORIGEM DO FOGO 11

1.2.PRINCIPAIS CAUSAS DOS FOCOS DE INCENDIO DE MODO GERAL

12

1.3. EFEITOS NEGATIVOS DO USO DO FOGO SOBRE O ECOSSISTEMA

13

1.4. CONSIDERAÇÕES E CONCEITOS GERAIS SOBRE OS DIFERENTES USOS DO FOGO

14

1.5. PROCEDIMENTOS PARA SE FAZER UMA QUEIMADA CONTROLADA

15

1.6. AS QUEIMADAS NO MUNICÍPIO DE COMODORO - MT 15

1.6.1. AS CONSEQUÊNCIAS DAS QUEIMADAS 16

1.7. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA 17

1.7.1. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO AMBIENTAL PARA A CONTENÇÃO DA QUEIMADA EM ÁREAS URBANAS

17

1.7.2. INSTRUMENTOS ADMINISTRATIVOS DE GESTÃO AMBIENTAL

18

1.7.3. INSTRUMENTOS INSTITUCIONAIS DE GESTÃO AMBIENTAL 18

1.7.4. INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL LOCAL 19

1.7.4.1. PORQUE PARTIR DA REALIDADE LOCAL? 21

1.8. MOTIVAÇÃO DO PROFESSOR NA SENSIBILIZAÇÃO DOS ALUNOS CONTRA AS QUEIMADAS

22

CAPÍTULO II - METODOLOGIA 26

CAPÍTULO III - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS 27

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 27

3.1.1. O MUNICÍPIO DE COMODORO - MT 27

3.2. DISCUSSÃO DOS DADOS LEVANTADOS 28

CONCLUSÃO 30

REFERENCIA S 31

ANEXO 33

9

INTRODUÇÃO

Os agentes causadores de danos à vegetação apresentam diferenças

significativas entre regiões e podem ser representados, principalmente, pelas

intempéries climáticas, pelas doenças, pelas pragas e pelas atividades antrópicas.

Dentre todas as atividades do homem, o uso irresponsável do fogo tem sido

considerado o maior agente de danos, o qual tem provocado transformações, muitas

vezes desconhecidas, dada a complexidade dos fatores envolvidos no processo de

combustão e do comportamento do fogo. Os efeitos provocados pelos incêndios

florestais e queimadas, chamam a atenção por serem devastadores e por

provocarem os mais variados danos nos diferentes componentes do ecossistema.

Desta forma, seguindo as diretrizes estabelecidas pelos Parâmetros

Curriculares (BRASIL, 1997), o tema FOGO, base deste trabalho, interligado nas

áreas de meio ambiente e saúde, permite ao professor transitar por estas áreas,

interdisciplinadamente, pois como descreve o autor sobre a ação do ser humano

sobre sua evolução:

o homem transformou-se pela modificação do meio ambiente, criou cultura, estabeleceu relações econômicas, modos de comunicação com a natureza e com os outros. Mas é preciso refletir sobre como devem ser essas relações socioeconômicas e ambientais, para se tomar decisões adequadas a cada passo, na direção das metas desejadas por todos: o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental. (BRASIL, 1997).

Assim, a transversalidade é aplicada de forma integral, permitindo uma visão

holística do fato e essa concepção holística do todo, mostra a existência viva de uma

relação dialética entre os fenômenos e sua essência, entre o particular e o universal,

entre a base material e a consciência, entre a imaginação e a razão.

Baseado nestas premissas, o trabalho tem como objetivo geral, analisar

como o tema fogo pode ser inserido nos temas transversais dos planos de aula das

diversas matérias escolares. E nos objetivos específicos, procurou-se entender o

tema FOGO e suas diferentes formas apresentáveis como por exemplo, queimadas

e incêndios urbanos e florestais; apresentar o plano da disciplina envolvendo o tema.

Desta forma o aluno pode visualizar todo processo da atividade antrópica,

podendo inferir sobre os benefícios e malefícios causados pela determinada prática

cultural, permitindo uma compreensão mais concreta da influencia da ação humana

10

no meio ambiente e suas implicações.

Complementando com o estudo in loco, ao final da análise teórica em cada

matéria, colocando-se em prática os ensinamentos aprendidos em sala de aula, de

forma que o corpo discente possa sentir, a ação danosa do uso indiscriminado do

fogo. Este aprendizado teórico, permite um aprendizado da realidade vivida pelo

aluno na sua cidade, haja vista que o uso do fogo, através das queimadas, seja em

terrenos baldios ou em áreas afastadas do centro urbano, é uma prática cultural e

constante para a limpeza destas áreas e suas conseqüências ambientais, são

sentidas e visualizadas por eles, rotineiramente em determinadas épocas do ano.

Assim, no capítulo I, intitulado referencial teórico, faz-se a conceituação de

FOGO, sua diferenciação, legislação pertinente, bem como conceituar como o tema

está inserido no contexto escolar. No capítulo II, explica-se como foi a metodologia

utilizada para a elaboração do trabalho. No capítulo III, faz-se a análise das

perspectivas e avaliação municipal. E finalmente na conclusão, entende-se que a

prevenção é a melhor forma de se evitar quaisquer malefício que possa causar uma

ação antrópica. O entendimento do assunto, tanto a nível docente, discente e

comunidade se faz necessário haja vista que, a minimização destes impactos se

dará a longo prazo, pois requer uma compreensão aprofundada do assunto por

todas as partes envolvidas.

11

CAPITULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. A ORIGEM DO FOGO

O fogo é um fenômeno que produz calor a um corpo combustível na

presença de ar.

Uma vez iniciado o fogo, o calor gerado pela combustão proporcionará a

energia necessária para continuidade do processo.

Para iniciá-lo são indispensável três elementos básicos: combustível, ar e

calor. Sem um desses três elementos não há fogo.

Há séculos o fogo acompanha o homem e através dele registra-se a história

da humanidade. É um marco no processo evolutivo do homem, um elo entre o

passado e o presente.

Ao adquirirem o controle sobre o fogo, há quinhentos mil anos, os ancestrais

da espécie humana começaram a marcar profundamente a história da vida na Terra.

Através do seu domínio, alcançaram novos espaços, alteraram ecossistemas, e

sofreram suas conseqüências, decorrentes de suas próprias atividades. Porém ao

Figura 1. Triangulo dos componentes do fogo Fonte: Manual Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

12

apoderar-se do fogo (únicos seres do planeta com tal poder) utilizaram-no tanto com

ímpeto destruidor como de forma benevolente sobre as terras.

O seu uso reflete, assim, valores, percepções, crenças, aspectos

econômicos, institucionais, políticos. O homem contemporâneo continua a utilizá-lo

em suas atividades. O fogo em si não é bom nem ruim, é apenas um instrumento a

nossa disposição. Usá-lo corretamente é uma questão de inteligência.

1.2. PRINCIPAIS CAUSAS DOS FOCOS DE INCÊNDIO DE MODO GERAL

Podemos dizer que o homem é o principal causador dos focos de incêndio

porque a maioria deles são iniciados em decorrência de algum tipo de atividade

humana. Existem, também, os incêndios causados por fenômenos naturais, porém

eles são mínimos. As causas mais freqüentes destes focos são:

a) Práticas Agropastoris - São resultantes da queima para limpeza de terrenos

para fins florestais, agrícolas ou pecuários;

b) Pastoreio - O uso milenar do fogo para renovação de pastagens e para o

controle fitossanitário de pragas e ervas daninhas já se tornou uma prática

que passa de geração a geração;

c) Incêndios Intencionais - A falta de educação e civilidade de um povo também

resulta em incêndios florestais. Muitas vezes, as medidas restritivas de

proteção aos recursos naturais, criando áreas de proteção ambiental,

parques, reservas, tomadas pelo Governo, são freqüentemente mal

interpretadas pelos proprietários rurais, que, em resposta a essas

providências e precauções, ou por vingança, ateiam fogo intencionalmente

nessas áreas. Já na região de Comodoro - MT, culturalmente, as tribos

indígenas da Nação Nhambkwara, ateam fogo em determinadas áreas para

afugentar a caça, de modo que, seus integrantes, possam capturar animais

para seu sustento. Outras vezes por atitudes de rebeldia ou vandalismo, para

satisfazer desejos pessoais, põem fogo nas florestas, campos, pastagens e,

principalmente, nas margens de vias pública.

d) Fumantes - Grandes incêndios têm também suas origens na displicência e

falta de precaução dos fumantes ao jogarem cigarros ou fósforos acesos na

vegetação seca. A falta de manutenção (aceiros) nas estradas e vias públicas

13

federais, estaduais ou municipais contribui, significativamente, com o

aumento de incêndios florestais no país.

e) Descargas elétricas ( causa natural) - Ainda que raros em ambientes onde

ocorrem grandes tempestades ou precipitações bruscas, como na América

Latina, os raios podem ocasionar incêndios;

f) Causas desconhecidas - muitas vezes, até um simples "caco de vidro" pode

convergir os raios solares em uma superfície de modo, iniciar um foco de

incêndio. Também pessoas que se dedicam à pesca noturna, utilizando

lampiões, fogareiros, velas e outros materiais inflamáveis, sem os cuidados

necessários, podem provocar , incêndios florestais.

1.3. EFEITOS NEGATIVOS DO USO DO FOGO SOBRE O ECOSSISTEMA

O fogo é uma reação caracterizada pelo desprendimento de luz e calor,

afetando diretamente:

• A vegetação

• O ar

• O solo

• A água

• A vida silvestre

• A saúde pública

• A economia.

Os incêndios florestais e as queimadas descontroladas constituem um dos

fatores mais importantes na redução do material lenhoso e vegetativo em campos e

florestas, acarretando:

• destruição da cobertura vegetal;

• destruição de húmus e morte de microorganismos;

• destruição da fauna silvestre, especialmente animais jovens;

• aumento de pragas no meio ambiente;

• eliminação de sementes em estado de lactência;

• debilitação de árvores jovens suscetíveis a pragas e doenças;

• perda de nutrientes e ressecamento do solo;

• destruição de belezas cênicas naturais;

14

• aceleração do processo de erosão;

• assoreamento de rios, lagos e lagoas.

1.4. CONSIDERAÇÕES E CONCEITOS GERAIS SOBRE OS DIFERENTES

USOS DO FOGO

O Controle do Uso do Fogo está associado às ações administrativas e

técnicas tomadas para realizar a prevenção e o combate ao fogo por uma instituição

privada ou pública, seja ela municipal, estadual ou federal.

Alguns conceitos são necessários para melhor compreensão do assunto em

questão:

a) Material combustível - É todo papel, derivados de petróleo e inflamáveis, tipo

de vegetação viva ou morta, que se encontra em ambiente natural e sujeita à

ação do fogo;

b) Fogo - é uma reação química exotérmica que ocorre pela combinação do

material combustível e o oxigênio, reação esta desencadeada por uma fonte

de calor inicial;

c) Incêndio florestal - é a ocorrência do fogo em qualquer forma vegetativa, cujas

causas vão de naturais a criminosas, podendo também estar associadas à

forma acidental e portanto, inesperada pelo proprietário ou responsável pela

área atingida;

d) Queima controlada - é o termo técnico atribuído ao uso do fogo de forma

planejada, com objetivos definidos, acompanhado de um planejamento prévio

em que devem ser considerados os aspectos legais (aviso de queima), as

técnicas de queima, as condições climáticas, a previsão do comportamento

do fogo, os equipamentos e as ferramentas apropriadas e os confrontantes;

e) Queimada - é o termo prático atribuído à queima controlada, utilizado pelo

público em geral, inclusive pela imprensa, mas que não assegura as

exigências da queima controlada, como conceitualmente concebida;

f) Queima natural controlada - é uma definição mais recente, que incorpora

novos conceitos sobre a relação do fogo com o ambiente natural, e que

consiste em manejar o fogo de ocorrência natural nas áreas previamente

estabelecidas.

15

1.5. PROCEDIMENTOS PARA SE FAZER UMA QUEIMADA CONTROLADA.

Para fazer uma queimada controlada é preciso adotar diversos

procedimentos, principalmente para evitar a proliferação do fogo que pode causar

uma grande tragédia:

• É fundamental conhecer a área, tipo de topografia e se há ocorrência de

mananciais, rios ou florestas densas próximo do local da queimada;

• Evitar queimar grandes áreas de uma só vez, o que dificulta o controle;

• Construir valas ou aceiros para evitar a propagação do fogo pra outros locais;

• Evitar queimar quando o vento está forte;

• Preferir os horários com temperaturas mais amenas como as manhãs ou os

inícios da noite;

• Mesmo acabando a queimada, permanecer no local por mais de duas horas e

verificar se não há nenhum outro foco de calor;

• Ter sempre à mão equipamentos para acabar com o fogo com abafadores,

aradores e baldes de água ou mangueiras e carros ou reboques-pipa;

• Avisar os vizinhos e, se possível, coordenar com eles um calendário de

queimadas;

• Não queimar a menos de 15 metros dos limites das faixas de segurança das

linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica;

• Não queimar a menos de 100 metros ao redor de uma subestação de energia;

• Não queimar a menos de 50 metros ao redor de unidades de conservação;

• Não queimar a menos de 15 metros de rodovias;

• Pedir autorização para o órgão ambiental;

1.6. AS QUEIMADAS NO MUNICÍPIO DE COMODORO - MT

As queimadas urbanas trazem como conseqüência o aumento do calor na

cidade, e a fumaça gera poluição ambiental, muitas vezes, nos estudos, nas ações e

mesmo nas leis ambientais, empregam-se termos que indicam formas cuidadosas

de se lidar com o meio ambiente, como proteção, conservação, preservação,

16

recuperação e reabilitação.

Essa técnica passou a ser vista como uma alternativa geralmente eficiente,

rápida e de custo relativamente baixo quando comparada a outras técnicas que

podem ser utilizadas para o mesmo fim. Entre os meses de maio e dezembro, são

comuns as notícias de queimadas no município de Comodoro. Esse método de

limpeza da área é uma técnica hoje considerada arcaica e prejudicial tanto para o

ecossistema quanto para a própria produção agrícola.

Comodoro é um dos poucos municípios do Estado de Mato Grosso que

possui a lei Municipal 1158/2009, que foi sancionada no dia 28/04/2009; tendo como

objetivo esclarecer para a população comodorense sobre causas e conseqüências

das queimadas em nosso município. (PMC,2012)

1.6.1. AS CONSEQÜÊNCIAS DAS QUEIMADAS

• Mudança na qualidade do ar, com mais calor, menos umidade, mais gás

carbônico (fumaça) e menos oxigênio;

• Sujeira causada pelos pedaços de plantas e cinzas trazidos pelo vento que

entram pelo nariz ou sujam quintais, pisos e as roupas no varal;

• Aumento da sensação de falta de ar por causa da fumaça;

• Aumento do nº de pessoas com problemas respiratórios, principalmente crianças,

idosos e pessoas doentes, que necessitam de atendimento médico;

• Morte da micro fauna, pequenos animais e plantas que vivem no solo e que são

responsáveis pelo aumento da fertilidade;

• Morte da meso e macro fauna, que não conseguem fugir do fogo;

• Queima das folhas, flores e frutas, com aumento da falta de alimentos,

principalmente em áreas indígenas, apesar de ser uma prática cultural;

• Prejuízos econômicos, com a queima de currais, casas, cercas, cochos, pontes,

máquinas e até mesmo de animais;

• Prejuízos para a cidade, o estado e o país, pois ficam com má fama.

17

1.7. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA

É o conjunto de normas jurídicas que se destinam a disciplinar a atividade

humana, para torná-la compatível com a proteção do meio ambiente. No Brasil, as

leis voltadas para a conservação ambiental começaram a ser implementadas com a

lei Nº 6938, de 31 de agosto de 1981, que criou a Política Nacional do Meio

Ambiente. Posteriormente, novas leis foram promulgadas, vindo a formar um

sistema bastante completo de proteção ambiental.

A nível estadual matogrossense, a Lei Complementar Nº 233, de 21 de

dezembro de 2005, altera a Lei Complementar Nº 38, de 21 de novembro de 1995,

Código Estadual do Meio Ambiente que em seu Artigo 2º dita:

O Sistema Estadual do Meio Ambiente tem como finalidade integrar os

órgãos e instrumentos da Política Estadual do Meio Ambiente, sob a gestão

da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA.

Esta Lei Complementar também prevê o período proibitivo das queimadas

no estado do Mato Grosso.

1.7.1. A IMPORTANCIA DA GESTÃO AMBIENTAL PARA A CONTENÇÃO DA

QUEIMADA EM ÁREAS URBANAS

A atuação do município na gestão do meio ambiente deve levar em conta as

características sociais, geográficas, econômicas, ecológicas e culturais locais.

Inicialmente é necessário levantar os problemas ambientais que se encontram na

esfera do município e buscar possíveis soluções. Estas soluções dependem da

estrutura e capacitação do município. Por isso são necessários instrumentos

políticos, sociais, institucionais, legais e econômicos que garantam legitimidade às

intervenções feitas em favor de uma qualidade ambiental.

A efetiva melhoria das condições ambientais de uma região depende da

interação de todos os agentes nela envolvidos sejam cidadãos, empresas, governos,

organizações não governamentais, instituições de ensino, comunidades científicas e

mídia. Disso certamente resultarão ganhos positivos em qualidade de vida. A

conquista do desenvolvimento sustentável exige a superação de um grande desafio:

cada um dos agentes deverá assumir sua responsabilidade pelo meio ambiente e

18

buscar, interativamente, soluções construtivas. (BADUE,2002)

1.7.2. INSTRUMENTOS ADMINISTRATIVOS DE GESTÃO AMBIENTAL

O Poder público do município de Comodoro, a partir do ano 2000,

compreende que há necessidade de instituir uma reavaliação de sua política

ambiental e da implantação de um sistema de gestão ambiental, para a atual e para

as futuras administrações. Consolida na homologação da lei Nº 1.158/2009, de 28

de abril de 2009, que dispõe sobre o “Código Municipal de Proteção e Defesa do

Meio Ambiente”, instituindo o Conselho Municipal de Meio Ambiente – CONSEMMA,

que é o órgão municipal de meio ambiente com peso dentro da administração para

ser introdutor da variável ambiental na política de desenvolvimento urbano. Abrange

o poder público e as comunidades locais e interage com os demais órgãos do

município e com as esferas estadual e federal de gestão ambiental.

Neste período, consciente que pode legislar sobre o meio ambiente, o Poder

Público institui um órgão ambiental que pode ser uma Secretaria, Departamento,

Divisão ou Assessoria que delibere sobre assuntos de interesse local.

Programas de capacitação profissional são instituídos para dar suporte à

gestão ambiental do município formando um quadro de recursos humanos

habilitado. Para tanto, se faz necessário uma capacitação técnica dos servidores

públicos que lhes possibilite a reflexão, análise e interpretação de situações,

planejamento e administração estratégica e visão sistêmica

1.7.3. INSTRUMENTOS INSTITUCIONAIS DE GESTÃO AMBIENTAL

A Educação Ambiental enfatiza o “por que” fazer antes do “como” fazer. Ela

deve levar o indivíduo a compreender a relação causa/efeito dos problemas da

cidade onde vive. Deve estar presente em todos os espaços que educam o cidadão

e a cidadã. Assim, pode ser realizada de maneira formal ou informal, nas escolas,

nos parques, associação de bairro, sindicatos, meios de comunicação de massa. A

compreensão sobre as ações agressivas de uma ocupação desordenada bem como

19

o destino correto dos dejetos, lixo e outros são passíveis de serem discutidos e

repassados para um maior número de pessoas. Além disso, sendo uma atividade

transversal, deve permear as ações dos demais instrumentos de gestão ambiental.

A partir da Eco 92, a ONU estabeleceu uma cartilha para mitigação dos

impactos ambientais correntes e implantação de planos voltados ao

desenvolvimento sustentável, abstração aplicada ao efeito de se dar continuidade ao

crescimento econômico, sem todavia destruir os recursos naturais envolvidos na

produção deste desenvolvimento. Deu-se o nome a esta cartilha de AGENDA 21.

Esta agenda não tem um foco unicamente ambiental, mas suas propostas estão

diretamente relacionadas aos resultados ambientais. Da visão macro para a micro,

quando se tem como base o nível global e o município, instituiu-se a Agenda 21

local, que é utilizada como instrumento norteador do Plano Diretor Municipal tendo

como perspectiva o desenvolvimento sustentável. Para que tenha efetividade é

necessário a participação dos diversos setores da administração pública, do setor

privado e da sociedade civil na sua elaboração, à flexibilidade com que estabelece

conselhos de participação popular e interage com os munícipes na busca conjunta

de resolução para os problemas comuns, independentemente do partido político que

estiver no poder.

A gestão ambiental municipal é o processo político-administrativo que

incumbe ao Poder Público local, representado pelos poderes Executivo e Legislativo,

e com a participação da sociedade civil organizada, formular, implementar e avaliar

políticas ambientais expressas em planos, programas e projetos, com o objetivo de

ordenar as ações do Município, em sua condição de ente federativo.

O município dispõe para tanto, de instrumentos importantes capazes de

implementar as ações decorrentes do planejamento ambiental, através de projetos,

planos e programas, sempre levando em consideração as prioridades e os aspectos

locais e regionais (SALLES,2000).

1.7.4. INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL LOCAL

O município dispõe de vários instrumentos legais de planejamento, como

aqueles expressos pela Constituição Federal: Plano Diretor, Lei de Diretrizes

Orçamentárias, Lei Orgânica dos Municípios, Lei de Parcelamento do Solo, Lei de

20

Ocupação do Solo, Estatuto da Cidade dentre outros.

Todos estes recursos legais só foram instituídos muitos anos após a criação

do município em 1986 e, portanto, sem um zoneamento urbano que implicava em

um conhecimento profundo das questões ambientais e um crescimento populacional

que não previa seu aumento em tão pouco espaço de tempo.

O Plano Diretor, aprovado por lei municipal, tem como objetivo configurar a

função social da propriedade urbana, ou seja, promover o desenvolvimento urbano.

Nesse sentido, se evita, por exemplo, a ocupação de áreas não suficientemente

equipadas, a retenção especulativa de imóveis vagos ou subutilizados, preserva o

patrimônio cultural ou ambiental e exige a reparação de impactos ambientais.

O Plano Diretor, instituído pelo artigo 182 da Constituição federal, é

obrigatório para municípios com população superior a 20.000 habitantes. Comodoro,

apesar de ter 18.260 habitantes (censo IBGE,2010), instituiu o seu plano diretor em

2007. Ele é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão

urbana. Além disso, é um instrumento de natureza técnica e política, de caráter

global e estratégico que propõe transformações estruturais, que objetiva atender às

necessidades básicas da população, contribuindo para o aumento da eficiência

econômica local e regional e também preservar a qualidade ambiental e o patrimônio

coletivo cultural e histórico.

Além disso, algumas diretrizes referentes ao saneamento e ao meio

ambiente devem estar estabelecidas no Plano diretor, como por exemplo, fixar

critérios para a delimitação de uso das áreas de expansão urbana, impedindo a

ocupação de mananciais, identificar as áreas de risco sujeitas à inundação e erosão,

adequar os investimentos públicos para o desenvolvimento urbano e prevê a

implantação de plano municipal de saneamento (SALLES,2000)

A lei de Uso e ocupação do Solo, que regulamenta a utilização do solo em

todo território municipal, é de competência exclusiva do município por tratar de

matéria de interesse local. É um instrumento obrigatório de controle do uso da terra,

da densidade populacional, da localização, finalidade, dimensão e volume das

construções, com o objetivo de atender a função social da propriedade e da cidade

(Cepam, 1991)

A Lei de Parcelamento do solo é disciplinada pela Lei Federal Nº 6.766/79 e

tem por premissa orientar a expansão urbana, adequando as suas normas às

necessidades locais, além de controlar os novos loteamentos e desmembramentos

21

localizados em áreas de interesse especial, como as de proteção aos mananciais ou

as consideradas como patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico.

A lei Orgânica Municipal tem um caráter eminentemente organizador do

governo local e dispõe sobre a estrutura, funcionamento e atribuições dos poderes

Executivo e Legislativo; a organização e o planejamento municipal; o processo

legislativo e a participação da população.

O Estatuto da Cidade reúne importantes instrumentos urbanísticos,

tributários e jurídicos que podem garantir efetividade ao Plano Diretor, responsável

pelo estabelecimento da política urbana na esfera municipal e pelo pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, como

preconiza o artigo 182 da Constituição Federal.

Independente da implantação, aplicação ou não das leis regentes sobre o

ordenamento urbano, existe uma lacuna nas políticas públicas locais, em sua

dimensão urbana e rural. Assim, no nível institucional, o município acaba sofrendo a

chamada “síndrome das desarticulações”, com belíssimas leis sem legitimidade

local, portanto, não aglutinando a dimensão comunitária. Com a Lei Estatuto da

Cidade, balizada na constituição federal e nas resoluções do CONAMA, mais do que

nunca, deve-se aprender o sentido da articulação entre o poder local e a

comunidade. Quando aplicado ao tema do estudo em questão, esta análise é

fundamental, pois é necessário de um lado, o poder público aplicar e ordenar a

ocupação urbana e ações lesivas ao meio ambiente como as queimadas e do outro

o munícipe que entenda e acate as normas estabelecidas, o que implicará em uma

forma racional de urbanização, uso do solo e ações e práticas lesivas ambientais.

1.7.4.1. PORQUE PARTIR DA REALIDADE LOCAL?

É a nível local que os problemas ambientais se manifestam. As pessoas que

residem no local são ao mesmo tempo causadoras e vítimas dos problemas

ambientais. O desmatamento ou a queimada da vegetação provoca erosão no local,

as ruas do bairro vão se encher de lama, o córrego que corta o bairro será

assoreado. Da mesma forma que no caso do lixo jogado na encosta, ou do esgoto

despejado no rio; quem primeiro sofre as conseqüências destes atos são os próprios

moradores do local.

Leis, normas, regulamentos e fiscalização punitiva podem significar muito

22

pouco se a população não estiver sensibilizada para o problema. Se a própria

população não estiver disposta a controlar o uso de um determinado recurso natural.

A população local tem que participar, tem que estar envolvida na discussão e na

solução do problema, para que o resultado seja compatível com as expectativas e

com as necessidades locais.

Participação implica em envolver, ativa e democraticamente a população

local em todas as fases do processo, do diagnóstico até a implementação das

soluções e avaliação dos resultados.

É a população local que mais tem condições de diagnosticar a situação

local. São eles que convivem com o problema. São também eles que mais tem

interesse em resolver o problema. Além disso, boa parte dos problemas ambientais

só podem ser efetivamente resolvidos, se a população local assim desejar. Os

grupos locais são muito mais eficientes em “fiscalizar” o cumprimento de um

determinado acordo (não jogar lixo na encosta, por exemplo), em controlar o uso dos

bens públicos ou dos recursos naturais.

1.8. MOTIVAÇÃO DO PROFESSOR NA SENSIBILIZAÇÃO DOS ALUNOS

CONTRA AS QUEIMADAS

Ao trabalhar o meio ambiente traz a necessidade de adquirir conhecimento e

informação por parte da escola para que a mesmo tenha um trabalho adequado

junto aos alunos. A questão ambiental não é um tema restrito às Ciências, os

próprios temas transversais surgiram para sanar esta fragmentação do saber.

Os temas transversais pretendem a ruptura com as propostas pedagógicas

tradicionais que fragmentam o processo educacional, compartimentando os

conteúdos em estruturas disciplinares, o que significa dizer que tais temas trazem,

em si, embutida a perspectiva da interdisciplinaridade.

A educação ambiental é um trabalho que deve ser desenvolvido a fim de

levar o educando a compreensão de construírem uma consciência global das

questões relativas ao meio ambiente para que assim possam assumir posições e

valores referentes a sua proteção e melhoria, no entanto, é importante rever o

significado do que pretendem sobre a questão ambiental, pois este significado é

resultado da ligação que o educando estabelece entre o que aprende e a sua

23

realidade.

A Educação Ambiental pode estar presente em todas as disciplinas e ser

permanente, cada disciplina têm a sua contribuição a dar. A problemática ambiental

pode estar baseada no consumismo, nos desperdícios, na produção de materiais

inúteis, mas devem-se levar em conta as questões econômicas e culturais entre a

humanidade e a natureza e entre os homens. Portanto a Educação Ambiental como

educação política, também cita os objetivos da Educação Ambiental:

conscientização; conhecimento; comportamento; competência; capacidade de

avaliação e participação. Além de enfatizar que a escola é um local privilegiado para

desenvolver a Educação Ambiental, pois ela pode ser assunto que permeia todas as

áreas do conhecimento.

A interdisciplinaridade que deve estar presente na Educação Ambiental não

deve ser apenas um somatório ou a articulação entre as diferentes disciplinas, deve

ser além do diálogo entre as disciplinas, a busca de novos saberes que considerem

as culturas, os potenciais da natureza e os valores, teorias e práticas necessárias à

vida e à formação humana.

É nesse contexto que o educador deve levar o educando a compreensão

dos princípios de utilizar diversos meios educativos para o conhecimento necessário

com o meio ambiente, pois há necessidade de fornecer informações sobre os

problemas ambientais, podendo assim prender a atenção dos alunos e despertar

seu interesse em relação aos cuidados com o meio ambiente.

As queimadas não se resumem a repasse de informações, mas também em

ações tanto para coletar dados sobre os problemas como para solucioná-los. O

ambiente fora da sala de aula fornece informações e pode muito bem ser explorado.

A aprendizagem será mais significativa se a atividade estiver adaptada

concretamente as situações da vida real da cidade, ou do meio do aluno e do

professor.

O professor deve orientar os alunos para que busquem as respostas através

da observação do mundo real ou cotidiano apresentado, o aluno deve ser

incentivado a buscar informações sobre as queimadas com as pessoas que obtém

informações corretas sobre o assunto.

Contudo, isso cabe aos professores procurar sensibilizar os alunos para a

mudança de atitudes diante dos problemas das queimadas como forma de contribuir

para a melhoria na qualidade de vida, o trabalho das queimadas focaliza sempre a

24

importância de cuidar e preservar o meio ambiente. Trabalhando a sensibilização

para reverter à situação, a importância de um ambiente sadio.

O professor deve ressaltar o conceito do fogo, mostrando ao educando que

o primeiro grande desafio do ser humano em relação ao fogo, foi buscar uma forma

de se esquentar, com o uso de peles de outros animais, como roupas, mas com o

domínio do fogo o ser humano descobriu que poderia ocupar novas áreas do

continente do planeta, pois as famílias estavam mais seguras e aquecidas.

Com o passar dos tempos o fogo se tornou grande aliado aos pequenos

produtores que não tinham alternativa para preparar a terra, sendo assim as

queimadas são feitas para facilitar o preparo da terra para produção. Como se

observa esse método não é recomendado devido os prejuízos que causam no meio

ambiente e nossa saúde.

Para muitos professores, pais e alunos, etc; a Educação Ambiental só pode

ser feita quando se sai da aula e se estuda a natureza in loco. Esta é uma

atividade pedagógica muito rica de possibilidades, mas corre-se o risco de

tê-la como única atividade possível, quando na verdade é apenas mais

uma. É sempre muito agradável poder passar algumas horas estudando ou

fazendo atividades em parques...No entanto, a natureza conservada não

deve ser apresentada como modelo, já que existe no cotidiano entre o

homem e a natureza uma relação de permanente transformação de

ambos... Na maioria das vezes estas atividades se baseiam na transmissão

de conhecimentos científicos e na conscientização para a conservação da

natureza. Essas atividades têm seu valor, mas se não abordam os

aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais, não podem ser

consideradas como Educação Ambiental. (Reigota p. 28 e 29, 2001, Apud

Moraes p. 41 e 42).

Segundo esta citação as aulas-passeio devem existir, mas não com

objetivos somente voltados a conceitos ecológicos e a conservação do local.

Entretanto deve levar em conta história, cultura os fatores socioeconômicos e

inclusive a estética do local, não só de ambientes conservados, mas de lugares com

problemas ambientais (rua, bairro, pátio da escola).

Esta estratégia didática vem para melhorar o estudo do meio ambiente em

relação às queimadas identificando os elementos que constitui seus subsistemas,

distinguindo seus elementos naturais e construindo seu meio ambiente. O professor

25

deve ter em vista o fato de que as queimadas implicam na nossa realidade, os

trabalhos em relação às queimadas devem estar coerentes com as situações

enfrentadas diariamente, com problemas ambientais que surgem ao decorrer do ano

e da própria história da região.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais afirmam que:

É importante que o professor trabalhe com o objetivo de desenvolver, nos

alunos, uma postura crítica diante da realidade, de informações e valores

veiculados pela mídia e daqueles trazidos de casa. Para tanto, o professor

precisa conhecer o assunto e, em geral, buscar junto com seus alunos mais

informações em publicações ou com especialistas. Tal atitude representará

maturidade de sua parte: temas da atualidade, em contínuo

desenvolvimento, exigem uma permanente atualização, e fazê-lo junto com

os alunos representa excelente ocasião de, simultaneamente e pela prática,

desenvolver procedimentos elementares de pesquisa e sistematização da

informação, medidas, considerações quantitativas, apresentação e

discussão de resultados, etc (BRASIL,1997.p. 30, 1997).

Nesta perspectiva o objetivo do professor é levar o educando a

sensibilização do meio ambiente global e de seus problemas, os professores devem

atingir seus objetivos propostos, como: acesso ao conhecimento, necessário para a

solução dos problemas em relação às queimadas, mudança de comportamento,

tanto individual como coletivo para contribuir com o meio ambiente.

De fato quando se trata de decidir a qualidade de vida das pessoas é

fundamental trabalhar a visão que cada grupo social tem em relação ao meio

ambiente, são fundamentais a formação de opiniões e representações coletivas as

quais o homem pertence. Daí a importância da representação social que a

sociedade tem do meio ambiente, para se trabalhar tanto com os alunos como na

comunidade escolar.

26

CAPITULO II

METODOLOGIA

A elaboração deste trabalho baseou-se em entrevistas não estruturadas

onde o entrevistado, no caso, alguns professores, teve a liberdade para desenvolver

e expor em qualquer direção que considerasse mais adequada do tema proposto.

Foi a forma de poder explorar mais amplamente a questão. Também foram

realizados levantamentos bibliográficos relacionados ao tema, bem como na análise

dos planos de aula e os conteúdo programático de algumas escolas de forma avaliar

se e como o tema FOGO e seus temas transversais estão sendo discutidos nas

salas de aula. Foram verificadas as Escolas Municipais e Estaduais, tanto da zona

urbana quanto rural. Desta forma, visitou-se as seguintes escolas:

1. Escola Estadual de 1º Grau Cora Coralina;

2. Escola Estadual Rosa F. Piovesan;

3. Escola Municipal Nª Srª das Graças;

4. Escola Municipal João Calmon;

5. Escola Municipal Érico Veríssimo;

6. Escola Helena Matiuzzo

7. Escola Castelo Branco - Zona rural

8. Escola Estadual Djalma Carneiro da Rocha - zona rural

No total contatou-se 12 professores que ministravam as matérias ciencias (8

professores) e geografia (4 professores), em cada escola, onde o tema em questão

se enquadra e informalmente procurou-se saber como era enfocado as discussões

com os alunos, principalmente porque, entre os meses de maio a agosto,

significativamente, os meses mais quentes e secos do ano, as queimadas eram

freqüentes. Assim, soube que muitos professores baseavam suas aulas em sites

como o Portal do Professor:

(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18675); onde

experiências positivas de outros mestres, em outros estados, podiam ser utilizadas

em suas aulas. (ANEXO)

27

CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

3.1.1. O MUNICÍPIO DE COMODORO - MT

O município de Comodoro localiza-se a oeste do Estado de Mato Grosso

sob as coordenadas geográficas: Latitude – 13º 66’ 30” S e Longitude - 059º 78’ 58”

W, MC:-57º, FUSO 21L, possuindo uma área total de 21.743 km2. Limita-se ao Norte

com o município de Juína e Sapezal; a Leste com o município de Campos de Júlio; a

Oeste com o município de Cabixi e a cidade de Vilhena - RO; e a República da

Bolívia e ao Sul com o município de Vila Bela da Santíssima Trindade e Nova

Lacerda. O perímetro urbano, com uma extensão de 5,90 km2, localiza-se a 120 km

de Vilhena-RO e a 650 km da capital Cuiabá (RIBEIRO et al). Inserida na superfície

mais elevado do Planalto dissecado dos Parecis, a uma altitude média de 625

metros, conforme a figura 01.

JUÍNA SAPEZAL CAMPOS DE JÚLIO NOVA LACERDA

VILHENA-RO VILA BELA SSA TRINDADE

FIGURA 01: Mapa de localização do município de Comodoro no Estado de Mato Grosso e seus respectivos municípios limítrofes. Fonte: SIGIPLAN / CTO / PV. 2007

NNNN

28

No que diz respeito ao clima, a cidade de Comodoro pelo sistema de

classificação de KOPPEN é classificado como (AM): Quente e Úmido, com chuvas

do tipo monçônico. Na verdade é um tipo climático de transição entre clima

equatorial super úmido (Af) da Amazônia e o tropical úmido (Aw) do Planalto Central.

Caracteriza-se por elevadas precipitações, cujo total anual compensa a estação

seca. O período chuvoso ocorre de Setembro a Abril e concentra 80% (oitenta por

cento) das precipitações ocorridas durante o ano todo. Possui período seco de Maio

a Agosto, apresentando nesse período meses consecutivos, com precipitação abaixo

de 60 mm (sessenta milímetros). A precipitação pluviométrica média na região é de

1800 mm/ano (mil e oitocentos milímetros). A temperatura média anual varia de 23º

a 25º C, sendo os meses de primavera e verão os mais quentes. O período de

inverno coincide com o período seco. (Instituto Nacional de Metereologia - INMET).

3.2. DISCUSSÃO DOS DADOS LEVANTADOS

Conforme informado no item supracitado, foram verificadas as Escolas

Municipais e Estaduais, tanto da zona urbana quanto rural. No total contatou-se 12

professores que ministravam a matéria CIENCIAS (8 professores) e GEOGRAFIA (4

professores), em cada escola, onde o tema em questão se enquadra e

informalmente procurou-se saber como era enfocado as discussões com os alunos,

principalmente porque, entre os meses de maio a agosto, significativamente, os

meses mais quentes e secos do ano, as queimadas eram freqüentes. Como o

acesso à INTERNET atualmente é unânime, muitos professores baseiam suas

aulas em experiências de outros mestres de outras regiões. Assim, soube que

muitos professores baseavam suas aulas em sites como o Portal do Professor:

(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18675); onde

experiências positivas de outros mestres, em outros estados, podiam ser utilizadas

em suas aulas (ANEXO).

Porém, afirmam que , devido a falta de infraestrutura de muitas escolas, sem sala de

aula de informática, o conteúdo das aulas não é empregado na íntegra. Nem as

aulas práticas, devido mesmo, a falta de um conhecimento aprofundado do tema por

parte dos professores locais, havendo, portanto, a necessidade de uma reciclagem e

atualização destes sobre o temas proposto.

29

A temática FOGO, está inserida nos Parâmetros Curriculares Nacionais que

norteiam o corpo docente na elaboração dos planos de aula. Assim como os temas

transversais como queimadas e incêndios florestais, que se enquadram nos Temas

Transversais SAÚDE e podem ser trabalhados interdisciplinadamente, pois a

emissão de gases oriundos da queima, afetam diretamente a saúde da população.

Ambas, transversalidade e interdisciplinaridade, se fundamentam na crítica de uma

concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados

estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas apontam a

complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relações entre os

seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a

interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de

conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão

da didática.

A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos

de conhecimento produzida por uma abordagem que não leva em conta a inter-

relação e a influência entre eles — questiona a visão compartimentada (disciplinar)

da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se

constituiu. Refere-se, portanto, a uma relação entre disciplinas. A transversalidade

diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação

entre aprender na realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente

sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na

realidade e da realidade)(BRASIL, 1997).

Desta forma, apesar de presente e notadamente importante, o tema FOGO,

é discutido e avaliado entre o corpo docente e discente, mas não na sua totalidade.

O conteúdo programático das aulas contido no PORTAL DO PROFESSOR, exige 5

aulas para que o assunto seja discutido na sua totalidade, abrangendo, tanto local

quanto globalmente as conseqüências antrópicas. Infelizmente, a sobrecarga de

aula de um professor, devido a falta de professores em alguma matéria correlata,

greves devido reivindicação salarial, fazem com que, conteúdos sejam aplicados

sem um aprofundamento teórico.

30

CONCLUSÃO

O fogo é de suma importante para a vida do ser humano. Seu emprego em

diversas áreas é primordial. Infelizmente, quando ele sai de controle, causa muito

danos, tanto patrimonial, quanto na saúde da população. Seu estudo, análise a

avaliação por parte de professores e alunos é imprescindível. O entendimento de

todos os componentes que atuam na combustão e disseminação tem que ser

compreendidos para que possa ter uma visão crítica quanto a ação indiscriminada e

criminosa de parte da população, às vezes cultural, como é o caso dos indígenas, ou

sem critério técnico, como é o caso, da limpeza de quintais e pastos feito por leigos.

Os professores necessitam de um aprofundamento maior no conteúdo programático.

Faltam recursos estruturais e logísticos. A falta também na região de um quartel do

Corpo de Bombeiros ou técnicos em Segurança de Trabalho que poderiam ministrar

cursos sobre o combate ao fogo, também implica nesta falta de aprendizado e

reciclagem.

Portanto, o corpo docente de Comodoro-MT, mesmo com todas suas

limitações, oferece uma condição primária, básica para o conhecimento por parte

dos alunos, sobre o tema FOGO, e podem aumentar esse conhecimento, tornando-

os cidadãos cônscios sobre sua ação na vida comunitária, podendo influenciar e

contar com a participação ativa da população na luta contra o fogo e suas

conseqüências.

31

REFERENCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-10004: Apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.

BADUE, A.F.B. Gestão da Qualidade Ambiental. Revista Ed. Companhia Vale do Rio Doce. 2002. 28 p. BRASIL. Lei Nº 6.938/81 de 31 de outubro de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e de Outras providencias. Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 126p (In: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf Acesso em 04/08/2012) BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. 88 p. Carvalho, I.C.M., 1998. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e Educação Ambiental. Cadernos de Educação Ambiental, IPÊ, Instituto de Pesquisas Ecológicas, Brasília, 102p

CEPAM. Superintendência de Desenvolvimento Urbano e Rural. Política Municipal de Meio Ambiente. São Paulo. 1991.

DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO MATO GROSSO. Lei Complementar Nº 233, de 21 de dezembro de 2005. Altera o Código Estadual do Meio Ambiente, e dá outras providencias.

IBAMA. Diretrizes para operacionalização do programa Nacional de Educação Ambiental. Brasília: IBAMA, 1997.

IBAMA/PREVFOGO. Como fazer uma queimada controlada, Brasília, 1995.

IBAMA/PREVFOGO. Termos usuais relativos aos incêndios florestais. Brasília, 1994. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Disponível em:www.ibge.gov.br. Acesso em 15 de agosto de 2012.

INSTITUTO NACIONAL DE METEREOLOGIA - INMET- Disponível em: http://www.inmet.gov.br/html/clima.php - acesso em 08/10/2012. MOURA. Leda Maria Correa. FOGO!! (Queimadas). In:

32

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18675 Acesso em: 20/10/2012 PHILIPPI, A. Jr [et al.] Municípios e Meio Ambiente: Perspectivas para a Municipalização de Gestão Ambiental no Brasil. São Paulo, Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente. 1999. PREFEITURA MUNICIPAL DE COMODORO. Disponível em :www.comodoro.mt.gov.br Acesso em 02/09/2012. REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1994. REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. 6. ed – São Paulo, Cortez, 2001 SALLES, C. P. A Situação da Gestão Ambiental Municipal no Brasil. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Saúde Pública/USP, São Paulo. 2000. SILVA, R.G. - Manual de Prevenção e Combate aos Incendios Florestais, 1998 SOARES, R. V. Prevenção e controle dos incêndios florestais, Curitiba, FUPEV, 1982.

33

ANEXO

34

FOGO - PLANO DE AULA - (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18675);

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema

Ensino Fundamental Final Geografia O Brasil diante das questões ambientais

Ensino Fundamental Final Geografia Ambientalismo: pensar e agir

Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Seres humanos e o meio ambiente

Ensino Fundamental Final Geografia Natureza e as questões socioambientais

Ensino Fundamental Final Geografia Cartografia como instrumento na aproximação dos lugares e do mundo

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

Ao término das atividades os alunos deverão:

� Identificar as causas de queimadas no Brasil, compreendendo os riscos dessa prática;

� Compreender que queimar o mato não é a melhor forma de limpar a terra para o plantio;

35

� Reconhecer os cuidados necessários para evitar queimadas em

períodos de seca;

� Reconhecer os danos que as queimadas causam ao solo e às pessoas.

Duração das atividades

05 aulas de 50 minutos

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

� Diferenciar rural de urbano;

� Reconhecer a importância da agricultura para a segurança alimentar;

� Fazer leitura de mapas;

� Ler coordenadas geográficas.

Estratégias e recursos da aula

AULA 1

Atividade 1 - apresentação do conteúdo

"XAKXÓ - A LENDA DO FOGO

Os Caingangues precisavam do fogo para cozinhar e se aquecer, mas não

sabiam como obtê-lo. Somente Minaram conhecia o segredo, mas não

ensinava a ninguém. Um índio resolveu roubar o fogo e trazê-lo para a sua

tribo. Transformou-se na Xakxó, a gralha-branca, e voou até a cabana de

Minaram. Na volta, o tição em brasa caiu de seu bico e provocou um grande

incêndio, propiciando, assim, que todas as tribos vizinhas pudessem ter o

fogo."

(Disponível em: http://paranamusica.blogspot.com/2007/08/lendas-do-paran-

xakx-lenda-do-fogo.html. Acesso em: 17 nov 2009.)

Converse com os alunos sobre a lenda e sobre o uso do fogo:

� * para que usamos fogo em nosso cotidiano, na cidade? (preparar

alimentos; produção de energia; aquecimento doméstico; na indústria);

� * para que usamos o fogo em nosso cotidiano, no campo? (preparar

alimentos; limpar o solo);

� * que consequências o fogo traz para as pessoas? (benefícios quando

se fala em uso controlado e tragédias quando se fala em fogo sem

controle, como nos incêndios).

36

Deixe as crianças falarem todas as utilidades que veem para o fogo, quando

chegar no uso do fogo no campo, pergunte sobre queimar a mata e preparar o

solo para o plantio, auxiliando sempre para que permaneça a dúvida se essa é

uma boa prática.

Caso não apareça vindo dos alunos, não deixe de inserir na discussão: a

queima de nutrientes do solo, a emissão de CO2 para a atmosfera, o prejuízo

que a fumaça causa à saúde das pessoas e à segurança nas estradas.

AULA 2

Atividade 2 - problematização

Vá com seus alunos ao Laboratório de Informática. Nesta aula os alunos vão

analisar o mapa disponível no site "Queimadas: monitoramento de focos"

desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE).

Endereço: http://pirandira.cptec.inpe.br/queimadas/

Antes de dar início à navegação, oriente os alunos para o uso do site e das

ferramentas disponíveis nele.

Essa orientação pode dar-se por meio da navegação e leitura da página

"apresentação" do mesmo site

(http://pirandira.cptec.inpe.br/queimadas/apresentacao.html); a página pode ser

acessada pelo menu do lado esquerdo, no ítem "apresentação". Navegue com

eles no menu superior ao mapa, explicando cada uma das opções. Peça que

os alunos explorem o sítio verificando:

a) se nestes últimos dias tem havido muitas queimadas no Brasil;

b) em qual (quais) estado(s) brasileiros há maior número de queimadas;

c) verificando as regiões de seu estado onde há maior risco de queimadas.

Após navegação converse com os alunos a partir dos seguintes

questionamentos:

- por que o INPE dedica um site para o monitoramento de queimadas?

- as queimadas são fenômenos naturais?

AULA 3

Atividade 3 - instrumentalização

37

Neste encontro você deve explicar que muitos dos incêndios de grande

proporção em florestas são causados por pequenas queimadas que fogem do

controle. As queimadas são utilizadas por pequenos agricultores como técnica

de limpeza do solo antes do plantio.

Nesse sentido, esclareça que a prática é equivocada, pois o fogo faz com que

o solo perca nutrientes necessários à agricultura. Elas (as queimadas) também

são utilizadas para acabar com a mata nativa e ocupação do espaço.

No Brasil, principalmente na Amazônia, as queimadas são feitas por

agricultores para preparar a terra, já que para cortar a vegetação e prepará-la,

sem queimar, seria preciso mais maquinário, tempo e dinheiro.

A utilização de queimadas no preparo do solo, quando necessária, deve ser

monitorada. Sobre queimadas, sobre a intenção de eliminar essa prática de

nossa agricultura, sobre o uso de satélites para saber-se onde estão ocorrendo

queimadas e sobre o monitoramento de queimadas ouça com seus alunos o

áudio "O uso do fogo na agricultura [Prosa rural]", produzido pela Embrapa -

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - disponível

em:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=21595; acesso em:

17 abr 2010.

O uso do fogo na agricultura [Prosa rural]

Para melhor aproveitamento do recurso, prepare um roteiro. Inicie o áudio e

faça pausas sempre que quiser explicar alguma coisa ou que algum aluno

queira fazer uma pergunta. Algumas sugestões para suas pausas:

� Pausa 1 - 1'40" - sobre a verificação da localização de queimadas por

meio de imagens de satélite - importante reforçar que a questão é

preocupante e, por isso, são tomados cuidados como esse, que custam

caro, mas auxiliam a previnir incêndios;

� Pausa 2 - 2'26" - aproveite a pergunta feita para a técnica da Embrapa,

peça que seus alunos respondam a questão; se for preciso volte o áudio

para repetí-la (a pergunta começa em 2'19" do áudio);

� Pausa 3 - 3' - ao término da resposta à primeira pergunta (a mesma que

você pediu para eles responderem), pare o áudio e peça que eles

comparem a resposta dada por eles e a resposta dada pela

38

� pesquisadora. Se for necessário explique termos como "biodiversidade",

"ecossistemas", "erosão";

� Pausa 4 - 3'07" - novamente aproveite a questão feita à pesquisadora

pedindo que seus alunos respondam, apresentem hipóteses sobre os

prejuízos que as queimadas podem trazer;

� No intervalo entre 4'40" e 6'46" - é uma canção, a opção é sua em usar

ou não a música em sua aula.

� Pausa 5 - 7"34" - pela terceira vez, peça aos alunos que tentem

responder à pergunta feita à pesquisadora;

� Pausa 6 - 9'42" - peça aos alunos que apresentem seus "pitacos" sobre

os cuidados a serem tomados quando a queimada for necessária;

� Terminar - 10'59"

AULA 4

Além do empobrecimento do solo, as queimadas emitem fumaças prejudiciais à

saúde das pessoas e dos animais, e contribuem para o aquecimento global.

Para reforçar a questão, utilize com seus alunos um texto breve sobre o tema.

Você pode utilizar qualquer um dos sugeridos abaixo, escolher outro ou ainda

elaborar seu próprio texto.

Você pode solicitar a leitura de todos os textos e anotação das principais ideias

se fizer esta aula no laboratório de informática; assim você evita gastos de

papel para impressão do texto escolhido.

Neste caso utilize a próxima aula (aula 5) para discussão das ideias coletadas

pelos alunos e construção de cartazes com orientações sobre o tema.

Sugestões de textos (acesso em: 11 de abr 2010):

a) Queimadas - http://www.alunosonline.com.br/geografia/queimadas/;

b) Como funcionam as queimadas -

http://ambiente.hsw.uol.com.br/queimadas.htm;

c) Queimadas -

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./florestal/index.html&

conteudo=./florestal/artigos/queimada.html

AULA 5 (Deve ser realizada cerca de 15 dias após a aula 4.)

Professor, faça com seus alunos um júri simulado. De um lado os defensores

da queimada como método de limpeza do solo, de outro, os contrários a esta

39

prática.

Organize a turma que deve ter um grupo/juiz, um grupo de advogados de

defesa, um grupo de promotores, um grupo de jurados, um grupo de

testemunhas (de defesa e de acusação).

O réu é o tema queimadas.

No período de organização, auxilie os alunos nas pesquisas e organização das

falas. No dia, arrume a sala de aula (ou outro espaço) de forma a dar maior

semelhança a um tribunal do júri. Façam um cartaz ou um boneco para ficar no

banco dos réus. Lembre a seus alunos que esta dinâmica não tem vencedores,

nem vencidos. A intenção é esgotar um assunto, compreeender o espaço e a

forma como o organizamos bem como melhorar as ações individuais e

coletivas de todos.

Recursos Educacionais

NOME

O USO DO FOGO NA AGRICULTURA (Prosa Rural)

Recursos Complementares

� Embrapa - sobre

queimadas: http://www.queimadas.cnpm.embrapa.br/qmd_2000/;

� Júri simulado - sobre a

dinâmica: http://www.mundojovem.com.br/subsidios-dinamicas-18.php.

(o site fala especificamente do neoliberalismo, mas a dinâmica é a

mesma, tendo as queimadas como réu);

� Júri simulado - objetivos da

dinâmica: http://www.umtoquedemotivacao.com/administracao/recursos-

humanos/dinamicas-de-estudo-e-trabalho-juri-simulado/;

� Dinâmicas de grupo - a de número 19 é juri

simulado: http://www.scribd.com/doc/6093346/Dinamicas-de-Grupo-

Para-Jovens-e-Adultos.

Avaliação

Deve ser feita durante todo o processo.

Professor, você pode elaborar os critérios junto com seus alunos. Uma

sugestão:

40

- participação coerente nas discussões;

- realização das atividades no laboratório de informática e participação nas

discussões a partir das pesquisas;

- participação na atividade com o áudio;

- construção de cartaz educativo;

- participação no preparo da dinâmica de grupo;

- participação na dinâmica de grupo.