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FACULDADE ANGLO-AMERICANO - FAA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS. ANÁLISE DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL DA ÁREA DE VENDAS DAS CEASA CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ S/A DE FOZ DO IGUAÇU ANTONIO CARLOS AMORIM JOSÉ SOUZA FILHO MARINA DOS SANTOS SILVA FOZ DO IGUAÇU 2006

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FACULDADE ANGLO-AMERICANO - FAA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS.

ANÁLISE DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL DA ÁREA DE VENDAS DAS CEASA

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ S/A DE FOZ DO IGUAÇU

ANTONIO CARLOS AMORIM

JOSÉ SOUZA FILHO MARINA DOS SANTOS SILVA

FOZ DO IGUAÇU 2006

ANTONIO CARLOS AMORIM

JOSÉ SOUZA FILHO MARINA DOS SANTOS SILVA

ANÁLISE DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL DA ÁREA DE VENDAS DAS CEASA

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ S/A DE FOZ DO IGUAÇU

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Administração, com habilitação em Gestão de Negócios, para a disciplina Prática Empresarial I, na Faculdade Anglo-Americano de Foz do Iguaçu - FAA. Orientador: Professor Mestre. Jose Carlos Rolim de Moura.

Foz do Iguaçu, PR. Novembro - 2006

ANTONIO CARLOS AMORIM JOSÉ SOUZA FILHO

MARINA DOS SANTOS SILVA

ANÁLISE DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL DA ÁREA DE VENDAS DAS CEASA

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ S/A DE FOZ DO IGUAÇU

Este trabalho de Relatório de Estágio foi julgado e aprovado, pela banca abaixo listada, como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração.

Faculdade Anglo-Americano – FAA

Foz do Iguaçu, 05 de Dezembro de 2006

Professor. Jose Carlos Rolim de Moura - orientador Professor. Jose Borges Bomfim Filho - membro da banca Professor. Manoel Pedro Fogagnoli - membro da banca

PROF. DR. FRED LEITE SIQUEIRA CAMPOS

COORDENADOR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FACULDADE ANGLO-AMERICANO

Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que contribuíram para a sua realização e que foram fundamentais durante a nossa busca de tornar o sonho uma realidade.

AGRADECIMENTOS

- Ao CEASA, que através de sua administração e dos permissionários soube

entender o nosso trabalho e acolher as nossas propostas, contribuindo para o

enriquecimento de nossa formação.

- Aos nossos professores, artífices do saber, que compreenderam nossas limitações

e incentivou a realização das pesquisas, Dirce Maria Dalberto, Fred Leite Siqueira

campos e em especial ao professor Jose Carlos Rolim de Moura pelo incentivo,

simpatia e presteza no auxilio na realização deste trabalho de conclusão de curso.

- Agradeço aqueles que fazem algo pelo próximo, que lideram de forma inconsciente

e que demonstram prosperidade em suas atitudes.

- A Faculdade anglo Americano e toda a sua equipe pelas diferentes contribuições.

- E, especialmente a Deus pela oportunidade e pelo privilegio que nos foram dados

em compartilhar tamanha experiência

Na administração das repercussões sociais da empresa, os administradores precisarão aprender a meditar sistemática e cuidadosamente nas difíceis e arriscadas “trocas” entre necessidades conflitantes e direitos conflitantes.

Peter F. Drucker.

RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo sobre como a estratégia pode influenciar os resultados de uma organização. Para realização do estudo utilizou-se pesquisas bibliográficas e de campo sobre o tema Estratégia Empresarial e Planejamento Estratégico. Como resultado de pesquisa, verificou-se que há relação entre a forma como é conduzidos a estratégia e os resultados que a empresa obtém. Destaca-se, porém, que o instrumento de coleta de dados, limitou-se a avaliar a possibilidade de relação a partir do modelo Balanced Scorecard, de Kaplan e Norton. Com relação a metodologia, foi aplicado a pesquisa no Ceasa-Pr, Centrais de abastecimento do Paraná s/a de Foz do Iguaçu, onde os permissionários e o gerente da unidade responderam a um questionário previamente elaborado com base no modelo de avaliação estratégica já citado.

Palavras-chaves: Estratégia, Planejamento Estratégico, Balanced Scorecard.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Matriz de ansoff .....................................................................................36

Figura 02 – Mapa de localização de Foz do Iguaçu no Brasil ...................................53

Figura 03 – Organograma do CEASA de Foz do Iguaçu .........................................54

Figura 04 – Vista aérea das instalações do CEASA de Curitiba................................54

Figura 05 – Vista aérea das instalações do CEASA de Foz do Iguaçu.....................55

Figura 06 – Vista parcial do Bairro e do CEASA de Foz do Iguaçu...........................56

Figura 07 – Gráfico da Idade dos permissionários ....................................................64

Figura 08 – Gráfico do nível de escolaridade............................................................66

Figura 09 – Gráfico do Tempo de Trabalho no CEASA ............................................67

Figura 10 - Gráfico do crescimento dos lucros ........................................................68

Figura 11 – Gráfico do crescimento da comercialização...........................................69

Figura 12 – Gráfico da satisfação dos clientes..........................................................70

Figura 13 – Gráfico da fidelidade dos clientes ...........................................................71

Figura 14 – Gráfico do compromisso com a qualidade dos serviços .......................72

Figura 15 – Gráfico das pesquisa desenvolvidas em prol de melhorias ...................73

Figura 16 – Gráfico do envolvimento dos funcionários em treinamento ...................74

Figura 17 – Gráfico das atividades de motivação .....................................................75

Figura 18 – Gráfico dos motivos de quedas nas vendas .........................................76

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Balanced Scorecard ...............................................................................42

Tabela 02 - Mapa da Estratégia ................................................................................43

Tabela 03 - Exemplo de um BSC básico...................................................................44

Tabela 04 - Alinhando as mensurações à estratégia ................................................45

Tabela 05 - Evolução da comercialização do Ceasa de Foz do Iguaçu ....................59

Tabela 06 - Nível de Escolaridade dos permissionários............................................65

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12 1.1 PROBLEMA................................................................................................... 13 1.2 HIPÓTESE..................................................................................................... 13 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................. 13 1.3.1 Objetivo Geral................................................................................................ 14 1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 14 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 14 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 16 2.1 Conceitos básicos de Administração ............................................................ 16 2.1.1 Evolução das teorias da Administração ....................................................... 17 2.1.2 Conceito de organização .............................................................................. 22 2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE ESTRATÉGIA ..................... 22 2.3 CONCEITOS DE ESTRATÉGIA ................................................................... 24 2.4 PLANEJAMENTO ......................................................................................... 26 2.5 Planejamento Estratégico ............................................................................. 27 2.6 Políticas adotadas ........................................................................................ 32 2.7 Ferramentas para análise estratégica .......................................................... 34 2.7.1 Modelo SWOT .............................................................................................. 35 2.7.2 A matriz de Ansoff ........................................................................................ 36 2.7.3 Matriz Mskinsey-GE ...................................................................................... 37 2.7.4 O modelo Porter ........................................................................................... 37 2.7.5 BALANCED SCORECARD .......................................................................... 39 3 MÉTADO E TÉCNICA DE PESQUISA ........................................................ 45 3.1 Escolha do objeto de estudo......................................................................... 46 3.2 Tipo de pesquisa .......................................................................................... 46 3.3 População e amostra .................................................................................... 47 3.4 Procedimentos de coleta e análise de dados ............................................... 47 3.4.1 Instrumento de pesquisa .............................................................................. 48 3.4.2 Questionário ................................................................................................. 48 3.4.3 Entrevista ...................................................................................................... 50 3.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................ 50 3.5.1 Análise de conteúdo ..................................................................................... 50 4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA PESQUISA ................................ 52 4.1 Dados Gerais ................................................................................................ 52 4.2 Organograma ................................................................................................ 53 4.3 Histórico ........................................................................................................ 56 4.4 Área de atuação ........................................................................................... 60 4.5 Produtos e serviços ...................................................................................... 60 4.6 Porte.............................................................................................................. 60 4.7 Força de trabalho .......................................................................................... 60 4.8 Negócio e ambiente-tarefa ........................................................................... 61 4.9 Missão .......................................................................................................... 61 4.9.1 Missão na produção ..................................................................................... 61

4.9.2 Missão Distribuição ....................................................................................... 61 4.9.3 Missão acesso ao alimento .......................................................................... 61 4.10 Visão ............................................................................................................. 62 4.11 Valores .......................................................................................................... 62 5 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS DADOS ..................................................... 62 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 76 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................... 77 6.1 RESULTADO OBTIDOS E HIPÓTESE DE PESQUISA ............................... 77 6.2 OBJETIVOS DO TRABALHO E A PESQUISA REALIZADA ........................ 77 6.3 ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS FATOS VERIFICADOS E A

LITERATURA REVISADA ............................................................................ 78 6.4 RECOMENDAÇÕES .................................................................................... 78 7 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 79 7.1 APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ........................................ 82 7.2 APÊNDICE B: ENTREVISTA COM O GERENTE DA CEASA DE FOZ DO

IGUAÇU........................................................................................................ 84 7.3 APÊNDICE C: PARECER DA BANCA EXAMINADORA ............................. 88

12

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta uma análise da estratégia empresarial aplicada aos

permissionários das Centrais de Abastecimento do Paraná S / A de Foz do Iguaçu –

CEASA/FOZ, a luz do modelo BSC – Balanced Scorecard de KAPLAN e NORTON

(2000)

Após o estudo das concepções teóricas sobre estratégias empresariais

aplicada à comercialização de produtos, desenvolve-se uma pesquisa sobre o

planejamento estratégico da CEASA de Foz do Iguaçu.

Cabe lembrar que se trata de uma empresa estatal que trabalha em sistema

de terceirização com outras empresas na administração da Central de

Abastecimento, o que pode gerar desencontro na estrutura organizacional por se

tratarem de três empresas terceirizadas que são gerenciadas por diferentes

profissionais, além de também estar sob o mesmo comando mais 68 empresas

permissionárias que trabalham na comercialização dos produtos perecíveis na

central de abastecimento.

É importante ressaltar a estratégia empresarial para as organizações,

principalmente quando as organizações estão sofrendo pressões competitivas e

precisam manter-se em um contínuo processo de alerta, adaptação e ajuste às

mutáveis condições ambientais. Segundo Chiavenato (2003) nos tempos atuais, as

organizações de sucesso são aquelas capazes de se adaptar adequadamente ao

processo continuo de mudanças no mundo dinâmico e competitivo dos negócios.

Porém, o sucesso é maior à medida que elas se antecipam de maneira pro ativa a

essas mudanças. O autor ainda sugere que a resposta quase sempre esta no

planejamento estratégico das organizações.

Nos últimos anos, a estratégia foi negligenciada de muitas formas. As

empresas de consultoria que antes focalizavam a estratégia voltaram seu foco para

questões operacionais. Informam Hammel e Prahalad (1995) que os departamentos

de planejamento estratégico estão desaparecendo. Em muitos lugares, não se

questiona a visão de que a estratégia é uma parte fácil e a implementação é a parte

difícil. A maior parte do planejamento estratégico é estratégia apenas no nome,

carregada de rituais e fórmulas, raramente muito criativas. Dessa forma, não é de se

13

admirar que a estratégia tenha muito de sua credibilidade, porém alertam para que

não se tenham ilusões – estratégia envolve muita transpiração. Criar uma visão

atraente das oportunidades do futuro e adotar uma atitude primitiva de modo a

garantir o futuro é tarefas para entusiastas ou curiosos intelectuais (HAMMEL e

PRAHALAD, 1995)

O trabalho foi conduzido como uma pesquisa exploratória visando coletar

dados sobre as estratégias de vendas adotadas pela empresa, que conduzirá para a

realização de um estudo de caso baseado na organização e métodos estratégicos

da administração da CEASA. Os questionamentos para a análise surgirão da

aplicação dos questionários e entrevistas que terão como população alvo os

permissionários e a administração da CEASA/FOZ.

1.1 PROBLEMA

Será que a queda de vendas de uma organização pode estar relacionada à

sua estratégia empresarial?

1.2 HIPÓTESE

Neste estudo parte-se da hipótese que a queda de vendas do CEASA de Foz

do Iguaçu, empresa em estudo, deve-se a sua atual estratégia empresarial.

1.3 OBJETIVOS

A seguir são apresentados os objetivos que se pretende atingir com este

projeto.

14

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar se a queda de vendas da Central de Abastecimento de Foz do

Iguaçu – CEASA/PR está relacionada à sua estratégia empresarial, numa analise

baseada no Balanced Scorecard.

1.3.2 Objetivos Específicos

a) Identificar como está à estratégia empresarial da organização em estudo a luz

do modelo Balanced Scorecard na Central de Abastecimento de Foz do Iguaçu –

CEASA/PR;

b) Avaliar se a estratégia da empresa é o motivo principal da queda de vendas.

1.4 JUSTIFICATIVA

O presente estudo tem como justificativa a compreensão da importância das

estratégias empresariais na melhoria do setor de vendas e de haver uma sintonia

melhor entre a percepção dos permissionários a respeito da organização e seus

métodos administrativos.

O valor acadêmico deste estudo está na oportunidade de enriquecer o

conhecimento teórico, confrontando a realidade da existência da estratégia do setor

de vendas e sua aplicação direta com permissionários com a estrutura

organizacional da empresa.

Atualmente, as empresas trabalham, visando à busca da qualidade, o que faz

com que uma empresa voltada exclusivamente para a comercialização de produtos

perecíveis caminhe em busca de métodos e técnicas que contribuam, para atingir

essa qualidade.

É saudável ressaltar a importância da estratégia para as organizações.

Kaplan e Norton (2000) informam que uma pesquisa entre 275 gestores de portfólio

15

mostrou que a capacidade de executar a estratégia é mais importante que do que a

qualidade da estratégia em si. Os autores informam ainda que uma reportagem de

capa da revista Fortune, em 1999, sobre casos de fracasso de eminentes CEO’s,

conclui que a ênfase na estratégia e na visão dava origem a crença enganosa de

que a estratégia certa era a condição necessária e suficiente para o sucesso.

Espera-se que o presente estudo possa contribuir para a compreensão de

como a estratégia empresarial influencia o desempenho das organizações, no caso,

distribuidoras de produtos hortifrutigranjeiros.

O estudo foi realizado na CEASA-Pr, localizado em Foz do Iguaçu, sendo que

seu raio de atendimento abrange também os paises vizinhos (Paraguai e Argentina).

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

No primeiro capítulo, destaca-se a introdução, o problema da pesquisa, as

hipóteses, objetivos, a justificativa e a relevância do tema.

No segundo capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica, amparando-se

na revisão da literatura de autores do tema.

No terceiro capítulo, apresentam-se os métodos e técnicas de pesquisa,

demonstrando o delineamento da pesquisa, a população e amostra, o instrumento

de coleta de dados, os procedimentos de coleta e análise dos dados e a

caracterização do ambiente de pesquisa.

No quarto capítulo, apresenta-se a caracterização do ambiente de pesquisa

em seus aspectos físicos, históricos, econômicos e sociais, mostrando o que se

conhece da organização do CEASA.

No quinto capítulo, mostra a análise e a descrição dos dados coletados,

comparando a pesquisa quantitativa realizada com os permissionários e a pesquisa

qualitativa realizada com a gerência do CEASA, analisando os dados semelhantes e

conflitantes dessas informações.

Por fim, as conclusões e recomendações trazem a opinião dos pesquisadores

e apresenta sugestões que possam contribuir para solução do problema pesquisado.

16

Ao final destes capítulos, apresentam-se as referências e o instrumento de

coleta de dados utilizado na pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A composição desta fundamentação teórica é formada de conceitos que irão

elucidar as questões às quais se destinam estas pesquisas. Analisar estratégia

implica em conhecer a organização, os conceitos de administração e a evolução de

suas teorias, bem como as tendências que a modernidade trouxe para o campo da

administração, discutindo teoricamente as suas implicações neste trabalho de

pesquisa.

2.1 Conceitos básicos de Administração

Administrar é um processo integrativo da atividade organizacional que

permeia nossa vida diária. A necessidade de administrar surge do confronto entre as

variáveis que compõem uma atividade formalmente estruturada, como recursos

materiais e humanos, tecnologia, restrições ambientais, entre outros (KWASNICKA,

2004).

A administração constitui-se no campo específico do conhecimento humano que se dedica à coordenação interna e externa dos grupos sociais ou empresariais, como o escopo de satisfazer os objetivos individuais e globais. Para tanto ela se utiliza um processo contínuo e seqüenciado que consiste em prever, estruturar, gerir e medir o desempenho e ações pessoais dos elementos que formam a estrutura do grupo (ONATE (1982) apud RAYMUNDO, 1992 p.19).

Segundo Raymundo (1992, p.12), a administração não é praticada somente

por aqueles que possuem formação acadêmica específica, como também é possível

encontrar em diversas organizações administradores que não são formados, contam

17

somente com a prática. Portanto, de nada adianta ter conhecimento, deter ou

dominar uma técnica se não souber aplicá-la no dia a dia.

Contudo, ainda na concepção de Raymundo (1992, p.13) “é preciso encarar a

administração, como um corpo de conhecimentos dotados de um objeto próprio de

estudos, requisito que a qualifica como ciência”.

Ao estudar a evolução da administração através da Teoria Geral da

Administração adquire-se um resumo das várias visões da gestão empresarial que

surgiram a partir da Revolução Industrial, pois foi nessa época que a empresa

passou a ser institucionalizada como uma organização.

No mundo globalizado da atualidade, as empresas têm o mesmo objetivo das

épocas de Taylor, Fayol e outros, que será sempre reduzir custos e o tempo das

tarefas, aumentarem a produção e os lucros. Para melhor compreender a

administração atual, é preciso fazer uma retrospectiva das principais teorias da

história da administração.

2.1.1 Evolução das teorias da Administração

A primeira abordagem de administração é a abordagem clássica que inclui a

Escola da Administração científica, que foi idealizada por Taylor (1856-1915). Essa

abordagem tinha como enfoque a racionalização do trabalho a nível operacional,

objetivando tornar perfeita a execução das tarefas. As condições incluíam desde a

separação das fases de planejamento, concepção e direção das tarefas de

execução, até o emprego de operários. A ênfase desta abordagem estava nas

tarefas. Data desse período o desenvolvimento industrial e a segunda revolução

industrial.

A Administração Científica desenvolveu-se simultaneamente à Escola das

Relações Humanas, que apresentava uma preocupação com os aspectos

psicológicos dos trabalhadores e com a produtividade. O Henry Fayol também

contribuiu para a abordagem clássica da Administração. Ele concebia a gestão da

empresa a partir de determinadas funções básicas: técnicas; comerciais; financeiras;

de segurança; contábeis e administrativas. Essa teoria representava um avanço em

relação à teoria de Taylor, devido a sua tentativa de observar a empresa

globalmente sem enfatizar somente as tarefas.

18

A teoria clássica veio acrescentar à Teoria Geral da Administração, a

estrutura da empresa, o que ampliou os horizontes estabelecidos. Porém, a empresa

ainda era vista de forma racional, pois não se pensava na empresa formada por

pessoas e as relações humanas ficavam delegadas a um plano inferior.

As teorias tayloristas causavam insatisfação entre os trabalhadores, devido às

condições desumanas de trabalho, esse descontentamento provocou o interesse de

pesquisa em um grupo que passou a investigar numa empresa as condições

ambientais que otimizassem a produtividade. Essa pesquisa tornou-se conhecida

como a experiência de Hawthorne, pois descobriu que qualquer variação no

ambiente aumentava a produtividade.

A experiência serviu para mostrar que as relações humanas no trabalho eram

essenciais para a Administração. Contudo, contribuiu para o surgimento da Escola

das Relações Humanas, que se caracterizou por enfatizar a adaptação do homem à

organização e a organização ao homem.

Raymundo (1992, p.23) destaca que Peter Drucker pretendia reestruturar a

abordagem clássica, tornando-a compatível com a nova realidade social marcada

pela concorrência entre as empresas, abordagem ficou conhecida como Escola

Neoclássica, pois procurou valorizar o administrador capaz de aproveitar

fundamentos de outras teorias e visualizar com clareza, na sua ação, as dimensões

da eficiência e da eficácia.

Ao enfatizar a estrutura da teoria clássica e o espírito paternalista da Escola

de Relações Humanas surge a Burocracia. Essa teoria traz para dentro das

empresas o planejamento estratégico como um item importante, fazendo com que a

função do planejador estratégico tenha como intuito moderar o fascínio pelo lucro,

dedicando-se a procurar meios de anteciparem-se às tendências do mercado.

Procurando fazer as coisas acontecerem sob a menor incerteza possível.

Segundo Raymundo (1992, p. 28), “As teorias sobre essas abordagens não

eram suficientes para fazer frente a todas as dificuldades encontradas na gestão

empresarial”. O gerenciamento científico de Taylor procurava realizar as tarefas. Já

a abordagem humanística só tinha olhos para o aperfeiçoamento das relações

sociais no trabalho, prejudicando todos os demais aspectos.

A Teoria da Burocracia, fundada pelo sociólogo alemão Max Weber, partiu da

premissa de que o traço mais relevante da sociedade ocidental, no século XX, era o

agrupamento social em organizações. O tipo ideal de burocracia, para Weber, era a

19

que apresentava como as dimensões de formalização, divisão do trabalho, princípio

da hierarquia, competência técnica, separação entre propriedade e administração e

profissionalização do funcionário.

A expressão burocracia foi criada para representar o tipo ideal de

organização, porém sem pensar se o conceito burocrático era bom ou mal,

simplesmente traçava-se o perfil da empresa.

Inúmeras críticas foram feitas à Escola de Relações Humanas, pela sua

predominância prescritiva que não lhe atribuía status de ciência social. Pois não

surgira de uma experiência científica.

Psicólogos, como Lewin, Maslow, Herzberg, McGregor, entre outros

desenvolveram diferentes abordagens para explicar o comportamento humano no

trabalho, originando a Escola Behaviorista. Dando novos contornos à teoria das

relações humanas a partir de 1960, demonstrando que por meio de experimentos

científicos na área da psicologia organizacional, era possível mapear as relações

sociais dentro de um grupo de indivíduos.

O Desenvolvimento Organizacional idealizava a intervenção na organização,

ou seja, buscava a melhoria no rendimento do trabalho grupal e a elevação da

qualidade de vida no ambiente de trabalho. A Teoria do Desenvolvimento

Organizacional é apropriada para organizações que necessitam de intervenção

externa, segundo Raymundo (1992), serve para a empresa que:

Apresenta um cenário carente de mudanças, incapaz de se auto-diagnosticar e formular um programa de renovação abre suas portas a um agente de mudanças, que atue como um "facilitador" das mudanças necessárias. Essa figura é o consultor (p. 36).

Para a abordagem sistêmica da administração, a empresa é como um

organismo vivo, pois há todo um sincronismo que envolve o processo de

relacionamento da organização com o ambiente.

Cada organização vive e opera em um ambiente, do qual recebe insumos e entradas (como materiais, energia, informação) e no qual coloca seus produtos ou saídas (como produtos, serviços e informação). Nesse ambiente, existem os mercados com os quais a organização se relaciona e interage e dos quais é dependente. (CHIAVENATO, 1999, p.56).

20

Portanto, qualquer tentativa de não acompanhar esse processo provocará o

desaparecimento da empresa. Visto que toda a organização é um sistema aberto,

pois é constituído de outros sistemas e subsistemas.

O matemático Norbert Wiener (1894-1963) citado por Raymundo (1992),

apresentou a cibernética como uma ciência recente, contribuiu com grandes

mudanças para a administração, tanto em termos teóricos e produtos, tais como:

máquinas inteligentes e computadores. Portanto vários conceitos foram

incorporados à teoria administrativa, uma delas foi o conceito de sistema e a

representação de sistemas através de modelos.

Um sistema mantém-se em funcionamento enquanto é capaz de processar entradas, produzindo saídas. Para isso, deve ser capaz de utilizar os resultados de seu próprio desempenho como informação auto-reguladora, ajustando a si mesmo como parte do processo em andamento. Essa capacidade, ou habilidade foi chamada por Wiener de Feedback e cedo seu uso foi disseminado em várias áreas de atividade (p. 43).

Para Wiener havia uma semelhança entre a forma do processo de

funcionamento por de um animal quanto uma máquina auto-regulável. Pois ambos

eram vistos como um sistema que precisavam de entradas, a qual deveriam ser

processadas e transformadas em saídas como produtos. Nesse processo quando

uma disfunção começa a surgir, automaticamente se auto-regulam suas partes. Para

a cibernética, esse processo é reconhecido como a informação, que proporciona

uma visão ampla da informação e comunicação dentro das organizações. Assim, a

automação e a informática, proporcionam uma nova forma de administrar uma

organização.

Na Administração a informática conseguiu sua propagação, o homem que

esteve, ao longo da história, sempre à procura de meios que agilizassem o processo

de trabalho, encontrou na Teoria dos Sistemas a solução. A premissa é: “quem tem

informação tem poder”.

A base do mundo na Era da Informação e no novo milênio é o computador. A informática é a responsável pela reestruturação do capitalismo. É ela que dinamiza os processos de produtividade, competitividade, circulação de mercadorias, a administração das organizações e responde pelo fenômeno da globalização do mercado, que não seria possível sem a rede de conexões entre agentes econômicos e financeiros do mundo todo (CHIAVENATO, 2000, p. 332).

21

Toda a companhia deve estar sempre à procura por melhorias e atenta às

mudanças externas. Uma organização deve estar aberta às mudanças na

sociedade, na tecnologia e às novas necessidades dos clientes, buscando

aperfeiçoamento contínuo que conduz a organização a ultrapassar cada momento.

Quando a organização oferece mais do que é cobrado, ganha a admiração de todos.

A capacidade de adequação às mudanças garante a sobrevivência no

mercado globalizado. No entanto, são várias as informações que surgem oferecendo

tanto oportunidades ou ameaças ao empreendimento. O administrador com o apoio

da tecnologia filtra as informações relevantes para auxiliar a tomada de decisões.

Para isso é necessário o conhecimento tecnológico, conhecer tecnologia vai além de

saber como operar o computador pessoal, segundo CHIAVENATO (2000):

Agora, a ênfase está em usar o equipamento de informação que o conecte com os membros de suas equipes ao redor do mundo. As pessoas deverão usar computadores não apenas em suas tarefas relacionadas com o trabalho, mas, sobretudo para contatos com profissionais em todo mundo, compartilhando as melhorias e recomendando as melhorias em seus processos de trabalho. O computador será a principal plataforma de trabalho das organizações (p. 454).

Conforme síntese sobre a evolução da administração, teorias e equipamentos

surgiram para facilitar a vida do homem. Com base no crescimento das

organizações, desde a Primeira Revolução Industrial até os dias de hoje, o homem

não mediu esforços para encontrar maneiras que fossem lucrativas e facilitassem o

gerenciamento da organização.

Com a introdução da tecnologia da informática nas empresas houve uma

facilitação no controle dos processos, conseqüentemente no modo de administrar,

pois segundo SCANLAN (1979, p. 215).

As fábricas distantes podem ser ligadas ao escritório central de tal modo que seus dados podem ser processados nos computadores deste escritório, juntamente com outros relatórios, num período de poucas horas após a ocorrência dos eventos originais.

A tecnologia digital derrubou conceitos clássicos substituindo-os por novos

conceitos, para ajustar a um mundo sem fronteiras e impor novas necessidades às

organizações obrigando-as a se tornarem cada vez mais competitivas.

22

2.1.2 Conceito de organização

A organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades e

recursos, visando o alcance de objetivos e resultados estabelecidos. (OLIVEIRA,

2005, p. 82).

Segundo DAFT (1999, p. 7) organização é uma entidade social dirigida por

metas que são projetadas como sistema de atividades deliberadamente estruturados

e coordenados, mas interligadas ao ambiente externo.

As organizações são compostas por pessoas e seus inter-relacionamentos e

só existem quando as pessoas interagem entre si para realizar funções essenciais

que auxiliem a alcançar metas.

Os administradores deliberadamente estruturam e coordenam os recursos

organizacionais para alcançar o propósito da organização, buscando obter maior

coordenação horizontal das atividades relacionadas ao trabalho para responder às

mudanças do ambiente externo com maior rapidez. Uma organização não pode

existir sem interagir com clientes, fornecedores, concorrentes e outros elementos do

ambiente externo, compartilhando informações e tecnologia com vantagens para

todos (DAFT, 1999, p. 7).

Cabe ao gerenciamento estratégico estabelecer metas e desenvolver

estratégias para que suas organizações alcancem essas metas. A determinação de

objetivos oficiais e operativos cria um sistema de valores para a organização e as

estratégias competitivas se apresentam como planos para interagir com o ambiente

competitivo e alcançar os objetivos da organização.

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE ESTRATÉGIA

A evolução do conceito de estratégia se dá mediante o desenvolvimento de

determinados paradigmas estratégicos, como a difusão de modelos para a análise

ambiental, a utilização de ferramentas para gerenciar uma mudança e a reciclagem

de idéias anteriores.

Segundo Ghemawat apud Lobato (2005, p.15), estratégia é um termo grego

que designava um magistrado ou comandante militar, portanto o conceito de

estratégia, era a princípio usado apenas por organizações militares e foi depois

23

apropriado pelo ambiente de negócios, sendo desenvolvido acompanhando o ritmo

das transformações na sociedade em geral e no mundo empresarial em particular.

Por volta de 1950 surgiu a primeira fase desse processo evolutivo com a

escola do planejamento financeiro que utilizava um enfoque to-down (de cima para

baixo), sendo o estrategista era o executivo do topo da pirâmide organizacional, que

executava o controle financeiro. O sistema de valores da escola do planejamento

financeiro era formal e tinha como base o cumprimento do orçamento,

desenvolvendo, simultaneamente, problemas como a miopia empresarial ou visão de

curto prazo (LOBATO, 2005).

Na década de 1960, surgiu a escola do planejamento em longo prazo, neste

tipo de planejamento destacava-se a técnica do preenchimento das lacunas

existentes entre os pontos da projeção de referência e os pontos de projeção no

cenário desejável. O sistema de valores da empresa era voltado para a projeção do

futuro, que gerava problemas como não prever descontinuidades.

Por volta de 1970 teve início a escola do planejamento estratégico que tem

como características principais a análise de mudanças no ambiente, a análise dos

recursos internos e das competências e a alocação de recursos, mantendo sempre o

foco na formulação. Seu sistema de valores é baseado na definição da estratégia,

gerando problemas de falta de foco e de implementação.

Nos anos 80 desenvolveu-se a escola da administração estratégica trazendo

inovações que mostravam que a implementação das estratégias era tão importante

quanto sua formulação, destacando o lado prescritivo do pensamento estratégico.

As principais características dessa escola são a análise da estrutura da indústria, o

contexto econômico e competitivo, a criação de estratégias genéricas, a formação de

uma cadeia de valor com foco na análise e na implementação, desenvolvendo

pesquisas e informações com base analítica. Seu sistema de valores baseava-se em

determinar a atratividade da indústria tendo como problema a falta de

desenvolvimento da abordagem sistêmica.

Com predominância nos anos de 1990, desenvolveu-se a escola da gestão

estratégica que apresentou como características a formação do pensamento

sistêmico, a integração entre o planejamento e o controle coordenando todos os

recursos para o objetivo, o desenvolvimento da organização estratégica com foco

nos objetivos financeiros. O principal sistema de valor desenvolvido nesta escola foi

24

a busca de sintonia entre o ambiente interno e externo causando um problema: a

falta de alinhamento com a filosofia organizacional.

Para o início do terceiro milênio direciona-se o surgimento de uma nova

escola, a gestão estratégica competitiva, que surge por conta da complexidade do

ambiente de negócios.

2.3 CONCEITOS DE ESTRATÉGIA

O conceito de estratégia baseia-se na necessidade de levar os gestores a

adotarem diretrizes específicas para a atividade da administração estratégica, sendo

esta entendida como um processo sistemático para a tomada de decisões, visando

garantir o sucesso da empresa em seu ambiente futuro (ANSOFF,1993 apud

LOBATO, 2005).

Para Biasca (1995, p.105), o planejamento é um processo de fixação de

metas e determinação do que se deverá fazer para alcançá-las. É um esforço de

resolução de problemas e de tomada de decisões que envolvem: pensar o futuro,

decidir sobre futuros desejados e as ações para alcançá-los e, finalmente,

estabelecer metas para alcançar as metas estabelecidas. Qualquer definição de

estratégia, quando se fala de unidade de negócios, requer a especificação de quatro

componentes: o nível de investimento; o mercado que se vai competir; as armas

competitivas que vão ser utilizadas; e, a diferenciação de segmentos que se

realizará.

Portanto para se definir estratégias para uma empresa deve-se considerar:

visão a longo prazo, aceitação do risco, previsão, velocidade, concentração de

esforços, compromisso, flexibilidade, criatividade, conhecimento e comunicação, que

deve ser percebida através da análise da relação entre o contexto, a orientação, as

metas, a estratégia e a estrutura da empresa (BIASCA, 1995).

Apesar da palavra estratégia já existir a muito tempo, atualmente os gerentes

a usam regularmente, aferindo a ela uma importância fundamental, pois é o ponto

alto da atividade dos executivos. É uma palavra influente que, segundo Wright apud

Mintzberg (2000, p.17), define-se como planos da alta administração para atingir

resultados consistentes com as missões e objetivos da organização.

25

Definir estratégia é um ato corriqueiro, pois qualquer pessoa, mesmo não

sendo especialista, define como plano, direção, guia ou um curso de ação para o

futuro, no entanto essa definição foge à própria definição do termo, pois estratégia é

uma palavra que se define de uma forma, mas usa-se de outro.

Estratégia é um padrão, isto é, consistência em comportamento ao longo do tempo.Uma empresa que comercializa perpetuamente os produtos mais dispendiosos da sua indústria segue a chamada estratégia de extremidade superior, assim como uma pessoa que sempre aceita a função mais desafiadora pode ser descrita como seguindo uma estratégia de alto risco (MINTZBERG, 2000, p.17).

Essas definições lembram que quando uma estratégia é apenas um plano ela

se caracteriza como uma pretensão e, quando ela se apresenta como um padrão,

ela é uma realização.

Estratégia pode também ser classificada como uma posição, principalmente

quando se trata de planejar a comercialização de produtos, mas pode também ser

uma perspectiva, quando se apresenta como uma maneira de fazer as coisas

acontecerem. Finalmente, pode-se ainda classificar a estratégia como um truque,

especificamente como uma maneira de contornar a concorrência ou a ameaça e não

como uma perspectiva de expansão.

Segundo Chafee, 1985 apud (Mintzberg, 2000, p.89) a estratégia possui

algumas áreas de concordância a respeito de sua natureza como:

a) a estratégia está relacionada tanto à organização quanto ao ambiente;

b) a essência da estratégia é complexa e permanece não-estruturada, não-

programada, não-rotineira e não-repetitiva;

c) a estratégia afeta o bem-estar geral da organização;

d) a estratégia envolve questões tanto de conteúdo como de processo;

e) as estratégias pretendidas, emergentes e realizadas podem diferir entre si;

f) as estratégias existem em diferentes níveis tanto corporativos quanto de

negócios;

g) a estratégia envolve vários processos de pensamento;

Existem estratégias que apresentam vantagens e desvantagens, que devem

ser analisadas para que grandes questões sejam resolvidas visando que as pessoas

possam cuidar dos pequenos detalhes. No entanto cabe lembrar que ao focalizar um

objetivo corre-se o risco de perder a visão periférica, por isso ao propor estratégias,

26

a administração propõe mudanças que devem ser gerenciadas considerando

também os desvios, pois uma estratégia não pode ser considerada como uma

receita especializada que reduz a flexibilidade e bloqueia o aprendizado e a

adaptação.

Para Hart, 1991 apud (Mintzberg, 2000, p.121), as empresas de alto

desempenho parecem capazes de misturar quadro de referência concorrentes na

formulação da estratégia. Elas são, ao mesmo tempo, engenhosas e incrementais,

diretivas e participativas, controladoras e desligaduras, visionárias e detalhadas.

Diferentes autores, conceitos e períodos da teoria sobre estratégia

apresentam diferentes definições e noções:

Ansoff (1965) apresenta seu conceito de sinergia que serviu para justificar

fusão e aquisição, gerando conceito de estratégia corporativa. Steiner (1979) define

estratégia como o que a alta administração faz de grande importância para a

organização. Andrews (1980) vê estratégia como o padrão de decisão na empresa

que determina objetivos, procedimentos e planos e define a amplitude que os

negócios da empresa devem atingir.

Porter (1980) apresenta a estratégia como a vantagem competitiva entre

competidores e o posicionamento perante cinco fatores que movem a competição.

Ohmae (1982), afirma que a estratégia traz vantagens competitivas pela modificação

de forças em relação ao concorrente e introduz o conceito de pensamento

estratégico.

Mintzberg apresenta a estratégia como a perspectiva, a visão, a direção, para

ele é a posição que reflete a decisão de oferecer um produto ou serviço em um

mercado. No entanto, em 1996, o mesmo Porter reafirma que estratégia competitiva

é ser diferente, escolher um conjunto diferente de atividades para oferecer um mix

único de produtos. É diferenciação, é posição competitiva.

2.4 PLANEJAMENTO

O planejamento envolve a especificidade de objetivos a serem atingidos e a

decisão antecipada das ações apropriadas a serem executadas para atingir esses

objetivos. As atividades de planejamento incluem a análise da situação atual, a

antecipação do futuro, a determinação de objetivos, a decisão sobre em que tipos de

27

atividades a organização deverá se engajar, a escolha de estratégias corporativas e

de negócios, e a determinação dos recursos necessários para atingir as metas da

organização. (BATEMAN e SNELL, 1998).

Para Chiavenato (2003), o planejamento consiste na ação de substituir o

critério individual, a improvisação e a atuação empírica e prática por métodos

baseados em procedimentos científicos.

Segundo Stoner e Freeman (1994, p. 151) os critérios de eficiência e eficácia,

de Peter Drucker, seguem paralelos aos dois aspectos do planejamento: determinar

os objetivos corretos e em seguida escolher os meios corretos de alcançar tais

objetivos. Os objetivos são importantes porque proporcionam um sentido de direção,

focalizando os esforços, guinado os planos e decisões e ajudando a avaliar o

progresso. Apesar de o planejamento ser normalmente apresentado como uma das

quatro funções da administração, é mais apropriado pensar nele como uma

locomotiva que puxa o trem das atividades de organizar, liderar e controlar.

Os planos estratégicos são criados pelos administradores de topo e médios

visando alcançar os objetivos maiores da organização, ao passo que os

planejamentos operacionais visam mostrar como os planejamentos estratégicos vão

ser implementados no dia-a-dia. Ambos são ligados por objetivos e metas que

refletem a declaração da missão da organização.

O planejamento formal exige que o administrador siga nove passos que

resultam no estabelecimento de objetivos, na identificação de metas, e da estratégia

em utilização, numa análise de meio ambiente e dos recursos disponíveis, na

identificação de oportunidades e ameaças estratégicas, na identificação de hiatos de

desempenho, na tomada de decisão na implementação e na medida e controle do

progresso.

2.5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico enquanto instrumento que contribui para o

enquadramento da empresa como um todo, diante de fatores externos e internos e

pode ser conceituado como um processo, considerando os aspectos abordados em

várias dimensões, devendo ser desenvolvido para dar alcance a uma situação

28

desejada de maneira eficiente, eficaz e efetiva, visando melhor concentração de

esforços e de recursos pela empresa.

Segundo Oliveira (2002, p.35) o planejamento estratégico corresponde ao

estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo

para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado, mas sem que esta

deixe de terem meios e condições de interferir e agir sobre as variáveis que se

apresentam, esse planejamento proporciona a continuidade do desenvolvimento

através de um exercício mental que permite antever as mudanças e agir

preventivamente.

O planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona

sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela

empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de

forma inovadora e diferenciada.

Esse tipo de planejamento é de responsabilidade dos níveis mais altos da

empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos

de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições

internas e externas da empresa e a sua evolução esperada. Uma das premissas

básicas da empresa deve ser a de respeitar para que o processo estratégico seja

coerente e tenha sustentabilidade nas decisões.

O planejamento estratégico necessita de um prazo mais longo do que outros

tipos de planejamento, pois considera o planejamento tático. Sua soma deve

provocar um período de tempo maior para sua conclusão; esse planejamento

também precisa de uma amplitude maior, pois considera a empresa como um todo;

deve considerar um risco maior devido à amplitude e maior prazo; está também

relacionado às atividades-fins e meios da empresa, pois se relaciona ao todo; e por

fim, necessita de flexibilidade menor, por considerar toda a empresa, sua situação e

posição em seu ambiente.

O planejamento estratégico pode sempre ser considerado como de longo

prazo, pois ele é o fruto de um trabalho conjunto de toda a alta administração da

empresa, o qual se concretiza através da definição de seus objetivos, em função da

análise do conjunto de produtos e/ou serviços da empresa e da dinâmica do

ambiente em que ela atua, bem como dos meios pelos quais os objetivos são

concretizados.

Segundo BOUCINHAS apud OLIVEIRA (2002, p. 51):

29

O planejamento de longo prazo consiste na explicitação de uma estratégia programada no tempo, em termos de demanda de recursos e dos fluxos de fundos, e que apresenta o consenso da alta administração da empresa. Ele não deve ser considerado apenas como uma afirmação das aspirações de uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito para transformar essas aspirações em realidade.

O conhecimento detalhado de uma metodologia de elaboração e

implementação do planejamento estratégico nas empresas propicia ao executivo o

embasamento teórico necessário para otimizar sua aplicação, ele deve dominar a

teoria e a prática, ou ser assessorado por alguém que detenha esse domínio, para

adaptar-se às mudanças de circunstâncias e descobrir novas possibilidades e

combinações, perscrutando o futuro.

O planejamento estratégico possui três dimensões operacionais:

delineamento, elaboração e implementação. O delineamento compreende a

estruturação do processo de planejamento; a elaboração inclui a identificação de

oportunidades e ameaças no âmbito da empresa e a adoção de estimativas de risco

para as alternativas estabelecidas; finalmente, a implementação envolve assuntos

organizacionais, os sistemas de informações, os sistemas de incentivos, a

competência operacional, o treinamento e a liderança necessária para o

desenvolvimento do processo.

O planejamento estratégico possui quatro aspectos de atuação que envolve o

que a empresa pode fazer em termos de ambiente externo; o que é capaz de fazer

em termos de capacidade e competência; o que a alta administração da empresa

quer fazer, consideradas as expectativas pessoais e das equipes; e, o que a

empresa deve fazer, consideradas as restrições sociais e éticas.

O planejamento estratégico necessita definir seus objetivos, ou seja,

estabelecer, em termos de empresa, aonde quer chegar e como a empresa está

para alcançar a situação desejada.

Como ponto de partida, antes de definir objetivos a empresa necessita

conhecer e melhor utilizar os seus pontos fortes, conhecer e eliminar ou adequar os

seus pontos fracos, conhecer e usufruir as oportunidades externas, conhecer e evitar

as ameaças externas e possuir um efetivo plano de trabalho que defina as

premissas básicas a serem consideradas no processo, as expectativas de situações

almejadas pela empresa, os caminhos, inclusive os alternativos, a serem seguidos

30

pela empresa, o quê, como, quando, por quem, para quem, por que e onde devem

ser realizados os planos de ação; e, como e onde alocar recursos, estes pontos

pertencem à diagnose que se faz para definir os objetivos.

Os objetivos são os alvos que se pretende atingir, eles se definem como

ponto quantificado, com prazo de realização e responsável estabelecido, que

pretende atingir através de esforço extra (CHIAVENATO, 2003).

Os objetivos possuem pontos básicos de valor:

a) instrumental, que permite a obtenção ou retenção de algo de valor., por

exemplo: a empresa tem como objetivo aumentar o volume de vendas e

manter a atual participação de mercado diante de seus concorrentes; e,

b) estilístico, que tem valor por si mesmo. Como exemplo pode-se ter o

objetivo de diversificação, que reflete um estilo de administração.

Os objetivos devem possuir como características a clareza, sendo

amplamente divulgados, entendidos e aceitos por todos os envolvidos; serem

específicos, realísticos, mensuráveis e desafiadores; apresentar as suas inter-

relações de forma esquematizada; relacionar-se a fatores internos e externos da

empresa; estabelecer adequadamente controle e avaliação e estabelecer as

prioridades.

O executivo deve ter claro que o funcionamento da empresa é assegurado

quando as pessoas envolvidas desempenham adequadamente seu papel,

obedecendo as prescrições para satisfazer ou exceder os padrões quantitativos e

qualitativos de desempenho estabelecido pelos objetivos e desafios empresariais.

Portanto, a empresa só atingirá seus objetivos quando todos os funcionários tiverem

alta capacitação e motivação em direção aos seus resultados esperados.

Os objetivos servem para as seguintes finalidades da empresa: fornecer às

pessoas um sentimento específico e adequado de seu papel dentro da empresa, dar

consistência à tomada de decisões entre grande número de diferentes executivos,

estimular o empenho e a realização baseada em resultados esperados, e, fornecer a

base para as ações corretivas e o controle.

Ao estabelecer os objetivos há elementos que são muito importantes como:

elementos psicológicos, que envolvem valores, atitudes, motivações e desejos dos

indivíduos; e, um conjunto de instrumentos compostos de recursos que deverão ser

aplicados para atingir os objetivos estabelecidos. A partir do desejo e dos

instrumentos , os objetivos do planejamento estratégico podem ser considerados

31

como posições exeqüíveis projetadas para a empresa como um todo e entendidas e

aceitas por seus dirigentes como desejáveis.

Os objetivos podem ser estabelecidos de forma determinística, de forma

probabilística, de forma qualitativa e de forma logística. Ao determiná-los, a empresa

poderá contar inúmeros benefícios como: direcionar adequadamente os esforços

para onde vale a pena, estabelecer melhor as prioridades, motivar a participação dos

envolvidos e conhecer melhor a própria empresa, incluindo seus recursos.

As empresas estabelecem objetivos por área de resultados, utilizando

formulários que possibilitam um cruzamento entre essas áreas que, segundo oliveira

(2002), podem ser entendidas como:

a) rentabilidade

b) lucratividade

c) racionalização

d) inovação

e) imagem

f) responsabilidade pública

g) participação no mercado

h) produtividade

i) motivação

j) desempenho e desenvolvimento gerencial

k) recursos financeiros

l) recursos físicos

Os objetivos são estabelecidos através da estipulação de prioridades da

empresa, com base nas informações sobre os fatores de diagnóstico estratégico e a

área de resultados.

O estabelecimento de objetivos representa uma situação básica para o

adequado planejamento estratégico, pois corresponde à identificação dos fins da

empresa de forma mais palpável para os executivos e funcionários.

Ao decidir e formular o planejamento estratégico de uma empresa os

executivos definem um caminho, maneira ou ação adequada para alcançar

objetivos, metas e desafios da empresa. Através do planejamento estratégico estes

podem mudar o rumo das coisas.

Através da utilização de formulários podem-se estabelecer objetivos e

políticas que conduzam à eficácia esperada, pois os formulários levarão à execução

32

de planos de ação e à administração de projetos correspondendo ao sucesso do

planejamento estratégico.

As políticas adotadas pelas empresas procuram refletir e interpretar os

objetivos e desafios, bem como estabelecem limites ao planejamento estratégico

desenvolvido. Elas são mais do que uma formalidade, são guias úteis para explicitar

estratégias e estabelecer direção aos subordinados, portanto quanto mais definitiva,

mais útil poderá ser.

2.6 POLÍTICAS ADOTADAS

Existem vários tipos de políticas adotadas pelas empresas:

a) políticas estabelecidas, provenientes dos objetivos e dos desafios,

orientadas pela direção da empresa para orientarem subordinados.

b) políticas solicitadas, que são os resultados das solicitações dos

subordinados, tendo em vista receber orientações sobre como proceder em

determinadas situações.

c) políticas impostas, que são as provenientes de fatores que estão no

ambiente da empresa, tais como governo, sistema financeiro, sindicatos, etc. e, que

normalmente correspondem a questões estratégicas (CHIAVENATO, 2003).

As políticas podem ser divulgadas de forma explícita e implícita, e se tornam

eficazes à medida que apresentam flexibilidade, abrangência, coordenação e ética.

O adequado uso de políticas proporciona ao executivo a base de sustentabilidade

para um eficiente, eficaz e efetivo planejamento estratégico da empresa, depois de

estabelecer objetivos, desafios estratégias e políticas, o último passo é estruturar e

administrar projetos necessários ao desenvolvimento do planejamento estratégico.

Um projeto pode ser considerado um trabalho com datas de início e término

estabelecidos, com coordenador responsável, resultado final predeterminado e no

qual são alocados os recursos necessários ao seu desenvolvimento. A maior

unidade de um projeto é a atividade, o programa corresponde ao conjunto de

projetos homogêneos em seu objetivo maior. Sua administração é o esforço no

sentido de melhor alocar os recursos, tendo em vista atingir os objetivos

estabelecidos. As partes comuns dos projetos dão origem aos planos de ação e

33

correspondem aos assuntos tratados dentro do projeto como recursos humanos,

tecnologia, etc.

O estabelecimento de projetos proporciona ao executivo as condições para

identificar e operacionalizar os planos de ação que a empresa irá desenvolver com o

objetivo de alcançar os resultados esperados e enfocados pelo planejamento

estratégico.

O papel desempenhado pela função de controle e avaliação no processo de

planejamento estratégico é acompanhar o desempenho do sistema, através da

comparação entre as situações alcançadas e as previstas, principalmente em

relação aos objetivos e desafios, bem como a avaliação das estratégias e políticas

adotadas pela empresa. O controle e a avaliação asseguram que o desempenho

real possibilite o alcance dos padrões que foram estabelecidos (CHIAVENATO,

2003).

Segundo Oliveira (2002), resultado final do controle é a informação que deve

ser constante e efetiva, servindo para avaliar objetivos, desafios, metas, estratégias

e projetos. Deve-se primeiramente, estar atento aos aspectos ligados à motivação,

capacidade, informação e tempo.

A partir deste instrumento pode-se verificar que a dificuldade natural prevista

nos resultados efetivos do planejamento estratégico permite conferir as mudanças

executadas no sistema organizacional da empresa, porém cabe lembrar que este

planejamento por si só não confere solução a todos os problemas da empresa,

somente como um instrumento administrativo ajuda a empresa a se conhecer e a ter

visão do futuro.

Para oliveira (2002), a finalidade da avaliação e do controle é:

a) identificar problemas, falhas e erros que se transformam em desvios do

planejado, para corrigi-los e evitar sua reincidência;

b) aproximar os resultados obtidos dos objetivos e desafios estipulados;

c) verificar a eficácia das estratégias e políticas adotadas;

d) proporcionar informações gerenciais periódicas, para agilizar o processo de

intervenção em caso de necessidade.

Assim, tanto a avaliação quanto o controle servem como instrumentos

gerenciais para:

a) corrigir e reforçar o desempenho apresentado;

34

b) informar sobre a necessidade de alterações nas funções administrativas de

planejamento, organização e direção;

c) proteger os ativos da empresa contra furtos, roubos e desperdícios;

d) garantir eficiência e eficácia na consecução dos objetivos, desafios e metas

da empresa;

e) informar se os programas, projetos e planos de ação estão sendo

desenvolvidos de acordo com o que foi estipulado e se apresentam resultados

satisfatórios;

f) informar se os recursos estão sendo utilizados de forma satisfatória

(OLIVEIRA, 2002).

Existem alguns aspectos que podem prejudicar a eficiência, eficácia e

efetividade dos elementos que compõem o processo de controle e avaliação como a

lentidão e a deficiência de informações; a insuficiência de informações; os sistemas

de controle aplicados; os planos mal elaborados e implantados; a estrutura

organizacional inadequada e a incapacidade de recursos humanos.

Segundo Lacombe e Heilborn (2006, p.164), o planejamento estratégico deve

ser colocado em prática por meio de seu desdobramento em planejamentos

operacionais, de responsabilidade dos dirigentes de cada área e de cada órgão da

empresa., evitando a miopia onde administradores supõem que os produtos, os

clientes, mercados e tecnologias de hoje continuem sendo os de amanhã e que

dediquem esforços e recursos em defesa do ontem.

2.7 FERRAMENTAS PARA ANALISE ESTRATÉGICA

Com a expansão da atividade industrial e o crescimento no número e no

tamanho das organizações, a necessidade de uma teoria para administrá-las

começou a tornar-se evidente. Muitas pessoas perceberam essa necessidade e

trabalharam no sentido de desenvolver os princípios e as técnicas de uma

administração geral, que deveria orientar o trabalho dos executivos de primeiro nível.

Esse esforço resultou na concepção do processo administrativo como é estudado na

realidade.

Historicamente, a administração passou a ser concebida a partir dos estudos

de Henry Fayol que em 1911, concebia o processo de administração como o

35

planejamento, a organização, o comando, a coordenação e o controle. A partir de

1937, Luther Gullick o concebia como o planejamento, a organização, o staffing, a

direção, a coordenação, a informação e o controle, seguido do orçamento. No

entanto, alguns autores americanos da década de 60 em diante passaram a

conceber esse processo apenas como planejamento, organização, liderança e

controle.

Maximiano (2005, p.328) afirma que a sociedade humana é organizacional,

burocratizada e, ao mesmo tempo, sistêmica. As organizações são sistemas

formados por sistemas ,que se juntam em sistemas cada vez maiores, estes não têm

uma coordenação que englobe todos os seus componentes. Os sistemas, tanto

naturais, quanto os criados deliberadamente, apresentam falhas, porque são mal

planejados, ou porque entram em degeneração.

A capacidade de planejar e construir sistemas que funcionem bem é

necessário para a eficácia das organizações e para a qualidade de vida dos usuários

e da sociedade em geral. Essa necessidade conduz a moderna teoria de sistemas

para a sua aplicação prática: a análise e o planejamento. Para analisar ou planejar

sistemas, os elementos são: objetivos, componentes, processo e administração e

controle (MAXIMIANO, 2005, p.329).

2.7.1 Modelo SWOT

Esse modelo tem como função cruzar as oportunidades e as ameaças

externas à organização com seus pontos fortes e fracos. Segundo Chiavenato e

Sapiro (2003, p. 188), esse cruzamento forma uma matriz com quatro células e para

cada célula haverá uma indicação de que rumo tomar. A avaliação estratégica

realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão

estratégica competitiva. Tratam-se de relacionar as oportunidades e ameaças ao

ambiente interno da organização. Uma vez avaliados esses itens ou quaisquer

outros que sejam relevantes para análise da organização, pode-se interpretar a inter-

relação de forças, de fraquezas e de oportunidades e ameaças, estabelecidas por

quatro zonas na matriz SWOT:

a) Análise externa: Oportunidades e ameaças;

b) Análise interna: Pontos fortes e pontos fracos;

36

Na análise externa, as oportunidades implicam em adoção de uma política de

ação ofensiva ou de manutenção, e, as ameaças implicam na adoção de políticas de

ação defensiva ou de saída.

Na análise interna, os pontos fortes servem para direcionar o aproveitamento

da área de domínio da empresa e a definição da área de risco enfrentável; e, os

pontos fracos devem ser reconhecidos para melhorar a área de aproveitamento

potencial e para desativar a área de risco acentuado.

2.7.2 A matriz de Ansoff

Segundo Lobato (2005, p. 73), Ansoff formulou uma teoria de planejamento

estratégico cujo foco principal era a busca de sinergia entre as funções da empresa.

Essa matriz tem como concepção a matriz produto versus mercado. Partindo das

posições do mercado ou do produto podem se identificar as estratégias viáveis para

cada organização ou unidade estratégica de negócio (UEN) conform mostra a figura:

Figura 01: Matriz de Ansoff

Mercado

Produto Existente Novo

Existente

Novo

1. Penetração no mercado

3.Desenvolvimento de produto

2. Desenvolvimento de mercado

4. Diversificação

Fonte: Ansoff apud Lobato (2005).

As estratégias de penetração de mercado visam captar clientes e

revendedores, usando ferramentas que estão voltadas para a conquista através de

market – share.

As estratégias de desenvolvimento de produto preconizam investimentos em

pesquisa e desenvolvimento de novos produtos com atributos diferenciados e que

atendam a necessidades e desejos específicos de mercado existentes.

As estratégias de desenvolvimento de mercado consideram a expansão que

acontece tanto nos novos mercados quanto em mercados já existentes baseando-se

37

em estratégias empreendidas com recursos próprios ou por meio de fusões e

aquisições.

As estratégias de diversificação são as mais arriscadas, pois se voltam para

produtos e mercados ainda inexplorados ou desconhecidos, dependendo da

percepção da marca e também da competência da organização para gerenciar sua

atuação em produtos e mercados distintos (LOBATO, 2005).

2.7.3 Matriz Mskinsey-GE

Matriz Mskinsey, também conhecida como matriz GE, que segundo

Chiavenato e Sapiro (2003, p. 189) é uma matriz de portfólio que considera duas

dimensões estratégicas básicas em sua análise; a atratividade do setor e a

capacidade competitiva da empresa.

A atratividade do setor/mercado, utiliza-se de um índice que leva em

consideração fatores como tamanho e crescimento de mercado, margem de lucro da

indústria, intensidade da concorrência, sazonalidade e ciclos da demanda, e

estrutura dos custos da indústria. A atratividade pode ser descrita como alta, média

ou baixa.

A capacidade competitiva da empresa é medida por um índice que combina

fatores tais como participação relativa da empresa no mercado, competitividade de

preços, qualidade do produto, conhecimento do cliente, efetividade das vendas e

vantagens geográficas. A potencialidade do negócio pode ser considerada forte,

média ou fraca (LOBATO, 2005).

2.7.4 O modelo Porter

Para Porter (1986) apud Lobato (2005), a essência da formulação de uma

estratégia competitiva é relacionar uma empresa ao seu ambiente. A meta visa

encontrar uma posição no setor em que a empresa possa defender-se melhor das

forças competitivas ou influenciá-las a seu favor. Assim, cada empresa que compete

num setor pode desenvolver uma estratégia competitiva.

O modelo desenvolvido por Porter parte de uma metodologia analítica visando

auxiliar a organização a analisar o setor como um todo e prever sua evolução;

38

conhecer a concorrência e sua própria posição no setor, para saber onde competir;

e, formular uma estratégia competitiva para o ramo de negócios, ou seja, saber

como competir.

Para Porter saber como e onde competir é imprescindível para formular uma

estratégia competitiva eficiente, para tanto a organização pode desenvolver

vantagens como: liderança em custo e diferenciação, que combinados com o

enfoque das operações da organização, para formar as três estratégias genéricas de

competição visando alcançar um desempenho acima da média do setor. As

organizações que desejam obter resultados satisfatórios devem escolher uma

estratégia, mesmo que genérica e investir seus recursos de forma coerente.

As estratégias genéricas a que Porter faz menção são três: Liderança de

custo total, diferenciação e enfoque.

A estratégia de liderança do custo total concentra-se num alvo estratégico

para obter vantagem na posição de baixo custo em relação aos concorrentes

tornando-se o ponto central de toda a estratégia.

Essa estratégia exige medidas como a construção de instalações em escal

eficiente; redução de custos e das despesas gerais; minimização do custo de áreas

como processamento de dados, assistência, publicidade e vendas; projeto do

produto visando fabricação a baixo custo, boa engenharia de processo e eficiência

das operações, intensa aplicação de tecnologia, sistema estruturado de informações

e controle; excelente sistema de distribuição.

A posição de liderança pode criar defesas contra as principais forças

competitivas criando defesas ante a rivalidade dos concorrentes, ante os

compradores mais fortes, ante fornecedores poderosos, ante possíveis entrantes no

mercado e ante ameaça de substituição (LOBATO, 2005).

A posição de diferenciação busca vantagem estratégica na unicidade

observada pelo cliente, utilizando vários métodos como projeto ou imagem de

marca; tecnologia embutida no produto; peculiaridades e serviços sob encomenda,

tradição, rede de fornecedores, capacidade de marketing e vendas, excelência na

engenharia de produto, boa coordenação entre pesquisa, desenvolvimento de

produto e marketing, incentivo à inovação. Estas medidas estratégicas contribuem

para desenvolver defesas ante a rivalidade dos concorrentes, ante os compradores

mais fortes, ante fornecedores poderosos, ante possíveis entrantes e ante a ameaça

de substituição.

39

A estratégia de enfoque é determinada pelo grupo comprador, um segmento

de linha de produtos ou um mercado geográfico. Enfoque é um conceito direcionado

para a demanda e relacionado ao mercado, adotando uma perspectiva de

organização., baseia-se no pressuposto de que a organização é capaz de atender

seu alvo estratégico de forma mais eficaz que os concorrentes, tanto na liderança no

custo total quanto na diferenciação (LOBATO, 2005).

2.7.5 BALANCED SCORECARD

Kaplan (2000, p.13), afirma que a maioria das organizações atuais opera por

meio de unidades de negócios e de equipes descentralizadas muito mais próximas

dos clientes do que o pessoal das grandes organizações. A vantagem competitiva

deriva muito mais de recursos intangíveis como conhecimento, capacidades e

relacionamentos criados pelos empregados, do que de investimentos em ativos

físicos e do acesso ao capital. A capacidade estratégica exige que todas as

unidades de negócio, unidades de apoio e empregados estejam alinhados e

conectados com a estratégia. As mudanças tecnológicas, a concorrência e os

regulamentos, a formulação e a implementação da estratégia devem converter-se

em processo contínuo e participativo. As organizações atuais necessitam de uma

linguagem que sirva para a comunicação de processos e sistemas que contribuam

para a implementação da estratégia abrindo novas possibilidades e fazendo com

que a mesma se transforme em tarefa cotidiana de todos os envolvidos.

Vários anos atrás, desenvolvemos o balanced scorecard . {...} Partimos da premissa de que a confiança exclusiva em indicadores financeiros estava induzindo as empresas a opções errôneas. As indicações financeiras são defasadas, concentram-se em resultados, nas conseqüências de ações passadas. A dependência única em relação aos indicadores financeiros promoveu comportamentos de longo prazo que sacrificavam a criação de valor de longo prazo pelo desempenho de curto prazo. A abordagem do balanced scorecard preservou as mensurações do desempenho financeiro, os indicadores retardatários, mas as complementou com a mensuração de outros vetores do desempenho financeiro futuro (KAPLAN, 2000, p.13).

Assim, todos os indicadores e objetivos do balanced scorecard – financeiros e

não financeiros – devem emanar da visão e da estratégia da organização

40

No entanto, Chiavenato e Sapiro (2003, p. 389), analisam o Balanced

Scorecard como um sistema de avaliação do desempenho organizacional que leva

em consideração que os indicadores financeiros, por si mesmos, não refletem

perfeitamente a efetividade da organização. Os indicadores financeiros somente

medem os resultados dos investimentos e das atividades, medidas em termos

monetários, não sendo sensíveis aos chamados impulsionadores de rentabilidade

em longo prazo. Os objetivos das organizações são variados e conflitantes entre si,

assim, a qualidade dos produtos está em conflito com o aumento de preços e a

redução de custos, e assim um objetivo atrapalha o outro. Algumas organizações

definem hierarquias de objetivos para privilegiar alguns em detrimento de outros.

Assim, surge a dúvida sobre as prioridades, que exigem que ao mesmo tempo sejam

priorizados, clientes, acionistas, pessoas, futuro, estratégia, serviços, processos

internos, liderança tecnológica, aprendizado e inovação... Cada objetivo aponta uma

direção diferente fazendo com que surjam problemas diferentes na organização. O

Balanced Scorecard (BSC) – ou Placar balanceado – é uma metodologia baseada

no equilíbrio organizacional e se fundamentam no balanceamento entre quatro

diferentes perspectivas de objetivos: Perspectiva financeira, que se resume em

como a organização é vista por seus acionistas ou proprietários; perspectiva do

cliente, como a organização é vista pelo cliente e como pode atendê-lo da melhor

maneira possível; perspectiva dos processos internos, que apresenta em quais

negócios a organização necessita ter excelência e, a perspectiva da inovação e

aprendizagem, que apresenta a capacidade da organização para melhorar e se

preparar para o futuro.

O BSC busca estratégias e ações equilibradas e balanceadas em todas as

perspectivas que afetam o negócio da organização, permitindo que os esforços

sejam dirigidos em todas as áreas de maior competência e detectando e indicando

as áreas para eliminação de incompetências. Esse sistema é voltado para o

comportamento e não para o controle, direcionando seus indicadores para o futuro e

para a estratégia organizacional num sistema monitorado continuamente.

As perspectivas utilizadas devem ser tantas quantas a organização necessitar

para a otimização de suas estratégias. Alinhamento e foco são palavras de ordem,

alinhamento significa coerência na organização e foco é concentração, habilitando

seus executivos, unidades de negócios, recursos humanos e financeiros em sua

estratégia organizacional.

41

A montagem de um BSC passa pelas seguintes etapas: definição da

estratégia, que consiste em descrever e comunicar de maneira clara e significativa o

mapa estratégico com sua lógica de ativos intangíveis que podem ser transformados

em ativos tangíveis; a montagem do mapa estratégico que consiste em selecionar

metas de negócio e indicadores correspondentes que devem mostrar se estas metas

estão sendo atingidas ou não; a montagem do BSC, que consistem montar e

transmitir às pessoas, de maneira consistente e significativa, os objetivos

estratégicos e seus desdobramentos, indicadores, metas e ações.

O BSC possui três aspectos essenciais que são: fazer da estratégia a tarefa

diária de cada pessoa; fazer da estratégia um processo contínuo e, mobilizar a

mudança por meios da liderança de executivos. Assim o BSC cria um contexto em

que as decisões relacionadas com as operações cotidianas possam ser alinhadas

com a estratégia e a visão organizacional, permitindo divulgar a estratégia, promover

o consenso e o espírito de equipe, integrando as partes da organização e criando

uma sistemática para envolver todos os programas do negócio, catalisar esforços e

motivar pessoas. Além de tudo, medir e avaliar o desempenho por meio de

indicadores.

42

Tabela 01: Balanced Scorecard

Fonte: KAPLAN e NORTON apud (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003).

A tabela acima explica os pontos de reflexão sobre os objetivos da

organização, apresentando os pontos em que os objetivos são conflitantes entre si.

A partir dessa reflexão a organização pode definir quais os objetivos que podem ser

privilegiados em detrimento de outros, porém ser deixar de fazer com que os

objetivos organizacionais funcionem de modo colaborativo e cooperativo evitando

conflitos entre eles.

43

Tabela 02: Mapa da Estratégia

LUCRO

AUMENTAR O DESEMPENHO FINANCEIRO

MELHORAR O ATENDIMENTO AOS CLIENTES

IMPLANTAR SISTEMA DE RELACIONAMENTO COM

CLIENTES

PERSPECTIVA FINANCEIRA

PERSPECTIVA DOS CLIENTES

MELHORAR OS PROCESSO INTERNOS

IMPLANTAR NOVAS TECNOLOGIAS

PERSPECTIVA DOS PROCESSOS

INTERNOS

ASSEGURAR TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO PARA A FORÇA DE

TRABALHO

PERSPECTIVA DA INOVAÇÃO E

APRENDIZADO

Fonte: KAPLAN e NORTON apud (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003).

O mapa da estratégia ou o placar balanceado é uma metodologia baseada no

equilíbrio organizacional e se fundamentam no balanceamento entre as quatro

diferentes perspectivas de objetivos propostos. Poderá haver quantas perspectivas

quantas forem necessárias para escolher a função da natureza do seu negócio, seus

propósitos e estilo de atuação.

44

Tabela 03: Exemplo de um BSC básico.

Fonte: KAPLAN e NORTON apud (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003).

A montagem de um BSC passa pelas seguintes etapas:

a) Definição das estratégias, que devem ser claras e direcionadas pelos

objetivos reais da organização;

b) Montagem do mapa da estratégia, que significa desdobrar a estratégia em

perspectivas básicas;

c) Montagem do BSC, que transmite e comunica às pessoas, de maneira

consistente e significativa, os objetos estratégicos e seus desdobramentos.

45

Tabela 04: Alinhando as mensurações à estratégia.

Fonte: KAPLAN e NORTON apud (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003).

As estratégias devem estar alinhadas com a visão organizacional criando um

contexto em que as decisões estão ligadas às operações cotidianas, contribuindo

para promover o consenso, o espírito de equipe, criando uma sistemática que

envolve todo o processo da organização catalisando esforços e motivando pessoas.

3. MÉTADO E TÉCNICA DE PESQUISA

Este capítulo está dividido nos seguintes tópicos:

a) Escolha do objeto de estudo;

b) Tipos de pesquisa;

c) População e amostra

d) Procedimentos para coleta e analise de dados

e) Análise dos dados

46

Neste capítulo são apresentados procedimentos metodológicos que

configuraram a realização desta pesquisa.

3.1 Escolha do objeto de estudo.

O objeto de estudo deste trabalho foi avaliar como a estratégia de uma

organização pode influenciar ou afetar os seus resultados, utilizando-se como base

de avaliação o modelo Balanced Scorecard, de KAPLAN e NORTON.

3.2 Tipo de pesquisa

Antes de classificar a pesquisa é importante compreender o método cientifico,

que segundo Silva e Menezes (2001) é o conjunto de processos ou operações

mentais que se devem empregar na investigação. Esta pesquisa observa o método

indutivo, onde a partir de constatações particulares, realiza-se a elaboração de

generalizações. A pesquisa classifica-se como exploratória/descritiva por que,

segundo GIL (2002, p.42).

Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental, etc.

...as pesquisas descritivas são juntamente com as exploratórias as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos, etc. Geralmente assumem a forma de levantamento.

O mesmo autor esclarece que:

A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de instituições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria das vezes estas pesquisas envolvem: a) levantamento bibliográfico; b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e, c) análise de exemplos que estimulem a compreensão (SELLTIZ apud GIL, 2002, p. 41).

47

Assim, esta pesquisa tem como finalidade descrever o universo de pesquisa e

as características dos administradores e permissionários da CEASA/FOZ, de forma

a estabelecer relações entre as variáveis existentes na evolução de ascensão e

queda das vendas.

Uma variável pode ser considerada como uma classificação ou medida, uma quantidade que varia, um conceito, constrito ou conceito operacional que contém ou apresenta valores; aspecto propriedade ou fator, discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração. Finalmente, os valores são adicionados ao conceito, para transformá-lo em variável, podem ser quantidades, qualidades, características, magnitudes, traços, etc., que se alteram em cada caso particular e são totalmente abrangentes e mutuamente exclusivos (LAKATOS, 2000, p.175).

3.3 População e amostra

A pesquisa foi realizada na CEASA de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná,

fundada em 1978, que tem como missão realizar atividade comercial de alimentos

perecíveis, oriundos da produção de hortigranjeiros, em abastecimento à região das

três fronteiras. Por se tratar de um universo relativamente amplo, aplicaram-se 45

questionários, que correspondem há 79% dos permissionários que atuam

efetivamente no CEASA Foz do Iguaçu. Também foi entrevistado o Gerente da

Unidade CEASA de Foz do Iguaçu.

3.4 Procedimentos de coleta e análise de dados

O aspecto mais significativo deste tipo de pesquisa está na utilização de

técnicas que estuda o perfil dos permissionários por tempo de atuação, gênero

comercializado, porte das instalações, tipo de mercado (local ou exportação),

conhecimento especializado da área de atuação, entre outros.

Segundo Gil (2002, p.50), a pesquisa obtida sob forma de levantamento

caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja

conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo

significativo de pessoas acerca do problema estudado para, mediante análise

quantitativa, obterem-se conclusões correspondentes aos dados coletados. Na

pesquisa realizada na CEASA de Foz do Iguaçu, optou-se, primeiramente, por

48

questionários objetivos direcionados aos permissionários e entrevista com a

administração.

3.4.1 Instrumento de pesquisa

Neste tópico são apresentados os instrumentos de coleta de dados utilizados

nesta pesquisa.

3.4.2 Questionário

O questionário é considerado como um instrumento de investigação composto

de um número razoável de questões apresentadas por escrito aos pesquisados com

o objetivo conhecer opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas,

situações vivenciadas, etc.

Os questionários podem ser apresentados por escrito, sendo que podem ser

auto-aplicáveis ou questões formuladas oralmente pelo pesquisador ,designadas

como entrevistas ou formulários (GIL, 1999).

Os questionários podem apresentar questões dos mais variados tipos:

Questões fechadas: que apresentam um conjunto de alternativas de resposta

para que seja escolhida a que melhor apresenta a situação ou ponto de vista.

Questões abertas: escreve-se a pergunta e deixa-se um espaço em branco

para que a pessoa escreva sua resposta sem qualquer restrição.

Questões dependentes: Quando uma questão depende da resposta dada em

outra questão (GIL, 1999).

No caso desta pesquisa, utilizou-se de questionários com questões fechadas

e com opções de escala de escolha, no modelo de Likert.

Para melhor apresentar os dados coletados, procura-se desempenhar uma

análise através do uso de escalas métricas e não-métricas, que consistem num

sistema de mensuração quantitativo e qualitativo. Para mensurar os dados

pesquisados com fidelidade usa-se uma escala métrica chamada escala Lickert, que

segundo Chiavenato (2003, p. 186), é uma escala de classificações somadas tenta

mensurar atitudes e opiniões, usando tradicionalmente de 05 a 07 pontos para

avaliar a intensidade com que alguém concorda com um conjunto de afirmações.

49

Para cada ponto na escala, desenvolve-se um rótulo para expressar a intensidade

dos sentimentos do respondente. Há várias afirmações que geralmente se

relacionam com um único conceito, tais como opiniões sobre uma empresa ou um

produto. Ao somar as escalas para todas as afirmações, chamamos isso de escala

de classificações somadas. Ao usar a escala individual denominamos escala Lickert,

podendo usar a escala Lickert de sete pontos ou de três pontos, como for o caso.

Um exemplo de uma escala Lickert:

Discorda totalmente

Discorda Não concorda nem discorda

Concorda Concorda totalmente

1 2 3 4 5

Quantos mais pontos forem usados maior precisão obter-se-á quanto à

intensidade com que a pessoa concorda ou discorda da afirmação.

Exemplo de uma escala de sete pontos:

Concorda totalmente

Concorda em parte

Concorda ligeiramente

Não concorda nem discorda

Discorda

ligeiramente

Discorda em parte

Discorda totalmente

1 2 3 4 5 6 7 As escalas de Lickert são usadas também para mensurar outros conceitos na

pesquisa em administração tais como importância ou intenções (CURY, 2000, p.38).

O questionário visa avaliar a estratégia para a tomada de decisões na

implementação de novos rumos e processos baseando-se em três situações de

reavaliação das estratégias: a manutenção, a mudança e a conclusão. Assim, optou-

se por elaborar uma avaliação do desempenho organizacional, nos moldes BSC, ou

placar balanceado, com metodologia baseada no equilíbrio organizacional

fundamentada no balanceamento entre quatro diferentes perspectivas de objetivos:

financeira, cliente, processos internos e inovação e aprendizagem.

Os autores desta pesquisa, preocupados com a fidelidade das respostas e

fiéis à proposta de pesquisar a realidade do CEASA/FOZ, decidiram que os

questionários serão aplicados individualmente, por pesquisadores no próprio

50

ambiente de trabalho dos permissionários, respeitando os horários que não

comprometam o trabalho executado pelos mesmos, evitando deixar o questionários

para pegar depois, para que não se extraviem e para agilizar a pesquisa e executá-

la com segurança e confiabilidade.

3.4.3 Entrevista

Segundo Gil (1999, p.117), a entrevista pode ser definida como uma técnica

em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas,

com o objetivo de obter informações que interessem à investigação, sendo, portanto,

uma interação social, uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes

busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.

Este é o método escolhido para obter informações com a administração da

Ceasa, visando coletar dados sobre o que a administração sabe, acredita, espera,

sente, deseja, pretende fazer, faz ou fez, bem como as explicações ou razões a

respeito da queda nas vendas neste ano de 2006.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta de dados passaremos para a análise e interpretação dos

dados, com o objetivo de organizar e sumariar os dados de forma tal que

possibilitem o fornecimento de respostas ao proposto para a investigação, neste

caso, trata-se de conhecer as causas da queda nas vendas do Ceasa de Foz do

Iguaçu.

Os dados coletados serão tabulados e posteriormente convertidos em

gráficos estatísticos permitindo maior visualização e facilidade de acesso aos dados

da pesquisa.

3.5.1 Análise de conteúdo

Nesta pesquisa, os dados serão analisados pela analise de conteúdos e pela

triangulação dos dados de pesquisa.

51

Com relação a analise de conteúdo, a informação colhida pelo pesquisador,

através da aplicação das técnicas referidas, normalmente é apresentada na forma

de textos. A analise de textos em pesquisa científica tem sido conduzida

principalmente através de um método denominado de Analise de Conteúdo. Este,

segundo Weber apud Roesch (2005, p. 158), usa uma série de procedimentos para

levantar inferências válidas a partir de um texto. O método busca classificar

palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias de conteúdo. Utiliza desde

técnicas simples até outras mais complexas, que se apóiam em métodos

estatísticos, como por exemplo, a análise fatorial, a regressão múltipla e a analise

discriminante, entre outras.

Já na triangulação de dados, quando buscamos diferentes maneiras para

investigar um mesmo ponto, estamos usando uma forma de triangulação. Denzin

apud Roesch (2005) apresenta quatro tipos de triangulação: de fontes, de métodos,

de investigadores e de teorias. Quando um pesquisador compara um relato de um

informante sobre o que ocorreu em uma reunião com a ata dessa mesma reunião,

está fazendo uma triangulação de fontes. A triangulação de métodos geralmente se

refere à comparação de dados coletados por métodos qualitativos e quantitativos

(Patton apud Roesch, 2005), mas também pode se referir à comparação de dados

de entrevistas com dados obtidos em um teste de associação livre, por exemplo. As

duas outras formas de triangulação – de investigadores e de teorias – são menos

usadas, não apenas por implicações epistemológicas que entram em choque com

características do paradigma construtivista, impedindo sua aceitação pelos adeptos

desta corrente. Quanto ao primeiro, Lincoln e Guba apud Roesch (2005, p. 173)

argumentam que, se o design é emergente e se sua forma depende da interação do

investigador com o contexto, não se pode esperar que diferentes pesquisadores

cheguem aos mesmos resultados. Quanto à triangulação de teorias, esses autores

afirmam que, se as teorias determinam os fatos, a confirmação de um fato por duas

teorias indicaria muito mais uma semelhança entre elas que uma maior significação

do fato.

52

4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA PESQUISA

Neste capítulo será apresentada a caracterização do ambiente de pesquisa.

4.1 Dados Gerais

Abaixo são discriminados os dados gerais relacionados ao CEASA-PR:

- Centrais de Abastecimento do Paraná S.A. – CEASA.

- Inscrição no CNPJ/MF sob nº. 75.063.164.0002-48

- Com sede na Avenida J.K., 1254, CEP 85864 000.

- Área total do terreno: 82.000 m²

- Número de Produtores cadastrados: 85

- Comercialização: 95.731,5 toneladas/ano

- Movimentação Financeira: 26.114 milhões de dólares

- Área ocupada pelo sistema de TPRU:

- Uma loja – 39,00 m²

- 162 boxes – 5.507,02 m²

- Duas lanchonetes – 98,00 m²

- Cacharia – 432,00 m²

- Área produtor – 240,00 m²

- Horário: de 2ª a Sábado das 5 horas às 16 horas.

As Centrais de Abastecimento do Paraná S.A. – CEASA/PR surgiram da

necessidade de abastecer os grandes centros urbanos de produtos

hortifrutigranjeiros com eficiência, evitando desperdícios e perda da qualidade dos

produtos.

Com o crescimento dos centros urbanos do país, o processo de distribuição

de produtos tornou-se mais complexos e onerosos, que aliados à precariedade dos

mercados tradicionais, suscitou a necessidade de aperfeiçoar as estruturas de

comercialização dos produtos.

Nos anos 70, o Programa Estratégico de Desenvolvimento e o I Plano de

Desenvolvimento, estabeleceram como prioridade a construção de Centrais de

abastecimento nas principais concentrações urbanas do país.

53

A figura 4 apresenta uma vista das instalações do CEASA de Curitiba que é

considerado o maior centro de abastecimento do Estado do Paraná e movimenta a

comercialização de milhares de toneladas de alimentos que abastecem o Paraná e

estados vizinhos.

Figura 02: Mapa de localização de Foz do Iguaçu no Brasil

Fonte: MapLink (2006)

4.2 Organograma

O conceito segundo Araújo (2001, P. 131), ”organograma é um gráfico

representativo da estrutura formal da organização em dado momento”.

Mostrando a divisão do trabalho, os procedimentos relativos à delegação de

autoridade e responsabilidade para que os colaboradores, fornecedores e

clientes possam identificar, comunicar e relacionar com facilidade na empresa.

54

Figura 03: Organograma do CEASA de Foz do Iguaçu

Fonte: elaborado pelos autores

O organograma cima identifica a organização empresarial do CEASA de Foz

do Iguaçu, relacionando a ligação existente entre os setores da empresa. A gerência

controla tanto o seu setor administrativo interno quanto às empresas terceirizadas

que prestam serviços ao CEASA.

Figura 04: vista aérea das instalações do CEASA

Fonte: CEASA (2006)

55

Figura 05: Vista aérea do CEASA de Foz do Iguaçu

Á direita vê-se a Avenida Venezuela, principal via de acesso ao CEASA atualmente.

Fonte: CEASA (2006) 1

1 Foto retirada em 15/10/06.

56

Figura 06: Vista Parcial das instalações e do Bairro onde se encontra o CEASA.

Fonte: Pereira (2006)2

4.3 Histórico

A CEASA do Estado do Paraná foi constituída em 11/02/72 e gerenciada pela

COBAL, que possuindo um armazém varejista em Maringá acabou transformando-o

em uma Central de Abastecimento. No entanto, oficialmente a primeira Central de

abastecimento inaugurada em decorrência do efetivo planejamento urbano foi a

Central de Abastecimento de Curitiba que começou a operar em julho de 1976 e

inaugurada em agosto do mesmo ano.

2 À esquerda localiza-se o Supermercado Big, percebendo-se também nas proximidades o Colégio

Monjolo e Mesquita Islâmica, á direita situa-se a Avenida Venezuela e a reserva florestal do Exército.

A entrada do CEASA situa-se na Avenida Juscelino Kubitscheck, no entanto atualmente, o acesso

pela Avenida Venezuela facilita a circulação por encontrar o tráfego menos congestionado,

principalmente, nas horas de pico.

57

A unidade da Ceasa objeto deste estudo está situada em Foz do Iguaçu

desde fevereiro de 1978. As unidades atacadistas passaram a se constituir em

efetivos centros de concentração da comercialização de hortaliças, frutas, ovos e

outros produtos, possibilitando maior disciplinamento e organização do setor, bem

como incentivando o desenvolvimento da produção articula voltada para o mercado

paranaense e de outros estados, por facilitar o intercâmbio entre os principais

centros consumidores.

A partir de 1990, a Ceasa deixou de ser regida pelo Governo Federal e

através da Lei nº. 9352/903 foi estadualizada. O governo estadual promoveu a

alteração de seu estatuto social, incluindo a possibilidade da empresa comprar,

vender, transportar e distribuir gêneros alimentícios básicos, no desenvolvimento de

programas sociais, desde que em sintonia com a política governamental.

Após essa mudança a CEASA/PR passou a executar o projeto social voltado

ao atendimento a famílias de baixa renda, que consiste na venda de produtos

básicos através dos Mercadões Populares, Armazéns da Família e Compras

Comunitárias, proporcionando uma economia média de 20% em relação aos

principais supermercados de cada município participante.

A CEASA é uma empresa que atua na distribuição de produtos

hortigranjeiros, pescados e outros perecíveis. Os produtos oriundos da horticultura,

quais sejam hortaliças, frutas, flores, mudas, plantas ornamentais, condimentares e

medicinais, e de granja, como ovos e frangos.

É considerada uma empresa de grande porte, que em Foz do Iguaçu conta

com três funcionários e duas estagiárias que atuam no controle de três empresas

terceirizadas e 68 empresas permissionárias.

O foco principal do seu negócio é o comércio e distribuição de grande volume

de produtos hortigranjeiros. Sua missão é abastecer com segurança, para isso

modernizou-se implantando um banco de dados gerado na comercialização dos

produtos nos grandes centros urbanos, assim a CEASA pode oferecer uma previsão

de demanda de alimentos, bem como o monitoramento dos aspectos qualitativo-

quantitativos. Através de um sistema de logística orienta para que o consumo seja o

mais próximo da zona de produção, evitando perdas e encarecimento dos produtos.

A existência de um local único para a comercialização favorece a lei da oferta e da

3 Lei nº. 9352/90 que trata da transferência do gerenciamento das Centrais de Abastecimento para as Secretarias de Abastecimentos Estaduais.

58

procura que rege o mercado. Além dessas, há ainda, uma missão maior que é levar

à população produtos alimentares com segurança e boa qualidade.

A visão da empresa é de ser referência nacional em abastecimentos,

buscando parcerias no sistema de agricultura que visem solucionar os problemas de

segurança, qualidade, higiene, logística, marketing e outras demandas. Atualmente

a CEASA é o mercado onde circulam cerca de 25 mil pessoas ao dia em suas cinco

unidades distribuidoras estrategicamente distribuídas no Estado do Paraná.

Para atingir esse objetivo, além da segurança física é fundamental que a

manipulação dos alimentos seja feita em condições ideais de higiene, e os resíduos

da comercialização tenham um destino ambientalmente correto.

A CEASA é uma empresa que tem como valores a verdade, a justiça, o

cumprimento dos compromissos, o respeito aos colaboradores, o estímulo à

criatividade e a curiosidade intelectual, a busca da alta qualidade, a inovação, o

trabalho em equipe e o baixo custo operacional.

Dados os principais aspectos gerenciais da CEASA, cabe avaliar além do

esquema organizacional, conhecer o planejamento estratégico da empresa, e a

busca de soluções para os problemas que surgem no desenvolvimento da

comercialização.

A Ceasa é uma empresa que depende da produção agrícola, ficando também

condicionada às condições climáticas, ao empreendimento e financiamento agrícola

pelas entidades competentes, assim é uma empresa que sofre com flutuação no seu

planejamento estratégico.

Desde 1978, quando começou a operar em Foz do Iguaçu, a CEASA tem

enfrentado crises relacionadas ao setor de vendas, que se apresenta instável,

devido à condição da política-econômica desenvolvida na fronteira, conforme

especificado no quadro demonstrativo que se segue:

A tabela abaixo apresenta em números a evolução das vendas no CEASA de

Foz do Iguaçu desde 1978, quando foi criado o CEASA local. A variação das

porcentagens de comercialização, bem como as quedas e crescimentos, são

conseqüências da política econômica brasileira e da evolução social e populacional

da fronteira.

Na tabela 05, a coluna da esquerda apresenta as datas ano a ano desde a

fundação do CEASA/FOZ em 1978, até o ano de 2005. A coluna central demonstra

59

a quantidade de alimentos comercializados nesta unidade em toneladas e a coluna

da direita apresenta as variações em porcentagens, servindo como um

demonstrativo dos índices de crescimento e de queda das vendas anuais do

CEASA/FOZ.

Tabela 05: Evolução da comercialização do CEASA de Foz do Iguaçu

Anos Quantidade

comercializada em toneladas (t)

Variação em %

1978 20.389,8 -0- 1979 41.980,9 105,89 1980 50.138,2 19,43 1981 42.789,8 - 14,66 1982 48.021,0 12,23 1983 50.527,6 5, 22 1984 27.405,5 - 45,76 1985 21.162,8 - 22,78 1986 25.045,3 18,35 1987 26.324,4 5,11 1988 25.133,6 - 4,52 1989 31.526,0 25,45 1990 38.584,5 22,38 1991 53.518,8 38,71 1992 54.023,6 0,94 1993 68.235,9 26,31 1994 86,964,9 27,45 1995 64,694,3 - 25,61 1996 97,246,4 50,32 1997 98.637,9 1,43 1998 85.853,3 -12,96 1999 109.979,5 28,10 2000 195.979,1 78,20 2001 140.079,1 - 28,52 2002 106.844,6 - 23,73 2003 85.849,2 -19,65 2004 95.731,6 11,51 2005 88.488,4 -7,57 Total 1.881.159,0 Fonte: DITEC/CEASA/PR – GLFS

A análise da evolução das vendas no CEASA de Foz do Iguaçu fica mais

significativa quando ocorre a comparação com a evolução histórico-econômica da

fronteira, como a construção da Usina de Itaipu, a aprovação da portaria nº. 448, de

11 de dezembro de 2001, que aprova a cota de 2.000 dólares para a exportação de

60

produtos alimentícios, a criação do MERCOSUL, a variação cambial e a

sazonalidade ocasionada pelas condições climáticas.

4.4 Área de atuação

A empresa pesquisada trabalha com a distribuição de produtos

hortigranjeiros, pescados e outros perecíveis.

4.5 Produtos e serviços

A Central de Abastecimento tem um amplo leque de produtos

hortifrutigranjeiros, quais sejam hortaliças, frutas, flores, mudas, plantas

ornamentais, condimentares e medicinais, e da granja, como ovos e frango.

4.6 Porte

A organização pode ser classificada como uma empresa de grande porte,

observando os critérios estabelecidos pelo SEBRAE. Em relação a outros CEASA’s

ela pode ser considerada de médio porte.

4.7 Força de trabalho

A CEASA/PR – Foz, conta com três funcionários e dois estagiarios, além de

contar com a força de trabalho de três empresas terceirizadas e dos 68

permissionários que hoje compõem a organização.

61

4.8 Negócio e ambiente-tarefa:

O foco principal da organização em estudo é a distribuição de produtos

hortigranjeiros em grande volume para a cidade de Foz do Iguaçu e países vizinhos,

como o Paraguai e Argentina.

4.9 Missão:

A missão da empresa é Abastecimento com segurança. Ela ainda é

desdobrada nas seguintes missões secundárias, elencadas na sequência.

4.9.1 Missão na produção

Através dos bancos de dados gerados na comercialização dos produtos nos

grandes centros urbanos, a Ceasa pode oferecer uma previsão de demanda de

alimentos, bem como o monitoramento dos aspectos qualitativos/ quantitativo.

4.9.2 Missão Distribuição

Com relação a missão distribuição, são as seguintes:

• Através de logística orientar para que o consumo seja o mais próximo da zona

deprodução, evitando perdas que encarecem o produto.

• A lei de mercado da oferta X procura é enormemente favorecida quando

existe um local único de comercialização.

4.9.3 Missão acesso ao alimento

Com relação a missão acesso ao alimento, ela procura levar à população

produtos com segurança alimentar

62

4.10 Visão

Foi idenficada a seguinte visão na organização, descrita a seguir:

• Ser referência nacional em abastecimentos

• Buscar junto a parcerias no sistema de agricultura solução aos problemas de

segurança, qualidade, quantidade, higiene, logística, marketing e outras

demandas.

• Mercado aonde circula mais de 25.000 pessoas/dia em suas cinco unidades,

distribuidoras estrategicamente no Estado.

• Para atingirmos este objetivo, alem da segurança física é fundamental que a

manipulação dos alimentos sejam feitas em condições ideais de higiene, e os

resíduos da comercialização tenham um destino ambientalmente correto.

4.11 Valores

No que se refere a valores, foram identificados os seguintes aspectos:

• Dizer a verdade

• Ser justo

• Cumprir compromissos

• Respeitar os colaboradores

• Estimular a criatividade / curiosidade intelectual

• Alta qualidade

• Inovação

• Trabalho em equipe

• Baixo custo operacional

5 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS DADOS

Inicialmente foi uma pesquisa exploratória e bibliográfica e numa segunda

etapa foi uma pesquisa qualitativa que utilizou dados quantitativos para

apresentação dos resultados.

63

O valor desse tipo de pesquisa, segundo Demo (1985, p. 26), é o de trazer a

teoria para realidade concreta. No entanto, Bauer e Gaskell (2004, p. 23),

caracterizam a pesquisa quantitativa como a que levantam dados através de

questionários e usando modelos estatísticos, transforma-os em números. Os

principais pontos de apoio da pesquisa quantitativa são os dados numéricos, a

análise estatística obtida através de pesquisas de opinião transformadas em

elementos mensuráveis e apresentados em gráficos ou outros tipos de estatísticas.

O questionário estava previsto para ser aplicado e entregue aos sessenta e

oito (68) permissionários existentes, devido a atual crise econômica na região, estão

temporariamente desativados cerca de dezessete (17) boxes, restando cinqüenta e

um boxes que deveriam estar em funcionamento, mas quando foi aplicado o

questionário entre os dias 16 e 18 de outubro de 2006, somente foram encontrados

quarenta e cinco (45) boxes em funcionamento, sendo que a principal dificuldade

encontrada foi a disponibilidade de tempo dos permissionários para responder a

todas as questões em relação ao trabalho realizado nos dias da pesquisa.

O aspecto qualitativo do trabalho detém-se na entrevista realizada com o

gerente do CEASA, essa foi realizada no dia 25 de outubro e teve como finalidade

verificar a hipótese levantada pela pesquisa de que a estratégia empresarial adotada

pela organização é o motivo principal da queda de vendas.

A confirmação dessa hipótese só pode ser verificada e testada após a

realização da pesquisa qualitativa em comparação com os dados obtidos na

pesquisa quantitativa destinada aos permissionários. Essa comparação visa a

superação da perplexidade e a formação de conceitos de base científica para o

problema de queda nas vendas.

Por isso, a investigação busca analisar os aspectos sociais, culturais e de

organização do público investigado, no caso os permissionários e a gerência do

CEASA.

Primeiramente foi desenvolvida pesquisa sobre a idade dos permissionários,

essa preocupação relaciona-se com a busca de compreensão do fenômeno da

queda nas vendas na medida em que os mais jovens são minoria e, portanto, se

apresenta um grande percentual de pessoas de meia idade, que pelas condições de

seu trabalho não acompanham o desenvolvimento tecnológico da sociedade

contemporânea.

64

A globalização e o desenvolvimento tecnológico trouxeram para o processo

de comercialização a modernização dos meios de comunicação, organizando

previsões de crescimento e de queda nas vendas, contatos on line com Bolsa de

Mercado Futuro, etc., isso tudo leva crer que se faz necessário também a

modernização dos agentes desse mercado, visando à competência no

aproveitamento de potencial dos mercados e previsão de crescimento econômico na

economia de mercado.

Esta questão também serve para aventar a necessidade de empreender

treinamento aos permissionários, tanto na especialização das técnicas comerciais e

gerenciamento de elementos motivadores para os trabalhadores quanto na

habilidade de lidar com as novas tecnologias.

Figura 07: Idade dos permissionários

26-3429%

35-49 49%

18-2511%

não responderam

4%50-59

7%

18-25

26-34

35-49

50-59

Não responderam

Fonte: Questionários - outubro de 2006.

A grande maioria dos permissionários do CEASA de Foz do Iguaçu pertence

ao sexo masculino, o percentual de mulheres no trabalho de comercialização do

CEASA é relativamente menor, configurando uma característica cultural relacionada

tanto à faixa etária quanto à escolaridade dos permissionários. Além do que, ainda

se vê uma sociedade restritiva à participação feminina nos negócios que possuem

características masculinas. Essa não é uma questão de preconceito, mas cultural,

65

existem profissões que são essencialmente masculinas e que levarão muito tempo

para serem aceitas de forma diferente sem estar relacionadas ao gênero dos seus

atores.

Essa característica pode estar relacionada à força física de que se reveste o

sexo masculino no trato com a produção de hortifrutigranjeiros, no entanto, sabe-se

que a comercialização exige muito mais do que força, exige poder de persuasão,

capacidade intelectual, visão de mercado, projeção e prevenção nas vendas, etc.,

isso as mulheres apresentam capacidade de desenvolver, justificando a presença

das mulheres no gerenciamento de cerca de 25% dos boxes do CEASA.

Há necessidade de conhecer o nível de escolaridade por ser fator

determinante da necessidade de cursos de aperfeiçoamento, tanto na área de

gerenciamento quanto nos aspectos voltados para a área de promoção humana que

as empresas modernas têm necessidade de investir para melhorar a qualidade dos

serviços prestados.

A escolaridade foi medida devido a sua forte influência na qualidade das

comercializações e transformada em gráfico seguindo as informações da tabela

abaixo:

Tabela 06: Nível de escolaridade Nível de escolaridade. Quantidade Porcentagem

Alfabetizado 02 4%

Primeiro grau incompleto 04 9%

Primeiro grau completo 04 9%

Ensino médio incompleto 04 9%

Ensino médio completo 17 37,6%

Nível superior incompleto. 07 15,7%

Superior completo. 07 15,7% Fonte: Questionário - outubro de 2006.

66

Figura 08: Nível de escolaridade

4%9%

9%

9%

37%

16%

16% Alfabetizado

Primeiro grau

Primeiro grau incompleto

Ensino medio

Ensino medio incompleto

Ensino superior

Superior incompleto

Fonte: Questionário – outubro 2006 O tempo de trabalho como permissionário é uma característica a ser considerada,

pois experiência é um fator preponderante dentro do trabalho do comércio. Na área

de vendas o conhecimento, as técnicas e o relacionamento são adquiridos depois de

um certo tempo de atuação e isso passa a ser importante no crescimento das

vendas, à medida que os permissionários ficam conhecidos dos clientes do CEASA,

pois formam vínculos de confiança com seus clientes, além de conquistarem

confiabilidade que passa a ser compartilhada com os produtos que comercializam.

Sabe-se também que o tempo contribui para automatizar as atividades

transformando-as em rotina e esta é o inimigo número um das inovações, pois

impede a formação do pensamento crítico sobre as causas dos problemas e conduz

a acomodação, dispensando a necessidade de evoluir.

67

Figura 09: Tempo de trabalho no CEASA

7%

11%

13%

22%

45%

2%

Menos de 1 ano

De 1 a 2 anos

De 2 a 5 anos

De 5 a 10 anos

Mais de 10 anos

Não informou

Tempo de permissionário

Fonte: Questionários – outubro de 2006 As questões da primeira parte do questionário traçaram um perfil dos

permissionários do CEASA de Foz do Iguaçu, que neste caso se apresentam como

sendo a maioria homens que tem entre 35 e 49 anos, com escolaridade de nível

médio e que trabalham no Ceasa há mais de 10 anos.

Ao mesmo tempo em que se desenvolveu a pesquisa com os permissionários

foi realizada uma pesquisa em forma de entrevista com o gerente da instituição, a

partir da qual foi possível também traçar o perfil desse profissional.

O gerente do CEASA de Foz do Iguaçu é universitário, tem 38 anos trabalha

na instituição há 18 anos e reside em Foz do Iguaçu desde 1982.

Em seguida foi desenvolvida uma pesquisa voltada para a compreensão do

lucro e do crescimento do CEASA de Foz do Iguaçu, que para facilitar foi aplicada

em escalas do estilo Lickert. A primeira questão busca fazer um levantamento do

crescimento no último ano de comercialização, para o qual os permissionários

informam sobre sua lucratividade.

68

Ao questionarmos sobre o crescimento dos lucros financeiros podemos ter

uma visão da existência real do problema, que DEMO (1985, p.49) denomina de

comprovação da hipótese levantada na pesquisa de concepção da ciência social.

O gráfico abaixo apresenta a visão dos permissionários sobre o crescimento

dos lucros.

Figura 10: Em relação ao crescimento dos lucros

16%

36%29%

11%

4% 4% 0%

Muito bom

Pouco bom

Bom

Nem bom nem ruim

Ruim

Pouco ruim

Muito ruim

Desempenhos Financeiros

Fonte: Questionários – outubro de 2006 Também o gerente do CEASA de Foz do Iguaçu faz considerações em

relação ao lucro e crescimento e afirma que comparado com o comércio dos anos

anteriores e com os níveis dos comerciantes houve um ganho de 40%, porém,

segundo a gerência, muitos permissionários ficaram parados no tempo da

exportação para o mercado do Paraguai que caiu de 90% e, atualmente, não chega

a 50%.

Essa afirmação da gerência vem de encontro a um questionamento sobre o

crescimento dos negócios do Ceasa, que na visão dos permissionários se apresenta

como o gráfico abaixo apresenta, relacionando o crescimento anual do faturamento

dos permissionários com as quedas dos últimos anos.

O gráfico apresenta a opinião dos permissionários, sendo que a maioria não

percebeu crescimento, nem queda, isto apresenta um envolvimento apático

relacionado à hipótese do problema. O próprio gráfico apresenta contradição entre

69

os permissionários, uns afirmam crescimento, outros queda, sabe-se que muitos

boxes fecharam denotando que os que afirmam que houve queda podem estar com

a razão. Figura 11: Crescimento da comercialização

2%2%

22%

38%

18%

11%7%

Houve um grande aumento

Houve um pequeno aumento

Houve aumento

Não houve aumento nemredução

Houve redução

Houve uma pequena redução

Houve uma grande redução

Faturamento do último ano

Fonte: Questionários – outubro de 2006 Segundo a administração do CEASA, a queda no crescimento dos negócios

está relacionada à influência da taxa cambial do dólar e do guarani, isso fez com que

caísse o poder aquisitivo e a queda da economia informal, acentuada pela

fiscalização de mercadoria pela receita federal. O baixo poder aquisitivo das pessoas

nos mercados e mercearias também influenciam o crescimento dos negócios do

CEASA, além de que o Paraguai fortaleceu muito seu mercado interno.

A pesquisa sobre a satisfação dos clientes foi feita primeiramente com os

permissionários e, eles afirmam que sabem que os clientes gostariam que as

instalações fornecessem mais comodidade para as compras, estacionamentos

melhores, que os preços fossem mais adequados à realidade da comunidade das

Três Fronteiras, mesmo assim afirmam que os clientes estão satisfeitos em parte, ou

seja, eles não estão totalmente insatisfeitos, mas esperam que as instalações

melhorem.

70

Figura 12: Satisfação dos clientes

4%

50%

13%

9%

7%

13%2% 2%

Totalmente satisfeito

Satisfeito em parte

Ligeiramente satisfeito

Nem satisfeito nem insatisfeiroinsatisfeito

Ligeiramente insatisfeito

Insatisfeito em parte

Totalmente insatisfeito

Não responderam

Satisfação dos Clientes

Fonte: Questionários – Outubro de 2006

Em relação à mesma questão o gerente do CEASA afirma em sua entrevista

que atualmente a instituição tem buscado minorizar os problemas investindo na

infra-estrutura, que foram feitos investimentos para atender a demanda e implantar

um sistema logístico que satisfaça os clientes. Também informou que ao diminuir os

clientes pôde ser proporcionado um atendimento diferenciado aos clientes. Houve

melhora no trânsito, não havendo mais buzinações dentro do pátio do CEASA. O

gerente que atualmente os permissionários estão preocupados em atender os

clientes e que o preço é quem manda no mercado.

A fidelidade dos clientes também foi um ponto investigado, mas isto comprova

a necessidade de se investir no aprimoramento das técnicas de vendas para

conquistar compradores, pois na área de vendas conquista quem tem melhores

preços e atendimento diferenciado, gerando confiança e a segurança de adquirir

produtos de qualidade. O gráfico abaixo representa como os permissionários vêem

essa fidelidade.

71

Figura 13: Fidelidade dos clientes

4%

11%

16%

0%0% 2%2%

65%

Totalmente fiel

Fiel em parte

Ligeiramente fiel

Nem fiel nem infiel

Ligeiramente infiel

Infiel

Totalmente infiel

Não responderam

Fidelidade dos clientes

Fonte: Questionário – outubro de 2006

O gerente afirma que os permissionários já perceberam que precisam

conquistar essa fidelidade e entende que se faz necessário investir mais na

qualidade das instalações e do atendimento para conquistar essa fidelidade.

Em relação à qualidade dos processos internos foram aplicadas questões no

sistema Lickert, procurando medir o grau de satisfação dos permissionários em

relação ao compromisso e envolvimento da instituição CEASA na busca de melhorar

a qualidade dos serviços prestados.

O gerente afirma que há uma preocupação em proporcionar maior visão de

abastecimento e compromisso com a segurança, pois o CEASA é uma empresa

nacional de abastecimento que tem que se comprometer a abastecer de forma

segura e eficiente, em breve será implantado um sistema de reciclagem de

embalagens na unidade de Foz do Iguaçu, visando buscar mais qualidade e

economia.

O gráfico a seguir apresenta a visão dos permissionários em relação ao

compromisso com a qualidade dos serviços prestados no CEASA de Foz:

72

Figura 14: Compromisso com a qualidade dos serviços do CEASA

0% 13%

16%

13%

24%

9%

18%

7%

Muito satisfeito

Satisfeito em parte

Ligeralmente satisfeito

Nem satisfeito nem insatisfeito

Ligeralmente insatisfeito

Insatisfeito em parte

Totalmente insatisfeito

Não respondeu

Qualidade dos serviços

Fonte: Questionários – outubro de 2006

A empresa e os permissionários procuram sempre considerar a opinião dos

clientes para melhorar o atendimento, observando as necessidades e os desejos

dos clientes, pois realizar esses desejos significa, certamente, construir meios de

manter o crescimento nas vendas. A qualidade dos serviços prestados é elemento

fundamental na manutenção da clientela, pois o cliente satisfeito e bem atendido

sempre volta e comumente traz mais clientes, pois eles são referência no mercado.

Atualmente, entre as técnicas mais buscadas para ampliar o relacionamento

nos negócios, o uso de caixinhas de sugestões ou aplicação de questionário de

avaliação preenchido pelos clientes é uma prática constante, no entanto, há que

desenvolver técnicas precisas de solução e de respostas aos problemas levantados

pelos clientes, pois se corre o risco de cair em descrédito se não houver uma

resposta, mesmo que indireta ao problema levantado.

O gráfico abaixo apresenta a opinião dos permissionários sobre as sugestões

e as pesquisa desenvolvidas com os clientes do CEASA na busca de melhorias do

sistema de atendimento:

73

Figura 15: pesquisas desenvolvidas em prol de melhorias

4%7%

9%

9%

60%

7% 0%4%

Muito satisfeito

Satisfeito em parte

Ligeralmente satisfeito

Nem satisfeito nem insatisfeito

Ligeralmente insatisfeito

Insatisfeito em parte

Totalmente insatisfeito

Não respondeu

Processos de melhorias

Fonte: Questionários – outubro de 2006 A gerência do CEASA afirma que há necessidade de investir mais em

segurança e na qualidade do atendimento, que os processos de qualificação do

pessoal são complicados, pois existem muitos permissionários que possuem

empresa familiar, dificultando a busca de técnicas de modernização no atendimento

ao cliente. A avaliação da gerência para este item é que necessita melhorar, pois

quem for resistente a mudanças corre o risco de não atingir um nível satisfatório na

comercialização e perdendo espaço no mercado. O CEASA desenvolve programa

de apoio e capacitação, mas nem sempre isso é bem aceito pelos permissionários.

O gráfico abaixo apresenta o reconhecimento dos permissionários, de que a

maioria conta com a necessidade e a disposição de se aprimorar para a atividade e

que qualidade depende do grau de envolvimento de cada grupo de funcionários de

cada Box em busca de melhoria, pois não é desenvolvido trabalho significativo em

conjunto neste aspecto de melhoria.

74

Figura 16: Envolvimento em atividade de treinamento

0% 7%

12%

21%

5%7%

48%

Muito satisfeito

Satisfeito em parte

Ligeralmente satisfeito

Nem satisfeito nem insatisfeito

Ligeralmente insatisfeito

Insatisfeito em parte

Totalmente insatisfeito

Atividades de treinamento

Fonte: Questionário – outubro de 2006

As atividades de motivação e aperfeiçoamento dos funcionários são bem

aceitas, mas nem sempre conciliáveis com a realidade do CEASA, pois o horário de

trabalho é muito diferenciado do horário comercial, o que transforma a vida das

pessoas que se dedicam ao atendimento naquela unidade, tornado a motivação uma

necessidade e uma questão de qualidade de vida, conforme se apresenta no gráfico

abaixo.

75

Figura 17: Atividades de motivação

0% 11%

18%

11%

9%11%

33%

7%

Muito satisfeito

Satisfeito em parte

Ligeralmente satisfeito

Nem satisfeito nem insatisfeito

Ligeralmente insatisfeito

Insatisfeito em parte

Totalmente insatisfeito

Não respondeu

Atividades de motivação

Fonte: Questionários – outubro de 2006

Dentre os fatores que mais preocupam os permissionários e a gerência do

CEASA, a queda nas vendas destaca-se como um grande problema a ser resolvido.

Segundo a gerência do CEASA, os fatores que mais afetam as vendas são o

comércio informal aliado aos problemas cambiais, a queda no turismo que leva os

hotéis a comprar menos e a proibição de vender tomates no Paraguai, que era o

maior comprador, com a agravante de que não há giro de capital no mercado

brasileiro e nem no Paraguai, tudo influi para que as vendas tornem-se cada vez

mais fracas.

O gerente apresenta também a opinião de que há um sistema de informação

dinâmico e rápido, que permite manter contato constante com outros lugares no

Brasil e no exterior, facilitando a cotação de preços, isso imprime ao mercado além

de agilidade uma fiscalização maior por parte do consumidor, pois estabelece os

preços considerando o comércio interno, as chuvas e os preços dos insumos

agrícolas. Atualmente, a tecnologia é um aliado e ao mesmo tempo um concorrente

ao estabelecer novas bases de comercialização dos produtos, por isso se faz

necessário aperfeiçoar e modernizar o sistema de comercialização.

Os permissionários expressam a sua visão do problema no gráfico abaixo:

76

Figura 18: Motivos de queda nas vendas

9%

13%

26%

16%

5%

2%

0%

21%

5%

3%

Barreira sanitárias e fitossanitárias

Concorrência de outros países

Concorrência externa (empresa fora do Ceasaque vende os mesmos produtos)

Concorrência interna (qualidade de Boxexistente)

Estacionamento para os clientes

Falta de acesso para a população

Falta de divulgaçãodo local e dos pordutos(propaganda)

Falta de qualidade no atendimento ao cliente

Falta de uma melhor localização

Flutuação da moeda (cambio)

Queda de venda

Fonte: Questionários – outubro de 2006 Por tudo isso, e diante das informações que se apresentam, cabe estudar

uma maneira de estabelecer um planejamento estratégico voltado para a melhoria

das vendas no CEASA de Foz do Iguaçu, considerando os problemas que se

apresentam e buscando soluções que viabilizem restaurar o equilíbrio econômico da

central de abastecimento.

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As questões conceituais que nortearam esta pesquisa foram Analisar se a

queda de vendas da Central de Abastecimento de Foz do Iguaçu – CEASA/PR está

relacionada à sua estratégia empresarial.

Os dados levantados permitem se chegar à conclusão provisória de que a

estratégia da organização influenciou a queda nas vendas do CEASA/PR de Foz do

Iguaçu, à medida que se apresenta a falta de preparo para adequação às novas

tendências de mercado. Os dados apurados na pesquisa quantitativa nos itens lucro

e crescimento, avaliação das vendas e satisfação dos clientes, indicam que a

estratégia organizacional precisa ser reavaliada.

77

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este capítulo foi estruturado da seguinte forma: no primeiro tópico

apresentam-se os resultados obtidos com a pesquisa, tanto teórica, como prática

com a hipótese do estudo. No segundo tópico são discutidos e confrontam-se os

objetivos do trabalho com a pesquisa realizada e apresenta-se uma relação entre os

fatos verificados e a teoria revisada.

6.1 RESULTADO OBTIDOS E HIPÓTESE DE PESQUISA

Percebe-se que a estratégia empresarial do CEASA de Foz do Iguaçu não é

diferente da estratégia adotada para outras unidades da Instituição, isso se

apresenta como um fator muito negativo, visto que a realidade da economia de Foz

do Iguaçu é diferente da economia de outras localidades. O planejamento

estratégico do CEASA praticamente não aparece, pois se restringe às medidas

gerenciais tomadas ao nível de Estado e dissociadas da realidade local.

Tomando como base as informações obtidas através da pesquisa realizada,

percebe-se que há necessidade de melhorar a performance dos funcionários e

permissionários do CEASA de Foz do Iguaçu.

O estudo partiu da hipótese de que a queda de vendas do CEASA de Foz do

Iguaçu, empresa em estudo, deve-se a sua atual estratégia empresarial.

Os resultados da pesquisa permitem afirmar que a estratégia é insuficiente

para prevenir a queda nas vendas.

6.2 OBJETIVOS DO TRABALHO E A PESQUISA REALIZADA

O objetivo geral desta pesquisa era analisar se a queda de vendas da

Central de Abastecimento de Foz do Iguaçu – CEASA/PR está relacionada à sua

estratégia empresarial. Para alcançar esse objetivo foi imprescindível que, em um

primeiro momento a literatura sobre o tema fosse analisada e, em um segundo

78

momento, dados primários fossem levantados e analisados. Assim as conquistas

deste trabalho podem ser resumidas:

a) Resumiu e analisou a literatura sobre o tema;

b) Descreveu como está a estratégia do Ceasa/PR, a luz do modelo

Balanced Scorecard, de Kaplan e Norton.

c) Comprovou que a queda de vendas tem relações com a atual estratégia

da organização, porém ainda são necessários maiores estudos, para

confirmação desta hipótese e apresentação de propostas.

6.3 ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS FATOS VERIFICADOS E A LITERATURA

REVISADA

De modo geral, a literatura apresentada neste trabalho estava estruturada

sobre os temas estratégia e Planejamento Estratégico, buscando-se a partir desta

revisão critica avaliar se a estratégia da organização estava relacionada a sua queda

de vendas.

Na pesquisa empírica realizada neste trabalho constatou-se que a situação

identificada no ambiente de pesquisa foram semelhantes ao descrito na teoria.

Conclui-se que a estratégia de uma organização afeta de forma significativa

os seus resultados, e, portanto, deve ser melhor gerenciada pelos seus

administradores.

6.4 RECOMENDAÇÕES

Sugerimos um estudo mais aprofundado sobre a estratégia empresarial

apresentada.

79

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LTC, 1999.

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7.1 APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Este questionário faz parte de uma pesquisa acadêmica sobre estratégia empresarial no Ceasa de Foz do Iguaçu, compondo parte do Trabalho de Final de curso de Administração da Faculdade Anglo Americano. Pedimos a gentileza no preenchimento das questões abaixo, sendo opcional a sua identificação, ressaltamos que as informações aqui apresentadas serão utilizadas exclusivamente para fins acadêmicos. 1. Nome (opcional): __________________________________________________ 1.1 Idade (1) 18 – 25 (2) 26 – 34 (3) 35 – 49 (4) 50 – 59 (5) 60 ou mais 1.2 Você é do sexo: � masculino; � feminino 1.3 Qual a sua escolaridade. � alfabetizado � primeiro grau incompleto. � primeiro grau completo. � segundo grau incompleto � segundo grau completo � superior incompleto � superior completo 1.4 Tempo de trabalho como permissionário. � menos de 1 ano � de 1 a 2 anos � de 2 a 5 anos � de 5 a 10 anos � mais de 10 anos 2. Lucro e crescimento: Instruções de preenchimento: marque um X na resposta que mais identificar com seu negócio. 2.1 Em relação ao seu negócio, em termos financeiros no item criatividade no ultimo ano foi: � muito bom � pouco bom � bom � nem bom nem ruim � ruim � pouco ruim � muito ruim 2.2 Com relação ao crescimento de seus negócios em termos de faturamento no ultimo ano: � houve um grande aumento � houve um pequeno aumento � houve aumento � não houve aumento nem redução � houve redução � houve uma pequena redução � houve uma grande redução 3. Satisfação do Cliente: 3.1 Em relação à satisfação dos clientes do Ceasa, você acredita que eles estão: � totalmente satisfeito

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� satisfeito em parte � ligeiramente satisfeito � nem satisfeito nem insatisfeito � ligeiramente insatisfeito � insatisfeito em parte � totalmente insatisfeito 3.2 Com relação a fidelidade de seus clientes: � totalmente fiel � fiel em parte � ligeiramente fiel � nem fiel nem infiel � ligeiramente infiel � infiel � totalmente infiel 4. Com relação à qualidade dos processos internos: Instruções de preenchimento para as questões 4 e 5: por favor, responda as questões abaixo de acordo com seu grau de satisfação, atribuindo notas de 1 a 7, sendo 1 muito satisfeito e 7 muito insatisfeito.

4.1Compromisso e envolvimento do Ceasa com a qualidade dos serviços �

4.2 Os clientes são envolvidos nos processos de melhorias; exemplo caixinha de sugestão �

5. Inovação e aprendizado:

5.1 Envolvimento dos funcionários em atividades de treinamento �

5.2 Em relação ao envolvimento dos funcionários em atividades motivação �

6. Avaliação das vendas: 6.1 Marque um X em 3 fatores que podem estar motivando a queda de vendas do Ceasa de Foz do Iguaçu. � Falta de qualidade no atendimento ao cliente � Falta de divulgação do local e dos produtos (propaganda) � Falta de uma melhor localização � Concorrência interna (quantidade de Box existente) � Concorrência externa (empresa fora do Ceasa que vende os mesmos produtos) � Flutuação da moeda (cambio) � Concorrência de outros paises � Barreira sanitárias e fitossanitárias. � Falta de acesso para a população � Estacionamento para os clientes. � Outros.___________________________________________________________________

Obrigado pela sua colaboração em nossa pesquisa.

Atenciosamente. Antonio Carlos Amorim, Jose Souza Filho e Marina dos Santos Silva.

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7.2 APÊNDICE B: ENTREVISTA COM O GERENTE DA CEASA DE FOZ DO IGUAÇU

Entrevistador: Você se apresenta muito jovem como gerente do Ceasa, então a

gente gostaria de perguntar pela sua idade.

Ney: a minha idade é 38 anos.

Entrevistador: Quanto tempo que você é funcionário do Ceasa?

Ney: Estou a 18 anos no Ceasa, desde 1988.

Entrevistador: E aqui em Foz do Iguaçu está há quanto tempo?

Ney: Eu estou desde 1982, há 24 anos.

Entrevistador: E a sua escolaridade?

Ney: Agora estou cursando o sexto período de administração, 3º ano do curso

superior.

Entrevistador: Em relação ao núcleo e crescimento, qual é o desempenho do Ceasa

hoje, em termos financeiros?

Ney: Comparado com o comércio anterior e comparado com o nível dos

comerciantes hoje a gente vê que em alguns casos houve um ganho de alguns

comerciantes, em torno de 40%. Então percebemos que o pessoal não conseguiu

“decolar”, está restrito, ficou parado no tempo, ficou parado na questão de o

mercado que está visando exportação, visando o mercado paraguaio que até então

no começo era em torno de 90%, hoje não chega á 50%, faltou muitos comerciantes,

então hoje acaba tendo um decréscimo de rendimento em Foz do Iguaçu, em termos

geral, analisando de 5 á 10 anos atrás, hoje tem uma queda de comercialização.

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Entrevistador: Isso em relação ao dólar, a taxa de importações?

Ney: Nós como estamos em uma fronteira, temos todas essas influência tem

influência do câmbio, onde o dólar influencia a queda do valor do guarani, que perde

o poder aquisitivo, perde o poder de compra. A própria economia informal dos

“laranjas” que houve uma pressão da receita federal, e eles perderam o poder

aquisitivo de comprar nos mercados e mercearias, e então movimentar o volume, e

também a questão do próprio Paraguai que de uns 2 anos pra cá se fortaleceu muito

na produção interna.

Entrevistador: E em relação ao faturamento?

Ney: O faturamento do Ceasa é relativo, é dependente do lucro dos comerciantes, é

dependente da questão, o faturamento pertence ao mercado, porque ele tem

reajuste anual, ele acompanha os índices do mercado interno, índice imobiliário de

reajustes do TPRU, ou seja, Termo de Permissão de Uso Remunerada, que é o que

os permissionários pagam como se fosse um aluguel e o rateio de despesas em

geral. Então ele tira o rateio 100% mais o TPRU corrigido anualmente.

Entrevistador: Em relação a satisfação do cliente? Acredita-se que eles vão ao

Ceasa e estão satisfeitos com a estrutura que o Ceasa põe a disposição deles?

Ney: Em relação a estrutura, eu acredito que hoje o Ceasa está atendendo bem

melhor o publico, hoje até a demanda e os investimentos que o Ceasa vem

proporcionando está dando uma melhor logística para o atendimento, só que hoje

essa recessão interna e externa que contribui para um melhor atendimento, porque

antigamente nós tínhamos uma dificuldade enorme de transito no Ceasa, demorava

em media meia hora para dar uma volta. Hoje a questão é que não tem essa

demanda de comercio intenso, então hoje o cliente chega e não vai haver

transtorno, hoje o atendimento esta dando uma condição melhor para o cliente, mas

ao mesmo tempo, com um volume menor também.

Entrevistador: Quer dizer que quem vai lá hoje, é mais bem atendido devido á

escassez de clientes, fazendo com que o que vai receba maior atenção?

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Ney: Justamente, pois quando havia excesso de clientes, não havia preocupação

com detalhes, sabia-se que de uma maneira ou outra você ia vender, então hoje

quanto menor o numero de clientes, a gente percebe que os comerciantes estão

mais preocupados em tentar conseguir a fidelidade dos clientes, coisa que é muito

difícil pela parte dos hortifrutigranjeiros, porque ele é a demanda, e é o preço que

manda no mercado.

Entrevistador: Qual o compromisso que o Ceasa tem com os permissionários em

relação a qualidade dos produtos?

Ney: O Ceasa tem uma preocupação, inclusive a visão do Ceasa é abastecimento

com segurança alimentar, isso é um compromisso, é uma referencia nacional em

termos de abastecimento. O Ceasa hoje com a nossa diretoria técnica tem uns 3

anos desde que assumiu, com produtos de qualidade, onde os produtos são

qualificados, tem o produto de rotulagem e embalagem paranaense para que você

agregue valores aos produtos, e que você entre nessa era agora de qualificar os

seus produtos, certificá-los, e então poder dar uma procedência, saber quem é o

produtor, comerciante, para dar uma responsabilidade, colocar nome no produto

realmente. E em Curitiba tem um posto de higienização de embalagens, onde estas

são lavadas após o uso, hoje são mais usadas, as de papelão, e a embalagem

plástica tem que ser lavada e higienizada. Tem também um laboratório de

classificação de produtos, previsto também para Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel.

Então o Ceasa tem uma preocupação muito grande com os produtos, principalmente

de origem hortifrutigranjeiro.

Entrevistador: Em uma escala de 1 á 7, qual a nota que você daria para o Ceasa?

Ney: Entre 4 ou 5, porque o Ceasa desenvolve um programa, isso não quer dizer

que os permissionários que são os comerciantes do Ceasa, que a maioria é

empresas particulares, eles não tem a consciência de que precisa investir na

segurança alimentar, em qualidade do produto, na embalagem do produto. O Ceasa

faz sua parte, mas para o comerciante “vestir a camisa” e realmente saber que isso

é necessário para que haja uma mudança, inclusive com essa recessão de mercado,

a falta de cliente, só vai prevalecer quando o comerciante conseguir administrar a

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sua empresa e visa que o seu produto vai precisar de melhor qualificação e vai

agregar valores a esse produto. Por isso a nota de 4 a 5, pois não depende de nós,

nós não comercializamos e sim damos a estrutura para os comerciantes, damos a

logística, as coordenadas, mas para fazer depende dos empresários para

desenvolver o projeto.

Entrevistador: E os permissionários são envolvidos em algum processo de melhoria,

por exemplo caixa de sugestões?

Ney: É uma questão complicada, porque a maioria dos comerciantes do Ceasa, são

familiares, onde trabalha ele, a esposa, os filhos, eles não tem um administrador,

não tem uma questão visada para a empresa de investir em qualidade.

Entrevistador: O Ceasa não oferece nenhum treinamento para os permissionários?

Ney: Não, pois o Ceasa dispõe a área e o comerciante atua, dá a liberdade de

criatividade, de logística. Tem uns comerciantes, onde os Box deles são um

exemplo, eles colocam azulejo, escritório, funcionário uniformizado tem um padrão

de caixas de produto, mas hoje eu poderia forçar em torno de 20% dos comerciantes

que se enquadram nesse item que realmente poderiam estar preparado para uma

mudança no mercado.

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7.3 APÊNDICE C: PARECER DA BANCA EXAMINADORA TEMA: Análise da Estratégia Empresarial da área de vendas da CEASA - Centrais de Abastecimento do Paraná S.A. de Foz do Iguaçu. Professor Orientador: Jose Carlos Rolim de Moura Data da Defesa: 05/12/2006. Este estágio, depois de analisado e defendido, recebeu as seguintes observações, quanto ao seu conteúdo:

a) No capitulo 1 Objetivo geral foi acrescentado o modelo de avaliação que foi baseado no Balanced Scorecard, de Kaplan e Norton (2000).

b) No primeiro objetivo especifico foi alterado como: Identificar como está a estratégia empresarial da organização em estudo a luz do modelo Balanced scorecard.

No capitulo cinco foi alterado o primeiro parágrafo onde se lê a pesquisa

desenvolvida caracteriza-se como uma pesquisa empírica voltada para a face

experimental e observável do problema. Este procedimento não teve o objetivo de

buscar especulações perdidas, mas sim o destino de manipular dados e fatos

concretos traduzidos numa dimensão quantitativa do processo de investigação. Foi

alterado por: Inicialmente foi uma pesquisa exploratória e bibliográfica e numa

segunda etapa foi uma pesquisa qualitativa que utilizou dados quantitativos para

apresentação dos resultados, também foi feita as seguintes alterações.

a) foi acrescentados as recomendações separada que constava junto com as

conclusões.

b) foi feito uma correção no resumo, onde escrevemos por extenso o nome da

empresa em estudo.

COMPONENTE (S) DO GRUPO

Antonio Carlos Amorim

José Souza Filho

Marina dos Santos Silva

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Jose carlos Rolim de Moura Prof. Orientador

Jose Borges Bomfim Filho Manoel Pedro Fogagnoli Prof. Membro Prof. Membro

REFORMULAÇÃO DOS ITENS OBSERVADOS

Integralmente em ___/____/____