sistema anglo - americano

32
SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Upload: ericapinto

Post on 26-Jun-2015

1.159 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Page 2: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Sistema anglo americanoO Sistema Anglo-Americano,igualmente conhecido como Sistema da Common Law, por sua vez, é o sistema jurídico,atualmente vigente no Reino Unido, EUA, Nova Zelândia, Austrália e Canadá, entre outros Estados, caracterizado fundamentalmente pela menor importância do direito legislado (a lei) em face da jurisprudência como fonte regular e normal do direito. A peculiaridade que confere ao Common Law uma continuidade histórica contrasta com as fases da família romanista, marcadas por profundas rupturas. Não que não tenha havido qualquer ruptura no sistema em análise, ao contrário do que afirmam certos doutrinadores.

Page 3: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

As rupturas, neste caso, apresentam-se mais como períodos de transição, sendo justamente o que ocorre quando a equity aparece para redefinir a atividade do Common Law, ou mesmo quando o papel legiferante do parlamento age de modo a reformular a organização judiciária inglesa. Convém deter-nos neste aspecto histórico do Direito Inglês, que é motivo de orgulho para os juristas e historiadores ingleses, e que capacita juízes, nos nossos dias, a evocarem precedentes que remontam ao período anglo-saxônico de seu Direito. O Direito Inglês divide-se em dois períodos históricos bem característicos, quais sejam: O período de criação e desenvolvimento do Common Law, o período de coexistência dualista entre equity e Common Law.

Page 4: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

COMMON LAW

Page 5: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Desenvolveu-se originalmente sob o sistema inquisitório da Inglaterra durante os séculos XII e XIII como conjunto das decisões judiciais que se baseavam na tradição, no costume e no precedente . Criado para compensar alguém por atos ilícitos chamados torts, quer dolosos quer culposos, e desenvolveu o ramo do direito que reconhece e regula os contratos. O procedimento adotado pelos tribunais de Commom Law é chamado adversarial System (algo como “sistema do contraditório”), também criado por esse sistema jurídico.

Page 6: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

COMO FUNCIONA O SISTEMA COMMON LAW

Quando se menciona Common Law, está se referindo ao sistema em que o direito é criado pelo juiz. É o que

também se chama de judge-made law. Assim, o juiz,ao dar a sentença, cria o direito. Nesse sistema, quando

não existe um precedente, os juízes possuem a autoridade para criar o direito, estabelecendo um

precedente.O conjunto de precedentes é chamado de common law e vincula todas as decisões futuras.

Quando as partes discordam quanto o direito aplicável, um tribunal idealmente procuraria uma solução dentre

as decisões precedentes dos tribunais competentes.

Page 7: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Se uma controvérsia semelhante foi resolvida no passado, o tribunal é obrigado a seguir o raciocínio usado naquela decisão anterior (princípio conhecido como stare decisis). Entretanto, se o tribunal concluir que a controvérsia em exame é fundamentalmente diferente de todos os casos anteriores, decidirá como "assunto de primeira impressão" (matter of first impression, em inglês). Posteriormente, tal decisão se tornará um precedente e vinculará os tribunais futuros com base no princípio do stare decisis. Cada Centena tinha seu próprio tribunal que, via de regra, se reunia a cada quatro semanas.

Page 8: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

As questões litigiosas eram trazidas perante a corte que iria então citar o réu para comparecimento perante o tribunal. A declaração de inocência, suportada por juramentos de pessoas da comunidade, favoráveis ao réu, eram suficientes para inocentá-lo. Caso não fosse possível suportar a alegação de inocência com o juramento de outrem, o réu estava fadado a passar pelo Trial by Ordeal, os famosos Juízos de Deus, onde seria, então, submetido a certas e determinadas provações que atestariam sua culpa ou inocência, de acordo com o decorrer dos fatos. Os casos que passavam pelos Tribunais de Centenas, podiam, extraordinariamente, subir a uma instância superior, mas isso só ocorreria quando um determinado Tribunal de Centena não alcançasse um julgamento, ou caso o julgamento de um conflitasse com a competência do outro, surgindo um eventual conflito de jurisdições no espaço.

Page 9: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

As sentenças variavam entre a multa, a mutilação e a morte, e geralmente se limitavam a primeira. o common law produzido pelos juízes perdurou por séculos como a principal fonte do direito penal e civil do reino. Posteriormente, quando o parlamento adquiriu poderes legislativos, as leis por ele promulgadas começaram a limitar em algumas áreas o escopo do common law, que, todavia, ainda hoje mantém seu papel como um elemento essencial do sistema jurídico britânico.

Page 10: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

FRAQUEZA DO COMMON LAW E SURGIMENTO DA

EQUITY

Page 11: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Como sói acontecer com sistemas excessivamente formais, o Common Law não pode acompanhar o ritmo do desenvolvimento da sociedade inglesa. O formalismo rigoroso e o conteúdo puramente processual do Direito inglês não tinha uma capacidade cambiante que lhe impusesse o ritmo necessário para se por a frente dos tempos. Dessa forma aparece a equity cujo principal intento era corrigir eventuais falhas existentes nos julgamentos dos juízes dos Tribunais Reais. Este recurso alternativo que surge de forma pretensiosa a partir do século XV,

Page 12: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Pode ser definido como um sistema jurídico paralelo que visava, através do recurso a um Tribunal específico, o julgamento do caso com base no processo de Direito Canônico, e na capacidade supletiva do Direito Romano, à semelhança do que ocorria no continente. O julgamento era feito pelo Chanceler do rei, que em geral era um jurista, e suas decisões, a princípio, eram plenamente aceitas pelos tribunais de Common Law. O problema maior da equity como sistema rival é que seu surgimento coincide com uma gradativa concentração do poder real, e uma indisposição cada vez maior entre o rei e o parlamento. Ora, tanto o parlamento como os tribunais reais faziam parte do que era chamado de Curia regis.

Page 13: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Gradativamente essa ligação, resultante do tipo peculiar de feudalismo aplicado na Inglaterra e já mencionado aqui, foi se desfazendo. O primeiro grande sinal de tal afastamento foi a feitura da Magna Carta, pelos barões ingleses, que tanto impõe limitações ao poder real, como a atividade jurisdicional dos Tribunais de Westminster. A peleja continuou indefinidamente até justamente o século XV, quando numa série de dois reinados, o do Rei James I, e o do Rei Carlos I, a Inglaterra entra numa vertiginosa série de acontecimentos que levará à primeira revolução burguesa da história. A razão do parlamento se insurgir contra a monarquia tem origens socio-econômicas.

Page 14: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

A razão do parlamento se insurgir contra a monarquia tem origens socio-econômicas. O deslocamento do poder econômico, passando da aristocracia para as camadas médias da população, notadamente aquela que sofrera maior influência da ideologia reformista calvinista, impõe a necessidade de semelhante deslocamento do poder político. Assim a Câmara dos Comuns, principal expoente da defesa dos ideais anti-absolutistas no parlamento, passa a ser o maior entrave na autoridade real. Justamente em razão dessa disputa cada vez maior pelo poder político, o rei tenta trazer mais uma vez a capacidade jurisdicional para o seu campo de atuação.

Page 15: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Dessa forma, a equity torna-se um instrumento de expressão do absolutismo real, pois a atividade jurisdicional era exercida pelos tribunais reais, e ainda que o nome denotasse algum tipo de comprometimento com o monarca, a atividade dos tribunais do Common Law eram completamente independentes. Não nos esqueçamos, porém, que o surgimento do novo sistema jurídico supletivo é oportuno para eventuais correções na rigidez formal e na essência processual do Common Law. A conotação absolutista da equity vai desaparecer definitivamente quando a Inglaterra embarca na sua revolução burguesa que culmina com a Revolução Gloriosa.

Page 16: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

A solução encontrada para harmonizar os dois sistemas, depois de violentos embates entre os dois tribunais, é uma coexistência dualista entre ambos. Com o passar do tempo, no entanto, a equity vai perdendo o conteúdo supletivo e a sistematização de suas normas vai se tornando tão rígida quanto a que ocorre com o Common Law. O que há de interessante neste período de ruptura do Common Law , é que o instrumento utilizado para neutralizar a ação da equity como ferramenta do poder absolutista, que é o parlamento, vai dar ensejo a produção e ênfase de uma nova ruptura que remodelará o Common Law, nos séculos XIX e XX: a lei.

Page 17: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

EQUITY

Page 18: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

A equity é um ramo do direito não escrito, fundado na justiça e no equilíbrio entre as partes. Por meio da equity, visava-se solucionar os litígios de uma forma mais justa que a solução prevista pelos common law courts ou a dar uma solução aos litígios para os quais a common law não previa solução devido à máxima 'remedies precede rights' (i.e. em primeiro lugar o processo). Uma das principais características da common law, foi a de que se desenvolveu com base em um determinado número de ações1 (forms of action). Em outras palavras, caso não houvesse uma ação específica, a common law não poderia ser acionada e a principal dificuldade enfrentada pelas partes em acessar o judiciário residia em fazer com que os tribunais reais admitissem sua competência.

Page 19: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Devido a ausência de ações específicas e a insatisfação com as soluções nos juízos de common law, a equity teve origem na Inglaterra medieval. As partes insatisfeitas com a solução dada pelo judiciário, passaram a recorrer ao rei que, por sua vez, encaminhava as petições ao chanceler ou chanceller (autoridade religiosa). Assim, quando o chanceler considerava a causa justa, ele aplicava soluções com base nos princípios de equidade, cujos fundamentos estão essencialmente no direito canônico e romano. Devido à crescente demanda por intervenção do poder real e à insatisfação da população com as soluções das law courts,

Page 20: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

os remédios aplicados pelo chanceler se multiplicaram e passaram a compor um novo conjunto de princípios até dar origem a uma outra divisão do judiciário: os

chamados equity courts ou chancery courts .

AS MÁXIMAS FUNDAMENTAIS DA EQUITY Os tratadistas americanos traduzem as máximas

fundamentais do direito-equidade e doze, as quais são:1º o direito-equidade não admite agravo algum sem reparação. Esta máxima não significa que todo dano material ou moral deva ser ressarcido. Mais sim que todo direito corresponde a uma ação. Aos direitos

disciplinados e amparados pala equity, correspondem ações processais próprias, das quais são:

Page 21: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

- Mandado de Injunction

- Ação destinada a cumprir especificamente que diz no contrato (specific performace);

-Ação para prevenir ou reparar danos provocados por atos ilísitos.

- Ação relativa ao trust ou fideicomisso.

- Ações de nulidade, rescisão ou reforma das obrigações;

- Ação da divisão a coisa comum e de revalidação ou aperfeiçoamento de títulos;

Page 22: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

- Ação referente a hipoteca e algumas e a outras garantias reais, para a remissão ou resgate de bens;

-Ação de processos referentes a prelação de créditos, reparações pecuniárias, prestação de contas e a todos os processos preparatórios ou incidentes.

--Ação destinada a cumprir especificamente que diz no contrato (specific performace);

-Ação para prevenir ou reparar danos provocados por atos ilísitos.

-Ação relativa ao trust ou fideicomisso.

Page 23: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

-Ações de nulidade, rescisão ou reforma das obrigações;

- Ação da divisão a coisa comum e de revalidação ou aperfeiçoamento de títulos;

- Ação referente a hipoteca e algumas e a outras garantias reais, para a remissão ou resgate de bens;

-Ação de processos referentes a prelação de créditos, reparações pecuniárias, prestação de contas e a todos os processos preparatórios ou incidentes.

2º O direito-equidade aplica-se as pessoas e não as coisas. Este direito também. Este direito também alcançou os direitos reais, mesmo que em diverso do contemplado pela common Law.

Page 24: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Os tributos da equidade escapam por competência as suas decisões, e passam a agir por via indiret, impondo penas pecuniárias, ou pessoais a quem desrespeitasse suas decisões. A ação destes tribunais sempre reveste forma pessoal por meio injution, ou mandado ativo negativo, ordenando a pratica ou abstenção de um ato. 3º O direito-equidade presume já consumado aquilo que no futuro deve se realizar. No caso desta máxima o proprietário tem a obrigação de transferir a propriedade para outro, ou a conservá-la para uso ou benefício de terceiro. O direito-equidade considera o comprador desde a existência do compromisso, como proprietário-equitativo do lhe deverá ser vendido,

Page 25: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

e considera o promitente vendedor como proprietário equitativo do preço. Por foca dessa ação opera-se juridicamente, uma converção-equitativa, transformando o dinheiro em imóvel e o imóvel em dinheiro. 4º O direito-equidade é mais essência do que forma, o que visa suprir as emissões que resultam por conta do formalismo do Commom Law.

5º O direito-equidade presume que cada um deve ter a intenção de cumprir suas obrigações. Sendo assim, o credor deve agir de maneira como que o devedor tivesse a real intenção de cumprir sua obrigação.

Page 26: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

A principal aplicação desta máxima surge quando alguém recebe o dinheiro para adquirir para outro alguém bens ou direitos, a exemplo dos casos de administração, mandato, tutela etc. E se esse alguém compra em seu nome pouco importa pois a propriedade deve ser reconhecida e pertencente aquele que forneceu o dinheiro. 6º Igualdade a equidade, significa que nada falta de lei, ou convenção em contrário, os direitos e obrigações devem ser divididos igualmente em partes.

7º O direito-equidade protege o diligente, não o negligente. Este máxima refere-se a uma forma de prescrição particular que busca o atraso injustificado do autor em propor ou continuar uma ação.

Page 27: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

Não se trata de prescrição verdadeira e própria, mais da conduta subjetiva do titular do direito, qual segundo a equity os juízes podem proferir uma renuncia.

8º Quem invoca a equidade deve se portar de maneira correta, não pode invocar a equidade quem violou a mesmo matéria, os princípios equitativos. Exemplo: Ser for provocado que o autor do processo judicial tem sua patente enganosa, em juízo de publico, ele não pode invocar e equidade.

9º Quem reclama equidade deve proceder. Cada um das partes deve cumprir sua obrigação, havendo assim a reciprocidade. Ninguém é permitido

Page 28: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

por exemplo cumprir a sua prestação por modo equatativo e exigir o comprimento da prestação da

outra parte, segundo a lei.

10º Quando os principais da equidade favorecem as duas partes, fica prevalecendo a lei em sentido escrito. Por via desta máxima se estabelece em equilíbrio entre a equity e o direito legal, quando está é a situação das

partes e existe disposição legal aplicável a espécie.

11º Se os preceitos do direito-equidade favorecem as partes por igual, dá-se preferência a primeira, em

ordem de tempo, desde que não existe disposição de lei, nem solução do direito comum.

Page 29: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

12º O direito-equidade deve respeitar a lei. Esta máxima equivale a confirmação das duas anteriores. O objeto equidy, ou próprio não previsto pela Commom Law nem pela statute Law, ou recai sobre certos e particulares aspectos, ou partes dos institutos comtemplados, sob outros aspectos, pelo direito escrito.

Page 30: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

A MODERNIZAÇÃO DO COMMOM LAW

Page 31: SISTEMA ANGLO - AMERICANO

...

Page 32: SISTEMA ANGLO - AMERICANO