fábio araújo - prazos das medidas de segurança

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7/25/2019 Fábio Araújo - Prazos Das Medidas de Segurança http://slidepdf.com/reader/full/fabio-araujo-prazos-das-medidas-de-seguranca 1/12 Prazos (mínimo e máximo) das medidas de segurança   Texto extraído do Jus Navigandi http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11119 F á b i o  R o q u e  d a  S i l v a  A r a ú   o  J u i z   e d e r a l n a  ! a h i a .

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Prazos (miacutenimo e maacuteximo) das medidas de seguranccedila

Texto extraiacutedo do Jus Navigandihttpjus2uolcombrdoutrinatextoaspid=11119

Faacutebio Roque da Silva

Arauacute

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Juiz

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a

hia

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estra

ndo

pela

$

1INTRODUCcedilAtildeO

Sob o risco de incorrer em exacerbado reducionismo podemos asseverar que a medida deseguranccedila constitui a resposta juriacutedico-penal apresentada pelo Estado aos atos praticados pelas

pessoas que natildeo possuem consciecircncia acerca destes atos Se por um lado a definiccedilatildeo apresentada

incompleta e imprecisa mormente por natildeo contemplar em seus limites a exata dimensatildeo dainimputabilidade de outro constitui a siacutentese da legitimaccedilatildeo da existecircncia das medidas deseguranccedila

Sem embargo a existecircncia das medidas de seguranccedila consectrio lgico da busca pela$armoniaccedilatildeo de dois valores contrapostos atinentes aos atos praticados pelos inimputveis amp

primeiro dos valores a noccedilatildeo presente no imaginrio coletivo da impossibilidade de se punir umato praticado por algum que natildeo possui consciecircncia dos seus atos gride o bom senso imaginarque o Estado poderia punir algum que natildeo sabe o que fa

Sob outro prisma agride o bom senso de igual sorte a idia de que os atos praticados por

estas mesmas pessoas pudessem remanescer sem uma resposta estatal efetiva Se adotarmos por paradigma a concepccedilatildeo sufragada por (arofalo de que crime aquilo que afronta os mais basilares princiacutepios de solidariedade social $averemos de concluir que a exclusatildeo da tutela estatal dos atosdelituosos praticados por aqueles que natildeo possuem discernimento ou capacidade de determinar-seconsoante esse discernimento culminaria no generaliado sentimento de impunidade

)elevante deixar consignado que o mais deletrio dos efeitos colaterais ocasionados pelaimpunidade o que corresponde ao fomento das vinganccedilas das mais variadas maties firmauigi +errajoli que a funccedilatildeo primordial da pena a preventiva e acordo com ele todavia a penaobjetiva natildeo apenas prevenir a prtica de crimes perpetrados pelo condenado prevenccedilatildeo especialmas tambm prevenir crimes que eventualmente possam ser provocados contra o condenadoprevenccedilatildeo geral negativa 012 Em resumo a pena corolrio do monoplio estatal da violecircncia $de prevenir reaccedil3es arbitrrias p4blicas e privadas ao delituoso na medida em que dissemina a

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noccedilatildeo de trmino da impunidade

Este o segundo valor a orientar a existecircncia das medidas de seguranccedila5 a imperiosidade de seeliminar o sentimento de impunidade de molde a dentre outras coisas proteger o inimputvel dereaccedil3es arbitrrias p4blicas e privadas tais como os 6justiceiros6 ou 6grupos de extermiacutenio6

Em suma ante a contraposiccedilatildeo de dois valores relevantes impossibilidade de se punir quemnatildeo possui consciecircncia dos seus atos e necessidade de se conferir resposta estatal a estes mesmosatos com vistas a prevenir reaccedil3es arbitrrias contra o agente legitima-se a existecircncia das medidasde seguranccedila que objetivam $armoniar estes valores

Estabelecidas tais diretries podemos endossar o coro prevalecente na doutrina no sentidode que as medidas de seguranccedila devem possuir funccedilatildeo preventiva sendo todavia destituiacutedas defunccedilatildeo retributiva 072 Esta conclusatildeo parece ser bvia $aja vista o fato de que como dito um dosvalores a ser observado quando do advento da medida de seguranccedila a impossibilidade de se puniro ato praticado pelo inimputvel

Estas as ra3es que conduem respeitvel plecirciade de penalistas a conferir naturea terapecircuticaleia-se5 natildeo punitiva 8s medidas de seguranccedila 9om efeito no plano da abstraccedilatildeo normativa semincorrer em maiores valoraccedil3es acerca da concreccedilatildeo ftica sendo certo que as medidas deseguranccedila natildeo se destinam a 6retribuir o mal praticado6 e sim a prevenir a prtica de novos delitosnatildeo se l$e pode atribuir naturea punitiva

2 AS MEDIDAS DE SEGURANCcedilA NO COacuteDIGO PENAL

isp3e o 9digo enal que as medidas de seguranccedila aplicam-se aos inimputveis e aos semi-imputveis amp mesmo diploma normativo fornece o conceito de inimputabilidade ao asseverar serinimputvel aquele que por doenccedila mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardadoera ao tempo da accedilatildeo ou da omissatildeo inteiramente incapa de entender o carter iliacutecito do fato ou dedeterminar-se de acordo com esse entendimento art 7

rossegue o 9digo estabelecendo que semi-imputvel tambm c$amadodoutrinariamente de fronteiriccedilo aquele que possui embora reduida capacidade deentendimento ou de determinar-se conforme este entendimento aliada 8 perturbaccedilatildeo da sa4demental ou ao desenvolvimento mental incompleto ou retardado

9omo consabido com a )eforma de 1lt=gt nossa legislaccedilatildeo desvinculou-se do sistema doduplo binrio que possibilita a aplicaccedilatildeo cumulativa da pena e da medida de seguranccedila ao semi-imputvel adotando o sistema vicariante que natildeo permite tal cumulaccedilatildeo esta forma aoinimputvel isento de pena aplica-se a medida de seguranccedila o semi-imputvel redu-se a penade um a dois terccedilos pena esta que dever ser convertida em medida de seguranccedila se o condenadonecessitar de especial tratamento curativo art lt=

9omo visto o recon$ecimento da inimputabilidade pressup3e a existecircncia de dois requisitoscumulativos quais sejam a enfermidade mental doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de aliada aocomprometimento da capacidade de entendimento ou determinaccedilatildeo Significa dier que a s

patologia psiacutequica incapa de conferir a qualificaccedilatildeo de inimputvel ao agente na medida em quereferida patologia pode natildeo influenciar sobremodo no caso concreto a capacidade de

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entendimento ou determinaccedilatildeo do enfermo

aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila pressup3e a prtica de um injusto penal fato tiacutepico eantijuriacutedico or bvio a s enfermidade mental ainda que associada a visiacuteveis sinais de

periculosidade por parte da pessoa natildeo possui o condatildeo de deflagrar o processo de cominaccedilatildeo da

medida de seguranccedila sob pena de natildeo serem observados os ditames do direito penal do fato e simdo autor o que colide com os paradigmas que regem o direito penal moderno

)elevante salientar neste passo que o inimputvel natildeo comete crime pois que ausente estarum dos elementos que integram o seu conceito analiacutetico qual seja a culpabilidade Se certo que aculpabilidade comp3e-se da potencial consciecircncia da ilicitude da exigibilidade de conduta diversa eda imputabilidade j que desde o advento do Escola +inalista o elemento volitivo doloculpa jnatildeo integra a culpabilidade a inimputabilidade exclui a culpabilidade 02

esta forma inimputveis natildeo cometem crimes e sim fatos tiacutepicos e antijuriacutedicos raatildeo pelaqual opta o 9digo enal por utiliar a expressatildeo 6 fato previsto como crime6 art ltA caput

Bma ve constatada a prtica deste fato tiacutepico e antijuriacutedico ser o inimputvel submetido ao processo penal regularmente instaurado como se imputvel fosse com a peculiaridade da provveldeflagraccedilatildeo do incidente de insanidade mental ferida por laudo pericial e recon$ecida pelomagistrado aps oportuniar as partes manifestar-se sobre o laudo a inimputabilidade dever oinimputvel ser absolvido e natildeo condenado pois natildeo $ crime sendo-l$e em seguida aplicada amedida de seguranccedila que pode ser de internaccedilatildeo ou de tratamento ambulatorial 0gt2

s medidas de seguranccedila podem ser cumpridas em trecircs locais distintos a saber5 no queconcerne 8s medidas de internaccedilatildeo $ospital de custdia e tratamento psiquitrico ou outroestabelecimento adequado art lt C - 9 apenas para o caso de inexistecircncia do primeiroestabelecimento apontadoD j no que di respeito ao tratamento ambulatorial poder a medida sercumprida tanto em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico quanto em local com dependecircnciamdica adequada art 101 da ei de Execuccedil3es enais

or fim e ingressando no tema que ora nos interessa o 9digo enal estabelece 8s medidasde seguranccedila um prao miacutenimo que varia de 01 um a trecircs anos asseverando ainda no queconcerne ao seu prao mximo de duraccedilatildeo que este ser indeterminado perdurando enquanto natildeoaveriguada por periacutecia mdica realiada periodicamente ou a qualquer tempo se o determinar o

jui da execuccedilatildeo uma ve findo o prao miacutenimo cominado a cessaccedilatildeo da periculosidade

epreende-se deste dispositivo legal que a periculosidade a base de sustentaccedilatildeo emanutenccedilatildeo das medidas de seguranccedila Esta concepccedilatildeo remonta aos esclios da Escola ositivasobretudo aos trabal$os de (arofalo que sustentava a noccedilatildeo de periculosidade como base daresponsabilidade penal 02

3 LIMITE TEMPORAL DA MEDIDA DE SEGURANCcedilA (PRAZO MAacuteXIMO)

isp3e o 9digo enal que a medida de seguranccedila possui prao indeterminado Em que pese$aver fomentado discuss3es de respeitvel envergadura doutrinria a questatildeo em apreccedilo camin$a

para a sedimentaccedilatildeo do entendimento j firmado pelo Supremo Fribunal +ederal

Em resumo podemos asseverar que duas correntes doutrinrias digladiavam entre si em

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derredor deste tema5 a primeira dispondo que efetivamente natildeo $ que se falar em prao mximo para o cumprimento da medida de seguranccedila pois esta $ de perdurar at a cessaccedilatildeo da periculosidade do agente o que de regra coincide com o trmino da doenccedila ou perturbaccedilatildeo dasa4de mental que o afligeD para a segunda corrente a medida de seguranccedila deveria possuir lapsotemporal adstrito a limites estabelecidos previamente sob pena de se consagrar por via transversa

a institucionaliaccedilatildeo da pena de carter perptuo

9omo se vecirc o ponto crucial do embate circunscreve-se 8 naturea da medida de seguranccedilaCsto porque uma ve recon$ecido o carter punitivo da referida medida o dispositivo da legislaccedilatildeo

penal que prevecirc prao indeterminado sem fixar limite quantitativo do cumprimento da medidaestaria afrontando o dispositivo constitucional que proscreve a existecircncia das penas de carter

perptuo 9omo bvio se natildeo $ouver limite de pena a medida perduraria at findar-se a patologiae sendo certo que esta pode ser incurvel a medida de seguranccedila estender-se-ia at o fim daexistecircncia do inimputvel consagrando a medida de naturea perptua

e outro lado aqueles que sufragam a impossibilidade de se fixar limite temporal 8 medida

de seguranccedila devendo ser cumprida a medida por prao indeterminado at quando terminar adoenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental natildeo negam a possibilidade de que esta ven$a a possuircarter perptuo 9ontra-argumentam contudo que natildeo se trataria de uma pena de carter perptuo

porquanto a medida de seguranccedila possui naturea terapecircutica e natildeo punitiva natildeo $avendo que sefaer confusatildeo entre os institutos

Gatildeo ser demasiado ressaltar que a primeira das teses se subdivide em duas vertentes5 a primeira perfil$a o entendimento de que o limite temporal das medidas de seguranccedila aquelecominado em abstrato para a execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade 0 trinta anos art A do9digo enalD a segunda vertente sustenta a posiccedilatildeo de que o limite a ser obedecido aquelecominado em abstrato ao fato especiacutefico praticado pelo inimputvel se acaso imputvel fosseesta forma cometido $omiciacutedio simples por um inimputvel natildeo poderia por exemplo a medidade seguranccedila de internaccedilatildeo em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico perdurar por praosuperior a 70 vinte anos art 171 caput 9

H natildeo novidade que o Supremo Fribunal +ederal acol$eu a primeira das tesesrecon$ecendo a naturea punitiva da medida de seguranccedila e fixando-l$e o limite temporal das

penas 02 Go bojo deste precedente o Iin Sep4lveda ertence assevera em seu votoexpressamente que 6ao vedar as penas de caraacuteter perpeacutetuo quis a Constituiccedilatildeo de 1988 (art 5ordm

X $ se referir s sanccedilampes penais e dentre eas situamse as medidas de se)uranccedila6 Iais querecon$ecer o limite temporal das medidas de seguranccedila sob pena de consagrar-se a adoccedilatildeo da pena

de carter perptuo determinou expressamente o SF+ que este limite deve coincidir com aquele preconiado 8 execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade insculpido no art A do 9

Go que concerne 8 delimitaccedilatildeo do lapso temporal atinente ao cumprimento das medidas deseguranccedila aderimos ao entendimento consagrado pelo SF+

9om efeito no que concerne 8 atribuiccedilatildeo da naturea da medida de seguranccedila se terapecircutica punitiva ou mista $ de ser considerada natildeo apenas a abstraccedilatildeo normativa mas tambm aconcreccedilatildeo da realidade ftica Gestes termos natildeo se pode olvidar que conquanto destine-seeminentemente 8 busca da cura da patologia que aflige o inimputvel a medida de seguranccedila

possui sem d4vida caracteriacutesticas que a assemel$am em muito 8s penas convencionais

Gatildeo se est a referir aqui aos requisitos para cominaccedilatildeo das medidas de seguranccedila quetambm estatildeo em relaccedilatildeo muito estreita com as penas sendo exigida a prtica de fato tiacutepico e

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antijuriacutedico a inexistecircncia de causas extintivas de punibilidade etc mas sim 8s circunstJncias emque satildeo cumpridas merecendo relevo a questatildeo da privaccedilatildeo da liberdade no caso das medidas deinternaccedilatildeo compulsria

inda numa apreciaccedilatildeo direta da concreccedilatildeo ftica relativa 8 questatildeo cumpre referir que os

$ospitais de custdia e tratamento psiquitrico possuem no mais das vees estruturas defuncionamento claudicantes e deficitrias de todo incompatiacutevel com o alcance de um tratamentoeficiente emais disso relevante destacar que quando da aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila oinimputvel sujeito 8 jurisdiccedilatildeo da justiccedila penal

or estas ra3es natildeo se pode deixar de recon$ecer a correccedilatildeo em se atribuir naturea punitiva8s medidas de seguranccedila ainda que natildeo se exclua a sua finalidade terapecircutica donde c$egar 8inarredvel conclusatildeo de que as medidas de seguranccedila possuem naturea mista ossuindo natureamista de se recon$ecer efetivamente a impossibilidade de se executar medida de seguranccedila portempo indeterminado sob pena de consagrar-se como consabido a pena de carter perptuoabolida do ordenamento juriacutedico nacional

emais disso se um limite $ de ser observado este limite $ de ser o fixado para ocumprimento das penas em geral natildeo $avendo que se falar em observJncia dos praos cominadosaos crimes em abstrato Csto porque o que fundamenta a existecircncia da medida de seguranccedila a

periculosidade do agente e natildeo a gravidade em abstrato do crime rectius fato tiacutepico e antijuriacutedicona medida em que l$e falta a culpabilidade esta forma utiliar-se como parJmetro decumprimento da medida de seguranccedila a pena em abstrato que seria cominada ao agente se fosseeste imputvel consagraria a subversatildeo dos fundamentos que a legitimam

1 Kuestatildeo da 9ontinuaccedilatildeo do Fratamento

9omo visto atribuir 8 medida de seguranccedila prao indeterminado equivaleria a convertecirc-la em pena de carter perptuo raatildeo pela qual $ de ser-l$e fixado o prao mximo de 0 trinta anosFodavia natildeo se pode perder de vista o fato de que ao trmino da execuccedilatildeo da medida de seguranccedilao inimputvel pode necessitar continuar o tratamento que l$e fora imposto por determinaccedilatildeo

judicial

)aovel recon$ecer-se que malgrado natildeo possa subsistir a medida de seguranccedila que l$e foraimposta sob pena de afronta a direitos fundamentais que l$e satildeo assegurados deva o Hudicirioresguardar a manutenccedilatildeo ou busca da $igide psiacutequica do inimputvel em casos que tais )elevantesalientar que a questatildeo a ser apreciada a necessidade de continuaccedilatildeo do tratamento em benefiacutecio

do prprio inimputvel que neste caso dever necessitar dele

esta forma argumentos atinentes 8 subsistecircncia da periculosidade do agente natildeo poderatildeo ser considerados senatildeo como consectrios da questatildeo crucial que ser a necessidade da continuaccedilatildeo dotratamento psiquitrico como forma de resguardar ou alcanccedilar a integridade fiacutesica e moral doinimputvel e sobretudo a sua $igide psiacutequica

Subtrair-se o julgador a tal decisatildeo seria a consagraccedilatildeo da afronta aos direitos elementares do portador de patologia mental at entatildeo sob a tutela estatal Sem embargo considerar finda a medidade seguranccedila para simplesmente encamin$ar ao conviacutevio social uma pessoa que necessita doamparo e tratamento psiquitrico para a prtica de atos por vees os mais simplrios da vida em

sociedade atitude que natildeo se pode conceber

Sem receio de incorrer no bvio ululante relevante deixar consignado que a

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

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estra

ndo

pela

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1INTRODUCcedilAtildeO

Sob o risco de incorrer em exacerbado reducionismo podemos asseverar que a medida deseguranccedila constitui a resposta juriacutedico-penal apresentada pelo Estado aos atos praticados pelas

pessoas que natildeo possuem consciecircncia acerca destes atos Se por um lado a definiccedilatildeo apresentada

incompleta e imprecisa mormente por natildeo contemplar em seus limites a exata dimensatildeo dainimputabilidade de outro constitui a siacutentese da legitimaccedilatildeo da existecircncia das medidas deseguranccedila

Sem embargo a existecircncia das medidas de seguranccedila consectrio lgico da busca pela$armoniaccedilatildeo de dois valores contrapostos atinentes aos atos praticados pelos inimputveis amp

primeiro dos valores a noccedilatildeo presente no imaginrio coletivo da impossibilidade de se punir umato praticado por algum que natildeo possui consciecircncia dos seus atos gride o bom senso imaginarque o Estado poderia punir algum que natildeo sabe o que fa

Sob outro prisma agride o bom senso de igual sorte a idia de que os atos praticados por

estas mesmas pessoas pudessem remanescer sem uma resposta estatal efetiva Se adotarmos por paradigma a concepccedilatildeo sufragada por (arofalo de que crime aquilo que afronta os mais basilares princiacutepios de solidariedade social $averemos de concluir que a exclusatildeo da tutela estatal dos atosdelituosos praticados por aqueles que natildeo possuem discernimento ou capacidade de determinar-seconsoante esse discernimento culminaria no generaliado sentimento de impunidade

)elevante deixar consignado que o mais deletrio dos efeitos colaterais ocasionados pelaimpunidade o que corresponde ao fomento das vinganccedilas das mais variadas maties firmauigi +errajoli que a funccedilatildeo primordial da pena a preventiva e acordo com ele todavia a penaobjetiva natildeo apenas prevenir a prtica de crimes perpetrados pelo condenado prevenccedilatildeo especialmas tambm prevenir crimes que eventualmente possam ser provocados contra o condenadoprevenccedilatildeo geral negativa 012 Em resumo a pena corolrio do monoplio estatal da violecircncia $de prevenir reaccedil3es arbitrrias p4blicas e privadas ao delituoso na medida em que dissemina a

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noccedilatildeo de trmino da impunidade

Este o segundo valor a orientar a existecircncia das medidas de seguranccedila5 a imperiosidade de seeliminar o sentimento de impunidade de molde a dentre outras coisas proteger o inimputvel dereaccedil3es arbitrrias p4blicas e privadas tais como os 6justiceiros6 ou 6grupos de extermiacutenio6

Em suma ante a contraposiccedilatildeo de dois valores relevantes impossibilidade de se punir quemnatildeo possui consciecircncia dos seus atos e necessidade de se conferir resposta estatal a estes mesmosatos com vistas a prevenir reaccedil3es arbitrrias contra o agente legitima-se a existecircncia das medidasde seguranccedila que objetivam $armoniar estes valores

Estabelecidas tais diretries podemos endossar o coro prevalecente na doutrina no sentidode que as medidas de seguranccedila devem possuir funccedilatildeo preventiva sendo todavia destituiacutedas defunccedilatildeo retributiva 072 Esta conclusatildeo parece ser bvia $aja vista o fato de que como dito um dosvalores a ser observado quando do advento da medida de seguranccedila a impossibilidade de se puniro ato praticado pelo inimputvel

Estas as ra3es que conduem respeitvel plecirciade de penalistas a conferir naturea terapecircuticaleia-se5 natildeo punitiva 8s medidas de seguranccedila 9om efeito no plano da abstraccedilatildeo normativa semincorrer em maiores valoraccedil3es acerca da concreccedilatildeo ftica sendo certo que as medidas deseguranccedila natildeo se destinam a 6retribuir o mal praticado6 e sim a prevenir a prtica de novos delitosnatildeo se l$e pode atribuir naturea punitiva

2 AS MEDIDAS DE SEGURANCcedilA NO COacuteDIGO PENAL

isp3e o 9digo enal que as medidas de seguranccedila aplicam-se aos inimputveis e aos semi-imputveis amp mesmo diploma normativo fornece o conceito de inimputabilidade ao asseverar serinimputvel aquele que por doenccedila mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardadoera ao tempo da accedilatildeo ou da omissatildeo inteiramente incapa de entender o carter iliacutecito do fato ou dedeterminar-se de acordo com esse entendimento art 7

rossegue o 9digo estabelecendo que semi-imputvel tambm c$amadodoutrinariamente de fronteiriccedilo aquele que possui embora reduida capacidade deentendimento ou de determinar-se conforme este entendimento aliada 8 perturbaccedilatildeo da sa4demental ou ao desenvolvimento mental incompleto ou retardado

9omo consabido com a )eforma de 1lt=gt nossa legislaccedilatildeo desvinculou-se do sistema doduplo binrio que possibilita a aplicaccedilatildeo cumulativa da pena e da medida de seguranccedila ao semi-imputvel adotando o sistema vicariante que natildeo permite tal cumulaccedilatildeo esta forma aoinimputvel isento de pena aplica-se a medida de seguranccedila o semi-imputvel redu-se a penade um a dois terccedilos pena esta que dever ser convertida em medida de seguranccedila se o condenadonecessitar de especial tratamento curativo art lt=

9omo visto o recon$ecimento da inimputabilidade pressup3e a existecircncia de dois requisitoscumulativos quais sejam a enfermidade mental doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de aliada aocomprometimento da capacidade de entendimento ou determinaccedilatildeo Significa dier que a s

patologia psiacutequica incapa de conferir a qualificaccedilatildeo de inimputvel ao agente na medida em quereferida patologia pode natildeo influenciar sobremodo no caso concreto a capacidade de

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entendimento ou determinaccedilatildeo do enfermo

aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila pressup3e a prtica de um injusto penal fato tiacutepico eantijuriacutedico or bvio a s enfermidade mental ainda que associada a visiacuteveis sinais de

periculosidade por parte da pessoa natildeo possui o condatildeo de deflagrar o processo de cominaccedilatildeo da

medida de seguranccedila sob pena de natildeo serem observados os ditames do direito penal do fato e simdo autor o que colide com os paradigmas que regem o direito penal moderno

)elevante salientar neste passo que o inimputvel natildeo comete crime pois que ausente estarum dos elementos que integram o seu conceito analiacutetico qual seja a culpabilidade Se certo que aculpabilidade comp3e-se da potencial consciecircncia da ilicitude da exigibilidade de conduta diversa eda imputabilidade j que desde o advento do Escola +inalista o elemento volitivo doloculpa jnatildeo integra a culpabilidade a inimputabilidade exclui a culpabilidade 02

esta forma inimputveis natildeo cometem crimes e sim fatos tiacutepicos e antijuriacutedicos raatildeo pelaqual opta o 9digo enal por utiliar a expressatildeo 6 fato previsto como crime6 art ltA caput

Bma ve constatada a prtica deste fato tiacutepico e antijuriacutedico ser o inimputvel submetido ao processo penal regularmente instaurado como se imputvel fosse com a peculiaridade da provveldeflagraccedilatildeo do incidente de insanidade mental ferida por laudo pericial e recon$ecida pelomagistrado aps oportuniar as partes manifestar-se sobre o laudo a inimputabilidade dever oinimputvel ser absolvido e natildeo condenado pois natildeo $ crime sendo-l$e em seguida aplicada amedida de seguranccedila que pode ser de internaccedilatildeo ou de tratamento ambulatorial 0gt2

s medidas de seguranccedila podem ser cumpridas em trecircs locais distintos a saber5 no queconcerne 8s medidas de internaccedilatildeo $ospital de custdia e tratamento psiquitrico ou outroestabelecimento adequado art lt C - 9 apenas para o caso de inexistecircncia do primeiroestabelecimento apontadoD j no que di respeito ao tratamento ambulatorial poder a medida sercumprida tanto em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico quanto em local com dependecircnciamdica adequada art 101 da ei de Execuccedil3es enais

or fim e ingressando no tema que ora nos interessa o 9digo enal estabelece 8s medidasde seguranccedila um prao miacutenimo que varia de 01 um a trecircs anos asseverando ainda no queconcerne ao seu prao mximo de duraccedilatildeo que este ser indeterminado perdurando enquanto natildeoaveriguada por periacutecia mdica realiada periodicamente ou a qualquer tempo se o determinar o

jui da execuccedilatildeo uma ve findo o prao miacutenimo cominado a cessaccedilatildeo da periculosidade

epreende-se deste dispositivo legal que a periculosidade a base de sustentaccedilatildeo emanutenccedilatildeo das medidas de seguranccedila Esta concepccedilatildeo remonta aos esclios da Escola ositivasobretudo aos trabal$os de (arofalo que sustentava a noccedilatildeo de periculosidade como base daresponsabilidade penal 02

3 LIMITE TEMPORAL DA MEDIDA DE SEGURANCcedilA (PRAZO MAacuteXIMO)

isp3e o 9digo enal que a medida de seguranccedila possui prao indeterminado Em que pese$aver fomentado discuss3es de respeitvel envergadura doutrinria a questatildeo em apreccedilo camin$a

para a sedimentaccedilatildeo do entendimento j firmado pelo Supremo Fribunal +ederal

Em resumo podemos asseverar que duas correntes doutrinrias digladiavam entre si em

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derredor deste tema5 a primeira dispondo que efetivamente natildeo $ que se falar em prao mximo para o cumprimento da medida de seguranccedila pois esta $ de perdurar at a cessaccedilatildeo da periculosidade do agente o que de regra coincide com o trmino da doenccedila ou perturbaccedilatildeo dasa4de mental que o afligeD para a segunda corrente a medida de seguranccedila deveria possuir lapsotemporal adstrito a limites estabelecidos previamente sob pena de se consagrar por via transversa

a institucionaliaccedilatildeo da pena de carter perptuo

9omo se vecirc o ponto crucial do embate circunscreve-se 8 naturea da medida de seguranccedilaCsto porque uma ve recon$ecido o carter punitivo da referida medida o dispositivo da legislaccedilatildeo

penal que prevecirc prao indeterminado sem fixar limite quantitativo do cumprimento da medidaestaria afrontando o dispositivo constitucional que proscreve a existecircncia das penas de carter

perptuo 9omo bvio se natildeo $ouver limite de pena a medida perduraria at findar-se a patologiae sendo certo que esta pode ser incurvel a medida de seguranccedila estender-se-ia at o fim daexistecircncia do inimputvel consagrando a medida de naturea perptua

e outro lado aqueles que sufragam a impossibilidade de se fixar limite temporal 8 medida

de seguranccedila devendo ser cumprida a medida por prao indeterminado at quando terminar adoenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental natildeo negam a possibilidade de que esta ven$a a possuircarter perptuo 9ontra-argumentam contudo que natildeo se trataria de uma pena de carter perptuo

porquanto a medida de seguranccedila possui naturea terapecircutica e natildeo punitiva natildeo $avendo que sefaer confusatildeo entre os institutos

Gatildeo ser demasiado ressaltar que a primeira das teses se subdivide em duas vertentes5 a primeira perfil$a o entendimento de que o limite temporal das medidas de seguranccedila aquelecominado em abstrato para a execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade 0 trinta anos art A do9digo enalD a segunda vertente sustenta a posiccedilatildeo de que o limite a ser obedecido aquelecominado em abstrato ao fato especiacutefico praticado pelo inimputvel se acaso imputvel fosseesta forma cometido $omiciacutedio simples por um inimputvel natildeo poderia por exemplo a medidade seguranccedila de internaccedilatildeo em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico perdurar por praosuperior a 70 vinte anos art 171 caput 9

H natildeo novidade que o Supremo Fribunal +ederal acol$eu a primeira das tesesrecon$ecendo a naturea punitiva da medida de seguranccedila e fixando-l$e o limite temporal das

penas 02 Go bojo deste precedente o Iin Sep4lveda ertence assevera em seu votoexpressamente que 6ao vedar as penas de caraacuteter perpeacutetuo quis a Constituiccedilatildeo de 1988 (art 5ordm

X $ se referir s sanccedilampes penais e dentre eas situamse as medidas de se)uranccedila6 Iais querecon$ecer o limite temporal das medidas de seguranccedila sob pena de consagrar-se a adoccedilatildeo da pena

de carter perptuo determinou expressamente o SF+ que este limite deve coincidir com aquele preconiado 8 execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade insculpido no art A do 9

Go que concerne 8 delimitaccedilatildeo do lapso temporal atinente ao cumprimento das medidas deseguranccedila aderimos ao entendimento consagrado pelo SF+

9om efeito no que concerne 8 atribuiccedilatildeo da naturea da medida de seguranccedila se terapecircutica punitiva ou mista $ de ser considerada natildeo apenas a abstraccedilatildeo normativa mas tambm aconcreccedilatildeo da realidade ftica Gestes termos natildeo se pode olvidar que conquanto destine-seeminentemente 8 busca da cura da patologia que aflige o inimputvel a medida de seguranccedila

possui sem d4vida caracteriacutesticas que a assemel$am em muito 8s penas convencionais

Gatildeo se est a referir aqui aos requisitos para cominaccedilatildeo das medidas de seguranccedila quetambm estatildeo em relaccedilatildeo muito estreita com as penas sendo exigida a prtica de fato tiacutepico e

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antijuriacutedico a inexistecircncia de causas extintivas de punibilidade etc mas sim 8s circunstJncias emque satildeo cumpridas merecendo relevo a questatildeo da privaccedilatildeo da liberdade no caso das medidas deinternaccedilatildeo compulsria

inda numa apreciaccedilatildeo direta da concreccedilatildeo ftica relativa 8 questatildeo cumpre referir que os

$ospitais de custdia e tratamento psiquitrico possuem no mais das vees estruturas defuncionamento claudicantes e deficitrias de todo incompatiacutevel com o alcance de um tratamentoeficiente emais disso relevante destacar que quando da aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila oinimputvel sujeito 8 jurisdiccedilatildeo da justiccedila penal

or estas ra3es natildeo se pode deixar de recon$ecer a correccedilatildeo em se atribuir naturea punitiva8s medidas de seguranccedila ainda que natildeo se exclua a sua finalidade terapecircutica donde c$egar 8inarredvel conclusatildeo de que as medidas de seguranccedila possuem naturea mista ossuindo natureamista de se recon$ecer efetivamente a impossibilidade de se executar medida de seguranccedila portempo indeterminado sob pena de consagrar-se como consabido a pena de carter perptuoabolida do ordenamento juriacutedico nacional

emais disso se um limite $ de ser observado este limite $ de ser o fixado para ocumprimento das penas em geral natildeo $avendo que se falar em observJncia dos praos cominadosaos crimes em abstrato Csto porque o que fundamenta a existecircncia da medida de seguranccedila a

periculosidade do agente e natildeo a gravidade em abstrato do crime rectius fato tiacutepico e antijuriacutedicona medida em que l$e falta a culpabilidade esta forma utiliar-se como parJmetro decumprimento da medida de seguranccedila a pena em abstrato que seria cominada ao agente se fosseeste imputvel consagraria a subversatildeo dos fundamentos que a legitimam

1 Kuestatildeo da 9ontinuaccedilatildeo do Fratamento

9omo visto atribuir 8 medida de seguranccedila prao indeterminado equivaleria a convertecirc-la em pena de carter perptuo raatildeo pela qual $ de ser-l$e fixado o prao mximo de 0 trinta anosFodavia natildeo se pode perder de vista o fato de que ao trmino da execuccedilatildeo da medida de seguranccedilao inimputvel pode necessitar continuar o tratamento que l$e fora imposto por determinaccedilatildeo

judicial

)aovel recon$ecer-se que malgrado natildeo possa subsistir a medida de seguranccedila que l$e foraimposta sob pena de afronta a direitos fundamentais que l$e satildeo assegurados deva o Hudicirioresguardar a manutenccedilatildeo ou busca da $igide psiacutequica do inimputvel em casos que tais )elevantesalientar que a questatildeo a ser apreciada a necessidade de continuaccedilatildeo do tratamento em benefiacutecio

do prprio inimputvel que neste caso dever necessitar dele

esta forma argumentos atinentes 8 subsistecircncia da periculosidade do agente natildeo poderatildeo ser considerados senatildeo como consectrios da questatildeo crucial que ser a necessidade da continuaccedilatildeo dotratamento psiquitrico como forma de resguardar ou alcanccedilar a integridade fiacutesica e moral doinimputvel e sobretudo a sua $igide psiacutequica

Subtrair-se o julgador a tal decisatildeo seria a consagraccedilatildeo da afronta aos direitos elementares do portador de patologia mental at entatildeo sob a tutela estatal Sem embargo considerar finda a medidade seguranccedila para simplesmente encamin$ar ao conviacutevio social uma pessoa que necessita doamparo e tratamento psiquitrico para a prtica de atos por vees os mais simplrios da vida em

sociedade atitude que natildeo se pode conceber

Sem receio de incorrer no bvio ululante relevante deixar consignado que a

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

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noccedilatildeo de trmino da impunidade

Este o segundo valor a orientar a existecircncia das medidas de seguranccedila5 a imperiosidade de seeliminar o sentimento de impunidade de molde a dentre outras coisas proteger o inimputvel dereaccedil3es arbitrrias p4blicas e privadas tais como os 6justiceiros6 ou 6grupos de extermiacutenio6

Em suma ante a contraposiccedilatildeo de dois valores relevantes impossibilidade de se punir quemnatildeo possui consciecircncia dos seus atos e necessidade de se conferir resposta estatal a estes mesmosatos com vistas a prevenir reaccedil3es arbitrrias contra o agente legitima-se a existecircncia das medidasde seguranccedila que objetivam $armoniar estes valores

Estabelecidas tais diretries podemos endossar o coro prevalecente na doutrina no sentidode que as medidas de seguranccedila devem possuir funccedilatildeo preventiva sendo todavia destituiacutedas defunccedilatildeo retributiva 072 Esta conclusatildeo parece ser bvia $aja vista o fato de que como dito um dosvalores a ser observado quando do advento da medida de seguranccedila a impossibilidade de se puniro ato praticado pelo inimputvel

Estas as ra3es que conduem respeitvel plecirciade de penalistas a conferir naturea terapecircuticaleia-se5 natildeo punitiva 8s medidas de seguranccedila 9om efeito no plano da abstraccedilatildeo normativa semincorrer em maiores valoraccedil3es acerca da concreccedilatildeo ftica sendo certo que as medidas deseguranccedila natildeo se destinam a 6retribuir o mal praticado6 e sim a prevenir a prtica de novos delitosnatildeo se l$e pode atribuir naturea punitiva

2 AS MEDIDAS DE SEGURANCcedilA NO COacuteDIGO PENAL

isp3e o 9digo enal que as medidas de seguranccedila aplicam-se aos inimputveis e aos semi-imputveis amp mesmo diploma normativo fornece o conceito de inimputabilidade ao asseverar serinimputvel aquele que por doenccedila mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardadoera ao tempo da accedilatildeo ou da omissatildeo inteiramente incapa de entender o carter iliacutecito do fato ou dedeterminar-se de acordo com esse entendimento art 7

rossegue o 9digo estabelecendo que semi-imputvel tambm c$amadodoutrinariamente de fronteiriccedilo aquele que possui embora reduida capacidade deentendimento ou de determinar-se conforme este entendimento aliada 8 perturbaccedilatildeo da sa4demental ou ao desenvolvimento mental incompleto ou retardado

9omo consabido com a )eforma de 1lt=gt nossa legislaccedilatildeo desvinculou-se do sistema doduplo binrio que possibilita a aplicaccedilatildeo cumulativa da pena e da medida de seguranccedila ao semi-imputvel adotando o sistema vicariante que natildeo permite tal cumulaccedilatildeo esta forma aoinimputvel isento de pena aplica-se a medida de seguranccedila o semi-imputvel redu-se a penade um a dois terccedilos pena esta que dever ser convertida em medida de seguranccedila se o condenadonecessitar de especial tratamento curativo art lt=

9omo visto o recon$ecimento da inimputabilidade pressup3e a existecircncia de dois requisitoscumulativos quais sejam a enfermidade mental doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de aliada aocomprometimento da capacidade de entendimento ou determinaccedilatildeo Significa dier que a s

patologia psiacutequica incapa de conferir a qualificaccedilatildeo de inimputvel ao agente na medida em quereferida patologia pode natildeo influenciar sobremodo no caso concreto a capacidade de

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entendimento ou determinaccedilatildeo do enfermo

aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila pressup3e a prtica de um injusto penal fato tiacutepico eantijuriacutedico or bvio a s enfermidade mental ainda que associada a visiacuteveis sinais de

periculosidade por parte da pessoa natildeo possui o condatildeo de deflagrar o processo de cominaccedilatildeo da

medida de seguranccedila sob pena de natildeo serem observados os ditames do direito penal do fato e simdo autor o que colide com os paradigmas que regem o direito penal moderno

)elevante salientar neste passo que o inimputvel natildeo comete crime pois que ausente estarum dos elementos que integram o seu conceito analiacutetico qual seja a culpabilidade Se certo que aculpabilidade comp3e-se da potencial consciecircncia da ilicitude da exigibilidade de conduta diversa eda imputabilidade j que desde o advento do Escola +inalista o elemento volitivo doloculpa jnatildeo integra a culpabilidade a inimputabilidade exclui a culpabilidade 02

esta forma inimputveis natildeo cometem crimes e sim fatos tiacutepicos e antijuriacutedicos raatildeo pelaqual opta o 9digo enal por utiliar a expressatildeo 6 fato previsto como crime6 art ltA caput

Bma ve constatada a prtica deste fato tiacutepico e antijuriacutedico ser o inimputvel submetido ao processo penal regularmente instaurado como se imputvel fosse com a peculiaridade da provveldeflagraccedilatildeo do incidente de insanidade mental ferida por laudo pericial e recon$ecida pelomagistrado aps oportuniar as partes manifestar-se sobre o laudo a inimputabilidade dever oinimputvel ser absolvido e natildeo condenado pois natildeo $ crime sendo-l$e em seguida aplicada amedida de seguranccedila que pode ser de internaccedilatildeo ou de tratamento ambulatorial 0gt2

s medidas de seguranccedila podem ser cumpridas em trecircs locais distintos a saber5 no queconcerne 8s medidas de internaccedilatildeo $ospital de custdia e tratamento psiquitrico ou outroestabelecimento adequado art lt C - 9 apenas para o caso de inexistecircncia do primeiroestabelecimento apontadoD j no que di respeito ao tratamento ambulatorial poder a medida sercumprida tanto em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico quanto em local com dependecircnciamdica adequada art 101 da ei de Execuccedil3es enais

or fim e ingressando no tema que ora nos interessa o 9digo enal estabelece 8s medidasde seguranccedila um prao miacutenimo que varia de 01 um a trecircs anos asseverando ainda no queconcerne ao seu prao mximo de duraccedilatildeo que este ser indeterminado perdurando enquanto natildeoaveriguada por periacutecia mdica realiada periodicamente ou a qualquer tempo se o determinar o

jui da execuccedilatildeo uma ve findo o prao miacutenimo cominado a cessaccedilatildeo da periculosidade

epreende-se deste dispositivo legal que a periculosidade a base de sustentaccedilatildeo emanutenccedilatildeo das medidas de seguranccedila Esta concepccedilatildeo remonta aos esclios da Escola ositivasobretudo aos trabal$os de (arofalo que sustentava a noccedilatildeo de periculosidade como base daresponsabilidade penal 02

3 LIMITE TEMPORAL DA MEDIDA DE SEGURANCcedilA (PRAZO MAacuteXIMO)

isp3e o 9digo enal que a medida de seguranccedila possui prao indeterminado Em que pese$aver fomentado discuss3es de respeitvel envergadura doutrinria a questatildeo em apreccedilo camin$a

para a sedimentaccedilatildeo do entendimento j firmado pelo Supremo Fribunal +ederal

Em resumo podemos asseverar que duas correntes doutrinrias digladiavam entre si em

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derredor deste tema5 a primeira dispondo que efetivamente natildeo $ que se falar em prao mximo para o cumprimento da medida de seguranccedila pois esta $ de perdurar at a cessaccedilatildeo da periculosidade do agente o que de regra coincide com o trmino da doenccedila ou perturbaccedilatildeo dasa4de mental que o afligeD para a segunda corrente a medida de seguranccedila deveria possuir lapsotemporal adstrito a limites estabelecidos previamente sob pena de se consagrar por via transversa

a institucionaliaccedilatildeo da pena de carter perptuo

9omo se vecirc o ponto crucial do embate circunscreve-se 8 naturea da medida de seguranccedilaCsto porque uma ve recon$ecido o carter punitivo da referida medida o dispositivo da legislaccedilatildeo

penal que prevecirc prao indeterminado sem fixar limite quantitativo do cumprimento da medidaestaria afrontando o dispositivo constitucional que proscreve a existecircncia das penas de carter

perptuo 9omo bvio se natildeo $ouver limite de pena a medida perduraria at findar-se a patologiae sendo certo que esta pode ser incurvel a medida de seguranccedila estender-se-ia at o fim daexistecircncia do inimputvel consagrando a medida de naturea perptua

e outro lado aqueles que sufragam a impossibilidade de se fixar limite temporal 8 medida

de seguranccedila devendo ser cumprida a medida por prao indeterminado at quando terminar adoenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental natildeo negam a possibilidade de que esta ven$a a possuircarter perptuo 9ontra-argumentam contudo que natildeo se trataria de uma pena de carter perptuo

porquanto a medida de seguranccedila possui naturea terapecircutica e natildeo punitiva natildeo $avendo que sefaer confusatildeo entre os institutos

Gatildeo ser demasiado ressaltar que a primeira das teses se subdivide em duas vertentes5 a primeira perfil$a o entendimento de que o limite temporal das medidas de seguranccedila aquelecominado em abstrato para a execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade 0 trinta anos art A do9digo enalD a segunda vertente sustenta a posiccedilatildeo de que o limite a ser obedecido aquelecominado em abstrato ao fato especiacutefico praticado pelo inimputvel se acaso imputvel fosseesta forma cometido $omiciacutedio simples por um inimputvel natildeo poderia por exemplo a medidade seguranccedila de internaccedilatildeo em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico perdurar por praosuperior a 70 vinte anos art 171 caput 9

H natildeo novidade que o Supremo Fribunal +ederal acol$eu a primeira das tesesrecon$ecendo a naturea punitiva da medida de seguranccedila e fixando-l$e o limite temporal das

penas 02 Go bojo deste precedente o Iin Sep4lveda ertence assevera em seu votoexpressamente que 6ao vedar as penas de caraacuteter perpeacutetuo quis a Constituiccedilatildeo de 1988 (art 5ordm

X $ se referir s sanccedilampes penais e dentre eas situamse as medidas de se)uranccedila6 Iais querecon$ecer o limite temporal das medidas de seguranccedila sob pena de consagrar-se a adoccedilatildeo da pena

de carter perptuo determinou expressamente o SF+ que este limite deve coincidir com aquele preconiado 8 execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade insculpido no art A do 9

Go que concerne 8 delimitaccedilatildeo do lapso temporal atinente ao cumprimento das medidas deseguranccedila aderimos ao entendimento consagrado pelo SF+

9om efeito no que concerne 8 atribuiccedilatildeo da naturea da medida de seguranccedila se terapecircutica punitiva ou mista $ de ser considerada natildeo apenas a abstraccedilatildeo normativa mas tambm aconcreccedilatildeo da realidade ftica Gestes termos natildeo se pode olvidar que conquanto destine-seeminentemente 8 busca da cura da patologia que aflige o inimputvel a medida de seguranccedila

possui sem d4vida caracteriacutesticas que a assemel$am em muito 8s penas convencionais

Gatildeo se est a referir aqui aos requisitos para cominaccedilatildeo das medidas de seguranccedila quetambm estatildeo em relaccedilatildeo muito estreita com as penas sendo exigida a prtica de fato tiacutepico e

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antijuriacutedico a inexistecircncia de causas extintivas de punibilidade etc mas sim 8s circunstJncias emque satildeo cumpridas merecendo relevo a questatildeo da privaccedilatildeo da liberdade no caso das medidas deinternaccedilatildeo compulsria

inda numa apreciaccedilatildeo direta da concreccedilatildeo ftica relativa 8 questatildeo cumpre referir que os

$ospitais de custdia e tratamento psiquitrico possuem no mais das vees estruturas defuncionamento claudicantes e deficitrias de todo incompatiacutevel com o alcance de um tratamentoeficiente emais disso relevante destacar que quando da aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila oinimputvel sujeito 8 jurisdiccedilatildeo da justiccedila penal

or estas ra3es natildeo se pode deixar de recon$ecer a correccedilatildeo em se atribuir naturea punitiva8s medidas de seguranccedila ainda que natildeo se exclua a sua finalidade terapecircutica donde c$egar 8inarredvel conclusatildeo de que as medidas de seguranccedila possuem naturea mista ossuindo natureamista de se recon$ecer efetivamente a impossibilidade de se executar medida de seguranccedila portempo indeterminado sob pena de consagrar-se como consabido a pena de carter perptuoabolida do ordenamento juriacutedico nacional

emais disso se um limite $ de ser observado este limite $ de ser o fixado para ocumprimento das penas em geral natildeo $avendo que se falar em observJncia dos praos cominadosaos crimes em abstrato Csto porque o que fundamenta a existecircncia da medida de seguranccedila a

periculosidade do agente e natildeo a gravidade em abstrato do crime rectius fato tiacutepico e antijuriacutedicona medida em que l$e falta a culpabilidade esta forma utiliar-se como parJmetro decumprimento da medida de seguranccedila a pena em abstrato que seria cominada ao agente se fosseeste imputvel consagraria a subversatildeo dos fundamentos que a legitimam

1 Kuestatildeo da 9ontinuaccedilatildeo do Fratamento

9omo visto atribuir 8 medida de seguranccedila prao indeterminado equivaleria a convertecirc-la em pena de carter perptuo raatildeo pela qual $ de ser-l$e fixado o prao mximo de 0 trinta anosFodavia natildeo se pode perder de vista o fato de que ao trmino da execuccedilatildeo da medida de seguranccedilao inimputvel pode necessitar continuar o tratamento que l$e fora imposto por determinaccedilatildeo

judicial

)aovel recon$ecer-se que malgrado natildeo possa subsistir a medida de seguranccedila que l$e foraimposta sob pena de afronta a direitos fundamentais que l$e satildeo assegurados deva o Hudicirioresguardar a manutenccedilatildeo ou busca da $igide psiacutequica do inimputvel em casos que tais )elevantesalientar que a questatildeo a ser apreciada a necessidade de continuaccedilatildeo do tratamento em benefiacutecio

do prprio inimputvel que neste caso dever necessitar dele

esta forma argumentos atinentes 8 subsistecircncia da periculosidade do agente natildeo poderatildeo ser considerados senatildeo como consectrios da questatildeo crucial que ser a necessidade da continuaccedilatildeo dotratamento psiquitrico como forma de resguardar ou alcanccedilar a integridade fiacutesica e moral doinimputvel e sobretudo a sua $igide psiacutequica

Subtrair-se o julgador a tal decisatildeo seria a consagraccedilatildeo da afronta aos direitos elementares do portador de patologia mental at entatildeo sob a tutela estatal Sem embargo considerar finda a medidade seguranccedila para simplesmente encamin$ar ao conviacutevio social uma pessoa que necessita doamparo e tratamento psiquitrico para a prtica de atos por vees os mais simplrios da vida em

sociedade atitude que natildeo se pode conceber

Sem receio de incorrer no bvio ululante relevante deixar consignado que a

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

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entendimento ou determinaccedilatildeo do enfermo

aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila pressup3e a prtica de um injusto penal fato tiacutepico eantijuriacutedico or bvio a s enfermidade mental ainda que associada a visiacuteveis sinais de

periculosidade por parte da pessoa natildeo possui o condatildeo de deflagrar o processo de cominaccedilatildeo da

medida de seguranccedila sob pena de natildeo serem observados os ditames do direito penal do fato e simdo autor o que colide com os paradigmas que regem o direito penal moderno

)elevante salientar neste passo que o inimputvel natildeo comete crime pois que ausente estarum dos elementos que integram o seu conceito analiacutetico qual seja a culpabilidade Se certo que aculpabilidade comp3e-se da potencial consciecircncia da ilicitude da exigibilidade de conduta diversa eda imputabilidade j que desde o advento do Escola +inalista o elemento volitivo doloculpa jnatildeo integra a culpabilidade a inimputabilidade exclui a culpabilidade 02

esta forma inimputveis natildeo cometem crimes e sim fatos tiacutepicos e antijuriacutedicos raatildeo pelaqual opta o 9digo enal por utiliar a expressatildeo 6 fato previsto como crime6 art ltA caput

Bma ve constatada a prtica deste fato tiacutepico e antijuriacutedico ser o inimputvel submetido ao processo penal regularmente instaurado como se imputvel fosse com a peculiaridade da provveldeflagraccedilatildeo do incidente de insanidade mental ferida por laudo pericial e recon$ecida pelomagistrado aps oportuniar as partes manifestar-se sobre o laudo a inimputabilidade dever oinimputvel ser absolvido e natildeo condenado pois natildeo $ crime sendo-l$e em seguida aplicada amedida de seguranccedila que pode ser de internaccedilatildeo ou de tratamento ambulatorial 0gt2

s medidas de seguranccedila podem ser cumpridas em trecircs locais distintos a saber5 no queconcerne 8s medidas de internaccedilatildeo $ospital de custdia e tratamento psiquitrico ou outroestabelecimento adequado art lt C - 9 apenas para o caso de inexistecircncia do primeiroestabelecimento apontadoD j no que di respeito ao tratamento ambulatorial poder a medida sercumprida tanto em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico quanto em local com dependecircnciamdica adequada art 101 da ei de Execuccedil3es enais

or fim e ingressando no tema que ora nos interessa o 9digo enal estabelece 8s medidasde seguranccedila um prao miacutenimo que varia de 01 um a trecircs anos asseverando ainda no queconcerne ao seu prao mximo de duraccedilatildeo que este ser indeterminado perdurando enquanto natildeoaveriguada por periacutecia mdica realiada periodicamente ou a qualquer tempo se o determinar o

jui da execuccedilatildeo uma ve findo o prao miacutenimo cominado a cessaccedilatildeo da periculosidade

epreende-se deste dispositivo legal que a periculosidade a base de sustentaccedilatildeo emanutenccedilatildeo das medidas de seguranccedila Esta concepccedilatildeo remonta aos esclios da Escola ositivasobretudo aos trabal$os de (arofalo que sustentava a noccedilatildeo de periculosidade como base daresponsabilidade penal 02

3 LIMITE TEMPORAL DA MEDIDA DE SEGURANCcedilA (PRAZO MAacuteXIMO)

isp3e o 9digo enal que a medida de seguranccedila possui prao indeterminado Em que pese$aver fomentado discuss3es de respeitvel envergadura doutrinria a questatildeo em apreccedilo camin$a

para a sedimentaccedilatildeo do entendimento j firmado pelo Supremo Fribunal +ederal

Em resumo podemos asseverar que duas correntes doutrinrias digladiavam entre si em

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derredor deste tema5 a primeira dispondo que efetivamente natildeo $ que se falar em prao mximo para o cumprimento da medida de seguranccedila pois esta $ de perdurar at a cessaccedilatildeo da periculosidade do agente o que de regra coincide com o trmino da doenccedila ou perturbaccedilatildeo dasa4de mental que o afligeD para a segunda corrente a medida de seguranccedila deveria possuir lapsotemporal adstrito a limites estabelecidos previamente sob pena de se consagrar por via transversa

a institucionaliaccedilatildeo da pena de carter perptuo

9omo se vecirc o ponto crucial do embate circunscreve-se 8 naturea da medida de seguranccedilaCsto porque uma ve recon$ecido o carter punitivo da referida medida o dispositivo da legislaccedilatildeo

penal que prevecirc prao indeterminado sem fixar limite quantitativo do cumprimento da medidaestaria afrontando o dispositivo constitucional que proscreve a existecircncia das penas de carter

perptuo 9omo bvio se natildeo $ouver limite de pena a medida perduraria at findar-se a patologiae sendo certo que esta pode ser incurvel a medida de seguranccedila estender-se-ia at o fim daexistecircncia do inimputvel consagrando a medida de naturea perptua

e outro lado aqueles que sufragam a impossibilidade de se fixar limite temporal 8 medida

de seguranccedila devendo ser cumprida a medida por prao indeterminado at quando terminar adoenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental natildeo negam a possibilidade de que esta ven$a a possuircarter perptuo 9ontra-argumentam contudo que natildeo se trataria de uma pena de carter perptuo

porquanto a medida de seguranccedila possui naturea terapecircutica e natildeo punitiva natildeo $avendo que sefaer confusatildeo entre os institutos

Gatildeo ser demasiado ressaltar que a primeira das teses se subdivide em duas vertentes5 a primeira perfil$a o entendimento de que o limite temporal das medidas de seguranccedila aquelecominado em abstrato para a execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade 0 trinta anos art A do9digo enalD a segunda vertente sustenta a posiccedilatildeo de que o limite a ser obedecido aquelecominado em abstrato ao fato especiacutefico praticado pelo inimputvel se acaso imputvel fosseesta forma cometido $omiciacutedio simples por um inimputvel natildeo poderia por exemplo a medidade seguranccedila de internaccedilatildeo em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico perdurar por praosuperior a 70 vinte anos art 171 caput 9

H natildeo novidade que o Supremo Fribunal +ederal acol$eu a primeira das tesesrecon$ecendo a naturea punitiva da medida de seguranccedila e fixando-l$e o limite temporal das

penas 02 Go bojo deste precedente o Iin Sep4lveda ertence assevera em seu votoexpressamente que 6ao vedar as penas de caraacuteter perpeacutetuo quis a Constituiccedilatildeo de 1988 (art 5ordm

X $ se referir s sanccedilampes penais e dentre eas situamse as medidas de se)uranccedila6 Iais querecon$ecer o limite temporal das medidas de seguranccedila sob pena de consagrar-se a adoccedilatildeo da pena

de carter perptuo determinou expressamente o SF+ que este limite deve coincidir com aquele preconiado 8 execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade insculpido no art A do 9

Go que concerne 8 delimitaccedilatildeo do lapso temporal atinente ao cumprimento das medidas deseguranccedila aderimos ao entendimento consagrado pelo SF+

9om efeito no que concerne 8 atribuiccedilatildeo da naturea da medida de seguranccedila se terapecircutica punitiva ou mista $ de ser considerada natildeo apenas a abstraccedilatildeo normativa mas tambm aconcreccedilatildeo da realidade ftica Gestes termos natildeo se pode olvidar que conquanto destine-seeminentemente 8 busca da cura da patologia que aflige o inimputvel a medida de seguranccedila

possui sem d4vida caracteriacutesticas que a assemel$am em muito 8s penas convencionais

Gatildeo se est a referir aqui aos requisitos para cominaccedilatildeo das medidas de seguranccedila quetambm estatildeo em relaccedilatildeo muito estreita com as penas sendo exigida a prtica de fato tiacutepico e

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antijuriacutedico a inexistecircncia de causas extintivas de punibilidade etc mas sim 8s circunstJncias emque satildeo cumpridas merecendo relevo a questatildeo da privaccedilatildeo da liberdade no caso das medidas deinternaccedilatildeo compulsria

inda numa apreciaccedilatildeo direta da concreccedilatildeo ftica relativa 8 questatildeo cumpre referir que os

$ospitais de custdia e tratamento psiquitrico possuem no mais das vees estruturas defuncionamento claudicantes e deficitrias de todo incompatiacutevel com o alcance de um tratamentoeficiente emais disso relevante destacar que quando da aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila oinimputvel sujeito 8 jurisdiccedilatildeo da justiccedila penal

or estas ra3es natildeo se pode deixar de recon$ecer a correccedilatildeo em se atribuir naturea punitiva8s medidas de seguranccedila ainda que natildeo se exclua a sua finalidade terapecircutica donde c$egar 8inarredvel conclusatildeo de que as medidas de seguranccedila possuem naturea mista ossuindo natureamista de se recon$ecer efetivamente a impossibilidade de se executar medida de seguranccedila portempo indeterminado sob pena de consagrar-se como consabido a pena de carter perptuoabolida do ordenamento juriacutedico nacional

emais disso se um limite $ de ser observado este limite $ de ser o fixado para ocumprimento das penas em geral natildeo $avendo que se falar em observJncia dos praos cominadosaos crimes em abstrato Csto porque o que fundamenta a existecircncia da medida de seguranccedila a

periculosidade do agente e natildeo a gravidade em abstrato do crime rectius fato tiacutepico e antijuriacutedicona medida em que l$e falta a culpabilidade esta forma utiliar-se como parJmetro decumprimento da medida de seguranccedila a pena em abstrato que seria cominada ao agente se fosseeste imputvel consagraria a subversatildeo dos fundamentos que a legitimam

1 Kuestatildeo da 9ontinuaccedilatildeo do Fratamento

9omo visto atribuir 8 medida de seguranccedila prao indeterminado equivaleria a convertecirc-la em pena de carter perptuo raatildeo pela qual $ de ser-l$e fixado o prao mximo de 0 trinta anosFodavia natildeo se pode perder de vista o fato de que ao trmino da execuccedilatildeo da medida de seguranccedilao inimputvel pode necessitar continuar o tratamento que l$e fora imposto por determinaccedilatildeo

judicial

)aovel recon$ecer-se que malgrado natildeo possa subsistir a medida de seguranccedila que l$e foraimposta sob pena de afronta a direitos fundamentais que l$e satildeo assegurados deva o Hudicirioresguardar a manutenccedilatildeo ou busca da $igide psiacutequica do inimputvel em casos que tais )elevantesalientar que a questatildeo a ser apreciada a necessidade de continuaccedilatildeo do tratamento em benefiacutecio

do prprio inimputvel que neste caso dever necessitar dele

esta forma argumentos atinentes 8 subsistecircncia da periculosidade do agente natildeo poderatildeo ser considerados senatildeo como consectrios da questatildeo crucial que ser a necessidade da continuaccedilatildeo dotratamento psiquitrico como forma de resguardar ou alcanccedilar a integridade fiacutesica e moral doinimputvel e sobretudo a sua $igide psiacutequica

Subtrair-se o julgador a tal decisatildeo seria a consagraccedilatildeo da afronta aos direitos elementares do portador de patologia mental at entatildeo sob a tutela estatal Sem embargo considerar finda a medidade seguranccedila para simplesmente encamin$ar ao conviacutevio social uma pessoa que necessita doamparo e tratamento psiquitrico para a prtica de atos por vees os mais simplrios da vida em

sociedade atitude que natildeo se pode conceber

Sem receio de incorrer no bvio ululante relevante deixar consignado que a

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

Page 5: Fábio Araújo - Prazos Das Medidas de Segurança

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derredor deste tema5 a primeira dispondo que efetivamente natildeo $ que se falar em prao mximo para o cumprimento da medida de seguranccedila pois esta $ de perdurar at a cessaccedilatildeo da periculosidade do agente o que de regra coincide com o trmino da doenccedila ou perturbaccedilatildeo dasa4de mental que o afligeD para a segunda corrente a medida de seguranccedila deveria possuir lapsotemporal adstrito a limites estabelecidos previamente sob pena de se consagrar por via transversa

a institucionaliaccedilatildeo da pena de carter perptuo

9omo se vecirc o ponto crucial do embate circunscreve-se 8 naturea da medida de seguranccedilaCsto porque uma ve recon$ecido o carter punitivo da referida medida o dispositivo da legislaccedilatildeo

penal que prevecirc prao indeterminado sem fixar limite quantitativo do cumprimento da medidaestaria afrontando o dispositivo constitucional que proscreve a existecircncia das penas de carter

perptuo 9omo bvio se natildeo $ouver limite de pena a medida perduraria at findar-se a patologiae sendo certo que esta pode ser incurvel a medida de seguranccedila estender-se-ia at o fim daexistecircncia do inimputvel consagrando a medida de naturea perptua

e outro lado aqueles que sufragam a impossibilidade de se fixar limite temporal 8 medida

de seguranccedila devendo ser cumprida a medida por prao indeterminado at quando terminar adoenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental natildeo negam a possibilidade de que esta ven$a a possuircarter perptuo 9ontra-argumentam contudo que natildeo se trataria de uma pena de carter perptuo

porquanto a medida de seguranccedila possui naturea terapecircutica e natildeo punitiva natildeo $avendo que sefaer confusatildeo entre os institutos

Gatildeo ser demasiado ressaltar que a primeira das teses se subdivide em duas vertentes5 a primeira perfil$a o entendimento de que o limite temporal das medidas de seguranccedila aquelecominado em abstrato para a execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade 0 trinta anos art A do9digo enalD a segunda vertente sustenta a posiccedilatildeo de que o limite a ser obedecido aquelecominado em abstrato ao fato especiacutefico praticado pelo inimputvel se acaso imputvel fosseesta forma cometido $omiciacutedio simples por um inimputvel natildeo poderia por exemplo a medidade seguranccedila de internaccedilatildeo em $ospital de custdia e tratamento psiquitrico perdurar por praosuperior a 70 vinte anos art 171 caput 9

H natildeo novidade que o Supremo Fribunal +ederal acol$eu a primeira das tesesrecon$ecendo a naturea punitiva da medida de seguranccedila e fixando-l$e o limite temporal das

penas 02 Go bojo deste precedente o Iin Sep4lveda ertence assevera em seu votoexpressamente que 6ao vedar as penas de caraacuteter perpeacutetuo quis a Constituiccedilatildeo de 1988 (art 5ordm

X $ se referir s sanccedilampes penais e dentre eas situamse as medidas de se)uranccedila6 Iais querecon$ecer o limite temporal das medidas de seguranccedila sob pena de consagrar-se a adoccedilatildeo da pena

de carter perptuo determinou expressamente o SF+ que este limite deve coincidir com aquele preconiado 8 execuccedilatildeo das penas privativas de liberdade insculpido no art A do 9

Go que concerne 8 delimitaccedilatildeo do lapso temporal atinente ao cumprimento das medidas deseguranccedila aderimos ao entendimento consagrado pelo SF+

9om efeito no que concerne 8 atribuiccedilatildeo da naturea da medida de seguranccedila se terapecircutica punitiva ou mista $ de ser considerada natildeo apenas a abstraccedilatildeo normativa mas tambm aconcreccedilatildeo da realidade ftica Gestes termos natildeo se pode olvidar que conquanto destine-seeminentemente 8 busca da cura da patologia que aflige o inimputvel a medida de seguranccedila

possui sem d4vida caracteriacutesticas que a assemel$am em muito 8s penas convencionais

Gatildeo se est a referir aqui aos requisitos para cominaccedilatildeo das medidas de seguranccedila quetambm estatildeo em relaccedilatildeo muito estreita com as penas sendo exigida a prtica de fato tiacutepico e

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antijuriacutedico a inexistecircncia de causas extintivas de punibilidade etc mas sim 8s circunstJncias emque satildeo cumpridas merecendo relevo a questatildeo da privaccedilatildeo da liberdade no caso das medidas deinternaccedilatildeo compulsria

inda numa apreciaccedilatildeo direta da concreccedilatildeo ftica relativa 8 questatildeo cumpre referir que os

$ospitais de custdia e tratamento psiquitrico possuem no mais das vees estruturas defuncionamento claudicantes e deficitrias de todo incompatiacutevel com o alcance de um tratamentoeficiente emais disso relevante destacar que quando da aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila oinimputvel sujeito 8 jurisdiccedilatildeo da justiccedila penal

or estas ra3es natildeo se pode deixar de recon$ecer a correccedilatildeo em se atribuir naturea punitiva8s medidas de seguranccedila ainda que natildeo se exclua a sua finalidade terapecircutica donde c$egar 8inarredvel conclusatildeo de que as medidas de seguranccedila possuem naturea mista ossuindo natureamista de se recon$ecer efetivamente a impossibilidade de se executar medida de seguranccedila portempo indeterminado sob pena de consagrar-se como consabido a pena de carter perptuoabolida do ordenamento juriacutedico nacional

emais disso se um limite $ de ser observado este limite $ de ser o fixado para ocumprimento das penas em geral natildeo $avendo que se falar em observJncia dos praos cominadosaos crimes em abstrato Csto porque o que fundamenta a existecircncia da medida de seguranccedila a

periculosidade do agente e natildeo a gravidade em abstrato do crime rectius fato tiacutepico e antijuriacutedicona medida em que l$e falta a culpabilidade esta forma utiliar-se como parJmetro decumprimento da medida de seguranccedila a pena em abstrato que seria cominada ao agente se fosseeste imputvel consagraria a subversatildeo dos fundamentos que a legitimam

1 Kuestatildeo da 9ontinuaccedilatildeo do Fratamento

9omo visto atribuir 8 medida de seguranccedila prao indeterminado equivaleria a convertecirc-la em pena de carter perptuo raatildeo pela qual $ de ser-l$e fixado o prao mximo de 0 trinta anosFodavia natildeo se pode perder de vista o fato de que ao trmino da execuccedilatildeo da medida de seguranccedilao inimputvel pode necessitar continuar o tratamento que l$e fora imposto por determinaccedilatildeo

judicial

)aovel recon$ecer-se que malgrado natildeo possa subsistir a medida de seguranccedila que l$e foraimposta sob pena de afronta a direitos fundamentais que l$e satildeo assegurados deva o Hudicirioresguardar a manutenccedilatildeo ou busca da $igide psiacutequica do inimputvel em casos que tais )elevantesalientar que a questatildeo a ser apreciada a necessidade de continuaccedilatildeo do tratamento em benefiacutecio

do prprio inimputvel que neste caso dever necessitar dele

esta forma argumentos atinentes 8 subsistecircncia da periculosidade do agente natildeo poderatildeo ser considerados senatildeo como consectrios da questatildeo crucial que ser a necessidade da continuaccedilatildeo dotratamento psiquitrico como forma de resguardar ou alcanccedilar a integridade fiacutesica e moral doinimputvel e sobretudo a sua $igide psiacutequica

Subtrair-se o julgador a tal decisatildeo seria a consagraccedilatildeo da afronta aos direitos elementares do portador de patologia mental at entatildeo sob a tutela estatal Sem embargo considerar finda a medidade seguranccedila para simplesmente encamin$ar ao conviacutevio social uma pessoa que necessita doamparo e tratamento psiquitrico para a prtica de atos por vees os mais simplrios da vida em

sociedade atitude que natildeo se pode conceber

Sem receio de incorrer no bvio ululante relevante deixar consignado que a

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

Page 6: Fábio Araújo - Prazos Das Medidas de Segurança

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antijuriacutedico a inexistecircncia de causas extintivas de punibilidade etc mas sim 8s circunstJncias emque satildeo cumpridas merecendo relevo a questatildeo da privaccedilatildeo da liberdade no caso das medidas deinternaccedilatildeo compulsria

inda numa apreciaccedilatildeo direta da concreccedilatildeo ftica relativa 8 questatildeo cumpre referir que os

$ospitais de custdia e tratamento psiquitrico possuem no mais das vees estruturas defuncionamento claudicantes e deficitrias de todo incompatiacutevel com o alcance de um tratamentoeficiente emais disso relevante destacar que quando da aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila oinimputvel sujeito 8 jurisdiccedilatildeo da justiccedila penal

or estas ra3es natildeo se pode deixar de recon$ecer a correccedilatildeo em se atribuir naturea punitiva8s medidas de seguranccedila ainda que natildeo se exclua a sua finalidade terapecircutica donde c$egar 8inarredvel conclusatildeo de que as medidas de seguranccedila possuem naturea mista ossuindo natureamista de se recon$ecer efetivamente a impossibilidade de se executar medida de seguranccedila portempo indeterminado sob pena de consagrar-se como consabido a pena de carter perptuoabolida do ordenamento juriacutedico nacional

emais disso se um limite $ de ser observado este limite $ de ser o fixado para ocumprimento das penas em geral natildeo $avendo que se falar em observJncia dos praos cominadosaos crimes em abstrato Csto porque o que fundamenta a existecircncia da medida de seguranccedila a

periculosidade do agente e natildeo a gravidade em abstrato do crime rectius fato tiacutepico e antijuriacutedicona medida em que l$e falta a culpabilidade esta forma utiliar-se como parJmetro decumprimento da medida de seguranccedila a pena em abstrato que seria cominada ao agente se fosseeste imputvel consagraria a subversatildeo dos fundamentos que a legitimam

1 Kuestatildeo da 9ontinuaccedilatildeo do Fratamento

9omo visto atribuir 8 medida de seguranccedila prao indeterminado equivaleria a convertecirc-la em pena de carter perptuo raatildeo pela qual $ de ser-l$e fixado o prao mximo de 0 trinta anosFodavia natildeo se pode perder de vista o fato de que ao trmino da execuccedilatildeo da medida de seguranccedilao inimputvel pode necessitar continuar o tratamento que l$e fora imposto por determinaccedilatildeo

judicial

)aovel recon$ecer-se que malgrado natildeo possa subsistir a medida de seguranccedila que l$e foraimposta sob pena de afronta a direitos fundamentais que l$e satildeo assegurados deva o Hudicirioresguardar a manutenccedilatildeo ou busca da $igide psiacutequica do inimputvel em casos que tais )elevantesalientar que a questatildeo a ser apreciada a necessidade de continuaccedilatildeo do tratamento em benefiacutecio

do prprio inimputvel que neste caso dever necessitar dele

esta forma argumentos atinentes 8 subsistecircncia da periculosidade do agente natildeo poderatildeo ser considerados senatildeo como consectrios da questatildeo crucial que ser a necessidade da continuaccedilatildeo dotratamento psiquitrico como forma de resguardar ou alcanccedilar a integridade fiacutesica e moral doinimputvel e sobretudo a sua $igide psiacutequica

Subtrair-se o julgador a tal decisatildeo seria a consagraccedilatildeo da afronta aos direitos elementares do portador de patologia mental at entatildeo sob a tutela estatal Sem embargo considerar finda a medidade seguranccedila para simplesmente encamin$ar ao conviacutevio social uma pessoa que necessita doamparo e tratamento psiquitrico para a prtica de atos por vees os mais simplrios da vida em

sociedade atitude que natildeo se pode conceber

Sem receio de incorrer no bvio ululante relevante deixar consignado que a

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

7252019 Faacutebio Arauacutejo - Prazos Das Medidas de Seguranccedila

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

Page 7: Fábio Araújo - Prazos Das Medidas de Segurança

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imprescindibilidade do tratamento dever ser constatada por laudo mdico devidamentefundamentado documento idLneo a embasar a decisatildeo judicial aps oportuniar-se regularmente 8s

partes a manifestaccedilatildeo acerca do seu teor

+ixadas estas premissas quais sejam a existecircncia de um limite temporal para as medidas de

seguranccedila e a possibilidade de se determinar a continuaccedilatildeo do tratamento psiquitrico j iniciadoaps o advento deste limite imp3e-se a questatildeo de se saber em que termos e condiccedil3es essacontinuaccedilatildeo ocorreria

amp SF+ enfrentou a questatildeo no mesmo precedente em que deixou consignada a obediecircncia ao prao de 0 trinta anos para as medidas de seguranccedila Ga oportunidade asseverou referidoFribunal que cessada a medida de seguranccedila dever-se-ia proceder na forma do art =7 M 7N do9digo de rocesso enal ao processo de interdiccedilatildeo civil do paciente no juiacuteo competente naconformidade dos arts 1Alt e segs do 9digo 9ivil )estou consignado ainda no clebre

precedente que at que fosse efetivado o referido procedimento deveria ser a paciente mantida no$ospital em que se encontrava por forccedila da liminar anteriormente deferida que determinava a

continuaccedilatildeo do tratamento em $ospital psiquitrico da rede p4blica

e antematildeo convm esclarecer que a decisatildeo adotada pelo Supremo Fribunal +ederal possuimritos incontestes dentre os quais o recon$ecimento do trmino da tutela penal aps a cessaccedilatildeo damedida de seguranccedila Sem embargo em que pese o voto do Iinistro Sep4lveda ertence aludirexpressamente 8 6incontroversa persist+ncia da pericuosidade da paciente6 recon$eceu que otrmino da medida de seguranccedila face o advento do lapso temporal de 0 trinta anos possui ainarredvel conseqOecircncia de extinguir a tutela penal na medida em que determina a decisatildeo emapreccedilo a remessa do tratamento 8 esfera ciacutevel

Fodavia com a devida vecircnia ao entendimento esposado pelos cultos Iinistros no precedenteem comento perfil$amos o entendimento repudiado na decisatildeo de que ao inimputvel em casosque tais possiacutevel determinar-se a internaccedilatildeo em $ospital da rede p4blica para que seja continuadoo tratamento psiquitrico de que necessite 9omo j asseverado permitir o julgador em taiscondiccedil3es que o inimputvel retorne ao conviacutevio social sem que possua miacutenimo suporte para tantoconsagraria violaccedilatildeo a direitos basilares Gesta senda temos que determinar a continuaccedilatildeo dotratamento em $ospital especialiado alm de possuir o mrito de retirar a tutela penal aoinimputvel possibilita de forma efetiva a realiaccedilatildeo de um tratamento psiquitricoimprescindiacutevel

7 rao Iximo ara Semi-Cmputveis

9onquanto natildeo nos seja estran$a a opiniatildeo dissonante reputamos que no que concerne aosemi-imputvel os mesmos fundamentos $atildeo de se faer presentes devendo ser observada acontinuidade do tratamento em $ospital especialiado 9onsoante j asseverado aos semi-imputveis aplica-se a pena dentre os parJmetros cominados em abstrato para o delito diminuiacutedade um a dois terccedilos por meio de sentenccedila penal condenatria penas na $iptese de necessitar ocondenado de especial tratamento curativo ser a pena convertida em medida de seguranccedila

Fendo em vista estas disposiccedil3es tende a doutrina a adotar por parJmetro quando daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila o limite da pena originalmente cominada esta forma se osemi-imputvel foi condenado a uma pena de 0 cinco anos natildeo se poderia compeli-lo a cumprir

uma medida de internaccedilatildeo at o limite mximo de 0 trinta anos ou pior prao indeterminadoconforme disp3e o 9digo enal

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

7252019 Faacutebio Arauacutejo - Prazos Das Medidas de Seguranccedila

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

pgtgt

0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

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)eputamos correto o entendimento acima esposado 9om efeito natildeo se pode perder de vistaque quando da cominaccedilatildeo da sanccedilatildeo penal o condenado possuiacutea parcial imputabilidade raatildeo pelaqual fora adotada como paradigma a culpabilidade do agente e natildeo a sua periculosidade Falconstataccedilatildeo justifica o fato de l$e $aver sido cominada a pena e natildeo a medida de seguranccedila

superveniente necessidade de especial tratamento curativo natildeo desnatura o fato de quequando do cometimento do crime o agente possuiacutea parcial capacidade de entendimento acerca docarter iliacutecito do seu ato e de determinaccedilatildeo conforme este entendimento esta forma asuperveniente imperiosidade do especial tratamento curativo sem que $aja o agente cometidoqualquer ato novo natildeo possui o condatildeo de subverter os fundamentos que legitimam a sanccedilatildeo penaltransmudando-a de culpabilidade para periculosidade

Em suma legitimar esta mudanccedila seria a consagraccedilatildeo do agravamento da sanccedilatildeo penalaplicada ao semi-imputvel pois natildeo custa lembrar a medida de seguranccedila possui tambm carter

punitivo sem que $aja perpetrado qualquer novo ato tiacutepico e antijuriacutedico pela s raatildeo denecessitar por fato superveniente do especial tratamento curativo

esta forma tendo o ru semi-imputvel sido condenado por sentenccedila penal condenatriatransitada em julgada a cinco anos de reclusatildeo o advento da necessidade de especial tratamentocurativo devidamente constatada por laudo mdico aps o transcurso do lapso temporal de 7 doisanos poder converter a pena em medida de seguranccedila at o limite mximo de trecircs anos praomximo previamente estipulado para o cumprimento da pena

Fodavia e ratificando nosso entendimento dever o magistrado ao cabo do prao daexecuccedilatildeo da medida de seguranccedila determinar a continuidade do tratamento em $ospitalespecialiado aps indicaccedilatildeo de laudo mdico neste sentido

4 PRAZO MIacuteNIMO

9omo visto alm de ter sido bastante explorado pela doutrina o precedente do SupremoFribunal +ederal parece ter sedimentado o entendimento acerca do assunto atinente ao praomximo de execuccedilatildeo das medidas de seguranccedila muito embora tpicas dissens3es doutrinriasgrassem na seara penal

Fodavia natildeo se debruccedilaram os penalistas com o mesmo empen$o 8 questatildeo relativa ao prao

miacutenimo de cumprimento da medida de seguranccedila 9omo visto disp3e o 9digo enal que o praomiacutenimo da medida de seguranccedila ser de 1 um a trecircs anos Significa dier que ao sentenciar omagistrado dever absolver o inimputvel que natildeo pode ser condenado e cominar-l$e a medida deseguranccedila fixando-l$e desde j um prao miacutenimo entre os parJmetros mencionados

despeito de permanecer tal disposiccedilatildeo inclume impassiacutevel de criacuteticas mais contundentessufragamos o entendimento de que estabelecer-se previamente este prao miacutenimo de cumprimentocolide com os fundamentos e objetivos almejados pela medida de seguranccedila

Pasta lembrar que a periculosidade o fundamento da manutenccedilatildeo das medidas de seguranccedilaEsta periculosidade encontra-se umbilicalmente associada 8 patologia psiacutequica doenccedila ou

perturbaccedilatildeo da sa4de mental que aflige o inimputvel ampcorre que ao proferir sua sentenccedilaabsolutria imprpria o magistrado de regra natildeo possui elementos de cogniccedilatildeo idLneos a aferir a

possiacutevel manutenccedilatildeo da patologia em comento pelo prao em que se comina a medida de seguranccedila

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

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H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

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Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

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Geste sentido basta destacar que os laudos periciais produidos no incidente de insanidade mentaldeflagrado no curso da instruccedilatildeo adstringem-se a confirmar a inimputabilidade do agente sem que$aja maiores alus3es ao lapso temporal necessrio ou indicado 8 cura da enfermidade

Em resumo na prtica pode ocorrer de o magistrado fixar periacuteodo miacutenimo de trecircs anos de

cumprimento da medida de seguranccedila e ao cabo de menos de 1 um ano $aver sanado a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental que originava a periculosidade do agente 4nica raatildeo para asubsistecircncia da medida de seguranccedila despeito disto assevera a legislaccedilatildeo em apreccedilo que as

periacutecias peridicas destinadas a averiguar a cessaccedilatildeo da periculosidade do inimputvel apenas poderatildeo ser levadas a cabo ao trmino do prao miacutenimo fixado

Gestes termos a manutenccedilatildeo da medida de seguranccedila sem que $aja enfermidade mental e periculosidade a serem tratadas constitui resquiacutecio de uma anacrLnica concepccedilatildeo retributivadissociada por completo dos paradigmas a serem observados quando da implementaccedilatildeo doinstituto

emais disso natildeo se pode olvidar que na prtica estes praos miacutenimos satildeo fixados pelo julgador com supedJneo na gravidade abstrata do delito cometido o que como visto equivocado

Cmperioso destacar ainda que com o advento da reforma psiquitrica institucionaliada coma ediccedilatildeo da ei 10717001 gan$ou reforccedilo a tese ora defendida de que natildeo se pode conceber afixaccedilatildeo dos praos miacutenimos das medidas de seguranccedila ou ao menos consider-los bicesintransponiacuteveis 8 determinaccedilatildeo de periacutecia mdica apta a aferir a insubsistecircncia da periculosidade da

pessoa submetida 8 medida de seguranccedila sobretudo a de internaccedilatildeo

e antematildeo convm esclarecer que referida ei sob a influecircncia do movimentoantimanicomial que por seu turno se pauta na antipsiquiatria positivou a tese de que a medida deseguranccedila de internaccedilatildeo adstringe-se a casos excepcionais consagrando a necessidade de afericcedilatildeocasuiacutestica natildeo apenas da periculosidade do inimputvel mas da viabilidade de sua recuperaccedilatildeomediante a adoccedilatildeo da internaccedilatildeo em qualquer circunstJncia 0A2

Go que concerne especificamente 8 medida de seguranccedila de internaccedilatildeo mais relevante ainda o fato de a ei em apreccedilo condicionar sua existecircncia a uma utilidade terapecircutica determinandoexpressamente que se natildeo realiar internaccedilatildeo quando os recursos extra-$ospitalares se mostraremsuficientes art gtN caput figura-se raovel constatar destarte que estabelecer previamente um

prao miacutenimo a ser observado para o cumprimento da medida de seguranccedila conflita com estadisposiccedilatildeo na medida em que uma ve dissipada a doenccedila ou perturbaccedilatildeo da sa4de mental j natildeo

subsistem ra3es que legitimem a internaccedilatildeo porquanto inexistente qualquer utilidade terapecircuticaEstabelecidas essas premissas podemos reiterar que a medida de seguranccedila em casos que tais estimbuiacuteda de um ranccedilo retributivo

5CONCLUSES

Em conclusatildeo do que foi exposto podemos asseverar que5 i as medidas de seguranccedila a parda sua naturea terapecircutica possuem tambm atributos punitivos constituindo verdadeirasmodalidades de sanccedilatildeo penalD ii tendo em vista esta punitividade que l$e subjacente 8 medida

de seguranccedila $ de ser aplicado um limite temporal mximo sob pena de se consagrar uma pena decarter perptuo vedada pela 9onstituiccedilatildeo +ederalD iii este limite temporal deve ser aquele fixado

para o cumprimento das penas privativas de liberdade 0 trinta anos e natildeo aquele cominado em

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 10 set 700A

P)FF lessandro Criminoo)ia cr-tica e cr-tica do direito pena introduccedilatildeo 8sociologia do direito penal Fraduccedilatildeo5 Huare 9irino dos Santos ed )io de Haneiro5 )evan 7007

PEGFVI HeremW eoria das penas e)ais e tratado dos sofismas po-ticos Fraduccedilatildeo5)oselene 9 S ampliveira Satildeo aulo5 Edijur 7007

P)GXamp 9ludio eoria ur-dica do crime 7 ed )io de Haneiro5 +orense 700

+E))HampC uigi 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et al 7 ed Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700

+E))C Enrico 2rinc-pios de direito crimina o criminoso e o crime Fraduccedilatildeo5 ui deemos Zampliveira 9ampinas5 )ussell 700

+ampB9BF Iic$el 3ist4ria da oucura Fraduccedilatildeo5 Hos Feixeira 9oel$o gted Satildeoaulo5erspectiva 1ltlt

H9ampPCG aulo 0ireito pena da oucura medida de seguranccedila e reforma psiquitrica

rtigo publicado no Poletim dos rocuradores da )ep4blica nN A0 isponiacutevel em

$ttp5[[[anprorgbrboletim cesso em5 7gt jul 700A

KBEC)ampY aulo 0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700

FSSE del El edida de se)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no PrasilCn 9BGV )ogrio Sanc$es org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena

Salvador5 Husodivm 700

N$amp

016Kuero dier que a pena natildeo serve apenas para prevenir os delitos injustos mas igualmente asinjustas puniccedil3es ]em ameaccedilada e infligida natildeo apenas ne peccetur mas tambm ne punietur

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

Satildeo aulo5 )evista dos Fribunais 700 p 0lt 07ssevera contudo aulo Kueiro5 6Fampouco cabe dier que as penas tecircm naturearetributivo-preventiva e as medidas de seguranccedila tecircm naturea s preventiva rimeiro porque peloque j se disse tanto as penas quanto as medidas de seguranccedila pressup3em fato tiacutepico iliacutecitoculpvel e puniacutevel de modo que desse ponto de vista as medidas de seguranccedila constituemtambm uma retribuiccedilatildeo a uma infraccedilatildeo puniacutevel Segundo porque no essencial as medidas deseguranccedila perseguem os mesmos fins assinalados 8 pena5 prevenir reaccedil3es p4blicas ou privadasarbitrrias contra o criminoso inimputvel prevenccedilatildeo geral e prevenir a reiteraccedilatildeo de crimesprevenccedilatildeo especial6 (0ireito pena parte geral ed Satildeo aulo5 Saraiva 700 p gt77

0 Gatildeo demasiado ressaltar todavia que militam em favor do inimputvel as causasexcludentes da culpabilidade que natildeo estejam diretamente ligadas 8 imputabilidade penal taiscomo a coaccedilatildeo moral irresistiacutevel a obediecircncia 8 ordem $ierrquica a embriague completadecorrente do fortuito ou da forccedila maior etc 9aso assim natildeo fosse o inimputvel estaria sujeito atratamento assa gravoso em relaccedilatildeo aos detentores da plena imputabilidade penal

0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

0 6ara (arofalo o criminoso tem a prpria naturea degenerada apresenta deturpaccedilatildeo psicolgica a qual nominou anomaia mora +undamental e inserido na idia de anomalia moral o fato de o critrio para a fixaccedilatildeo da pena ser o proposto com a nomenclatura de temibilidade temibilidade constitui o grau de perversidade ou mal existente no criminoso _ de se observar quea concepccedilatildeo que demanda a consideraccedilatildeo do estado de perigo apresentado pelo delinqOente

influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

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0 V9 =gt71ltS )el Iin Iarco urlio

0A )QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5R$ttp5jus7uolcombrdoutrinatextoaspidT1071U cesso em5 7= nov 700A

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

Informaccedilotildees bibliograacuteficas)onor(e a N+R $3-$ da Assoia0o +rasileira de Nor(as Tnias A+NTamp2 este texto ientio 4ubliado e( 4eri5dioeletr6nio deve ser itado da seguinte or(a-

ARAJ82 Faacutebio Roque da Silva 9raos (ni(o e (aacutexi(oamp das (edidas de segurana JusNavigandi2 Teresina2 ano 1$2 n 1732 abr $ is4onvel e(-lt=tt4-gtgtjus$uolo(brgtdoutrinagttextoas4id1111B Aesso e(- abr $

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abstrato para cada espcie delituosa porquanto as medidas de seguranccedila fundamentam-se na periculosidade do agente e natildeo na gravidade do delitoD iv ultrapassado o limite mximo paracumprimento da medida de seguranccedila e subsistentes ra3es que indiquem a imprescindibilidade dotratamento terapecircutico deve o magistrado determinar sua continuaccedilatildeo em $ospital especialiadocessada a tutela penal sobre o inimputvelD v o mesmo tratamento $ de ser aplicado ao semi-

imputvelD vi a existecircncia de prao miacutenimo para o cumprimento das medidas de seguranccedilaencontra-se em descompasso com a resposta estatal almejada aos atos praticados pelosinimputveis consagrando resquiacutecio retributivo natildeo albergado pelos princiacutepios que orientaram areforma psiquitrica positivada pela ei 10717001

REERNCIAS ILIOGRAacuteICAS

)QHamp +bio )oque da Silva edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus Gavigandi Feresina ano 11 n 1gtltgt gt ago 700A isponiacutevel em5

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influenciou o ireito enal contemporJneo sendo desenvolvida com o nome de pericuosidadedel El Fasse edida de 7e)uranccedila reflex3es sobre o sistema adotado no Prasil in )ogrioSanc$es 9un$a org eituras Compementares de 6ecuccedilatildeo 2ena Salvador5 Husodivm 700

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Sobre o autor

Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

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Futela natildeo apenas a pessoa do ofendido mas do mesmo modo o delinqOente contra reaccedil3esinformais p4blicas ou privadas Gesta perspectiva a pena ^^miacutenima necessria^^ de que falavam osiluministas compreendido ^^pena^^ no sentido genrico de reaccedilatildeo aflitiva a uma ofensa natildeo apenasum meio constituindo ela prpria um fim qual seja aquele da minimiaccedilatildeo da reaccedilatildeo violenta aodelito6 0ireito e raatildeo teoria do garantismo penal Fraduccedilatildeo5 na aula Yomer Sica et lii 7 ed

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0gt despeito da literalidade do art ltA do 9digo enal 67e o a)ente for inimputaacuteve o ui

determinaraacute sua internaccedilatildeo (art $ 7e todavia o fato previsto como crime for pun-ve com

detenccedilatildeo poderaacute o ui sumet+o a tratamento amuatoria 62 sufragamos o entendimento de quea cominaccedilatildeo da medida de seguranccedila natildeo deve levar em consideraccedilatildeo a gravidade em abstrato dodelito senatildeo a periculosidade do agente e sobretudo a eficcia do tratamento devendo a internaccedilatildeoser utiliada residualmente quando laudo mdico circunstanciado a indicar como mel$or tratamentoa ser utiliado ao inimputvel cf nosso edida de se)uranccedila5 carter residual da internaccedilatildeo Hus

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Faacutebio Roque da Silva Arauacutejo E-mail E + $amp$

Sobre o textoTexto inserido no Jus Navigandi nordm173 $amplaborado e( 1$$7

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