experiência portuguesa para repositório europeu de produtos

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Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos Ecológicos da Construção Agência Portuguesa do Ambiente Dezembro de 2014

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Page 1: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

Experiência Portuguesa

para Repositório Europeu de Produtos Ecológicos da Construção

Agência Portuguesa do Ambiente

Dezembro de 2014

Page 2: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

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Elaborado por

Clara Lopes – Agência Portuguesa do Ambiente (APA, I.P.)

Agradecimentos

Victor Ferreira – Plataforma Construção Sustentável (cluster Habitat)

António Oliveira, Célia Silva, Cândida Pires, Melo Arruda e Vitor Semeano – Direção-Geral das

Atividades Económicas (DGAE)

Isabel Moura, Carla Gonçalves, Ana Sofia Vaz, Isabel Lico, Ana Cristina Carrola, Ana Lúcia Cruz,

Tiago Seabra – Agência Portuguesa do Ambiente (APA, I.P.)

João Barroso e Tiago Leite – Entidade dos Serviços Partilhados da Administração Pública (eSPap)

Paulo Partidário e Paula Trindade – Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)

Luís Ferreira – Agência Nacional de Inovação (ANI)

José de Matos - Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC)

Hugo Borrego e José Manuel Andrade – Grupo Amorim, SA (Amorim Cork e AISOL)

Cristina Francisco – Painel 2000

José Ávila & Sousa – Grupo Preceram

Maria Helena Oliveira – Revigrés, Lda.

Paulo Ribeiro – Sofalca/Isocor

Ana Cristina Pacheco e Jorge Pombo – Imperalum

Graça Cáceres – MJO

Lucília Tavares e Ana Sousa – Sonae Indústria (SIR e PCDM)

Page 3: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

3

Sumário executivo

O projeto ECOPOL propôs-se desenvolver ações-conjuntas para implementação pelos países

parceiros instrumentos do lado da procura que pudessem funcionar como estímulo ao

desenvolvimento de mercados inovadores. O instrumento político europeu eleito para ensaio

foram as Compras Públicas Ecológicas. O setor de mercado especialmente observado foi o setor

da construção.

A dimensão (e multiplicidade) das barreiras identificadas na ação-conjunta “Estimular a Adoção

de Compras Públicas Ecológicas no Setor da Construção” recomendou trabalhos adicionais não

compatíveis com a duração do projeto, não tendo sido alcançados os objetivos inicialmente

definidos pelo consórcio. A participação portuguesa nesta ação-conjunta permitiu iniciar um

trabalho de aproximação entre a oferta e a procura nacional que contribuiu para o

desenvolvimento de abordagens consistentes para o encontro de soluções de reconhecimento

do desempenho do fornecimento por parte do comprador público.

Esta experiência é apresentada no presente relatório. Realça o processo desenvolvido entre as

partes interessadas (entidades públicas vs representantes do setor) na procura de um caminho

comum, consensual e efetivo para ultrapassar barreiras identificadas à demonstração de

conformidade dos produtos de construção segundo os requisitos ecológicos. Colhendo o

benefício da análise de lacunas nacionais para Compras Públicas Ecológicas, feita em simultâneo

pelo projeto ECOPOL, reforçarem a necessidade de Portugal investir em ferramentas de suporte

ao comprador público para compras ecológicas (sociais e de inovação), os resultados desta

experiência prosseguiu para o alargamento do debate e, subsequentemente, para a

incorporação das aprendizagens obtidas em proposta de guia experimental para compradores

públicos (nível organizacional), a ser testado em projeto de um ano.

O guia é orientado para os técnicos das compras, com recomendações para o desenvolvimento

de sinergias dentro da organização que potenciem o uso do conhecimento técnico interno para

a completude da proposta de repositório a servir de suporte à decisão na opção de compra. É

proposto para ser editado em formato eletrónico e desenvolvido na plataforma da APA, I.P. (e-

guia), sujeito a testes de validação pelas entidades ECOPOL e, em fase pós teste, promovido o

seu uso generalizado via disponibilização pública e a dinamização da sua aplicação pelo público-

alvo em espaço web de partilha de experiências e resultados para melhoria contínua.

Page 4: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

4

Sumário executivo ....................................................................................................................... 3

Enquadramento ............................................................................................................................ 5

1 - Ação-conjunta ECOPOL: Estimular a adoção de CPE no setor da Construção ......................... 5

2 - A experiência Portuguesa para um Repositório Europeu de Produtos Ecológicos da

Construção .................................................................................................................................... 8

2.1 CPE em PT e o setor da construção ................................................................................ 8

2.2 Estruturação PT para especificações ecológicas ........................................................... 9

2.3 Repositório ECOPOL vs produtos de construção fabricados em PT ............................ 13

2.4 Conclusões da experiência PT....................................................................................... 15

3 - Desenvolvimentos subsequentes .......................................................................................... 15

3.1 Valia dum repositório CPE para a fileira habitat ......................................................... 16

3.2 Trabalhos preparatórios para guia de compradores CPE ........................................... 17

Anexos ......................................................................................................................................... 21

Anexo I – Base de trabalho para critérios CPE de referência ............................................ 22

Anexo II – Documentação-base para fabricantes .............................................................. 23

Anexo III – Critérios para CPE e respetivos meios de prova REACH e CLP ........................ 29

Anexo IV – Aproximação ao mercado ................................................................................ 30

Anexo V – Quadro-súmula dos elementos de suporte à identificação dos produtos PT

candidatos a repositório ECOPOL ...................................................................................... 32

Anexo VI – Quadro-súmula de status de produtos PT face a requisitos CPE em

repositório ECOPOL ............................................................................................................ 33

Page 5: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

Enquadramento

O presente relatório consubstancia os resultados dos trabalhos desenvolvidos a nível nacional

no âmbito da ação-conjunta “Estimular a Adoção de Compras Públicas Ecológicas no Setor da

Construção”, uma das iniciativas “Preparação de implementações conjuntas de instrumentos do

lado da procura” do projeto ECOPOL1, coordenada pelo parceiro austríaco (LEV2) e desenvolvida

para o universo dos países parceiros3.

Enquadrados na dinâmica introduzida pelo projeto (cf. 1), conduziram ao desenvolvimento de

uma abordagem aplicável às especificidades nacionais (cf. 2) e à obtenção de resultados

preliminares que contextualizam as propostas de desenvolvimentos futuros para o alcance da

desejada prática (cf. 3).

1 - Ação-conjunta ECOPOL: Estimular a adoção de CPE no setor da Construção

O objetivo da ação-conjunta foi disponibilizar informação harmonizada para a verificação pelos

compradores públicos da conformidade da oferta para quatro grupos de produtos da construção

CPE previamente qualificados como ecológicos a nível da UE4. O fim último da ação era o

alargamento das oportunidades de mercado para uma oferta sustentável internacionalizada,

através da facilitação ao comprador público de informação segura e confiável para a promoção

da opção pela aquisição ecológica.

A comparação e benchmarking das práticas para critérios CPE de produtos de construção em

uso pelos países parceiros revelou práticas e consciência diferenciadas para compras

sustentáveis nos 6 países parceiros, decorrentes de diferentes abordagens na implementação

das orientações voluntárias da UE para a melhoria do desempenho ambiental dos contratos

públicos.

Tomando como referência as especificações CPE-UE do módulo prático do GPPtoolkit5 , foi

ensaiada uma proposta de repositório que pudesse servir de guia às entidades públicas

adjudicantes no espaço europeu. Na tentativa de, à partida, aumentar a amostra de oferta

potencialmente qualificada para resposta a CPE, e atendendo à recente obrigatoriedade de

consideração do requisito básico relativo ao uso sustentável dos recursos no processo de

Marcação CE6, foi dada atenção especial às formas de prova de cumprimento deste requisito

para os produtos de construção - as declarações ambientais do produto tipo III (DAP),

ferramentas enquadradas pela ISO14040 e a EN15804 que têm por base a avaliação de ciclo de

vida. Embora o uso de DAP não esteja ainda muito difundido na Europa, o carácter de

obrigatoriedade que é previsto ganhar no espaço europeu cria expetativas quanto ao papel de

driver ecológico que poderá ter se puderem vir a ser utilizadas como comprovativo de

desempenho ambiental de um produto sustentável que verifique os critérios e abordagens CPE-

UE.

1 http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=928&sub2ref=1142&sub3ref=1153 2 www.lev.at 3 Alemanha, Áustria (região Styria), Finlândia (Lati),Grécia (Attica), Portugal e Suécia. 4 ‘Windows, Glazed Doors and Skylights’/‘Janelas, portas envidraçadas e claraboias’; ‘Thermal insulation’/‘Isolamento térmico’; ‘Hard floor-coverings’/‘Revestimentos duros para pavimentos’ e ‘Wall Panels’/‘Painéis interiores de parede (gesso e madeira)‘. 5 http://ec.europa.eu/environment/gpp/second_set_en.htm 6 Introduzida pelo Regulamento Europeu dos Produtos da Construção (RE 305/2011) e em aplicação desde 01.07.2013, ver http://ec.europa.eu/enterprise/sectors/construction/index_en.htm)

Page 6: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

6

Em abordagem bottom-up (a partir do produto) e para uma meta de 120 fichas de produtos de

exportação (20 fichas de produtos por cada país do consórcio) com os seguintes dados:

• Informação de produto: nome do produto, descrição, produtor, origem;

• Declaração de produto: documentação (rótulo7, auto - declaração8, DAP9, declaração

equivalente10), compatibilidade ambiental (demonstrativo e justificação), referência;

• Correspondência com critérios CPE (fundamentais e complementares): avaliação geral,

avaliação detalhada.

Foram reunidas 66 fichas de produtos em circulação nos mercados Austríaco, Alemão,

Português e Sueco, sendo 2 destes produtos fabricados fora de países parceiros, nomeadamente

Suíça e Noruega11. Estas fichas, harmonizadas ao nível de resposta requerida pelos critérios CPE-

UE e acompanhadas de documentação (e/ou comentários) justificativa do nível de confiança do

desempenho declarado, permitem verificar que a demonstração de conformidade em CPE é, em

geral, efetuada em acordo com as recomendações CPE-UE. Contudo, sendo a declaração

equivalente um dos elementos de verificação de conformidade admitido que abre espaço a

demonstrativos alternativos aos pré-configurados não ficam, contudo, claras as limitações que

devem ser atendidas à sua aplicação (ou acompanhamento complementar esperado) por forma

a garantir manutenção de confiança do comprador. A expetativa de produzir recomendações

sobre sinergias facilitadoras no uso de instrumentos existentes para a demonstração dessa

conformidade por produtos potencialmente sustentáveis veio a verificar-se tarefa difícil.

Concluiu-se existirem divergências entre critérios (DAP vs DAP e DAP vs CPE) que impedem o

uso direto das DAP (ou outras declarações equivalentes) na verificação de conformidade CPE e

recomendam a sua harmonização (nível UE). O contexto identificado (de não-harmonização de

requisitos base de qualificação de ‘valor ecológico’) veio reforçar barreiras (de benchmark)

identificadas12, nomeadamente:

− enorme variabilidade de abordagem das práticas CPE em uso para produtos da construção,

tanto ao nível dos produtos prioritários de cada estratégia como dos respetivos critérios e

métodos de verificação de conformidade nos fornecimentos, isto é, os critérios ecológicos

nacionais foram elaborados independentes das normas europeias.

− os critérios CPE-UE orientados à eficiência material, em geral associados a critérios de

valoração, têm sido negligenciados, não se apresentando ainda como driver de eco-inovação.

− a demonstração requerida pelas autoridades para oferta ecológica, em geral suportada em

comprovativos de conformidade para CPE (nacionais ou europeus), não está

suficientemente internalizada no mercado e o desempenho ambiental desses mesmos

produtos não assenta em padrões suficientemente comparáveis.

7 ISO14020 tipo 1, é o mais comum nos países ECOPOL, com custos adicionais para os produtores, mas com vantagens conhecidas: garante para consumidor, desenvolvimento de mercado consciente (produto certificado vs convencional) e aumento da competitividade do produtor (compromisso ecológico/responsabilidade ambiental) - Nordic Ecolabel, natureplus, FSC, PEFC, FLEGT,

CITES, ou nacionais, Austrian Ecolabel ou German blue angel 8 ISO14020 tipo 2, normalmente usadas pelo produtor e pelo mercado para pressionar o desempenho ambiental dos produtos 9 ISO14020 tipo 3: ISO14205/todos os produtos e ISO21930/produtos da construção, não garantindo o desempenho ambiental do produto (informação do ciclo de vida não harmonizado) poderá permitir ser utilizado para comparações entre produtos 10 Declarações não certificadas, com procedimento mais robustecido quando a verificação é feita por recurso a bases de dados do desempenho ambiental de produtos (Ökokauf Wien, IBO, Swedish BASTA) ou a prémios ambientais com reconhecimento de nível nacional. 11 http://www.ecopol-project.eu/easydata/customers/ecopol/files/materials/d4.1.2_repository.pdf 12 http://www.ecopol-project.eu/easydata/customers/ecopol/files/materials/d4.1.1_comparison_of_gpp_criteria.pdf

Page 7: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

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Apesar de ter reunido informação válida para desenvolvimentos futuros, o repositório ECOPOL

não inclui ainda referências de qualificação de oferta ecológica que possam ser consideradas

estabilizadas e reconhecidas como de estímulo a mercados eco-inovadores (nível UE) e, em

simultâneo, inspirem confiança para os compradores públicos dos EMs. A falta de harmonização

para referências de qualificação ambiental dos produtos & serviços na UE13, também constatada

em estudo UE de avaliação dos níveis de implementação CPE nos EM14, não permitiu evidenciar

a valia para a eco-inovação do instrumento repositório (nível UE).

Tendo sido, assim, identificada como uma ferramenta potencialmente facilitadora da

demonstração de conformidade, pode igualmente constituir-se como um dos fatores de

desarmonização na implementação no espaço UE. A ECOplatform 15 , plataforma para a

promoção do uso de formato harmonizado para DAP pelo setor da construção Europeu e

reunindo já 11 operadores de programas DAP de 10 países Europeus (6 deles países ECOPOL16),

aponta para caminhos em curso do lado da indústria para fazer face a esta necessidade de

harmonização de requisitos ambientais para que o ‘valor ecológico’ possa fazer sentido no

mercado, podendo vir a ser um excelente veículo para estender a preocupação de harmonização

aos qualificadores dos requisitos CPE. Também a iniciativa UE para o Mercado Único dos

Produtos Ecológicos está a desenvolver metodologias harmonizadas para cálculo da pegada

ambiental de produtos (PEF 17 ) e de organizações (OEF 18 ), na perspetiva de reforçar uma

orientação comum do ciclo de vida em instrumentos europeus determinantes para a política de

produto (GPP, EU Ecolabel, Ecodesign) e de ser articulada com a iniciativa UE orientada a

edifícios sustentáveis19.

O objetivo ECOPOL de desenvolver um guia europeu facilitador da compra ecológica por recurso

ao repositório de oferta pré-qualificada ficou também prejudicado, tendo cada país do consórcio

optado pela produção de guia/orientações que auferissem das aprendizagens do trabalho

desenvolvido. As ações de envolvimento da comunidade dos compradores públicos (seminários)

foram diversas e de forma a servir as necessidades locais (dos países)20. As aprendizagens

reunidas contribuíram para relatórios analíticos com recomendações de ferramentas e métodos

a serem usados para demonstrar a conformidade com os critérios CPE-UE (produtos de

construção) e de desenvolvimento de trabalhos futuros para o aprofundamento dos processos

de harmonização entre critérios-base de sustentabilidade que promovam efetividade a nível das

correspondentes demonstrações de desempenho, os quais se poderão constituir, eles próprios,

como drivers de inovação.

13 A grande diversidade de procedimentos adotados pelos Estados-Membros para a implementação do instrumento voluntário CPE da UE (obrigatório vs voluntário e em aplicação para diferentes grupos de produtos) e a não existência de plataformas europeias com informação sobre produtos de construção que deem resposta aos critérios europeus para CPE, não facilita a disponibilização de informação de suporte ao comprador público em formato comum e harmonizado. 14 http://ec.europa.eu/environment/gpp/studies_en.htm 15 http://www.eco-platform.org/ 16 Do consórcio mãe, Alemanha, Portugal e Suécia, com participação no projeto de repositório ECOPOL, e do consórcio-alargamento, Espanha, Holanda e Polónia. 17 http://ec.europa.eu/environment/eussd/smgp/product_footprint.htm 18 http://ec.europa.eu/environment/eussd/smgp/organisation_footprint.htm 19 http://ec.europa.eu/environment/eussd/buildings.htm 20 http://www.ecopol-project.eu/easydata/customers/ecopol/files/materials/d4.1.3_european_guidance_document.pdf

Page 8: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

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2 - A experiência Portuguesa para um Repositório Europeu de Produtos Ecológicos da Construção

Na fase de comparação e benchmarking da ação-conjunta ECOPOL os parceiros portugueses

depararam-se com a não existência de referências nacionais, decorrentes da Estratégia Nacional

para as Compras Públicas Ecológicas 2008-2010 (ENCPE)21 ou outros, para critérios ambientais

dos grupos prioritários escolhidos – produtos de construção.

Para dar resposta ao desafio de contribuir com produtos fabricados em Portugal para o

Repositório ECOPOL (criar oportunidades para penetração da oferta nacional no mercado CPE

europeu), a equipa ECOPOL PT desenvolveu um método de trabalho próprio assente em

diferentes ‘task forces’ suportadas em trabalho de stakeholders e criadas ao longo do projeto à

medida que as necessidades identificadas o justificavam:

- numa primeira fase entre a APA, a eSPap, o LNEG, o clusterHabitat e a DGAE, para

levantamento das existências nacionais de produtos da construção com certificações

ambientais face às especificações CPE identificação das empresas com produtos nacionais

potencialmente candidatos ao repositório (cf. 2.1 e 2.2);

- numa segunda fase em interlocução direta entre a APA e as empresas selecionadas, para a

obtenção de demonstrativos de conformidade desses produtos com CPE e constituição do

contributo nacional para o repositório europeu (cf. 2.3 e 2.4).

2.1 CPE em PT e o setor da construção

Conforme ENCPE 2008-2010, a definição dos critérios ambientais nacionais 22 até hoje

implementados em Portugal23 é feita por grupos de desenvolvimento de representação alargada,

a partir dos critérios ambientais propostos pela UE 24 e considerando as necessidades de

adaptação à realidade nacional25. Estes não seguem estritamente as recomendações europeias

e só são vinculativos, e com metas definidas, quando aplicáveis a grupos de produtos & serviços

prioritários ENCPE integrados em política de Acordo-quadro (AQ)26. Neste contexto e para o

setor da construção, Portugal considerou como grupo prioritário ENCPE a ‘Conceção e

construção de obras públicas, incluindo iluminação e equipamentos’. As categorias de produtos

de construção selecionadas para a ação-conjunta ECOPOL não constam da ENCPE 2008-2010,

nem há evidências resultantes de iniciativas complementares de política para CPE que tenham

podido contribuir para estabelecer uma base a considerar como critérios ambientais nacionais

para estas categorias de produtos.

Por outro lado, e conforme Relatório de Monitorização ENCPE 2008-2010 [7], para a

implementação dos critérios ambientais aplicáveis ao grupo prioritário PT de construção não foi

estabelecido AQ, pelo que a sua consideração nos contratos públicos ficou remetida às

abordagens adotadas pelas Unidades Ministeriais (compromisso voluntário) em declarações

anuais de compromisso27 para quotas (objetivos 2010). As quotas ministeriais comprometidas

21 http://www.apambiente.pt/index.php?ref=17&subref=154&sub2ref=242 22 Como ‘características que identificam o produto ou serviço com um melhor desempenho ambiental, a adotar conforme aplicável’. 23 http://www.ancp.gov.pt/PT/ComprasPublicas/Pages/Criterios_ecologicos_nos_concursos_a_decorrer.aspx 24 Resultantes de análise científica do produto/serviço e no ciclo de vida dos mesmos. 25 ‘os critérios ambientais a integrar na aquisição de bens e serviços, …, deverão ter em conta o estado da arte do conhecimento,

as características nacionais, quer em termos dos constrangimentos ambientais quer no que respeita às condicionantes de mercado’ 26 http://www.espap.pt/spcp.htm 27 6 Ministérios da Administração Central do Estado (num total de 11).

Page 9: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

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não foram alcançadas na totalidade mas apresentaram evolução positiva de 2009 para 201028,

não sendo conhecida a evolução pós-2010. A definição dos critérios pelas Unidades Ministeriais

foi ad-hoc e não segundo a metodologia preconizada pela ENCPE. Não existindo o seu registo

centralizado, não foi possível à equipa ter acesso à informação em que se baseiam,

nomeadamente se alguns dos critérios aplicados consideram características relacionadas a

produtos de construção.

Ainda no intuito de melhor aprofundar o significado da procura pública ecológica em Portugal

relacionada ao setor da construção, explorou-se o efeito das medidas adotadas em Portugal no

âmbito da política de gestão de resíduos de construção e demolição gerados em obras públicas29,

não tendo sido contudo possível obter dados de monitorização dessas medidas que pudessem

contribuir para identificar “constrangimentos ambientais/condicionantes de mercado” passíveis

de serem tidas em conta para a determinação de critérios ambientais a aplicar às categorias de

produtos de construção.

O projeto ENCPE 2011-201330 inclui produtos de construção (as categorias selecionadas no

ECOPOL) como grupos prioritários equiparados (ver Anexo I). Contudo, uma vez que o ciclo

previsto para a revisão da ENCPE foi interrompido em 2010 e está em curso a sua retoma31, não

há informação a fornecer sobre os respetivos critérios nacionais.

Perante a falta de critérios CPE nacionais para os produtos em causa, ou de informação

sistematizada sobre oferta nacional que pudesse constituir-se como fornecimento a estes

requisitos CPE, tentou-se captar o interesse da entidade nacional reguladora do setor da

construção & imobiliário e dos contratos públicos (IMPIC, I.P.32 - Instituto dos Mercados Públicos,

do Imobiliário e da Construção, I.P.) para o diagnóstico pretendido, não tendo tal sido possível.

Assim, para fins de participação na ação-conjunta ECOPOL, Portugal adotou as especificações

CPE-UE e ensaiou a aplicação do módulo prático para técnicos de compras do GPPtoolkit.

2.2 Estruturação PT para especificações ecológicas

Colhendo a oportunidade do modelo de governação PT para o ECOPOL reunir as entidades

reguladoras (ou envolvidas na regulação) da maior parte das normas que contribuem para os

requisitos CPE-UE dos produtos de construção (e respetiva demonstração e conformidade), foi

28 De acordo com a informação reportada pelos Ministérios no Plano Nacional de Compras Públicas, face ao compromisso de 50% (de 5 Ministérios) e de 25% (de 1 Ministério) em CPE (construção), foi registado em 2009 e 2010, respetivamente: 7,38 % e 10,90 % (% do total de procedimentos com critérios ambientais), e 18,54 % e 55,23 % (% do total de compras de bens e serviços em procedimentos com critérios ambientais). 29 Obras Públicas: (1) aquisições públicas ENCPE com critérios de redução dos resíduos, (2) utilização obrigatória em pavimentos de misturas betuminosas contendo betumes modificados com borracha (BMB) proveniente da reciclagem de pneus em fim de vida; (3) código dos contratos públicos com norma que condiciona a receção provisória e definitiva da obra à execução do plano de prevenção e gestão de RCD, contendo informação sobre materiais reutilizados, RCD valorizados e RCD reciclados incorporados em obra, devendo ser assegurado sempre que tecnicamente exequível, a utilização de 5% de materiais reciclados, ou que incorporem materiais reciclados, relativamente à quantidade total de matérias-primas utilizadas em obra, na prossecução da meta estabelecida de aumento mínimo para 70% em peso relativamente à preparação para reutilização, a reciclagem e outras formas de valorização material de RCD não perigosos. 30 Versão 26.04.2011, única proposta de revisão ENCPE disponível com a equipa ECOPOL PT. 31 http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/criterios-ambientais-nas-compras-publicas-vao-ser-alargados-a-mais-areas-1669610 32 Anterior InCI, I.P. - Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P.

Page 10: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

10

criada dentro do projeto a task force ‘sinergia regulamentar’33 para inventariar e pré-qualificar

fabricantes PT de produtos de construção potencialmente candidatos ao repositório ECOPOL.

Uma pesquisa orientada em bases de dados de certificação ambiental disponíveis (Lista de

organizações registadas no EMAS e Declarações Ambientais de empresas registadas no EMAS34,

Base de Dados Nacional dos Sistemas de Gestão Certificados35 - ISO 14001 e outros se relevantes

para CPE, e Rótulo Ecológico UE36 - The Ecolabel Catalogue) permitiu identificar empresas

(fabricantes dos produtos de construção ou da sua cadeia de abastecimento) detentoras de

condições prévias 37 favoráveis a fornecimentos CPE. Contudo, a não harmonização das

referências de certificação de produtos, nomeadamente na classificação de categorias de

produtos (e.g., CPE, Rótulo Ecológico, Regulamento Europeu dos Produtos da Construção), nos

âmbitos das normas que conduzem às diferentes certificações (e.g., Marcação CE, rótulos, DAP)

e registos (e.g., REACH, Regulamentos F-gases), e a dificuldade de correspondência direta entre

qualificação de produto e qualificação empresarial (e.g., EMAS, ISO14001/PEFC/IDI), não

permitiu obter um contributo conclusivo quanto ao desempenho CPE dos produtos produzidos

pelos fabricantes nacionais listados e conduziu a equipa para a procura de resposta junto do

mercado.

Cientes das oportunidades potencialmente existentes no mercado e ainda não sinalizadas no

processo de pesquisa realizado, explorou-se a possibilidade de aumentar a amostra pela procura

de sinergias entre os requisitos para CPE-UE e os das declarações ambientais de produto em

preparação no quadro dos novos desafios introduzidos pelo Regulamento Europeu dos Produtos

da Construção (REPC)38. Identificado o projeto dapHabitat39, coordenado40 pela Plataforma para

a Construção Sustentável (clusterHabitat) 41 para o desenvolvimento e implementação em

Portugal de um “Sistema de Registo de Declarações Ambientais de Produto para o Habitat”42, e

reunido o interesse comum da sua articulação com os trabalhos ECOPOL em curso, foi iniciada

uma colaboração entre os dois projetos43 - task force ‘aproximação ao mercado’. Para além disso

e com vista a aproximar os fabricantes em geral do desafio, foi iniciada sua divulgação em

seminários da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC),

33 APA, I.P. [DAI (eco inovação), DRES/DFEMR (construção sustentável & marcação CE-regulamento dos produtos da construção), DGA/DGQA (CPE/certificação ambiental), DGA/DAREA (substâncias perigosas), DCLIMA/DAM (F-gases)] & DGAE [DSI/DRAI (eco inovação, regulamentação técnica e marcação “CE”) e DSI/DIPVE (regulamentação de produtos da construção)]. 34 http://www.apambiente.pt/index.php?ref=x41 35 http://www.ipac.pt/pesquisa/pesq_empcertif.asp 36 http://ec.europa.eu/ecat/ 37 Avaliação feita por APA com a colaboração da DGAE a partir de: EMAS - informação de detalhe disponível na APA, como gestora do registo; Sistemas de Gestão – cruzamento de informação disponível no site do IPAC (Sistemas de Gestão Ambiental (NP EN ISO 14001) segundo EA/Sistemas de Gestão IDI (NP 4457) relacionados com as EA da Gestão Ambiental (NP 14001) /Sistemas de Gestão Florestal Sustentável PEFC (NP4406)); REUE - informação de detalhe disponível na DGAE, como ponto nacional de contacto do registo; 38 http://www.lnec.pt/qpe/marcacao 39 www.daphabitat.pt 40 Em parceria com um conjunto de associações nacionais e sectoriais e como como parte da estratégia de eficiência coletiva do Cluster Habitat Sustentável. 41 http://www.centrohabitat.net/ 42 Programa de registo a funcionar segundo as normas relevantes (ISO 14025, ISO 21930, EN 15804) e com o intuito de estimular as empresas, e outras entidades interessadas, a desenvolver e registar as Declarações Ambientais de Produto de Tipo III (DAP) baseadas em estudos de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), podendo assim competir no mercado nacional e internacional com esta ferramenta de comunicação credível e fidedigna. 43 Em 22.11.2011, lançamento da colaboração para o desenvolvimento de sinergias dapHabitat/ECOPOLin; em 07.05.2012, APA como membro do Comité Técnico para verificação e validação do documento referente às Instruções Gerais do Programa dapHabitat.

Page 11: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

11

realizados por ocasião das edições 2012 e 2013 da TEKTÓNICA - Feira Internacional de

Construção e Obras Públicas44.

Assim, e com o objetivo de reunir oferta adicional de produtos de construção produzidos em

Portugal com evidências de sustentabilidade, esta colaboração permitiu explorar o papel

potencial das declarações de desempenho como comprovativo de demonstração de

conformidade CPE. Para este fim, uma análise de detalhe (critério a critério de cada um dos

produtos de construção CPE-UE em análise) foi efetuada a partir dos pressupostos de

informação necessários para a obtenção duma DAP (requisitos base para dapHabitat) e

identificados os níveis de confiança CPE esperados poderem ser conferidos a produtos que

venham a obter dapHabitat. Foram ainda sinalizados os pontos em que, à partida, evidenciavam

necessidades de informação adicional (por exemplo, certificação do declarado pelo fabricante

por terceira parte independente) e sistematizados os pontos de sinergia para evolução dos

pressupostos DAP (declaração tipo III) para demonstrativo de conformidade CPE45. Contudo,

dado à data não existir ainda template de uma DAP para o dapHabitat, a perceção com maior

rigor e certeza deste potencial PT ficou adiada. A análise comparativa CPE/dapHabitat permitiu,

contudo:

- Introduzir no âmbito do consórcio o interesse pelo potencial papel das DAP como

instrumento facilitador da demonstração de conformidade CPE por parte do mercado (cf.

1).

- Influenciar a Comissão Técnica do Sistema dapHabitat para, tanto quanto possível,

considerar as sugestões resultantes desta análise nas linhas orientadoras para o cálculo da

análise de ciclo de vida (ACV) nas Regras para a Categoria do Produto (RCP) em

desenvolvimento, no sentido de criar condições para que uma subsequente dapHabitat

possa ser robustecida para CPE.

- A identificação, por parte do clusterHabitat, de um universo potencial de intersecção CPE-

UE/dapHabitat, empresas (fileira habitat) detentoras de condições prévias favoráveis a

fornecimentos CPE46.

A partir das fontes acima listadas foi reunido um primeiro conjunto de 148 empresas fabricantes

e distribuidoras de produtos da construção fabricados em Portugal, o que pressupunha serem

detentoras de certificações de qualidade e ambientais (âmbito genérico)47, verificando-se o

seguinte :

- nenhuma empresa com Rótulo Ecológico Europeu (REUE);

- 1 empresa com Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS) na categoria

Isolamento térmico48;

- 130 empresas certificadas por Sistemas de Gestão Ambiental (117), Sistemas de Gestão

Florestal Sustentável PEFC (3) e Sistemas de Gestão IDI (10) para as seguintes CAE rev349:

44 Em 08.05.2012, no Seminário sobre "Sustentabilidade e Produtos de Construção", com enquadramento ECOPOL/eco inovação e promoção da adesão dos fabricantes ao subprojecto repositório; em 05.05.2013, no Seminário sobre "Sustentabilidade como Fator de Competitividade", com apresentação dos resultados preliminares do subprojeto e promoção da discussão sobre etapas futuras. 45 Informação disponível no dossier do projeto. 46 Avaliação feita por clusterHabitat a partir de informações técnicas disponibilizadas pelos fabricantes/fornecedores de produtos nacionais pertencentes às categorias CPE em estudo, cruzamento com bases de dados (como o 4Rs), outras informações que dispõem dos fabricantes e, ainda, alguma pesquisa sobre produtos. 47 Listagens disponíveis no dossier do projeto. 48 Produto: Painéis sandwich com espuma de poliuretano. 49 http://www.sicae.pt/Consulta.aspx

Page 12: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

12

23620, 23650 (Painéis Interiores – Gesso); 16211, 16212, 16213, 23650 (Painéis Interiores –

Madeira); 16230, 22230, 25120 (Janelas, portas envidraçadas e claraboias); 16295, 22292,

23140, 23200, 23992 (Isolamento Térmico) e 13930, 16101, 16220, 16295, 22192, 22230,

23190, 23311, 23312, 23610, 23650 (Pavimentos de Chão);

- 12 empresas com processo em curso para obtenção de dapHabitat nas seguintes categorias:

Isolamento térmico (7) 50, Painéis interiores (3) 51 e Janelas e portas envidraçadas, claraboias

(2) 52.

- 5 empresas com Marcação CE (REPC) nas seguintes categorias: Isolamento térmico (1) 53 e

Painéis interiores (4) 54.

Este universo não se verificou contudo passível de fazer diretamente parte da lista candidata ao

repositório uma vez que:

- As categorias de produtos dos diferentes sistemas de certificação não coincidem com o

âmbito das categorias de produtos CPE e da sua harmonização a nível de avaliação do ciclo

de vida (ACV), não permitindo obter informação sobre o desempenho ambiental dos

produtos compatível com os requisitos CPE da UE;

- A informação em preparação pelas empresas para se candidatarem à obtenção de

Declaração Ambiental do Produto não está orientada para criar evidências de resposta aos

requisitos CPE;

- Os produtos com potencial de cumprimento dos requisitos CPE que não disponham das

certificações exigidas não dispõem de critérios nacionais sobre o que pode ser aceite como

‘declaração equivalente’.

Assim e face ao detalhe dos critérios CPE-EU, verificou-se a necessidade de melhor concretizar

o nível de demonstração entendido como requisito mínimo e iniciar um trabalho de interlocução

direta com os fabricantes.

O método encontrado para ultrapassar a falta de informação sistematizada e contribuir com

produtos portugueses candidatos ao repositório assentaram em trabalho de proximidade

(entidade pública – entidade pública & entidade pública – representação industrial – indústria &

entidade pública – entidade pública – indústria).

Uma abordagem de nível sequencial aos requisitos CPE foi adotada, nomeadamente: (i) para

obter potencial de entrada no repositório, objetivar resposta da funcionalidade dos produtos

face aos critérios CPE (fundamentais e complementares); (ii) verificado i, demonstrar potencial

de valoração CPE na adjudicação; (iii) consolidados comprovativos para i e ii, discutir a

adequabilidade das recomendações CPE-UE para cláusulas de execução como motivação à

aquisição. Também, tendo em vista a adaptação dos comprovativos CPE-UE à realidade nacional,

foram avaliados quais dos procedimentos (gerais) de demonstração de conformidade ambiental

em uso por parte do industrial (produtor) junto da Administração Pública Portuguesa poderiam

ser utilizados como declaração equivalente em comprovativos de conformidade (simplificação).

50 Produtos: Aglomerado de cortiça expandida; Isolamento lã de ovelha natural; Isolamentos em lã mineral; Placas com material reciclado com características térmicas; Painéis de fibra de cânhamo; Placas de isolamento de celulose. 51 Produtos: Placa de gesso laminado; Painéis de madeira; Placas de material reciclado coretech. 52 Produtos: Janelas e portas em PVC e Janelas e claraboias. 53 Produto: produtos betuminosos para impermeabilização. 54 Produtos: painéis de cimento-madeira; aglomerado de partículas de madeira; MDF; aglomerado de fibras duro; OSB; orla de folha de madeira em rolo; componentes de madeira.

Page 13: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

13

O resultado desta metodologia foi refletido, por requisito CPE, em documentos de trabalho (ver

Anexo II)55 que funcionaram como ferramentas para:

- criar uma base comum para a recolha da documentação de qualificação do produto de que

o industrial seja detentor e que possa ser utilizada para a demonstração dos requisitos CPE

exigidos56;

- evidenciar os requisitos que ficarão dependentes de verificação de perito (APA, I.P) 57 (ver

exemplo em Anexo III).

2.3 Repositório ECOPOL vs produtos de construção fabricados em PT

Explicitados os requisitos CPE a aplicar na experiência PT para o repositório ECOPOL de produtos

de construção ecológicos (com pré-qualificação ambiental ou em vias de qualificação58), o

universo potencial de 148 empresas inicialmente identificado foi revisitado ficando reduzido a

16 empresas pré-qualificadas59, as quais constituíram a amostra de trabalho PT. Este foi o ponto

de partida para o início da interlocução direta com fabricantes (empresas-amostra), promovido

em reuniões de trabalho60 destinadas ao acerto da metodologia para recolha da informação

relevante (ver Anexo IV).

Das 16 empresas presentes ou representadas nas respetivas reuniões, 11 submeteram 45 fichas

de produtos acompanhadas de documentos justificativos das características declaradas61. A APA,

em cooperação direta com os fabricantes (auto-avaliação) e as entidades técnicas envolvidas62,

promoveu a análise da fiabilidade (ou compatibilidade) dos desempenhos declarados dos

produtos face às necessidades de demonstração de sustentabilidade para compras -

conformidade (efetiva ou potencial) dos justificativos entregues por produto com cada um dos

requisitos específicos CPE63 - uma súmula dos elementos disponibilizados e do número de

empresas/produtos envolvidos nas diferentes fases deste último processo de seleção é

apresentado no Anexo V.

A análise das características (geral e de detalhe) dos produtos PT face aos critérios CPE-UE

(fundamentais, complementares, de valoração e cláusulas de desempenho) focou-se

essencialmente na obtenção de informação de suporte à evidenciação de conformidade do

produto por resposta ao critério de desempenho (específico) exigido para CPE.

55 Criar inteligibilidade interpares em nível de simplificação inicial. 56 Caso a evidência requerida não esteja criada na ficha de produto, há sinalização de outros instrumentos/rótulos/licenças/normas a serem potenciados como comprovativos e, colhendo o benefício do que nas empresas já existe, a solicitação de informação que permita promover recomendações de simplificação da regulamentação comunitária. 57 Avaliação do nível de resposta aos requisitos CPE, do nível de satisfação das simplificações testadas da parte do comprador público, e seriação dos casos merecedores de suporte de perito para avaliação das propostas, permitindo promover orientações para procedimentos facilitadores de CPE. 58 ISO 14001/PEFC/IDI e EMAS ou DAP tipo III (diferentes naturezas). 59 O universo de empresas ‘Sistemas de gestão’ mereceu uma análise inicial da DGAE junto do IPAC, não tendo sido contudo concluída e mantendo a oportunidade de aprofundamento futuro. 60 Em 27.09.2012, organizada por clusterHabitat/APA e orientada a 10 empresas dapHabitat e EMAS; em 26.02.2013, organizada

por DGAE/APA e orientada a 6 empresas Sistemas de Gestão. 61 Um dossier por produto encontra-se disponível com a equipa de projeto, bem como os elementos da avaliação, para futuros desenvolvimentos entendidos por úteis, nomeadamente a obtenção de consenso técnico nas simplificações adotadas para a qualificação dos produtos. 62 APA, cluster Habitat Sustentável, DGAE. 63 Critérios fundamentais e/ou complementares, potencial de valoração na adjudicação, informação-base sobre aplicação (cláusulas de execução).

Page 14: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

14

Recolhidos os esclarecimentos necessários, 24 fichas de produtos de 8 empresas Portuguesas

reuniram as características requeridas para serem incluídas no repositório ECOPOL, com a

seguinte distribuição por categoria de produto de construção CPE:

i. Painéis interiores de parede (gesso): 5 produtos, 1 empresa;

ii. Painéis interiores de parede (madeira): 9 produtos, 2 empresas;

iii. Janelas, portas envidraçadas e claraboias: 1 produto, 1 empresa;

iv. Isolamento térmico: 8 produtos, 4 empresas;

v. Revestimentos duros para pavimentos: 1 produto, 1 empresa.

Dos resultados obtidos é possível sumariar o seguinte (ver Anexo VI):

- 4 produtos (painéis interiores de madeira) apresentam potencial de verificação da

totalidade dos critérios CPE e não detêm DAP/ACV (2 em curso) - nível de demonstração de

conformidade no repositório ECOPOL ‘Tipo 1 e declaração similar’.

- 5 produtos apresentam potencial de verificação da quase totalidade dos critérios CPE:

o 4 (painéis interiores de madeira) não detêm DAP/ACV (4 em curso) - nível de

demonstração de conformidade no repositório ECOPOL ‘Tipo 1 e declaração

similar’;

o 1 (isolamento térmico) não detém DAP/ACV - nível de demonstração de

conformidade no repositório ECOPOL ‘declaração similar’.

- 2 produtos (isolamento térmico) apresentam potencial de verificação da quase totalidade

dos critérios CPE fundamentais e da maior parte dos critérios CPE complementares e não

detêm DAP/ACV (em curso) - nível de demonstração de conformidade no repositório

ECOPOL ‘Tipo 1 e declaração similar’.

- 4 produtos apresentam potencial de verificação da maior parte dos critérios CPE:

o 1 (isolamento térmico) detém DAP BRE - nível de demonstração de conformidade

no repositório ECOPOL ‘Tipo 3’.

o 1 (painéis interiores de madeira) detém declaração ambiental não certificada e

aplica ACV mas não detém DAP/ACV - nível de demonstração de conformidade no

repositório ECOPOL ‘Tipo 1 e declaração similar’.

o 2 (isolamento térmico) não detêm DAP/ACV (em curso) - nível de demonstração de

conformidade no repositório ECOPOL ‘Tipo 1 e declaração similar’.

- 5 produtos (painéis interiores de gesso) apresentam potencial de verificação da maior parte

dos critérios CPE fundamentais e de parte dos critérios CPE complementares, se bem que

não detenha certificação ambiental e/ou DAP/ACV (em curso) - nível de demonstração de

conformidade no repositório ECOPOL ‘declaração similar’.

- 4 produtos apresentam potencial de verificação de parte dos critérios CPE:

o 1 (janelas, portas envidraçadas e claraboias) detém declaração ambiental não

certificada e aplica ACV mas não detém DAP/ACV - nível de demonstração de

conformidade no repositório ECOPOL ‘Tipo 1 e declaração similar’.

o 3 (2 isolamento térmico e 1 revestimento para pavimento) não detêm DAP/ACV (em

curso) - nível de demonstração de conformidade no repositório ECOPOL ‘declaração

similar’.

Page 15: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

15

2.4 Conclusões da experiência PT

Na medida em que a comparabilidade dos desempenhos dos produtos (valor declarado) está

intrinsecamente associado à ACV desse mesmo produto e quase todos os produtos sinalizados

não foram submetidos a essa avaliação, são produtos ‘candidatos a repositório ECOPOL’ que

podem ganhar lugar nesse repositório após revisão dos valores declarados conforme resultados

de ACV. Por outro lado a análise efetuada não permite evidenciar um padrão de comportamento

da resposta a CPE decorrente do fabricante ser detentor de certificação ambiental do produto,

reforçando a necessidade de aprofundar o benchmark das ferramentas-rótulo (CPE, REUE, DAP,

entre outros).

É necessário ainda recordar que o repositório ECOPOL, como ferramenta destinada à

aproximação entre oferta e procura, está pendente de desenvolvimentos futuros que permitam

dotar as referências europeias consideradas de solidez (cf. 1). Assim, a consideração destes 24

produtos como produtos ecológicos no mercado europeu não dispensa a observação das notas

identificadas ao longo das respetivas fichas de produtos. As referências gerais de cada um dos

produtos PT face a CPE-UE encontram-se listadas no documento do repositório ECOPOL64 ,

estando as preocupações quanto à capacidade da aceitabilidade destes produtos como

produtos CPE num contexto de harmonização europeia (certificação/normas, ACV, DAP, …)

sinalizadas ponto a ponto através de 11 casos exemplos tipificadores das situações encontradas

para a totalidade da amostra. Para além dos aspetos relativos a ACV acima referidos, a maior

parte destas notas decorrem de falta de certificação dos desempenhos declarados segundo a

norma requerida, falta de evidência (documentação) orientada para os critérios a demonstrar e

sua remissão a declaração do fabricante e/ou fornecedor e, por vezes, falta efetiva de

informação/conhecimento.

Como primeira constatação diríamos que Portugal alcançou o objetivo de princípio delineado

pelo projeto ECOPOL – identificação de um mínimo de 20 produtos fabricados em PT e em

circulação no mercado internacional ‘compatíveis’ com requisitos CPE. Contudo, os resultados

obtidos desafiam à continuidade de trabalhos, uma vez que se verificou não ser linear a

demonstração de conformidade dos critérios ecológicos e, mesmo, a impossibilidade de obter

o necessário conhecimento quanto ao desempenho ambiental dos produtos sem o

envolvimento direto dos fabricantes, metodologia que permitiu uma experiência valiosa em

sede de projeto mas que não pode ser considerada operacional, ou adequada em regime

cruzeiro.

3 - Desenvolvimentos subsequentes A pertinência dos resultados preliminares alcançados para o repositório ganhou consistência ao

longo dos trabalhos ECOPOL PT, nomeadamente em sede do 1º Workshop Nacional ECOPOL,

realizado em 17 de Setembro de 2013 sobre "Eco-inovação e o uso eficiente de recursos na

Indústria Portuguesa - Boas práticas e instrumentos de política”65, permitiu confirmar: (1) o setor

da construção como um dos fluxos materiais com maior potencial de contributo para a eficiência

material da economia Portuguesa, e (2) a oportunidade de dotar o comprador público Português

64 Informação Portugal disponível no relatório final do projeto ECOPOL - (D.4.1.2 European Repository of Green Construction Products: http://www.ecopol-project.eu/easydata/customers/ecopol/files/materials/d4.1.2_repository.pdf. 65 http://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/EcoInovacao/Relatrio%20Workshop%20Resduos%20&%20Reciclagem.pdf

Page 16: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

16

de ferramentas de suporte à opção ‘compras ecológico’. Considerando os resultados obtidos

das análises de lacunas nacionais ECOPOL para Gestão de Resíduos e Reciclagem66 e para CPE67,

foi visto com interesse promover o alargamento da discussão da valia do repositório antes de

prosseguir para o desenho dos produtos subsequentes a produzir na ação-conjunta ECOPOL:

contributos nacionais para “Guia Europeu para CPE de Construção” e “Seminários para

Compradores Públicos” (cf. 1).

A oportunidade foi criada pela APA, AdI, clusterHabitat e LNEG com a organização do 2º

Workshop Nacional ECOPOL, realizado em 5 de Dezembro de 2013 sobre "Eco inovação e

compras públicas em mercados da fileira habitat - Boas práticas e instrumentos de política”. O

evento proporcionou o alargamento da discussão a um conjunto adicional de peritos e

stakeholders68, incluindo o parceiro austríaco que coordenou o desenvolvimento do repositório

europeu, e a recolha de experiências em boas práticas que pudessem contribuir para o encontro

de vias de ganho de eficiência (operacionalização) e de efetividade (aumento da confiança do

consumidor) nos sistemas de compras (cf. 3.1).

Os resultados obtidos conduziram a uma proposta de evolução dos trabalhos preliminares para

repositório no seio dum projeto de guia de capacitação dos compradores públicos nacionais

para aquisições CPE em abordagens inovadoras, a ser testado ao nível da organização (alvo APA,

I.P.) e orientado a replicação futura (cf. 3.2).

3.1 Valia dum repositório CPE para a fileira habitat

Uma discussão específica sobre o potencial do repositório ECOPOL, apresentado na sessão

plenária, foi promovida no grupo de trabalho “Eficiência dos critérios de seleção para as compras

públicas ecológicas” do 2º Workshop Nacional ECOPOL 69 , o qual produziu conclusões e

recomendações de política (produto vs CPE) que confirmam o interesse em contribuir para ‘um

repositório da oferta eco-inovadora’ de nível UE. Em simultâneo foram identificadas

necessidades PT em matéria das práticas de compras públicas que se revelam estruturantes para

que esse repositório (ainda hipotético) possa vir a ganhar efetividade nacional no estímulo a

práticas de construção sustentável.

Também o atual contexto de compras em PT foi sinalizado como adequado para testar as

práticas exercitadas na ação-conjunta ECOPOL em diferentes programas em curso, uma vez que:

- podem ser confrontadas com as práticas de compras em uso nos instrumentos em

implementação 70 e identificar sinergias/oportunidades/barreiras à sua adoção,

promovendo redes de interessados para replicação nas suas organizações;

- podem ser difundidas por via do Compromisso para a Competitividade Sustentável do Sector

da Construção e do Imobiliário71 a da futura ENCPE, se transcritas e incorporadas a nível dos

66 http://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/EcoInovacao/Artigo%20recomendaes%20RES.pdf 67 http://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/EcoInovacao/ECOPOL_artigo%20recomendao-CPE_verso%20final.pdf 68 36 peritos nacionais e europeus relevantes (incluindo da Administração Pública) 69 http://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/EcoInovacao/Relatrio_WS%20dez13.pdf 70 Programa de Eficiência Energética na Administração Pública, Estratégias Municipais de Reabilitação Urbana, Programa Polis Litoral, Parque Escolar, entre outros. 71 Instrumento de potencial contributo ao aumento duma procura pública eco-eficiente na fileira habitat, constituído por um conjunto de ações centradas em domínios prioritários entre os quais o aumento da eficiência dos recursos através da elaboração de normas sobre as características dos produtos de construção no que respeita à utilização dos materiais, à durabilidade e à compatibilidade ambiental, à promoção da prevenção, reutilização e reciclagem dos resíduos da construção, e à investigação e desenvolvimento de novas áreas de tratamento de resíduos. http://www.inci.pt/Portugues/Noticias/Documents/Compromisso_Constru%C3%A7%C3%A3o_e_Imobiliario.pdf

Page 17: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

17

concursos a lançar, passíveis de serem potenciadas através do SPcp e do PortalBase pelas

respetivas entidades gestoras (eSPap e IMPIC).

Ou seja, sendo que a transversalidade da problemática CPE/construção aponta para prioridades

de atuação política necessárias pôr em marcha para ir de encontro a soluções estruturantes que

estimulem a eco-inovação (top-down), ações concretas de materialização (e exercício) a provir

dos atores das compras na organização são sinalizadas como determinantes à evolução dum

conhecimento interno (da Administração) que permita à organização negociar fornecimentos e

desenhar futuras estratégias para as suas compras (bottom-up). Uma ferramenta tipo

repositório permitirá a facilitação duma atuação harmonizada de orientação da oferta ecológica

e da abordagem à adoção de requisitos de compras por parte da Administração Pública

Portuguesa.

3.2 Trabalhos preparatórios para guia de compradores CPE

O feedback do setor quanto às esperadas vantagens em fazer parte dum repositório ‘verde’,

recebido ao longo desta experiência ECOPOL PT, apontou para a necessidade de procura de vias

mais efetivas na aproximação oferta e procura72, na medida em que:

- as empresas estão informadas sobre os instrumentos disponíveis para que a sua oferta

possa ser reconhecida como ‘ecológica’ (B2B73 ou B2C74) mas não têm tido evidências da sua

utilidade, isto é: (1) quem possui certificação ambiental, não tem tido evidências de

vantagens competitivas (diferenciação) no mercado; (2) quem não possui ainda certificação

ambiental, não tem tido suscitação de mercado que justifique investimento empresarial na

diferenciação.

- a procura pública não é identificada como driver para a melhoria de desempenho dos seus

produtos & serviços, a não ser em matéria de eficiência energética75.

- é reconhecido o papel positivo que têm desempenhado alguns regulamentos76 para forçar

o setor à adoção de boas práticas sustentáveis e, em alguns casos, contribuir para cadernos

de encargos que promovem aquisições orientadoras da oferta.

Nesse sentido a experiência nacional para repositório foi sentida como positiva ao perspetivar:

- Criação de uma dinâmica colaborativa (representantes da oferta / entidades reguladoras)

para identificação da oferta nacional compatível com a oferta europeia para CPE;

- Divulgação de oportunidades no mercado Europeu (potenciais fornecimentos nacionais

para CPE-UE);

- Desenvolvimento de ferramentas-base simplificadas para interlocução direta entre

especialidades sobre produtos de construção, como bases de trabalho (método interativo

entre setor-alvo e regulador) replicáveis para outras categorias de produtos CPE 77 e

72 Apesar da perceção empresarial reunida ter representatividade relativa (do ponto de vista setorial) e de poder estar relacionado com o facto de as CPE não estarem suficientemente difundidas em Portugal, ela traduz a leitura de um mercado que, em Portugal, é significativo – o da Construção (cf. 2.1). 73 Business-to-business, comércio "de empresa para empresa” 74 Business-to-consumer, comércio “de empresa para consumidor final” 75 ‘Ecodesign, Regulamento dos Produtos da Construção, Desempenho Energético de Edifícios, Eficiência Energética, outros’ 76 Por exemplo, o regime estabelecido em Portugal para as operações de RCD (DL46/20008 alterado por DL73/2011) e o novo Regulamento Europeu dos Produtos da Construção (RE305/2011). 77 Os documentos de trabalho revelaram-se ferramenta útil para a coleta de informação, e base de interlocução entre os técnicos especialistas das empresas participantes e da APA, não tendo contudo tido progressão no seu desenvolvimento. Devem ser objeto de melhoria contínua, nomeadamente de teste por parte dos técnicos de compras da APA, na oportunidade de um processo de compra de produtos de construção e que colha a oportunidade de incluir critérios ambientais no respetivo caderno de encargos. O

Page 18: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

18

potencialmente indutores de análise crítica aos critérios CPE-EU, contribuindo para a

evolução de critérios nacionais ‘compatíveis’ com um quadro Europeu estabilizado;

- Lançamento do debate sobre a oportunidade dos potenciais ganhos de eficiência

oferta/procura pela melhor aproximação entre sistemas de certificação (de produto vs

ambiental).

Ficou também reconhecida a utilidade futura da metodologia ensaiada desde que inserida num

contexto que permita:

- Adotar metodologias simplificadas de consenso técnico-regulamentar alargado para a

aplicação de "prova equivalente" na verificação da conformidade dos requisitos CPE78;

- Envolver perito do fabricante que reúna evidências confiáveis quanto aos desempenhos

declarados79, a partir da relevante informação (identificada caso-a-caso) do património

ambiental da própria empresa, e que, consoante o nível de resposta do produto em causa

face a CPE, fique mandatado para recomendar ações necessárias desenvolver (na empresa)

à melhoria do desempenho do produto e sua evidenciação confiável (B2B e B2C);

- Criar incentivos ao desenvolvimento de ferramentas de suporte baseadas no ciclo de vida

do produto que permitam agilizar o nível de confiança entre comprador (público) e

fornecedor (oferta) e, também, suportem tecnicamente os técnicos de compras nas

organizações por via da recomendação do seu uso a nível das e-plataformas do Sistema

Nacional de Compras Públicas (SNCP)80, ou seja:

o Robustecer metodologias que criem sinergias regulamentares e facilitem a verificação

de conformidade;

o Aumentar o nível de confiança quanto ao desempenho ambiental declarado,

nomeadamente promovendo adoção de ferramentas de ciclo de vida (ACV 81 )

comparáveis e adequadas às condições locais;

o Conhecer o impacte dos produtos ecológicos a nível de custo e desempenho funcional

(CCV82) face aos produtos tradicionais.

− Desenvolver as subsequentes diligências para o reconhecimento dessas metodologias nos

relevantes fora europeus

Reconhecida a necessidade de estruturação de know-how nos sistemas de compras públicas,

que venham possibilitar um exercício consciente de compras ecológicas e contribuir com um

painel de critérios ecológicos viáveis e compreensíveis no contexto nacional, a funcionar como

driver do mercado de produtos ‘verdes’, concluiu-se como principais barreiras:

− A oferta não identificar (em geral) vantagens competitivas em tornar-se ambientalmente

orientada (sustentável):

objetivo destes documentos é progredir para fichas simplificadas orientadas à inteligibilidade dos requisitos CPE por parte dos fornecedores (inovação a partir do comprovativo) para que sejam conduzidos à apresentação de provas de leitura direta por parte dos técnicos de compras de qualquer organização (clareza para o cliente). 78 Não chegou a ser trabalhada a formalização das simplificações adotadas para a qualificação dos produtos e a fase de tradução em termos contratuais (cadernos de encargos). 79 Dificuldade em encontrar elementos nas descrições dos produtos (facilitadas ao consumidor) que respondam aos critérios CPE e necessidade em obter, caso-a-caso, informação relevante de qualificação ambiental em geral disponível nos dossiers dos fabricantes relativos a processos de certificação. 80 https://www.espap.pt/servicos/paginas/spcp.aspx#maintab11 81 Avaliação do Ciclo de Vida (dos produtos). 82 Custos do Ciclo de Vida (dos produtos).

Page 19: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

19

o Dificuldade de compatibilização de qualificação dos produtos para CPE a partir dos

sistemas de qualificação ambiental, por não sobreposição de âmbitos83 ou de detalhe

na referenciação84;

o Complexidade dos processos de validação/verificação por entidade terceira de alguma

da informação a disponibilizar pelo fabricante sobre o produto (declarações do

fabricante);

o Falta de robustez do valor dos produtos ‘verdes’ no mercado e de clientes-nicho.

− A procura pública não ter práticas em compras estruturadas para induzirem uma oferta

sustentável:

o O sistema nacional instituído para a verificação de requisitos ecológicos é incipiente e

as e-plataformas SNCP não promovem a sua opção (ou ponderação via difusão de guias

de suporte à opção por CPE);

o As organizações não aplicam práticas de verificação de demonstração de conformidade

CPE orientadas ao desempenho dos produtos segundo requisitos GPPtoolkit

(metodologias harmonizadas a nível UE) nem existe política nacional orientada ao

desenvolvimento desse suporte técnico.

A conjugação destas conclusões com outros resultados de consórcio (cf. 3.1) permitiram

sinalizar recomendações para a aproximação entre a oferta e a procura que, para ganho de

escala, suscitam endereçamento a nível de estratégias nacionais de políticas, ou seja:

− Dar continuidade aos trabalhos para repositório ‘verde’ de produtos de construção em

modelo que permita:

o Potenciar sinergias entre certificações ambientais para demonstração de requisitos

básicos dos critérios CPE (avaliação ciclo de vida);

o Simplificar processos de qualificação (cadeia de valor) em vias que mantenham a

aceitabilidade e confiança do comprador público na verificação de conformidade do

desempenho dos produtos;

o Constituir-se como repositório de produtos ecológicos para CPE a ser utilizado pela

Administração Pública Portuguesa.

− Treinar as ferramentas existentes para CPE (produtos, e-plataformas e procedimentos de

compras nas organizações), como via para promover as compras ecológicas (orientar a

oferta), trabalhar as compras sustentáveis (driver de mercado) e identificar oportunidades

de compras de inovação85 para o contexto da Administração Pública Portuguesa (acelerar a

eco inovação).

Estes resultados contribuíram para suportar a consolidação do conceito de guia ECOPOL PT – in

“Projeto experimental de guia para apoiar processos de aquisição inovadores a nível

organizacional (APA, I.P.)”86. Privilegiando dar continuidade aos trabalhos iniciados, este projeto

visa servir de motor a:

1. Reorientar as organizações para compras sustentáveis: desenvolvimento e teste ao nível da

organização, e futuro escalonamento para organizações congéneres;

83 E.g., diferentes sistemas de classificação para as categorias de produtos DAP, rótulo ecológico e CPE. 84 E.g., empresas registadas no IPAC só disponibilizam informação CAE a 2 dígitos. 85 CPC - Contratos Públicos Pré-comercias e CPI - Contratos Públicos de Inovação. 86 http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=928&sub2ref=1142&sub3ref=1153

Page 20: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

20

2. Desenhar as bases para repositório(s): materialização da metodologia desenvolvida para

repositório ECOPOL (produtos de construção) e alargamento do conhecimento específico

para outros produtos CPE, com consolidação sequencial de critérios nacionais para produtos

sustentáveis no quadro CPE-EU em modelo de repositório referenciado;

3. Difundir boas práticas: desenvolvimento de guia em arquitetura que acautele

compatibilidade com e-plataformas SNCP, em formato que facilite a adoção de boas práticas

por parte das organizações e automatize a monitorização do impacte CPE.

Page 21: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

21

Anexos

Page 22: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

Anexo I – Base de trabalho para critérios CPE de referência

Fontes: http://www.ancp.gov.pt/PT/ComprasPublicas/Pages/ComprasPublicasEcologicas.aspx e projeto de RCM disponibilizada por DGA no âmbito do projeto ECOPOL (3ª reunião ECOPOLin, 13.07.2011)

ENCPE 2011-2013 (projecto )ECOPOL - comparação critérios EU e critérios PT

(sector da construção)

Categorias e produtos prioritários Critérios Ecológicos nos Concursos AQ Lançados (site ANCP) Categorias de serviços e produtos prioritários Grupos de produtos

Construção de obras públicasMobiliário

Energia

Construção, incluindo, janelas, isolamento térmico,

soalhos, chão e revestimentos e painéis de parede

Janelas, portas envidraçadas e clarabóias

Isolamento térmico

Revestimentos rígidos para pavimentos

Painéis interiores (gesso e madeira)

Transportes, incluindo equipamentos e

serviços de transporte

Veículos Eléctricos

Veículos Automóveis e MotociclosTransportes

Equipamentos de escritório, incluindo

equipamento informático, de comunicação,

impressão e cópia, designadamente

computadores, impressoras,

fotocopiadoras, faxes e equipamentos

multifuncionais

Equipamento Informático

Plataformas Electrónicas de Contratação Pública

Licenciamento de Software

Comunicação de Voz e Dados em Local Fixo

Equipamentos IT para escritório

Consumíveis de escritório (incluindo papel)Cópia e Impressão

Papel, Economato e Consumíveis de ImpressãoPapel

Produtos de higiene e limpezaHigiene e Limpeza

Refeições ConfeccionadasProdutos de limpeza

Mobiliário de Escritório

Electricidade

Serviços alimentares e “catering”

Têxteis

Equipamentos de jardinagem

Equipamentos combinados de Heat and Power (CHP)

Construção rodoviária e sinalização de tráfego

Iluminação pública e sinalização de tráfego

Telemóveis

ENCPE 2008-2010

Page 23: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

Anexo II – Documentação-base para fabricantes

Documento (ou conjunto de documentos) que demonstrem o cumprimento dos critérios CPE quanto ao

processo de fabrico do produto Painéis Interiores87 – Gesso

Requisito Comprovativo

1

Proveniência do papel utilizado

De madeira (ou papel) 100% reciclado

Documentação emitida por um sistema de certificação nacional ou da EU, com sistemas de rastreabilidade da cadeia de controlo88, ou equivalente.

2 De madeira (virgem, fibras, partículas) de florestas abatidas legalmente

3

Teor de gesso reciclado ≥2% (5%)89

Documentação relativa ao controlo de qualidade ou de produção, ou equivalente.

4

Limitação de material radioativo90

Índice gama (my) <1.091 Índice de atividade (l1)

Documentação relativa ao controlo de qualidade ou de produção, ou equivalente.

5 Limitação no teor de substâncias e preparações classificadas

Não é permitida a libertação nem a migração de quaisquer substâncias acima dos valores-limite em vigor nos Regulamentos REACH e CLP92.

A verificar face a

comprovativo.

6 Limitação no tratamento final do produto

Aplicação (ex: impregnação, rotulagem, revestimentos) compatível com posterior destino para reciclagem/ compostagem na UE.

Documentação relativa ao controlo de qualidade ou de produção, ou equivalente.

Notas:

1. Na tabela, critérios fundamentais (a preto) e critérios complementares (a vermelho);

2. Potencial de valoração na adjudicação, a aprofundar após verificação de resposta a critérios fundamentais

e/ou critérios complementares;

3. Cláusulas de execução do contrato, a definir após consolidação dos comprovativos necessários.

87«Painéis interiores», painéis colocados na vertical ou em esquina num edifício (por exemplo, em remodelações de sótãos), em que o painel não é uma parede estrutural e a sua superfície não é a superfície visível no edifício acabado, ou seja, o painel deve ser posteriormente estucado, lixado, pintado, revestido com papel, etc. 88 NP 9001, NP 14001, EMAS, PEFC (NP 4406), Rótulo Ecológico da EU, outros. 89 Em peso (base média anual com exclusão do gesso de instalações de dessulfuração de gases de combustão (FGD)). 90 Ex: produtos de escórias, cinzas de carvão queimado, fosfogesso 91 ��/3000 + ��/300 + �ℎ/200 < 1.0 ; ��/100 ≤ 1.0. Nota: CK, CRa e CTh representam respectivamente as concentrações de potássio 40, rádio-226 e tório-232 expressas em becquerel por quilograma (Bq/kg) de material. 1% de potássio equivale a 310 Bq/kg de potássio; 40, 1 ppm de urânio equivale a 12,3 Bq/kg de rádio-226; 1 ppm de tório equivale a 4,0 Bq/kg de tório-232. 92 http://www.reachhelpdesk.pt/

Page 24: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

24

Documento (ou conjunto de documentos) que demonstrem o cumprimento dos critérios CPE quanto ao

processo de fabrico do produto Painéis Interiores93 – Madeira

Requisito Comprovativo

1

Proveniência da madeira utilizada

De florestas abatidas legalmente

Documentação emitida por um sistema de certificação nacional ou da EU, com sistemas de rastreabilidade da cadeia de controlo94, ou equivalente.

2 Utilização (revestimento e pré-revestimento) de agentes aglomerantes que contenham formaldeído

Emissão ≤ 0,13 mg/m3 de ar (ou 0,1 ppm)95

Documentação relativa ao controlo de qualidade ou de produção, ou equivalente.

3 Teor de formaldeído livre (nas colas aplicadas)

≤0,5 % em peso Produto com Rótulo Ecológico, ou equivalente.

4 Limitações ao uso de agentes aglomerantes dos compósitos de madeira

- [Fenol] nos painéis ≤14μg/m³ na sala de ensaio - Emissão de MDI (di-isocianato de

difenilmetileno) ≤1μg/m³ (detetável) para painéis com PMDI

5 Limitação no teor de substâncias e preparações classificadas

Não é permitida a libertação nem a migração de

quaisquer substâncias acima dos valores-limite em

vigor nos Regulamentos REACH e CLP96.

A verificar face a

comprovativo.

Notas:

1. Na tabela, critérios fundamentais (a preto) e critérios complementares (a vermelho);

2. Potencial de valoração na adjudicação, a aprofundar após verificação de resposta a critérios fundamentais

e/ou critérios complementares;

3. Cláusulas de execução do contrato, a definir após consolidação dos comprovativos necessários.

93«Painéis interiores», painéis colocados na vertical ou em esquina num edifício (por exemplo, em remodelações de sótãos), em que o painel não é uma parede estrutural e a sua superfície não é a superfície visível no edifício acabado, ou seja, o painel deve ser posteriormente estucado, lixado, pintado, revestido com papel, etc. 94 NP EN 9001, NP 14001, EMAS, PEFC (NP4406), Rótulo Ecológico da EU, outros. 95 NP 13986: marcação CE dos painéis à base de madeira utilizados na construção (requisitos de ensaio enumerados no anexo B/norma E1 para a classe E1 de formaldeído). 96 http://www.reachhelpdesk.pt/

Page 25: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

25

Documento (ou conjunto de documentos) que demonstrem o cumprimento dos critérios CPE quanto ao

processo de fabrico dos produtos Janelas, portas envidraçadas e claraboias97

Requisito Comprovativo

1 Eficiência térmica para os seguintes indicadores98: - Coeficiente de transmissão térmica (U-

value); - Rendimento químico da radiação (G-

value); - Parâmetro acústico L5099; - Transmitância de luz natural.

Superior em [20] [30] % ao valor definido no Decreto-Lei n.º 29/2011, de 28 de Fevereiro.

DAP, Rótulo Ecológico, ou equivalente.

2

Proveniência da madeira utilizada De florestas abatidas legalmente

Documentação emitida por um sistema de certificação nacional ou da EU, com sistemas de rastreabilidade da cadeia de controlo100, ou equivalente.

3 Componentes de plástico (peso superior a 50g)

Marcação NP 11469, ou equivalente.

Produto com Rótulo Ecológico, ou equivalente.

4

Proibição em vidros isolantes

Limitação: utilização de gases de enchimento com potencial de aquecimento global (GWP)> 5 durante um período de 100 anos101

5

Produção de PVC

Limitação: uso das melhores práticas de acordo com a iniciativa Vinilo 2010, ou equivalente.

Declaração de participante na iniciativa, ou equivalente.

Notas:

1. Na tabela, critérios fundamentais (a preto) e critérios complementares (a vermelho);

2. Potencial de valoração na adjudicação, a aprofundar após verificação de resposta a critérios fundamentais

e/ou critérios complementares;

3. Cláusulas de execução do contrato, a definir após consolidação dos comprovativos necessários.

97Abertura numa parede ou telhado com vidro(s) montado(s) em caixilhos fixos de modo a deixar entrar a luz natural. Para permitir a entrada de ar no edifício, é possível abrir as janelas através dum elemento da caixilharia corrediço ou articulado. Utilizadas na envolvente dos edifícios, abrangem imóveis residenciais e comerciais e equipamentos sociais, como escolas e hospitais. 98 Aplicáveis à janela completa, vidros e caixilharia. 99 Nível sonoro verificado, pelo menos, em 50% do tempo de medição 100 NP EN 9001, NP 14001, EMAS, PEFC (NP4406), Rótulo Ecológico da EU, outros. 101 Gases inertes (por exemplo, árgon e crípton) têm um GWP <5

Page 26: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

26

Documento (ou conjunto de documentos) que demonstrem o cumprimento dos critérios CPE quanto ao

processo de fabrico dos produtos para Isolamento Térmico102

Requisito Comprovativo

1

Condutibilidade térmica do produto de isolamento térmico

<0.044W/mK103.

DAP, Rótulo Ecológico, ou equivalente.

2

Limitação no teor de substâncias e preparações classificadas

Não é permitida a libertação nem a migração de quaisquer substâncias acima dos valores-limite em vigor em: 1. Regulamento (CE) 842/2006, de 17

de Maio104; 2. Regulamento REACH e

Regulamento CLP105.

1. Rótulo segundo n.º 3 do

Decreto-Lei n.º 56/2011, de 21 de Abril;

2. A verificar face a

comprovativo.

Notas:

1. Na tabela, critérios fundamentais e critérios complementares (coincidentes);

2. Potencial de valoração na adjudicação, a aprofundar após verificação de resposta a critérios fundamentais

e/ou critérios complementares;

3. Cláusulas de execução do contrato, a definir após consolidação dos comprovativos necessários.

102Aplicável a Isolamento de paredes duplas, Isolamento de paredes sólidas, Isolamento de sótãos, Isolamento de pavimentos, Isolamento de telhados. 103 Com base no desempenho pretendido para o sector da construção no âmbito da Directiva relativa ao desempenho energético dos edifícios (Decreto-Lei n.º 29/2011, de 28 de Fevereiro). 104 http://www.apambiente.pt/index.php?ref=17&subref=148 105 http://www.reachhelpdesk.pt/

Page 27: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

27

Documento (ou conjunto de documentos) que demonstrem o cumprimento dos critérios CPE quanto ao

processo de fabrico do produto Revestimentos Duros106 para Pavimentos

Requisito Comprovativo

1

MP

107

Limitação108 no teor de substâncias e preparações classificadas

Não podem ser adicionadas à matéria-prima quaisquer substâncias acima dos valores-limite em vigor nos Regulamentos REACH e CLP109.

A verificar face

a comprovativo.

Limitação à utilização de chumbo e cádmio (ou componentes) nos aditivos

- Chumbo≤0,5% (em peso) dos esmaltes; - Cádmio≤0,1% (em peso) dos esmaltes; - Antimónio≤0,25% (em peso) dos esmaltes. Produto com

Rótulo Ecológico, ou equivalente.

2

Consumo de energia110 - Aglomerados de pedra: PER <1,6MJ/kg; - Mosaicos: PER <1,3MJ/kg; - Azulejos cerâmicos e de argila: ERF <3,5MJ/kg.

3

Águ

a Taxa de reciclagem111 do efluente produzido pelo processo incluído na cadeia de produção

Pelo menos [70] [90] %

4

Res

ídu

os

Todas as instalações envolvidos na produção têm de ter112 gestão de resíduos e de matérias residuais com procedimentos para:

- Reciclagem de materiais para outros usos; - Tratamento e eliminação de resíduos perigosos. - Triagem e utilização de materiais recicláveis do fluxo de resíduos

EMAS, ISO 14001, ou equivalente.

Taxa de recuperação do total de resíduos gerados pelo processo ou os processos113.

Pelo menos [65] [85] %

5 Limpeza Informação sobre regime de limpeza do produto após compra

Documento próprio.

6

Emis

sões

par

a o

ar11

4

Aglomerados de pedra

Parâmetro Partículas NOx SO2 Estireno

Produto com Rótulo Ecológico, ou equivalente.

VL (mg/m2) 300 1200 850 2000

Norma EN 1384-1 EN 14792 EN 14791 -

Azulejos cerâmicos

Parâmetro Partícula115 Fluoretos (HF) NOx SO2

VL (mg/m2) 200 200 1200 1500116

5000117

Norma EN 1384-1 ISO 15713 EN 14792 EN 14791

Azulejos de argila

Parâmetro Partículas Fluoretos (HF) NOx SO2

Taxa de emissão118

250 200 3000 2000

VL (mg/m2) 1000 800 12000 8000

Norma EN 1384-1 ISO 15713 EN 14792 EN 14791

Mosaicos e lajes de betão

Parâmetro Partículas NOx SO2

VL (mg/m2) 300 1200 850

Norma EN 1384-1 EN 14792 EN 14791

106«Revestimentos duros»: Natural Products (Natural stones (CEN TC 246) are pieces of naturally occurring rock, and include marble, granite and other natural stones. Other natural stone refers to natural stones whose technical characteristics are on the whole different from those of marble and granite as defined by CEN/TC 246/N.237 EN 12670 ‘Natural stones – Terminology’. Generally such stones do not readily take a mirror polish and are not always extracted by blocks: sandstone, quartzite, slate, tuff and schist.); Processed Products (Hardened Products) (Agglomerated Stones are industrial products manufactured from a mixture of aggregates, mainly from natural stone grit and a binder as defined by JWG 229/246 EN 14618. The grit is normally composed of marble and granite quarry granulate and the binder is made from artificial components as unsaturated polyester resin or hydraulic cement. This group also includes artificial stones and compacted marble. Concrete Paving (CEN/TC 178) units are products for outer floor-coverings obtained by mixing sands, gravels, cement, inorganic pigments and additives, and vibro-compression as defined by CEN/TC 178. This group also includes concrete flags and concrete tiles. Terrazzo Tiles (CEN/TC 229) are a suitably compacted element of uniform shape and thickness, which meets specific geometrical requirements as defined by CEN/TC 229. The tiles are single or dual-layered. The single-layered types are tiles completely made of granulate or chipping of a suitable aggregate, embedded in grey and white cement and water. The dual-layered tiles are terrazzo tiles made up of the first face or wear layer (with single-layered composition) and a second layer, known as backing or base concrete layer, whose surface is not exposed during normal use and which may be partially removed.); Processed Products (Fired Products) (Ceramic Tiles (CEN/TC 67) are thin slabs from clays and/or other inorganic raw materials, such as feldspar and quartz as defined by CEN/TC 67. They are usually shaped by extruding or pressing at room temperature, dried and subsequently fired at temperatures sufficient to develop the required properties. Tiles can be glazed or unglazed, are non-combustible and generally unaffected by light. Clay Tiles (CEN 178) are units which satisfy certain shape and dimensional requirements, used for the surface course of pavements and manufactured predominantly from clay or other materials, with or without additions as defined by CEN 178.) 107Para todos os produtos. 108Não se aplica em transferências de matérias-primas dentro do processo de fabrico. 109 http://www.reachhelpdesk.pt/ 110Só para produtos processados. A calcular conforme Apêndice Técnico A4 do EU EcoLabel, páginas L208/36, 37. Não aplicável a lajes de betão. 111 Só para produtos processados. A calcular conforme Apêndice Técnico A3 do EU EcoLabel, página L208/36. 112 Para todos os produtos. 113 Só para produtos processados. Recuperação nos termos do Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho. 114 Só para produtos processados. Emissões da totalidade do processo de fabrico, a calcular conforme Apêndice Técnico A6 do EU EcoLabel, página L208/38. Para todas as Normas referidas são aceites Normas equivalentes. 115 Total de emissões das operações de prensagem, vidragem e secagem por atomização não deve exceder 5 g/m2. 116 Quando teor de enxofre na matéria-prima ≤ 0,25%. 117 Quando teor de enxofre na matéria-prima> 0,25%. 118 Taxa de emissão (mg / [m2 (área) x cm (espessura)])

Page 28: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

28

Requisito Comprovativo

7

Emissões para a água119

Parâmetro Sólidos

Suspensos Cd Cr (VI) Fe120 Pb

Produto com Rótulo Ecológico, ou equivalente.

Limite (mg/l) 40 0,015 0,15 1,5 0,15

Norma ISO 5667-17 ISO 8288 ISO 11083 ISO 6332 ISO 8288

8

Cimento como matéria-prima

Uso de matérias primas para a produção de cimento deve estar de acordo com o requisito 10, abaixo.

Cimento incorporado em qualquer produto deve ser produzido usando não mais que 3800 MJ/t da energia de processo (PER)121

Emissões para o ar122

Parâmetro Partículas NOx SO2

Valor-limite (mg/m2)

65 350 900

Norma EN 1384-1 EN 14792 EN 14791

9

Fase de uso123

Controlo da libertação de substâncias perigosas

Parâmetro Pb Cd

Valor-limite (mg/m2) 80 7

Norma ISO 10545-15

10

Extração de produtos

naturais124

Indicador Notas Valor-Limite

EMAS, ISO 14001, Rótulo Ecológico, comprovativos legais, ou equivalente.

Taxa de reciclagem de água (%)

Águas residuais recicladas / água gasta no processo

<65

Taxa de impacto da pedreira (%)

Área (frente pedreira + depósito) / área autorizada

> 50

Desperdício de recursos naturais (%)

m3 material utilizável / m3materiais extraídos

<25

Qualidade do ar (mg/m3)

PM10 (média anual ao longo da fronteira da pedreira) - EN 12341

> 150

Qualidade da água (mg/l)

Sólidos Suspensos - ISO 5667-17 > 40

Ruído (dB(a)) Medido ao longo da fronteira da pedreira -

ISO 1996-1 > 60

Lençol freático e curso de água (Lei-quadro

da água) Vazão média do curso de água (m3/s) >5

Gestão Plano de recuperação ambiental e/ou

relatório AIA -

11 Operações de acabamento125

Parâmetro Valor mínimo requerido Norma Produto com Rótulo Ecológico, ou equivalente.

Emissão (ar) partículas PM10 < 150 μg/Nm3 EN 12341

Emissão (ar) estireno < 210 mg/Nm3 -

Taxa de reciclagem de água (%)

≥ 90% -

Emissão (água) sólidos suspensos

<40 mg/l ISO 5667-17

Emissão (água) Cd < 0,015 mg/l ISO 8288

Emissão (água) Cr (VI) < 0,15 mg/l ISO 11083

Emissão (água) Fe < 1,5 mg/l ISO 6332

Emissão (água) Pb < 0,15 mg/l ISO 8288

Notas:

1. Na tabela, critérios fundamentais (a preto) e critérios complementares (a vermelho);

2. Potencial de valoração na adjudicação, a aprofundar após verificação de resposta a critérios fundamentais

e/ou critérios complementares;

3. Cláusulas de execução do contrato, a definir após consolidação dos comprovativos necessários.

119 Só para produtos processados. Emissões da totalidade do processo de fabrico após o tratamento de águas residuais (no local ou fora do local). Para todas as Normas referidas são aceites Normas equivalentes. 120 Não aplicável a ladrilhos cerâmicos. 121 A calcular conforme Apêndice Técnico A4 do EU EcoLabel, páginas L208/36, 37. 122 Emissões da totalidade do processo de fabrico do cimento, a calcular conforme Apêndice Técnico A6 do EU EcoLabel, página L208/38. Para todas as Normas referidas são aceites Normas equivalentes. 123 Só para azulejos vidrados. Para todas as Normas referidas são aceites Normas equivalentes. 124 Só para produtos naturais. A considerar referências no Apêndice Técnico A1 do EU EcoLabel, páginas L208/35, 36. 125 Só para produtos naturais. Para todas as Normas referidas são aceites Normas equivalentes.

Page 29: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

Anexo III – Critérios para CPE e respetivos meios de prova REACH e CLP Introdução

No âmbito das competências do GERA126, procurou-se identificar um conjunto de critérios passíveis de serem relacionados com o conceito de compra

ecológica. Assim, consideraram-se duas perspetivas diferentes: por um lado o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis no âmbito dos

Regulamentos REACH e CLP, por outro lado os efeitos na saúde humana e ambiente associados ao uso e/ou libertação de substâncias perigosas

(perigosidade para a saúde humana e ambiente).

Análise

1. Verificação do cumprimento dos requisitos legais em termos de Reg. REACH e CLP

Da leitura da documentação apresentada, parece poder concluir-se que os produtos alvo deste projeto são “artigos”, pelo que apenas se referem os

requisitos legais aplicáveis a artigos.

Obrigação Descrição Meio de prova Âmbito

Registo As substâncias estremes ou contidas em misturas ou em artigos não

podem ser fabricadas na Comunidade nem colocadas no mercado

em Q>1 ton/ano, a não ser que tenham sido registadas.

Comprovativo de registo ou pré-

registo REACH

Autorização

Um fabricante, importador ou utilizador a jusante não deve colocar

no mercado uma substância destinada a uma utilização nem a deve

utilizar ele próprio se essa substância estiver incluída no Anexo XIV

do REACH, a menos que possua autorização.

Comprovativo da autorização

concedida pela COM REACH

Restrição

Uma substância estreme, ou contida numa mistura ou num artigo,

relativamente à qual o Anexo XVII do REACH contenha uma

restrição, não é fabricada, colocada no mercado nem utilizada,

exceto se cumprir as condições daquela restrição.

Demonstrar cumprimento das

condições da restrição (ex: análises

que evidenciem % da substância no

artigo)

REACH

Notificação de

substâncias em

artigos

O produtor ou importador dos artigos notifica a ECHA quando uma substância se encontre na lista candidata (substância SVHC) , caso se verifiquem ambas as condições seguintes:

a) A substância está presente nos artigos em quantidades que perfazem mais de uma ton. por produtor ou importador por ano;

b) A substância está presente nos artigos numa concentração

superior a 0,1 % em massa (m/m).

Comprovativo de notificação ou

comprovativo da não aplicabilidade

do requisito (ex: concentração

inferiores a 0,1%)

REACH

2. Existência/libertação de substâncias perigosas

A classificação de perigosidade de uma substância pode ser consultada no Anexo VI, tabelas 3.1 ou 3.2 do Regulamento CLP. A documentação

apresentada inclui já um critério relacionado com a existência e/ou libertação de substâncias perigosas, em que se identifica, para cada tipo de produto,

um conjunto de substâncias a evitar, em função da respetiva classificação de perigosidade.

Ex: O produto final (painéis de gesso cartonado) não deve conter substâncias químicas classificadas como cancerígenas (R40, R45, R49), mutagénicas

(R46, R68), nocivas ou tóxicas para o aparelho reprodutor (R60, R61, R62, R63) e tóxicas (R23, R24, R25, R26, R27, R28). Para além disso e conforme

Regulamento (CE) n.º 1272/2008, o produto final não deve, em condições normais de utilização, permitir a libertação ou migração de substâncias

ou preparações classificadas de acordo com a seguinte lista das frases de advertência de perigo abaixo indicadas: cancerígenas (Carcinogenicidade

categoria 1A, 1B e 2: H350, H350i, H351), mutagénicas, podendo causar alterações genéticas hereditárias (Mutagenicidade categoria 1B e 2: H340

e H341), nocivas para o aparelho reprodutor (Toxicidade reprodutiva, categoria 1A, 1B e 2: H360F, H360D, H361f, H361d, H360FD, H361fd, H360Fd

e H360Df) e tóxicas (Toxidade aguda, categoria 1, 2 e 3: H330, H331, H311, H301, H310, H300, Toxidade aquática crónica, categoria 2: H412)

No entanto, desconhece-se a razão por detrás da definição das classes de perigo por produto, e verifica-se que, dependendo do tipo de produto, são

identificadas diferentes características de perigosidade. Assim, nesta fase apenas poderemos identificar um conjunto de características que poderão

ser importantes do ponto de vista de proteção da saúde humana e do ambiente.

No âmbito do Regulamento REACH, as substâncias que suscitam maior preocupação (SVHC) são incluídas na chamada “Lista Candidata”; estas

substâncias incluem-se nas seguintes classes de perigo:

a) Carcinogenicidade da categoria 1A, 1B (H350);

b) Mutagenicidade em células germinativas da categoria 1A, 1B (H340);

c) Toxicidade reprodutiva da categoria 1A, 1B (efeitos adversos para a função sexual e a fertilidade ou para o desenvolvimento) (H360);

d) Persistentes, bioacumuláveis e tóxicas (o critério de toxicidade aplica-se a substâncias muito tóxicas e tóxicas para a saúde humana ou

para os organismos aquáticos);

e) Muito persistentes e muito bioacumuláveis;

f) Substâncias suscetíveis de provocar efeitos graves na saúde humana ou no ambiente que originam um nível de preocupação equivalente

ao das outras substâncias mencionadas nas alíneas a) a e).

Quando analisados os requisitos relacionados com substâncias químicas, frases de risco e advertências de perigo identificados no ficheiro “critérios

GPP construção” com os acima previstos, verifica-se o seguinte:

- Os critérios GPP são um pouco mais abrangentes em termos de identificação de substâncias carcinogénicas, mutagénicas ou tóxicas para a

reprodução (CMR) pois incluem a categoria 2, para além da 1A e 1B, e variam de produto para produto;

- Os critérios SVHC vão bastante além das substâncias CMR, permitindo a identificação de outros conjuntos de substâncias como as PBT ou os

disruptores endócrinos.

126 Este documento (na íntegra) foi desenvolvido em 19.07.2012 pelo departamento técnico da APA responsável pela aplicação dos Regulamentos REACH e CLP, à data GERA (Gabinete de Emergências Radiológicas e Ambientais) e hoje DGA (Departamento de Gestão Ambiental), com o objetivo de facilitação da demonstração de conformidade com esses regulamentos para os produtos CPE em análise.

Page 30: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

30

Anexo IV – Aproximação ao mercado

Reunião com fabricantes membro do ClusterHabitat e EMAS

Page 31: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

31

Reunião com fabricantes SGA

Igual slide 5 apresentação Aveiro Igual slide 6 apresentação Aveiro

Page 32: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

Anexo V – Quadro-súmula dos elementos de suporte à identificação dos produtos PT candidatos a repositório ECOPOL

amostra PT pré-qualificada c/ informação candidata n.º natureza

revigrés √ √ 1 13certificados, relatórios laboratoriais, relatórios

sustentabilidade, declarações de produto1

amorim_revestimentos - - 0 0 - -

gesso preceram/gyptec_gesso √ √ 5 9

certificados, relatórios laboratoriais, declarações de

fornecedores, declarações de produto, fichas

técnicas

5

viroc - - 0 0 - -

balbino e faustino - - 0 0 - -

Sonae_pcdm √ √ 8 31

certificados, relatórios laboratoriais, relatórios

sustentabilidade, declarações de produto, fichas

técnicas

8

1 22

certificados, relatórios laboratoriais, relatórios

sustentabilidade, declarações de produto, fichas

técnicas

1

1 22

certificados, relatórios laboratoriais, relatórios

sustentabilidade, declarações de produto, fichas

técnicas

1

sofalca / isocor √ √ 2 3 ficha técnica, catálogo 2

preceram/argex √ - 1 6 certificados, declarações de produto, ficha técnica 0

painel_2000 √ - 6 12certificados, relatórios laboratoriais, declarações de

produto, fichas técnicas.0

preceram/gyptec_IT √ - 3 3 fichas técnicas 0

amorim_cork √ √ 14 27 epd, fichas técnicas, relatório sustentabilidade 3

amorim_isolamentos √ √ 1 10

certificados, relatórios laboratoriais, relatórios

sustentabilidade, declarações de produto, ficha

técnica

2

mjo √ - 1 2 relatórios laboratoriais 0

secil-betão - - 0 0 - -

viroc - - 0 0 - -

imperalum √ √ 1 7

fichas técnica e de dados de segurança, declarações

do fabricante, de produto e de conformidade e

etiquetas do produto.

1

16 12 8 45 24167Totais

√ √

Elementos demonstrativos de desempenhos

revestimentos de pavimentos

madeira

paineis

isolamento térmico

Sonae_sir

n.º produtos PT p/

repositório CPE

n.º produtos

submetidosCPE / Produtos de construção

janelas, portas envidraçadas e

clarabóias

Empresas

Page 33: Experiência Portuguesa para Repositório Europeu de Produtos

33

Anexo VI – Quadro-súmula de status de produtos PT face a requisitos CPE em repositório ECOPOL

empresa n.º produtos nível de demonstração CPE detentor em curso todos quase todos maior parte parte

revigrés 1 ‘declaração similar’ - √ - - - √

gesso preceram/gyptec_gesso 5 ‘declaração similar’ - √ - - √ fundamentais √ complementares

Sonae_pcdm 8 ‘Tipo 1 e declaração similar’ - √ 4 produtos √ 4 produtos √ 4 produtos

1 ‘Tipo 1 e declaração similar’ √ não certificada - - - √

1 ‘Tipo 1 e declaração similar’ √ não certificada - - - - √

sofalca / isocor 2 ‘declaração similar’ - √ - - - √

amorim_cork 3 ‘Tipo 3’ e ‘Tipo 1 e declaração similar’ √ 1 produto √ 3 produtos - - √

amorim_isolamentos 2 ‘Tipo 1 e declaração similar’ - √ - √ fundamentais √ complementares

imperalum 1 ‘declaração similar’ - - - √

8 1/24 17/24 4/24 5/24 6/24 9/2424

isolamento térmico

Totais

status para CPE

DAP/ACV produto conformidade critérios

repositório ECOPOL

produtos PT

paineis madeira

Sonae_sirjanelas, portas envidraçadas e clarabóias

Produtos de construção para CPE

revestimentos de pavimentos

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