experiência das alunas na fundação da liga acadêmica bahiana de humanização em saúde labhs

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EXPERIÊNCIA DAS ALUNAS NA FUNDAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA BAHIANA DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - LABHS Amanda Ribeiro Nunes; Isabelle de Souza Hage Santana ; Larissa de Carvalho Silveira; Maiara Brandão de Brito; Mirla Azevedo Anunciação; Tássia Teles Santana de Macêdo; Sylvia Barreto. Escola Bahiana de Medicina e saúde Pública- EBMSP. O presente trabalho trata-se de um relato de experiência sobre a criação da Liga Acadêmica Bahiana de Humanização em Saúde (LABHS). Atualmente discute-se a necessidade de humanizar o cuidado, a assistência, a relação com o usuário do serviço de saúde. Segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), humanizar significa promover assistência de qualidade, considerando as necessidades do cliente aliadas ao suporte tecnológico, ao acesso aos ambientes de cuidado agradáveis e à valorização do trabalho da equipe multiprofissional. Sendo assim, entende-se que a humanização é considerada como um encontro de sujeitos que estão unidos pelo ato de cuidar. No que tange à dimensão do trabalho em saúde, esse é considerado tarefa robotizada, quando relacionado às atividades tecnicistas, realizadas no cotidiano. Devemos direcionar nosso olhar e nosso agir para além do aparente para realização do cuidado que transcende a patologia, refletir a qualificação e atuação dos profissionais de saúde, que promova seres humanos e cidadãos com mais saúde, com mais consciência de si e dos outros, com mais capacidade para compreender e amar, com mais potencialidades para assistir o doente de forma holística compreendendo sua realidade e todo seu contexto social. A LABHS é uma entidade sem fins lucrativos, com duração ilimitada, fundada em 15 de fevereiro de 2011. Surgiu com o intuito de cooperar de forma prática e reflexiva para uma melhoria na qualidade da assistência às pessoas, destacando o respeito, o cuidado subjetivo, a transversalidade, o trabalho coletivo, contribuindo assim, na produção de conhecimento e compartilhamento de práticas e teorias do cuidado humanizado, através do ensino, pesquisa e extensão de forma integrada na área de humanização. Nesta perspectiva a LABHS aposta e acredita na importância da construção de grupos de cuidados compartilhados como forma de potencialização da capacidade de criação humana, destacando a autonomia em uma configuração coletiva do processo de atenção, acolhimento e cuidado com o outro. Buscar formas de discutir a temática de humanização, é saber utilizar instrumentos como forma de expandir os conhecimentos nesta área, afim de que futuros profissionais e os atuantes na mesma tornem-se pessoas vinculadas a este cenário, onde exista um olhar voltado para pessoa como sujeito, em sua especificidade, história de vida e coletividade. Comumente as grades curriculares das escolas dos futuros profissionais da saúde há pouca valorização dos conteúdos relacionados à humanização da assistência, enquanto há hipervalorização dos conteúdos técnicos e relacionados exclusivamente aos aspectos biológicos do ser humano.

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EXPERIÊNCIA DAS ALUNAS NA FUNDAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA BAHIANA

DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE - LABHS

Amanda Ribeiro Nunes; Isabelle de Souza Hage Santana ; Larissa de Carvalho Silveira; Maiara Brandão de Brito; Mirla Azevedo Anunciação; Tássia Teles Santana de Macêdo; Sylvia Barreto. Escola Bahiana de Medicina e saúde Pública- EBMSP.

O presente trabalho trata-se de um relato de experiência sobre a criação da Liga Acadêmica

Bahiana de Humanização em Saúde (LABHS). Atualmente discute-se a necessidade de

humanizar o cuidado, a assistência, a relação com o usuário do serviço de saúde. Segundo

a Política Nacional de Humanização (PNH), humanizar significa promover assistência de

qualidade, considerando as necessidades do cliente aliadas ao suporte tecnológico, ao

acesso aos ambientes de cuidado agradáveis e à valorização do trabalho da equipe

multiprofissional. Sendo assim, entende-se que a humanização é considerada como um

encontro de sujeitos que estão unidos pelo ato de cuidar. No que tange à dimensão do

trabalho em saúde, esse é considerado tarefa robotizada, quando relacionado às atividades

tecnicistas, realizadas no cotidiano. Devemos direcionar nosso olhar e nosso agir para além

do aparente para realização do cuidado que transcende a patologia, refletir a qualificação e

atuação dos profissionais de saúde, que promova seres humanos e cidadãos com mais

saúde, com mais consciência de si e dos outros, com mais capacidade para compreender e

amar, com mais potencialidades para assistir o doente de forma holística compreendendo

sua realidade e todo seu contexto social. A LABHS é uma entidade sem fins lucrativos, com

duração ilimitada, fundada em 15 de fevereiro de 2011. Surgiu com o intuito de cooperar de

forma prática e reflexiva para uma melhoria na qualidade da assistência às pessoas,

destacando o respeito, o cuidado subjetivo, a transversalidade, o trabalho coletivo,

contribuindo assim, na produção de conhecimento e compartilhamento de práticas e teorias

do cuidado humanizado, através do ensino, pesquisa e extensão de forma integrada na área

de humanização. Nesta perspectiva a LABHS aposta e acredita na importância da

construção de grupos de cuidados compartilhados como forma de potencialização da

capacidade de criação humana, destacando a autonomia em uma configuração coletiva do

processo de atenção, acolhimento e cuidado com o outro. Buscar formas de discutir a

temática de humanização, é saber utilizar instrumentos como forma de expandir os

conhecimentos nesta área, afim de que futuros profissionais e os atuantes na mesma

tornem-se pessoas vinculadas a este cenário, onde exista um olhar voltado para pessoa

como sujeito, em sua especificidade, história de vida e coletividade. Comumente as grades

curriculares das escolas dos futuros profissionais da saúde há pouca valorização dos

conteúdos relacionados à humanização da assistência, enquanto há hipervalorização dos

conteúdos técnicos e relacionados exclusivamente aos aspectos biológicos do ser humano.

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No entanto, é necessário perceber que tanto o aprendizado em saúde quanto o exercício

profissional demandam, além de conhecimentos advindos das ciências biológicas, a

compreensão de conceitos e o desenvolvimento de valores exigindo aproximação das

ciências humanas. Nesta medida, são objetivos da LABHS estimular e complementar o

conhecimento teórico-prático dos alunos da graduação, promovendo atividades que

completem as necessidades de conhecimento do acadêmico em Enfermagem sobre temas

de humanização, através do desenvolvimento de trabalhos científicos com o intuito de

promover pesquisas que visem aprimorar a atenção integral e da participação em atividades

assistenciais no que diz respeito ao cuidado humanizado. As atividades vivenciadas pelas

alunas do curso de enfermagem da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública- EBMSP

durante o período de fevereiro à julho de 2011, tornaram-se possíveis através de estudos

científicos, que fundamentaram a criação do estatuto da LABHS, documento que contém

todos os direitos e deveres dos integrantes, e suas respectivas funções para nos direcionar

a um processo de ensino-aprendizagem e capacitação na área do cuidado humanizado.

Para concretizar a criação da LABHS, foi realizado um evento, objetivando a divulgação e

inauguração oficial da liga, fechando-se o ciclo de fundação da liga e iniciando-se uma nova

etapa de implementação de ações, de forma a ampliar os conhecimentos e as atividades

dentro desta rede acadêmica. O evento teve como tema “Humanização: que moda é essa?”

com uma visão multidisciplinar, visto que, a integralidade do cuidado abrange todas as

categorias profissionais em saúde. A escolha do tema ocorreu através da necessidade de

resgatar a essência da humanização e a sua importância na atuação multiprofissional.

Assim, a LABHS deseja ampliar o conhecimento sobre a humanização e se apresentar

como espaço acadêmico que não se fixa no caminho para obtenção de resultados, mas na

construção de um espaço dialógico e reflexivo de modo a perceber a importância da relação

entre profissional/paciente/família no contexto dos serviços de saúde.

1.Oliveira BRG, Collet N, Viera CS. A humanização na assistência à saúde. Rev Latino-am Enfermagem 2006 março-abril; 14(2):277-84; 2. Casate JC, Corrêa AK. Humanização do atendimento em saúde: conhecimento veiculado na literatura brasileira de enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem 2005 janeiro-fevereiro; 13(1):105-11; 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: acolhimento com avaliação e classificação de risco: um paradigma ético-estético no fazer em saúde / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004; 4. Baggio MA, Erdmann AL..Relações múltiplas do cuidado de enfermagem: o emergir do cuidado “do nós”.Rev. Latino-Am. Enfermagem set-out 2010;18(5):[08 telas]; 5. Ramos AP, Bortagarai FM. A COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL NA ÁREA DA SAÚDE.Rev. CEFAC, São Paulo; 2010; 6.Silva AL, Ciampone MHT.Um olhar paradigmático sobre a Assistência de Enfermagem - um caminhar para ocuidado complexo.Rev Esc Enferm USP 2003; 37(4): 13-23. 7. Salicio DMBS, Gaiva MAM. O significado de humanização da assistência para enfermeiros que atuam em UTI. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2006;8(3):370-6.

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