expectativa e qualidade perceb ida dos serviços hoteleiros na

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1 UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO TATIANA GEHLEN MARODIN EXPECTATIVA E QUALIDADE PERCEBIDA DOS SERVIÇOS HOTELEIROS NA CIDADE DE NATAL NATAL 2010

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Page 1: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

TATIANA GEHLEN MARODIN

EXPECTATIVA E QUALIDADE PERCEBIDA DOS SERVIÇOS HOTELEIROS NA

CIDADE DE NATAL

NATAL 2010

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TATIANA GEHLEN MARODIN

EXPECTATIVA E QUALIDADE PERCEBIDA DOS SERVIÇOS HOTELEIROS NA

CIDADE DE NATAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica de negócios. Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos. NATAL 2010

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TATIANA GEHLEN MARODIN

Expectativa e qualidade percebida dos serviços hoteleiros na cidade de Natal

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão estratégica de negócios.

Aprovada em: 29/11/2010

Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos Orientador

Universidade Potiguar

Prof. Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega Membro Examinador

Universidade Potiguar

Prof. PhD Wayne Thomas Enders Membro Examinador - Professor convidado

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Page 4: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

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DEDICATÓRIA

A Deus, Pai de infinita bondade, que me inspirou nos momentos em que faltavam

forças para continuar a tarefa. Deu-me saúde, nos dias em que o cansaço chegava e foi

meu amparo nas horas difíceis de aprendizado. Dedico a Ele mais esta vitória

alcançada.

A meus pais, Olímpio e Liane, a meu irmão, Cássius, a minha cunhada Alyne e

meus amados sobrinhos, Bruna e Pedro, fontes inesgotáveis de amor, por acreditarem

em mim, mais que eu mesma, e por compreenderem as inumeráveis ausências do

convívio familiar.

Ao meu marido Alfonso, amor e amigo, pelo apoio incondicional e pelas palavras

de incentivo durante esta jornada.

Page 5: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Domingos Fernandes Campos, meu orientador, o qual aprendi a

respeitar e a ter orgulho de ter sido escolhida para ser sua orientanda. Obrigada pelas

horas de paciência, pelas horas de ensinamento e pelas sessões de choro que só um

bom orientador pode suportar.

Ao meu amigo e “compadre” Celso Martins Júnior pelo apoio em todas as etapas

deste trabalho fazendo todos os contatos possíveis para a negociação junto aos hotéis,

meu carinho sincero. Obrigada Celso, por você e sua família fazerem parte da minha

vida.

A minha querida Malu Silva pelas inúmeras leituras em conjunto dos artigos em

inglês, das revisões da minha escrita, pelas aulas de conhecimento da vida, meu muito

obrigada.

A Mabel Guardia, amiga querida, pelos livros, pelos conselhos, pelos trabalhos

em conjunto. É sempre bom saber que temos amigos de verdade na caminhada da

vida.

Aos meus colegas do Mestrado que foram amigos queridos e tornaram esse

tempo mais alegre, em especial a Sandra Melo e Sérgio Baena, companheiros do “café

das angústias”, minha amizade sincera.

A meus amigos e colegas de trabalho, Prof. Umbelino Júnior, Profª Jurema

Dantas e Prof. Marcelo Taveira, por aliviar minhas tarefas nesse período do Mestrado e

compreender minhas ausências.

A todos os hoteleiros e empresas turísticas que se dispuseram a colaborar para

a realização das pesquisas, pela paciência com os pesquisadores, por toda a atenção

dada a mim e a meu trabalho, meu muito obrigada.

Por fim aos alunos do curso de Turismo da Universidade Potiguar, que se

dedicaram na aplicação dos questionários, agradeço profundamente as horas de

trabalho árduo entregues a este projeto.

Page 6: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

6

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por

meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa

viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o

que é seu. Para um dia plantar as suas próprias

árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para

desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o

desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um

homem precisa viajar para lugares que não conhece

para quebrar essa arrogância que nos faz ver o

mundo como o imaginamos, e não simplesmente

como é ou pode ser. Que nos faz professores e

doutores do que não vimos, quando deveríamos ser

alunos, e simplesmente ir ver.

Amyr Klink

Page 7: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

7

RESUMO

Este estudo analisa a expectativa e a qualidade percebida de hotéis em Natal. A pesquisa foi realizada nos meses de julho e agosto de 2010 com uma amostra de 1440 hóspedes, envolvendo 34 atributos dentre aqueles considerados mais importantes na literatura e outros com a contribuição dos gestores de hotéis. Os questionários foram aplicados em duas fases, na primeira para traçar o perfil dos respondentes e avaliar a importância de cada atributo. Na segunda fase, foi novamente traçado o perfil dos hóspedes e avaliado o desempenho de cada um dos 34 atributos, no hotel onde o mesmo se encontrava. Foi possível coletar dados sobre a percepção dos hóspedes em relação à importância dos atributos e ao desempenho de seis hotéis em Natal, separados em três categorias: três, quatro e cinco estrelas. A partir dos resultados, foi possível elaborar um ranking de importância dos fatores avaliados e produzir, com base na matriz de importância x desempenho, uma análise comparativa, identificando diferenciais competitivos entre os empreendimentos avaliados. Palavras-chave: Hotelaria, expectativas de serviço, matriz importância x desempenho.

Page 8: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

8

ABSTRACT

This study examines expectations and perceived quality of hotels in Natal. The survey was conducted in July and August 2010, with a sample of 1,440 guests, involving 34 attributes among those considered the most important in literature as well as those considered as relevant among hotel managers. The questionnaires were applied in two stages: the first one to establish the respondents’ profiles and to assess the importance of each attribute, and a second one, where the guests´ profile was again traced and the performance of each of the 34 attributes was evaluated in the same hotel where guests stayed. It was possible to collect data on the guests´ perception of the importance of the attributes and performance of six hotels in Natal which were divided into three categories: three, four and five stars. Out of these results it was possible to establish an importance ranking of the evaluated factors as well as to produce, based on the importance vs. performance matrix, a comparative analysis, identifying competitive advantages among the enterprises evaluated.

Keywords: Hospitality, service expectations, importance x performance matrix

Page 9: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Modelo dinâmico de expectativas .................................................. 29

Figura 2 Modelo de satisfação e de qualidade ............................................. 32

Figura 3 Modelo de Matriz de Importância e Desempenho ......................... 35

Figura 4 A nova era do Turismo ................................................................... 43

Figura 5 Quadro de motivações para viajar ................................................. 54

Figura 6 Estrutura da tomada de decisões do consumidor .......................... 56

Figura 7 Quadro de categorias e símbolos dos meios de hospedagem ...... 69

Figura 8 Esquema metodológico .................................................................. 74

Quadro 1 Resumo de revisões da literatura de qualidade em serviços em

turismo e hotelaria ..........................................................................

77

Quadro 2 Lista de atributo .............................................................................. 80

Quadro 3 Questões do perfil sócio-demográfico ............................................ 83

Quadro 4 Matriz de importância absoluta – Hotéis 3B e 3F .......................... 112

Quadro 5 Matriz de importância absoluta – Hotéis 4C e 4D .......................... 113

Quadro 6 Matriz de importância absoluta – Hotéis 5A e 5E .......................... 115

Quadro 7 Matriz de importância relativa – Hotéis 3B e 3F ............................ 117

Quadro 8 Matriz de importância relativa – Hotéis 4C e 4D ............................ 119

Quadro 9 Matriz de importância relativa – Hotéis 5A e 5E ............................ 120

Page 10: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Principais emissores de turistas para o Brasil – 2005/2006 ........ 48

Tabela 2 Estimativa de fluxo de turistas e receita arrecadada 2002-2007 -

Rio Grande do Norte ....................................................................

49

Tabela 3 Lista das maiores cadeias de hotéis do mundo ........................... 63

Tabela 4 Índices de desempenho na Hotelaria do RN – 2001 a 2007 ....... 75

Tabela 5 Número de apartamentos, universo, tamanho da amostra e erro

amostral .......................................................................................

76

Tabela 6 Questionários por hotel ................................................................ 77

Tabela 7 Legenda dos hotéis e das categorias .......................................... 85

Tabela 8 Gênero – I Fase ........................................................................... 86

Tabela 9 Idade – I Fase .............................................................................. 87

Tabela 10 Renda Salarial – I Fase ............................................................... 88

Tabela 11 Ocupação Principal – I Fase ........................................................ 88

Tabela 12 Motivo da Viagem – I Fase .......................................................... 89

Tabela 13 Meio de Transporte Utilizado – I Fase ......................................... 90

Tabela 14 Origem dos Respondentes – I Fase ............................................ 91

Tabela 15 Origem por Estado da Federação – I Fase .................................. 92

Tabela 16 Médias geral, por categoria e por hotel ....................................... 93

Tabela 17 Tabela do Ranking de importância geral, por hotel e por

categoria ......................................................................................

95

Tabela 18 Correlação entre médias – Spearman ......................................... 96

Tabela 19 Gênero – II Fase .......................................................................... 97

Tabela 20 Idade – II Fase ............................................................................. 98

Tabela 21 Renda Salarial – II Fase .............................................................. 98

Tabela 22 Ocupação Principal – II Fase ....................................................... 99

Tabela 23 Motivação da Viagem – II Fase ................................................... 100

Tabela 24 Meio de Transporte Utilizado – II Fase ........................................ 100

Tabela 25 Origem dos Respondentes – II Fase ........................................... 101

Tabela 26 Origem por Estado da Federação – II Fase ................................. 102

Page 11: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

11

Tabela 27 Médias de Desempenho Geral, Categoria e Hotel ...................... 104

Tabela 28 Lacunas entre expectativas e desempenho ................................ 106

Tabela 29 Dez maiores lacunas negativas ................................................... 107

Tabela 30 Dez maiores lacunas positivas .................................................... 107

Tabela 31 Melhores práticas por médias de desempenho ........................... 109

Page 12: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

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LISTA DE SIGLAS

ABIH Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

BC Banco Central

CTI/NE Comissão de Turismo Integrado do Nordeste

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

EMPROTUR Empresa de Turismo do Rio Grande do Norte

ETC European Travel Comission

EUA Estados Unidos da América

FUNGETUR Fundo Geral do Turismo

IEVC Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MTur Ministério do Turismo

NATAL CVB Natal Convention & Visitors Bureau

OECD Organization for Economic Co-Operation and Development

OMT Organização Mundial do Turismo

PIB Produto Interno Bruto

PIBTur Produto Interno Bruto do Turismo

PRODETUR/NE Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste

RN Rio Grande do Norte

SETUR Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte

UH Unidade hoteleira

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USP Universidade de São Paulo

WTO World Tourism Organization

WTTC Conselho Mundial de Viagem e Turismo

Page 13: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................... 15

1.2 PROBLEMA ....................................................................................... 18

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 18

1.4 OBJETIVOS ....................................................................................... 20

1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................... 20

1.4.2 Objetivos Específicos ...................................................................... 20

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................... 21

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 22

2.1 SERVIÇOS – ASPECTOS CONCEITUAIS ........................................ 22

2.1.1 Qualidade em serviços – considerações ....................................... 24

2.1.2 Da qualidade percebida ................................................................... 26

2.1.3 Expectativa do cliente ...................................................................... 28

2.1.4 A satisfação do cliente .................................................................... 30

2.1.5 Modelo de satisfação de qualidade ................................................ 31

2.1.6 Matriz de importância e desempenho ............................................ 34

2.1.7 Do gerenciamento das reclamações .............................................. 35

2.1.8 Imagem da empresa ......................................................................... 36

2.2 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ..................................... 37

3 O MERCADO TURÍSTICO ................................................................. 39

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO TURISMO .................................................. 39

3.1.1 Origens do turismo .......................................................................... 41

3.1.2 Perspectivas do turismo .................................................................. 42

3.1.3 Valores econômicos do turismo ..................................................... 45

3.1.4 Importância do turismo para o Rio Grande do Norte ................... 48

3.2 O PRODUTO TURISMO .................................................................... 50

3.3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO TURISMO .............. 52

3.3.1 O Processo de decisão de compra no turismo ............................. 55

3.3.2 Satisfação do consumidor no turismo ........................................... 56

3.3.3 Expectativas, percepção e experiência sobre o destino .............. 57

Page 14: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

14

4 O SETOR HOTELEIRO ..................................................................... 60

4.1 PANORAMA HISTÓRICO E ATUAL DA HOTELARIA NO MUNDO . 60

4.2 PANORAMA HISTÓRICO DA HOTELARIA NO BRASIL .................. 63

4.3 PANORAMA HISTÓRICO E ATUAL DA HOTELARIA EM NATAL ... 66

4.4 CONCEITOS DE HOTEL E HOSPITALIDADE .................................. 67

5 METODOLOGIA ................................................................................ 70

5.1 DO CONTEXTO DA PESQUISA ........................................................ 70

5.2 DO CONSTRUTO .............................................................................. 72

5.2.1 Do Universo e da Amostra .............................................................. 74

5.2.2 Quadro resumo com estudos nacionais e internacionais ........... 76

5.2.3 Principais atributos relacionados na literatura ............................. 79

5.2.4 O instrumento de pesquisa ............................................................. 80

5.2.5 Do Plano de Coleta de Dados ......................................................... 82

5.2.6 Do tratamento estatístico ................................................................ 83

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................... 84

6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA IMPORTÂNCIA .......................... 85

6.1.1 Perfil da fase de expectativas ......................................................... 85

6.1.2 Importância conferida aos atributos .............................................. 91

6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DE DESEMPENHO ........................ 95

6.2.1 Perfil da fase de desempenho ....................................................... 95

6.2.2 Desempenho conferido aos atributos ............................................ 101

6.2.3 Melhores práticas ............................................................................. 107

6.3 MATRIZES DE OPORTUNIDADE .................................................... 109

6.3.1 Matrizes Absolutas de Oportunidades ........................................... 109

6.3.1.1 Matriz de importância absoluta – hotéis 3B e 3F .......................... 110

6.3.1.2 Matriz de importância absoluta – hotéis 4C e 4D .......................... 112

6.3.1.3 Matriz de importância absoluta – hotéis 5ª e 5E ........................... 113

6.3.2 Matrizes Relativas de Oportunidades ............................................ 115

7 CONCLUSÃO .................................................................................... 120

REFERÊNCIAS ................................................................................ 124

APÊNDICES ..................................................................................... 133

Page 15: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

15

1 INTRODUÇÃO Analisar a prestação de serviços tem sido tema bastante freqüente de estudos

acadêmicos. Os serviços ocupam um espaço muito grande na economia mundial e a

satisfação do consumidor tem sido procurada pelas empresas que querem sobreviver

num campo de concorrência tão acirrada.

O setor turístico tem características muito semelhantes na prestação de serviços.

Os hotéis se diferenciam por categorias, e a concorrência pode começar justamente

neste ponto. Em que um hotel “três estrelas” pode ser diferente de outro? A atenção

dos funcionários, o café da manhã, o setor de entretenimento, a oferta de Internet, entre

outros, são atributos que podem vencer a disputa. Conhecer o que o cliente espera e o

que considera importante pode definir as estratégias de competitividade do setor.

Nesse sentido este estudo foi realizado para conhecer as lacunas existentes

entre a expectativa do cliente e a percepção do serviço recebido em hotéis de Natal,

RN, cuja estrutura, apresenta-se a seguir.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Alcançar a satisfação do cliente é o objetivo que toda empresa orientada para o

mercado deveria focar. Estudar e analisar a satisfação do cliente proporciona uma

tomada de ações mais efetivas pelo marketing e também, como afirmado por Rossi e

Slongo (1998), pode contribuir na rentabilidade da empresa. A satisfação do

consumidor pode ser resumida na sobrevivência da própria empresa e não somente

uma opção desta (FERREIRA, 2004).

De acordo com Oliver (1997) a satisfação do cliente é uma resposta ao produto

ou serviço oferecido, onde ele julga o valor das características daquilo que recebeu.

Neste sentido a satisfação do consumidor é vista como produtora de consequências

positivas ou negativas que podem determinar o fracasso ou o sucesso de organizações,

queixas, elogios, lealdade e lucro. De acordo com Kotler (2000), poder satisfazer o

cliente é uma das chaves para reter o mesmo e o motivo para determinar uma escolha

em detrimento de outra. Deveria ser o objetivo de toda empresa, porque satisfazendo o

cliente, manteria sua própria existência.

Page 16: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

16

Nos Estados Unidos, durante a década de 1980 e 1990, 80% de todos os novos

empregos foram gerados no setor de serviços. Nas décadas de 1990 e 2000 a oferta de

novos empregos no setor de serviços chegou a 90% do total oferecido e as estimativas

é que até o ano de 2020 o número de trabalhadores americanos em fábricas diminua

de 12% para 10% (KUWER, 2005).

Devido a essa importância, o setor do turismo, formado essencialmente por

serviços, passa a ser um dos setores de maior crescimento da atualidade. Coriolano

(2002) afirma que a importância e o significado do turismo no mundo tem aumentado de

forma tão expressiva que atribui a esta atividade lugar de destaque na política

geoeconômica e na organização espacial, surgindo como promessa de uma das

atividades mais promissoras para este milênio.

O Brasil apresenta números bastante significativos na geração de emprego e

renda, conforme afirma Cavalcanti (2007) quando relata que o turismo atualmente gera

em torno de 2 milhões de empregos formais e 6 milhões de empregos informais. De

acordo com dados do Banco Central do Brasil (BC), o ano de 2006 foi um ano

expressivo em gastos de estrangeiros no país, atingindo a cifra de US$ 4,3 bilhões de

dólares, ultrapassando receitas obtidas com produtos tradicionais, como a cana de

açúcar, café, carne de frango entre outros. No documento referencial Turismo no Brasil

2011 a 2014, existe uma projeção feita pelo mesmo banco que esses valores passem

de 6,3 bilhões, que são os valores de 2010 para 8,9 bilhões até 2014, com a realização

da Copa do Mundo (BRASIL, 2010).

No Nordeste brasileiro, os números do turismo apresentaram em 2006, 6,4% do

total da renda do trabalho e 5,8% do total das ocupações geradas na economia da

região, ficando o primeiro indicador acima da média da renda do trabalho para o país

que foi de 5,7% (SOUZA; SILVEIRA NETO, 2008).

A cidade de Natal, segundo dados da Secretaria de Turismo do Rio Grande do

Norte (RIO GRANDE DO NORTE, 2010) recebe mais de dois milhões de visitantes por

ano e está entre os destinos mais procurados do Nordeste. É uma das cidades com o

maior número de leitos turísticos do país, aproximadamente 23.000, e foi eleita pela

Associação das Agências de Viagens Independentes do Estado de São Paulo

(AVIESP) como o melhor destino turístico do Brasil em 2009 (PANROTAS, 2009a).

Page 17: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

17

Devido as suas características de belezas naturais, somada à capacidade hoteleira,

entre outros aspectos, foi escolhida para ser uma das sedes da Copa do Mundo de

Futebol de 2014.

O setor turístico compõe-se de vários sub-setores que são inter-dependentes,

como por exemplo, o transporte, a hospedagem, a alimentação, o lazer, a recreação,

entre outros. Todos são fundamentais para o desenvolvimento do turismo, porém, o

setor de meios de hospedagem é tido como o elemento estratégico do sistema, haja

vista a necessidade imperiosa de descanso do ser humano. Em algum momento o

homem precisa descansar.

No setor de hospedagem, a busca pela qualidade e satisfação do cliente tem

sido a orientação das estratégias de algumas empresas, sobretudo as interessadas em

consolidar suas posições diante dos concorrentes ou de crescer sua participação no

mercado (MACHADO, 2001). Nesse mesmo sentido, Naves e Coleta (2003), afirmam

que por tratar-se de empresa prestadora de serviços, o diferencial da qualidade

hoteleira não está somente na qualidade objetiva, mas também na qualidade subjetiva,

que se expressa diretamente do provedor de serviços. A qualidade objetiva está

expressa no voucher que garante o padrão do quarto reservado e os serviços

oferecidos pelo hotel. A qualidade subjetiva será identificada na prestação desse

serviço oferecido, nas gentilezas, na empatia, na cordialidade e tudo aquilo que não

está expresso em contrato.

A qualidade em serviços tem um conceito mais complexo que a qualidade nos

produtos, tendo em vista a peculiaridade da prestação do serviço e seu caráter

inseparável de produção e consumo, além da intangibilidade. Por causa dessas

características intrínsecas da prestação dos serviços é que a padronização dos serviços

turísticos pode ser difícil de ser alcançada (SWARBROOKE; HORNER, 2002).

De acordo com os mesmos autores, em se tratando de hotelaria, a qualidade do

meio de hospedagem não está atrelada ao preço, ou seja, não se pode considerar a

máxima popular do “quanto mais caro, melhor”, e sim, a qualidade está na percepção

da mente do consumidor. Um albergue da juventude pode atender perfeitamente um

jovem andarilho, enquanto que um cliente mais exigente pode preferir se hospedar em

um hotel de luxo. Como o mercado hoteleiro é considerado a “espinha dorsal” do

Page 18: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

18

sistema turístico, este trabalho procurou estudar e conhecer os fatores determinantes

que refletem a qualidade do serviço hoteleiro, investigando as expectativas do usuário e

conhecendo de fato as percepções do serviço recebido.

1.2 PROBLEMA

Os assuntos estudados neste trabalho, como expectativa, percepção, prestação

de serviços, turismo e hotelaria, são temas que interessam aos gestores de empresas

turísticas, aos gestores hoteleiros, aos profissionais do turismo e da administração e a

todos aqueles que se interessam no estudo de satisfação do cliente. A literatura é farta

em trabalhos de prestação de serviços, qualidade, expectativa e bastante incipiente no

tema turismo e hotelaria.

Isto é mais um motivo da relevância deste trabalho, porque o mesmo analisa as

expectativas, a percepção, os atributos considerados mais importantes na concepção

do usuário de hotel, a prestação de serviço, o turismo e a hotelaria. É necessário

conhecer o cliente, identificar o que ele deseja, o que ele considera importante, e

estabelecer estratégias para que isso crie valor para o hóspede, e que disso possa ser

criada uma relação duradoura e lucrativa (CHURCHILL; PETER, 2000).

A questão principal deste trabalho consiste em conhecer quais são as lacunas

encontradas entre as expectativas e a percepção do serviço recebido em hotéis de

Natal?

Conhecer essas lacunas permitirá aos gestores criar estratégias para melhorar a

prestação de serviços estimulando o comprometimento dos colaboradores em busca da

excelência.

1.3 JUSTIFICATIVA Identificar os atributos considerados mais importantes por turistas que se

hospedam em Natal, analisar suas expectativas e conhecer as percepções dos

mesmos, do serviço recebido é necessário para descobrir as lacunas existentes entre a

expectativa e a percepção final. De posse da análise dessas lacunas, pode-se

determinar ações para que essas diferenças seja diminuídas.

Page 19: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

19

A relevância da escolha deste tema foi contribuir com o mundo acadêmico,

porque assim, cada vez mais, os estudos sobre satisfação do cliente no turismo podem

oferecer subsídios aos gestores para suas estratégias de marketing.

A opção pelo setor de hospedagem decorreu do fato de ser o ramo do turismo

que mais contribui para a arrecadação de impostos na cidade do Natal (NATAL, 2009).

A cidade possui na atualidade, mais de 23.000 leitos turísticos e é um dos principais

destinos no Nordeste brasileiro. Também tem capacidade de aumentar para 48.000

leitos hoteleiros, até 2014, em virtude de projetos já aprovados na Prefeitura do Natal

(NATAL, 2009).

As empresas turísticas precisam identificar o conjunto de fatores que são

importantes para o consumidor e conhecer também as percepções que estes obtiveram

do serviço recebido, porque através desse conhecimento poderão formular estratégias

que abarquem esses conjuntos de fatores e para que possam ter um maior

conhecimento de suas falhas na prestação de serviço.

Do ponto de vista das instituições governamentais, é importante conhecer os

serviços oferecidos pela hotelaria local e poder analisar as lacunas entre o serviço

esperado e o serviço de fato recebido. Conhecendo esses aspectos, o governo poderá

contribuir através de suas entidades proporcionando capacitação para gestores e

funcionários de hotéis, a exemplo do que é feito atualmente no Hotel Escola Senac

Barreira Roxa. Preparar a cidade para receber a sede da Copa do Mundo de futebol é

se antecipar a futuras candidaturas de eventos de grande porte.

Em conhecimentos acadêmicos, a pesquisa se justifica pela aplicação do método

de investigação e pelo avanço na teorização, uma vez que vários estudos nacionais e

internacionais são trazidos à pauta para debater diferenças de serviços hoteleiros nos

mais diversos estados do país e nos mais diversos países.

Em termos finais, quanto à utilidade da presente pesquisa, espera-se que os

resultados alcançados com este trabalho possam contribuir com os proprietários e

gerentes de hotéis, como referência para melhoria e implementação de estratégias da

qualidade de serviços.

O objetivo geral, bem como os objetivos específicos são a seguir definidos na

próxima seção.

Page 20: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

20

1.4 OBJETIVOS

O objetivo é a afirmação do que se quer alcançar com o estudo em questão. É

na verdade a validação da pesquisa. Os objetivos são exposições, investigações ou

críticas aos fatos isentas de relações pessoais. Geralmente é subdividido em geral e

específico. O objetivo geral está relacionado diretamente com o problema da pesquisa,

enquanto que os objetivos específicos estão diretamente relacionados com o objetivo

geral, sendo na verdade as tarefas que precisam ser alcançados para que o objetivo

geral seja atingido (ACEVEDO e NOHARA, 2006). A seguir são apresentados o objetivo

geral e os objetivos específicos:

1.4.1 Geral

O objetivo geral do presente trabalho é analisar as lacunas existentes entre as

expectativas e a percepção do serviço recebido em hotéis de Natal, RN.

1.4.2 Específicos

Os objetivos específicos do presente trabalho são:

Traçar um perfil com os dados sócio-demográficos dos respondentes

Identificar os atributos mais importantes no serviço hoteleiro na visão dos

usuários.

Avaliar o desempenho dos serviços oferecidos pelos hotéis segundo a percepção

do usuário.

Comparar os resultados inter-hotéis e inter-categorias de hotéis.

Avaliar as lacunas encontradas entre a importância e o desempenho avaliado

pelos hóspedes nos diferentes hotéis e categorias.

Page 21: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

21

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi desenvolvido em seis capítulos sendo que o primeiro contém a

contextualização do tema, a definição do problema, a justificativa e a definição do

objetivo geral e dos específicos, com o intuito de definir melhor o assunto estudado.

No segundo capítulo é feita uma revisão teórica sobre aspectos conceituais de

qualidade em serviços, percepção de qualidade, expectativa, satisfação, a matriz de

importância e desempenho, entre outros considerados importantes para a discussão do

tema serviços.

O terceiro capítulo abrange o mercado turístico, com sua caracterização, origens,

importância econômica, analisa também o comportamento do consumidor no turismo, o

processo de tomada de decisão de compra e demais aspectos relevantes da atividade.

O quarto capítulo é dedicado ao setor hoteleiro, fazendo um panorama histórico,

mundial, nacional e local, bem como trazendo à tona conceitos de hospitalidade.

A metodologia do trabalho é definida no capítulo cinco, bem como a

discriminação de todas as etapas para a realização deste trabalho.

O capítulo seis é dedicado à análise dos resultados da pesquisa, começando

pelo perfil dos entrevistados, posteriormente a análise dos resultados da fase de

expectativa, desempenho e as matrizes absoluta de desempenho e de lacunas.

Por fim são apresentadas as considerações finais da autora, indicando as

limitações da pesquisa, as possibilidades de continuação do trabalho e finalmente, as

referências e apêndices.

Page 22: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo aborda temas relacionados com aspectos conceituais de serviços,

qualidade percebida, expectativa, satisfação do clientes, a importância das matrizes de

importância e desempenho, gerenciamento de reclamações, imagem da empresa e do

comportamento do consumidor no setor de serviços. Cada item citado será mais bem

explicitado a seguir.

2.1 SERVIÇOS – ASPECTOS CONCEITUAIS

Nos Estados Unidos (EUA), segundo Drejer (2004), 75% da força de trabalho

estão classificadas no setor de serviços. Dados da Organization for Economic Co-

Operation and Development (OECD) revelam que em 2002, o setor de serviços era

responsável por 70% da economia dos países associados a ela (WÖLFL, 2005). No

Brasil, os serviços constituem a maior parte da economia atual, respondendo por 56,7%

do (PIB) do país. São mais de 34 milhões de pessoas empregadas nesse setor. No ano

de 2000, 64% da riqueza mundial, foram geradas por empresas de telefonia,

provedores de Internet e todas as outras formas de comércio que fazem parte da

categoria de serviços (LOVELOCK; WRIGTH, 2006). Quase todo o crescimento

absoluto em números de empregos e altas taxas de crescimento na informação dos

empregos estão nas empresas de prestação de serviços (ZEITHAML, 2003).

Com esses números expressivos, faz-se necessário analisar os conceitos de

serviço definidos por diversos pesquisadores, bem como analisar as peculiaridades de

sua prestação. Grönroos (2004) afirma que um serviço é um processo que consiste em

uma série de atividades mais ou menos intangíveis que, normalmente, mas não

sempre, ocorrem nas interações entre o cliente e os funcionários de serviço. Zeithaml e

Bitner (2003, p.28) resumem que “serviços são ações, processos e atuações”.

Para Grönroos (2004) o serviço em si não é uma coisa, um objeto, porém

processos que consistem em uma série de atividades que serão produzidas e

consumidas simultaneamente, daí a característica da inseparabilidade do serviço. Outra

característica dos serviços é a intangibilidade. Tal característica faz com que o cliente

perceba de maneira subjetiva o serviço. Um aspecto considerado pelo autor é a

Page 23: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

23

heterogeneidade da prestação de serviços, tendo em vista que um serviço prestado a

um cliente não é exatamente o “mesmo” serviço prestado a outro cliente.

Segundo Zeithaml e Bitner (2003), a característica da intangibilidade é a

diferença mais básica entre bens e serviços, tendo em vista que os mesmos não podem

ser vistos, sentidos ou tocados como no caso dos bens. Quanto ao aspecto da

heterogeneidade, os mesmos afirmam que nunca dois serviços serão exatamente o

mesmo. O aspecto da heterogeneidade do serviço também diz respeito ao cliente, pois

nunca dois clientes serão exatamente o mesmo. Por fim, elenca a característica da

perecibilidade referindo-se ao fato de que os serviços não podem ser preservados,

estocados, revendidos ou devolvidos.

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) destacam o aspecto da simultaneidade do

serviço, afirmando que os serviços são criados e consumidos simultaneamente. Os

serviços, para os autores, são uma mercadoria perecível tendo em vista não poderem

ser estocados e uma vez que não forem utilizados em tempo próprio, se perdem para

sempre. O aspecto da intangibilidade diz respeito ao fato dos serviços serem idéias e

conceitos e não produtos e objetos, por isso, as inovações em serviços não poderem

ser patenteáveis. Como o cliente não pode ver o serviço, mas pode avaliar, sentir, este

baseia a sua decisão de compra, na reputação da empresa.

Para Lovelock e Wrigth (2006), a essência dos serviços pode ser representada

por duas definições:

a) é um ato ou desempenho oferecido por uma parte à outra. O desempenho é

essencialmente intangível e não resulta em forma de propriedade;

b) são atividades econômicas que criam valores e fornecem benefícios para

clientes em tempos e lugares específicos;

Percebe-se que a definição de serviços é muito semelhante entre os autores e

que os mesmos destacam características importantes como a intangibilidade, a

heterogeneidade e a perecibilidade da natureza do serviço. Para que uma empresa se

destaque de outra na prestação de serviços, só existe uma maneira, que é a percepção

da qualidade do serviço recebido pelo cliente. Para se ter uma definição melhor da

qualidade em serviços é necessário estudar seus aspectos e conceitos.

Page 24: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

24

2.1.1 Qualidade em serviço - considerações

O interesse na qualidade de serviço surgiu no final da década de 1970. Desde

então, o assunto atrai substancialmente a atenção de pesquisadores e praticantes.

Grönroos introduziu uma abordagem de qualidade orientada para serviço em 1982, com

o conceito de Qualidade Percebida de Serviço e o modelo de qualidade total percebida

de serviço. Essa abordagem baseou-se em pesquisa sobre o comportamento do

consumidor e os efeitos das expectativas relativas ao desempenho dos bens em

avaliações pós-consumo. A abordagem da qualidade percebida de serviço com seu

“constructo de desconfirmação” ainda constitui o fundamento da maioria das pesquisas

de qualidade de serviço em curso (GRÖNROOS, 2004).

De acordo com Grönroos (2004), a qualidade do serviço ou de um produto é

qualquer coisa que o cliente perceba o que ela seja e na verdade o que conta é a

qualidade percebida pelo cliente. Grönroos (1984 apud GRÖNROOS, 2004) afirma que

para entregar e manter a qualidade de serviço, uma organização precisa primeiramente

identificar o que constituiu qualidade para aqueles que ela serve. Klaus (1985 apud

JUWAHEER; ROSS, 2003), propõem que qualidade de serviço pode ser explicada em

termos físicos, situacional e comportamental, ou seja: o que é entregue, as

circunstâncias para a entrega e como ela é entregue. Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1985) afirmam que qualidade de serviço tem sido definida como o resultado de uma

comparação entre a expectativa de um serviço e o que é percebido como recebido.

Para Day e Peters (1994 apud ERAQUI, 2006), qualidade em serviço possui

duas dimensões: a estática e a dinâmica. A dimensão estática diz respeito à

expectativa dos clientes, que sempre muda ao longo do tempo, enquanto que a

dimensão dinâmica ocorre durante a execução do serviço e oferece a oportunidade

para o cliente desfrutar do esforço dos funcionários, de tornar tangível um produto

intangível, que é o serviço (INGRAM et al, 1997 apud ERAQUI, 2006).

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) afirmam que percepções da qualidade,

por aqueles que prestam o serviço e por aqueles que recebem o serviço, muitas vezes

têm sido relatadas diferentes. A qualidade de um produto ou serviço em particular é

“qualquer coisa que o cliente perceba que ela seja” Grönroos (2004,p. 85). Para o autor

Page 25: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

25

”o que conta é a qualidade como percebida por clientes”, tendo em vista que os

serviços são processos experimentados mais ou menos subjetivamente, nos quais as

atividades de produção e consumo ocorrem simultaneamente (Ibid. 2004).

Para Grönroos (2004) a qualidade de um serviço, como percebida por clientes,

tem duas dimensões: uma dimensão técnica ou de resultado e uma dimensão funcional

ou relacionada a processo. Qualquer serviço recebido pelo cliente, como por exemplo,

uma refeição em um restaurante, um quarto para dormir em um hotel, o transporte de

uma empresa aérea, um empréstimo em um banco, entre outros tantos serviços, são

resultados de processos de serviço e fazem parte da experiência da qualidade.

O “que” esses clientes recebem em suas interações com a empresa prestadora

de serviços é importante para sua avaliação de qualidade. Esse aspecto é uma mera

dimensão da qualidade denominada qualidade técnica do resultado do processo de

produção do serviço. É exatamente o que fica com o cliente ao final do processo de

produção de serviço e de suas interações comprador-vendedor. Porém, na prestação

de serviço, existem momentos da verdade, durante o recebimento do serviço e apenas

a dimensão técnica da qualidade não contará para a avaliação total que o cliente

percebeu ter recebido. Ele também será influenciado pelo modo como a qualidade

técnica – ou seja, o resultado final do processo foi transferido para ele. Dentre vários

aspectos podem-se citar alguns exemplos: a acessibilidade de um hotel, a aparência e

as instalações de um restaurante, um site na web, a aparência dos funcionários de um

hospital e como esses funcionários desempenham suas tarefas, o que dizem, como

fazem, também influenciam significativamente a visão que o cliente tem do serviço

(GRÖNROOS, 2004).

O “como” é a outra dimensão da qualidade. Está relacionada com o modo como

são feitos os encontros de serviço em si e como o fornecedor de serviços opera. É

denominada Qualidade Funcional do Processo. Pode-se perceber que a dimensão

funcional da qualidade não pode ser avaliada tão objetivamente quanto a dimensão

técnica, frequentemente ela é percebida muito subjetivamente.

Finalmente, pode-se afirmar que a vantagem competitiva de uma empresa

depende da qualidade, e do valor de seus bens e serviços. Uma empresa pode vencer

uma concorrência se fornecer a seus clientes mais e melhores serviços cuja qualidade

Page 26: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

26

funcional seja enfatizada (Ibid. 2004). O principal objetivo de qualquer empresa é que

todo o processo de qualidade projetado no serviço oferecido seja percebido como

valoroso pelo cliente, caso contrário terá utilizado esforços em vão. A percepção da

qualidade ocupa lugar de destaque em todo esse processo, por isso merece um tópico

à parte, conforme a seguir.

2.1.2 Da qualidade percebida

Pode-se obter uma boa qualidade percebida quando a “qualidade

experimentada” atende às expectativas do cliente, isto é, à “qualidade esperada”. Tudo

depende das expectativas serem realistas, pois caso contrário, mesmo que a qualidade

experimentada seja boa, a qualidade total percebida será baixa (GRÖNROOS, 2004). O

nível de qualidade total percebida não é determinado apenas pelo nível das dimensões

técnica e funcional da qualidade, mas pela lacuna existente entre qualidade esperada e

experimentada (Ibid. 2004).

Esse assunto, de como a qualidade de serviço é percebida, vem sendo

extensamente estudado. A maioria desses estudos se baseia na noção da

desconfirmação. Isso significa dizer, que a qualidade percebida é medida com uma

comparação entre expectativas e as experiências para uma série de atributos de

qualidade. Estudos relevantes foram realizados por Leonard Berry, Parasuraman e

Zeithaml relativo ao desenvolvimento do instrumento SERVQUAL (GRÖNROOS, 2004).

Em meados da década de 1980, Berry, Parasuraman e Zeithaml começaram a estudar

determinantes da qualidade de serviço e como os clientes avaliavam a qualidade de

serviços, tomando como base o conceito de Qualidade Percebida de Serviço

(GRÖNROOS, 2004).

De acordo com Grönroos (2004) nas pesquisas dos autores anteriormente

citados, descobriu-se que dez determinantes caracterizavam a percepção que os

clientes tinham ou têm do serviço. Posteriormente, outros estudos reduziram para cinco,

que serão a seguir demonstrados:

1. tangíveis visíveis: estão relacionados à atratividade das instalações,

mobiliários, decoração, folheteria, bem como com a aparência visual dos funcionários;

Page 27: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

27

2. confiabilidade e credibilidade: significa que o cliente pode confiar no serviço

prometido, ou seja, ele receberá o que foi vendido e livre de erros ou vícios;

3. capacidade de resposta/prontidão: esse determinante diz respeito ao quão

disposto está o funcionário em atender o cliente, a informá-lo quando o serviço será

realizado e a executar o serviço com presteza;

4. segurança/domínio: o comportamento dos funcionários transmite confiança

aos clientes, o que os deixa com a sensação de segurança;

5. empatia: atenção individualizada ao cliente, oferecendo sempre seus melhores

interesses.

O SERVQUAL foi desenvolvido como um instrumento para medir como os

clientes percebem a qualidade de um serviço. O modelo SERVQUAL e composto de 22

itens que compõem as cinco determinantes ou dimensões da qualidade acima citadas,

que englobam as dez determinantes originalmente conhecidas. O emprego do

SERVQUAL é feito em duas etapas sendo que na primeira são mensuradas as

expectativas prévias do cliente em relação ao serviço e na segunda são mensuradas as

percepções do cliente sobre o desempenho dos serviços prestados (desconfirmação ou

confirmação das expectativas).

De modo geral são utilizados questionários que utilizam escala tipo Likert de 7

pontos, cujos extremos são definidos como “discordo totalmente” e “concordo

totalmente”. Para cada item do questionário é calculado a lacuna entre a percepção e a

expectativa. Uma lacuna negativa indica que o desempenho está aquém das

expectativas e uma lacuna positiva demonstra que o prestador de serviços está

executando o serviço além das expectativas do cliente. Com esse instrumento, diversos

tipos de expectativas podem ser medidas. Para melhor conhecer como os clientes

percebem a qualidade de um dado serviço, deve-se medir tantos as expectativas

quanto as experiências do serviço recebido, (GRÖNROOS, 2004).

Apesar de toda relevância do instrumento SERVQUAL para a pesquisa de

qualidade em serviços, este trabalho optou por utilizar a Matriz de Importância e

Desempenho utilizada por Slack (1994), Stock e Lambert (2001), Campos (2006),

Campos (2007) e Campos (2008). Porém, as dimensões estudadas por Berry,

Page 28: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

28

Parasuraman e Zeithaml (1985) são importantes contribuições para os atributos do

estudo.

2.1.3 Expectativa do cliente

As expectativas dos clientes compõem um fator importante que influencia na

qualidade percebida do serviço. É importante conhecer como as expectativas se

desenvolvem.

Quando um cliente avalia a qualidade de um serviço, ele julga em função de

algum padrão anteriormente estabelecido que é a base para a formação da expectativa.

Caso não haja, anteriormente, experiência pessoal importante, o cliente poderá basear

sua expectativa em propagandas, folhetos, comunicação boca a boca, entre outros

(LOVELOCK; WRIGHT, 2006).

Para Ojasalo apud Grönroos (2004) podem ser identificados três tipos de

expectativas, sendo elas a difusa, a explícita e a implícita, que serão mais bem

visualizadas na Figura nº 1.

A expectativa difusa é aquela na qual o cliente não sabe expressar

conscientemente suas expectativas, mas mesmo assim elas causam impactos sobre a

satisfação deste. Os clientes sentem a necessidade de um serviço ou de mudança na

situação atual, mas não tem claro o que precisaria ser feito. Cabe ao prestador de

serviços trazer à tona as expectativas difusas e torná-las explícitas.

Grönroos (2004), cita um exemplo que define bem a expectativa difusa. Uma

empresa procura contratar serviços de segurança. O prestador de serviços oferece um

pacote de soluções, mas o cliente sente que ainda não é aquilo que ele deseja e, ele

espera que possa ser feito mais. Na verdade o cliente pode não saber o que deve ou

não ser feito e nem conseguir explicitar suas expectativas, mas, mesmo assim, pode se

sentir frustrado. Caso o prestador de serviços consiga explicitar essas expectativas

difusas, existe uma oportunidade para satisfazer o cliente.

Page 29: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

29

Dinâmica intencional = gerenciamento de expectativas

Dinâmica não intencional

Figura 1 – Um modelo dinâmico de expectativas Fonte: Ojasalo, J.(1999 apud GRÖNROOS, 2004).

As expectativas explícitas, para o cliente, são aquelas que ele sabe, ativa e

conscientemente, que serão alcançadas. O único problema desse tipo de expectativa é

que muitas delas podem não ser realistas, baseadas muitas vezes em promessas

falsas, mensagens de venda pouco claras e deliberadamente vagas. É importante em

um relacionamento de vendas que o prestador de serviços ajuste as expectativas não

realistas, para torná-las mais realistas. Fazendo isso, a probabilidade de que o serviço

entregue atenderá às expectativas é mais alta.

Finalmente as expectativas implícitas são consideradas tão óbvias pelo cliente

que nunca são expressas claramente. Somente se elas não forem atendidas ocorre a

insatisfação. Na Figura 1, existe a seta negra das dinâmicas intencionais, isto é, são

ações que o prestador de serviços deve e pode fazer para gerenciar essas

expectativas. As expectativas difusas e implícitas devem ser transformadas em

explícitas. É um processo onde, durante a prestação de serviços, a empresa de

serviços sabe o que fazer e o cliente aprende o que esperar.

Expectativas

difusas

Expectativas

implícitas

Expectativas explícitas

Não-realistas

Realistas

Focar, revelar e calibrar expectativas aumentam a qualidade a longo prazo

Page 30: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

30

Quanto às linhas pontilhadas da Figura 1 estas são as dinâmicas não

intencionais, que são alterações na natureza e na gama de expectativas que ocorrem

com o passar do tempo sem a interferência do provedor de serviços. Nesse processo o

cliente aprende a classificar expectativas difusas em explícitas e não realistas em

realistas. Caso não ocorra dessa forma, é bem provável que o cliente mude de

empresa, para uma que talvez tenha a capacidade de atender às expectativas que

foram consideradas não realistas pelo provedor de serviços anterior.

A razão de existir de qualquer empresa prestadora de serviços é a satisfação do

cliente, sem a qual não há continuação da mesma. Em razão disto, é importante

conhecer os aspectos da satisfação do cliente e de como gerenciar as reclamações,

conforme a seguir.

2.1.4 A satisfação do cliente

Clientes insatisfeitos com um produto ou serviço são clientes que podem optar

por outra companhia ou dissemina uma propaganda “boca a boca” negativa. Além do

cliente insatisfeito, existe o cliente marginalmente satisfeito ou o cliente indiferente, que

pode ser atraído pela concorrência. A satisfação do cliente desempenha um papel

fundamental em ramos altamente competitivos, onde existe uma diferença expressiva

entre clientes meramente satisfeitos e clientes completamente satisfeitos (LOVELOCK;

WRIGHT, 2006).

Para conhecer os níveis de satisfação dos clientes as empresas devem descobrir

o quanto seus clientes atuais estão satisfeitos ou insatisfeitos e isso pode ser

descoberto, perguntando aos clientes quais fatores são considerados importantes em

sua satisfação e depois avaliar o desempenho do serviço ofertado. Após a coleta

dessas informações, a empresa poderá adotar estratégias mais adequadas para

aumentar os níveis de satisfação. Níveis mais altos de satisfação resultam em maior

fidelidade do cliente. Clientes altamente satisfeitos disseminam informações positivas e

se tornam um anúncio ambulante, o que reduz o custo para atrair novos clientes. A alta

satisfação serve como uma espécie de amortecimento em prováveis falhas de serviços

futuros. Os clientes altamente satisfeitos costumam ser mais condescendente em

Page 31: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

31

situações de experiências ruins quando tiveram experiências prévias positivas

(LOVELOCK; WRIGHT, 2006).

A empresa poderá decidir quais esforços de melhoria de qualidade fornecerão os

melhores retornos financeiros. Lovelock e Wright (2006) recomenda que a pesquisa

constante deve ser conduzida por meio de várias técnicas que constituem o sistema de

informações sobre qualidade de serviços, entre elas as pesquisas transacionais,

pesquisas totais de mercado, compra misteriosa, pesquisa com clientes novos,

desistentes e ex-clientes, entrevistas com grupos de foco e relatório de campo do

funcionário.

As empresas que conseguem fornecer serviços de alta qualidade são aquelas

que escutam seus clientes e seus funcionários. É importante administrar

relacionamentos, lidar com reclamações e saber reverter o quadro para que o cliente

saia satisfeito e torne-se um disseminador da empresa.

2.1.5 Modelo de satisfação e qualidade

A Figura 2 adaptada de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), oferece uma

compreensão do processo pelo qual os clientes criam suas expectativas em relação ao

desempenho dos fornecedores. Também é possível verificar que é muito comum existir

um número de lacunas (gaps) que, depois de descobertas, cabe ao fornecedor superá-

las, se quiser melhorar o atendimento ao cliente.

De acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2006), existem alguns fatores que

influenciam as expectativas dos clientes, conforme a seguir:

a) as expectativas dos clientes não são frequentemente as mesmas que suas

exigências e necessidades;

Page 32: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

32

Figura 2 : Modelo de satisfação e de qualidade Fonte: Bowersox, Closs e Cooper (2006)

Experiência

passada

Necessidades

Expectativas

Desempenho

Percebido

Lacuna 6

Padrões de

desempenho

Desempenho

real

Lacuna 2

Lacuna 3

Lacuna 5

Gestão de percepção de expectativas

ve

nd

ed

or

clie

nte

Comunicação

externa

Lacuna 1

Comunicação boca a boca

Lacuna 4

Page 33: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

33

b) relacionada à percepção do cliente dos desempenhos anteriores, está a

propaganda boca a boca;

c) a comunicação advinda do próprio fornecedor. Promessas feitas pelo setor de

vendas, ou mensagens contidas no material promocional, representam informações das

quais os clientes ficam pendentes.

A Figura 2 também apresenta uma estrutura que pode ajudar as empresas a

entenderem o que precisa ser feito para satisfazer o cliente. Essa estrutura identifica

lacunas que podem representar onde as empresas estão falhando, ficando mais fácil a

correção do erro. As lacunas de acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2006), podem

ser entendidas da seguinte forma:

a) lacuna 1 – Conhecimento: Essa lacuna representa a percepção pelos gerentes

das verdadeiras expectativas dos clientes. Isso pode demonstrar o quão pouco o

gerente conhece o perfil do seu cliente;

b) lacuna 2 – Padrões: é recomendável que toda empresa tenha padrões de

desempenho para toda a organização. Essa lacuna surge quando os padrões internos

não refletem adequadamente as expectativas dos clientes;

c) lacuna 3 – Desempenho: é a diferença entre o desempenho real e o

desempenho padrão, desde que estipulado pela empresa;

d) lacuna 4 – Comunicação: essa lacuna ocorre quando há comprometimento

demasiado, ou promessas exageradas em relação ao produto ou serviço, o que gera

elevados níveis de expectativa;

e) lacuna 5 – Percepção: a percepção, como fator subjetivo que é, muitas vezes

verá o desempenho como sendo muito mais baixo ou muito mais alto do que realmente

é, mas, em outras vezes, revelará de fato como o cliente está percebendo o serviço;

f) lacuna 06: satisfação/qualidade. esta lacuna é a existência de qualquer uma

das lacunas anteriores, tendo em vista que a existência de uma ou de outra leva à

percepção do cliente de que o desempenho não foi exatamente aquilo que ele

esperava, resultando em sua insatisfação.

Para se conhecer estas lacunas, pode ser utilizada a matriz de importância e

desempenho, que será mais bem explicada a seguir.

Page 34: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

34

2.1.6 Matriz de importância e desempenho

A matriz de importância e desempenho é construída através de informações

obtidas por diversas empresas do mesmo setor, e, através das quais, se consegue

estabelecer um padrão. É possível, avaliar tanto processos produtivos quanto

prestadores de serviços. Com o padrão estabelecido será possível analisar

individualmente os serviços oferecidos através da percepção do usuário (KOWALSKI;

FERNANDES, 2008).

Uma matriz de importância e desempenho evidencia se a empresa está tendo

um desempenho muito alto em um setor em que o cliente não considera importante, e

isso implica em gasto de tempo, energia e dinheiro. Porém, por outro lado, a matriz

poderá evidenciar que a empresa pode estar dando pouca importância a aspectos

considerados fundamentais pelo consumidor (SLACK, 1994).

Para cada atributo analisado é proposta uma pontuação, e essa pontuação será

conhecida por meio da pesquisa feita junto aos concorrentes. Caso a empresa tenha

um nível de resposta abaixo da pontuação base, o seu desempenho está abaixo do

necessário. Slack (1994) afirma que o nível de importância muda à medida que o

mercado e o ambiente econômico se desenvolvem.

Slack (1994) definiu as quatro zonas da matriz como excesso, adequado,

melhoramento e ação urgente como se pode perceber da Figura 3. Quando um atributo

analisado de uma empresa encontra-se na zona de excesso, a empresa pode estar

utilizando recursos em demasia naquele item e seria aconselhável verificar se isso é

necessário. Seguindo o raciocínio, quando os atributos estiverem em zona adequada,

eles estarão em níveis ideais para as necessidades da empresa, e, quando estiverem

na zona de melhoramento, certamente eles precisam melhorar, mas não ainda como

primeira prioridade. A principal urgência é quando o atributo estiver na zona de ação

urgente, porque nesse momento estará representando um nível muito mais abaixo do

que deveria ser. Após a análise da matriz, a empresa deve construir um plano de ação,

com o objetivo de reestruturar seus objetivos de desempenho e poderá acompanhar

constantemente a sua situação.

Page 35: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

35

Figura 3 – Modelo de Matriz de Importância e Desempenho Adaptado de Stock e Lambert (2001)

2.1.7 Do gerenciamento de reclamações

O cliente insatisfeito nem sempre expressa sua insatisfação fazendo uma

reclamação. As reclamações não revelam a totalidade dos clientes insatisfeitos. De

acordo com Lovelock e Wrigth (2006), pesquisas afirmam que no máximo 40% dos

clientes insatisfeitos reclamam.

O gerenciamento das reclamações é um mecanismo para reter o cliente e

aumentar o lucro. A reclamação do consumidor faz parte do processo de recuperação

do cliente para, corrigir os erros e evitar a perda do cliente. Em modelos anteriores, o

enfoque não era dado no gerenciamento das reclamações e, sim, na quantificação das

reclamações, quando oportunidades eram perdidas na definição de estratégias para

aumentar a satisfação do cliente (RODRIGUES, 2003).

baixo médio alto D E S E M P E N H O

Melhorar sem dúvida

Melhorar

Manter/ melhorar

Melhorar

Manter

Reduzir/ manter

Manter

Reduzir/ manter

Reduzir/ Manter

I M

P

O

R

T

 N

C

I

A

baix

a

m

éd

ia

alt

a

Page 36: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

36

Vários estudiosos têm percebido a mudança das empresas, enfatizando a

manutenção dos clientes atuais e desenvolvendo relacionamentos mais duradouros.

Isto pode ter surgido com a emergência do conceito de “marketing de relacionamento”.

Os benefícios são grandes para ambos os lados. De maneira geral os clientes leais

podem levar ao crescimento dos rendimentos de uma empresa, enquanto que para o

cliente há uma sensação de tratamento especial, que incluiria descontos por fidelidade

e tratamento preferencial. Ainda no tocante à empresa, podem gerar novos negócios

através do marketing boca a boca (SANTOS, 2002).

2.1.8 Imagem da empresa

A imagem de uma empresa representa os valores que os clientes ligam à

organização. Esses clientes podem ser atuais, potenciais, perdidos ou simplesmente

pessoas ligadas à organização. A imagem varia de grupo para grupo, mas existe uma

percepção comum da organização que pode ser muito clara e bem conhecida para

alguns grupos e estranha para outros (Grönroos, 2004).

De acordo com Grönroos (2004), a imagem favorável representa um patrimônio

para qualquer empresa, porque a imagem causa um impacto sobre as percepções do

cliente em relação a vários aspectos da mesma. O papel da imagem tem pelo menos

quatro funções conforme a seguir demonstradas:

a) a imagem comunica expectativas: se a empresa tem uma imagem positiva,

fica mais fácil comunicar-se eficazmente e as pessoas ficam mais perceptivas

às comunicações boca a boca. O contrário também é verdadeiro, em caso de

imagem negativa. Uma imagem neutra pode não causar nenhum dano, mas

também impede o aumento da eficácia da comunicação;

b) a imagem é um filtro que influencia percepções: em caso de imagem positiva,

caso haja algum problema, a imagem se torna um abrigo protetor. Problemas

menores serão abrigados pela imagem. Ao contrário, em uma imagem

negativa, os problemas podem ser agravados, além do que realmente são

porque já se tinha a percepção de uma imagem negativa, e, tendo uma

imagem neutra, não causa nenhum dano, tampouco causa abrigo;

Page 37: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

37

c) a imagem é uma função de expectativas, bem como de experiências: caso a

qualidade percebida for compatível com a imagem criada ou excedê-la, a

imagem positiva será reforçada ou até melhorada. Se for uma imagem

negativa, o efeito será o oposto. Caso a imagem não esteja clara, é o

resultado da experiência do cliente que formará a imagem na sua mente;

d) a imagem causa um impacto interno sobre funcionário bem como um impacto

externo sobre clientes. Uma imagem positiva pode reforçar atitudes positivas

em relação à empresa, no funcionário e pode inclusive atrair bons

profissionais, enquanto que uma imagem negativa pode afetar as atitudes dos

funcionários em relação à organização como empregadora.

É importante perceber que a imagem revela o que existe na realidade. A imagem

não é o que é comunicado através das campanhas publicitárias. Quando existe uma

incongruência entre a realidade e a imagem comunicada o que prevalece é a realidade.

2.2 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

O consumo de serviços, conforme afirmado por Grönroos (2004) é um consumo

de processos e não um consumo de resultado. O consumidor de serviços percebe o

processo de serviço como parte do consumo de serviço e não como o resultado

daquele processo. Para que aconteça o consumo, o consumidor percorre um processo

de tomada de decisões que pode incluir até cinco etapas, segundo Bovee apud

Zeithaml e Bitner (2003), que são elas:

a) reconhecimento da necessidade: o cliente precisa solucionar um problema ou

atender a uma necessidade;

b) busca de informação: o consumidor busca informações para ajudá-lo na

satisfação da necessidade ou na resolução do problema. Eles buscam informações

através de fontes pessoais, como amigos e especialistas, e de fontes não pessoais,

como, por exemplo, meios de comunicação. Na aquisição do serviço, diferentemente da

aquisição de bens, o consumidor tem de se fiar muito mais das fontes pessoais, tendo

em vista que somente nelas é que se pode obter informações sobre experiências,

quesito fundamental na decisão de compra de um serviço;

Page 38: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

38

c) avaliação de alternativas: o cliente seleciona algumas alternativas e analisa.

Porém o grupo de produtos selecionados que o consumidor considera como aceitáveis

é provavelmente menor do que o grupo de serviços. É mais difícil conseguir

informações pré-compras adequadas sobre serviços;

d) compra: o cliente opta por uma marca e faz a compra. Nesta decisão da

compra estão presentes a emoção e o humor, que influenciam a percepção das

experiências pessoais. A emoção e o humor afetam a percepção de quem compra o

serviço como, também, afeta a eficácia do prestador de serviços, caso este, esteja, por

exemplo, irritado. Os humores e as emoções afetam também a respeito de como a

informação a respeito dos serviços é absorvida e recuperada;

e) pós-compra: o consumidor avalia a escolha e decide se atendeu

satisfatoriamente às suas expectativas. Quando os clientes se sentem desapontados

com as compras, os mesmos podem atribuir sua insatisfação a várias causas diferentes

como, por exemplo, os produtores de serviços, os distribuidores ou os próprios clientes.

A qualidade de muitos serviços depende da informação que o cliente tem para o

contato do serviço;

Outro aspecto importante do comportamento do consumidor é o papel da cultura

nos serviços que, como afirma Winsted (1997 apud ZEITHMAL; BITNER 2003), até

pouco tempo atrás, as diferenças dos serviços de cultura para cultura eram contadas

como anedotas do que, de fato, algo que mereceria um tratamento sistêmico.

Primeiramente, eram diferenças culturais de país a país, porém, na atualidade, dentro

de um mesmo país, existem diferenças culturais significativas. O Brasil é um exemplo

disto, porque, devido a suas proporções continentais, abarca uma população que,

apesar de falar o mesmo idioma, já tem traços característicos bem distintos. As

diferenças entre as culturas influenciam o modo como consumidores avaliam os

serviços (ZEITHAML; BITNER, 2003). O comportamento do consumidor é permeado

pelas suas expectativas e suas experiências e é importante conhecer como funciona

este processo para a definição de estratégias da melhoria da qualidade em serviços.

Page 39: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

39

3 O MERCADO TURÍSTICO O turismo é uma atividade que ultrapassa os setores convencionais da

economia. Para sua formação, ele utiliza dados de natureza econômica, social,

ambiental e cultural, por isso, muitas vezes é descrito como uma atividade multifacetada

(LICKORISH; JENKINS, 2000). Para Goeldener (1992, HALL; WEILER, 1992,

PEARCE, 1988 apud KANDAPULLY, 2000), pesquisas indicam que a influência dos

fatores tais como tecnológicos, demográficos e de padrões de vida irão alterar

drasticamente a atividade do turismo neste milênio. Mudanças sócio-demográficas e um

alto gasto de energia criaram uma alteração de valores nos turistas e a tendência do

futuro para o turismo parece sugerir que os viajantes estarão preocupados em não

apenas “estar lá”, mas com participar, aprender e vivenciar o lugar que visitam).

O turismo é um mercado altamente competitivo e o setor empresarial dessa

atividade não pode mais competir baseado apenas no custo. A qualidade passa a ser o

elemento chave para a competitividade neste mercado. Não é mais suficiente apenas

manter um negócio, é necessário movimentar-se para frente, se o negócio quiser

alcançar uma sustentabilidade futura. Atendimento ao cliente, melhorias de eficiência,

eficácia de marketing, benchmarking, formação e desenvolvimento são vitais para a

sobrevivência e competitividade em um ambiente de negócios mutáveis (ERAQUI,

2006).

Como observado, este é o novo mercado turístico que se apresenta, cheio de

desafios, altamente competitivo e buscando melhoras na sua eficiência. Para tanto, se

faz necessário conhecer mais detalhadamente este segmento, para melhor

compreensão do assunto.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO TURISMO O turismo pode ser definido como uma experiência de serviço, comumente

criada através de numerosas combinações de atividades, benefícios e interações. É

uma experiência durante a qual o visitante encontra e interage em um nível de

intimidade com o provedor de serviços, com outros participantes e visitantes, tanto no

ambiente físico quanto natural. Em um nível conceitual, essa experiência pode ser

Page 40: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

40

chamada de “pacote”, por ser constituída de uma mistura de produtos, serviços e

interações. Por exemplo, este pode incluir um vôo agradável; a comida servida a bordo;

a interação amigável com o companheiro de viagem; a ajuda natural de um guia de

turismo; um ambiente seguro; a cordialidade dos funcionários do hotel; um quarto

confortável. Estes são alguns dos muitos aspectos que compõem um “pacote” de

turismo. Todos os produtos estão acompanhados de alguns aspectos de serviços e a

maioria dos serviços estão associadas a alguns itens físicos, quer o próprio serviço ou a

prestação do serviço (MURDICK et al, 1990 apud KAMDAPULLY, 2000).

Para Eraqui (2006), o turismo é um setor de serviços com um produto

particularmente complexo, que depende de uma oferta extremamente fragmentada.

Cada elo na cadeia de valor do turismo, ou seja, agências de turismo, operadores

turísticos, meios de transportes, hoteleiros, restaurantes, entre outros, oferece um

elemento do produto global. Juntos esses componentes determinam as experiências e

a apreciação deles do serviço recebido. O destino turístico é o principal local de

consumo dos serviços turísticos e é o local de implantação e das atividades das

empresas turísticas. Turistas identificam o produto com ambas as empresas de

prestação de serviço e o destino visitado.

Lickorish e Jenkins (2000, p.10) citam a definição de Burkart e Medlik (1981) na

qual afirmam que “turismo é o fenômeno que surge de visitas temporárias, ou estadas

fora de casa, fora do local de residência habitual por qualquer motivo que não seja uma

ocupação remunerada no local visitado”. Para De la Torre (1992, p. 19) turismo é o

fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou

grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivo de recreação, descanso, cultura,

ou saúde, saem do seu local de residência habitual para outro , no qual exercem

nenhuma atividade lucrativa nem remunerada , gerando múltiplas inter-relações de

importância social, econômica e cultural. Por fim, a Organização Mundial do Turismo

(OMT) definiu em 1983 que o conceito de turismo é o que diz respeito ao movimento de

pessoas a lugar diverso do qual habite por tempo inferior a 360 dias, desde que esta

não realize atividades econômicas. O que é importante destacar é o fato de o turista

não poder exercer atividade remunerada no local, em que esteja visitando, caso

contrário não estaria fazendo turismo e, sim, exercendo sua profissão, ou seja, fazendo

Page 41: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

41

uma viagem de negócios. E importante conhecer as origens do turismo para poder

acompanhar a evolução do setor, conforme demonstrado a seguir.

3.1.1 Origens do turismo

Na Era Medieval e início do século XVII, os primeiros sinais de crescimento

industrial começaram a afetar o modo de vida até então estabelecido durante séculos.

As viagens começaram a serem vistas como um elemento educacional. As ferrovias

tiveram fundamental importância, e ao lado dessas mesmas ferrovias começaram a

nascer hotéis, pousadas e pensões, para abrigar aqueles que se locomoviam por trem.

A era próspera das ferrovias a vapor foi interrompida pela Primeira Guerra Mundial, em

1914, que apesar de ter estagnado o turismo, propiciou o investimento em rodovias e

grande investimento na aviação (LICKORISH; JENKINS, 2000).

No período pós-primeira guerra, pode-se dizer que foi a era dos automóveis.

Também o início das férias pagas, em alguns países, e o aumento da variedade de

atividades de lazer e recreação como por exemplo, campings, campings com trailers,

albergues, transporte barato e turismo em ônibus fretado, contribuíram para a evolução

do turismo. Também merece destaque o aumento de viagens ao exterior, mas essa

expansão foi novamente interrompida pela Segunda Grande Guerra, de 1939 a 1945

(Ibid.,2000).

A partir de 1945, é que pode ser chamado de período de “decolagem” do

turismo. Houve um crescimento em massa, mais centralizado nos países

industrializados, principalmente na Europa. De acordo com a World Tourism

Organization (WTO), o fluxo do turismo mundial cresceu a uma taxa média anual de

7,32% de 1950 a 1991. Pode-se afirmar que esse crescimento deu-se principalmente,

pelos avanços tecnológicos nos meios de transporte e nos meios de comunicação

(Ibid., 2000).

No Brasil, segundo dados da Embratur (BRASIL, 2010) o desenvolvimento do

turismo começa após os anos 70 do século XX. Antes disto, o único pólo turístico

conhecido no exterior era a Cidade do Rio de Janeiro. Após os anos 90,

principalmente entre 1994 a 1998, o turismo no país acompanhou o desenvolvimento

do turismo mundial. Em 1995 o Brasil recebeu pouco mais de um milhão de visitantes,

Page 42: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

42

em 1998 esse número já chegava a quase cinco milhões. Neste período, entre 1994 a

1998, o turismo no país gerou uma receita da ordem de US$ 38 bilhões,

proporcionando uma arrecadação de impostos diretos e indiretos da ordem de US$ 7

bilhões, e gerou aproximadamente 5 milhões de novos postos de trabalho entre formais

e informais (BRASIL, 2010). As estimativas dos trabalhos formais, de acordo com os

dados obtidos da RAIS, informam que o Brasil passou de 1,71 milhão de empregos com

carteira assinada em 2002 a 2,27 milhões em 2008 o representa um crescimento de

32,70% em seis anos. No ano de 2008 os trabalhos formais no turismo corresponderam

a 5,76% do total de emprego formais no país (Ibid., 2010).

3.1.2 Perspectivas do turismo Os números do turismo são números de grande escala, tanto de operações

turísticas quanto de seus impactos econômicos e sociais. Sem contar ainda que o vasto

potencial de desenvolvimento futuro exige que as previsões e planejamentos sejam

essenciais nesse setor. Deve ocorrer uma parceria entre os setores público e privado,

englobando as várias atividades do setor e a coordenação dos serviços. Além de tudo

isso, o crescimento do transporte deverá corresponder à demanda (LICKORISH e

JENKINS, 2000).

Um dos aspectos que influencia a criação de projeções é a volatilidade na

demanda do turismo. Há meio século, podia-se prever o que os turistas fariam em suas

viagens de férias. Geralmente viajavam para o mesmo destino, ficavam nos mesmos

hotéis ou alugavam casas de veraneio e até os companheiros de férias eram os

mesmos. Alguns fatores também contribuem para essa volatilidade na demanda, como

as taxas de câmbio, condições climáticas, a recessão de alguns países, atentados e

guerras, podem influenciar significativamente na escolha de um destino. Atualmente

existe uma competição acirrada dos destinos, onde se pode optar por praticamente

qualquer lugar do mundo (Ibid., 2000).

Com o advento de aeronaves maiores, as tarifas aéreas baixaram

consideravelmente em termos reais, e o advento das tarifas low cost imprimiram ao

mercado proporções nunca antes vistas no segmento de viagens aéreas. A WTO afirma

que o turismo está passando da “Era Fordiana”, do turismo de linha de montagem, para

Page 43: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

43

uma “Nova Era”, com novas aspirações e objetivos em relação às viagens com um

número crescente e considerável representado pelos viajantes sofisticados. Essa

“Nova Era” está representada na Figura nº 4.

Figura 4 – A nova era do Turismo Fonte: Eduardo Fayos-Sola apud Lickorish e Jenkins, 2000

De acordo com Lickorish e Jenkins (2000), a European Travel Comission (ETC)

depois de realizar uma pesquisa de mercado com 27 organizações de turismo nacional

na Europa, apresentou um documento com as megatendências do turismo. Apesar de o

documento ser uma pesquisa do mercado Europeu, esta reflete muito as tendências

para o mercado mundial, que depois da globalização apresenta características muito

semelhantes.

A seguir as principais tendências, segundo a ETC:

a) o gasto global com viagens, irá aumentar mais rapidamente do que outros

itens do orçamento, devido à maior freqüência das férias, embora mais curtas;

ERA ARTESANAL

ERA “FORDIANA”

NOVA ERA DO TURISMO

Inovações tecnológicas: viagens áreas com jatos Novos procedimentos: auge de tarifas franquias Ambiente Social: pós-guerra níveis mais altos de educação Ambiente econômico: combustível barato Ambiente econômico: maior renda disponível

Inovações tecnológicas: computação Novos procedimentos: segmentação da oferta, mais flexibilidade Ambiente social: viagens individuais, aumento do profissionalismo,

mais tempo livre Ambiente econômico: maior renda disponível

Page 44: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

44

b) a “sazonalidade” será considerada uma oportunidade de marketing e não mais

um problema;

c) o tráfego aéreo, para viagens curtas e longas, irá aumentar mais rapidamente

do que outros tipos de transporte;

d) as viagens individuais irão se tornar cada vez mais populares, em detrimento

das viagens em grupos;

e) as viagens irão aumentar em duas faixas etárias: a primeira dos idosos,

devido ao número crescente de pensionistas, e a outra dos jovens, com incentivo de

descontos a essa faixa etária;

f) a demanda pelas visitas culturais e férias culturais, como as viagens de férias

de verão ou inverno, irão aumentar mais rapidamente do que outras formas de viagem;

g) os grupos tendem a ser menores e mais flexíveis;

h) a relação entre preço e qualidade irá exercer uma influência cada vez maior

na opção por destinos e acomodações. A qualidade do meio ambiente irá se tornar um

elemento determinante para atrair visitantes, especialmente em áreas costeiras e rurais;

i) a segmentação do mercado se tornará mais intensa, e os produtos terão que

ser adaptados para atender às necessidades específicas de cada segmento, como por

exemplo, as viagens da terceira idade. As habilidades de marketing, terão uma função

decisiva na influência dos fluxos de viagens e destinos. As viagens voltadas para

interesses especiais, como hobbies, esportes, interesses culturais entre outros, apesar

de atualmente serem minoria no mercado, tendem a um crescimento rápido.

Algumas dessas tendências, já são percebidas na atualidade, como: a

diminuição dos dias de férias, o aumento das freqüências das viagens; a tendência a

viagens individualizadas, em detrimento aos grupos; e um crescimento das viagens da

terceira idade, com incentivos criados para esse público. Outras tendências demoram

um pouco mais a acontecer, como o caso das segmentações do mercado e a

sazonalidade que ainda é pouco explorada como ferramenta de marketing,

principalmente pelos hoteleiros, que sofrem mais fortemente o efeito desse fenômeno.

Segundo Dias (2005), as perspectivas de crescimento do turismo são

extraordinárias, porque além das viagens terem se popularizado com o aumento de

crédito e diminuição dos custos dos transportes, também houve a incorporação de

Page 45: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

45

novas camadas sociais em um setor antes elitizado. Afirma também que a indústria de

lazer e turismo, como atividade econômica terá uma importância global fundamental,

sendo que para muitos países e regiões terá importância vital.

3.1.3 Valores econômicos do turismo

A indústria dos serviços é a fonte de liderança econômica da atualidade. Os

serviços se situam no eixo central da atividade econômica de qualquer sociedade e

estão interligados de perto com todos os outros setores da economia. Isso é

particularmente pertinente a países em desenvolvimento (KANDAMPULLY, 2000).

O turismo, na atualidade, é considerado no contexto global como uma das

atividades econômicas mais importantes, sendo que, em alguns lugares e/ou países,

ele chega a ser determinante no desenvolvimento local (DIAS, 2005). Como o turismo

faz parte da “indústria” de serviços, seu crescimento é diretamente proporcional ao

crescimento da importância dos serviços na contemporaneidade.

Para Eraqui (2006), a interdependência vertical entre os negócios de turismo é

mais pronunciada que em muitos outros setores da economia. Essa interdependência,

a qual também existe em nível mundial, resulta no que às vezes são estruturas

complexas e tendência nas relações comerciais. Além das empresas e de suas

organizações representativas, os destinos, com suas diferentes atividades, conjugando

interesses públicos e privados, são importantes intervenientes do processo.

Farias e Veiga (2005), comungam da opinião de que as características dos

serviços turísticos são ainda mais peculiares do que em outros setores da economia,

pois os produtos turísticos ofertados, além de serem intangíveis, dependem da

superestrutura local; são heterogêneos, por serem ofertados diferentemente pelas

empresas prestadoras dos mesmos serviços; os custos fixos são altos em relação ao

tempo de retorno do investimento; a mão de obra empregada deve ser especializada e

devidamente treinada, o que acarreta custos operacionais de elevada soma. Porém, é

um mercado que tem um fluxo muito grande de valores.

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), (2010), realizou estudos

econômicos de abrangência mundial e constatou a falta de apreciação governamental

quanto ao tamanho e a importância do turismo. Também foi constatado que não é dada

Page 46: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

46

a devida importância ao seu potencial de crescimento que supera qualquer outro

negócio na atualidade.

Quanto aos números de turismo no mundo, a receita atingiu, em 2006, US$ 735

bilhões de dólares. Foram 840 milhões de chegadas de turistas internacionais o que

significou um crescimento de 4,9% em relação a 2005. A Europa é o continente com

maior número de chegadas com 455 milhões de pessoas que geraram US$ 377,6

bilhões. Nos países asiáticos e da Oceania, foram recebidos 167 milhões de visitante,

que deixaram US$ 153 bilhões. O continente americano juntamente com a região do

Caribe receberam juntos durante 2006 um total de 136 milhões de turistas, que

deixaram US$ 153,3 bilhões. O Oriente Médio recebeu 40,7 milhões de turistas com um

saldo de US$ 26,7 bilhões, enquanto que as regiões menos favorecidas pelo turismo

foram a África do Norte e a África Subsaariana, com apenas 40,8 milhões de turistas e

rendimentos de US$ 24,2 bilhões de dólares. As viagens e o turismo geram cerca de

19,4 milhões de empregos na União Européia nas mais diversas áreas. De acordo com

os dados da WTTC (2010), esta afirma que 234 milhões de empregos estão

relacionados com o turismo em todo o mundo, significando 8,7% da força de trabalho.

O turismo responde por negócios da ordem de US$ 6,5 trilhões, com peso direto de

3,6% e indireto de 10,3% do PIB mundial. Uma contribuição bastante importante do

turismo é a oferta de empregos iniciais, sem alta tecnologia, o que contribui bastante

para a solução do desemprego estrutural (OMT, 2010).

Quanto aos números do turismo no Brasil, é importante destacar um estudo

encomendado pelo Ministério do Turismo (MTur), à Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP), que concluiu que apesar dos gastos de turistas no Brasil terem crescido

116% desde 2002, a atividade ainda é amadora no país. O estudo considerou a taxa de

crescimento anual do setor e sua participação do PIB de vários países. A partir desses

dados, foram elaborados quatro graus de competitividade conforme a seguir

(SUGIMOTO, 2007).

a) países em que o turismo cresce acima da média mundial e o setor é muito

relevante para a economia: México, Espanha e Grécia;

b) países em que o turismo cresce acima da média, mas é pouco relevante para

a economia: Chile, China e Índia;

Page 47: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

47

c) países em que o turismo, por ser forte demais, não acompanha mais o ritmo

de crescimento mundial: França, Estados Unidos e Suíça;

d) países em que o turismo cresce abaixo da média mundial e é pouco relevante

para a economia: Brasil, Argentina e Indonésia:

Na classificação acima, os pesquisadores afirmam que o Brasil está inserido no

pior grupo, naquele em que o turismo é ainda irrelevante para a economia. Apesar de

ainda ocupar os últimos lugares, os números dessa atividade são bastante expressivos.

De acordo com dados dos Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas,

(IEVC), realizados pela Universidade de São Paulo (USP), o valor do PIB do Turismo

(PIBTur) foi de R$ 24,5 bilhões, em 2006, considerados apenas os gastos com locação

de carros, bilhetes aéreos e hospedagens. As viagens a negócios, ou ditas

corporativas, correspondem a 66,2% desse resultado, ou seja R$ 16 bilhões. O valor

deixado pelos turistas internacionais que visitaram o Brasil foi de US$ 1,332 bilhão no

primeiro trimestre de 2007, o que representou um aumento de 9,6% nessa receita, de

acordo com dados do Banco Central (BC), de 2007. O turista estrangeiro gastou, em

média, no ano de 2006, o valor de US$ 860,00 per capita. Em 2005, esse valor foi de

US$ 721; em 2004 de US$ 672; em 2003 de US$ 600; em 2002 de US$ 528; em 2001

de US$ 363; e em 2000 foi apenas de US$ 341 (BRASIL, 2007). A Tabela 1 apresenta

os principais países emissores de turistas para o Brasil.

No tocante aos números de leitos hoteleiros, em 2007, o Brasil contava com

25.700 meios de hospedagens formalizados, dos quais, 18.000 eram hotéis e pousadas

e 7.500 eram outros meios de hospedagem como flats, alojamentos, albergues,

residenciais, entre outros. Esses meios de hospedagem representam uma oferta de 1,1

milhão de unidades hoteleiras (UHs) e geram cerca de 500 mil empregos diretos e mais

de 1.500.000 de empregos indiretos. O patrimônio imobilizado desse setor é muito

expressivo, girando em torno de US$ 15 bilhões, apresentando receita bruta anual de

aproximadamente US$ 9 bilhões e arrecadando mais de US$ 1,8 bilhão de impostos,

taxas e contribuições. Para a Copa Mundial de Futebol de 2014, estima-se que a

indústria hoteleira brasileira receberá investimentos na ordem de R$ 5,3 bilhões na

construção de novos empreendimentos, e R$ 4 bilhões sejam aplicados na renovação

das unidades já existentes (ABIH, 2010).

Page 48: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

48

TABELA 1- PRINCIPAIS EMISSORES DE TURISTAS PARA O BRASIL – 2005/2006

Fonte: Brasil (2010)

O Nordeste brasileiro, região de destaque no cenário turístico nacional, recebeu,

em 2006, 14.495 milhões de turistas, sendo 13.200 milhões de passageiros domésticos

e 1.8 milhão de passageiros internacionais. O grau de satisfação dos turistas foi de

94,5% e o tempo médio de permanência foi de 14 dias, de acordo com a Comissão de

Turismo Integrado do Nordeste (BRASIL TURISMO, 2006).

As perspectivas para o cenário brasileiro, de acordo com a WTTC (2010) são um

crescimento de 5,3% para os próximos dez anos, e isso acarretará um aumento de 6%

nos postos de trabalho relacionados com o turismo.

3.1.4 Importância do turismo para o Rio Grande do Norte

É bastante nítida a importância econômica que o turismo assume como gerador

de renda, emprego e receita para o estado do Rio Grande do Norte (RN), mais

especificamente para Natal e seus arredores. De acordo com dados de 2009 da

Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte (SETUR), o turismo é o

segmento econômico que mais emprega no Rio Grande do Norte, através de pequenas

Principais Países de origem 2005 2006

Número de Turistas

% Ranking Número de Turistas

% Ranking

ARGENTINA 992.299 18,52 1º 921.061 18,35 1º

ESTADOS UNIDOS 793.559 14,81 2º 721.633 14,38 2º

PORTUGAL 357.640 6,67 3º 312.521 6,23 3º

ITÁLIA 303.878 5,67 6º 291.898 5,82 4º

URUGUAI 341.647 6,38 4º 290.240 5,78 5º

ALEMANHA 308.598 5,76 5º 277.182 5,52 6º

FRANÇA 252.099 4,70 7º 275.913 5,50 7º

ESPANHA 172.979 3,23 9º 211.741 4,22 8º

PARAGUAI 249.030 4,65 8º 198.958 3,96 9º

INGLATERRA 169.514 3,16 11º 169.627 3,38 10º

CHILE 169.953 3,17 10º 148.327 2,96 11º

HOLANDA 109.708 2,05 12º 86.122 1,72 12º

SUIÇA 89.789 1,68 13º 84.816 1,69 13º

JAPÃO 68.066 1,27 16º 74.638 1,49 14º

MÉXICO 73.118 1,36 15º 70.862 1,41 15º

CANADÁ 75.100 1,40 14º 62.603 1,25 16º

OUTROS 831.193 15,51 - 820.849 16,35 -

Total 5.358.170 turistas 5.018.991 turistas

Page 49: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

49

e médias empresas. É também a segunda fonte de renda estadual e é o maior

empregador da iniciativa privada (RIO GRANDE DO NORTE, 2009).

No ano de 2007, o RN recebeu aproximadamente 2.179.000 turistas, destes

1.923.000 foram turistas brasileiros, e 255.000 turistas estrangeiros. Em pesquisas

realizadas pela SETUR, 91% dos turistas pretendem retornar ao Estado em uma outra

oportunidade, e 98,20% recomendariam aos amigos o destino Natal (RIO GRANDE DO

NORTE, 2009). É importante conhecer os números do turismo no estado, porque pode-

se ter uma idéia da importância da atividade turística para a região. A Tabela 2

apresenta o recebimento de turistas e o fluxo de receitas do governo estadual, com

impostos, taxas e contribuições no período de 2002-2007.

TABELA 2 -Estimativa de fluxo de turistas e receita arrecadada 2002-2007 Rio Grande do Norte

ESPECIFICAÇÃO

2002 2003 2004 2005 2006 2007

Fluxo de turistas 1.423.886 1.451.623 1.783.341 2.081.694 2.186.880 2.179.925

Brasileiros 1.276.769 1.245.830 1.501.071 1.737.511 1.887.718 1.923.974

Estrangeiros 147.117 205.793 22.270 344.183 299.162 255.951

Receita (US$ 1000) 216.132 308.952 416.725 562.431 578.744 583.367

Brasileiros (US$ 1000) 173.439 222.216 270.587 365.465 396.528 406.950

Estrangeiros (US$ 1000) 42.693 86.736 146.138 196.966 182.216 176.417

Fonte: RIO GRANDE DO NORTE (2009)

A partir do primeiro mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso, são

incrementadas as políticas de turismo no Brasil, com a criação das políticas de

Megaprojetos Turísticos e do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste

(PRODETUR/NE), ambos adotados pelo RN. Com as verbas recebidas, o estado,

privilegiou a implantação de obras básicas como aeroporto, estradas, saneamento,

urbanização, entre outras (TAVEIRA; FONSECA, 2009).

O resultado da primeira fase foi bastante positivo, o que acabou por atrair

investimentos internacionais nos principais municípios que compõem o Polo Costa das

Dunas. Houve um aumento do fluxo turístico, consequentemente um aumento na

geração de novos empregos. As ações estratégicas que serão implementadas com

Page 50: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

50

recursos do PRODETUR II deverão consolidar a atividade turística nos municípios que

fazem parte do Polo Costa das Dunas, que são o litoral oriental do estado.

Natal praticamente domina todo o recebimento de turistas do estado, depois é

seguido pelo município de Tibau do Sul, mais especificamente da Praia da Pipa, destino

este inserido no mercado turístico internacional. Esses dois municípios apresentam uma

dinâmica própria e diferenciada dos demais municípios do RN e praticamente

centralizam o recebimento das receitas turísticas, através das cadeias produtivas do

turismo, nessas localidades. Apesar de a distribuição do turismo não ser homogênea e

algumas cidades se favorecerem mais do que outras, até mesmo por sua oferta de

atrativos, é indiscutível a importância da atividade turística para o desenvolvimento do

Rio Grande do Norte.

3.2 O PRODUTO TURISMO

Dominguez (2001, p.63) afirma que se “analisarmos a atividade turística sob a

ótica do consumidor, podemos comprovar que, para esse, o produto turístico configura-

se como um conjunto de atividades que realizou durante toda a viagem”. A diferença do

produto turístico em relação a outros tipos de produtos é a sua complexidade, tendo em

vista que uma viagem, por exemplo, não é um produto singular, mas um produto

constituído de vários elementos oriundos de várias organizações. Na medida em que o

produto leva em consideração as preferências e necessidades do turista, este se torna

parte do processo produtivo (DIAS; CASSAR, 2005).

A definição de produto turístico passa pela definição de produto como modo

geral, como afirmado por Stantom (1980) apud Dias (2005), o produto é um complexo

de atributos tangíveis e intangíveis, como embalagem, cor, preço, imagem,

atendimento, garantias, os quais o comprador pode interpretar como satisfação as suas

necessidades. Quanto ao produto turístico, Dias e Cassar (2005) afirmam que seja o

conjunto de elementos ou atividades realizadas e destinadas a atender às

necessidades do turista.

Para Collier, (1994, HALL et al 1997, LEIPER, 1990, apud. KANDAMPULLY,

2000) o produto turístico tem uma natureza peculiar. É um amálgama de fatores

Page 51: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

51

tangíveis e intangívei que inclui tudo o que é a experiência turística. A “indústria” do

turismo, então, é composta de redes independentes, mas inter-relacionadas entre si, na

prestação dos serviços.

Essencialmente o produto turístico é formado de componentes essenciais como,

por exemplo, transporte, alojamento, alimentação e atrativos. Por outro lado, apresenta

algumas características próprias que o diferencia de outros serviços, como

demonstrado por Dominguez, (2001), sendo elas:

a) caducidade – o produto turístico não pode ser armazenado e, caso um serviço

não tenha sido utilizado, ele será perdido, como, por exemplo, uma passagem de

avião ou um quarto de hotel. Isso ocasiona uma perda irreparável;

b) os serviços turísticos devem ser consumidos no próprio local, ele está

condicionado à presença do cliente e nesse aspecto a importância dos meios de

transportes;

c) simultaneidade de produção e consumo – o pessoal das empresas turísticas

estão sempre em contato com o consumidor, o que determina a importância das

relações humanas no turismo;

d) rigidez: não existe muita elasticidade na adaptação dos empreendimentos

turísticos à variação da demanda, tendo em vista ao alto custo de investimento

de um hotel, por exemplo;

e) Heterogeneidade e complexidade – como o produto é um resultado de

diversos subprodutos, nem sempre existe homogeneidade na prestação dos

serviços, e uma falha de um dos subprodutos pode afetar os demais;

f) Subjetividade – o estado emocional do cliente e as expectativas criadas

alteram a satisfação dos clientes;

g) Intangibilidade – não se tem contato físico com o produto turístico, não

podendo transferi-lo de um lugar para o outro, apenas pode-se usufruir o mesmo;

A principal diferença do produto turístico para os demais produtos ou serviços é

que o turismo, como uma oferta de serviços, implica na participação próxima do turista

com as organizações, com os funcionários e outros turistas companheiros, em vários

estágios do processo de produção e consumo (GRÖNROOS, 1982, apud GRÖNROOS,

2004).

Page 52: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

52

3.3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO TURISMO

Toda a atividade mercadológica realizada com o intuito de promover,

desenvolver e vender produtos do turismo está centrada no comportamento do

consumidor (SWARBROOKE; HORNER, 2002). O comportamento do consumidor

turista, de modo geral, assemelha-se a outros compradores, porém existem algumas

particularidades que acabam por diferenciá-lo. É importante compreender o

comportamento do turista para planejamento de estratégias de marketing (DIAS e

CASSAR, 2005).

O produto turístico, como já explicitado anteriormente envolve a decisão de

compra, o deslocamento, a estada e os demais elementos que o constituem, portanto,

para conhecer o comportamento do consumidor no turismo existem diversas variáveis

inter-relacionadas. Dias e Cassar (2005) afirmam que o comportamento do mercado

turístico é determinado pela existência de variáveis internas, externas e de marketing

que determinam o turista a fazer uma viagem. Essas variáveis são determinadas por: a)

variáveis culturais; b) variáveis sociais; c) variáveis psicológicas; d) variáveis externas; e

e) variáveis de marketing. O turista sofre influência de todas essas variáveis e esse

processo passa por diferentes etapas desde o reconhecimento da necessidade, busca

de informações, avaliação de alternativas, decisão da compra e avaliação pós compra.

De todos os fatores que influenciam o comportamento do consumidor turista, o

mais importante, de acordo com Dias e Cassar (2005) é o fator psicológico da

motivação, porque se destaca dos demais na capacidade de influenciar os mecanismos

de decisão do consumidor. A base das motivações são as necessidades. Uma

necessidade não satisfeita pode não ser suficiente para motivar o turista a viajar. Essa

necessidade precisa ter sua intensidade aumentada para que ela se transforme em um

impulso irrefreável de gozar as férias, descansar ou entreter-se.

Como a motivação é o fator mais importante no comportamento do turista, é

importante sua identificação para analisar o comportamento do turista e para o

desenvolvimento de estratégias.

Page 53: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

53

Lanquar apud Montejano (1996 apud DIAS; CASSAR 2005) elaborou um quadro

com informações da OMT, que está disposto na Figura 5, onde apresenta três

motivações básicas e seus detalhamentos, que é pertinente conhecer.

De acordo com a Figura 5 as necessidades são as mais diversas, e, como

afirmado por Dias e Cassar (2005), com o tempo, as necessidades dos turistas evoluem

e se modificam. Portanto, produtos e serviços turísticos que, hoje, satisfazem uma

demanda, podem entrar em declínio, caso não acompanhem o perfil de consumo do

turista.

Nos últimos tempos houve profundas mudanças no comportamento dos turistas,

influenciados por fatores internos, como aumento da consciência ecológica, e fatores

externos, como a diminuição de preços, facilidade de obter informações através da

Internet, entre outros. O turista transformou-se em um consumidor mais exigente em

relação a várias questões como qualidade de vida, respeito ao meio ambiente natural,

cultural, entre outros (DIAS; CASSAR, 2005).

MOTIVAÇÕES NECESSIDADES

Motivações pessoais

1. Necessidade de contato com a natureza 2. Necessidade de escapar das pressões

Coletivas Profissionais Familiares Religiosas e sociais

3. Necessidade de conhecimentos

Motivações familiares e

tribais

1. Necessidade de encontrar um certo estilo de vida familiar, que a vida cotidiana impede ou proíbe.

2. Necessidade de reagrupamento da célula familiar na época de férias.

3. Necessidade de se separar do grupo familiar na época de férias.

4. Necessidade de participar da vida dos filhos no período de formação, durante as férias.

Motivações sociais

1. Necessidade de imitação ou como se situar no grupo 2. Necessidade ou singularidade ou como se distinguir do

grupo. 3. Necessidade de se realizar ou aspiração à cultura. 4. Necessidade de ver e de tocar o que a informação turística

nos facilitou 5. Necessidade de se evadir dos entornos sociais e de

trabalhos cotidianos. 6. Necessidade de mudança do entorno habitual humano e de

busca de novas pessoas.

Figura 5 – Quadro de motivações para viajar Fonte: Adaptado de Montejano (1996) apud Dias e Cassar (2005)

Page 54: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

54

De acordo com Dias e Cassar (2005) os principais motivos de compra

encontrados entre os turistas, podem ser citados como:

a) preço: os turistas têm buscado o máximo de satisfação com o menor preço e

esse talvez seja o primeiro fator de indução à compra;

b) moda: alguns destinos, por diversos fatores, tornam-se modismos e os turistas

optam por conhecê-los;

c) hospitalidade: fatores como amabilidade, simpatia, disposição em atender o

turista, contribuem para a formação positiva de qualquer destino;

d) comodidade: o turista, muitas vezes, busca em um destino a comodidade que

não encontra no seu local de moradia;

e) prestígio: muitas viagens podem significar prestígio para grupos sociais

específicos;

f) segurança: talvez seja um dos fatores que mais pesam na decisão do turista,

na atualidade;

g) prazer: o prazer é um componente emocional, cujo atendimento é muito

subjetivo e depende de vários fatores. Dentre esses fatores existe uma variável

que o seu controle não depende dos outros agentes ou dos operadores

turísticos que é o acompanhante ou acompanhantes do turista;

h) efeito demonstração: esse motivo é o da necessidade de repetir o

comportamento daqueles que ele tem como referência.

i) entretenimento, distração: as viagens oferecem a vantagem, em relação a

outras formas de entretenimento, de distanciar o indivíduo do foco das tensões

por um período de tempo;

j) saúde: muitas pessoas viajam com o objetivo de sanar problemas de saúde ou

de apenas aliviar o estresse;

Page 55: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

55

Swarbrooke e Horner (2002) afirmam que com o conhecimento do comportamento

do turista é possível, primeiramente, aumentar o conhecimento no assunto, ajudar os

profissionais de marketing a tomar decisões importantes sobre desenvolvimento do

produto, segmentar o mercado e prever futuras tendências de comportamento do

turista.

3.3.1 O processo de decisão de compra no turismo.

Para Swarbrooke e Horner (2002) no processo de aquisição de produtos e

serviços em turismo, há, por parte do consumidor, um elevado envolvimento e elevados

níveis de comprometimento, em relação à natureza desses produtos e serviços. O

consumidor estará envolvido ativamente no processo e fará pesquisas anteriores, antes

da tomada de decisões, o que significa um processo de compra mais demorado. Níveis

elevados de insegurança também são apresentados pelo consumidor, devido à

intangibilidade dos produtos e serviços e ele vai recorrer, muitas vezes, a conselhos de

amigos, agentes de viagens, programas sobre férias na TV, entre outros.

As decisões de “compra de férias” tem um significado emocional considerável,

porque envolve também os familiares mais próximos. Além disso, a opção de “comprar

férias” pode ser trocada pela aquisição de um carro, ou parte do pagamento de uma

casa, por exemplo. Outro aspecto importante do processo de decisão de compra é que

o consumidor, muito provavelmente, estará fortemente influenciado por outras pessoas,

e isso torna seus padrões comportamentais bastante complexos e difíceis de estudar.

Por fim, a decisão por este tipo de produto é, na maioria das vezes, a longo prazo e

com antecedência, o que pode significar que o consumidor pode ter um modo de

pensar no momento em que faz a decisão da compra e outro quando parte

efetivamente de férias.

Page 56: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

56

Figura 6 – Estrutura da tomada de decisões do consumidor Fonte: Gilbert (1991) apud Swarbrooke e Horner (2002)

Gilbert (1991 apud SWARBROOKE; HORNER, 2002) conseguiu resumir em uma

figura os ambientes que influenciam o consumidor durante o processo de compra em

turismo. A figura nº 6, adaptada da obra dos autores mencionados ilustra o fenômeno.

3.3.2 Satisfação do consumidor em turismo

A satisfação do turista é importante por basicamente três razões: a) a satisfação

leva a recomendações positivas boca a boca, o que atrai novos clientes; b) um cliente

reincidente, satisfeito, é uma fonte estável de rendimentos e despende menos custo

com marketing; c) trabalhar com as queixas dos clientes pode sair bastante caro para a

empresa, principalmente se tiver que arcar com pagamentos compensatórios

(SWARBROOKE; HORNER, 2002).

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) afirmam que a insatisfação em serviços

como o turismo é causada por lacunas existentes entre as expectativas e os resultados

percebidos e identificaram cinco potenciais lacunas nos serviços:

Influências Socioeconômicas

Influências culturais

Influências de grupos de referência

Influências da

família

Personalidade/ atitude

Motivação ou energizadores

Percepção

Aprendizado

Consumidor ou

pessoa que toma a

decisão

Page 57: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

57

1) divergências entre expectativas do consumidor e gerenciamento de

percepções de expectativas;

2) divergências entre percepções de gerenciamento de expectativas do

consumidor e especificações de qualidade nos serviços;

3) divergências entre as especificações sobre a qualidade de serviço e o serviço

proporcionado de fato;

4) divergências entre o serviço oferecido ao cliente e o que é comunicado sobre

o serviço;

5) divergências entre as expectativas do consumidor e percepções da qualidade

do serviço recebido;

Outro aspecto importante no processo de satisfação do turista é o gerenciamento

dos recursos humanos que, segundo Ryan (1997 apud SWARBROOKE 2002) uma

equipe pode fazer acontecer a experiência turística ou dar cabo dela. Caso a equipe

esteja pronta para solucionar problemas e contornar situações indesejadas, a imagem

da empresa será otimizada junto ao cliente.

Por fim, ainda existem os fatores incontroláveis que afetam a satisfação do

turista, como por exemplo, fatores climáticos, greves, doenças, burocracias

governamentais, bem como os fatores subjetivos tendo em vista que os turistas têm

diferentes atitudes, padrões e preconceitos (SWARBROOKE; HORNER, 2002).

3.3.3 Expectativas, percepção e experiência sobre o destino

As expectativas do cliente têm um impacto fundamental sobre suas percepções

de qualidade. Se um prestador de serviços exagerar nas promessas elevará

demasiadamente as expectativas dos clientes, e, conseqüentemente, eles perceberão

que estão obtendo baixa qualidade. Muitas vezes o nível da qualidade do serviço

prestado pode ser alto, mas não existe um equilíbrio entre as expectativas do cliente e

suas experiências, portanto, a qualidade percebida será baixa (GRÖNROOS, 2004).

Para Eraqi (2006, p. 481) “qualidade é a percepção do turista da medida que

suas expectativas são alcançadas pela experiência do produto”. Se o turista tiver alta

expectativa sobre a destinação e sua percepção for diferente da realidade encontrada,

Page 58: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

58

isso acarretará um processo de dessatisfação. Muitas vezes essa expectativa

exagerada é criada pela própria “indústria” turística através das atividades de

divulgação do destino. As agências de viagem, hotéis, restaurantes, operadoras,

propagandas governamentais, encorajam essas expectativas não-realistas sobre o

destino. Saleh e Ryan (1993 apud RYAN, 1995, p.89, apud SWARBROOKE; HORNER,

2002) afirmam que:

Expectativas podem parcialmente estar baseadas na mensagem promocional, que em si é a representação de um ideal, enquanto que a real experiência é a que está baseada em graus de tolerância de serviços satisfatórios, mas que não atendem exatamente às expectativas.

Em turismo, o grau de tolerância de um consumidor pode estar atrelado a alguns

fatores como a qualidade dos serviços prestados, e, nesse caso, a experiência anterior

permite perceber o nível de serviços prestados e o nível educacional do turista que lhe

habilita também perceber o nível de serviço prestado (MARTINS, 2006).

Também se pode afirmar que percepções e expectativas se relacionam com

características da personalidade e da experiência do turista. Daí dizer que existe uma

interdependência entre expectativa, percepção e experiência, o que leva à conclusão

de que o turista mais experiente tem um elevado grau de expectativa, enquanto que o

turista menos experiente está menos capacitado a perceber a qualidade de serviço

prestado (Ibid. 2007).

Laws (1995, apud MARTINS, 2006) discorre que a experiência do turista se inicia

na pré-viagem e vai até o retorno do turista à sua residência. Ele afirma que o caminho

pelo qual a experiência do turista pode ser entendida é o caminho de uma seqüência de

fases, que se inicia com a intenção em visitar um determinado destino, passando pela

experiência de uma variedade de serviços durante a estada na destinação e, por fim,

restando as lembranças da localidade quando se retorna ao lar.

A literatura sobre turismo tem apresentado que a experiência do turista é de

fundamental importância porque a escolha de uma destinação ou equipamento turístico

se deve à influência pessoal exercida por parentes, amigos, colegas de trabalho,

quando relatam as suas experiências predispondo a escolha do turista.

Page 59: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

59

Martins (2006) discorre que no que se refere à satisfação do turista quanto à

destinação, pode-se afirmar que três fatores influenciam significativamente, conforme a

seguir:

1) o advento do turismo de massa: esse é um fator econômico de muita

importância para o turismo e, apesar de trazer muitas conseqüências

negativas para o meio ambiente, proporciona a criação de emprego e de

oportunidades para a localidade. O turismo de massa surgiu pelo progresso

do transporte aéreo, das telecomunicações, da saturação das áreas urbanas

e do advento da Internet, entre outros. Com o surgimento desse tipo de

turismo surge a variável de capacidade de carga de uma destinação, que está

relacionada com a experiência do turista. Um local saturado de turistas não

poderá atender adequadamente uma demanda e pode ser decisivo na

avaliação pós-experiência.

2) o desenvolvimento do pacote de férias: o pacote de férias tem crescido em

importância particularmente desde o início dos anos 60. Os pacotes têm

crescido de acordo com a importância que uma destinação tem obtido dos

operadores turísticos. O problema desse tipo de comercialização é que, nos

últimos anos, ele tem sido vendido com os princípios de uma linha de

montagem, com os turistas consumindo tudo como se fossem robôs e de

forma rotineira (POON, 1996, apud MARTINS, 2006). Expectativas altas têm

sido criadas com as vendas desses pacotes e nem sempre as destinações

atendem a esse tipo de expectativa, o que vai levar a uma avaliação negativa

da destinação.

3) A extensão da viagem: a viagem com tempo insuficiente combinada com um

pacote de férias ruim, pode resultar na dessatisfação do turista em relação ao

destino. Na verdade, o que conta aqui não são os números de dias da

viagem, mas se o indivíduo teve tempo suficiente e disponível para si mesmo.

Nota-se claramente que a percepção que o turista tem sobre um destino, um

hotel ou um serviço turístico contratado está ligado diretamente com as suas

expectativas. As suas expectativas nascem de suas próprias experiências ou de

experiências de terceiros, através do boca a boca. É importante gerenciar o processo

Page 60: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

60

de venda do produto turístico para não criar falsas expectativas, ou não vender um local

como “ideal de férias” o que poderá gerar uma percepção negativa do destino.

Page 61: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

61

4 O SETOR HOTELEIRO

O setor turístico é composto de vários sub-setores que são interdependentes

entre si, como por exemplo, o transporte, a hospedagem, os serviços de alimentação, o

lazer, a recreação, entre outros. Todos são fundamentais para o desenvolvimento do

turismo, porém, o setor de meios de hospedagem é tido como o elemento estratégico do

sistema, tendo em vista a necessidade imperiosa de descanso do ser humano. Em

algum momento o homem precisa dormir.

Segundo Castelli (2005), o número de viajantes é cada vez maior e para atender

a esse contingente é necessário dotar os meios de hospedagem de excelentes

equipamentos e instalações, bem como de pessoas qualificadas. O grande desafio dos

hotéis, para os próximos anos, será o de conciliar quantidade com qualidade. Antes de

aprofundar o assunto, é importante fazer um resgate histórico da hotelaria.

4.1 PANORAMA HISTÓRICO E ATUAL DA HOTELARIA NO MUNDO

A indústria hoteleira surgiu em decorrência da necessidade dos homens viajarem

a negócios. Os primeiros relatos de acomodação são registrados por volta de 3000 a.

C, quando os comerciantes Sumérios viajavam de uma região a outra da Mesopotâmia

para vender seus grãos e, evidentemente, no fim do dia, necessitavam de abrigo,

comida e bebida. Algumas pessoas empreendedoras encontraram maneiras de

satisfazer essas necessidades. Nas rotas de comércio da Mesopotâmia, da China e do

Egito e, mais tarde, em outras partes do mundo, os negócios de hospedagem

prosperaram (CHON; SPARROWE, 2003).

Existem conjecturas de que as primeiras estruturas destinadas ao pernoite

tenham sido construídas no Oriente Médio há cerca de 4000 anos. Essas estruturas

apenas forneciam abrigo para homens e animais, nada além disso. Todas as provisões,

como comida, água e sacos de dormir, eram trazidas pelo viajante. Outros relatos

existem de que a qualidade dos serviços era muito precária e eram recorrentes

hospedarias infestadas de insetos, porém nem todas eram ruins. As hospedarias da

Grécia Antiga tinham reputação de servir boa comida. Também é possível encontrar

Page 62: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

62

relatos de boas estalagens em Roma, por volta de 43 d.C. Em Roma, muitos de seus

cidadãos eram suficientemente ricos para viajar por prazer, e isso contribuiu em muito

para o crescimento da indústria da hospitalidade, somado a boa qualidade das estradas

romanas (CHON; SPARROPWE, 2003).

Com o fim do Império Romano, as viagens declinaram e as hospedarias

praticamente desapareceram. A Igreja Católica manteve vivas as viagens através do

estímulo aos peregrinos para que visitassem os monastérios e catedrais da Europa. A

Igreja oferecia hospedagem e alimentação ao viajante, mas não cobrava por isso,

porém esperava em troca alguma contribuição. Em 1282, um grupo de italianos formou

o primeiro grêmio de pousadas italianas, e a hospedagem evoluiu de um ato de

caridade para um negócio bem desenvolvido (BARRETO, 2003).

No século XVI, as hospedarias na Inglaterra tiveram um salto de qualidade

favorecidas pela estabilidade política, pelas melhorias tecnológicas nos transportes e

pelas mudanças nas condições sociais. Constam registros, do ano de 1577 que havia

480 hospedarias, tavernas e estalagens por toda região de Norfolk, Inglaterra. Já no

século XVII, a oferta e a demanda tiveram um novo impulso com a criação das

carruagens, o que possibilitou que as pessoas atingissem distâncias maiores. Em 1825,

com a invenção da estrada de ferro, novas mudanças ocorreram, e pode-se destacar as

inúmeras construções de meios de hospedagem perto das estações de trem. Em 1828,

foi inaugurado nos Estados Unidos, na cidade de Boston, o Tremont House e com ele

teve início a fase da profissionalização da hotelaria e o surgimento do profissional

“hoteleiro”. Esse hotel foi responsável por determinar padrões para os novos hotéis

Norte-americanos e inspirou a revolução do luxo na Europa. Começava nos EUA a era

dos grandes hotéis (CHON; SPARROWE, 2003).

Por fim, com a introdução dos jatos comerciais, em 1958, a hotelaria se

transforma novamente. Os hotéis do centro das cidades entram em decadência e novos

hotéis, motéis e restaurantes foram construídos em locais com facilidade de acesso ao

aeroporto. Com a evolução dos transportes aéreos, a globalização virou regra desde

então. Em 1998, existiam, apenas nos EUA, 3,9 milhões de unidades habitacionais em

aproximadamente 51 mil estabelecimentos (Ibid. 2003).

Page 63: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

63

Segundo Valdés (2003) nota-se que a hotelaria moderna nasce no fim do século

XIX e início do século XX, porém, nessa época destacam-se os complexos hoteleiros

nos balneários, os grandes palacetes nas cidades mais importantes e esses

estabelecimentos eram direcionados à burguesia. Eles se caracterizavam pela

verticalidade, a hierarquia, a organização em departamentos e o luxo como destaque

no serviço, acessíveis apenas a uma minoria. A partir de 1971, com a crise do petróleo,

e que originou uma crise econômica mundial, os hotéis passaram a reduzir custos com

a redução de pessoal. Nas demais instabilidades econômicas, os hotéis repetiam essa

política e somente a partir de 1980 é que os mesmos começam a mudar o foco de suas

estratégias e não só se concentrar na redução de custos.

Tabela 3 – Lista das maiores cadeias de hotéis do mundo

Ranking Companhia Sede 2008 Quartos

2008 Hotéis

1 IHG - InterContinental Hotels Windsor, England 619,851 4,186

2 Wyndham Hotel Group Parsippany, USA 592,880 7,043

3 Marriott International Washington, USA 560,681 3,178

4 Hilton Hotels Corp Beverly Hills, USA 545,725 3,265

5 Accor Paris, France 478,975 3,982

6 Choice Hotels International Silver Spring,USA 472,526 5,827

7 Best Western International Phoenix, Ariz. USA 305,000 4,000

8 Starwood Hotels & Resorts N.Y. USA 284,800 942

9 Carlson Hotels Worldwide Minneapolis, USA 151,077 1,013

10 Global Hyatt Corp. Chicago, Ill. USA 114,332 375

11 Westmont Hospitality Group Houston, USA 106,097 689

12 TUI AG/TUI Hotels & Resorts Hannover, D 83,728 297

13 Jin Jiang International Hotels Shanghai, China 80,164 465

14 Golden Tulip Hospitality Group Netherlands 76,779 788

15 The Rezidor Hotel Group Brussels, Belgium 76,740 361

16 Extended Stay Hotels Spartanburg, USA 76,384 686

17 Sol Melia SA Spain 76,335 304

18 LQ Management LLC Irving, Texas USA 75,832 721

19 Groupe du Louvre Torcy, France 61,077 856

20 Vantage Hospitality Group Westlake Vill.USA 60,354 845

Fonte: Panrotas, (2009b). Elaboração própria.

É importante destacar, que a partir de 1990, a globalização impactou a hotelaria.

Favoreceu a um grande crescimento das cadeias internacionais, padronizou os

processos, com a transferência de tecnologia, alcançando assim níveis semelhantes de

serviços em destinos diferentes, e, para os países em desenvolvimento, tem significado

um financiamento para o desenvolvimento do turismo e para o desenvolvimento

Page 64: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

64

econômico da região. Vale ressaltar que nem sempre o dinheiro das cadeias

internacionais é aplicado em benefício da região, onde está o hotel situado (VALDES,

2003).

A Tabela 3, a título de ilustração, apresenta as maiores cadeias de hotéis do

mundo onde pode-se perceber a maioria absoluta de hotéis americanos. Os EUA detêm

mais de 50% das grandes cadeias hoteleiras e apenas uma cadeia, das 20 maiores do

mundo, está sediada fora do eixo EUA-Europa.

4.2 PANORAMA HISTÓRICO DA HOTELARIA NO BRASIL

Os registros iniciais da hotelaria no Brasil datam do século XVIII e as cidades de

São Paulo e Rio de Janeiro são consideradas os marcos iniciais dessa atividade. Nesse

período, começaram surgir, no Rio de Janeiro, as estalagens, ou casas de pasto, onde

era oferecido alojamento àqueles que procuravam. Pode-se falar que era o início da

atividade hoteleira, propriamente dita (ANDRADE, 2000). Duarte (1996), apresenta

uma classificação efetuada por Charles Burton, ainda no século XVIII, das primeiras

hospedarias paulistanas, que é interessante conhecer:

1ª Categoria: simples pouso de tropeiro

2ª Categoria: telheiro coberto ou rancho ao lado das pastagens

3ª Categoria: venda, correspondente a "pulperia" dos hispano-americanos,

mistura de venda e hospedaria.

4ª Categoria: estalagens ou hospedarias

5ª Categoria: hotéis

Já no século XIX, com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro, em

1808, e com a abertura dos portos, muitos estrangeiros começaram a transitar por ali e

houve, assim, a necessidade de se criar meios de hospedagem com maior capacidade

e mais preparados para receber àqueles hóspedes. Cabe destaque ao Hotel Pharoux,

considerado um dos estabelecimentos de mais prestígio do Rio de Janeiro daquele

então, pela sua posição junto ao cais do porto (ANDRADE, 2000). Em São Paulo,

somente a partir de 1870, é que começaram a surgir alguns hotéis que merecessem

Page 65: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

65

destaque, como por exemplo, Hotel do Comércio, Hotel Paulistano, Hotel Universal,

Hotel Providência, Hotel Quatro Estações, entre outros (SERAFIM, 2005).

O Século XVIII foi marcado pelo início da hotelaria no país, mas o século XIX foi

marcado por profunda estagnação. O país sofreu com o problema da escassez de

hotéis, mais marcadamente na cidade do Rio de Janeiro. O setor voltou a crescer no

século XX, onde houve muita revolução e evolução. Em São Paulo, o marco do início

dessa nova fase, foi a construção do Hotel Términus e do Hotel Esplanada,

incentivados em parte pela construção da São Paulo Railway (ANDRADE, 2000).

O Hotel Términus contava com mais de 200 quartos e era localizado na Av.

Prestes Maia, onde hoje fica o prédio da Receita Federal em São Paulo. Em 1923,

merece menção a construção do Hotel Esplanada com 250 apartamentos, ricamente

decorado com mármore de Carrara e seus três luxuosos salões-restaurante, salão de

chá, e transformou-se no ponto de encontro da elite paulista. No Rio de Janeiro, a

escassez de hotéis estendeu-se até o início do século XX com a criação do Decreto n.

1160, de dezembro de 1907, que isentava por sete anos de todos os emolumentos e

impostos municipais, os cinco primeiros grandes hotéis que se instalassem no Rio de

Janeiro. Com os incentivos desse decreto, foi inaugurado o Hotel Avenida, em 1910

(ANDRADE, 2000). Outros dois marcos importantes para o Rio de Janeiro, foi a

construção do Hotel Glória, em 1922, e do Hotel Copacabana Palace, em 1923,

atualmente um dos hotéis mais famosos do Brasil (DUARTE ,1996).

Na década de 1930, são inaugurados hotéis nas capitais do país, em estâncias

minerais e nas áreas com atrações naturais significativas. Na década de 1940, mais

especificamente, em 1946, é importante destacar a proibição dos jogos de azar onde

muitos hotéis fecharam suas portas e outros tantos reestruturaram seus

estabelecimentos. A hotelaria somente volta a crescer com os incentivos fiscais de

1963, do Banco Central, que favoreceram algumas cadeias hoteleiras, dentre elas a

Rede Othon, Rede Vila Rica e Rede Luxor, todas com capitais fechados e com

administração familiar (SERAFIM, 2005).

Em 1966, com a criação da Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR),

posteriormente denominada de Instituto Brasileiro de Turismo e junto com ela o Fundo

Geral do Turismo (FUNGETUR), houve novos incentivos fiscais na implantação de

Page 66: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

66

hotéis, e foi promovida uma nova fase na hotelaria brasileira, com a criação de hotéis

no segmento de luxo, ou seja, cinco estrelas. Nos anos de 1960 e 1970 chegam as

grandes redes internacionais ao país, mas, focam suas construções em hotéis de

categoria cinco estrelas não acessíveis à grande parte da população. Apenas nos anos

90 é que as grandes redes passam a construir no país hotéis mais econômicos e de

padrão internacional, até porque a demanda por esse tipo de produto começa a se

intensificar (SERAFIM, 2005).

A primeira rede internacional a operar no país foi a Hilton International

Corporation, em 1971, e passou a administrar o Hilton São Paulo. Em 1974,

começaram a operar no Brasil as redes Holiday Inn (Campinas), Sheraton (Rio de

Janeiro) e Intercontinental (Rio de Janeiro). Em 1975, foram inaugurados o Le Meridién

(Rio de Janeiro) e o Club Med (Itaparica) e, em 1977, o Novotel (Morumbi), todos

ligados as suas redes internacionais (GORINI; MENDES, 2005).

Nos anos de 1980, houve um período de estagnação de investimentos no setor.

Somente em 1994, com o processo inflacionário estabilizado, iniciou uma nova fase de

expansão da hotelaria no Brasil, proporcionada pelo crescimento da renda da

população e pelo aumento das viagens domésticas e o aumento de entrada de turistas

estrangeiros no país. Cabe destaque para esse período uma reorganização e

diversificação do setor e a criação de pólos turísticos, com ênfase para o complexo

Costa do Sauípe, na Bahia (Ibid., 2005).

Nesse período, pós 1994, também ficou marcado pela entrada dos fundos de

pensão no mercado hoteleiro, na qualidade de investidores imobiliários, a exemplo de

outros países, e, em 1996, foi inaugurado o Hotel Sol Meliá, em São Paulo, uma

parceria de 35 fundos institucionais. Posteriormente, outros hotéis foram lançados

nesse mesmo sistema, sendo eles Transamérica Morro do Conselho em Salvador,

Hotel Meliá em Maceió, hotéis das redes Marriott, Accor e Superclub Breezers no

complexo Costa do Sauípe, Lê Méridien Rio de Janeiro, Renaissance São Paulo (rede

Marriott) e o resort Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco, além de várias novas

unidades da rede Accor (Ibid., 2005).

Para concluir, o período que vai de 1990 a 2001 marcou a indústria hoteleira

brasileira como sendo uma das que apresentaram maior expansão de sua oferta.

Page 67: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

67

Vários hotéis de luxo foram inaugurados em São Paulo, em Belo Horizonte, em Porto

Alegre e em Pernambuco. Na cidade do Rio de Janeiro, que já contava com uma

grande oferta hoteleira, foram feitas reformas importantes, como a do hotel

Copacabana Palace, do hotel Lê Meridien e do Sofitel Rio Palace. Também foi

inaugurado o Marriot Copacabana, que foi o primeiro hotel de luxo a ser construído no

Rio de Janeiro, desde 1970 (GORINI; MENDES, 2005).

4.3 PANORAMA HISTÓRICO E ATUAL DA HOTELARIA EM NATAL/RN.

Pode-se afirmar que a história da hotelaria em Natal tem início na década de

1960, de forma bastante incipiente, com a construção do Hotel Internacional Reis

Magos, localizado na Praia do Meio, sendo considerado o único estabelecimento com

condições de receber turistas com certo padrão de qualidade. Antes desse hotel, existia

apenas o Grande Hotel, localizado no bairro da Ribeira, onde na atualidade é a sede do

Juizado Especial de Pequenas Causas da cidade (FURTADO, 2005).

Em 1971, é criada a Empresa de Turismo do Rio Grande do Norte (EMPROTUR)

que tinha a finalidade de dinamizar o setor turístico e divulgar a cidade, porém o turismo

só adquire relevância e se firma como atividade econômica na década de 1980. Dentre

muitas das realizações de incentivo ao setor turístico, destaca-se nesta fase, o Projeto

Parque das Dunas/Via Costeira elaborado pelo Decreto nº 7.538 de 19/01/1979, que foi

criado com o objetivo de dotar Natal de uma infra-estrutura hoteleira até então

insuficiente para inserir Natal no mercado turístico nacional. É importante salientar que

o projeto da Via Costeira atravessou cinco mandatos de governadores (1975-1990),

desde sua idealização até sua reformulação, atestando assim sua importância para o

município (Ibid.,2005).

Apesar da importância do projeto da Via Costeira, com a construção de seus

hotéis e como marco definitivo do lançamento de Natal, as empresas privadas

envolvidas nas construções dos hotéis não tinham experiência no ramo do turismo, uma

vez que os grupos eram egressos do ramo da construção civil. Essas empresas se

beneficiaram de isenções e incentivos fiscais, e financiamentos diversos, mas também

contribuíram para que Natal se tornasse capaz de atrair investidores. Após a construção

Page 68: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

68

dos hotéis da Via Costeira, somados aos hotéis já existentes na cidade, Natal chega ao

ano de 1997 com 4.358 leitos hoteleiros e salta para 6.061 leitos no ano de 1999, isso

apenas de hotéis regularmente cadastrados, no padrão de duas a cinco estrelas, sem

contar as mais de duzentas pousadas espalhadas pelos bairros e pelas orlas das praias

(FURTADO, 2005).

Em 2009, Natal foi eleita uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014, e um

dos itens que mais contribuiu para sua indicação foi a quantidade de leitos hoteleiros

disponíveis. A cidade atualmente conta com mais de 26.000 leitos hoteleiros, o que

corresponde a mais da metade dos leitos hoteleiros da capital de São Paulo e de

acordo com os projetos já aprovados para novos hotéis e resorts no interior do estado,

o RN poderá disponibilizar mais 25.000 leitos até 2014 (RÉGIS, 2009).

4.4 CONCEITOS DE HOTEL E HOSPITALIDADE O conceito de hospitalidade na hotelaria pode ser expresso na frase de Gouirand

(1994 apud CASTELLI, 2005) quando afirma que o acolhimento hoteleiro consiste em

tratar cada hóspede em sua individualidade, procurando captar o que de fato ele deseja e

realizar o milagre de acolher individualmente uma multidão de pessoas.

Medlik e Ingram (2002 apud VEIGA; FARIAS,2005) separam o conceito total de

hotel para explicar a inter-relação de subprodutos oferecidos na hotelaria como partes

de um todo maior que é o hotel. Esses subprodutos envolvem a localização, instalações

e acomodação, o serviço, a imagem e o preço, formando, todos eles, um produto único.

São itens importantes que analisados pelo pretenso comprador, pesam na decisão final

de compra.

Os meios de hospedagem, de acordo com Castelli (2005), podem ser agrupados em

dois grandes grupos, ou seja, os comerciais e os não comerciais, conforme abaixo:

a) não comerciais – estabelecimentos privados e institucionais, sem fins lucrativos,

como casas particulares, abrigos e casas de estudantes.

b) comerciais – são empresas que exploram a atividade de administrar um meio de

hospedagem como hotel, pousada, motel, entre outros.

Page 69: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

69

Ainda existem outras classificações em função da localização do hotel, que pode

ser de praia, de cidade, de campo, de montanha, entre outros, e, em função do seu

principal foco, de negócios, hotel residencial, hotel de lazer, entre outros.

Para melhor definição, a Embratur em 2002, definiu parâmetros para o Sistema de

Classificação dos Meios de Hospedagem e consolidou várias disposições que estavam

dispersas, através da Deliberação normativa n. 429/2002. As categorias apresentadas

pelo quadro a seguir são as vigentes no país, denominadas por títulos e por estrelas, que

estas últimas, apesar do desuso entre os técnicos, continuam existindo no imaginário

popular como referência na hora de contratação do serviço.

CATEGORIA SÍMBOLO

Super Luxo

Luxo

Superior

Turístico

Econômico

Simples

SL

Figura 7 – Quadro de categorias e símbolos dos meios de hospedagem Fonte: Brasil (2010)

A parte de qualquer classificação, é importante ressaltar que, de acordo com

perspectivas da OMT, as viagens, que em 2003, eram da ordem de 670 milhões

alcançarão o patamar de 1.600 bilhão em 2020, o que consequentemente aumentará

muito a oferta e a demanda hoteleira, e daí a importância de se agregar aos profissionais

da área o devido preparo, tendo o cuidado de não apenas limitá-los exclusivamente às

funções técnicas e operacionais, mas voltá-los para os fundamentos da hospitalidade

(CASTELLI, 2005).

A indústria hoteleira é única no sentido de que os hóspedes vivem a experiência

enquanto estão no hotel. Gerentes e funcionários de hotel têm que assegurar que todos

os momentos de contato com os hóspedes resultem em uma experiência positiva. Uma

alta qualidade de serviço não significa fazer uma coisa 100% certa, mas fazer

numerosas coisas 1% melhor (JUWAHEER; ROSS, 2003).

Page 70: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

70

Nadiri; Hussain (2005), afirmam que em uma indústria de hotel, altamente

competitiva, hoteleiros, individualmente, precisam encontrar caminhos para fazer seus

produtos e serviços destacarem-se dos outros. Para alcançar isso, hoteleiros precisam

compreender as necessidades de seus clientes, e, em seguida ir de encontro com elas

ou se possível, exceder às necessidades.

Diante da nova realidade que se aproxima, também é importante para o hotel

entender as externalidades do meio, já que na atualidade, o hotel deixou de possuir

somente espaços destinados a hospedar pessoas, e, agora, ele se integra ao entorno

e oferece espaços multifuncionais para eventos e acontecimentos sociais. O turista

viaja não por causa do hotel em si, mas pelos atrativos do destino turístico, e

novamente, as externalidades do meio influenciam e repercutem no desempenho do

hotel, sob a avaliação dos hóspedes (VEIGA; FARIAS, 2005).

Page 71: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

71

5 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta a metodologia utilizada no presente trabalho,

enumerando a técnica, o método, o tipo de pesquisa, a delimitação do universo, a

amostra, o instrumento de pesquisa, o tratamento estatístico e os demais dados que

originaram a presente dissertação.

Acevedo, 2006, afirma que pesquisar de forma científica é buscar uma resposta

para uma determinada questão, utilizando uma série de procedimentos. Tais

procedimentos devem ser objetivos e sistematizados e utilizar um método específico.

Ademais, a pesquisa científica deve ater-se à apenas a realidade empírica, ou seja, o

que está ao alcance da experiência. Depois de pesquisado, os resultados obtidos

deverão ser comunicados de uma forma específica para demonstrar o que foi

alcançado. Por que se pesquisa? Para poder entender a razão de causa e efeito de

certos fenômenos e com os resultados em mãos, poder antever e controlar

determinados acontecimentos.

É importante ressaltar que todas as pesquisas têm limitações. Todas as

explicações obtidas com resultado de pesquisas serão sempre incompletas ou parciais,

porque é impossível obter todas as relações de um fenômeno investigado (ACEVEDO,

2006).

5.1 DO CONTEXTO DA PESQUISA

A pesquisa social pode ser definida como o processo que utiliza a metodologia

científica para obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social. As

pesquisas sociais são as investigações realizadas no campo das mais diversas ciências

entre elas Sociologia, Antropologia, Ciências Políticas, Psicologia, Economia,

Administração, entre outras (GIL, 2006).

De acordo com a finalidade da pesquisa social, ela pode ser dividida em dois

tipos: a pura que se preocupa em desenvolver conhecimentos científicos generalistas,

não se preocupando com a aplicação prática e a pesquisa aplicada onde o objetivo da

Page 72: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

72

pesquisa é o interesse na aplicação dos conhecimentos adquiridos (GIL, 2006), sendo

esta última, objeto desta dissertação.

Este trabalho optou pela pesquisa descritiva que, segundo alguns autores como

Duverger (1962; SELLTIZ et.al. 1967, apud GIL, 2006), definem as pesquisas

descritivas como sendo as que têm o objetivo de descrever características de

determinada população ou fenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis. Uma das

características mais comuns está na seleção de técnicas padronizadas de coleta de

dados.

O consenso de muitos pesquisadores diz que as principais etapas da pesquisa

em ciências sociais envolvem o planejamento, coleta de dados, análise e interpretação

e redação do relatório. Gil (2006) apresenta um esquema que inclui nove etapas, sendo

elas: a) formulação do problema; b) construção de hipóteses ou determinação dos

objetivos; c) delineamento da pesquisa; d) operacionalização dos conceitos e variáveis;

e) seleção da amostra; f) elaboração dos instrumentos de coleta de dados; g) coleta de

dados; h) análise e interpretação dos resultados; e, por fim, a redação do relatório.

A relevância deste trabalho é investigar, em um primeiro momento, a importância

que o hóspede empresta a uma série de atributos relacionados a hotéis e, num

segundo momento, investigar sua avaliação em relação aos mesmos atributos; porém,

desta vez, depois de ter se hospedado nos hotéis pré-selecionados. Os resultados

obtidos apresentarão as lacunas existentes entre o que o hóspede considera importante

e a sua avaliação do atributo.

Portanto, este trabalho opta pela pesquisa descritiva e quantitativa combinando

as seguintes técnicas para melhor conhecimento do objeto de estudo:

a) revisão da literatura procurando conhecer os principais trabalhos publicados

na área de estudo e os atributos mais pesquisados dentro de avaliação de qualidade

em serviços turísticos;

b) pesquisa documental para encontrar documentos que possam subsidiar

dados, como os números apresentados pelo turismo nacional e internacional;

c) aplicação de questionários com perguntas pré-estabelecidas para obtenção

dos dados.

Page 73: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

73

A pesquisa quantitativa, escolhida para este trabalho, por si só é uma pesquisa

de mensuração. Para seu desenvolvimento é planejada, estruturada, formalizada e

desenvolvida com trabalhos de campo com a construção do instrumento de coletas de

dados, que pode ser questionário ou formulário, onde os respondentes dão suas

respostas pré-concebidas, pré-delineadas. No caso deste trabalho, foi realizado através

de questionário com respostas pré-concebidas em uma escala Likert de 0 a 10 que

permite que o entrevistado atribua uma nota, o que contribui para questiionar um

grande número de clientes e depois somar as respostas para obter resultados do objeto

que está sendo estudado.

5.2 DO CONSTRUTO

Com o objetivo de operacionalizar a busca pelas respostas à pergunta da

pesquisa, foi adotada a seqüência apresentada na Figura 8. Na primeira etapa foi

realizada a revisão da literatura sobre serviços e sobre serviços hoteleiros, nacional e

internacional. Posteriormente, foram selecionados os principais atributos contidos na

literatura específica. Os atributos então, foram submetidos à análise dos gestores de

quatro dos hotéis envolvidos na pesquisa, para que fizessem suas contribuições e

adaptações às características do mercado local.

Na terceira etapa, já com todos os atributos ajustados, foi criado o instrumento

de pesquisa elaborado através de questionário com perguntas estruturadas. Os

questionários seriam aplicados, na primeira fase, com 720 hóspedes, sendo 120 para

cada hotel, totalizando seis hotéis, dois por categoria. Todos os 120 questionários

deveriam ser aplicados antes que os hóspedes fizessem o procedimento do check in.

Nesta fase, os respondentes informariam dados que comporiam o perfil sócio-

demográfico e atribuiriam grau de importância a 34 atributos de serviços dos hotéis.

Page 74: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

74

Figura 8 – Esquema metodológico Elaboração própria.

Questionário e perfil.

Avaliação da importância

dos atributos

Atributos e dimensões

do serviço hoteleiro

Revisão da literatura sobre avaliação de serviços hoteleiros

Revisão da literatura

de serviços

Escolha de um conjunto de atributos

para avaliação do serviço hoteleiro

Características da

hotelaria no mercado local

Questionário e perfil.

Avaliação do desempenho dos atributos

Hotel

Categoria 4

Clientes Antes

Check in

Clientes Após

check out Check in Hotel

Categoria 5

Desemepenho dos hotéis em relação

aos atributos

Análise

comparativa e

diferenciais

Importância

conferida aos

atributos

Conclusões

Hotel

Categoria 3

Page 75: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

75

Na quarta etapa do trabalho, ficou definida a segunda fase da pesquisa, que

consistiria novamente na aplicação de 720 questionários previamente estruturados

sendo 120 para cada hotel, totalizando seis hotéis e dois por categoria. Desta vez os

questionários são aplicados após o hóspede ter utilizado os serviços do hotel, durante o

procedimento de check out, tomando o cuidado de selecionar os hóspedes que têm

permanência mínima de três noites no hotel. Os hóspedes que participam dos

questionários, não serão necessariamente os mesmos para o check in e para o check

out, vez que o período de aplicação dos questionários é diferente para uma e outra

fase.

Na quinta etapa são feitas as análises comparativas dos rankings de importância,

analisando a expectativa dos hóspedes e posteriormente a análise dos desempenhos,

comparando os hotéis entre si. Matrizes de oportunidades são feitas para sugerir ações

para as lacunas encontradas entre expectativa e desempenho. Os hotéis são

comparados entre si e por categorias, bem como há a descrição estatística dos dados.

A última etapa foi dedicada à conclusão da pesquisa, limitações e recomendações.

5.2.1 Do Universo e da Amostra.

Fazem parte da investigação os clientes que utilizam os serviços de hospedagem

dos hotéis discriminados na Tabela 6. O universo corresponde aos clientes hospedados

nos hotéis durante 60 dias, correspondente ao período da coleta de dados, nos meses

de julho e agosto de 2010. No estabelecimento do universo de hóspedes foram

considerados os valores médios históricos de ocupação hoteleira no período de 2002 a

2007, o número médio de dias de permanência e o número médio de pessoas por

apartamento para a rede hoteleira da Cidade do Natal conforme a Tabela 4.

Tabela 4 – Índices de desempenho na Hotelaria RN - 2001 a 2007

Indicadores

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Taxa média de ocupação (%) 49,47 46,86 49,05 56,13 60,38 54,02 52,55

Permanência média (dias) 3,65 3,28 3,39 3,45 3,46 3,30 3,27

Média de hóspedes por UH 2,04 1,97 1,91 1,97 2,03 1,98 1,99

Participação de hóspedes brasileiros (%) 86,86 88,29 83,21 81,10 80,10 83,49 85,50

Participação hóspedes estrangeiros (%) 13,14 11,71 16,79 18,90 19,90 16,51 14,50

Nota: UH – Unidade Habitacional

Fonte: RIO GRANDE DO NORTE/RN (2010)

Page 76: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

76

A amostra tem um caráter não probabilístico. Os hóspedes foram escolhidos por

conveniência. Na primeira fase, durante o deslocamento do aeroporto ao hotel ou antes

do check in. Na segunda fase durante ou depois do check out. No plano amostral

prevê-se a aplicação de 240 questionários aos hóspedes de cada hotel, 120 em cada

fase, totalizando-se a oitiva de 1440 hóspedes. A escolha do tamanho foi guiada

buscando-se um balanceamento entre o custo da operação e a dimensão do erro

amostral. A Tabela 5 apresenta o erro amostral para um nível de significância de 95%.

Foi tomada uma proporção estimada, p, de 50%, correspondente ao pior cenário de

variância. Os erros foram calculados pelo software STATDISK 1998. Considerando-se

que o perfil dos respondentes é tomado nas duas fases, o erro amostral para o perfil

nas categorias é menor que 5%.

Tabela 5 – Numero de apartamentos, universo, tamanho da amostra e erro amostral

Hotel No Aptos Universo

Tamanho Amostra

Erro Amostral %

3B 40 749 120 8,2

3F 36 674 120 8,1

4C 136 2.547 120 8,7

4D 215 4.027 120 8,8

5A 395 7.398 120 8,9

5F 210 3.933 120 8,8

Cat 3 76 1.423 240 5,8

Cat 4 351 6.574 240 6,2

Cat 5 605 11.331 240 6,3

Fonte: elaboração própria

Os hotéis foram selecionados aleatoriamente, respeitando dois por categoria,

dentre o ranking de venda de uma operadora turística de nível nacional e encontram-se

entre os vinte hotéis mais vendidos em Natal no ano de 2009 (TREND, 2010). Os

nomes não foram divulgados, porque esta foi uma das condições para que os mesmos

aceitassem a aplicação dos questionários.

A tabela 6 demonstra o número de questionários por hotel, bem como a

categoria a qual pertence.

Page 77: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

77

Tabela 6 – Questionários por hotel

Hotéis Categoria Respondentes %

Hotel A 5 estrelas (Luxo) 240 16,66

Hotel B 3 estrelas (Turístico) 240 16,66

Hotel C 4 estrelas (Superior) 240 16,66

Hotel D 4 estrelas (Superior) 240 16,66

Hotel E 5 estrelas (Luxo) 240 16,66

Hotel F 3 estrelas (Turístico) 240 16,66

Total 1440 100

Fonte: elaboração própria

5.2.2 Quadro resumo com estudos nacionais e internacionais

Para a realização deste trabalho, foi realizada uma revisão teórica em teses,

dissertações, artigos nacionais e internacionais que já tivessem trabalhado com

expectativa, qualidade de serviços e temas afins desta dissertação. O material

encontrado foi bastante farto e foi possível então, começar a selecionar atributos para a

elaboração do instrumento de pesquisa. O Quadro 1 apresenta o resumo dos trabalhos

com os atributos selecionados, bem como autor e país de origem.

Estudo Atributos/ Dimensões Objetivo Resultados

Atilgan, Akinci e Aksoy (2003), Turquia

- Resolução de problemas - Agradabilidade dos quartos - Material promocional - Qualidade do atendimento dos funcionários - Aparência externa

Sugerir uma nova abordagem para pesquisas de avaliação das dimensões da qualidade de serviço em detrimento da aplicação do SERVQUAL.

Os resultados obtidos foram que as operadoras turísticas devem considerar em futuras pesquisas que as características culturais afetam a percepção da qualidade de serviço.

Barbosa (2007) Brasil São Paulo

- Atendimento - Resolução de problemas

Saber se a hospitalidade representa um fator de bom relacionamento com os hóspedes.

Pesquisou em três hotéis onde encontrou em dois o fator hospitalidade como decisivo no relacionamento com os clientes.

Carvalho (2007) – Brasil, Balneário Camboriú

- Atendimento - Agradabilidade - Limpeza - Segurança - Localização - Preço

Estudar a satisfação de clientes da terceira idade em meios de hospedagem em Bal. Camboriu SC;

Apresentou excelentes resultados com clientes satisfeitos, com sugestões de melhorias em treinamento de funcionários no quesito honestidade.

Page 78: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

78

Duarte (2006) Brasil São Paulo

- Atendimento Estudar a influência do humor tanto como personalidade, quanto humor organizacional na qualidade de atendimento hoteleiro.

Um dos hotéis estudados apresentou mais alto nível de satisfação do cliente interno do que os outros hotéis, o que reflete na satisfação do cliente externo.

Eraqui (2006) Egito Cairo

- Limpeza - Acessibilidade - Segurança - Preços

Conhecer a qualidade do serviço turístico do ponto de vista do cliente interno e externo.

Quanto ao cliente interno, não existe no Egito ambiente de negócios turísticos que encoragem a criatividade do funcionário e quanto ao cliente externo algumas queixas como melhoria do transporte interno e segurança foram colhidas.

Ferreira (2004) Brasil Natal

- Atendimento - Limpeza - Café da manhã - Localização - Resolução de problemas

Conhecer os fatores que afetam a satisfação e a fidelidade do turista nordestino que visita Natal através de meio de transporte rodoviário.

Limpeza, higienização do ambiente, conservação da piscina, bar, restaurante, serviço de telefonia, serviço de passeios, preço em relação à qualidade e preço em relação a outros hotéis foram os principais fatores conhecidos

Gonzalez (2005) Brasil Natal

- Atendimento - Limpeza - Internet - Restaurante - Bar - Café da manhã

Conhecer os fatores que influenciam na satisfação e conseqüente fidelização do cliente estrangeiro em Natal/RN

Os resultados foram: cordialidade, limpeza, segurança, qualidade do restaurante do hotel e serviço de Internet

Juwaheer e Ross (2003) Ilhas Maurícios

- Decoração quartos - Aparência do staff - Material publicitário - Localização - Manutenção da área verde - Atendimento - Resolução de problemas - Fechamento da conta - Variedade do cardápio

Conhecer a percepção dos hóspedes de hotéis das Ilhas Maurício.

A qualidade dos serviços ficou aquém das expectativas dos hóspedes tendo como a maior lacuna a empatia.

Kandampully (2000) Austrália Albury

- Atendimento, cortesia Analisar o impacto da flutuação da demanda na qualidade de serviço e saber se um pacote de serviços não poderia amenizar os efeitos da má qualidade de prestação de serviços.

Afirma que a satisfação do cliente pode ser alcançada quando suas expectativas e necessidades tiverem sido consideradas na elaboração das estratégias da flutuação da demanda.

Page 79: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

79

Lima (2008) Brasil Natal

- Decoração - Restaurante- Conservação área verde - Business center

Saber como os gestores de hotéis se utilizam da metáfora teatral na prestação de serviços para obter a satisfação dos clientes.

Constatou-se que por falta de conhecimento da teoria de gerenciamento de impressões os gestores praticam ações de formas isoladas e aleatórias.

Luk (1997) China Hong Kong

- Resolução de problemas - Agradabilidade dos quartos - Material promocional

Analisar a cultura do marketing em agências de viagens e sua relação com a qualidade do serviço

A alta qualidade de serviço pode ser alcançada quando uma empresa turística promove fortemente a sua cultura de marketing orientado para a qualidade de serviço e para o relacionamento interpessoal.

Nadire e Hussain (2005) Chipre

- Aparência das instalações - Aparência dos funcionários - Material publicitário - Atendimento dos funcionários

Aplicar o SERVPERF para medir a qualidade de serviço a clientes europeus em visita ao Norte de Chipre.

Os resultados encontraram apenas duas dimensões ao contrário das cinco tradicionais do SERVQUAL e que os visitantes europeus são exigentes quanto a melhoria da qualidade de serviço.

O´Neill e Charters (2000) Austrália Perth

- Cordialidade dos funcionários - Nível de conhecimento dos funcionários

Analisar a qualidade de serviço oferecida por vinícolas da “industria” do turismo de vinho

Relatou uma pesquisa feita com quatro adegas e o que é importante desde o ponto de vista do cliente para a avaliação da qualidade de serviços

Oliveira (2001) Brasil Foz do Iguaçu

- Aparência instalações - Atendimento - Resolução dos problemas - Localização

Conhecer os serviços considerados mais importantes na escolha de hotéis 04 ou 05 estrelas em Foz do Iguaçu.

O fator localização, seguido de rapidez e eficiência no serviço de quarto e rapidez no serviço de restaurante foram considerados os mais importantes.

Robazzi (2006) Brasil São Paulo

- Aparência externa das instalações

Conhecer o grau de hospitalidade através dos elementos gráficos do hotel.

Foi comprovada a tangibilização da hospitalidade através de elementos de design, decoração, arquitetura e comunicação;

Veiga e Farias (2004) Brasil Aracaju

- Ar condicionado - Atendimento funcionários - Internet - Aparência estabelecimento

Avaliar a qualidade serviços de uma pousada através da aplicação do instrumento SERVQUAL.

O modelo apresentou-se bastante adequado e algumas sugestões puderam ser extraídas dos questionários

Wanderley (2004) Brasil São Paulo

- Preço - Localização - Business center

Conhecer a percepção do turista de negócios quanto aos atributos oferecidos pelos hotéis dessa categoria em SP.

Os atributos preço e localização se sobrepuseram à oferta dos serviços dos hotéis de negócios.

Quadro 1 – Resumo de revisões da literatura de qualidade de serviços em turismo e hotelaria Fonte: Elaboração própria.

Page 80: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

80

5.2.3 Principais atributos relacionados na literatura

Nº LISTA DE ATRIBUTOS

1 Acolhida e procedimentos de check in (atenção, cordialidade, agilidade, burocracia)

2 Aparência externa do hotel (área externa, fachada, letreiros)

3 Localização (perto da praia, centro de convenções, restaurantes, lojas de artesanato)

4 Segurança do entorno (nas áreas próximas ao hotel)

5 Segurança em todas as instalações do hotel

6 Disponibilidade de material promocional de empresas na recepção ou lobby do hotel (restaurantes, locadoras, passeios)

7 Aparência dos funcionários (uniformização, boa aparência e higiene pessoal)

8 Qualidade do atendimento dos funcionários (cortesia, atenção, presteza, nível de informação)

9 Agradabilidade dos quartos (espaço, conforto, decoração)

10 Ar condicionado (temperatura, ruídos, controle)

11 Limpeza dos quartos

12 Enxoval dos quartos(disponibilidade de lençóis, toalhas e edredom, limpos e agradáveis)

13 Agradabilidade dos banheiros (espaço, conforto, disponibilidade de xampu, condicionador, sabonete, touca de banho)

14 Limpeza e higiene dos banheiros

15 Agradabilidade das áreas comuns (recepção, corredores, salas e área de lazer)

16 Limpeza das áreas comuns (recepção, corredores, salas e área de lazer)

17 Manutenção das áreas verdes do hotel (corte de grama, limpeza)

18 Piscina do hotel (limpeza, segurança, agradabilidade)

19 Oferta de Internet Wi-fi (cobertura disponível em todo o hotel, velocidade adequada)

20 Oferta de business center (sala para pequenas reuniões, com Internet, fax, computador, impressora, entre outros recursos)

21 Oferta de serviço de bar

22 Oferta de serviço de restaurante

23 Variedade no cardápio (variedade de pratos, opções saudáveis, opções para diabéticos, opções infantis)

24 Café da manhã (variedade, qualidade, quantidade dos alimentos)

25 Facilidade na resolução de problemas (chuveiro elétrico não esquenta, ar condicionado com problemas, televisor sem funcionamento, aparelho de telefone inoperante ou outros)

26 Facilidade de acesso à gerência superior

27 Execução o serviço no tempo prometido (atendimento room service, reposição de toalhas, solicitação de serviços no apartamento, entre outros)

28 Ações contra o turismo sexual, hospedagem de menores desacompanhado e venda de bebidas alcoólicas para menores

29 Ações de redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva, reciclagem de lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

30 Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadora de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida

31 Serviço de recepção. (nível de conhecimento do funcionário sobre a cidade, sugestões dadas sobre passeios, locação de carro, restaurantes, lojas de artesanato, entre outros).

32 Fechamento da conta pelo hotel (débitos lançados corretamente, demora na verificação do consumo dos apartamentos, tumulto na recepção)

33 Preço da diária do apartamento.

34 Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel

Quadro 2 – Atributos selecionados para a pesquisa

Page 81: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

81

O Quadro 2 representa a seleção final dos atributos aplicados na pesquisa.

Após a análise dos estudos foram selecionados mais de sessenta atributos. Essa pré-

seleção foi submetida aos gestores de quatro hotéis participantes da pesquisa, através

de algumas reuniões realizadas que originaram análises e contribuições. Muitos

estudos eram internacionais, portanto, era necessário conhecer as características do

mercado local e saber também o que importava aos gestores conhecer de seus

hóspedes. Como contrapartida pela colaboração foi oferecida a primazia dos resultados

da pesquisa para que cada um pudesse analisar os seus resultados.

Das reuniões surgiram contribuições como enxoval dos apartamentos, piscina

(limpeza, segurança, agradabilidade), ações de reutilização de material, hospedagem

de menores, ações de combate ao turismo sexual, entre outras. Essas duas últimas

contribuições foram inseridas pelo fato de Natal ter sua imagem diversas vezes

associada ao turismo sexual, principalmente no exterior.

Após as contribuições dos gestores, foi feita uma análise de conteúdo dos

atributos, desta vez percebendo o sentido de continente-conteúdo de alguns conceitos,

fazendo justaposição de outras palavras e após a análise de todos os atributos resultou

na seleção do Quadro 2.

5.2.4 O instrumento de pesquisa

Para a realização deste trabalho optou-se por questionários estruturados. Os

questionários estruturados se assemelham muito à entrevista, vez que a aplicação é

feita por uma pessoa perguntando a outra. A entrevista, de acordo com Gil (2006), é a

técnica que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas,

com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. Muitos autores

consideram a entrevista como a técnica por excelência na investigação social. Ainda

segundo o mesmo autor, os questionários estruturados desenvolvem-se a partir de uma

relação fixa de perguntas, cuja ordem permanece invariável para todos os

entrevistados.

Gil (2006) e diversos autores que escrevem sobre técnicas de pesquisas em

ciências sociais, afirmam que as vantagens da aplicação dos questionários estruturados

Page 82: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

82

é que estes possibilitam a obtenção de dados referentes a diferentes aspectos da vida

social. É possível obter dados em profundidade acerca do comportamento humano, e

os dados podem ser classificados e quantificados. Quanto às limitações da aplicação

dos questionários, estas ocorrem pela falta de motivação do entrevistado em responder,

na incompreensão do significado das perguntas e muitas vezes pela pressa, os

respondentes não esclarecem suas dúvidas e respondem aquilo que acham que

entenderam. O fornecimento de respostas falsas, por boa ou má-fé do entrevistado; a

influência do aspecto do entrevistador; as influências nas respostas de pessoas alheias

à entrevista, como esposo(a), amigo(a), entre outros; e os custos com o treinamento do

pessoal e a aplicação dos questionários.

O objetivo da pesquisa e apreender as percepções dos hóspedes quanto à

importância dos atributos e em um segundo momento apreender a avaliação de

desempenho de cada atributo.

O questionário foi composto por três módulos. No primeiro, as questões traçaram

um perfil sócio-demográfico dos respondentes quanto à suas motivações de viagem, o

meio de transporte utilizado, a renda familiar, idade, sexo, ocupação principal, a cidade

e o estado onde mantém residência. No segundo módulo, os respondentes

manifestaram suas expectativas sobre o grau de importância de cada um dos 34

atributos apresentados em relação ao hotel. O respondente deveria atribuir notas a

perguntas como por exemplo: Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os

serviços de um hotel, qual a importância que o Sr. atribui a limpeza dos quartos? As

respostas foram marcadas numa escala Likert de 11 pontos, variando de zero (não

importante) a dez (muito importante)

No terceiro módulo, novamente foi traçado o perfil sócio-demográfico dos

hóspedes, com as mesmas questões do primeiro módulo e posteriormente foram

convidados a avaliar os mesmos 34 atributos do hotel onde estavam hospedados. As

perguntas desta vez, foram feitas por exemplo, interrogando ao entrevistado: Numa

escala de zero a dez, avalie o desempenho do hotel no qual o Sr ficou hospedado em

relação à limpeza dos quartos? Os respondentes deviam escolher, em uma escala

Likert de 11 pontos, o valor de sua avaliação, variando de zero (péssimo) a dez

(excelente).

Page 83: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

83

Ambos os instrumentos podem ser consultados no Apêndice A e B do presente

trabalho. As questões que compuseram a etapa do perfil sócio-demográfico são

reproduzidas no Quadro 3.

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO

Questão Alternativas

Idade

Sexo M F

Ocupação principal Sem ocupação remunerada Profissional autônomo Empresário Empregado Outro: Qual?

Meio de Transporte utilizado Automóvel Avião Ônibus Navio/barco Outro: Qual?

Renda Familiar Menos de 2 salários De 2 a 5 salários De 6 a 10 salários Mais de 10 salários

Motivo da viagem Turismo Negócios Congresso/Convenção Saúde Outro: Qual?

Cidade onde mantém residência

Quadro 3 – Questões do perfil sócio-demográfico Fonte: Elaboração própria

No segundo módulo foi redigido avaliando as expectativas em consideração à

importância do atributo e no terceiro módulo avaliando a percepção do desempenho do

atributo. O instrumento de pesquisa é formado pelo Quadro 2, porém de forma

interrogativa.

5.2.5 Do Plano de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada por intermédio do instrumento de pesquisa,

elaborado e testado especificamente para este fim. Anteriormente ao início da pesquisa

Page 84: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

84

foram aplicados trinta questionários, como pré-teste da pesquisa, e observou-se que a

questão relativa à responsabilidade social não estava clara, sendo mal compreendida

pelos hóspedes. A questão foi subdividida e adaptada e resultou nas questões 28, 29 e

30, do Quadro 2 dos atributos.

Os questionários foram aplicados aos hóspedes nos meses de julho e agosto de

2010 ininterruptamente. Os pesquisadores foram sete alunos do curso de Turismo,

previamente treinados, que se revezaram em uma escala de trabalho para que não

houvesse falha nos dias de aplicação e para que todos passassem por todos os hotéis.

Dos sete alunos, um podia se comunicar nos idiomas inglês e espanhol e outro era

fluente em inglês e italiano. Os demais somente se comunicavam em português.

Na primeira fase, quando foi perguntado sobre o nível de importância atribuída a

cada atributo, os pesquisadores abordaram os hóspedes da seguinte forma:

acompanhando os hóspedes no trajeto do aeroporto ao hotel, nos ônibus das agências

de turismo receptivo ou no lobby do hotel, antes do mesmo fazer o check in.

No início de cada semana os hotéis informavam o número de entradas de

hóspedes prevista e as operadoras que fariam o transfer do aeroporto até o hotel para

que os pesquisadores organizassem suas escalas.

Na segunda fase da pesquisa, os hóspedes foram entrevistados durante o

processo de check out ou logo após o encerramento da conta. Desta forma estariam

aptos a responder todos os atributos do questionário, inclusive a questão 32 que dizia

respeito ao desempenho do hotel no fechamento da conta.

5.2.6 Do Tratamento Estatístico

Para análise dos resultados foram utilizadas as seguintes ferramentas

estatísticas:

a) análise estatística descritiva;

b) correlação de rankings com aplicação do teste de Spearman;

c) planilhas do Excel;

d) Software STATDISK 1998

e) utilização do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences

– SPSS;

Page 85: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

85

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados aqui apresentados têm origem em dados apropriados em duas

etapas, de acordo com a metodologia utilizada. Na primeira etapa, a aplicação dos

questionários ocorreu antes de os hóspedes ingressarem em seus respectivos hotéis.

Os questionários foram aplicados, em sua maioria no traslado do aeroporto até o hotel

em um período de 60 dias corridos. Os demais questionários foram aplicados na

recepção dos hotéis antes dos hóspedes fazerem o procedimento de check in.

Para cada um dos hotéis, foram obtidos 120 questionários válidos perfazendo o

total de 720 questionários. A amostra não obedeceu a critérios de estratificação. A

aplicação ocorreu de acordo com a conveniência de cada respondente.

Para melhor compreensão da análise dos resultados, será definida uma legenda

através da Tabela 7, especificando a categoria na qual pertence cada hotel, uma vez

que no trabalho os hotéis são representados pelas letras A, B, C, D, E e F. Quando a

análise de alguns dos resultados for feita por categoria, ficará definido que o que se

está analisando são os resultados dos dois hotéis da mesma categoria.

Tabela 7 – Legenda dos hotéis e das categorias

Legenda Hotéis Categoria

5A Hotel A 5 estrelas (Luxo)

3B Hotel B 3 estrelas (Turístico)

4C Hotel C 4 estrelas (Superior)

4D Hotel D 4 estrelas (Superior)

5E Hotel E 5 estrelas (Luxo)

3F Hotel F 3 estrelas (Turístico)

CAT3 Categoria 3 Média dos hotéis 3 estrelas

CAT4 Categoria 4 Média dos hotéis 4 estrelas

CAT5 Categoria 5 Média dos hotéis 5 estrelas

Fonte: Elaboração própria

Page 86: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

86

6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA IMPORTÂNCIA

Nesta etapa serão analisados os resultados dos 720 questionários aplicados aos

hóspedes dos seis hotéis. O objetivo desta fase foi traçar o perfil do respondente e

conhecer as expectativas do hóspede através do grau de importância que este concede

ao atributo. Em um primeiro momento, serão analisados os dados do perfil sócio-

demográfico dos respondentes e, posteriormente, as tabelas com as médias e os

rankings de cada atributo da fase de importância.

6.1.1 Perfil da fase de expectativas

Este módulo traça o perfil sócio-demográfico dos respondentes, conforme pode

ser visto a seguir, iniciando pelo gênero dos entrevistados.

A Tabela nº 8 revela que a percentagem de respondentes em todos os hotéis foi

majoritariamente feminina. Com exceção do hotel 3F, que coincidentemente

responderam 50% de mulheres e 50% de homens, os demais apresentaram índices

maiores para o sexo feminino. Isso não representa que o número de hóspedes seja

maior do sexo feminimo, apenas as mulheres eram mais solícitas quando convidadas a

responder o questionário.

TABELA 8 – GÊNERO – I FASE

Masc Fem % Masc % Fem Total

5A 44 76 36,7% 63,3% 120

3B 42 78 35,0% 65,0% 120

4C 39 81 32,5% 67,5% 120

4D 44 76 36,7% 63,3% 120

5E 57 63 47,5% 52,5% 120

3F 60 60 50,0% 50,0% 120

Cat 3 102 138 42,5% 57,5% 240

Cat 4 83 157 34,6% 65,4% 240

Cat 5 101 139 42,1% 57,9% 240

Total 286 434 39,7% 60,3% 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Page 87: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

87

Os respondentes estão, em sua maioria, entre a faixa etária de 21 e 40 anos,

com destaque para o hotel 4C com 63,33% de seus hóspedes nesta faixa. A terceira

idade, considerada assim após os 60 anos, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística, (IBGE), é pouco representada nos hotéis pesquisados, conforme pode-se

perceber nos dados da Tabela 9. O turismo da “melhor idade”, considerado um dos

nichos de mercado mais promissores na atividade turística mundial, talvez possa ser

melhor trabalhado com programas de incentivos e de descontos para atrair esta

demanda.

TABELA 9 – IDADE – I FASE

% 10-20 anos

% 21-40 anos

% 41-60 anos

% 61-80 anos

% Mais de 80 anos

Total

5A 3,33 45,83 42,50 8,33 0,00 120

3B 4,17 57,50 33,33 5,00 0,00 120

4C 3,33 63,33 31,67 1,67 0,00 120

4D 0,00 50,83 40,00 8,33 0,83 120

5E 2,50 55,00 39,17 3,33 0,00 120

3F 2,50 62,50 32,50 2,50 0,00 120

Cat 3 3,33 60,00 32,92 3,75 0,00 240

Cat 4 1,67 57,08 35,83 5,00 0,42 240

Cat 5 2,92 50,42 40,83 5,83 0,00 240

Total 2,91 55,68 36,43 4,85 0,14 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Os hotéis 3B e 3F, que fazem parte da categoria 3 estrelas, receberam hóspedes

que estão concentrados na faixa salarial entre 2 e 10 salários mínimos, respondendo

por quase 80% no primeiro e quase 70% no segundo hotel. Quando analisado por

categoria, a Categoria 3 recebeu 74,17% de sua demanda concentrada nesta faixa

salarial. Os destaques nesta análise ficam para os hotéis 5A, 4C e 5E, que não

receberam hóspedes da faixa de menos de 2 salários e o hotel 5A, que apresenta sua

demanda concentrada na faixa de mais de 10 salários, com 70% de seus hóspedes.

Page 88: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

88

TABELA 10 – RENDA SALARIAL – I FASE

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Ao analisar a ocupação principal dos hóspedes percebe-se que a categoria de

hotéis três estrelas têm 58,33% de seus hóspedes com ocupação principal de

empregados. Merece destaque o hotel 3B que obteve o índice de 72,5%. A categoria

quatro estrelas também apresentou um índice elevado para esta ocupação com 47,5%, e

os hotéis cinco estrelas revelaram um equilíbrio entre as categorias autônomas,

empresários e empregados. Outro destaque cabe ao hotel 4D com 17,5% de seus

respondentes na ocupação principal outro. Nesta opção outro, os respondentes

afirmaram, em sua maioria, serem aposentados.

TABELA 11 – OCUPAÇÃO PRINCIPAL – I FASE

% Sem ocup remun % Prof. Aut. % Empresário % Empregado % Outro Total

Total 11,67 17,64 16,67 47,64 6,39 720

5A 14,17 20,00 24,17 35,00 6,67 120

3B 8,33 7,50 5,00 72,50 6,67 120

4C 14,17 12,50 11,67 56,67 5,00 120

4D 2,50 28,33 13,33 38,33 17,50 120

5E 17,50 14,17 28,33 39,17 0,83 120

3F 13,33 23,33 17,50 44,17 1,67 120

Cat 3 10,83 15,42 11,25 58,33 4,17 240

Cat 4 8,33 20,42 12,50 47,50 11,25 240

Cat 5 15,83 17,08 26,25 37,08 3,75 240

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

% Menos de 2

sal. % De 2 a 5

sal. % De 6 a 10

sal. % Mais de 10

sal To

5A 0,00 6,67 23,33 70,00 120

3B 5,83 40,00 39,17 15,00 120

4C 0,00 16,67 37,50 45,83 120

4D 6,67 32,50 35,00 25,83 120

5E 0,00 18,33 53,33 28,34 120

3F 2,50 28,33 40,83 28,34 120

Cat 3 4,17 34,17 40,00 21,66 240

Cat 4 3,33 24,58 36,25 35,84 240

Cat 5 0,00 12,50 38,33 49,17 240

Total 2,50 23,75 38,19 35,56 720

Page 89: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

89

O motivo da viagem, em todos os hotéis foi majoritariamente turismo, chegando

a 100% no hotel 4C. O hotel 4D, focado para o mercado de eventos, apresentou 6,67%

de seus hóspedes viajando para congressos ou convenções e 8,33% viajando por

negócios. Esses índices altos para o motivo turismo podem ter sido resultado do mês de

julho, mês de férias escolares em todo o Brasil. De acordo com o Natal Convention &

Visitors Bureau (NATAL CVB), (2010) os congressos e convenções tradicionalmente não

acontecem no mês de julho pelas altas tarifas da rede hoteleira, acontecendo apenas

àqueles destinados a funcionários de corporações, não abertas ao público. Os demais

motivos apresentaram índices bastante ínfimos como pode ser analisado na Tabela 12.

TABELA 12– MOTIVO DA VIAGEM – I FASE

%

Turismo %

Negócios %Congresso/ Convenção

% Saúde

% Outro

Total

Total 88,75 6,39 3,61 0,14 1,11 720

5A 84,17 11,67 3,33 0,00 0,83 120

3B 94,17 0,00 5,83 0,00 0,00 120

4C 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 120

4D 85,00 8,33 6,67 0,00 0,00 120

5E 80,00 10,83 5,83 0,00 3,33 120

3F 89,17 7,50 0,00 0,83 2,50 120

Cat 3 91,67 3,75 2,92 0,42 1,25 240

Cat 4 92,50 4,17 3,33 0,00 0,00 240

Cat 5 82,08 11,25 4,58 0,00 2,08 240

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A Tabela 13, a exemplo da Tabela 12, apresenta índices bastante elevados e

concentrados em uma única resposta, ou seja, o avião. O hotel 4C teve 100% de seus

respondentes utilizando o transporte aéreo para chegar a Natal e diferente deste índice

pode-se destacar apenas o hotel 3F, que destoou dos demais hotéis e apresentou 20%

de seus hóspedes usuários de automóvel para a chegada à cidade.

Uma pesquisa divulgada pela Bain & Company (2009), demonstrou que o

barateamento das passagens de avião no Brasil aumentou o fluxo de passageiros desta

modalidade. O barateamento foi possível porque nos últimos dez anos a utilização

diária dos aviões saltou de 6,9 para 12,9 horas e a oferta média de assentos avançou

de 89 milhões em 1998 para 515 milhões em 2009, o que representa um crescimento

Page 90: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

90

de 479%. Ainda segundo dados desta pesquisa, o que permitiu esse cenário, foi a

redução de custos e a rivalidade entre as duas maiores companhias aéreas brasileiras,

GOL e TAM, que aumentaram suas frotas. A pesquisa revela também que o

investimento em infraestrutura aeroportuária não foi proporcional ao crescimento do

setor, o que poderá trazer problemas para a Copa do Mundo de 2014.

TABELA 13– MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO – I FASE

%

Automóvel %

Avião %

Ônibus %

Navio/Barco

% Outro

Total

5A 13,33 86,67 0,00 0,00 0,00 120

3B 0,83 99,17 0,00 0,00 0,00 120

4C 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 120

4D 7,50 91,67 0,83 0,00 0,00 120

5E 13,33 85,83 0,83 0,00 0,00 120

3F 20,00 80,00 0,00 0,00 0,00 120

Cat 3 10,42 89,58 0,00 0,00 0,00 240

Cat 4 3,75 95,83 0,42 0,00 0,00 240

Cat 5 13,33 86,25 0,42 0,00 0,00 240

Total 9,17 90,56 0,28 0,00 0,00 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A Tabela 14 apresenta a origem dos entrevistados, como sendo da capital ou

interior do Brasil, e dos demais continentes que apareceram na pesquisa.

Posteriormente, na Tabela 15, serão especificados os estados brasileiros de origem.

Em todos os hotéis a maioria dos respondentes é oriunda das capitais, havendo um

certo equilíbrio no hotel 4D. O hotel 5E apresentou 11,67% de seus hóspedes

originários da América do Sul. Este número pode ter sido resultado de o hotel ter um

acordo com vôos charters vindos de Buenos Aires.

Page 91: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

91

TABELA 14 – ORIGEM DOS RESPONDENTES – I FASE

% Capital % Interior % América

do Sul % América do Norte

%Europa % Total

5A 73,33 23,33 0,00 0,00 3,33 120

3B 60,83 38,33 0,00 0,83 0,00 120

4C 55,83 43,33 0,00 0,00 0,83 120

4D 71,67 28,33 0,00 0,00 0,00 120

5E 72,50 14,17 11,67 0,00 1,67 120

3F 65,00 31,67 0,00 0,00 3,33 120

Cat 3 62,92 35,00 0,00 0,42 1,67 240

Cat 4 63,75 35,83 0,00 0,00 0,42 240

Cat 5 72,92 18,75 5,83 0,00 2,50 240

Total 66,53 29,86 1,94 0,14 1,53 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Para melhor conhecer a origem dos hóspedes, a Tabela 15 apresenta os

percentuais de origem dos entrevistados, por estado da Federação. Analisando os

resultados, percebe-se que o estado campeão em envio de hóspedes para todos os

hotéis e, conseqüentemente, para todas as categorias, é o estado de São Paulo.

A região Sudeste, tradicional polo emissor de turistas para o Nordeste, formado

pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, representa

55,82% da demanda entrevistada nos hotéis de categoria 3 estrelas. Nos hotéis de

categoria 4 estrelas, São Paulo, foi responsável por 48,34% dos hóspedes e, nos hotéis

de categoria 5 estrelas, respondeu com 47,09% dos entrevistados. Esse resultado se

revela importante para o setor comercial dos hotéis, pois através dele pode-se analisar

quais estados enviam mais hóspedes, e quais os estados que têm uma demanda

reprimida, e passíveis de serem visitados para “comercialização dos hotéis”.

Nesta fase de importância, apenas o estado de Roraima não apareceu nos

resultados. Os demais estados da federação aparecem nos hotéis, ou nas categorias,

em maior ou menor número.

Quanto ao público estrangeiro, os índices foram baixos, com exceção do hotel

5E, que, como citado anteriormente, tem acordo de hospedagem com vôo charter

argentino e apresentou 15% de seus respondentes com origem estrangeira, sendo

11,67% da América do Sul, conforme a Tabela 14. O acordo com os vôos pode ter

interferido neste resultado. Outro fator que pode ter contribuído para o número baixo de

Page 92: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

92

respondentes estrangeiros pode ter sido o fator idioma, uma vez que apenas dois dos

sete entrevistadores se comunicavam em inglês ou espanhol.

TABELA 15 – ORIGEM POR ESTADOS DA FEDERAÇÃO – I FASE

UF 3B % 3F % 4C % 4D % 5A % 5E % Cat3 % Cat4 % Cat5 % TOTAL

AC 1,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,27%

AL 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 0,83 0,42 0,00 0,42 0,28%

AM 0,00 0,83 0,00 1,67 0,00 0,00 0,42 0,83 0,00 0,41%

AP 0,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,42 0,00 0,00 0,14%

BA 0,00 0,00 0,00 0,83 4,17 0,00 0,00 0,42 2,08 0,83%

CE 0,00 2,50 0,00 5,00 4,17 3,33 1,25 2,50 3,75 2,50%

DF 4,17 1,67 15,00 11,67 3,33 9,17 2,92 13,33 6,25 7,50%

ES 0,00 1,67 0,00 0,00 0,83 0,00 0,83 0,00 0,42 0,41%

GO 6,67 1,67 9,17 9,17 0,00 3,33 4,17 9,17 1,67 5,00%

MA 0,00 0,00 0,83 0,83 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,27%

MG 11,67 7,50 17,50 10,00 5,00 7,50 9,58 13,75 6,25 9,86%

MS 0,83 1,67 0,00 4,17 1,67 0,83 1,25 2,08 1,25 1,52%

MT 6,67 4,17 0,83 5,00 0,00 1,67 5,42 2,92 0,83 3,05%

PA 0,83 0,00 0,00 0,00 1,67 0,00 0,42 0,00 0,83 0,41%

PB 0,00 4,17 0,00 0,00 5,00 4,17 2,08 0,00 4,58 2,22%

PE 0,00 13,33 3,33 0,83 3,33 6,67 6,67 2,08 5,00 4,58%

PI 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 1,67 0,00 0,00 1,25 0,41%

PR 5,83 6,67 6,67 3,33 4,17 6,67 6,25 5,00 5,42 5,55%

RJ 20,00 19,17 4,17 11,67 8,33 6,67 19,58 7,92 7,50 11,66%

RN 0,00 0,83 0,00 7,50 0,83 0,00 0,42 3,75 0,42 1,53%

RO 0,00 0,00 0,00 1,67 0,00 3,33 0,00 0,83 1,67 0,83%

RS 2,5 4,17 4,17 5,83 5,00 4,17 3,33 5,00 4,58 4,30%

SC 1,67 3,33 1,67 0,83 2,50 2,50 2,50 1,25 2,50 2,08%

SE 0,00 1,67 0,00 2,50 1,67 0,00 0,83 1,25 0,83 0,97%

SP 35,83 15,83 35,83 17,50 43,33 22,50 25,83 26,67 32,92 28,47%

TO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 0,42 0,14%

EXT 0,83 8,33 0,83 0,00 3,33 15,00 4,58 0,42 9,17 4,72%

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

6.1.2 Importância conferida aos atributos

A Tabela 16 apresenta as médias de cada atributo, obtidas por hotel e por

categoria. Os entrevistados avaliaram sua expectativa em relação à importância dos

atributos apresentados na Tabela 16, atribuindo nota zero (não importante) a dez (muito

importante). As médias nominais variaram de 6,70 (oferta de business center) a 9,82

(limpeza e higiene dos banheiros). Pode-se concluir que os hóspedes, de maneira geral

Page 93: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

93

consideraram os atributos apresentados de importante a muito importante. A Tabela 16

apresenta a média geral de todos os hotéis e de suas categorias.

O atributo limpeza dos banheiros, por exemplo, obteve médias muito parecidas

entre todos os hotéis, indo de 9,73 a 9,92, conforme pode ser analisado na tabela

abaixo:

TABELA 16– Médias geral de importância por categoria e por hotel

Men

os i

mp

ort

an

te

M

ed

ian

am

en

te im

po

rtan

te

M

ais

im

po

rtan

te

ATRIBUTO MÉDIAS GERAL, CATEGORIA E HOTEL

Geral Cat 3 Cat 4 Cat 5 3B 3F 4C 4D 5A 5E

14) limpeza banheiros 9,82 9,77 9,78 9,91 9,80 9,73 9,76 9,80 9,90 9,92

28) comb. turismo sexual 9,81 9,69 9,85 9,90 9,83 9,55 9,84 9,85 9,87 9,94

30) estrutura acesso 9,81 9,72 9,85 9,87 9,85 9,58 9,88 9,81 9,85 9,90

11) limpeza dos quartos 9,79 9,75 9,81 9,82 9,76 9,73 9,83 9,80 9,75 9,89

08) atendim. funcionários 9,69 9,59 9,73 9,75 9,71 9,46 9,84 9,63 9,80 9,70

24) café da manhã 9,67 9,56 9,68 9,76 9,70 9,41 9,74 9,63 9,74 9,79

05) segurança instalações 9,64 9,51 9,61 9,80 9,61 9,41 9,65 9,57 9,69 9,90

29) redução desperdícios 9,62 9,34 9,80 9,72 9,70 8,98 9,85 9,75 9,66 9,77

25) resolução problemas 9,56 9,52 9,62 9,55 9,70 9,33 9,77 9,48 9,45 9,65

04) segurança entorno 9,51 9,39 9,55 9,58 9,58 9,20 9,68 9,43 9,31 9,85

32) fechamento conta 9,46 9,41 9,44 9,55 9,38 9,44 9,20 9,68 9,45 9,65

16) limp. áreas comuns 9,46 9,27 9,51 9,61 9,27 9,26 9,62 9,40 9,75 9,48

27) exec. tempo prometido 9,42 9,19 9,57 9,49 9,38 9,00 9,61 9,52 9,50 9,48

03) localização do hotel 9,35 9,42 9,44 9,21 9,50 9,33 9,39 9,49 9,04 9,38

01) acolhida e check in 9,35 9,19 9,45 9,40 9,30 9,08 9,65 9,25 9,46 9,33

31) serviço de recepção 9,28 9,21 9,54 9,10 9,29 9,14 9,45 9,63 9,05 9,15

12) enxoval dos quarto 9,18 9,40 9,30 8,85 9,60 9,21 9,19 9,40 8,30 9,40

09) agradab. dos quartos 9,09 9,22 9,34 8,71 9,43 9,02 9,33 9,35 8,24 9,19

18) piscina do hotel 9,04 8,49 9,10 9,52 8,43 8,55 9,63 8,58 9,50 9,53

07) aparência funcionário 8,98 8,65 9,32 8,97 8,65 8,65 9,41 9,22 9,14 8,80

23) variedade cardápio 8,97 8,52 9,30 9,09 9,01 8,04 9,55 9,05 9,55 8,63

15) agrad áreas comuns 8,95 8,68 9,31 8,86 8,87 8,50 9,36 9,25 8,90 8,82

10) ar condicionado 8,94 9,02 9,17 8,62 9,20 8,85 8,92 9,43 8,53 8,72

17) áreas verdes 8,89 8,76 9,27 8,65 8,84 8,69 9,30 9,24 8,48 8,82

33) preço da diária 8,77 9,15 8,31 8,85 9,29 9,02 7,56 9,05 8,06 9,64

22) restaurante no hotel 8,76 8,16 9,01 9,09 8,81 7,51 9,49 8,54 9,54 8,65

13) agradab. banheiros 8,70 8,95 9,00 8,15 9,37 8,53 8,60 9,40 6,86 9,44

26) gerencia superior 8,69 8,58 9,04 8,45 8,94 8,23 8,92 9,15 8,10 8,79

02) aparência externa do 8,64 8,36 8,81 8,75 8,51 8,20 8,83 8,79 8,79 8,71

34) preço serv/produtos 8,45 8,89 7,63 8,82 9,30 8,49 6,49 8,77 7,97 9,66

06) material promocional 8,14 8,22 8,15 8,03 8,65 7,80 7,24 9,07 8,01 8,05

21) bar no hotel 8,03 7,29 8,40 8,40 8,04 6,54 8,70 8,10 7,85 8,96

19) oferta de internet 7,99 7,94 7,87 8,15 8,16 7,71 7,39 8,36 7,94 8,35

20) business center 6,70 7,11 6,17 6,81 8,45 5,77 4,80 7,54 5,71 7,90

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Page 94: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

94

Os resultados da Tabela 17 demonstram o ranking de importância, após ser

calculado a média de cada atributo por hotel, por categoria e geral. Para melhor

entendimento da tabela, é importante fazer a divisão dos atributos em três dimensões:

Os mais importantes, os medianamente importantes e os menos importantes. No terço

dos mais importantes, três atributos referentes à limpeza, sendo eles limpeza e higiene

dos banheiros, limpeza dos quartos e limpeza das áreas comuns, estão em primeiro,

quarto, e décimo-segundo lugar, respectivamente. Outro atributo em destaque é o

relativo à segurança, que aparece em sétimo (segurança nas instalações do hotel) e

décimo (segurança do entorno) lugares. Os atributos limpeza e segurança, apesar de

terem sido perguntados em diferentes contextos, estão inseridos no terço de muito

importantes.

Ainda no terço de muito importante, pode ser observado que o ranking varia

muito pouco se comparadas, por exemplo, as categorias entre si. O atributo café da

manhã alcançou o sexto lugar na média geral, também o sexto lugar na categoria 3, o

sétimo lugar na categoria 4 e o sexto lugar na categoria 5. Se analisado inter-hotéis,

desde o 5A até o 3F, percebe-se que a variação foi do sexto ao oitavo lugar em grau de

importância, ou seja, muito próximo um do outro, visto que a tabela apresenta 34

atributos.

Por outro lado, no terço dos menos importantes, estão presentes atributos que

chamam a atenção como preço da diária do apartamento e preço dos serviços e

produtos do hotel, em vigésimo-quinto e trigésimo lugar, respectivamente. O hotel 5E

apresentou o décimo lugar para o atributo preço dos serviços e produtos do hotel,

diferente dos demais hotéis. Isto pode ter acontecido, porque este hotel possui o acordo

já mencionado, com os vôos charters da Argentina. Para esse público a diferença

cambial pode encarecer os serviços e produtos no Brasil.

Outros dois fatores de destaque que obtiveram o penúltimo e último lugar,

respectivamente, foram a oferta de Internet Wi-fi e a oferta de business center, que

podem ter obtido essa classificação porque 88,75% dos hóspedes entrevistados vieram

a Natal por motivo de turismo, conforme dados da Tabela 12. Marodin, Guardia e Veiga

(2010), em pesquisa realizada em hotéis focados para o público de negócios em Natal,

constataram que quando o perfil do hóspede é basicamente de “negócios”, a

Page 95: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

95

disponibilidade de rede Internet wi-fi, ágil e gratuita, pode ser condição sine qua non

para escolha do hotel.

TABELA 17 – Tabela do Ranking de importância geral, por hotel e por categoria

M

en

os im

po

rtan

te

Med

ian

am

en

te im

po

rtan

te

M

uit

o i

mp

ort

an

te

ATRIBUTO M

Geral RANKING GERAL, CATEGORIA E HOTEL

Geral Cat 3

Cat 4

Cat 5

3B 3F 4C 4D 5A 5E

14) limpeza dos banheiros 9,82 1 1 5 1 3 2 7 3 1 2

28) comb. turismo sexual 9,81 2 4 1 2 2 4 4 1 2 1

30) estrutura de acesso 9,81 3 3 2 3 1 3 1 2 3 4

11) limpeza dos quartos 9,79 4 2 3 4 4 1 5 4 5 5

08) atend. funcionários 9,69 5 5 6 7 5 5 3 7 4 9

24) café da manhã 9,67 6 6 7 6 6 8 8 8 7 7

05) segurança instalações 9,64 7 8 9 5 9 7 11 10 8 3

29) redução desperdícios 9,62 8 13 4 8 8 19 2 5 9 8

25) resolução de problemas 9,56 9 7 8 11 7 10 6 13 15 11

04) segurança do entorno 9,51 10 12 11 10 11 13 9 14 17 6

32) fechamento da conta 9,46 11 10 15 12 15 6 23 6 16 12

16) limpeza áreas comuns 9,46 12 14 13 9 21 11 13 18 6 15

27) exec. tempo prometido 9,42 13 18 10 14 14 18 14 11 13 16

03) localização do hotel 9,35 14 9 16 16 12 9 19 12 20 19

01) acolhida e check in 9,35 15 17 14 15 17 15 10 20 14 20

31) serviço de recepção 9,28 16 16 12 17 19 14 17 9 19 22

12) enxoval dos quarto 9,18 17 11 20 22 10 12 24 16 25 18

09) agradabilidade quartos 9,09 18 15 17 26 13 16 21 19 26 21

18) piscina do hotel 9,04 19 28 24 13 32 23 12 30 12 14

07) aparência funcionários 8,98 20 25 18 20 29 22 18 23 18 26

23) variedade no cardápio 8,97 21 27 21 19 23 29 15 27 10 31

15) agradab. áreas comuns 8,95 22 24 19 21 25 25 20 21 21 24

10) ar condicionado 8,94 23 20 23 28 22 20 25 15 23 28

17) manut. áreas verdes 8,89 24 23 22 27 26 21 22 22 24 25

33) preço da diária 8,77 25 19 30 23 20 17 30 26 28 13

22) restaurante 8,76 26 31 26 18 27 32 16 31 11 30

13) agradabilidade banheiros 8,70 27 21 27 31 16 24 29 17 33 17

26) aces. gerencia superior 8,69 28 26 25 29 24 27 26 24 27 27

02) aparência externa 8,64 29 29 28 25 30 28 27 28 22 29

34) preço serv/produtos 8,45 30 22 33 24 18 26 33 29 30 10

06) material promocional 8,14 31 30 31 33 28 30 32 25 29 33

21) oferta de bar 8,03 32 33 29 30 34 33 28 33 32 23

19) oferta de internet 7,99 33 32 32 32 33 31 31 32 31 32

20) business center 6,70 34 34 34 34 31 34 34 34 34 34

Fonte: Pesquisa de Campo (2010)

Page 96: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

96

A análise estatística inclui o cálculo dos coeficientes de correlação de Spearman

que revelaram um nível alto de consistência para os resultados apreendidos. As

respostas dos clientes, nos seis hotéis diferentes, tiveram um alto grau de alinhamento

quando comparadas e hierarquizadas, conforme pode sr apreendido na Tabela 18.

Tabela 18 – Correlação entre rankings - Spearman

Geral Cat 3 Cat 4 Cat 5 3B 3F 4C 4D 5A 5E

Geral 1,00 0,93 0,97 0,95 0,88 0,92 0,90 0,90 0,87 0,83

Cat 3 0,93 1,00 0,87 0,83 0,95 0,97 0,73 0,92 0,69 0,85

Cat 4 0,97 0,87 1,00 0,90 0,84 0,86 0,92 0,91 0,85 0,75

Cat 5 0,95 0,83 0,90 1,00 0,77 0,83 0,91 0,78 0,94 0,84

3B 0,88 0,95 0,84 0,77 1,00 0,88 0,71 0,90 0,64 0,84

3F 0,92 0,97 0,86 0,83 0,88 1,00 0,71 0,89 0,70 0,82

4C 0,90 0,73 0,92 0,91 0,71 0,71 1,00 0,72 0,92 0,69

4D 0,90 0,92 0,91 0,78 0,90 0,89 0,72 1,00 0,69 0,75

5A 0,87 0,69 0,85 0,94 0,64 0,70 0,92 0,69 1,00 0,64

5E 0,83 0,85 0,75 0,84 0,84 0,82 0,69 0,75 0,64 1,00

Todas as correlações foram significantes ao nível alfa = 0,01.

6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DE DESEMPENHO

6.2.1 Perfil da fase de desempenho

Aqui são apresentados os resultados da fase de avaliação de desempenho dos

hotéis. Nesta etapa as entrevistas foram realizadas com hóspedes, no momento do

check-out e somente aqueles que tivessem passado pelo menos quatro dias no hotel,

tempo mínimo para poder avaliar os diversos serviços oferecidos.

Novamente foi traçado o perfil sócio-demográfico dos respondentes e estes

foram convidados a avaliar os 34 atributos selecionados. Os respondentes deviam

escolher, em uma escala Likert de 11 pontos, o valor entre zero (péssimo) a dez

(excelente) para perguntas como avalie o desempenho do hotel no qual o Sr.(a) ficou

hospedado em relação à segurança em tdas as instalações do hotel?

Para cada um dos hotéis foram realizadas 120 entrevistas válidas, perfazendo o

total de 720 entrevistados. As entrevistas não obedeceram a critérios de estratificação e

Page 97: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

97

a realização ocorreu de acordo com a conveniência de cada entrevistado. O perfil

sócio-demográfico da fase de desempenho está representado nas tabelas a seguir e o

primeiro a ser analisado é o gênero dos respondentes que, a exemplo do perfil da fase

de importância, foi predominantemente feminino.

A Tabela 19, da mesma forma que a Tabela 8 apenas informa o percentual de

respondentes, porém não pode informar a quantidade de hóspedes por gênero. Com

exceção do hotel 5ª, onde o número de respondentes por sexo, foi equilibrado, nos

demais hotéis as mulheres mostraram maior disponibilidade em responder às

entrevistas e isto pode ter refletido no resultado.

TABELA 19 – GÊNERO – FASE II

Masc Fem % Masc % Fem Total

Total 305 415 42,4% 57,6% 720

5A 58 62 48,3% 51,7% 120

3B 43 77 35,8% 64,2% 120

4C 49 71 40,8% 59,2% 120

4D 48 72 40,0% 60,0% 120

5E 55 65 45,8% 54,2% 120

3F 52 68 43,3% 56,7% 120

Cat 3 95 145 39,6% 60,4% 240

Cat 4 97 143 40,4% 59,6% 240

Cat 5 113 127 47,1% 52,9% 240

Total 305 415 42,4% 57,6% 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Muito semelhante à primeira fase os hóspedes respondentes, com exceção do

hotel 5A, estão majoritariamente entre a faixa etária de 21 a 40 anos, com destaque

para o hotel 3B com 74,17% e do hotel 3F, com 71,67% de seus hóspedes, nesta fase.

Novamente percebe-se um número pouco expressivo do hóspede da terceira idade,

conforme os dados da Tabela 20. Conforme já mencionado anteriormente, os clientes

da faixa da terceira idade, assim denominada pelo IBGE, são importantes do ponto de

vista da “captação de hóspedes”. Como em sua maioria são aposentados não têm a

necessidade de viajar nas férias laborais e podem compensar os períodos de baixa

ocupação hoteleira, compreendidos entre os meses de pós-férias.

Page 98: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

98

TABELA 20– IDADE – FASE II

10-20 21-40 41-60 61-80 Mais de 80 Total

5A 0,00 42,50 52,50 5,00 0,00 120

3B 4,17 74,17 19,17 2,50 0,00 120

4C 5,00 55,00 35,83 3,33 0,83 120

4D 1,67 63,33 27,50 6,67 0,83 120

5E 2,50 64,17 32,50 0,83 0,00 120

3F 0,83 71,67 23,33 4,17 0,00 120

Cat 3 2,50 72,92 21,25 3,33 0,00 240

Cat 4 3,33 59,17 31,67 5,00 0,83 240

Cat 5 1,25 53,33 42,50 2,92 0,00 240

TOTAL 2,36 61,80 31,80 3,75 0,28 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A Tabela 21 revela a faixa salarial dos respondentes e é possível perceber que

77,08% dos respondentes, considerando a média geral, situam-se na faixa de renda

salarial acima de 6 salários mínimos. Quando analisado por hotel, tem-se como

destaque os respondentes do hotel 5A, com 79,16% percebendo acima de 10 salários.

Os demais hotéis têm uma distribuição equilibrada entre as faixas de renda acima de

dois salários e à exceção do hotel 4D, nenhum hotel recebeu hóspedes na faixa de

menos de dois salários mínimos.

TABELA 21 – RENDA SALARIAL – FASE II

% - de 2 sal. % 2 a 5 salários % 6 a 10 salários % Mais 10 sal % NR Total

Total 0,42 21,39 38,47 38,61 1,11 720

5A 0,00 0,83 20,00 79,16 0,00 120

3B 0,00 25,00 61,67 13,33 0,00 120

4C 0,00 20,83 33,33 45,83 0,00 120

4D 2,50 32,50 35,83 24,17 5,00 120

5E 0,00 18,33 41,67 38,33 1,66 120

3F 0,00 30,83 38,33 30,83 0,00 120

Cat 3 0,00 27,92 50,00 22,08 0,00 240

Cat 4 1,25 26,67 34,58 35,00 2,50 240

Cat 5 0,00 9,58 30,83 58,75 0,83 240

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A Tabela 22 demonstra que nas três categorias de hotel, o maior percentual de

ocupação está contido na categoria empregado. As categorias 3 e 4 estrelas,

Page 99: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

99

responderam por 57,08% e 57,50%, respectivamente. Na categoria 5 estrelas o

percentual diminui um pouco, chegando a 39,17%. Esta categoria de hotel apresenta

também um alto índice para empresários, com 30,42% de seus respondentes.

Novamente, a exemplo da fase de importância, o hotel 4D apresentou o maior número

do item outro, que foi respondido pela maioria como aposentados e donas de casa.

TABELA 22 – OCUPAÇÃO PRINCIPAL – FASE II

% Sem ocup. rem.

% Prof. autônomo

% Empresário

% Empregado

% Outro

% N. R.

Total

5A 21,67 9,17 30,83 33,33 5,00 0,00 120

3B 10,00 0,83 10,83 73,33 5,00 0,00 120

4C 7,50 20,83 8,33 55,00 8,33 0,00 120

4D 5,00 3,33 15,00 60,00 15,00 1,67 120

5E 11,67 10,00 30,00 45,00 3,33 0,00 120

3F 12,50 14,17 21,67 40,83 9,17 0,02 120

Cat 3 11,25 7,50 16,25 57,08 7,08 0,01 240

Cat 4 6,25 12,08 11,67 57,50 11,67 0,01 240

Cat 5 16,67 9,58 30,42 39,17 4,17 0,00 240

Total 11,39 9,72 19,44 51,25 7,64 0,56 720

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A exemplo da fase de importância, a motivação turismo, apresentada na Tabela

23, predominou nas respostas em todos os hotéis. O hotel 5E foi o que apresentou

maior percentual para esta motivação com 95% de seus respondentes. Quanto ao

motivo Congresso/convenção e negócios o hotel 5A apresentou 15,83% e 19,17%

respectivamente, e o hotel 3F apresentou 19,17% de seus hóspedes com a motivação

congresso/convenção. Esta segunda fase dos questionários foi aplicada

majoritariamente no mês de agosto quando, terminado o mês de férias escolares,

começa a movimentação dos congressos e convenções na cidade. A Tabela 23 revela

esses dados, mas no somatório geral, ainda foi predominante a motivação turismo.

Page 100: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

100

TABELA 23 – MOTIVAÇÃO DA VIAGEM – FASE II

% Turismo % Negócios % Cong/Conv % Saúde %Outro Total

5A 65,00 19,17 15,83 0,00 0,00 120

3B 90,83 0,00 9,17 0,00 0,00 120

4C 96,67 0,00 0,00 0,00 3,33 120

4D 90,00 0,00 10,00 0,00 0,00 120

5E 95,00 2,50 0,00 0,00 2,50 120

3F 77,50 3,33 19,17 0,00 0,00 120

Cat 3 84,17 1,67 14,17 0,00 0,00 240

Cat 4 93,33 0,00 5,00 0,00 1,67 240

Cat 5 80,00 10,83 7,92 0,00 1,25 240

Total 85,83 4,17 9,03 0,00 0,97 720

Fonte: Pesquisa de campo 2010

Na análise da Tabela 24, é possível perceber que nesta fase houve uma

pequena diminuição na opção automóvel e um pequeno aumento na opção ônibus se

comparados com os dados da Tabela 13 da primeira fase. Em ambos os módulos o

avião continuou sendo a opção de meio de transporte majoritária.

TABELA 24 – MEIO DE TRANSPORTE - FASE II

%

Automóvel %

Avião %

Ônibus %

Nav/Barco %

Outro

Total

5A 15,00 85,00 0,00 0,00 0,00 120

3B 0,00 92,50 7,50 0,00 0,00 120

4C 3,33 95,00 1,67 0,00 0,00 120

4D 0,83 91,67 7,50 0,00 0,00 120

5E 9,17 90,83 0,00 0,00 0,00 120

3F 13,33 74,17 12,50 0,00 0,00 120

Cat 3 6,67 83,33 10,00 0,00 0,00 240

Cat 4 2,08 93,33 4,58 0,00 0,00 240

Cat 5 12,08 87,92 0,00 0,00 0,00 240

Total 6,94 88,19 4,86 0,00 0,00 720

Fonte: Pesquisa de campo 2010

Page 101: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

101

Na segunda fase da pesquisa, similarmente aos dados da primeira, todos os

hotéis apresentaram maior percentual de origem capital. Quanto à origem de outros

continentes, a Europa aparece com índice bastante pequeno e a América do Sul

aparece com 5,83% no hotel 5E.

TABELA 25 – Origem – Fase II

% Capital % Interior % América do

Sul % Europa % Total

5A 56,67 41,67 0,00 1,67 120

3B 75,83 24,17 0,00 0,00 120

4C 54,17 43,33 0,00 2,50 120

4D 71,67 26,67 0,00 1,67 120

5E 53,33 38,33 5,83 2,50 120

3F 51,67 46,67 0,00 1,67 120

Cat 3 63,75 35,42 0,00 0,83 240

Cat 4 62,92 35,00 0,00 2,08 240

Cat 5 55,00 40,00 2,92 2,08 240

Total 60,56 36,81 0,97 1,67 720

Fonte: Pesquisa da campo (2010)

A Tabela 26 apresenta a origem dos hóspedes por estado da Federação. Nesta

fase não houve respondentes para os estados do Amapá, Acre e Piauí, que haviam

sido citados na primeira fase. O estado de Roraima, que não fora citado na fase

anterior, aparece nesta com 8,33% dos respondentes do hotel 3F. Novamente percebe-

se a presença maciça dos estados do Sudeste, com destaque para São Paulo, Minas

Gerais e Rio de Janeiro.

Ao comparar os dados da Tabela 15 com a Tabela 26, pode-se notar que na

segunda fase da pesquisa houve uma diminuição do público regional, isto é, dos

hóspedes residentes nos estados da região Nordeste. Há uma pequena diminuição,

não muito significativa, mas o que chama a atenção, é que os dados são semelhantes,

e revelam o baixo número de ocupação pelo turista regional. Este pode ser um aspecto

importante a ser trabalhado pelos gestores de hotéis, porque a captação do público

regional, bem como o público da terceira idade, mencionado anteriormente, pode ajudar

a diminuir os efeitos da sazonalidade.

Page 102: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

102

Tabela 26 – Origem por estado da Federação – Fase II

UF 5A % 3B % 4C % 4D % 5E % 3F % CAT3 CAT4 CAT5 TOTAL

% AL 1,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,27%

% AM 0,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,42 0,14%

% BA 0,83 8,33 0,00 0,00 3,33 7,50 7,92 0,00 2,08 3,33%

% CE 2,50 0,00 0,83 0,00 3,33 3,33 1,67 0,42 2,92 1,67%

% DF 1,67 2,50 8,33 15,00 2,50 4,17 3,33 11,67 2,08 5,69%

%ES 2,50 0,00 0,00 0,00 0,00 1,67 0,83 0,00 1,25 0,69%

%GO 2,50 7,50 3,33 5,00 1,67 2,50 5,00 4,17 2,08 3,75%

%MA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,33 4,17 0,00 0,00 1,39%

% MG 5,00 34,17 14,17 13,33 8,33 3,33 18,75 13,75 6,67 13,05%

% MS 0,00 0,83 1,67 2,50 0,00 0,00 0,42 2,08 0,00 0,83%

% MT 0,83 0,00 0,00 2,50 1,67 1,67 0,83 1,25 1,25 1,11%

% PA 0,83 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 0,42 0,42 0,28%

% PB 0,83 0,00 0,00 0,00 7,50 3,33 1,67 0,00 4,17 1,94%

% PE 7,50 0,00 3,33 5,83 9,17 10,83 5,42 4,58 8,33 6,11%

% PR 9,17 0,83 8,33 0,83 8,33 9,17 5,00 4,58 8,75 6,11%

% RJ 4,17 13,33 5,83 13,33 8,33 9,17 11,25 9,58 6,25 9,02%

% RN 0,00 0,00 3,33 0,00 0,00 0,00 0,00 1,67 0,00 0,55%

% RO 0,83 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,42 0,00 0,42 0,28%

% RR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,33 4,17 0,00 0,00 1,39%

% RS 5,83 4,17 4,17 2,50 0,00 4,17 4,17 3,33 2,92 3,47%

% SC 3,33 0,83 2,50 0,00 5,00 3,33 2,08 1,25 4,17 2,50%

% SE 0,00 0,00 0,00 1,67 1,67 0,00 0,00 0,83 0,83 0,55%

% SP 46,67 27,50 40,83 35,00 30,83 15,00 21,25 37,92 38,75 32,64%

% TO 0,83 0,00 0,00 0,00 0,00 1,67 0,83 0,00 0,42 0,41%

% EXT 1,67 0,00 3,33 1,67 8,33 1,67 0,83 2,50 5,00 2,77%

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

6.2.2 Desempenho conferido aos atributos

Os dados apresentados a seguir dizem respeito à média de desempenho geral,

por categoria e por hotel, que serão analisadas detalhadamente.

Page 103: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

103

A tabela 27 apresenta as médias de desempenho dos 34 atributos avaliados

pelos respondentes. As médias variaram de 1,558 (material promocional) a 10,00 (café

da manhã, fechamento de conta e business center). Alguns itens, como oferta de

business center, bar, restaurante, variedade no cardápio e acesso à gerência superior,

não foram avaliados em duas situações: quando o hotel não dispunha desses serviços,

nos casos dos hotéis 3B e 3F, ou quando o hóspede não utilizou estes serviços, como é

o caso do acesso à gerência superior no hotel 5A.

Alguns aspectos merecem destaque, pelos índices de desempenho

considerados excelentes, como os atributos limpeza e higiene dos banheiros, limpeza

dos quartos, aparência dos funcionários, qualidade do atendimento dos funcionários e

fechamento da conta pelo hotel. Porém, alguns atributos merecem destaque pelo

desempenho considerado péssimo, como os atributos disponibilidade de material

promocional de empresas na recepção ou lobby do hotel e disponibilidade de estrutura,

orientação e comunicação facilitadora de acesso para pessoas portadoras de

deficiência ou com mobilidade reduzida.

O atributo disponibilidade de material promocional de empresas na recepção ou

lobby do hotel ocupa o trigésimo-primeiro lugar no ranking de importância, portanto, é

um atributo considerado menos importante pelos hóspedes frequentadores dos hotéis

pesquisados. Porém, o atributo disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação

facilitadora de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade

reduzida ocupa o terceiro lugar no ranking de importância e a média geral de

desempenho foi 6,82, chegando ao índice de 3,85 no hotel 3F.

A oferta de estrutura de acessibilidade não é apenas aquela fornecida aos

portadores de deficiências física, mas também, a melhoria dos acessos aos idosos. No

Brasil, os dados do censo de 2000 apontam que 14,5% da população brasileira possui

algum tipo de deficiência, não exatamente física, totalizando aproximadamente 24,5

milhões de pessoas. O mesmo censo informa que 8,6% da população brasileira é

formada por idosos, e que esse número pode chegar a 15% da população brasileira até

o ano de 2025 (BRASIL, 2006). É importante que os hotéis estejam atentos para a

adaptação de seus corredores, quartos, banheiros e áreas de lazer às necessidades

Page 104: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

104

desses clientes, para que isso não influencie negativamente na percepção do hotel

como um todo.

TABELA 27- Médias de Desempenho Geral, Categoria e Hotel

ATRIBUTOS Geral Cat 3 Cat 4 Cat 5 3B 3F 4C 4D 5A 5E

07) aparência funcionários 9,51 9,35 9,51 9,68 9,47 9,22 9,62 9,40 9,90 9,46

32) fechamento da conta 9,49 9,71 9,71 9,32 9,75 9,66 10,00 9,68 9,43 9,16

08) atendimento funcionários 9,44 9,38 9,32 9,61 9,38 9,39 9,62 9,03 9,90 9,31

16) limpeza áreas comuns 9,44 9,45 9,43 9,45 9,49 9,40 9,57 9,29 9,50 9,40

17) áreas verdes 9,44 9,35 9,57 9,37 9,00 9,35 9,75 9,37 9,29 9,44

22) restaurante no hotel 9,44 - 9,18 9,65 - - 9,35 9,02 9,95 9,33

14) limpeza dos banheiros 9,42 9,42 9,17 9,67 9,60 9,25 9,29 9,05 9,87 9,46

11) limpeza dos quartos 9,39 9,47 9,05 9,64 9,46 9,49 9,20 8,91 9,88 9,40

21) bar no hotel 9,39 - 9,37 9,41 - - 9,56 9,01 9,83 8,87

05) segurança Instalações 9,28 9,11 9,36 9,36 9,53 8,70 9,48 9,25 9,42 9,29

31) serviço de recepção 9,28 9,20 9,27 9,36 9,46 8,96 9,23 9,30 9,68 9,01

15) áreas comuns 9,26 8,95 9,40 9,44 9,40 8,50 9,57 9,24 9,71 9,16

03) localização do hotel 9,20 9,40 9,35 8,85 9,50 9,30 9,44 9,27 9,41 8,30

12) enxoval dos quartos 9,09 9,18 8,86 9,22 9,32 9,05 9,03 8,69 9,70 8,75

04) segurança entorno 9,08 9,07 9,11 9,06 9,27 8,87 9,07 9,16 8,70 9,41

01) acolhida e check in 9,05 9,26 8,56 9,32 9,19 9,34 9,13 7,99 9,80 8,85

18) piscina do hotel 9,04 8,39 9,09 9,58 8,92 7,82 9,17 8,98 9,75 9,44

09) agradabilidade quartos 9,02 9,11 8,89 9,06 8,94 9,28 9,02 8,76 9,80 8,32

10) ar condicionado 8,99 9,18 9,13 8,66 8,70 9,64 9,18 9,09 9,60 7,71

02) aparência externa 8,96 8,32 9,33 9,23 8,89 7,74 9,58 9,09 9,83 8,63

24) café da manhã 8,96 8,14 9,21 9,53 7,41 8,89 9,24 9,17 10,00 9,06

13) agradabilidade banheiros 8,81 8,69 8,74 8,99 9,20 8,19 8,87 8,61 9,41 8,57

27) serviço tempo prometido 8,80 8,46 8,84 8,95 7,66 8,52 9,08 8,25 9,54 8,38

28) combate turismo sexual 8,80 8,20 9,74 8,64 9,72 6,67 9,77 9,72 8,50 8,83

33) preço da diária 8,80 8,95 9,09 8,37 9,54 8,35 9,14 9,04 9,03 7,70

23) variedade no cardápio 8,70 - 8,66 8,73 - - 8,64 8,68 9,02 8,42

29) redução de desperdícios 8,57 8,17 9,21 8,46 9,52 6,81 8,68 9,59 8,49 8,41

25) resolução de problemas 8,10 8,32 8,10 7,88 6,83 8,52 8,38 7,93 9,80 7,05

34) preço serviços/produtos 7,82 7,94 8,14 7,41 9,49 6,52 8,11 8,16 7,34 7,48

19) oferta de internet 7,77 8,42 6,47 8,17 7,76 8,87 5,69 7,30 7,96 8,61

30)estrutura de acesso 7,70 6,57 8,30 8,25 9,30 3,85 8,91 7,70 9,62 6,82

20) business center 7,62 - 9,50 6,68 - - 10,00 9,33 6,64 7,00

06) material promocional 7,22 9,17 8,21 4,45 9,00 9,33 7,77 8,45 1,55 7,64

26) acesso gerencia superior 6,70 9,16 8,18 2,28 7,00 9,60 8,66 8,00 - 2,28

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Page 105: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

105

A Tabela 28 apresenta as lacunas de percepção entre a expectativa do hóspede

e o desempenho do atributo avaliado. Conforme citado anteriormente, Parasuraman,

Zeithmal e Bitner (1985) afirmam que a qualidade de serviço tem sido definida como o

resultado de uma comparação entre a expectativa de um serviço e o que é percebido

como recebido. A tabela 28 revela os atributos onde o serviço foi percebido como

aquém das expectativas bem como onde o desempenho superou as expectativas dos

hóspedes.

De maneira geral, as lacunas se posicionaram próximas de 1, salvo algumas

exceções, que apresentaram números maiores tanto positivas, quanto negativas e que

serão especificadas caso a caso.

O atributo segurança nas instalações do hotel apresentou lacuna negativa em

todos os hotéis. A mais próxima de 1 ocorreu no hotel 3F, com -0,717. No ranking de

importância, este atributo ocupa o sétimo lugar. Outros atributos que apresentaram

índices negativos, em todos os hotéis, foram variedade no cardápio, ações ativas e

explícitas de combate ao turismo sexual, impedimento de hospedagem de menores

desacompanhados e venda de bebidas alcoólicas a menores; ações ativas e explícitas

de redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem de lixo,

economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental; disponibilidade

de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas

portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida; com destaque para esta última

onde a lacuna apresentada foi de -5,733 no hotel 3F.

É possível observar que a maior lacuna negativa ocorreu no hotel 5E com o

atributo facilidade de acesso a gerência superior. Esse atributo ocupa o vigésimo

sétimo lugar em importância no ranking deste hotel, portanto fazendo parte dos

atributos menos importantes.

A maior lacuna positiva ocorreu no hotel 4C com o atributo oferta de business

center, onde este atributo ocupa o último lugar no ranking de importância do hotel.

Page 106: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

106

TABELA 28 – LACUNAS ENTRE EXPECTATIVAS E DESEMPENHO

ATRIBUTOS Geral Cat 3 Cat 4 Cat 5 3B 3F 4C 4D 5A 5E 01) acolhida e check in -0,29 0,07 -0,89 -0,07 -0,11 0,25 -0,52 -1,26 0,33 -0,47 02) aparência externa 0,32 -0,03 0,52 0,47 0,37 -0,46 0,75 0,30 1,04 -0,08 03) localização do hotel -0,15 -0,01 -0,08 -0,35 -0,00 -0,02 0,05 -0,21 0,37 -1,08 04) segurança entorno -0,42 -0,31 -0,44 -0,52 -0,30 -0,32 -0,60 -0,27 -0,60 -0,44 05) segurança Instalações -0,36 -0,40 -0,24 -0,43 -0,08 -0,71 -0,17 -0,32 -0,26 -0,61 06) material promocional -0,91 0,94 0,05 -3,58 0,35 1,53 0,53 -0,61 -6,45 -0,41 07) aparência funcionários 0,53 0,69 0,19 0,71 0,81 0,56 0,20 0,17 0,76 0,65 08) atendim. funcionários -0,25 -0,20 -0,40 -0,14 -0,33 -0,07 -0,21 -0,60 0,10 -0,39 09) agradab. quartos -0,07 -0,11 -0,45 0,34 -0,49 0,25 -0,30 -0,59 1,55 -0,86 10) ar condicionado 0,04 0,15 -0,04 0,03 -0,49 0,79 0,26 -0,34 1,07 -1,01 11) limpeza dos quartos -0,40 -0,27 -0,75 -0,17 -0,30 -0,24 -0,63 -0,88 0,13 -0,48 12) enxoval dos quartos -0,09 -0,22 -0,43 0,37 -0,27 -0,16 -0,15 -0,71 1,39 -0,64 13) agradab. banheiros 0,10 -0,25 -0,25 0,84 -0,17 -0,34 0,26 -0,78 2,55 -0,86 14) limpeza dos banheiros -0,40 -0,34 -0,61 -0,24 -0,20 -0,48 -0,47 -0,75 -0,02 -0,45 15) áreas comuns 0,31 0,26 0,09 0,58 0,52 0,00 0,20 -0,01 0,81 0,34 16) limpeza áreas comuns -0,02 0,18 -0,07 -0,16 0,22 0,14 -0,05 -0,10 -0,24 -0,08 17) áreas verdes 0,54 0,58 0,29 0,71 0,15 0,66 0,45 0,13 0,81 0,62 18) piscina do hotel 0,00 -0,10 -0,01 0,06 0,48 -0,73 -0,46 0,40 0,24 -0,08 19) oferta de internet -0,21 0,48 -1,40 0,02 -0,40 1,15 -1,69 -1,06 0,01 0,25 20) business center 0,92 - 3,32 -0,12 - - 5,19 1,79 0,92 -0,90 21) bar no hotel 1,36 - 0,97 1,00 - - 0,86 0,91 1,98 -0,09 22) restaurante no hotel 0,68 - 0,17 0,55 - - -0,14 0,47 0,41 0,68 23) variedade no cardápio -0,26 - -0,63 -0,35 - - -0,90 -0,36 -0,52 -0,20 24) café da manhã -0,71 -1,41 -0,47 -0,22 -2,29 -0,52 -0,49 -0,45 0,25 -0,73 25) resolução problemas -1,46 -1,19 -1,52 -1,67 -2,87 -0,81 -1,38 -1,54 0,34 -2,59 26) acesso ger. superior -1,98 0,57 -0,86 -6,16 -1,94 1,36 -0,25 -1,15 - -6,50 27) serv. tempo prometido -0,61 -0,73 -0,72 -0,53 -1,71 -0,48 -0,53 -1,27 0,03 -1,09 28) combate tur. sexual -1,01 -1,49 -0,10 -1,26 -0,10 -2,88 -0,06 -0,13 -1,37 -1,10 29) redução desperdícios -1,04 -1,17 -0,58 -1,26 -0,17 -2,16 -1,16 -0,15 -1,17 -1,35 30) estrutura de acesso -2,11 -3,14 -1,54 -1,62 -0,55 -5,73 -0,97 -2,11 -0,22 -3,08 31) serviço de recepção -0,00 -0,00 -0,27 0,25 0,17 -0,17 -0,22 -0,32 0,63 -0,14 32) fechamento da conta 0,02 0,29 0,26 -0,23 0,37 0,21 0,79 0,00 -0,01 -0,48 33) preço da diária 0,02 -0,20 0,78 -0,48 0,25 -0,67 1,57 -0,01 0,96 -1,93 34) preço serv/produtos -0,62 -0,95 0,50 -1,40 0,19 -1,97 1,62 -0,60 -0,63 -2,18

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A Tabela 29 apresenta as dez maiores lacunas negativas e o hotel onde

aconteceu. Os atributos disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação

Page 107: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

107

facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade

reduzida; e facilidade na resolução de problemas, aparecem duas vezes, entre as dez

maiores lacunas o que pode denotar que os hóspedes vêm encontrando os mesmos

problemas em diferentes hotéis. A maior lacuna negativa ocorreu no atributo facilidade

de acesso à gerência superior no hotel 5E, com -6,506, seguida de disponibilidade de

material promocional no hotel 5A com -6,45. Nesses atributos pode-se afirmar que a

qualidade do serviço ficou aquém do esperado.

Tabela 29 – Dez maiores lacunas negativas

ATRIBUTO LACUNA HOTEL

Acesso à gerência superior - 6,50 5E

Disponibilidade de material promocional - 6,45 5A

Estrutura facilitadora de acesso - 3,08 5E

Ações de combate ao turismo sexual - 2,88 3F

Facilidade na resolução de problemas - 2,87 3B

Facilidade na resolução de problemas - 2,59 5E

Café da manhã - 2,29 3B

Estrutura facilitadora de acesso - 2,11 4D

Facilidade de acesso à gerência superior - 1,94 3B

Preço da diária do apartamento - 1,93 5E

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

A Tabela 30 apresenta as dez maiores lacunas positivas e o seu hotel respectivo.

A maior lacuna positiva ficou para o atributo oferta de business center no hotel 4C

seguida de oferta de bar no hotel, no hotel 5A. As lacunas positivas revelam que o

serviço foi desempenhado além das expectativas dos hóspedes. Apesar das lacunas

serem positivas, nenhum dos atributos encontra-se na lista dos mais importantes,

atribuída pelos respondentes.

Tabela 30 – Dez maiores lacunas positivas

ATRIBUTO LACUNA HOTEL

Oferta de business Center 5,19 4C

Oferta de bar no hotel 1,98 5A

Oferta de business Center 1,79 4D

Preço dos serviços e produtos no hotel 1,62 4C

Preço da diária do apartamento 1,57 4C

Agradabilidade dos quartos 1,55 5A

Disponibilidade de material promocional 1,53 3F

Facilidade de acesso à gerência superior 1,36 3F

Funcionamento do ar condicionado 1,07 5A

Aparência externa do hotel 1,04 5A

Fonte: Pesquisa de campo (2010)

Page 108: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

108

6.2.3 Melhores práticas

É importante conhecer as melhores práticas dos hotéis. Isso pode contribuir para

melhorar a qualidade do serviço, aperfeiçoar ou introduzir novos modos de prestação

desse serviço para posicionar-se frente ao concorrente.

A tabela 31 apresenta as melhores práticas, comparando os hotéis entre si. As

médias das melhores práticas estão na classificação de excelente, de acordo com a

escala da pesquisa. Os atributos que merecem destaque são: café da manhã do hotel

5A e fechamento da conta pelo hotel, no hotel 4C, ambos com notas de desempenho

10.

Se analisado de modo geral as lacunas dos hotéis em relação a melhor prática

foram abaixo de 1, com exceção dos atributos facilidade na resolução de problemas;

execução do serviço no tempo prometido; disponibilidade de material promocional de

empresas na recepção ou lobby do hotel; oferta de Internet wi-fi e preço dos serviços e

produtos oferecidos pelo hotel, onde todos os hotéis, ou quase todos, apresentaram

lacunas superior a 1 em relação a melhor prática.

No atributo café da manhã, o hotel 3B apresenta uma lacuna de -2,59 e no

atributo facilidade de resolução de problemas, -2,97 em relação a melhor prática. Tais

atributos encontram-se na sexta e sétima posição no ranking de importância deste

hotel, portanto é pertinente que tal hotel reveja o seu posicionamento.

As maiores lacunas em relação ao benchmarking apresentaram-se nos atributos

disponibilidade de material promocional e oferta de business center, ambos no hotel 5A,

com os valores de -7,78 e -3,36 respectivamente. Apesar dos resultados, a posição no

ranking de importância do hotel, para esses atributos, é a vigésima nona e trigésima

quarta posição, o que caberia ao hotel, analisar se a melhora do desempenho

compensa a aplicação dos recursos necessários.

Page 109: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

109

Tabela 31 – Melhores práticas por médias de desempenho

ATRIBUTOS Maior Média

MP* PP* 3B 3F 4C 4D 5A 5E

24) café da manhã 10,00 5A 3B -2,59 -1,11 -0,76 -0,83 0 -0,94

32) fechamento da conta 10,00 4C 5E -0,25 -0,34 0 -0,32 -0,57 -0,84

20) business center 10,00 4C 5A - - 0 -0,67 -3,36 -3,00

22) restaurante no hotel 9,95 5A 4D - - -0,60 -0,93 0 -0,62

08) atendimento funcionários 9,90 5A 4D -0,52 -0,51 -0,28 -0,87 0 -0,59

07) aparência funcionários 9,90 5A 3F -0,43 -0,68 -0,28 -0,50 0 -0,44

11) limpeza dos quartos 9,88 5A 4D -0,42 -0,39 -0,68 -0,97 0 -0,48

14) limpeza dos banheiros 9,87 5A 4D -0,27 -0,62 -0,58 -0,82 0 -0,41

02) aparência externa 9,83 5A 3F -0,94 -2,09 -0,25 -0,74 0 -1,20

21) bar no hotel 9,83 5A 5E - - -0,27 -0,82 0 -0,96

25) resolução de problemas 9,80 5A 3B -2,97 -1,28 -1,42 -1,87 0 -2,75

01) acolhida e check in 9,80 5A 4D -0,60 -0,46 -0,67 -1,81 0 -0,95

09) agradabilidade quartos 9,80 5A 5E -0,86 -0,52 -0,78 -1,04 0 -1,48

28) combate turismo sexual 9,77 4C 3F -0,05 -3,10 0 -0,05 -1,27 -0,94

18) piscina do hotel 9,75 5A 3F -0,83 -1,93 -0,58 -0,77 0 -0,31

17) áreas verdes 9,75 4C 3B -0,75 -0,40 0 -0,38 -0,46 -0,31

15) áreas comuns 9,71 5A 3F -0,31 -1,21 -0,14 0,47 0 -0,55

12) enxoval dos quartos 9,70 5A 4D -0,38 -0,65 -0,67 -1,01 0 -0,95

31) serviço de recepção 9,68 5A 3F -0,22 -0,72 -0,45 -0,38 0 -0,67

10) ar condicionado 9,64 3F 5E -0,94 0 -0,46 -0,55 -0,04 -1,93

30) estrutura de acesso 9,62 5A 3F -0,32 -5,77 -0,71 -1,92 0 -2,80

26) acesso gerencia superior 9,60 3F 5E -2,60 0 -0,94 -1,60 - -7,32

29) redução de desperdícios 9,59 4D 3F -0,07 -2,78 -0,91 0 -1,10 -1,18

16) limpeza áreas comuns 9,57 4C 4D -0,08 -0,17 0 -0,28 -0,07 -0,17

27) serviço tempo prometido 9,54 5A 3B -1,88 -1,02 -0,46 -1,29 0 -1,16

33) preço da diária 9,54 3B 5E 0 -1,19 -0.40 -0,50 -0,51 -1,84

05) segurança Instalações 9,53 3B 3F 0 -0,83 -0,05 -0,28 -0,11 -0,24

03) localização do hotel 9,50 3B 4D 0 -0,20 -0,06 -0,23 -0,09 -1,20

34) preço serviços/produtos 9,49 3B 3F 0 -2,97 -1,38 -1,33 -2,15 -2,01

04) segurança entorno 9,41 5E 5A -0,14 -0,54 -0,34 -0,25 -0,71 0

13) agradabilidade banheiros 9,41 5A 3F -0,21 -1,22 -0,54 -0,8 0 -0,84

06) material promocional 9,33 3F 5A -0,33 0 -1,56 -0,88 -7,78 -1,69

23) variedade no cardápio 9,02 5A 5E - - -0,38 -0,34 0 -0,60

19) oferta de internet 8,87 3F 4C -1,11 0 -3,18 -1,57 -0,91 -0,26

*MP = Melhores Práticas *PP = Piores práticas

Fonte: Pesquisa da campo (2010)

Page 110: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

110

6.3 MATRIZES DE OPORTUNIDADE

É importante que cada hotel conheça as necessidades de seus hóspedes para a

melhoria na prestação de serviços, sobretudo em um mercado que é altamente

competitivo devido à semelhança dos serviços prestados. Campos (2007) afirma que as

organizações devem desenvolver estratégias para identificar as informações sobre as

necessidades dos clientes e conhecer o comportamento dos concorrentes.

É preciso criar um ranking de importância dos atributos, como foi feito nesta

pesquisa, sobre as expectativas dos clientes e posteriormente analisar o desempenho

desses mesmos atributos. Isto também pode ser feito em relação ao posicionamento do

concorrente. Cada importância dada a um determinado atributo é resultado do

somatório das expectativas pré-estabelecidas. Zeithaml e Bitner (2003) afirmam que

clientes que têm expectativas mais altas são menos tolerantes à variação na qualidade

do serviço em atributos considerados mais importantes. Porém, de acordo com Bacon

(2003), as conclusões demonstradas pela matriz de importância e desempenho,

afirmam que este último pode ser ajustado sem que haja variação na importância do

atributo.

As matrizes que serão demonstradas a seguir são matrizes absolutas de

oportunidade que de acordo com Stock e Lambert (2001), serão absolutas quando

analisarem o posicionamento interno da empresa e relativas quando analisarem o

posicionamento externo da empresa. De acordo com Campos (2008), analisar o

desempenho de uma empresa com seu concorrente pode determinar as melhores e

piores práticas de mercado e decisões de ajuste poderão ser tomadas.

6.3.1 Matrizes Absolutas de Oportunidades

Após a análise dos dados, foi possível construir as matrizes absolutas dos hotéis

pesquisados. Forem feitas as matrizes entre os hotéis 3B e 3F, depois entre os hotéis

4C e 4D e, por fim, entre os hotéis 5A e 5E. Os atributos foram colocados por grau de

importância, de acordo com a avaliação dos respondentes, seguidos do nível de

Page 111: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

111

desempenho obtido da percepção dos hóspedes. O modelo de Stock e Lambert (2001)

foi utilizado e o mesmo é composto da seguinte forma: são formadas nove células, com

o cruzamento de 3 grupos de importância, e 3 grupos de desempenho. Foram

agrupados os 34 atributos por ordem de importância, no eixo das ordenadas. No

primeiro grupo, ficaram os doze mais importantes, no segundo, os onze de importância

mediana e, no terceiro grupo, os onze menos importantes.

No eixo das abscissas, o agrupamento obedeceu ao critério de desempenho.

Cada matriz assumiu um valor mínimo, e um valor máximo, dependendo do

desempenho de cada hotel. A faixa de desempenho foi dividida em três grupos: alto,

médio e baixo desempenho. A avaliação da matriz é obtida pela criação de uma matriz

três-por-três com diferentes resultados importância-desempenho. O modelo de Stock e

Lambert (2001) sugere ações para cada um dos resultados.

6.3.1.1 Matriz de importância absoluta – hotéis 3B e 3F

Analisando a matriz do Quadro 4, estão representados todos os atributos

avaliados no seu grau de importância, bem como no desempenho dos dois hotéis

selecionados, ou seja, 3B e 3F. Nota-se que o menor desempenho ficou a cargo do

atributo estrutura facilitadora de acesso para pessoas com deficiência ou mobilidade

reduzida, para o hotel 3F, e o melhor desempenho no atributo fechamento de conta

para o hotel 3B.

Em relação ao hotel 3B, os atributos que a matriz sugere melhorar são o café da

manhã e a facilidade na resolução de problemas. Esses atributos são considerados

muito importantes e tiveram desempenho regular. Quanto ao hotel 3F, o atributo que

deve melhorar sem dúvida, é a estrutura facilitadora de acesso para pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida e a sugestão melhorar ficou para o atributo ações

que combatam ao turismo sexual, ambos considerados como muito importante e que

obtiveram desempenho quase péssimo e regular, respectivamente.

Os atributos ações de combate ao desperdício e preço dos serviços e produtos

oferecidos pelo hotel tiveram um desempenho regular, mas estão agrupados no bloco

Page 112: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

112

de medianamente importantes, e a matriz sugere manter. Apesar do índice de

desempenho não ter sido excelente não afeta o empreendimento como um todo.

No bloco dos menos importantes, os desempenhos foram relativamente altos e a

matriz sugere manter ou reduzir, uma vez que gastar esforços naquilo que o hóspede

não considera muito importante seria desperdício de recursos.

Atributos melhorar s/ dúvida

melhorar melhorar/

manter 3B 3F GAP

14) limpeza e higiene dos banheiros 9,608 9,250 0,35

11) limpeza dos quartos 9,467 9,492 -0,02

30) estrutura de acesso 9,300 3,850 5,45

28) ações combate turismo sexual 9,725 6,672 3,05

08) atendimento dos funcionários . 9,383 9,392 -0,09

24) café da manhã 7,417 8,890 -1,47

25) resolução de problemas 6,833 8,522 -1,68

05) segurança nas instalações 9,533 8,700 0,83

03) localização do hotel. 9,500 9,308 0,19

32) fechamento da conta pelo hotel 9,754 9,660 0,09

12) enxoval dos quartos 9,325 9,050 0,27

04) segurança do entorno. 9,275 8,875 0,40

melhorar manter

manter/ reduzir

29) ações redução de desperdícios 9,525 6,817 2,70

16) limpeza das áreas comuns 9,496 9,408 0,08

09) agradabilidade dos quartos. 8,942 9,283 -0,34

31) serviço de recepção 9,465 8,967 0,49

01) acolhida e check in. 9,192 9,342 -0,15

27) serviço no tempo prometido 7,667 8,525 -0,85

33) preço da diária do apartamento 9,542 8,353 1,18

10) ar condicionado 8,702 9,644 0,94

13) agradabilidade dos banheiros 9,200 8,192 1,00

34) preço dos serviços e produtos 9,495 6,521 2,97

17) manutenção áreas verdes 9,000 9,357 -0,35

manter manter/ reduzir

manter/ reduzir

15) agradab. áreas comuns 9,400 8,500 0,9

07) aparência dos funcionários 9,475 9,225 0,25

26) acesso à gerencia superior 7,000 9,600 -2,6

23) variedade no cardápio - - -

18) piscina do hotel 8,922 7,821 1,10

02) aparência externa do hotel 8,892 7,746 1,14

06) material promocional 9,008 9,336 -0,33

22) serviço de restaurante no hotel - - -

19) oferta de internet – zona Wi Fi 7,766 8,870 -1,10

21) oferta do serviço de bar no hotel - - -

20) oferta de business center - - -

HOTEL 3B ( ) 3,85 5,81 7,77 9,75 HOTEL 3F( )

Quadro 4 – Matriz de importância absoluta – Hotéis 3B e 3F

Page 113: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

113

6.3.1.2 Matriz de importância absoluta – hotéis 4C e 4D

Analisando a matriz absoluta dos hotéis 4C e 4D, percebe-se no bloco dos mais

importantes que todos tiveram alta avaliação, o que induz a matriz a sugerir que o

desempenho deva ser mantido ou melhorado, com exceção do atributo estrutura

facilitadora de acesso para pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida, que os

resultados sugerem necessidade de melhora.

Atributos melhorar s/ dúvida

melhorar melhorar/ manter

4C 4D GAP

28) combate turismo sexual 9,776 9,727 0,04

30) estrutura de acesso 8,914 7,703 1,21

11) limpeza dos quartos 9,200 8,917 0,28

29) ações redução de desperdícios 8,688 9,591 -0,90

14) limpeza e higiene dos banheiros 9,292 9,050 0,24

08) atendimento dos funcionários 9,625 9,033 0,59

24) café da manhã 9,248 9,176 0,07

25) resolução de problemas 8,389 7,935 0,45

05) segurança nas instalações 9,487 9,250 0,23

27) serviço no tempo prometido 9,083 8,250 0,83

04) segurança do entorno 9,075 9,161 -0,08

31) serviço de recepção 9,235 9,304 -0,06

melhorar manter

manter/ reduzir

16) limpeza das áreas comuns 9,575 9,292 0,28

01) acolhida e check in 9,133 7,992 1,14

32) fechamento da conta pelo hotel 10,00 9,689 0,31

03) localização do hotel 9,442 9,275 0,16

09) agradabilidade dos quartos 9,025 8,767 0,25

07) aparência dos funcionários 9,625 9,400 0,22

15) agradab. áreas comuns 9,575 9,242 0,33

12) enxoval dos quartos 9,033 8,692 0,34

23) variedade no cardápio 8,648 8,684 -0,03

17) manutenção áreas verdes 9,758 9,374 0,38

10) funcionamento ar condicionado 9,189 9,092 0,09

manter manter/ reduzir

manter/ reduzir

18) piscina do hotel 9,173 8,988 0,18

26) acesso à gerencia superior 8,667 8,000 0,66

22) serviço de restaurante no hotel 9,350 9,021 0,32

13) agradabilidade dos banheiros 8,875 8,617 0,25

02) aparência externa do hotel 9,583 9,092 0,49

21) oferta do serviço de bar no hotel 9,566 9,017 0,54

33) preço da diária do apartamento 9,143 9,045 0,09

06) material promocional 7,778 8,456 -0,67

19) oferta de internet – zona Wi Fi 5,698 7,306 -1,60

34) preço dos serviços e produtos 8,117 8,167 -0,05

20) oferta de business center 10,00 9,333 0,66

HOTEL 4C( ) 5,69 6,76 7,85 10,0 HOTEL 4D ( )

Quadro 5 – Matriz de importância absoluta – Hotéis 4C E 4D

Page 114: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

114

Quanto aos atributos medianamente importantes, ainda referente aos hotéis 4C e

4D,todos obtiveram desempenho alto e a sugestão é manter este mesmo desempenho.

Já nos atributos considerados menos importantes, a oferta de Internet Zona Wi-fi, teve

desempenho baixo, e a disponibilidade de material promocional obteve desempenho

regular, porém, como esses atributos são considerados menos importantes, a sugestão

é de mantê-los assim, sem agregar recursos para melhorá-los.

6.3.1.3 Matriz de importância absoluta – hotéis 5A e 5E

A análise da matriz absoluta dos hotéis 5A e 5E, no Quadro 6, revela que o hotel

5E deve melhorar os atributos estrutura facilitadora de acesso a pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida e facilidade na resolução dos problemas. Esses

atributos obtiveram desempenho regular, porém são considerados muito importantes

pelos hóspedes. É importante observar que o atributo estrutura facilitadora de acesso a

pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, em todas as matrizes, recebeu a

sugestão de melhorar, em um ou em outro hotel.

No bloco dos medianamente importantes, as notas de desempenho foram altas,

tendo apenas o atributo preço da diária do apartamento do hotel 5E, obtido o

desempenho de 7,70, mesmo assim considerado bom pela escala da pesquisa. Os

atributos de preço dos serviços e produtos e preço da diária do apartamento, no hotel

5E não receberam notas excelentes, se comparado aos outros hotéis. Como já

mencionado anteriormente, este hotel possui acordo com vôos charters da Argentina e

para esse clientes, a diferença do câmbio do Real para o Peso Argentino, pode ter

resultado nesse desempenho. No grupo dos menos importantes, o atributo

disponibilidade de material promocional recebeu o menor desempenho de todos os

hotéis, porém a sugestão é de manter, tendo em vista que não altera o desempenho do

hotel como um todo. O atributo oferta de business center, teve um desempenho regular,

mas a sugestão é manter ou reduzir, porque o grau de importância atribuída pelos

respondentes é muito baixo.

Page 115: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

115

Atributos melhorar s/ dúvida

melhorar melhorar/ manter

5A 5E GAP

14) limpeza e higiene dos banheiros 9,875 9,467 0,40

28) combate turismo sexual 8,500 8,839 -0,33

30) estrutura de acesso 9,622 6,823 2,79

11) limpeza dos quartos 9,883 9,408 0,47

05) segurança nas instalações 9,429 9,297 0,13

24) café da manhã 10,00 9,061 0,93

08) atendimento dos funcionários . 9.908 9,317 0,59

29) ações redução de desperdícios 8,492 8,419 0,07

16) limpeza das áreas comuns 9,508 9,400 0,10

04) segurança do entorno. 8,708 9,417 -0,70

25) resolução de problemas 9,800 7,057 2,74

32) fechamento conta 9,433 9,163 0,27

melhorar manter

manter/ reduzir

18) piscina do hotel 9,756 9,444 0,31

27) serviço no tempo prometido 9,543 8,359 1,18

01) acolhida e check in. 9,800 8,858 0,94

03) localização do hotel. 9,417 8,300 1,11

31) serviço de recepção 9,683 9,018 0,66

22) serviço de restaurante do hotel 9,958 9,336 0,62

23) variedade no cardápio 9,025 8,426 0,59

07) aparência dos funcionários 9,908 9,467 0,44

15) agradab. áreas comuns 9,717 9,169 0,54

12) Enxoval dos quartos 9,700 8,758 0,94

33) preço da diária do apartamento 9,033 7,703 1,33

manter manter/ reduzir

manter/ reduzir

34) preço dos serviços e produtos 7,342 7,483 -0,14

02) aparência externa do hotel 9,833 8,633 1,2

09) agradabilidade dos quartos. 9,800 8,325 1,47

17) manutenção áreas verdes 9,297 9,449 -0,15

10) ar condicionado 9,608 7,712 1,89

26) acesso à gerencia superior - 2,286 -

21) oferta do serviço de bar no hotel 9,833 8,876 0,95

13) agradabilidade dos banheiros 9,417 8,575 0,84

19) oferta de internet – zona Wi Fi 7,960 8,617 -0,65

06) material promocional 1,558 7,642 -6,08

20) oferta de business center 6,643 7,000 -0,35

HOTEL 5A( ) 1,55 4,36 7,17 10,00 HOTEL 5E ( ) Quadro 6 – Matriz de importância absoluta – Hotéis 5A e 5E

Page 116: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

116

6.3.2 Matrizes relativas de oportunidades

As matrizes de oportunidades relativas, de acordo com Stock e Lambert (2001),

são aquelas que analisam o posicionamento externo da empresa.

As matrizes são necessárias porque revelam as lacunas de desempenho

existentes entre a empresa analisada e os seus concorrentes. Nesta pesquisa foi

possível analisar um hotel em relação ao outro, sempre respeitando sua categoria. O

Quadro 7 revela as lacunas de desempenho do Hotel 3B em relação ao hotel 3F (3B-

3F) e de acordo com o resultado, a matriz sugere a atitude a ser adotada.

Nos atributos mais importantes, a matriz sugere que o hotel 3B melhore sem

dúvida os atributos qualidade do atendimento dos funcionários, café da manhã e

facilidade na resolução de problemas e limpeza dos quartos. . Ainda nesta faixa de

importância a matriz relativa sugere que o hotel 3B melhore os atributos limpeza e

higiene dos banheiros, segurança nas instalações, localização, fechamento da conta,

enxoval dos quartos e segurança do entorno. Os atributos que a matriz sugere melhorar

tiveram lacunas de desempenho positivas, porém o desempenho foi muito próximo ao

do concorrente, o que seria salutar aumentar essa distância, assim sugerido pela

matriz.

Quanto aos atributos medianamente importantes, a matriz sugere melhorar a

limpeza das áreas comuns, a agradabilidade dos quartos, os procedimentos de

acolhida e de check in, a realização do serviço no tempo prometido e a manutenção

das áreas verdes. No tocante aos atributos menos importantes a matriz sugere manter

ou manter/reduzir o desempenho mesmo em atributos com lacuna negativa de -1,10

como o caso da oferta de Internet wi-fi, por ser este um atributo de menor importância,

considerado assim, pelo hóspede.

Page 117: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

117

Atributos melhorar s/ dúvida

melhorar melhorar/ manter

GAP

14) limpeza e higiene dos banheiros 0,35

11) limpeza dos quartos -0,02

30) estrutura de acesso 5,45

28) ações combate turismo sexual 3,05

08) atendimento dos funcionários . -0,09

24) café da manhã -1,47

25) resolução de problemas -1,68

05) segurança nas instalações 0,83

03) localização do hotel. 0,19

32) fechamento da conta pelo hotel 0,09

12) enxoval dos quartos 0,27

04) segurança do entorno. 0,40

melhorar manter

manter/ reduzir

29) ações redução de desperdícios 2,70

16) limpeza das áreas comuns 0,08

09) agradabilidade dos quartos. -0,34

31) serviço de recepção 0,49

01) acolhida e check in. -0,15

27) serviço no tempo prometido -0,85

33) preço da diária do apartamento 1,18

10) ar condicionado 0,94

13) agradabilidade dos banheiros 1,00

34) preço dos serviços e produtos 2,97

17) manutenção áreas verdes -0,35

manter manter/ reduzir

manter/ reduzir

15) agradab. áreas comuns 0,9

07) aparência dos funcionários 0,25

26) acesso à gerencia superior -2,6

23) variedade no cardápio -

18) piscina do hotel 1,10

02) aparência externa do hotel 1,14

06) material promocional -0,33

22) serviço de restaurante no hotel -

19) oferta de internet – zona Wi Fi -1,10

21) oferta do serviço de bar no hotel -

20) oferta de business center -

HOTEL 3B ( ) -3 -0,2 2,6 5,5

Quadro 7 - Matriz relativa de oportunidades entre o desempenho de 3B – 3F

Page 118: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

118

. O Quadro 8 apresenta a matriz relativa de oportunidades entre o desempenho do

hotel 4C e do hotel 4D (4C-4D). Os índices de desempenho entre os hotéis foram muito

parecidos, porém para que o hotel 4C distancie-se da concorrência a matriz sugere

melhorar sem dúvida o atributo redução de desperdícios. Os atributos limpeza dos

quartos, limpeza e higiene dos banheiros, café da manhã, têm a sugestão de melhorar.

Esses atributos estão alocados no terço dos mais importantes. Os demais atributos, dos

terços medianamente importantes e menos importantes, receberam sugestão de

manter.

O Quadro 9 apresenta a Matriz relativa de oportunidade entre o desempenho dos

hotéis 5A e 5E (5A - 5E). Em relação ao seu concorrente direto, o hotel 5E, a matriz

sugere que o hotel 5A melhore os atributos ações de combate ao turismo sexual,

segurança nas instalações do hotel, ações de redução de desperdícios,limpeza das

áreas comuns, segurança no entorno e fechamento da conta. Todos estes atributos

estão inseridos no terço dos atributos mais importantes, definidos assim pelos

hóspedes. Nos demais terços, mediana importância e menos importante, a Matriz

sugere que o desempenho seja mantido.

Page 119: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

119

Atributos melhorar s/ dúvida

melhorar melhorar/ manter GAP

28) combate turismo sexual 0,04

30) estrutura de acesso 1,21

11) limpeza dos quartos 0,28

29) ações redução de desperdícios -0,90

14) limpeza e higiene dos banheiros 0,24

08) atendimento dos funcionários 0,59

24) café da manhã 0,07

25) resolução de problemas 0,45

05) segurança nas instalações 0,23

27) serviço no tempo prometido 0,83

04) segurança do entorno -0,08

31) serviço de recepção -0,06

melhorar manter

manter/ reduzir

16) limpeza das áreas comuns 0,28

01) acolhida e check in 1,14

32) fechamento da conta pelo hotel 0,31

03) localização do hotel 0,16

09) agradabilidade dos quartos 0,25

07) aparência dos funcionários 0,22

15) agradab. áreas comuns 0,33

12) enxoval dos quartos 0,34

23) variedade no cardápio -0,03

17) manutenção áreas verdes 0,38

10) funcionamento ar condicionado 0,09

manter manter/ reduzir

manter/ reduzir

18) piscina do hotel 0,18

26) acesso à gerencia superior 0,66

22) serviço de restaurante no hotel 0,32

13) agradabilidade dos banheiros 0,25

02) aparência externa do hotel 0,49

21) oferta do serviço de bar no hotel 0,54

33) preço da diária do apartamento 0,09

06) material promocional -0,67

19) oferta de internet – zona Wi Fi -1,60

34) preço dos serviços e produtos -0,05

20) oferta de business center 0,66

HOTEL 4C ( ) -1,80 -0,6 0,4 1,21

Quadro 8 - Matriz relativa de oportunidades entre o desempenho de 4C – 4D

Page 120: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

120

Atributos melhorar s/ dúvida

melhorar melhorar/ manter

GAP

14) limpeza e higiene dos banheiros 0,40

28) combate turismo sexual -0,33

30) estrutura de acesso 2,79

11) limpeza dos quartos 0,47

05) segurança nas instalações 0,13

24) café da manhã 0,93

08) atendimento dos funcionários . 0,59

29) ações redução de desperdícios 0,07

16) limpeza das áreas comuns 0,10

04) segurança do entorno. -0,70

25) resolução de problemas 2,74

32) fechamento conta 0,27

melhorar manter

manter/ reduzir

18) piscina do hotel 0,31

27) serviço no tempo prometido 1,18

01) acolhida e check in. 0,94

03) localização do hotel. 1,11

31) serviço de recepção 0,66

22) serviço de restaurante do hotel 0,62

23) variedade no cardápio 0,59

07) aparência dos funcionários 0,44

15) agradab. áreas comuns 0,54

12) Enxoval dos quartos 0,94

33) preço da diária do apartamento 1,33

manter manter/ reduzir

manter/ reduzir

34) preço dos serviços e produtos -0,14

02) aparência externa do hotel 1,20

09) agradabilidade dos quartos. 1,47

17) manutenção áreas verdes -0,15

10) ar condicionado 1,89

26) acesso à gerencia superior -

21) oferta do serviço de bar no hotel 0,95

13) agradabilidade dos banheiros 0,84

19) oferta de internet – zona Wi Fi -0,65

06) material promocional -6,08

20) oferta de business center -0,35

HOTEL 5A ( ) -6,08 -3 0 3

Quadro 9 - Matriz relativa de oportunidades entre o desempenho de 5A-5E

Page 121: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

121

7 CONCLUSÃO

A análise da expectativa e do desempenho percebida dos serviços hoteleiros de

Natal foi o tema escolhido para esta pesquisa, devido a sua grande importância. O

mercado hoteleiro da cidade é altamente competitivo, o turismo contribuiu com 51% do

PIB de 2009 do município (SETURDE, 2010), e a proximidade da Copa do Mundo de

2014, onde Natal será uma das sub-sedes, faz com que a relevância do tema se

apresente.

É sempre importante que as empresas façam uma avaliação interna de seus

serviços, mas, sobretudo, façam uma avaliação externa buscando sempre a melhor

prática, para um reposicionamento no mercado, um ajuste de conduta ou uma nova

forma de prestar o serviço.

Avaliar expectativas e desempenhos pressupõe lidar com fatores objetivos, mas

também com condicionantes subjetivos, como memórias de outras experiências, níveis

de exigência diferentes, propaganda boca a boca, entre outros aspectos que afetam a

decisão de escolher um determinado hotel em detrimento a outro.

Este trabalho avaliou a expectativa dos hóspedes atribuídas a 34 atributos,

obtidos majoritariamente na literatura técnica, dos mais diversos serviços em um hotel.

Os atributos foram elencados por grau de importância. Os respondentes foram clientes

hospedados no período entre julho e agosto de 2010, durante 60 dias de pesquisas.

Como primeiro objetivo foi possível traçar um perfil dos respondentes e como

destaque a amostra revelou que a maioria dos respondentes utilizou o avião como meio

de transporte para chegar a Natal, bem como veio com o objetivo de fazer turismo. A

origem dos respondentes, fator muito importante para a “comercialização do hotel”,

ficou bastante centralizada nos estados da região Sudeste, com destaque para São

Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Foi possível observar um número muito reduzido

de hóspedes da região Nordeste e dos estados vizinhos.

O próximo objetivo específico foi avaliar a importância dos diferentes atributos na

visão dos hóspedes. Analisando os resultados obtidos, percebe-se que houve uma

pequena diferença entre os rankings, ora por categoria, ora por hotel. Porém, os que se

repetiram no nível máximo de importância, nos seis hotéis, foram os seguintes atributos:

Page 122: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

122

limpeza dos quartos; estrutura facilitadora de acesso a pessoas deficientes ou com

mobilidade reduzida; ações que combatam o turismo sexual, impedimento de

hospedagem de menores desacompanhados e venda de bebidas alcoólica a menores;

café da manhã; facilidade na resolução de problemas; segurança nas instalações do

hotel e segurança do entorno.

A avaliação do desempenho, como terceira proposição do trabalho, obteve

índices altos na maioria dos atributos, com exceção de estrutura facilitadora de acesso

a pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida; ações que combatam o turismo

sexual, impedimento de hospedagem de menores desacompanhados e venda de

bebidas alcoólica a menores; café da manhã; facilidade na resolução de problemas;

café da manhã; oferta de Internet Wi-fi e disponibilidade de material promocional. Na

identificação do desempenho, é importante destacar que os três primeiros atributos com

desempenho abaixo de regular são considerados muito importantes por quase todos os

hotéis. O café da manhã, apesar do desempenho regular, foi sugerido melhora em

apenas um hotel, e os dois últimos atributos, obtiveram índices de desempenho

próximos de péssimo, porém ocupam as últimas colocações na ordem de importância

dos respondentes. Tais resultados, de acordo com as matrizes absolutas de

oportunidades, têm a sugestão de serem mantidos na forma que estão.

Os demais objetivos da pesquisa, referentes às diferenciações de importância e

desempenho dos serviços, resultados inter-hotéis e inter-categorias e as lacunas

encontradas entre a importância e o desempenho, puderam ser identificadas no

capítulo da análise dos resultados, com as diferentes tabelas apresentadas. Cada hotel

apresentou níveis de importância muito semelhantes um ao outro. Em todos os hotéis

houve variação, mas, em regra geral, os atributos ocuparam posições muito parecidas,

como é o caso do atributo segurança nas instalações que ocupou o bloco dos mais

importantes nos seis hotéis. Os desempenhos também foram muito semelhantes. Os

hotéis obtiveram, em suas maiorias, médias que variaram entre regular e excelente, o

que contribuiria para inferir que o desempenho, em regra geral, seria mais do que

razoável. Evidente que alguns atributos tiveram desempenho muito abaixo do

esperado, mas foram situações pontuais, em um ou outro hotel específico, e em muitos

casos a própria matriz de oportunidade sugeriu que a performance fosse mantida.

Page 123: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

123

Quanto à análise dos gaps, pôde-se perceber que alguns atributos tiveram

índices positivos em todos os hotéis, como o caso de aparência dos funcionários e

manutenção das áreas verdes, enquanto que outros atributos tiveram gaps negativos

nos seis hotéis, como foram os atributos variedade no cardápio; ações de combate ao

turismo sexual; ações de redução de desperdícios e estrutura de acesso para pessoas

portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida. Na análise geral, a média apresentou

22 atributos (dos 34 da pesquisa) com gaps negativos, o que revela que o desempenho

de todos os hotéis está aquém das expectativas dos hóspedes, mesmo obtendo boas

notas de desempenho. O maior gap negativo analisado entre os hotéis da mesma

categoria ficou a cargo do atributo acesso à gerência superior no hotel 5E, com -6,506.

De posse de todos os resultados, e baseado no modelo de Stock e Lambert, foi

possível criar matrizes absolutas de oportunidades onde os atributos com alta

importância e baixo desempenho receberam sugestões de melhora ou de melhorar sem

dúvida, entre eles o café da manhã; o acesso para pessoas portadoras de deficiência

ou mobilidade reduzida e a facilidade na resolução de problemas.

As matrizes relativas oportunizam que o hotel possa conhecer o desempenho do

seu concorrente e sugere mudanças para que o desempenho de cada um possa ficar

ainda melhor.

Quanto às limitações desta pesquisa pode-se citar o fato da amostra não ter sido

estratificada, o que poderia representar mais fielmente as percepções por sexo, por

idade, por renda salarial e por polo emissor, o que talvez fidelizasse melhor o resultado.

Pôde-se perceber um número maior de respondentes do sexo feminino e isso foi

evidente em todos os hotéis. A disponibilidade das mulheres em responder às

pesquisas sempre foi superior a dos homens.

Como sugestão para futuras pesquisas, poderia ser realizado o mesmo estudo,

porém em meses de baixa estação, como por exemplo, março a junho e setembro a

novembro, com os hóspedes que vêm especificamente a Natal para participar de

congressos e convenções. Depois de ter sido eleita uma das sub-sedes da Copa do

Mundo pela FIFA, o NATAL CVB está captando eventos nacionais e internacionais com

a “chancela” de ter sido escolhida pela FIFA, o que trará, em um futuro bem próximo,

inúmeros visitantes à cidade, porém com um perfil diferente do turista que visita de

Page 124: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

124

férias a cidade. É importante conhecer as expectativas desse novo hóspede e se

preparar para recebê-lo.

Os resultados deste trabalho podem oferecer aos gestores de hotéis uma

oportunidade para minimizar as lacunas existentes entre o que o cliente espera e o que

é entregue de fato. Para isso faz-se necessário avaliar as necessidades dos clientes e

consultar as boas práticas existentes no mercado para estabelecer uma posição

competitiva diferenciada.

Page 125: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

125

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIOS APLICADOS

A SER PREENCHIDO PELO PESQUISADOR No Identificador da Pesquisa Data SEXO SUA IDADE (ANOS) RENDA FAMILIAR OCUPAÇÃO PRINCIPAL

Caro(a) Senhor(a), A UnP, através do Mestrado Profissional em Administração, está realizando uma pesquisa que tem como título “Expectativa e qualidade percebida dos serviços hoteleiros na cidade de Natal”. O objetivo é compreender o que os clientes esperam dos serviços hoteleiros e como avaliam os serviços recebidos em três categorias de hotéis na cidade do Natal. Este questionário tem como finalidade coletar dados para subsidiar a pesquisa. Nos relatórios e resultados do estudo será mantido o caráter confidencial das informações individuais colhidas. Os dados serão úteis para identificar a qualidade dos serviços prestados em relação às expectativas dos clientes. Certos de poder contar com a sua colaboração, agradecemos antecipadamente. Atenciosamente,

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

UNIVERSIDADE POTIGUAR

/ /

M

F

Sem ocupação remunerada

Profissional Autônomo

Empresário

Empregado

Outro: Qual? ________

Menos de 2 salários

De 2 a 5 salários

De 6 a 10 salários

Mais de 10 salários

Turismo

Negócios

Congresso/Convenção

Saúde

Outro: Qual?____________

QUAL FOI O MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO?

QUAL O MOTIVO DE SUA VIAGEM A NATAL?

CIDADE ONDE MANTÉM RESIDÊNCIA?

Automóvel

Avião

Ônibus

Navio/barco

Outro: Qual? ________

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MÓDULO 1 Solicita-se que todas as questões sejam respondidas.

Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção de importância em relação a um conjunto de atributos vinculados ao serviço oferecido por hotéis. A nota 10 (dez) significa importância máxima para o atributo e a nota 0 (zero) significa que o atributo não tem importância na utilização de um hotel no qual o Sr(a) se hospedaria. Pode ser marcado qualquer valor da escala.

Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços de um hotel, qual a importância que o Sr (a) atribui a(ao):

01) acolhida do hotel e procedimentos de check in (atenção, cordialidade, agilidade, burocracia)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

02) aparência externa do hotel (área externa, fachada, letreiros)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

03) localização do hotel (perto da praia, centro de convenções, restaurantes, lojas de artesanato)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

04) segurança do entorno (nas áreas externas próximas ao hotel)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

05) segurança em todas as instalações do hotel ?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

06) disponibilidade de material promocional de empresas na recepção ou lobby do hotel (restaurantes, locadoras, passeios)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

07) aparência dos funcionários (uniformização, boa aparência e higiene pessoal)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

08) qualidade do atendimento dos funcionários (cortesia, atenção, presteza, nível de informação)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

09) agradabilidade dos quartos (espaço, conforto, decoração)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

10) funcionamento do ar condicionado (temperatura, ruídos, controle)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

Page 137: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

137

11) limpeza dos quartos?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

12) enxoval dos quartos (disponibilidade de lençóis, toalhas e edredom, limpos e agradáveis)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

13) agradabilidade dos banheiros (espaço, conforto, disponibilidade de shampoo, condicionador, sabonete, touca de banho, etc.)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

14) limpeza e higiene dos banheiros?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

15) agradabilidade das áreas comuns (recepção, corredores, salas e área de lazer)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

16) limpeza das áreas comuns? (recepção, corredores, salas e área de lazer) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

17) manutenção das áreas verdes do hotel? (corte de grama, limpeza) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

18) piscina do hotel? (limpeza, segurança, agradabilidade) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

19) oferta de internet – zona Wi Fi? (cobertura disponível em todo o hotel, velocidade adequada)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

20) oferta de business center? (sala para pequenas reuniões, com Internet, fax, computador, impressora, entre outros recursos) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

21) oferta do serviço de bar no hotel?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

22) oferta do serviço de restaurante no hotel?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

23) variedade no cardápio? (variedade de pratos, opções saudáveis, opções para diabéticos, opções infantis) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

24) café da manhã? (variedade, qualidade e quantidade dos alimentos)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

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138

25) facilidade na resolução de problemas? (chuveiro elétrico não esquenta, ar condicionado com problemas, televisor sem funcionamento, aparelho de telefone inoperante ou outros) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

26) facilidade de acesso à gerencia superior?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

27) execução do serviço no tempo prometido? (atendimento de room service, reposição de toalhas, solicitação de serviços no apartamento, entre outros)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

28) ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

29) ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

30) disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

31) serviço de recepção? (nível de conhecimento do funcionário sobre a cidade, sugestões dadas sobre passeios, locação de carro, restaurantes, lojas de artesanato, entre outros) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

32) fechamento da conta pelo hotel? (débitos lançados corretamente, demora na verificação

do consumo dos apartamentos, tumulto na recepção) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

33) preço da diária do apartamento?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

34) preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

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MÓDULO 2 Solicita-se que todas as questões sejam respondidas.

Assinale o nome do hotel no qual o Sr(a). se hospedou_________________________________ Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção do desempenho do hotel no qual o Sr(a). ficou hospedado em Natal, em relação a cada um dos atributos enumerados. A escala varia de zero (péssimo desempenho) a dez (excelente desempenho). Numa escala de zero a dez, avalie o desempenho do hotel no qual o Sr(a). ficou hospedado em relação à(ao):

01) acolhida do hotel e procedimentos de check in (atenção, cordialidade, agilidade, burocracia)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

02) aparência externa do hotel (área externa, fachada, letreiros)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

03) localização do hotel (perto da praia, centro de convenções, restaurantes, lojas de artesanato)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

04) segurança do entorno (nas áreas externas próximas ao hotel)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

05) segurança em todas as instalações do hotel ?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

06) disponibilidade de material promocional de empresas na recepção ou lobby do hotel (restaurantes, locadoras, passeios)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

07) aparência dos funcionários (uniformização, boa aparência e higiene pessoal)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

08) qualidade do atendimento dos funcionários (cortesia, atenção, presteza, nível de informação)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

09) agradabilidade dos quartos (espaço, conforto, decoração)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

10) funcionamento do ar condicionado (temperatura, ruídos, controle)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

Page 140: Expectativa E Qualidade Perceb Ida dos Serviços Hoteleiros Na

140

11) limpeza dos quartos?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

12) enxoval dos quartos (disponibilidade de lençóis, toalhas e edredom, limpos e agradáveis)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

13) agradabilidade dos banheiros (espaço, conforto, disponibilidade de shampoo, condicionador, sabonete, touca de banho, etc.)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

14) limpeza e higiene dos banheiros?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

15) agradabilidade das áreas comuns (recepção, corredores, salas e área de lazer)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

16) limpeza das áreas comuns)? (recepção, corredores, salas e área de lazer) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

17) manutenção das áreas verdes do hotel? (corte de grama, limpeza) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

18) piscina do hotel? (limpeza, segurança, agradabilidade) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede 19) oferta de internet – zona Wi Fi? (cobertura disponível em todo o hotel, velocidade adequada) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede 20) oferta de business center? (sala para pequenas reuniões, com Internet, fax, computador, impressora, entre outros recursos) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede. 21) serviço de bar no hotel?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede. 22) serviço de restaurante no hotel?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

23) variedade no cardápio? (variedade de pratos, opções saudáveis, opções para diabéticos, opções infantis) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

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141

24) café da manhã? (variedade, qualidade e quantidade dos alimentos)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

25) facilidade na resolução de problemas? (chuveiro elétrico não esquenta, ar condicionado com problemas, televisor sem funcionamento, aparelho de telefone inoperante) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

26) facilidade de acesso a gerência superior?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

27) execução do serviço no tempo prometido? (atendimento de room service, reposição de toalhas, solicitação de serviços no apartamento, entre outros) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente Marque aqui se o serviço não é oferecido pelo hotel ou se não foi utilizado pelo hóspede.

28) ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

29) ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

30) disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

31) serviço de recepção? (nível de conhecimento do funcionário sobre a cidade, sugestões dadas sobre passeios, locação de carro, restaurantes, lojas de artesanato, entre outros) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

32) fechamento da conta pelo hotel? (débitos lançados corretamente, demora na verificação

do consumo dos apartamentos, tumulto na recepção) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

33) preço da diária do apartamento?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

34) preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

35) avaliação do hotel como um todo?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente