exercícios sobre noções de versificação

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Exercícios Sobre Noções de Versificação 1. Assinale a alternativa que contém verso alexandrino. a) Sabíamos que durava, gloriosa e intacta a lua. b) Quero a alegria de um barco voltando. c) Eu não sei se tudo era pra mim desejo d) Ó meu ódio, meu ódio majestoso e) N.D.R. 2. (FACULDADES OBJETIVO) CANÇÃO AMIGA Eu preparo uma canção Em que minha mãe se reconheça, Todas as mães se reconheçam E que fale com dois olhos Caminho por uma rua Que passa em muitos países Se não me vêem, eu vejo E saúdo velhos amigos Eu distribuo um segredo Como quem ama ou sorri Dois carinhos se procuram Minha vida, nossa vida Formam um só diamente. Aprendi novas palavras E tornei outro mais belas. Eu preparo um canção Que faça acordar os homens E adormecer as crianças. (Carlos Drummond de Andrade) Observando a métrica do texto proposto, conclui-se que predominam versos: a) hexassílabos b) octossílabos c) decassílabos d) heptassílabos e) eneassílabos 3. (FMU) “De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encanto mais meu pensamento”. (Soneto da Felicidade – Vinícius de Morais) Sendo a primeira estrofe de um soneto, o texto acima a) é obrigatoriamente de quatro versos. b) pode ser de três ou quatro versos c) poderia ter sido escrito em intuir liberdade quanto ao número de versos d) necessita de outra estrofe de quatro versos para terminar a poesia

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Page 1: Exercícios Sobre Noções de Versificação

Exercícios Sobre Noções de Versificação

1. Assinale a alternativa que contém verso alexandrino.a) Sabíamos que durava, gloriosa e intacta a lua.b) Quero a alegria de um barco voltando.c) Eu não sei se tudo era pra mim desejod) Ó meu ódio, meu ódio majestosoe) N.D.R.

2. (FACULDADES OBJETIVO) CANÇÃO AMIGAEu preparo uma cançãoEm que minha mãe se reconheça,Todas as mães se reconheçamE que fale com dois olhosCaminho por uma ruaQue passa em muitos paísesSe não me vêem, eu vejoE saúdo velhos amigosEu distribuo um segredoComo quem ama ou sorriDois carinhos se procuramMinha vida, nossa vidaFormam um só diamente.Aprendi novas palavrasE tornei outro mais belas.Eu preparo um cançãoQue faça acordar os homensE adormecer as crianças.(Carlos Drummond de Andrade)

Observando a métrica do texto proposto, conclui-se que predominam versos:a) hexassílabosb) octossílabosc) decassílabosd) heptassílabose) eneassílabos

3. (FMU)“De tudo, ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encanto mais meu pensamento”.(Soneto da Felicidade – Vinícius de Morais)

Sendo a primeira estrofe de um soneto, o texto acimaa) é obrigatoriamente de quatro versos.b) pode ser de três ou quatro versosc) poderia ter sido escrito em intuir liberdade quanto ao número de versosd) necessita de outra estrofe de quatro versos para terminar a poesiae) necessita de outras estrofes de três versos para terminar a poesia.

. No texto acima o:a) primeiro verso é esdrúxulo (palavra proparoxítona)b) segundo verso é brancoc) terceiro verso é livred) terceiro verso é agudo (palavra oxítona, pode ser chamado de masculina)e) quarto verso é grave (palavra paroxítona, pode ser chamado de feminina)

4. Na estrofe acima há:

Page 2: Exercícios Sobre Noções de Versificação

a) Quatro versos alexandrinos graves;b) Quatro versos alexandrinos agudoc) Quatro versos alexandrinos trimétricos;d) Quatro versos de onze ou treze sílabas;e) Temos versos decassílabos

5. Faça a escansão dos versos e diga a classificação dos mesmos:

a) “Estou deitado sobre minha mala”b) “Ah! Quem há de exprimir, alma imponente e escrava” (Olavo Bilac)c) “A nuvem guarda o pranto” (Alphonsus de Guimaraens)d) “Tu choraste em presença da morte” (G. Dias)e) “Vagueio campos noturnos” (Ferreira Gullar) f) “Não sei quem seja o autor” (B. Tigre)g) “e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.” (Manuel de Fonseca)h) Quero a alegria de um barco voltando.i) “Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto” (V. Moraes)j) “Brilhava o sol, quente e a ma”k) “Amou daquela vez como se fosse a última” (Chico Buarque)8. Destaque e classifique as ligações rítmicas dos versos a seguir:a) Ela estava só na casa de pedra. b) “e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.” (Manuel de Fonseca)c) E nós co’esperançad) “Não sei quem seja o autor” (B. Tigre)e) “Ah! Quem há de exprimir, alma imponente e escrava” (Olavo Bilac)f) Na alta árvore nutriz da vida, amadureço.g) Junto aos Andes por terra era prostrado.h) Sabíamos que durava, gloriosa e intacta a lua.i) “Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto” (V. Moraes)j) O beijo é um fósforo aceso k) “Brilhava o sol, quente e a ma”l) “Amou daquela vez como se fosse a última” (Chico Buarque)

6. De acordo com os critérios da versificação, analise os poemas a seguir:a) “Vagueio campos noturnos Muros soturnos Paredes de solidão Sufocam minha canção.” (Ferreira Gullar) b)“Semanas, meses fatais Talvez eu me balançasse Mas toda a vida… é demais!”( Afonso Celso)c) “Não sei quem seja o autor Desta sentença de peso O beijo é um fósforo aceso Na palha seca do amor!” (B. Tigre)d)“A menina tonta passa metade do diaa namorar quem passa pela rua,que a outra metade ficapra namorar-se no espelhoA menina tonta tem olhos de retrós preto,cabelos de linha de bordar,e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.”(Manuel de Fonseca)

Page 3: Exercícios Sobre Noções de Versificação

e)Amo a voz da tempestade.Porque agita o coração,E o espírito inflamadoAbre as asas no trovão! (Castro Alves)f)Não tenho nada com isso nem vem falarEu não consigo entender sua lógicaMinha palavra cantada pode espantarE a seus ouvidos parecer exótica. ( Caetano Veloso)g)Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigadaE triste, e triste e fatigado eu vinha.Tinhas a alma de sonhos povoada,E a alma de sonhos povoada eu tinha… (Olavo Bilac)h)Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro da escuridão e da rutilânciaSofro, desde a epigênese da infânciaA influência má dos signos do zodíaco. ( Augusto dos Anjos)i) Discreta e formosíssima MariaEnquanto estamos vendo claramenteNa vossa ardente vista o sol ardenteE na rosada face a Aurora fria.(Gregório de Matos)j) O poeta é um fingidorFinge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.(Fernando Pessoa)k) Esta noite – era a lua já morta -Anhangá me vedava sonhar;Eis na horrível caverna, que habito,Rouca voz começou-me a chamar.(Gonçalves Dias)l) Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como se fosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágico(Chico Buarque)m) Mas um velho de aspecto venerando,Que ficava nas praias, entre a gente,Postos em nós os olhos, meneandoTrês vezes a cabeça, descontente,A voz pesada um pouco alevantandoQue nós no mar ouvimos claramenteC’um saber só de experiências feito,Tais palavras tirou do esperto peito: (Luís Vaz de Camões)n) Com a chave na mãoQuer abrir a porta,Não existe porta;Quer morrer no mar,Mas o mar secou;Quer ir para Minas,Minas não há mais,José, e agora.

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(Carlos Drummond de Andrade)o) Amadurecimento? Da lei, a aplicação? Riqueza, crescimento? Progresso da Nação? (Sílvia Araújo Mota)p) Um ferrageiro de Carmona,que me informava de um balcão:Aquilo? É de ferro fundido,foi a forma que fez, não a mão.(João Cabral de Melo Neto)q) Já silva, já ruge do vento o pegão;Estorcem-se os leques dos verdes palmares,Volteiam, rebramam, doudejam nos ares,Até que lascados baqueiam no chão.(Gonçalves Dias)r) Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio,Entre um leque e o começo de um bordado.( Alberto de Oliveira)s) “Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,Que, para ouvi-Ias, muita vez despertoE abro as janelas, pálido de espanto…(Olavo Bilac)t) Vês! Ninguém assistiu ao formidávelEnterro de tua última quimera.Somente a Ingratidão – esta pantera –Foi tua companheira inseparável!(Augusto dos Anjos)

GABARITO1. E2. D3. A4. E5. E6.a) Es|tou | dei|ta|do | so|bre| mi|nha| ma|la - decassílabob) “Ah!/ Quem/ há/ de ex/pri/mir/,al/ma im/po/nen/te e es/cra/va” (Olavo Bilac) – 12 sílabas poéticas. Alexandrinoc) “A| nu|vem| guar|da o| pran|to” (Alphonsus de Guimaraens) – hexassílabod) “Tu| cho|ras|te em| pre|sen|ça| da| mor|te” (G. Dias) – eneassílabo ou jâmbicoe) “Va/gueio/ cam/pos/ no/tur/nos” (Ferreira Gullar) – hexassílabof) “Não/ sei/ quem/ se/ja o au/tor” (B. Tigre) - pentassílabo ou redondilha menorg) “e a/ bo/ca é um/ pe/da/co/ de/ qual/quer/ te/ci/do/ ver/me/lho.” (Manuel de Fonseca) - bárbaroh) Que/ro a a/le/gri/a/ de um/ bar/co/ vol/tan/do. - decassílabo“Na/tes,/ e/ com/ tal/ ze/lo, e/ sem/pre, e/ tan/to” (V. Moraes) – decassílaboi) “Bri/lha/va o /sol,/ quen/te e a/ma” - hexassílaboj) “A/mou/ da/que/la/ vez/ co/mo/ se/ Fo/sse a úl/tima” (Chico Buarque) – hendecassílabo ou datílico

7.a) “Vagueio campos noturnos a Muros soturnos a Paredes de solidão b Sufocam minha canção.” b (Ferreira Gullar) emparelhadas ou paralelas (aabb)

Page 5: Exercícios Sobre Noções de Versificação

perfeitasa – ricas, femininasb – pobres, masculinasb) “Se o casamento durasse aSemanas, meses fatais bTalvez eu me balançasse aMas toda a vida… é demais! “ bcruzadas ou alternadas (abab) perfeitasa – ricasb – ricasc)“Não sei quem seja o autor aDesta sentença de peso bO beijo é um fósforo aceso bNa palha seca do amor!” a (B. Tigre)( Afonso Celso)opostas, intercaladas (abba) perfeitasa – pobresb – ricas d) “A menina tonta passa metade do diaa namorar quem passa pela rua,que a outra metade ficapra namorar-se no espelhoA menina tonta tem olhos de retrós preto,cabelos de linha de bordar,e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.”(Manuel de Fonseca)versos – brancos e livrese)Amo a voz da tempestade.Porque agita o coração, E o espírito inflamado Abre as asas no trovão! (Castro Alves)pobre e ricaf)Não tenho nada com isso nem vem falarEu não consigo entender sua lógicaMinha palavra cantada pode espantarE a seus ouvidos parecer exótica. ( Caetano Veloso)cruzadas ou alternadas (abab) imperfeitas a – pobreg)Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigadaE triste, e triste e fatigado eu vinha.Tinhas a alma de sonhos povoada,E a alma de sonhos povoada eu tinha… (Olavo Bilac)cruzadas ou alternadas (abab) perfeitas a / b- pobreh)Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro da escuridão e da rutilânciaSofro, desde a epigênese da infânciaA influência má dos signos do zodíaco. ( Augusto dos Anjos)opostas, intercaladas (abba)

a / b – pobresi) Discreta e formosíssima Maria

Page 6: Exercícios Sobre Noções de Versificação

Enquanto estamos vendo claramenteNa vossa ardente vista o sol ardenteE na rosada face a Aurora fria.(Gregório de Matos)

R: Versos decassílabos. Rimas: ABBA – opostas A – ricaB – rica j) O poeta é um fingidorFinge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.(Fernando Pessoa)R: Redondilha maior.Rima ABAB CruzadasA – pobreB – rica

k) Esta noite – era a lua já morta -Anhangá me vedava sonhar;Eis na horrível caverna, que habito,Rouca voz começou-me a chamar.(Gonçalves Dias)Versos: Eneassílabos.2 e 3 versos – pobre

l) Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como se fosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágico(Chico Buarque)R: Versos alexandrinos – doze sílabas poéticas

m) Mas um velho de aspecto venerando, aQue ficava nas praias, entre a gente, bPostos em nós os olhos, meneando aTrês vezes a cabeça, descontente, bA voz pesada um pouco alevantando aQue nós no mar ouvimos claramente bC’um saber só de experiências feito, cTais palavras tirou do esperto peito: c(Luís Vaz de Camões)R: Versos decassílabos – oitava rimasAbababcc – alternadas e paralelas

n) Com a chave na mãoQuer abrir a porta,Não existe porta;Quer morrer no mar,Mas o mar secou;Quer ir para Minas,Minas não há mais,José, e agora.(Carlos Drummond de Andrade)Versos brancos

Page 7: Exercícios Sobre Noções de Versificação

o) Amadurecimento? Da lei, a aplicação? Riqueza, crescimento? Progresso da Nação? (Sílvia Araújo Mota)R: Versos hexassílabos;Rima: ABAB – CruzadasA – pobreB – pobre

p) Um ferrageiro de Carmona,que me informava de um balcão:Aquilo? É de ferro fundido,foi a forma que fez, não a mão.(João Cabral de Melo Neto)R: Octassílabos, oito sílabas poéticas.

q) Já silva, já ruge do vento o pegão;Estorcem-se os leques dos verdes palmares,Volteiam, rebramam, doudejam nos ares,Até que lascados baqueiam no chão.(Gonçalves Dias)R: Versos Hendecassílabos. Rima: ABBA – Opostas A – ricaB – rica

r) Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,Casualmente, uma vez, de um perfumadoContador sobre o mármor luzidio,Entre um leque e o começo de um bordado.( Alberto de Oliveira)R: Versos decassílabosRimas ABAB – Cruzadas ou AlternadasA – rima raraB – rima rica

s) “Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,Que, para ouvi-Ias, muita vez despertoE abro as janelas, pálido de espanto…(Olavo Bilac)R: Versos decassílabos. ABAB – CruzadasA – rima ricaB – rima rara

t) Vês! Ninguém assistiu ao formidávelEnterro de tua última quimera.Somente a Ingratidão – esta pantera –Foi tua companheira inseparável!(Augusto dos Anjos)R: Versos decassílabos. ABBA – OpostasA – rima pobreB – rima rica)