estrutura da narrativa e versificaÇÃo profª. patrÍcia profª. patrÍcia
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ESTRUTURA DA NARRATIVAESTRUTURA DA NARRATIVAEE
VERSIFICAÇÃOVERSIFICAÇÃO
PROFª. PATRÍCIAPROFª. PATRÍCIA
ESTRUTURA DA NARRATIVAESTRUTURA DA NARRATIVAToda narrativa é composta de alguns elementos Toda narrativa é composta de alguns elementos
que veremos a seguir:que veremos a seguir:
ENREDOENREDO:: É a narrativa propriamente dita, é a É a narrativa propriamente dita, é a seqüência de fatos que constituem a ação que seqüência de fatos que constituem a ação que se desenrola para o leitor. se desenrola para o leitor. Para um enredo ser interessante deve Para um enredo ser interessante deve apresentar uma ou mais situações de apresentar uma ou mais situações de desequilíbrio, ou seja, situações que ocorrem desequilíbrio, ou seja, situações que ocorrem conflitos.conflitos.
O quê O quê
PERSONAGENSPERSONAGENS
São seres fictícios criados pelo autor e São seres fictícios criados pelo autor e que figuram em uma narrativa. Podem que figuram em uma narrativa. Podem ser descritos física ou psicologicamente, ser descritos física ou psicologicamente, com poucos ou muitos detalhes. com poucos ou muitos detalhes.
Quem Quem
Podem ser classificados em:Podem ser classificados em:
Personagens planas:Personagens planas:
Sem profundidade Sem profundidade psicológica, suas psicológica, suas ações são previsíveis.ações são previsíveis.
Caracterizadas por Caracterizadas por possuírem poucos possuírem poucos atributos.atributos.
Personagens Personagens esféricas:esféricas:
São pouco previsíveis São pouco previsíveis em decorrência de sua em decorrência de sua mobilidade psicológica. mobilidade psicológica. Caracterizadas por sua Caracterizadas por sua complexidade.complexidade.
Protagonista:Protagonista:
Personagem Personagem principal de uma principal de uma narrativanarrativa
Antagonista:Antagonista:
Principal opositor do Principal opositor do protagonistaprotagonista
Secundários:Secundários:
São os coadjuvantes São os coadjuvantes da ação principal.da ação principal.
ESPAÇOESPAÇO
É o cenário por onde circulam as É o cenário por onde circulam as personagens e onde se desenrola o personagens e onde se desenrola o enredo. Ás vezes o espaço não é enredo. Ás vezes o espaço não é determinado ou mencionado na determinado ou mencionado na narrativa, fica apenas subentendido.narrativa, fica apenas subentendido.
OndeOnde
TEMPOTEMPO
É o momento ou a época em que É o momento ou a época em que acontecem os fatos da narrativa. O acontecem os fatos da narrativa. O tempo pode ser cronológico ou tempo pode ser cronológico ou psicológico.psicológico.
Quando Quando
Tempo Tempo cronológico:cronológico:
Tempo seqüencial, Tempo seqüencial, marcado por horas, marcado por horas, datas ou índices datas ou índices exteriores.exteriores.
Tempo psicológico:Tempo psicológico:
Tempo que se passa Tempo que se passa no consciente ou no consciente ou subconsciente das subconsciente das personagens.personagens.
NARRADORNARRADOR Por meio dele temos o conhecimento da Por meio dele temos o conhecimento da
história. Dependendo do ponto de vista história. Dependendo do ponto de vista que o narrador assume em relação ao que o narrador assume em relação ao fato narrado , a narrativa pode ser feita fato narrado , a narrativa pode ser feita na primeira ou terceira pessoa do na primeira ou terceira pessoa do singular. singular.
Como Como
1ªPESSOA1ªPESSOA
Quando o narrador participa dos Quando o narrador participa dos acontecimentos. Ele não precisa ser o acontecimentos. Ele não precisa ser o personagem principal da narrativa.personagem principal da narrativa.
Ex: “Ex: “Uma noite destas, vindo da cidade para o Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, Engenho Novo, encontreiencontrei no trem da Central no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que um rapaz aqui do bairro, que eueu conheço de conheço de vista e de chapéu.” (Dom Casmurro, Machado vista e de chapéu.” (Dom Casmurro, Machado De Assis)De Assis)
3ª PESSOA3ª PESSOA O narrador observa a história, O narrador observa a história,
acompanha as personagens, não acompanha as personagens, não participa da ação. É chamado de participa da ação. É chamado de onisciente onisciente quando tem o conhecimento quando tem o conhecimento do interior das personagens.do interior das personagens.
Ex: “Ex: “João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos de suja e obscura taverna nos refolhos de Botafogo.” ( O cortiço, Aluísio Azevedo)Botafogo.” ( O cortiço, Aluísio Azevedo)
DISCURSODISCURSOo discurso pode ser classificado em:o discurso pode ser classificado em:
DISCURSO DIRETODISCURSO DIRETOFala visível das personagens sem a Fala visível das personagens sem a interferência do narrador. Há o uso dos interferência do narrador. Há o uso dos recursos de pontuação: dois pontos, recursos de pontuação: dois pontos, travessão, aspas ou mudança de linha.travessão, aspas ou mudança de linha.
EX: Encontrei-me com ele um dia. O olhar estava EX: Encontrei-me com ele um dia. O olhar estava distante. Aí ele falou:distante. Aí ele falou:
-- Puxa, bem que hoje o dia está especial para Puxa, bem que hoje o dia está especial para matar o serviço...matar o serviço...
DISCURSO INDIRETODISCURSO INDIRETO
Fala das personagens, mas informada Fala das personagens, mas informada através do narrador.através do narrador.
Ex: Encontrei-me com ele um dia. O olhar estava Ex: Encontrei-me com ele um dia. O olhar estava distante. Aí distante. Aí ele falou que aquele dia estava ele falou que aquele dia estava especial para matar o serviço.especial para matar o serviço.
DISCURSO INDIRETO-LIVREDISCURSO INDIRETO-LIVRE
Uma mistura dos dois anteriores. Não Uma mistura dos dois anteriores. Não fica claro onde começa a voz da fica claro onde começa a voz da personagem e termina a do narrador.personagem e termina a do narrador.
Ex:Ex:Encontrei-me com ele um dia. O Olhar estava Encontrei-me com ele um dia. O Olhar estava distante. distante. Dia especial para matar o serviço...Dia especial para matar o serviço...
VERSIFICAÇÃOVERSIFICAÇÃOVersoVerso - representa cada unidade rítmica de - representa cada unidade rítmica de um poema.um poema.EstrofeEstrofe – é o agrupamento de versos – é o agrupamento de versosMétricaMétrica – metrificar é medir versos, é a – metrificar é medir versos, é a contagem de sílabas poéticas de um verso.contagem de sílabas poéticas de um verso.Essa contagem recebe o nome de Essa contagem recebe o nome de EscansãoEscansão. .
De acordo com o número de sílabas De acordo com o número de sílabas métricas que possuem, os versos são métricas que possuem, os versos são
classificados em:classificados em:
UmaUma – Monossílabos; – Monossílabos; Duas Duas – Dissílabos; – Dissílabos; Três Três – Trissílabos– TrissílabosQuatroQuatro – Tetrassílabos – Tetrassílabos CincoCinco – Pentassílabos ou redondilha – Pentassílabos ou redondilha menor menor SeisSeis – Hexassílabos – Hexassílabos
SeteSete – Heptassílabos ou redondilha – Heptassílabos ou redondilha maior maior Oito Oito – Octossílabos– OctossílabosNoveNove – Eneassílabos – Eneassílabos Dez Dez – Decassílabos – Decassílabos OnzeOnze – Hendecassílabos – HendecassílabosDozeDoze – Dodecassílabos ou alexandrinos – Dodecassílabos ou alexandrinos Mais de dozeMais de doze – Bárbaros – Bárbaros
Importante:Importante:
Contagem gramatical: Conta todas as Contagem gramatical: Conta todas as sílabas e os sons distintos.sílabas e os sons distintos.
Mas/ que/ se/ja/ in/fi/ni/to/ em/quan/to/ du/re.-13Mas/ que/ se/ja/ in/fi/ni/to/ em/quan/to/ du/re.-13
Contagem poética:Conta somente até a Contagem poética:Conta somente até a última sílaba tônica.última sílaba tônica.
Mas/ que/ se/ Mas/ que/ se/ ja inja in /fi/ni/ /fi/ni/ to emto em /quan/to/ /quan/to/ dudu /re-10 /re-10
Elisão ElisãoElisão Elisão
Exemplos de escansãoExemplos de escansão Redondilha maiorRedondilha maior
De/ ve/re/da/ me a/co/MO/do, De/ ve/re/da/ me a/co/MO/do,
se/ "dum“/ bai/le/ sin/to/ CHEI/ro.se/ "dum“/ bai/le/ sin/to/ CHEI/ro.
Sa/cu/do o/ pó/da/ man/GUEI/raSa/cu/do o/ pó/da/ man/GUEI/ra
lá/ no a/çu/de/ do/ po/TREI/ro.lá/ no a/çu/de/ do/ po/TREI/ro.
En/char/co/ de a/mor /ga/Ú/choEn/char/co/ de a/mor /ga/Ú/cho
a es/tam/pa/ dum /peão/ cam/PEI/ro.a es/tam/pa/ dum /peão/ cam/PEI/ro.
Por/que/ sei/ que/ na/ minha/ TE/rraPor/que/ sei/ que/ na/ minha/ TE/rra
da/pra/ con/fiar/ nos/ gai/TEI/ro.da/pra/ con/fiar/ nos/ gai/TEI/ro.
Rendondilha menorRendondilha menor
JoséJosé
E a/go/ra,/ Jo/SÉ?E a/go/ra,/ Jo/SÉ?A/ fes/ta a/ca/BOU,A/ fes/ta a/ca/BOU,a/ luz/ a/pa/GOU,a/ luz/ a/pa/GOU,o/ po/vo/ su/MIU,o/ po/vo/ su/MIU,a/ noi/te es/fri/OU,a/ noi/te es/fri/OU,e a/go/ra,/ Jo/SÉ?e a/go/ra,/ Jo/SÉ?e a/go/ra,/ vo/CÊ? e a/go/ra,/ vo/CÊ?
OctassílaboOctassílabo
Su/a/ve/men/te/ gran/de a/VAN/çaSu/a/ve/men/te/ gran/de a/VAN/ça
Chei/a/ de/ sol/ a on/da/ do/ MAR;Chei/a/ de/ sol/ a on/da/ do/ MAR;
Pau/sa/da/men/te /se/ ba/LAN/ça,Pau/sa/da/men/te /se/ ba/LAN/ça,
E/ des/ce/ co/mo a/ des/can/SAR.E/ des/ce/ co/mo a/ des/can/SAR.
Fernando PessoaFernando Pessoa
RitmoRitmo
O ritmo em poesia se dá pela alternância O ritmo em poesia se dá pela alternância de sílabas tônicas (fortes) e átonas de sílabas tônicas (fortes) e átonas (fracas), ou seja, sílabas que apresentam (fracas), ou seja, sílabas que apresentam maior ou menor intensidade em sua maior ou menor intensidade em sua recitação. recitação.
EX: QuanEX: Quandodo a a luzluz dos dos oolhos lhos memeusus e a e a luzluz dos dos oolhos lhos teteususReResosolvem lvem sese eenconncontrartrar
ESTROFESESTROFES
É o conjunto de versos. Recebe um É o conjunto de versos. Recebe um nome conforme o número de versos que nome conforme o número de versos que a constituem:a constituem:
MonósticoMonóstico – um verso – um verso DísticoDístico – dois versos – dois versosTercetoTerceto – três versos – três versosQuadraQuadra ou ou quartetoquarteto – quatro versos – quatro versosQuintilhaQuintilha – cinco versos – cinco versosSextilhaSextilha – seis versos – seis versosSeptilhaSeptilha – sete versos – sete versosOitavaOitava – oito versos – oito versosNovenaNovena – nove versos – nove versosDécimaDécima – dez versos – dez versos
RIMARIMA
Semelhança sonora entre as palavras Semelhança sonora entre as palavras que estão no final ou no meio de versos que estão no final ou no meio de versos diferentes.diferentes.
ESQUEMA DE RIMAESQUEMA DE RIMA
Quanto á combinação:Quanto á combinação:
Alternadas ou CruzadasAlternadas ou Cruzadas – ABAB – ABAB...casa...casa...forte...forte...brasa ...brasa ...norte...norte
Emparelhadas ou ParalelasEmparelhadas ou Paralelas – AABB – AABB...vento...vento...lento ...lento ...ponho...ponho...sonho...sonho
Intercaladas ou OpostasIntercaladas ou Opostas – ABBA – ABBA...viso ...viso ...fraca...fraca...maca...maca...riso...riso
MisturadaMisturada
““Sozinha no bosque Sozinha no bosque AA
Com meus pensamentos Com meus pensamentos BB
Calei as saudades, Calei as saudades, CC
Fiz trégua a tormentos.” Fiz trégua a tormentos.” BB
Quanto à coincidência sonoraQuanto à coincidência sonora
Perfeita Perfeita ou ou consoante consoante – há – há correspondência completa de sons: correspondência completa de sons: vento / lento – escuras / impuras. vento / lento – escuras / impuras.
Imperfeita Imperfeita ou ou ToanteToante – há – há correspondência parcial de sons: correspondência parcial de sons: âmbar /amar – hoje/foge. âmbar /amar – hoje/foge.
Quanto ao valorQuanto ao valor
RicaRica – classes gramaticais diferentes: – classes gramaticais diferentes: revelo (verbo) / castelo (substantivo)revelo (verbo) / castelo (substantivo)
PobrePobre – a mesma classe gramatical: – a mesma classe gramatical: coração (substantivo) / uniãocoração (substantivo) / união(substantivo)(substantivo)
NÃO ESQUEÇA:NÃO ESQUEÇA:
VERSOS BRANCOSVERSOS BRANCOS
São versos sem São versos sem RIMASRIMAS
VERSOS LIVRESVERSOS LIVRES
São versos sem São versos sem MÉTRICAMÉTRICA