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Universidade de Brasília Faculdade de Direito Disciplina: Sociologia Jurídica Professora: Alejandra Leonor Pascual Discente: Gabriel Rosa Valente Paulino Matrícula: 13/0154377 Exercício 01 – Metodologia para auto- conhecimento para produção cinematográfica. 1- Do palco emava uma energia extremamente sincera. Stanley Jordan tocava sua guitarra como se tocasse um piano com total virtuosismo. Eram executadas linhas de baixo simultâneas às harmonias, contrapontos inimagináveis de serem reproduzidos naquele instrumento, mas possíveis por meio de sua distinta técnica do tapping. Não havia uma nota imprecisa, uma melodia fora do lugar. A fluidez e entrega de sua performance foi inacreditável, os movimentos do seu corpo se ajustavam com exatidão ao difícil compasso de sua música. O repertório abrangeu obras emblemáticas do clube da esquina – expoente movimento da música moderna mineira – e clássicos do rock mundial, como Led Zeppelin e Beatles. Os acontecimentos que mais me comovem de modo positivo são aqueles em que o êxtase e a transcendência se consumam por meio da experiência musical. Como aconteceu no dia 21 de junho, no show de Stanley Jordan e Dudu Lima Trio, no parque na cidade. 2- Foi criada em Londres uma escola de música eletrônica de vanguarda para crianças e adolescentes chamada

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Page 1: Exercício 01

Universidade de Brasília

Faculdade de Direito

Disciplina: Sociologia Jurídica

Professora: Alejandra Leonor Pascual

Discente: Gabriel Rosa Valente Paulino

Matrícula: 13/0154377

Exercício 01 – Metodologia para auto-conhecimento para produção cinematográfica.

1- Do palco emava uma energia extremamente sincera. Stanley Jordan tocava sua guitarra como se tocasse um piano com total virtuosismo. Eram executadas linhas de baixo simultâneas às harmonias, contrapontos inimagináveis de serem reproduzidos naquele instrumento, mas possíveis por meio de sua distinta técnica do tapping. Não havia uma nota imprecisa, uma melodia fora do lugar. A fluidez e entrega de sua performance foi inacreditável, os movimentos do seu corpo se ajustavam com exatidão ao difícil compasso de sua música. O repertório abrangeu obras emblemáticas do clube da esquina – expoente movimento da música moderna mineira – e clássicos do rock mundial, como Led Zeppelin e Beatles. Os acontecimentos que mais me comovem de modo positivo são aqueles em que o êxtase e a transcendência se consumam por meio da experiência musical. Como aconteceu no dia 21 de junho, no show de Stanley Jordan e Dudu Lima Trio, no parque na cidade.

2- Foi criada em Londres uma escola de música eletrônica de vanguarda para crianças e adolescentes chamada School of Noise. Não mais pautada em referênciais de ensino de música tonal e orgânica, essa escola busca inovar a experiência musical infantil a partir das infinitas possibilidades sonoras viabilizadas pelos recursos eletrônicos. Por meio delas, é possível a criação de timbres com a manipulação das ondas sonoras, a projeção de som mediante variações de calor e luz e a captação e manejo de frequências sonoras que ocorrem na natureza. Nessa notícia, me comove o fato de o ser humano estar estabelecendo novos parâmetros para a construção de sua experiência musical. A música eletrônica rompe com o paradigma das notas bem definidas e dos instrumentos com possibilidade timbrística prevista, criando uma nova abordagem musical. Com a incessante evolução da tecnologia digital, me instiga o pensamento de que um dia a música na humanidade será predominantemente

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feita por computadores e não mais pode instrumentos convencionais. ‘’. Mais tarde, as crianças vão aprender como fazer peças gráficas, como John Cage e Cornelius Cardew, para construir uma estrutura a partir do caos de tons senoidais e sonoridades flutuantes. "Não tem um jeito errado de fazer isto", Dan os lembra. "Podem ser tão criativos quanto quiserem." Então as crianças se ocupam com canetas hidrográficas e adesivos coloridos, traçando mudanças no tempo e nas modulações de timbre dos seus respectivos aparelhos. Ao final, tudo ainda soa muito caótico - mas é um começo. ’’ (http://thump.vice.com/pt_br/article/school-of-noise-reportagem)

3- A Flor e a Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta.Melancolias, mercadorias, espreitam-me.Devo seguir até o enjôo?Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova. As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.Quarenta anos e nenhum problemaresolvido, sequer colocado.Nenhuma carta escrita nem recebida.Todos os homens voltam para casa.Estão menos livres mas levam jornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem.Crimes da terra, como perdoá-los?Tomei parte em muitos, outros escondi.Alguns achei belos, foram publicados.Crimes suaves, que ajudam a viver.Ração diária de erro, distribuída em casa.Os ferozes padeiros do mal.Os ferozes leiteiros do mal.Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.Ao menino de 1918 chamavam anarquista.Porém meu ódio é o melhor de mim.

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Com ele me salvoe dou a poucos uma esperança mínima.Uma flor nasceu na rua!Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.Uma flor ainda desbotadailude a polícia, rompe o asfalto.Façam completo silêncio, paralisem os negócios,garanto que uma flor nasceu.Sua cor não se percebe.Suas pétalas não se abrem.Seu nome não está nos livros.É feia. Mas é realmente uma flor.Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tardee lentamente passo a mão nessa forma insegura.Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.( Carlos Drummond de Andrade )

A flor entre o concreto ( a partir de ‘’A Flor e a Náusea’’)

Caminho pela cidade opaca e tropeço em suas sombrasComo é ingênua a minha esperança De que na próxima esquina encontrarei a redençãoOs anos, os dias e as horas não trazem consigo o progresso universalA modernidade é uma fábula que contam para as crianças antes do sono profundoPelos corredores institucionais marcham os soldados engravatadosEu sou um deles e também marcho naquela direção Como anseio pela cervejinha ao final da noiteComo destilo semanalmente o sonífero que me embriagaNão me atrevo a desmembrar os tentáculos da moralSou homem de bem E sei que na hora derradeira o senhor há de separar o joio do trigoMas parem! Atenção! É difícil crer!Vejo e sinto nascer entre o joio e o trigoUma flor de várias coresEla se enraíza na esperançaE viola a superfície da normalidadeComo é tenaz e obstinada essa flor!O vômito das fábricas ainda jorra, os soldados nos corredores ainda marchamMas há uma flor, uma singela florQue nas bordas da latrinaDa escuridão se iluminaTransfigura o desespero e resiste à toda dor!

(Gabriel Rosa Valente Paulino)

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