executive report - expedientesecurityreport.com.br/download/nec_150219.pdf · gar a melhor...
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04 CENÁRIO
06 DESAFIO
10 SOLUÇÃO
DIREÇÃO E EDIÇÃO EXECUTIVAGraça [email protected]
DIREÇÃO DE MARKETINGSérgio [email protected]
DESIGNRafael [email protected]
EDITORALéia [email protected]
REDAÇÃO / REVISÃOJackson [email protected]
EXECUTIVE REPORT - EXPEDIENTE
O Executive Report “Reconhecimento Facial e a Jornada do Cliente” tem Oferecimento
Comércio eletrônico, consumidores conectados e instabilidade
econômica são pontos que desafiam a loja física e exigem novas
estratégias que conduzam o negócio para a jornada do cliente
Especialistas e diretores de tecnologia de importantes redes vare-
jistas debatem a importância em equilibrar inovação tecnológica
e fatores humanos, exercício que tem como principal finalidade o
engajamento do consumidor
Tecnologias como reconhecimento facial proporcionam uma nova
forma de interação entre loja física e consumidor, trazendo mais
agilidade, conforto e segurança na experiência de compra
>> ÍNDICE
2 E X E C U T I V E R E P O R T
E X E C U T I V E R E P O R T 3
Por mais que a economia seja diferente em diversos
países, o fato é que o setor varejista está na mesma
página em todo mundo. Seja nos Estados Unidos,
Europa, China ou Brasil, todos estão passando pelo
processo de reinvenção do negócio. Nessa jornada da
transformação, tudo está sendo analisado, estudado, testado e apli-
cado. Alguns projetos dão certo e fazem uma enorme diferença no
business, outros comprovam que maturidade e tecnologia são lados
da mesma moeda, mas que precisam de outras iniciativas para fazer
valer a pena esforço e investimento.
Nessa corrida para conquistar e fidelizar o consumidor, o comér-
cio eletrônico deu uma aula para a loja física em como engajar o
cliente, ofertar promoções de acordo com o perfil de compra e entre-
gar a melhor experiência. Por outro lado, o varejo olho no olho está
lutando para não perder a essência e seguir surpreendendo o cliente.
Muitos perguntam se a loja física vai acabar. A resposta mais
certa para esse importante questionamento é não. Entretanto,
esse espaço tradicional de vendas terá que se reinventar. Por mais
que a tecnologia esteja presente na vida das pessoas, que o celu-
lar seja a extensão do corpo humano, o varejo é feito de gente e é
destinado a pessoas. Esse ponto é inquestionável.
Como se reinventar? Não existe uma bala de prata mas diversos
caminhos que podem ser percorridos, o que vai depender do modelo
de negócio de cada varejista. Falando da loja física, há uma série de
indícios que apontam as dificuldades de se abrir um espaço de vendas,
TRANSFORMAÇÃO DA LOJA FÍSICA: O QUE ESTÁ NA MODA?Comércio eletrônico, consumidores
conectados e instabilidade econômica são
pontos de impacto nos espaços físicos de
compra, o que exige do varejo uma jornada
de reinvenção com o uso de tecnologias que
auxiliam positivamente a jornada do cliente
LOJAS INTELIGENTES >> CENÁRIO
desde equilibrar custos e receitas, com margens de lucro apertadas,
até a forte pressão do e-commerce em termos de competitividade.
O celular é outro fator importante e responsável pela expan-
são das compras online. O relatório Webshoppers, do Ebit/Nielsen,
aponta que o comércio eletrônico no Brasil cresceu 12,1% no pri-
meiro semestre de 2018 se comparado ao mesmo período do ano
passado. Esse aumento representa um faturamento de R$ 23,6
bilhões, sendo que 32% das transações foram feitas por dispositivos
móveis. O levantamento estima que, até 2020, metade das compras
online será feita por um dispositivo móvel. É ou não um cenário que
exige reflexão por parte da loja física?
E não só o avanço do mobile commerce tem assustado os vare-
jistas que apostam nos espaços de compra. Em 2018, as paralisações
ocorridas no terceiro bimestre impactou todo ecossistema, do mer-
cado de trabalho aos preços praticados pelo varejo e aberturas de
novas lojas. Para esse ano, os varejistas brasileiros terão que oferecer
muito mais durante o processo de compra na loja física. As discussões
na edição 2019 da NRF, um dos maiores eventos de varejo do mundo,
apontam que as marcas precisam oferecer experiências aos clientes,
criando memórias afetivas e inovação, do atendimento à fidelização
e pós-venda.
ADEUS ZONA DE CONFORTOPor mais que seja um momento de tensão, o varejo físico sabe se
reinventar e, pelo menos no Brasil, já aprendeu muito com cenários
BUY NOW
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incertos e margens sempre apertadas. A vantagem é que hoje a tecnologia está mais acessível, o setor já entendeu que precisa inovar e muitos
estão correndo atrás da tão sonhada eficiência operacional. Claro, com objetivos estrategicamente pensados em encantar e engajar aquele é
a essência do varejo: o consumidor.
Esse mesmo consumidor está cada dia mais conectado, espalhando opiniões sobre marcas e compartilhando experiências com pessoas
em todo o mundo. Se uma loja entrega uma experiência personalizada, certamente será bem pontuada entre os clientes. Da mesma forma,
se não atender às expectativas de um bom atendimento, sofrerá com infidelidade do consumidor e terá mais trabalho para engajar pessoas.
NÚMEROS DO E-COMMERCE BRASILEIRO
NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018:
Faturamento: 23,6 bilhões de reais
Crescimento: 12,1%
Pedidos: 54,4 milhões
Mobile: representa 32% das transações
Tíquete médio: 433,00 reais, alta de 3,8%
DEMANDAS DA LOJA FÍSICA
Um estudo da Frost & Sullivan mostra que a transfor-
mação digital do Varejo na América Latina está pau-
tada em melhorar a experiência do consumidor, mas
muitos varejistas enfrentam dificuldades em geren-
ciar de forma eficiente os sistemas de front-end e
back-end.
Isso porque as lojas físicas ainda são críticas para a
abordagem multicanal. Nesses espaços, a interação
humana tem um grande valor para os consumidores
jovens na América Latina, o que desafia o gestor de
TI a mudar o mindset a fim de fomentar, com uso da
tecnologia, ambientes inovadores para agradar os
clientes e trazer lucros para o negócio.
ESSES DESAFIOS CONSISTEM EM:
*Alinhar TI com a estratégia de negócio;
*Automatizar e agilizar processos do core business;
*Integrar todo o parque tecnológico e sistêmico;
*Gerenciar soluções de vários fornecedores.
RECONHECENDO O CLIENTEFelizmente, a tecnologia veio para ajudar a equilibrar essa
balança. Da criação de uma nova loja física à excelência de logís-
tica entre canais, as soluções feitas para o setor estão prontas
para andar junto com o varejo nessa jornada de transformação.
As tecnologias de identificação digital, como terminais de
autoatendimento, displays profissionais interativos e reconheci-
mento facial, por exemplo, mostram como a solução integrada
pode identificar o consumidor e ofertar promoções de acordo
com o perfil de compra. O sistema garante o gerenciamento de
acesso em infraestrutura e aumenta a segurança especialmente
onde há um grande fluxo de dados e pessoas.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Markets and
Markets aponta que o reconhecimento facial já movimenta US$
3,3 bilhões no mundo e pode chegar a US$ 7,7 bilhões em 2022.
Essas soluções são as principais tendências no varejo brasileiro,
pois permitem o mapeamento em tempo real dos consumidores
que estão circulando pela loja. Isso, somado a tecnologias como
big data, pode auxiliar até mesmo na alteração do conteúdo de
uma vitrine digital ou display a fim de atender às expectativas na
hora da compra.
A biometria facial aplicada aos Displays e PDVs interativos
pode ser a chave do sucesso da reinvenção da loja física. Com a
integração de recursos de Machine Learning, Inteligência Artifi-
cal e Behavior Analytics, o reconhecimento facial evoluiu muito,
especialmente em precisão e tempo de resposta que é somado à
alta velocidade de processamento e qualidade de projeção que os
Displays e PDVs oferecem.
A solução está sendo aplicada em setores maduros como o
de finanças – principalmente em caixas eletrônicos - e também
pode agregar muito valor aos negócios do varejo. Segundo um
levantamento da consultoria ABI Research, o segmento global de
biometria deve superar a marca de US$ 30 bilhões até 2021.
Os benefícios são rapidamente percebidos nas duas pontas,
tanto do lado da empresa com agilidade nos processos e redução
de fraudes, quanto do lado do consumidor com atendimento per-
sonalizado, diminuição de filas e impacto positivo na experiência.
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LOJAS INTELIGENTES >> CENÁRIO
TRANSFORMAÇÃO DA EXPERIÊNCIA NA LOJA FÍSICA
Dentre as principais tendências tecnológicas para melhorar o atendimento ao consumidor, o
destaque vai para soluções que ajudem o varejista a melhorar a interatividade com o cliente.
Isso inclui hardware, software, tecnologias avançadas e serviços. No portfólio da NEC, o
destaque vai para o Facial NeoFace e Stachion Store.
O EXEMPLO DO ONLINEA lição que fica para o varejo de loja física é testar o que faz
sentido. Essas iniciativas, mesmo que sejam em projetos menores,
podem ser aplicadas em pequenos períodos de compra chegando até
em grandes momentos de promoção, como é o caso da Black Friday.
Diferente do que acontece nos Estados Unidos, a data comemorativa
no Brasil surgiu quase 100% no comércio eletrônico. Porém, o varejo
físico começou a aumentar sua representatividade nesse importante
período de compras, um dos principais para o comércio local.
De acordo com o Google, os consumidores brasileiros começam
a se preparar para a Black Friday bem antes do dia de descontos, que
em muitos casos se estende por todo final de semana. Cerca de 80%
das pesquisas de produtos acontecem com até um mês de antece-
dência. Geralmente, as pessoas tomam suas decisões neste período e
apenas aguardam a data para fazer a compra, seja em canais online
ou nas lojas físicas.
Voltando no ponto inquestionável, de que o varejo é feito de gente
para gente, talvez seja esse o grande trunfo do setor, aproveitar o que
ele sempre fez bem feito. A essência do ponto físico é o olho no olho,
saber quem é seu cliente e entregar exatamente o que ele foi buscar.
Só falta equilibrar os prós e contras de um consumidor conectado, que
sabe o quer e que precisa de um propósito. Afinal de contas, com retra-
ção de vendas ou não, é preciso manter o negócio funcionando.
LOJAS DIGITAIS E
INTELIGENTES: QUAIS
OS DESAFIOS NA
VISÃO DOS C-LEVELS
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Em debate promovido pela NEC, em parceria com a Decision
Report, especialistas e diretores de tecnologia de importantes
redes varejistas debatem a importância em equilibrar inovação
tecnológica e fatores humanos, exercício que tem como principal
finalidade o engajamento do consumidor
LOJAS INTELIGÊNTES >> DESAFIO
A transformação digital e o
surgimento de novas tec-
nologias aplicadas ao aten-
dimento do cliente estão
exigindo das empresas mais
investimentos para oferecer a melhor experiên-
cia, assim como novas habilidades profissionais
e competências diferenciadas para administrá-
-las. Serviços na nuvem, analytics, reconheci-
mento facial, omnichannel, serviços digitais,
inteligência IVR, agentes virtuais e, mais recen-
temente, a inteligência artificial, são tecnolo-
gias disponíveis para os mais variados negócios
e não seria diferente com o varejo.
Um dos maiores desafios do setor é melho-
rar a jornada do cliente. O comércio eletrônico
saiu na frente, no qual utiliza diversas formas
de atrair o consumidor e ofertar produtos de
acordo com o perfil de compra. Já o varejo físico
vive hoje a transformação da loja e está sendo
colocado à prova diante desse consumidor alta-
mente conectado e exigente.
Na visão de Ronald Nossig, diretor exe-
cutivo da Sociedade Brasileira de Varejo
e Consumo – SBVC, o varejo brasileiro
está passando por um momento
muito especial de transformação,
principalmente com a profis-
sionalização do setor, menos
informalidade e buscando
eficiência operacional
em múltiplos canais.
“E essa transforma-
ção acontece em
ritmo diferente
em diversos mercados, o e-commerce está
mais avançado enquanto as lojas físicas estão
buscando uma forma de se relacionar melhor
com seu cliente. O dado é o centro de todas as
estratégias em todos os canais, o varejista que
souber usá-lo de maneira inteligente será bem-
-sucedido no engajamento e fidelidade do con-
sumidor”, pontua.
VAREJO FAMILIARA Lojas Eskala é um exemplo de varejo que
busca se conectar com o cliente e engaja-lo para
o que a marca tem de melhor a ofertar: preços
baixos, qualidade e relacionamento. Com mais
de 40 lojas espalhadas por São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, a Lojas Eskala é
uma empresa familiar e vê com bons olhos a
influência do digital não só na vida das pessoas,
mas também nas estratégias da companhia.
“Podemos alcançar os objetivos da empresa
com a transformação digital. Nossas estraté-
gias estão voltadas para fidelização do cliente
e usamos o cartão private label para se conectar
com o consumidor”, destaca André Venâncio,
diretor de Tecnologia da Informação da Lojas
Eskala. Segundo ele, as tecnologias disponíveis
estão sendo estudadas pela empresa, mas serão
implementadas de acordo com as necessidades,
sempre equilibrando a rentabilidade e o retorno
sobre o investimento.
Por ser um mercado extremamente compe-
titivo, o varejo está aprendendo a compartilhar
suas dores com concorrentes e a indústria de tec-
nologia a fim de melhorar processos, entender o
comportamento do consumidor e implementar
8 E X E C U T I V E R E P O R T
operações mais inovadoras. De acordo com
Venâncio, por muito tempo o setor não queria
contar como ele era e o que precisava de tec-
nologia para melhorar a loja física em diversos
aspectos. Essa barreira foi quebrada e hoje
diretores de tecnologia e inovação de lojas
da mesma proporção e mercado que a Eskala
compartilham experiências.
“Quase todos os varejistas que são nos-
sos concorrentes também são nossos parcei-
ros no sentido de trocar informações. Temos
as mesmas dificuldades e ao longo dos
últimos anos conseguimos crescer juntos,
viramos uma comunidade pela questão da
necessidade do varejo em se atualizar, estar
próximo do cliente e inovar no modelo de
negócio”, destaca.
NOVO PROPÓSITO DE MARCA
A Aramis também está vivendo um
movimento muito grande de transformação
da loja física e também da própria marca. De
acordo com Vinícius Ferraz, head de TI da
varejista de roupas masculinas, a estratégia
atual é atrair consumidores mais jovens, ofe-
recendo um propósito baseado no conforto
e design. São 85 lojas, sendo 45 próprias e
40 franquias, além de presença em 750 mul-
timarcas espalhas pelo Brasil.
“Nosso maior desafio é equilibrar essa
operação, do atendimento ao controle da
operação, pois temos lojas próprias, fran-
quias e multimarcas. São jeitos completa-
mente diferentes de atender o cliente, se
umas ainda anotam o controle de vendas em
um caderno ou planilha de Excel, outra, como
é o caso da mais recente loja que inaugura-
mos no shopping Iguatemi de Campinas-SP,
não tem mais caixas, o pagamento é feito
junto ao vendedor”, explica o head de TI.
Desde a entrada de Ferraz no comando da
área de tecnologia, no início de 2018, a Aramis
tem testado diversas formas de usar a tecno-
logia a seu favor. A ideia de atrair um público
mais jovem e conectado faz parte dessas
mudanças e daqui para a frente cada vez mais
as lojas da marca terão o papel de showroom,
experimentos dos produtos e formas diferen-
tes de prover experiência de compra.
INOVAÇÃO COLABORATIVA
Na Leroy Merlin, o processo de transfor-
mação da loja física é um pouco diferente.
Segundo Charles Schweitzer, gerente de
Inovação da marca, a operação brasileira já é
omnichannel, o estoque das lojas físicas é o
mesmo do e-commerce. “Não temos diferen-
ciação de preços nos canais e todas as deci-
sões que tomamos promovem a integração
entre eles. Com isso, a estratégia fica trans-
parente para o consumidor, deixa de existir
o físico e o online, o destaque é para a marca
integrada”, explica Schweitzer.
Segundo ele, o processo de inovação
nasceu com a própria área em que ele dirige
e tem uma enorme colaboração com todos
os funcionários da Leroy Merlin, inclusive
parceiros e clientes que podem entrar no
site de inovação e deixar suas sugestões de
melhorias. “Não trabalhamos a inovação só
com tecnologia, mas processos e pessoas. Por
isso a colaboração é algo valioso para nós, da
diretoria ao chão de fábrica, todos têm ideias
e podem contribuir”, acrescenta o gerente.
O PAPEL DA TECNOLOGIA
Os executivos concordam que a loja
física precisa se reinventar e a inovação tec-
nológica está disponível, o desafio daqui
para a frente é entender o negócio e dese-
nhar uma estratégia de implementação de
soluções que auxiliem em diferentes frentes.
Até porque, o principal objetivo do varejo
não é só a busca pela eficiência operacio-
nal, mas equilibrar as contas para ter boas
margens de lucros e estar mais próximo
do cliente, entender os hábitos de compra,
fazer parte da vida do consumidor.
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LOJAS INTELIGÊNTES >> DESAFIO
E essa jornada precisa ser no friction, ou
seja, um movimento em que o varejo tem se
esforçado para diminuir qualquer ponto de
atrito com o consumidor durante a experiên-
cia de compra. A experiência precisa ser de
fim a fim, da entrada do cliente na loja à reta
final com diferentes meios de pagamentos.
Dentre os mais diversos caminhos de inova-
ção, o reconhecimento facial vem ganhando
espaço nas rodas de discussão.
Para Vinícius Ferraz, da Aramis, a imple-
mentação dessa tecnologia é o melhor cami-
nho para o varejo identificar o consumidor
sem ser invasivo, tendo que pedir o número
de CPF, por exemplo. “Testamos várias solu-
ções e constatamos que o reconhecimento
facial é uma ótima opção. O mais impor-
tante aqui é identificar o benefício que
uma aposta como essa pode trazer ao nosso
cliente”, destaca.
Na opinião de Charles Schweitzer, da
Leroy Merlin, esse caminho pode ser muito
disruptivo para a loja física, desde que se
preocupe com a privacidade do consumidor.
“Hoje, temos uma Lei Geral de Proteção de
Dados e uma grande lição de casa para saber
lidar com o dado do consumidor”, pontua.
Emerson Facunte, executivo de TI com
passagens por varejistas como Saraiva e
Bebe Store, concorda que o reconhecimento
facial é uma tecnologia emergente com
impactos positivos em diversos canais. “É
uma solução que pode ser usada tanto no
físico, para reconhecer o cliente e prover uma
melhor experiência, quanto no e-commerce
para prevenir fraudes. Ou seja, é democrático
e pode ser implementado por grandes vare-
jistas, além de menores redes”, completa.
Ronald Nossig, da SBVC, acredita que
a curva de maturidade dessa tecnologia
será parecida com a RFID (método de iden-
tificação por radiofrequência), não só top
down, mas o varejo vai apostar a partir do
momento em que outras verticais testarem
e comprovarem os benefícios. O custo, que
era o desafio principal dessa tecnologia,
já não é mais um problema, uma vez que
a expansão em mercados maduros, como
Europa, Estados Unidos e Japão, garantiram
a disseminação para o restante do globo.
Não é mais algo futurístico, está disponível
para o hoje, agora, aqui no Brasil.
O PAPEL DO CIOAssim como Emerson Facunte, Ageu
Pedro Junior é um diretor de tecnologia com
passagem em diversas empresas de varejo
como GPA, Carrefour, Via Varejo e Constru-
decor. Para ele, não só o reconhecimento
facial, mas qualquer tecnologia pode fazer
diferença na loja física, mas ela precisa ser
testada, experimentada e comprovada por
meio de pequenos projetos.
“Esse é o único jeito de saber qual solu-
ção pode trazer benefícios para o negócio. O
modelo de inovação aberta, com parcerias
entre startups e tecnologia pode trazer bons
frutos para o varejo. Ou seja, o caminho das
pedras é exercício e experimento. O desafio
do CIO daqui pra frente é ser um tradutor
para o negócio, chegar para a diretoria e
explicar que vamos fazer pequenos proje-
tos de inovação com o business rodando no
paralelo. Assim que tudo for testado e com-
provado, podemos enfim aplicar como um
todo na operação.”
E esse caminho de experimento, teste e
colaboração é o que faz a diferença para o
varejo, uma combinação entre competências
humanas e tecnológicas. De nada adianta
apostar em soluções que não sejam amigá-
veis para o colaborador e transparentes para
o consumidor. Todos concordam que o CIO
é o centro dessa transformação do varejo,
traduzir inovações para atender o que setor
tem de mais precioso, o cliente e, ao mesmo
tempo, certificar que todos da empresa
estão na mesma página.
“Não podemos perder clientes por falta
de capacitação humana, tecnologia é impor-
tante, mas o varejo é feito de pessoas, nossa
missão é buscar esse equilíbrio”, completa
Facunte. “Se preocupar com o lado humano
durante a implementação de um projeto tec-
nológico é tão importante quanto a própria
tecnologia que está sendo implementada. A
mudança cultural é gigante, mas é um cami-
nho em que todos os varejistas precisam
percorrer”, finaliza Vinícius Ferraz.
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Atendentes que sabem quem são os clientes assim
que eles entram numa loja, com acesso ao seu
histórico de compras, hábitos de consumo e
interesses. Consumidores fazendo compras no
ambiente físico com o celular, conferindo as pro-
moções personalizadas, visualizando o valor em tempo real do
carrinho virtual e saindo do estabelecimento com os pro-
dutos pagos sem pegar filas. O que há alguns anos só
era possível ver em um filme de ficção já é uma rea-
lidade cada vez mais acessível em diversas lojas
ao redor do mundo, transformando o varejo
físico em um ambiente totalmente inova-
dor e rico em experiências para o novo
consumidor digital.
Referência nos Estados Unidos
e Japão por prover soluções para o
Varejo, a NEC está dedicada a montar
um time no Brasil especialmente para
proporcionar aos clientes varejistas a
mesma realidade oferecida a ameri-
canos e japoneses. “A ideia é trazer
para o mercado brasileiro as soluções
que já são amplamente implementa-
das nos EUA e Japão, que abrangem
hardware, software e serviços. Ini-
cialmente, a estratégia local começará
focando no portfólio de hardware e sof-
tware, futuramente para a área de serviços”,
afirma Alexandre Soyama, Retail Solutions
Manager LATAM da NEC.
DA FICÇÃO À REALIDADESoluções da NEC proporcionam uma nova forma de
interação entre loja física e consumidor, trazendo mais
agilidade, conforto e segurança na experiência de compra
SOLUÇÕES DE OPERAÇÃO NO INTERIOR DAS LOJAS
*Série TWINPOS (PDV HW)
Os sistemas para PDV da NEC permitem fácil instalação,
operações estáveis, suporte abrangente de serviços incluindo
prevenção a fraudes, gestão precisa de caixa de vendas e manuten-
ção para operações de redes de lojas em grandes áreas.
*Biometria Facial para CRM
A NEC propõe um ambiente de conforto, compromisso e respeito ao
cliente, mesmo em vários pontos de contato. Respeitar o gosto único de
cada cliente, garantir a agilidade e rapidez no atendimento são alguns
dos pontos para o portfólio de CRM.
*Totens Interativos
No mundo contemporâneo, dinamismo e interatividade são
pontos importantes para o varejo criar uma relação mais
intimista e personalizável com o cliente. Por meio do
reconhecimento facial, a NEC torna o cliente único
através do seu histórico de compras.
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LOJAS INTELIGÊNTES >> SOLUÇÃO
COMO A NEC AJUDA GRANDES VAREJISTAS AO REDOR DO MUNDO A SE REINVENTAREM?
• 7-Eleven: Considerada a maior rede de lojas de conveni-
ência do mundo, com mais de 36 mil pontos em mais de 15
países, a franquia tem a tecnologia da NEC atuando como sua
espinha dorsal, captando com precisão as necessidades de
consumo assim que elas se apresentam. Para isso, uma solu-
ção de TI altamente sofisticada suporta o modelo de negó-
cios e as atividades de gerenciamento de lojas da 7-Eleven
para que foque em sua expansão global.
• Alfamart: Fundada em 1989, a empresa atende a mais de 2,5
milhões de clientes e se tornou a principal varejista da Indo-
nésia. A rede iniciou a modernização do Ponto de Venda para
obter mais desempenho e melhorar ainda mais seus serviços.
A utilização do TWINPOS G5 permitiu aos balconistas aten-
der os clientes de maneira mais rápida ao mesmo tempo que
os consumidores acompanham os itens comprados por meio
de um display de LCD exposto para eles.
• AEON Mall: Para abrir um shopping japonês em território
indonésio, país com mais de mil grupos étnicos existentes,
A NEC ofereceu ao estabelecimento uma gama de soluções,
incluindo sistemas CCTV avançados, tecnologia de reconhe-
cimento facial, além de uma solução de e-money, baseada em
cloud computing. A companhia também oferece servidores
para gerenciar transações pré-pagas, saldos e contas de usu-
ários, terminais de pagamento touchless e CRM.
Segundo o executivo, o que tem se
visto bastante no País são implementações
de tecnologias de reconhecimento facial
bastante utilizadas para a prevenção de
fraudes. A redução de perdas é o ponto
mais importante se tratando de benefícios
para uma adoção desse tipo no Brasil. “O
principal case nesta área é da aplicação em
aeroportos junto à Receita Federal. Acre-
ditamos que o projeto se pagou rapida-
mente, pois ajudamos a identificar contra-
bandistas de objetos de alto valor unitário
logo nos primeiros meses de operação.”
No entanto, na visão de Soyama, o
Varejo físico também pode se destacar
com inúmeros benefícios proporcionados
por esse tipo de tecnologia. “É um caminho
que a NEC vai trilhar junto com o mercado
varejista e entender o que faz sentido, o
que justifica o investimento”. A considerar
os exemplos de como tais soluções estão
sendo adotadas ao redor do mundo, exis-
tem diversas maneiras de como a tecnolo-
gia de reconhecimento facial pode aperfei-
çoar a experiência do cliente no ambiente
físico, além de, claro, prover um ambiente
mais seguro e protegido nas transações.
Por meio da biometria, por exemplo,
os consumidores podem ser identificados
nas lojas físicas através da face, da mesma
forma em que são identificados no comércio
eletrônico por meio de cookies. Nos últimos
anos, desde que as soluções biométricas
ganharam recursos de Machine Learning,
Inteligência Artificial e Behavior Analytics, a
tecnologia evoluiu muito, especialmente em
precisão e tempo de resposta.
Os atuais avanços em análise facial já per-
mitem ao lojista avaliar o interesse ou desin-
teresse de um cliente num produto através de
seu olhar e expressão. Ao associar esses dados
com análises de vídeos, que o acompanharam
durante sua visita à loja, os lojistas identificam
os melhores locais para comercializar cada um
de seus produtos. Somado a esse fator, quando
se conhece o gosto do cliente, é possível estru-
turar e oferecer ofertas personalizadas.
Para facilitar a compra, a tecnologia de
reconhecimento de objetos ajuda a somar
automaticamente toda vez que um novo
produto é adicionado ou removido no car-
rinho automático, permitindo ao consumi-
dor acompanhar pelo smartphone o valor
total da compra. A NEC também possui uma
solução de autenticação facial que realiza
o pagamento de forma imediata quando o
cliente, pré-registrado, sai da loja, evitando
que o cliente pegue filas.
As tecnologias biométricas e de reconhe-
cimento facial são rapidamente percebidas
tanto do lado da empresa como do cliente
final. Para o usuário, há um enorme impacto
na experiência, pois facilita o processo dele,
diminui filas, traz conforto e segurança. Para
o varejista, melhora a eficiência operacional,
reduz os riscos de fraudes e consequente-
mente aumenta a receita.