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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela Promotora de Justiça titular da 50 a Promotoria de Justiça, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 129, inciso III e 37, “caput”, e seu parágrafo 4º, da Constituição Federal; nos artigos 117, III e 92, “caput”, e seu parágrafo 4º da Constituição Estadual; na Lei nº 7.347/85, na Lei nº 8.429/92 e no artigo 25, IV, “a” e “b”, da Lei nº 8.625/93, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA com pedido de tutela provisória de urgência, observado o rito ordinário e disposições especiais previstas na Lei nº 8.429/92, em face de FÁTIMA MRUÉ, brasileira, médica, CPF nº 285.954.911-00, RG 5067 CRM/GO, residente e domiciliada na Rua S5, quadra S 34, lote 25, nº 81, apto. 102, Setor Bela Vista, CEP: 74823-460, Goiânia/GO. Edifício Sede do Ministério Público Rua 23 c/ Av. B , QD.A-06 , LT. 15/24, Sala 321 - Jardim Goiás, Goiânia-GO. - CEP: 74.805-100 FONE - (62) 3243-8411 – E-mail ([email protected] ) 1/22

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA

DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela

Promotora de Justiça titular da 50a Promotoria de Justiça,

vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com

fulcro nos artigos 129, inciso III e 37, “caput”, e seu

parágrafo 4º, da Constituição Federal; nos artigos 117, III

e 92, “caput”, e seu parágrafo 4º da Constituição Estadual;

na Lei nº 7.347/85, na Lei nº 8.429/92 e no artigo 25, IV,

“a” e “b”, da Lei nº 8.625/93, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

com pedido de tutela provisória de urgência,

observado o rito ordinário e disposições especiais

previstas na Lei nº 8.429/92, em face de

FÁTIMA MRUÉ, brasileira, médica, CPF nº

285.954.911-00, RG 5067 CRM/GO, residente e domiciliada na

Rua S5, quadra S 34, lote 25, nº 81, apto. 102, Setor Bela

Vista, CEP: 74823-460, Goiânia/GO.Edifício Sede do Ministério Público

Rua 23 c/ Av. B , QD.A-06 , LT. 15/24, Sala 321 - Jardim Goiás, Goiânia-GO. - CEP: 74.805-100 FONE - (62) 3243-8411 – E-mail ([email protected]) 1/22

pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a

expor.

1) DOS FATOS

Trata-se a presente demanda de Ação Civil

Pública por Ato de Improbidade Administrativa proposta em

face de Fátima Mrué por, no exercício do cargo de

Secretária Municipal da Saúde em Goiânia, ter autorizado o

pagamento de curso de mestrado em Direito da Saúde para as

servidoras Ana Paula Custódio Carneiro e Andréia Alcântara

Barbosa às custas do Fundo Municipal da Saúde – FMS.

Como será exposto nos próximos tópicos, o

financiamento do curso de Mestrado com recursos do FMS

desvirtua a finalidade deste Fundo.

Outrossim, tendo em vista a atual situação

financeira do Município de Goiânia e considerando a

precariedade em que se encontra a saúde municipal, a

concessão deste benefício às servidoras é, no mínimo,

imoral e ilegal.

Desta forma, pela prática do ato aqui narrado,

a requerida incorreu em prática de ato de improbidade

administrativa que causou prejuízo ao erário e que atentou

contra os princípios que regem a administração pública.

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1.1) Do Pedido, Concessão e Pagamento da Ajuda de Custo

No ano de 2017, as servidoras Ana Paula

Custódio Carneiro e Andréia Alcântara Barbosa requereram à

Secretária Municipal de Saúde o custeio integral do curso

de mestrado em Direito da Saúde ofertado pela Universidade

Santa Cecília, localizada no Município de Santos/SP, com

mensalidade no valor de R$ 2.377,00 (dois mil, trezentos e

setenta e sete reais) para cada uma das servidoras (pág. 14

do Arquivo 2).

Sob a justificativa de que Ana Paula e Andreia

são servidoras efetivas dos quadros da Administração

Municipal, Fátima Mrué autorizou o custeio das mensalidades

do curso de mestrado para ambas, o que corresponde a um

gasto mensal no valor de R$ 4.754,001 (quatro mil,

setecentos e cinquenta e quatro reais) (pág. 24 do Arquivo

1).

Além das mensalidades do curso, também foi

deferido o custeio das despesas referentes a passagens de

avião e hospedagem das servidoras em Santos/SP (pág. 5 do

Arquivo 6).

Desta forma, o curso de mestrado das servidoras

Ana Paula e Andréia custou ao Fundo Municipal de Saúde, no

ano de 2017, R$ 33.278,00 (trinta e três mil, duzentos e

setenta e oito reais) referentes às mensalidades2 e R$

14.895,85 (quatorze mil, oitocentos e noventa e cinco reais

1 R$ 4.754,00 = R$ 2.377,00 x 22 R$ 33.278,00 – valor referente a sete mensalidades no valor de R$ 2.377,00

para cada servidora. R$ 2.377,00 x 2 = R$ 4.754,00 x 7 = R$ 33.278,00.Edifício Sede do Ministério Público

Rua 23 c/ Av. B , QD.A-06 , LT. 15/24, Sala 321 - Jardim Goiás, Goiânia-GO. - CEP: 74.805-100 FONE - (62) 3243-8411 – E-mail ([email protected]) 3/22

e oitenta e cinco centavos) referentes ao pagamento de

passagens e hospedagens (pág. 5 do Arquivo 6).

Assim, no ano de 2017 foi indevidamente

despendido com as servidoras o total de R$ 48.173,85

(quarenta e oito mil, cento e setenta e três reais e

oitenta e cinco centavos) oriundo do FMS.

1.2) Do Fundo Municipal de Saúde

A aplicação dos valores do Fundo Municipal de

Saúde - FMS é regulamentada pela Portaria nº 204/2007 do

Ministério da Saúde, que divide as ações e serviços de

saúde em blocos de financiamento (pág. 41 do Arquivo 6).

Ao autorizar o custeio do curso de mestrado às

custas do FMS em prol das servidoras Ana Paula e Andréia, a

Secretária Municipal de Saúde amparou a decisão no artigo

14, inciso V da referida portaria (pág. 24 do Arquivo 1,

pág. 30 do Arquivo IV), que assim dispõe:

Art. 14. O Componente Limite Financeiro da Média

e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar –

MAC dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios será destinado ao financiamento de

ações de média e alta complexidade em saúde e de

incentivos transferidos mensalmente.

§ 1º Os incentivos do Componente Limite

Financeiro MAC incluem aqueles atualmente

designados: (…)

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V - Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do

Ensino e da Pesquisa Universitária em Saúde –

FIDEPS; (…)

Contudo, Excelência, o Fator de Incentivo ao

Desenvolvimento do Ensino e da Pesquisa Universitária em

Saúde – FIDEPS não ampara o dispêndio de verbas do FMS com

o curso de mestrado em Direito da Saúde.

Pois bem. O FIDEPS foi criado pelo Ministério

da Saúde pela Portaria nº 15, de 08 de Janeiro de 1991,

exclusivamente para atender aos Hospitais Universitários,

que são centros de formação de recursos humanos e de

desenvolvimento de tecnologia para a área da medicina3.

Os Hospitais Universitários são mantidos por

universidades ou atuam colaborando com estas instituições,

e possuem como objetivo cooperar nas atividades de formação

na área da saúde (como medicina, enfermagem, fisioterapia e

nutrição) e na pesquisa em área de saúde4.

No ano de 2005, pela Portaria nº 1.082, de 04

de julho de 2005, o Ministério da Saúde extinguiu o FIDEPS,

definindo que os recursos financeiros relacionados ao

incentivo do ensino e da pesquisa passariam a ser

incorporados ao valor da contratualização do âmbito dos

Programas de Reestruturação dos Hospitais de Ensino do

Ministério da Educação no Sistema Único de Saúde e do

Programa de Reestruturação dos Hospitais de Ensino no

âmbito do Sistema Único de Saúde.

3 http://portal.mec.gov.br/hospitais-universitarios4 http://www.ebserh.gov.br/web/portal-ebserh/apresentacao1

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Entretanto, posteriormente, pela Portaria nº

204/2007, o Ministério da Saúde restabeleceu o FIDEPS.

Após o reestabelecimento do FIDEPS, não houve

novo ato do Ministério da Saúde que definisse o objetivo

deste Fator, motivo pelo qual entende-se que os critérios

de sua destinação são os mesmos anteriormente previstos, ou

seja, aplicação exclusiva para formação na área da saúde e

pesquisa em área de saúde.

Inclusive, o artigo 14 da Portaria nº 204/2007

– MS categoriza a aplicação do FIDEPS como de “média e alta

complexidade em saúde”, o que rassalta que este Fator é

destinado exclusivamente para formação na área da saúde e

em pesquisa na área da saúde.

Além da Portaria nº 204/2007 – MS, o Fundo

Municipal de Saúde também é regulamentado, no âmbito do

Município de Goiânia, pela Lei Municipal nº 7.047/1991.

O artigo 1º desta Lei define que o FMS tem por

por objetivo criar condições financeiras e de gerenciamento

dos recursos destinados ao desenvolvimento das ações e

serviços de saúde, executadas e coordenadas pela Secretaria

Municipal de Saúde.

Ainda, conforme dispõe o artigo 3º da Lei

Municipal nº 7.047/1991, a despesa do FMS se constituirá

de:

a) financiamento total ou parcial de programas

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integrados de saúde desenvolvidos pela Secretaria ou com

ela conveniados;

b) aquisição de material permanente e de consumo e

de outros insumos necessários ao desenvolvimento dos

programas;

c) construção, reforma, ampliação, aquisição ou

locação de imóveis para adequação da rede física de

prestação de serviços de saúde;

d) desenvolvimento de programas de capacitação e

aperfeiçoamento de recursos humanos em saúde;

e) atendimento de despesas diversas, de caráter

urgente e inadiável, necessária à execução das ações e

serviços de saúde mencionados no art. 1º da presente lei.

Desta forma, a legislação deixa claro que a

despesa em “programas de capacitação e aperfeiçoamento de

recursos humanos” deve ser na área da saúde, o que vai ao

encontro com possibilidade de aplicação do FIDEPS. Como se

sabe, este não é o caso das servidoras, já que o mestrado

em que elas estão inscritas é na área jurídica, o que

configura patente ilegalidade no pagamento do curso às

expensas do FMS.

Isto posto, é ilegal que o Fundo Municipal de

Saúde arque com despesas relativas ao mestrado em Direito

da Saúde, eis que este curso não se enquadra como “Pesquisa

Universitária em Saúde”.

Logo, a Secretária Municipal de Saúde Fátima

Mrué cometeu ato ilegal e que causa prejuízo ao erário ao

autorizar despesa não prevista na legislação.

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1.3) As Servidoras Beneficiadas

As servidoras Ana Paula Carneiro Custódio e

Andréia Alcântara Barbosa são servidoras efetivas dos

quadros de pessoal do Município de Goiânia. Contudo,

nenhuma delas é ocupante de cargo jurídico ou desempenha

funções jurídicas.

Ana Paula Carneiro Custódio e Andréia Alcântara

Barbosa ocupam, respectivamente, os cargos efetivos de

Assistente Administrativo – Nível IV e Assistente

Administrativo – Nível III. O nível de escolaridade exigido

para estes cargos é o ensino médio completo (Lei Municipal

nº 9.129/2011) (págs. 26 e 28 do Arquivo 7).

No ano de 2017, pelo Decreto nº 920/2017, Ana

Paula foi nomeada para exercer o cargo em comissão de

Assessora Especial Técnica I, com lotação na Secretaria

Municipal de Saúde (pág. 25 do Arquivo 7).

O cargo de Assessor Especial Técnico I foi

criado pela Lei Complementar Municipal nº 276/2015 e é

exigido de seu ocupante nível de escolaridade superior em

qualquer área de formação5. Ou seja, não se trata de um

cargo jurídico ou com atribuições jurídicas.

Andreia Alcântara, por sua vez, foi nomeada no

5Art. 46. Ficam criados os cargos de provimento em comissão, nos níveis deAssessoramento Especial, a serem preenchidos preferencialmente por pessoas comnível de escolaridade fundamental, Assessoramento Técnico por pessoas comnível de escolaridade média e Assessoramento Especial Técnico com escolaridadesuperior, especificados no Anexo III desta Lei Complementar, de acordo com assuas necessidades de mão de obra específica para prestação de serviço público.

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ano de 2017 para exercer o cargo em comissão de

Superintendente de Regulação e Políticas de Saúde, com

lotação na Secretaria Municipal de Saúde. Esta

Superintendência também não possui atribuições jurídicas

(pág. 27 do Arquivo 7).

Desta forma, está sendo despendido um alto

valor oriundo do Fundo Municipal de Saúde, de forma ilegal

e imoral, com curso de mestrado em Direito da Saúde para

duas servidoras efetivas ocupantes de cargo de nível médio

de formação, que temporariamente ocupam cargos

comissionados que, ressalta-se, não possuem atribuição

jurídica.

Logo, o custeio deste curso de mestrado não

trará nenhum retorno ou benefício para a sociedade, mas

apenas incrementará o currículo das próprias servidoras,

que, embora ocupem cargo de nível médio de ensino, possuem

diploma de curso superior em Direito.

A previsão de duração do mestrado é de 24

meses, o que implica em dizer que, ao final deste período,

será despendido no mínimo R$ 114.096,00 (cento e quatorze

mil e noventa e seis reais) com as servidoras apenas com a

mensalidade do curso6, fora os valores despendidos com

inscrição, passagem de avião, hospedagem e alimentação,

valores estes que não serão revertidos para a coletividade.

6 R$ 114.096,00: vinte e quatro mensalidades no valor de R$ 2.377,00 para duasservidoras. R$ 2377,00 x 2 = R$ 4.754,00 x 24 = R$ 114.096,00

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1.4) Outros Apontamentos

Além do exposto, é público e notório que o

Município de Goiânia tem enfrentado graves problemas

financeiros, problemas estes que se agravam diante da má

gestão do dinheiro público.

Um dos serviços públicos que mais tem

enfrentado problemas decorrentes da falta de verba e da

negligência com a coisa pública é a saúde municipal, como é

diariamente noticiado pelos canais de comunicação.

A mídia goianiense tem exposto com frequência a

falta de insumos e medicamentos nos postos de atendimento

de saúde, bem como tem exposto a escassez de profissionais

e a descoberta de medicamentos e insumos vencidos no galpão

da Secretaria Municipal de Saúde, além de vários outros

problemas que assolam a saúde em Goiânia (pág. 11 do

Arquivo 7).

Inclusive, está em curso na 50ª Promotoria de

Justiça o Inquérito Civil Público nº 201700529285, que tem

como objeto a falta de insumos odontológicos (falta, até

mesmo, anestesia!) nos postos de atendimento do Município

de Goiânia (pág. 21 do Arquivo 7).

Além do exposto, foi instaurada na Câmara dos

Vereadores de Goiânia Comissão Especial de Inquérito - CEI

para tratar da saúde neste Município (pág. 47 do Arquivo

5).

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Em uma das reuniões promovidas pela CEI, o

gestor do Fundo Municipal de Saúde, Cássio Muriel da Silva,

expôs que a Secretaria Municipal de Saúde possui alto valor

em dívidas com prestadores de serviços, hospitais e

fornecedores, as quais não foram pagas por falta de

dinheiro (pág. 47 do Arquivo 5).

Desta forma, além de ser ilegal e imoral o fato

de a Secretária Municipal de Saúde Fátima Mrué ter

autorizado o patrocínio do curso de mestrado em Direito da

Saúde, às custas do Fundo Municipal da Saúde, em prol de

duas servidoras efetivas ocupantes de cargo administrativo

de nível médio, o fato de tê-lo feito em meio à crise

financeira enfrentada pela administração municipal reforça

a imoralidade administrativa por parte da secretária e a

deslealdade com a instituição que representa.

Ante o exposto, considerando que houve gravosa

lesão ao erário, aos princípios administrativos e à

sociedade, propõe-se a presente Ação Civil Pública por Ato

de Improbidade Administrativa em face de Fátima Mrué.

2) DO DIREITO

Pelos fatos aqui narrados, a requerida Fátima

Mrué incorreu na prática dos atos de improbidade

administrativa descritos no artigo 10, caput e incisos IX e

XI, e no artigo 11, caput, ambos da Lei nº 8.429/1992, in

verbis:

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Art. 10. Constitui ato de improbidade

administrativa que causa lesão ao erário qualquer

ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje

perda patrimonial, desvio, apropriação,

malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres

das entidades referidas no art. 1º desta lei, e

notadamente: (…)

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas

não autorizadas em lei ou regulamento; (…)

XI - liberar verba pública sem a estrita

observância das normas pertinentes ou influir de

qualquer forma para a sua aplicação irregular;(…)

Art. 11. Constitui ato de improbidade

administrativa que atenta contra os princípios da

administração pública qualquer ação ou omissão

que viole os deveres de honestidade,

imparcialidade, legalidade, e lealdade às

instituições, e notadamente:

Em relação ao dano causado ao erário, este, no

momento, se encontra em, no mínimo, R$ 57.681,85 (cinquenta

e sete mil, seiscentos e oitenta e um reais e oitenta e

cinco centavos).

Tal montante corresponde ao valor que o gestor

do Fundo Municipal de Saúde informou ter despendido com as

mensalidades do mestrado, passagens aéreas e hospedagem

pagas em prol das servidoras Ana Paula e Andréia até o mês

de dezembro de 2017 (R$ 48.173,85), somado ao valor

correspondente a duas mensalidades pagas para ambas as

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servidoras (R$ 9.508,007).

Este prejuízo aumenta a cada mês com as novas

mensalidades, custeio de passagens aéreas e hospedagem das

servidoras em Santos/SP.

Quanto aos princípios administrativos, segundo

preceitua a doutrina e a jurisprudência, a Lei de

Improbidade Administrativa visa tutelar o patrimônio

público – que é o conjunto de bens e interesses da

Administração Pública, não só de natureza patrimonial, mas

também moral –, impondo aos agentes públicos e aos

particulares um padrão de comportamento probo, honesto,

íntegro, leal e eficiente.8

Sobre o dever do agente público de agir com

respeito à moralidade administrativa, discorre Emerson

Garcia:

A moralidade limita e direciona a atividadeadministrativa, tornando imperativo que os atosdos agentes públicos não subjuguem os valoresque defluam dos direitos fundamentais dosadministrados, o que permitirá a valorização eo respeito à dignidade da pessoa humana. Alémde restringir o arbítrio, preservando amanutenção dos valores essenciais a umasociedade justa e solidária, a moralidadeconfere aos administrados o direito subjetivode exigir do Estado uma eficiência máxima dosatos administrativos, fazendo que a atividadeestatal seja impreterivelmente direcionada aobem comum, buscando sempre a melhor soluçãopara o caso.A correção dessas conclusões, no entanto,pressupõe que um caminho mais árduo e tortuoso

7 R$ 9.508,00: duas mensalidades de R$ 2.377,00 para ambas as servidoras(2.377 x 2 = 4.754 x 2 = 9.508).

8 REsp 1075882/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgadoem 04/11/2010, DJe 12/11/2010.

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seja percorrido: a necessária conscientizaçãode todos os setores da sociedade de que devemzelar pela observância do princípio damoralidade. O controle sobre os atos dosagentes públicos deve ser rígido e intenso, oque permitirá um paulatino aperfeiçoamento daatividade estatal e, o que é mais importante, anecessária adequação dos agentes públicos aosvalores próprios de um Estado Democrático deDireito, no qual o bem comum representa o pilarfundamental. (ALVES, Rogério Pacheco e GARCIA, Emerson.Improbidade Administrativa. 6ª Edição. P 90.Editora Lumen Juris, Rio de Janeiro: 2011.)

Diante destes conceitos, verifica-se que a

requerida Fátima Mrué, ao autorizar o custeio do curso de

mestrado em Direito da Saúde às custas do Fundo Municipal

de Saúde em prol de duas servidoras efetivas ocupantes de

cargo administrativo de nível médio, violou os princípios

da impessoalidade, da moralidade, da eficiência, da

legalidade e da lealdade às instituições.

Estes princípios também foram violados em

decorrência de a autorização aqui discutida ter se dado em

momento que o Município de Goiânia e, especialmente, a

Secretaria Municipal de Saúde, enfrentam grave crise

financeira, tendo deixado, inclusive, de pagar fornecedores

e prestadores de serviço.

Dito isto, tem-se que a requerida violou o

princípio da impessoalidade por ter privilegiado as

servidoras Ana Paula Custódio e Andréia Alcântara em

detrimento do pagamento de credores e da aquisição de itens

essenciais para a saúde no âmbito municipal. Desta forma, o

dinheiro público que deveria custear estes gastos foram, na

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verdade, despendidos com as servidoras.

O princípio da legalidade também foi gravemente

violado pela requerida que, a despeito de as despesas do

Fundo Municipal de Saúde estarem minunciosamente

discriminadas na Portaria nº 204/2007 – MS e na Lei

Municipal nº 7.047/1991, inovou ao agir além do que

permitem estes atos, autorizando custeio que não foi

legalmente previsto.

Ainda, a requerida desrespeitou o princípio da

moralidade administrativa por ter utilizado dinheiro

público oriundo do FMS para arcar com despesas que não

trarão benefício para a sociedade, mas apenas para as

servidoras que dele estão usufruindo.

Ressalta-se que, ao final dos dois anos

previstos de mestrado, poderão ser gastos com as servidoras

no mínimo R$ 114.096,009 (cento e quatorze mil e noventa e

seis reais) apenas com as mensalidades do curso. O valor do

prejuízo é ainda maior em razão de o FMS arcar, também, com

as despesas de passagens áreas e hospedagem das servidoras

em Santos/SP.

O pagamento do curso de mestrado para as

servidoras não está dentro da seara da discricionariedade

da Secretária de Saúde, posto que é ilegal. Desta forma, a

autorização deste custeio a despeito de todas as vedações

legais e morais configura clara imoralidade administrativa.

9 R$ 114.096,00: R$ 2.377,00 * 24 = R$ 57.048,00 * 2 = R$ 114.096,00Edifício Sede do Ministério Público

Rua 23 c/ Av. B , QD.A-06 , LT. 15/24, Sala 321 - Jardim Goiás, Goiânia-GO. - CEP: 74.805-100 FONE - (62) 3243-8411 – E-mail ([email protected]) 15/22

Mesmo que a autorização do custeio do curso de

Mestrado estivesse dentro do limite da discricionariedade

administrativa, seu deferimento esbarraria no interesse

público.

Ora, o interesse público é pela aquisição de

insumos e medicamentos, pela contratação de profissionais

qualificados na área da saúde e pelo acesso a laboratórios

localizados no setor de residência de cada cidadão.

Certamente não atende ao interesse público o pagamento de

curso que beneficia apenas as próprias servidoras que o

frequentam.

Além do exposto, foi violado também o princípio

da eficiência, já que, com o desvio de finalidade dos

valores do Fundo Municipal de Saúde, pessoas deixaram de

ser atendidas nos postos de saúde, credores deixaram de ser

pagos e insumos e medicamentos deixaram de ser adquiridos,

prejudicando a eficiência da administração pública na

prestação dos serviços de saúde.

Por fim, o princípio da lealdade às

instituições foi maculado, eis que dos atos aqui expostos

resulta uma “quebra” de confiança entre os administrados e

a administração pública, já que esta administração

privilegiou de forma ilegal e imoral duas servidoras

públicas em prejuízo do socorro à saúde dos que dependem da

saúde pública.

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Sobre o tema, Fábio Medina Osório10 destaca que:

Veja-se que o legislador não quis estabelecer

somente os deveres de imparcialidade ou honestidade.

Esses deveres se encontram entrelaçados, mas é certo

que a lealdade institucional, além de abranger tais

deveres públicos, também traduz a perspectiva de

punição à intolerável ineficiência funcional, no

marco do qual o improbus se releva desleal em face

do setor público.

Diante do que foi narrado, requer-se sejam

aplicadas à requerida Fátima Mrué as sanções previstas no

artigo 12, incisos II e III, da Lei nº 8.429/1992, in

verbis:

Art. 12. Independentemente das sanções penais,

civis e administrativas previstas na legislação

específica, está o responsável pelo ato de

improbidade sujeito às seguintes cominações, que

podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente,

de acordo com a gravidade do fato: (…)

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento

integral do dano, perda dos bens ou valores

acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se

concorrer esta circunstância, perda da função

pública, suspensão dos direitos políticos de

cinco a oito anos, pagamento de multa civil de

até duas vezes o valor do dano e proibição de

contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,

direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

10OSÓRIO, Fábio Medina. Teoria da Improbidade Administrativa. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo, 2007, págs. 137/138.

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de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral

do dano, se houver, perda da função pública,

suspensão dos direitos políticos de três a cinco

anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o

valor da remuneração percebida pelo agente e

proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefícios ou incentivos fiscais ou

creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de três anos.

Ressalta-se que, no caso em comento, deixar de

aplicar pena à gestora que praticou atos ilegais, imorais e

desleais implica na transferência da punição à sociedade,

que tem que suportar o prejuízo que lhe é diariamente

causado, inclusive o prejuízo moral decorrente do fato de

que duas servidoras estão recebendo benefício ilegal,

enquanto a saúde pública municipal está em situação de

caos.

3) DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Tendo em vista o que foi narrado nesta peça

exordial, é cediço que a atuação de Fátima Mrué perante a

Secretaria Municipal de Saúde tem causado prejuízo ao

erário, aos princípios administrativos e à coletividade.

Desta forma, para evitar que ainda mais

prejuízos venham a ser causados, é essencial o seuEdifício Sede do Ministério Público

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afastamento do posto de Secretária Municipal da Saúde, com

base no que dispõem os artigos 294, caput, 297, 300 e 301,

todos do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 294 - A tutela provisória pode fundamentar-

se em urgência ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência,

cautelar ou antecipada, pode ser concedida em

caráter antecedente ou incidental.

Art. 297 - O juiz poderá determinar as medidas

que considerar adequadas para efetivação da

tutela provisória.

Art. 300 - A tutela de urgência será concedida

quando houver elementos que evidenciem a

probabilidade do direito e o perigo de dano ou o

risco ao resultado útil do processo.

Art. 301 - A tutela de urgência de natureza

cautelar pode ser efetivada mediante arresto,

sequestro, arrolamento de bens, registro de

protesto contra alienação de bem e qualquer outra

medida idônea para asseguração do direito.

A possibilidade de concessão de tutela de

urgência, em ação civil pública, é expressamente prevista

no artigo 12 da Lei 7.347/85:

Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar,

com o sem justificação prévia, em decisão sujeita

a agravo.

Para a concessão da tutela antecipada, em se

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cuidando de tutela coletiva, exige o legislador que o

fundamento da demanda seja relevante e, ainda, que haja

urgência que justifique o deferimento da liminar.

A verossimilhança e relevância do fundamento da

demanda baseia-se em toda a argumentação jurídica exposta

nessa peça exordial, especialmente quanto à prática de ato

evidentemente ilegal, que mostra deslealdade não apenas com

instituição que a requerida representa, mas também com a

sociedade que depende da saúde pública.

Outrossim, como abordado, o afastamento de

Fátima Mrué é urgente e indispensável a bem do interesse

público, eis que, uma vez tendo a requerida praticado atos

graves e lesivos ao patrimônio público, aos princípios

administrativos e ao interesse social, é inadmissível que

continue a ocupar o cargo de Secretária Municipal de Saúde,

sob risco de macular ainda mais a probidade administrativa,

os cofres públicos e a confiança da sociedade na

administração pública municipal

Desde que a requerida assumiu o posto de

Secretária Municipal de Saúde, a qualidade dos serviços da

saúde municipal tem decaído (pág. 11, Arquivo 7). Foram

encontrados medicamentos e insumos vencidos no galpão da

SMS, pessoas doentes têm enfrentado dificuldades para

atendimento nas unidades de saúde pública, faltam insumos e

medicamentos, a SMS não tem adimplido com as dívidas com os

credores, além de vários outros problemas decorrentes da

gestão da requerida.

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De acordo com o artigo 2º da Lei n. 8.437/92,

quando se tratar de ação civil pública, a liminar deve

concedida após a audiência do representante judicial da

pessoa jurídica de direito público, que deverá se

pronunciar no prazo de setenta e duas horas.

Porém, o Ministério Público pleiteia que a

concessão da tutela antecipada no caso em tela seja feita

sem a ouvida da requerida, como autorizado no artigo 9º,

parágrafo único, inciso I, e no artigo 300, § 2º, ambos do

CPC.

4) DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o Ministério Público Estadual

requer:

1) a concessão da tutela provisória de urgência

consistente no afastamento de Fátima Mrué do cargo de

Secretária Municipal da Saúde;

2) a notificação da requerida para ofertar,

caso queira, defesa preliminar no prazo de 15 (quinze)

dias, conforme dicção do artigo 17, § 7º, da Lei n.º

8.429/92;

3) apresentada ou não a defesa, o recebimento

da petição inicial;

4) a citação da requerida para que tome ciência

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da demanda e, caso queira, conteste o pedido, nos termos do

artigo 246 do CPC, sob pena de confissão e revelia;

5) a intimação do Município de Goiânia na

pessoa de seu Procurador-Geral, com endereço na Avenida do

Cerrado, nº 999, Park Lozandes, CEP: 74884-900, nesta

Capital, nos termos do art. 17, § 3º, da Lei nº 8.429/1992;

6) a produção de toda a prova em direito

admitida;

7) a procedência do pedido, a fim de que a

requerida seja condenado nas penas do artigo 12, inciso

III, da Lei nº 8.429/1992.

Dá-se a causa o valor de R$ 57.681,85

(cinquenta e sete mil, seiscentos e oitenta e um reais e

oitenta e cinco centavos)11.

Termos em que pede deferimento.

Goiânia, 1º de março de 2018.

LEILA MARIA DE OLIVEIRAPromotora de Justiça

11 Montante correspondente ao valor do prejuízo causado ao erário até o mês dedezembro de 2017 pelos atos narrados nesta ação. Ressalta-se que o valor doprejuízo será ainda maior caso continue sendo pago o curso de mestrado àsservidoras Ana Paula e Andréia às custas do FMS.

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