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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE SÃO PAULO. “Estais Cegos. Ministros da República, da Justiça, da Guerra, do Estado, do Mar, da Terra, vedes as obrigações, que se descarregam sobre o vosso cuidado, vedes o povo, que carrega sobre as vossas consciências, vedes as desatenções do governo, vedes os enredos, vedes as dilações, vedes os subornos, vedes os respeitos, vedes as potências dos grandes, e as vexações dos pequenos, vedes as lágrimas dos pobres, os clamores, e gemidos de todos? Ou os vedes ou os não vedes. Se o vedes, como o não remediais? E se não remediais, como os vedes? Estais cegos [ ...] A pior cegueira é a que acomete os que têm por dever ser os olhos da República.” Padre Antônio Vieira, Lisboa, Sermão da Quarta-Feira da Quaresma, Lisboa, 1669. SÂMIA DE SOUZA BOMFIM, brasileira, solteira, vereadora do Município de São Paulo, RG nº 30.577.301-X, CPF/MF nº 391.547.328-67, portadora do Título Eleitoral nº 363727100183, Zona 251, da Circunscrição Eleitoral de São Paulo, com gabinete localizado no Viaduto Jacareí, nº 100, Bela Vista, São Paulo-SP, CEP 01319-040, 10º andar, sala 1006; e ANTÔNIO BIAGIO VESPOLI, brasileiro, casado, vereador do Município de São Paulo, RG nº 14.358.961-1, CPF/MF nº 066.714.568-01, portador do Título Eleitoral nº 153483540175, Zona 350, da Circunscrição Eleitoral de São Paulo, com gabinete localizado no Viaduto Jacareí, nº 100, Bela Vista, São Paulo-SP, CEP 01319-040, 3º andar, sala 304, neste ato representados por seus advogados FILIPE JORDÃO MONTEIRO, OAB-SP 326.197, com exercício da atividade profissional na Rua Jacareí, nº 39, apto. 503, Bela Vista, São Paulo-SP, telefone (19) 99525-3588, e-mail [email protected]; e Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001377-97.2018.8.26.0053 e código 3D7E7DB. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FILIPE JORDAO MONTEIRO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 15/01/2018 às 21:57 , sob o número 10013779720188260053. fls. 1

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE SÃO PAULO.

“Estais Cegos. Ministros da República, da Justiça, da Guerra,

do Estado, do Mar, da Terra, vedes as obrigações, que se

descarregam sobre o vosso cuidado, vedes o povo, que carrega

sobre as vossas consciências, vedes as desatenções do

governo, vedes os enredos, vedes as dilações, vedes os

subornos, vedes os respeitos, vedes as potências dos grandes,

e as vexações dos pequenos, vedes as lágrimas dos pobres, os

clamores, e gemidos de todos? Ou os vedes ou os não vedes.

Se o vedes, como o não remediais? E se não remediais, como

os vedes? Estais cegos [ ...] A pior cegueira é a que acomete os

que têm por dever ser os olhos da República.” Padre Antônio

Vieira, Lisboa, Sermão da Quarta-Feira da Quaresma, Lisboa,

1669.

SÂMIA DE SOUZA BOMFIM, brasileira, solteira,

vereadora do Município de São Paulo, RG nº 30.577.301-X, CPF/MF nº

391.547.328-67, portadora do Título Eleitoral nº 363727100183, Zona 251,

da Circunscrição Eleitoral de São Paulo, com gabinete localizado no

Viaduto Jacareí, nº 100, Bela Vista, São Paulo-SP, CEP 01319-040, 10º

andar, sala 1006; e ANTÔNIO BIAGIO VESPOLI, brasileiro, casado,

vereador do Município de São Paulo, RG nº 14.358.961-1, CPF/MF nº

066.714.568-01, portador do Título Eleitoral nº 153483540175, Zona 350,

da Circunscrição Eleitoral de São Paulo, com gabinete localizado no

Viaduto Jacareí, nº 100, Bela Vista, São Paulo-SP, CEP 01319-040, 3º

andar, sala 304, neste ato representados por seus advogados FILIPE

JORDÃO MONTEIRO, OAB-SP 326.197, com exercício da atividade

profissional na Rua Jacareí, nº 39, apto. 503, Bela Vista, São Paulo-SP,

telefone (19) 99525-3588, e-mail [email protected]; e

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AMARILIS BRITO COSTA, OAB-SP 379.520, com exercício da atividade

profissional na Rua Nova Timboteua, nº 40, Vila Nova Pauliceia, São

Paulo/SP, telefone (11) 95230-6512, e-mail [email protected],

propor, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição da República

Federativa do Brasil e na Lei nº 4.717/65, a presente

AÇÃO POPULAR C/C PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS

em face do ESTADO DE SÃO PAULO, representado na pessoa do

senhor PROCURADOR GERAL DO ESTADO, localizado à Rua

Pamplona, 227 – bairro da Bela Vista, CEP 01405-902; CLODOALDO

PELISSIONI, Secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, de

qualificação ignorada, podendo ser citado à Rua Boa Vista, 175, centro,

São Paulo; COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO –

METRÔ; pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o n.

62.070.362/0001-06, sediada à Rua Augusta, 1626, São Paulo, Capital;

PAULO MENEZES FIGUEIREDO, Diretor Presidente da Companhia do

Metropolitano do Estado de São Paulo, de qualificação ignorada, que pode

ser citado à Rua Augusta, 16226, São Paulo-SP; COMPANHIA

PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS, empresa pública sediada à

Rua Boa Vista, 175, 5º andar, Bloco A, 9º andar, Centro, São Paulo,

Capital; PAULO DE MAGALHÃES BENTO GONÇALVES, presidente da

Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que pode ser citado à Rua

Boa Vista, 175, 5º andar, Bloco A, 9º andar, Centro, São Paulo; e SAULO

DE CASTRO ABREU - Presidente do Conselho Diretor do Programa de

Desestatização do Estado de São Paulo – CDPED, de qualificação

ignorada, podendo ser citado no Palácio dos Bandeirantes, sito à Av.

Morumbi, 4500 - Morumbi, São Paulo - SP, 05650-905, pelas razões de

fato e de direito a seguir aduzidas.

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I - DA LEGITIMIDADE ATIVA

Inicialmente defende-se a legitimidade ativa dos

autores na propositura da presente ação, pois os Autores, aqui litigando

em litisconsórcio ativo facultativo, são brasileiros natos e eleitores, no uso

e gozo de seus direitos civis e políticos, aptos à propositura da ação

popular, nos termos da legislação vigente: título de eleitor e certidão de

regularidade emitida pelo TSE (docs. inclusos).

II - DA LEGITIMIDADE PASSIVA

O Primeiro Réu Estado de São Paulo, figura no

polo passivo na qualidade de PODER CONCEDENTE, por sua

SECRETARIA DOS TRANSPORTES METROPOLITANOS – STM,

responsável pelo certame onde se apontará as inúmeras ilegalidades

perpetradas, doravante denominado, simplesmente Governo do Estado.

O Segundo Réu, figura no polo passivo por ser o

atual titular da SECRETARIA DOS TRANSPORTES METROPOLITANOS

– STM, responsável pela operação dos transportes metropolitanos no

âmbito do Estado de São Paulo, inclusive pelas duas empresas que

figuram no polo passivo, daqui em diante denominado, apenas

Secretário dos Transportes.

Não bastasse isso, nos termos do artigo 3º

Decreto Estadual 65.527 de 30 de março de 2017, que dispõe sobre a

concessão do serviço público de transporte de passageiros das Linhas 5 -

Lilás e 17 – Ouro, o Segundo Réu conta como: autorizado a expedir normas

complementares com a finalidade de detalhar as diretrizes específicas do

procedimento licitatório.

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Já o terceiro Réu, a Companhia do Metropolitano

de São Paulo, criado pela Lei Municipal 6.988 de 26 de dezembro de

1966, esta lei foi regulamentada pelo Decreto Municipal n. 11.276, de 30

de agosto de 1974, cujo artigo 1º estabelece:

Art. 1º O serviço público de transporte metroviário de

passageiros fica concedido, com exclusividade, nos

termos da Lei n. 8.075, de 26 de junho de 1974, à

Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ,

e será explorado pelo prazo de 90 (noventa) anos,

prorrogável a juízo da Prefeitura, no território do

Município de São Paulo.

Além disso, na minuta do contrato de concessão,

anexo ao edital questionado, figura como interveniente. Adiante, apenas

denominado, METRÔ.

O Quarto Réu é o atual Diretor Presidente da

Terceira Ré, chamado a seguir por Presidente do Metrô.

A Quinta Ré CPTM figura no polo passivo por ser

a empresa que construiu as primeiras seis estações: Capão Redondo,

Campo Limpo, Vila das Belezas, Giovanni Gronchi, Santo Amaro e Largo

Treze o pátio de manutenção e estacionamento Capão Redondo, bem

como as subestações. Por ser a proprietária dos bens instalados nesses

locais, também figuraria como interveniente na minuta do contrato de

concessão. À frente, denominado, apenas CPTM.

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O Sexto Réu é o Diretor Presidente da Quinta Ré,

mais a frente, chamado de Presidente da CPTM.

Por derradeiro o Sétimo Réu é o Presidente do

Conselho Diretor do Programa de Desestatização do Estado de São Paulo

(“CDPED”), nos termos da Lei Estadual, 9.361/1996 – responsável pela

condução desde o início do processo que culminou no futuro leilão da

Linha 5 do Metrô de São Paulo. Esse a seguir chamado de Presidente

do CDPED.

III – DO CONTEXTO DAS LINHAS 5 e 17 DO

METRÔ

Cumpre esclarecer, inicialmente, que a

denominada Linha 5 – Lilás, licitada e construída pela CPTM, foi

inaugurada em 20 de outubro de 2002 no trecho entre a Estação Capão

Redondo e Largo Treze, na Zona Sul de São Paulo.

A operação e manutenção das seis estações

citadas com todos os sistemas e instalações envolvidos fora transferida ao

METRÔ, por força do convênio nº 0232789101 (METRÔ) e nº

8264744109100 (CPTM), firmado em 27 de dezembro de 2007, com

vigência de 5 (cinco) anos, sendo o último aditivo em 23/12/2014, com

vigência apenas até 31 de dezembro de 2016.

A futura Linha 17-Ouro será uma linha do Metrô

de São Paulo que utilizará o Metroleve, um sistema de monotrilho. Essa

linha ligará a estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda, à estação

Congonhas. Essa linha terá como principal parada o aeroporto de

Congonhas, passando também pela Linha 5-Lilás e pela Linha 9 da

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CPTM. Estima-se que essa linha terá uma demanda aproximada de

quinze mil passageiros por hora em cada sentido. Cabe lembrar que

essa linha, visava atender à demanda da Copa de 2014 e deveria ter

ficado pronta desde essa época.

IV - DA DEFINIÇÃO DA CONCESSÃO DESSAS

LINHAS

O programa de privatização, realizado no âmbito

do Governo do Estado de São Paulo – GESP, é conduzido pelo Conselho

Diretor do Programa de Desestatização, nos termos da Lei Estadual,

9.361/1996.

Pois bem, a discussão a respeito da concessão

da Linha 5 começou a ser tratada na reunião do dia 20 de outubro de

2015, vide ata da 216ª reunião do Conselho, publicada no DOE de

20/11/2015. Na ocasião aprovou-se:

(...) a publicação de Chamamento Público para a

apresentação, por eventuais interessados da iniciativa

privada, dos estudos necessários à estruturação de

projeto de parceria em 2 (dois) cenários possíveis: (i)

concessão dos serviços de adequação, operação e

manutenção do Trecho Existente e do Novo Trecho da

Linha 5-Lilás; e (ii) concessão dos serviços de

adequação, operação e manutenção do Trecho

Existente e do Novo Trecho da Linha 5-Lilás e da

Linha Monotrilho 17-Ouro atualmente em implantação

do Metrô. (...)

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Dessa forma, conforme consta do DOE de 20 de

novembro de 2015, o Presidente do CDPED e o Secretário de

Transportes Metropolitanos tornou público o EDITAL DE CHAMAMENTO

PÚBLICO Nº 2-2015, visando ao APROFUNDAMENTO DOS ESTUDOS

PARCERIA LINHA 5 E LINHA 17 DO METRÔ. No entanto, chama

atenção o que consta já na introdução do referido edital:

O projeto de parceria objeto do presente Chamamento

Público é oriundo de proposta apresentada em 23 de

julho de 2015 pela empresa CCR S/A, por meio do sítio

eletrônico www. parcerias.sp.gov.br (“Plataforma

Digital de Parcerias”), com o objetivo de realizar os

estudos de viabilidade técnica, jurídica e econômico-

financeira visando à delegação pelo Estado de São

Paulo à iniciativa privada dos serviços de adequação,

operação e manutenção da Linha 5-Lilás do Metrô.

Repare Excelência, que a empresa CCR S/A é a

responsável desde o início da elaboração da modelagem econômica pelo

estabelecimento das premissas.

Tanto é assim, que foram realizadas mais duas

reuniões do CPED que trataram da concessão da linha 5, realizadas em

26/02/2015, prorrogando o prazo para a apresentação dos estudos

técnicos. E outra no dia 23 de agosto de 2016 (publicada no DOE

01/09/2016), na qual se deliberou:

Linha 5 Lilás e Linha 17 Ouro – Metrô

Passando ao item seguinte da pauta, o Presidente deste

Colegiado passou a palavra ao Grupo de Trabalho do

Projeto de Parceria Linha 5 Lilás e Linha 17 Ouro do

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Metrô, que em seguida apresentou a Modelagem Final,

destacando-se: realização de uma única concessão

para ambas as linhas metroviárias; reajuste da tarifa

pelo IPC/ FIPE; integração gratuita integrada entre as

Linhas 5 Lilás e 17 Ouro; adoção do sistema de tarifas

contingentes ativadas em caso de atraso do início de

operação da Fase 1 como forma de garantir a

manutenção da viabilidade econômico financeira do

empreendimento; maior valor de outorga fixa como

critério de licitação. A Subsecretária de Parcerias e

Inovação, Karla Bertocco Trindade, argumentou que a

taxa de fiscalização de 2% sobre a receita tarifária é

muito alta e sugeriu segregá-la, sendo 1% de outorga

variável e o mínimo possível para a administração.

Sugeriu também que seja incluída cláusula específica

para revisão do contrato quando houver avanço ou

inovação tecnológica que gere maior desempenho e

economia para o concessionário. Também sugeriu que

o valor estimado da outorga seja pago em parcela

única no momento da assinatura do contrato.

(grifamos)

É de se notar que o percentual de outorga 1% é

um valor muito reduzido, sobretudo, diante das diversas benesses que o

edital prevê, o que será objeto de impugnação específica.

Outro aspecto decidido nessa reunião fora a

utilização da chamada “tarifa contingente”, um dos mecanismos mais

perversos e danosos ao erário e à população, como será delineado a

seguir.

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Por derradeiro na reunião do CPED de 23 de

fevereiro de 2017, publicada no DOE de 28/03/2017, restou discutido e

aprovado o que segue:

Foi apresentado o cronograma para a entrega dos

trechos com conclusão das obras civis. A modelagem

contempla as intervenções e alterações físicas de

melhoria na estação Santo Amaro, que terá sua

demanda aumentada com a operação de toda a linha

do metrô. Os investimentos para a conclusão das obras

civis serão realizados pelo Governo. O período de

concessão será de 20 anos, contados a partir da

transferência do trecho entre as Estações Capão

Redondo e Chácara Klabin, com exceção da Estação

Campo Belo da Linha 5 que permite o início da

operação pela concessionária.

Para mitigar o risco de eventual atraso na entrega das

obras civis das estações, foi previsto o mecanismo de

compensação denominado “tarifa de remuneração

contingente”. A futura concessionária assumirá a

operação das duas linhas e deverá realizar

investimentos ao longo do tempo da concessão visando

à atualização tecnológica dos equipamentos. Os custos

operacionais, incluindo a execução de reinvestimentos

nas linhas, ao longo dos vinte anos, são estimados em

cerca de R$ 3 bilhões para todo o prazo da concessão.

Todos os detalhes da modelagem econômico-financeira

foram apresentados, inclusive as premissas para o

cálculo de potenciais receitas acessórias. A

Subsecretária de Parcerias e Inovação questionou o

impacto da gratuidade dos passageiros que fizerem a

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integração entre as duas linhas. A modalidade da

licitação será concorrência internacional. Será

exigida, como critério de habilitação técnica, a

operação comprovada de sistema de transporte com

tecnologia de metrô, monotrilho ou ferroviária por,

no mínimo, 12 meses, além de, pelo menos, 400 mil

entradas de passageiros, em média, por dia útil, sendo

admitida a soma de atestados, desde que pelo menos

um dos atestados apresente 50% do quantitativo

exigido. O serviço de manutenção poderá ser

subcontratado. Os Conselheiros presentes aprovaram

que a comprovação de experiência por parte de

operador.

Ainda nessa mesma reunião fora definido

Quanto aos estudos técnicos recebidos através do

edital de chamamento público 2-2015, os

representantes do GT informaram que: as empresas

CCR S/A, CR Almeida S/A e Triunfo Participações e

Investimentos S/A submeteram estudos para a Linha 5

Lilás em conjunto com a Linha 17 Ouro; Odebrecht

Mobilidade S/A apenas para a Linha 5 Lilás; Scomi

Engineering BHD apenas para a Linha 17 Ouro. A

atribuição do valor do ressarcimento considerou o

valor máximo previsto no referido edital, qual seja, R$

8.745.000,00 em caso de aproveitamento de 100% dos

estudos propostos, sendo R$ 4.150.000,00 para estudos

da Linha 5 Lilás, R$ 3.800.000,00 para estudos da

Linha 17 Ouro e R$ 795.000,00 para estudos de

demonstração de sinergias da concessão conjunta das

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Linhas 5 e 17. A avaliação foi realizada conforme

critérios constantes do edital, sendo que as empresas

CR Almeida S/A e Scomi Engineering BHD não

tiveram seus estudos aproveitados, e as demais,

aproveitados apenas parcialmente. O processo de

seleção das propostas resultou no aproveitamento total

de 29,09%, cabendo ressarcimento total de R$

2.543.500,00 às empresas autorizadas, cujos estudos

foram efetivamente utilizados, pelo vencedor de

eventual licitação. Como resultado, aos estudos

apresentados pela CCR S/A caberá o ressarcimento de

R$ 204.000,00. Aos estudos apresentados pela

Odebrecht Mobilidade S/A caberá o ressarcimento de

R$ 459.000,00. Por sua vez, aos estudos apresentados

pela Triunfo Participações e Investimentos S/A caberá

o ressarcimento de R$ 1.510.500,00.

Todavia, no DOE de 11 de abril de 2017,

publicaram errata com várias alterações. Dentre elas:

“Onde se lê: Os Conselheiros presentes aprovaram

que a comprovação de experiência por parte de

operador”, leia-se: “Os Conselheiros presentes

aprovaram os critérios de qualificação técnica e de

qualificação econômico-financeira apresentados pelo

Grupo de Trabalho”.

(...)

Onde se lê: “Como resultado, aos estudos

apresentados pela CCR S/A caberá o ressarcimento de

R$ 204.000,00. Aos estudos apresentados pela

Odebrecht Mobilidade S/A caberá o ressarcimento de

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R$ 459.000,00”, leia-se: “Como resultado, aos

estudos apresentados pela CCR S/A caberá o

ressarcimento de R$ 829.000,00. Aos estudos

apresentados pela Odebrecht Mobilidade S/A caberá o

ressarcimento de R$ 204.000,00”. (grifei)

O que nos chama a atenção é que desde o

princípio são as empresas privadas interessadas na aquisição da

concessão quem estão determinando as premissas do que será o futuro

contrato de concessão. E o resultado não poderia ser outro:

estabelecimento de critérios que favoreçam a determinados grupos

econômicos – e o pior de tudo isso é que o Estado ainda remunera a

empresa privada para obter informações privilegiadas, com claro

favorecimento de determinados setores, como será apontado linhas

abaixo.

Em virtude disso, o Estado de São Paulo através

da Secretaria dos Transportes Metropolitano – STM, houve por bem

determinar a realização de licitação, na modalidade de concorrência

internacional, para a outorga da concessão onerosa da prestação do

serviço público de transporte de passageiros das linhas 5 – Lilás e 17 –

Ouro da rede metroviária de São Paulo, compreendendo operação,

manutenção, conservação, melhorias, requalificação e adequação e

expansão, conforme edital e minuta de contrato anexos.

Sendo publicado o EDITAL DA

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 02/2016 PROCESSO STM Nº

000770/2015 – Concessão Linhas 5-Lilás e 17-Ouro.

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A abertura respectiva dos envelopes dos

concorrentes estava prevista para ocorrer no dia 05 de julho de 2017,

sendo cancelada a realização do certame nessa data.

Para espanto geral, fora expedido comunicado de

errata do Edital, alterando substancialmente as cláusulas 63.6 e 64.1,

alterando a data do leilão para o dia 28 de setembro, no prédio da BMF e

BOVESPA, situado à Rua XV de Novembro, 275, centro, nesta capital.

Entretanto, em virtude da determinação exarada

em 25 de setembro de 2017, nos autos do processo 00015181.989.17-9

do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o Conselheiro Roque

Citadini, determinou: Assim, acolho a Representação como EXAME PRÉVIO

DE EDITAL, e, com fundamento no Parágrafo único do art. 221 do Regimento

Interno, determino a imediata paralisação da licitação até ulterior deliberação

desta Corte.

Todavia, num açodamento injustificável, o

Governador do Estado declarou ao Jornal Valor Econômico em 26 de

setembro: "Hoje já serão prestados todos os esclarecimentos e estamos

confiantes de que não haverá nenhum problema", disse Alckmin, em entrevista

coletiva nesta manhã no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. O governador

afirmou que, se o TCE aceitar a argumentação do governo estadual, a licitação

será realizada na própria quinta. "Senão, faremos em seguida"

Portanto, há um iminente risco da continuidade

desse processo, que afronta aos princípios elementares da administração

pública, a Constituição Federal e Estadual, bem como, a diversos

dispositivos das leis ordinárias em ambas as esferas, não havendo outra

alternativa senão a propositura da presente ação.

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V - DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR

A Ação Popular é meio constitucional posto à

disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou

contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público, à

moralidade pública e outros bens jurídicos indicados no texto

constitucional.

Dentre as hipóteses de cabimento da Ação

Popular, destaca-se a anulação de ato lesivo ao patrimônio público, como

prescrito no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para

propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao

patrimônio público ou de entidade de que o Estado

participe, à moralidade administrativa, ao meio

ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando

o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas

judiciais e do ônus da sucumbência;

Já o art. 2º da Lei nº 4.717/65 prevê, entre outras,

as seguintes hipóteses de nulidade dos atos: quando eivados de

ilegalidade e de desvio de finalidade:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das

entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos

de: (...)

a) incompetência;

b) vício de forma;

c) ilegalidade do objeto; (...)

e) desvio de finalidade.(...)

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Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de

nulidade observar-se-ão as seguintes normas: (...)

a) a incompetência fica caracterizada quando o ato

não se incluir nas atribuições legais do agente que o

praticou;

b) o vício de forma consiste na omissão ou na

observância incompleta ou irregular de formalidades

indispensáveis à existência ou seriedade do ato;

c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado

do ato importa em violação de lei, regulamento ou

outro ato normativo; (...)

e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente

pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto,

explícita ou implicitamente, na regra de competência.

Colaciona-se, também, o disposto no art. 4º da

Lei:

Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou

contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das

pessoas ou entidades referidas no art. 1º. (...)

III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço

público, quando: (...)

b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas

ou condições, que comprometam o seu caráter

competitivo;

O processo licitatório das Linhas 5 e 17 da

Companhia do Metropolitano de São Paulo configura, dentre outras

ilegalidades, a um só tempo, a afronta ao interesse público, lesão

econômica ao patrimônio, a ilegalidade, e a violação à moralidade

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administrativa, além de comprometimento do caráter competitivo da

concorrência, conforme se passa a narrar.

VI – PRELIMINARMENTE – DA AUSÊNCIA DE

AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL –

AFRONTA AS NORMAS CONSTITUICIONAIS

Com efeito, antes de apontarmos as inúmeras

ilegalidades contidas em todo esse processo, há um vício de origem que

macula todo o processo desde o seu nascedouro: a ausência de

autorização constitucional e infra legal para que o Governo do Estado de

São Paulo, possa realizar a concessão de transportes previstas no edital

já mencionado. Senão vejamos.

A competência para tratar da organização do

transporte, no âmbito da Cidade de São Paulo, em que estão inseridas as

Linha 5 e 17 do Metrô, sempre ficaram a cargo da Municipalidade.

Para tanto, basta ver que a Companhia do

Metropolitano de São Paulo, criado pela Lei Municipal 6.988 de 26 de

dezembro de 1966, estabeleceu:

Art. 1º Fica o Executivo autorizado a promover as

medidas e atos necessários para constituir e instalar, na

forma da lei, sociedade anônima a denominar-se

Companhia do Metropolita- no de São Paulo –

METRÔ.

(...)

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Art. 4º A sociedade tem por finalidade:

a. contratar, coordenar e superintender os estudos e

projetos e promover as medidas necessárias para a

implantação de um sistema de transporte rápido de

passageiros na Cidade de São Paulo, denominado

“METROPOLITANO”, prevista sua extensão aos

municípios vizinhos, respondendo a sociedade pelo

custeio e demais despesas dos contratos;

Posteriormente, foi editada a Lei Municipal 8.075,

de 26 de junho de 1974:

Art. 1º Fica o Executivo autorizado a outorgar à

Companhia do Metropolitano de São Paulo –

METRÔ, em concessão, o serviço de transporte

metroviário de passageiros, em subterrâneo, em

superfície e em elevado, no Município, prevista sua

extensão aos municípios vizinhos.

Parágrafo único. A concessão outorgada será

regulamentada através de Decreto do Executivo.

A citada Lei foi regulamentada pelo Decreto

Municipal n. 11.276, de 30 de agosto de 1974, cujo artigo 1º estabelece:

Art. 1º O serviço público de transporte metroviário de

passageiros fica concedido, com exclusividade, nos

termos da Lei n. 8.075, de 26 de junho de 1974, à

Companhia do Metropolitano de São Paulo –

METRÔ, e será explorado pelo prazo de 90 (noventa)

anos, prorrogável a juízo da Prefeitura, no território

do Município de São Paulo.

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Essas normas foram todas recepcionadas pelo

Legislador Constituinte em 1988. Já que se observamos a Constituição

Federal, verifica-se que a competência para organizar e prestar

diretamente ou sob o regime de concessão o transporte público,

permaneceu no âmbito do Município, conforme estatui o artigo 30:

Art. 30. Compete aos Municípios:

(...)

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de

concessão ou permissão, os serviços públicos de

interesse local, incluído o de transporte coletivo, que

tem caráter essencial;

Dessa forma, a Lei Orgânica do Município de São

Paulo, estabelece:

Art. 172 - Compete à Prefeitura planejar, organizar,

implantar e executar, diretamente ou sob regime de

concessão, permissão, ou outras formas de

contratação, bem como regulamentar, controlar e

fiscalizar o transporte público, no âmbito do

Município.

Parágrafo único - Lei disporá sobre a organização e a

prestação dos serviços de transportes públicos, que

têm caráter essencial, respeitadas as

interdependências com outros Municípios, o Estado e a

União. (grifamos)

Para que não pairem dúvidas a esse respeito, ao

analisar a Constituição do Estado de São Paulo nota-se que não há

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atribuição de regular e conceder a operação de transporte público no

âmbito da Cidade de São Paulo.

Ao tratar do transporte, o legislador constitucional

estadual, assim definiu:

Artigo 158 - Em região metropolitana ou aglomeração

urbana, o planejamento do transporte coletivo de

caráter regional será efetuado pelo Estado, em

conjunto com os municípios integrantes das respectivas

entidades regionais.

Parágrafo único - Caberá ao Estado a operação do

transporte coletivo de caráter regional, diretamente ou

mediante concessão ou permissão

(...)

Artigo 205 - O Estado instituirá, por lei, sistema

integrado de gerenciamento dos recursos hídricos,

congregando órgãos estaduais e municipais e a

sociedade civil, e assegurará meios financeiros e

institucionais para:

VII - o desenvolvimento do transporte hidroviário e

seu aproveitamento econômico.

Repare, Excelência, que o transporte nos dois

dispositivos é tratado exclusivamente no âmbito regional.

Portanto, estamos diante da hipótese em que o

Governo do Estado, ora Réu, não tem autorização constitucional e infra

constitucional para conceder os serviços, aliás, sequer se iniciassem os

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estudos relativos à concessão dos serviços de transporte, restando

maculado de nulidade absoluta, todos os atos.

Ora Excelência, o METRÔ fora transformada em

Sociedade Anônima de Capital Autorizado, pela autorização concedida

pela Lei Municipal 8.329, de 03 dezembro de 1975, e a Municipalidade

abriu mão do controle acionário:

Art. 1º Fica o Executivo autorizado a promover as

medidas e atos necessários a transformar a

Companhia do Metropolitano de São Paulo –

METRÔ em sociedade anônima de capital autorizado.

Art. 2º É o Executivo autorizado a aumentar o capital

da Companhia do Metropolitano de São Paulo –

METRÔ, para até Cr$ 8.000.000.000,00 (oito bilhões

de cruzeiros), facultado à Prefeitura desistir do seu

direito de preferência na subscrição deste aumento,

mantendo, sempre, 51% (cinqüenta e um por cento)

das ações com direito a voto.

Posteriormente, a Lei 8.830, de 12 dezembro de

1978, dispôs sobre o controle acionário do METRÔ, com a

Municipalidade abrindo mão em definitivo do controle acionário e

entrando a empresa EMTU/SP nas futuras subscrições:

Art. 1º Fica o Executivo dispensado de manter o

controle acionário da Companhia do Metropolitano

de São Paulo – METRÔ.

Art. 2º Fica o Executivo autorizado a subscrever ações

da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de

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São Paulo S/A. – EMTU/SP, nos futuros aumentos de

capital da referida Empresa, desde que:

a. o aumento se destine, totalmente, à subscrição de

ações da Companhia do Metropolitano de São Paulo –

METRÔ;

b. parte do aumento tenha a mesma destinação

estabelecida na alínea a;

c. em qualquer das hipóteses previstas nas alíneas

anteriores, o valor da parcela subscrita pelo Executivo

não exceda a 50% do valor subscrito pelo Governo do

Estado de São Paulo e com a destinação referida nas

alíneas a ou b.

Desde o princípio o Governo do Estado sempre

figurou como acionista, e assumiu o controle acionário do METRÔ em

1986. Todavia, o simples fato de se assumir ao controle acionário do

METRÔ não tem o condão de transformar as normas constitucionais.

A Constituição Federal estabelece que

Art. 37. A administração pública direta e indireta de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Além dos princípios administrativos

constitucionais abordados anteriormente, o procedimento licitatório deve

obediência a princípios informativos específicos, consagrados em sua

própria legislação, constantes do artigo 3º da Lei 8.666/93, assim

expostos:

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“A licitação destina-se a garantir a observância do

princípio constitucional da isonomia, a seleção da

proposta mais vantajosa para a administração e a

promoção do desenvolvimento nacional sustentável e

será processada e julgada em estrita conformidade

com os princípios básicos da legalidade, da

impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da

publicidade, da probidade administrativa, da

vinculação ao instrumento convocatório, do

julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

(grifo nosso).

Como leciona Hely Lopes Meirelles: “a legalidade,

como princípio de administração, significa que o administrador público

está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e

às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob

pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil

e criminal, conforme o caso”. (cf. "Direito Administrativo Brasileiro", 34a.

ed., Malheiros Editores, São Paulo, 02.2008, p. 67)

Ainda para Hely Lopes Meirelles: “Na

Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto

na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na

Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”. (cf. obra

citada, p. 89)

O imperativo do princípio da ilegalidade é uma

das garantias da população, já que veda ao administrador público,

mediante mero ato administrativo, conceder direitos, estabelecer

obrigações ou impor proibições aos cidadãos. Pois bem, Excelência, sem

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que haja amparo na Constituição, o Governo do Estado lança mão do

Edital de Licitação que ora se impugna.

E de se notar que o Governo do Estado, visa

conferir aura de legalidade aos atos nulos e arbitrários praticados com a

edição do Decreto Estadual nº 62.527, de 30 de março de 2017, cujo

objeto é dispor: sobre a concessão do serviço público de transporte de

passageiros das Linhas 5 - Lilás e 17 - Ouro da Rede Metroviária de São

Paulo e dá providências correlatas.

Todavia, um mero Decreto Estadual, não tem o

condão de alterar a norma constitucional, não podendo atribuir ao

Governo do Estado poderes de concessão de serviços que a ordem

constitucional não autorizou.

A questão é tão importante que em reforço à

proteção da coisa pública, a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992,

estabeleceu:

Art. 11 - Constitui ato de improbidade administrativa

que atenta contra os princípios da administração

pública qualquer ação ou omissão que viole os

deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e

lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou

regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de

competência.

Sendo forçoso concluir que todos os atos

praticados, desde os estudos realizados no âmbito do Conselho Diretor do

Programa de Desestatização; EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº

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2-2015, visando ao APROFUNDAMENTO DOS ESTUDOS PARCERIA

LINHA 5 E LINHA 17 DO METRÔ; estudos de viabilidade econômica e o

EDITAL DA CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 02/2016

PROCESSO STM Nº 000770/2015 – Concessão Linhas 5-Lilás e 17-Ouro,

enfim, todos os atos praticados até o presente momento, encontram-

se eivados de nulidade, não podendo produzir efeito algum.

VII – PRELIMINARMENTE – DA AUSÊNCIA DE

AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL –

AFRONTA AS NORMAS CONSTITUICIONAIS

Na eventual hipótese de reconhecimento de que o

Estado possa ser considerado o Poder Concedente, há um vício de

origem pela ausência de autorização legislativa. Vejamos.

Com efeito, estabelece o artigo 175 da CF:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,

diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,

sempre através de licitação, a prestação de serviços

públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e

permissionárias de serviços públicos, o caráter

especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem

como as condições de caducidade, fiscalização e

rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

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A Constituição Federal, não deixa dúvidas: a

concessão de serviços públicos somente pode ser feita se precedida de

autorização legislativa. É certo que a delegação de serviços públicos é

medida de considerável importância dentro do contexto do Estado, sendo

certo que a má execução desse ato poderá afetar negativamente todos os

cidadãos locais.

Por isso é que a norma constitucional impõe que

o Poder Legislativo também participe de seu processo de efetivação.

Parte-se do princípio democrático de que a participação do Poder

Legislativo possibilitará uma maior segurança aos cidadãos em relação à

qualidade e lisura da futura outorga do serviço público.

No mesmo sentido, aduz Marçal Justen Filho que

a “[...] outorga de uma concessão envolve decisão séria e grave, pertinente a

interesses de diversa ordem, inclusive com potenciais efeitos sobre direitos e

garantias individuais”. E conclui o jurista: “Daí se segue a impossibilidade de

reputar-se a decisão de produzir a outorga como abrangida nas competências

puramente administrativas. A escolha de produzir a outorga de concessão envolve

a manifestação do Poder Legislativo”. (JUSTEN FILHO, Marçal. Teoria Geral

das Concessões de Serviço Público. São Paulo: Dialética, 2003, p. 173)

No âmbito federal foi editada a Lei nº 9.074/1995,

de 07.07.1995, que em seu art. 2º explicita a necessidade de lei

autorizativa para a instituição de novas concessões ou permissões:

Art. 2º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios executarem obras e serviços

públicos por meio de concessão e permissão de serviço

público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos,

dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento

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básico e limpeza urbana e nos já referidos na

Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e

nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios,

observado, em qualquer caso, os termos da Lei nº

8.987, de 1995.

Todavia, Decreto Estadual nos moldes do artigo

47, inciso III da Constituição Estadual é ato privativo do Governador do

Estado, portanto não havendo participação do Legislativo. É certo que

decreto não é lei, nos termos do artigo 175 da Constituição Federal.

Por fim, em relação às concessões

eventualmente empreendidas sem a necessária autorização legislativa,

Marçal Justen Filho aponta duas saídas para o problema. Com apoio nas

lições de BIELSA, anota que “Se o trâmite da autorização é prévio e não foi

cumprido, a concessão é irregular, mas deve assim ser declarada em via

jurisdicional”. (JUSTEN FILHO, 2003, p. 178. Nota de rodapé).

Dessa forma, é forçoso reconhecer que o Decreto

Estadual nº 62.527, de 30 de março de 2017, haverá de ser declarado

inconstitucional. Sendo forçoso concluir que todos os atos praticados

até o presente momento encontram-se eivados de nulidade, não

podendo produzir efeito algum, sobretudo, a publicação do EDITAL DA

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 02/2016 PROCESSO STM Nº

000770/2015 – Concessão Linhas 5-Lilás e 17-Ouro.

VIII – DA PRIMEIRA LESÃO AO PATRIMÔNIO

PÚBLICO – PERDA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

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Ora Excelência, o primeiro ponto a ser observado

é o irrisório valor que se estabeleceu no presente EDITAL DA

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 02/2016 PROCESSO STM Nº

000770/2015 – Concessão Linhas 5-Lilás e 17-Ouro. Quando trata da

proposta comercial dos proponentes, assim diz:

“12.1 – O valor oferecido em moeda corrente

nacional, com 02 (duas) casas decimais pela

OUTORGA FIXA da CONCESSÃO, em algarismos e

por extenso, na data-base do primeiro dia do mês de

apresentação da PROPOSTA, a ser pago em 1 (uma)

única parcela até a data da assinatura do

CONTRATO, devidamente corrigido até o dia do

efetivo pagamento, a partir de sua respectiva data-

base, observado o ítem 12.4

12.1.2 – O valor total oferecido para a OUTORGA

FIXA não poderá ser inferior a R$ 189.622.380,64

(cento e oitenta e nove milhões, seiscentos e vinte e

dois mil, trezentos e oitenta reais e sessenta e quatro

centavos), data-base 01/2/2017, observado o item 12. 4

deste edital.”

Todavia, essa irrisória quantia não é capaz de

fazer frente ao montante dos investimentos realizados nos últimos quatro

anos. Senão vejamos.

Em primeiro lugar, consta do Relatório de

Administração da Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ de

2015, em sua página 2, que trata dos Resultados Econômicos e

Financeiros: No exercício de 2015, a Companhia do Metrô investiu na rede

atual e na expansão o montante de R$ 3.153,1 milhões, dos quais R$

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2.730,3 milhões tiveram origem em repasses do Governo do Estado de

São Paulo.

Do mesmo modo, se considerarmos o Relatório

de Administração da Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ

de 2016 em suas página 49: No exercício de 2016, a Companhia do

Metrô investiu na rede atual e na expansão o montante de R$ 2.349,5

milhões, dos quais R$ 1.823,3 milhões provenientes de repasses do

Governo do Estado de São Paulo: R$ 1.381,5 milhões de fontes de

financiamento e R$ 441,8 milhões do Tesouro do Estado através de

aumento de capital, e os restantes R$ 526,2 milhões provenientes de

outras fontes.

Pois bem, se pegarmos os dois quadros

comparativos 2014/2015 e juntarmos com o quadro comparativo

2015/2016, constantes dos citados relatórios, então teremos:

(Em R$ milhões)

Discriminação Ano

2014 2015 2016

1. Investimentos - (Rede atual e expansão) 3.899,7 3.153,1 2.349,5

Rede Atual 524,1 264,1 215,0

Recapacitação e modernização 411,4 206,6 167,9

Linha 1 - Azul 135,9 110,1 93,7

Linha 2 - Verde 40,6 18,1 9,2

Linha 3 - Vermelha 228,9 77,1 64,3

Linha 5 - Lilás 6,0 1,3 0,7

Operação das Linhas Metroviárias 110,3 56,4 45,4

Elaboração de Projetos de Expansão 2,4 1,1 1,7

Expansão da rede 3,3375,6 2.889,0 2.134,5

Linha 2 - Verde: Extensão Vila Prudente - Dutra 307,5 113,7 5,5

Linha 4 - Amarela - Vila Sônia - Luz - (Fase II) 176,6 84,4 147,2

- Linha 4 - Amarela - Vila Sônia - Taboão da Serra - - 3,6

Linha 5 - Lilás: Extensão Largo 13 - Chácara Klabin 1.679,9 1.487,2 1.225,9

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Linha 5 - Lilás - Capão Redondo - Jardim Ângela 2,3 1,9 1,9

Linha 15 - Prata: Ipiranga - Cidade Tiradentes 708,5 426,6 518,6

Linha 17 - Ouro: São Judas - Congonhas -Jabaquara -Morumbi 492,0 272,1 137,5

Investimentos vinculados a realizar 0,0 499,5 99,8

2. Ressarcimento de Gratuidades e Subsídios aos Estudantes 289,3 264,4 598,3

3. Apoio à PPP da Linha 4 - Amarela * - - 135,9

4. Total de usos = (1+2+3) 4.189,0 3.417,5 3.083,7

5. Governo do Estado de São Paulo 3.761,5 2.994,7 2.557,5

6. Prefeitura do Município de São Paulo 171,5 74,9 -

7. Outras fontes 347,9 256,0 526,2

7. Total de fontes = (4+5+6) 3.417,5 4.189,0 3.083,7

*Observação essa linha aparece somente no balanço de 2016

Ora Excelência, verifica-se que somente nos

triênio 2014-2016 foram investidos nas Linhas 5 e 17 o montante de mais

de cinco bilhões de reais na duas linhas:

(Em R$ milhões)

Discriminação Ano

Total 2014 2015 2016

Linha 5 - Lilás: Extensão Largo 13 - Chácara Klabin 1.679,9 1.487,2 1.225,9 4.393,0

Linha 17 - Ouro: São Judas - Congonhas -Jabaquara -Morumbi 492,0 272,1 137,5 901,6

5.294,6

Além disso, consta do Relatório de Administração

de 2016, nas páginas 10/11:

De acordo com a Lei nº 16.347, de 29 de dezembro de 2016, que orça a receita e fixa a

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despesa do Estado para o exercício de 2017, o montante de recursos previstos é da ordem de R$ 3.058.799 mil, contemplando: i) recapacitação e modernização das linhas existentes; ii) expansão do sistema metroviário; e iii) apoio à PPP – Operação da Linha 4-Amarela, conforme quadro seguir:

Valores em R$ 1.000

ITENS VALOR

i) RECAPACITAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DAS LINHAS 253.000

Linha 1 - Azul 114.500

Linha 2 – Verde 18.200

Linha 3 - Vermelha 77.400

Linha 5 - Lilás 9.700

Operação das Linhas Metroviárias 33.200

ii) EXPANSÃO DO SISTEMA METROVIÁRIO 2.646.099

Linha 2 - Verde: Extensão Vila Prudente - Dutra 19.100

Linha 4 - Amarela: Fase II 318.300

Linha 5 - Lilás: Extensão Largo 13 - Chácara Klabin 1.325.500

Linha 15 - Prata: Ipiranga - Cidade Tiradentes 546.099

Linha 17 - Ouro: Jabaquara - São Paulo-Morumbi 427.400

Elaboração de Projetos de Expansão 9.700 9.700

iii) Apoio à PPP - Operação da Linha 4 - Amarela 159.700

Total 3.058.799

Os recursos para os citados investimentos são

provenientes do Tesouro do Estado e de

financiamentos.

Portanto, com base na informação constante do

balanço do ano de 2016 estão previstos serem aportados do Tesouro do

Estado e de financiamentos (a serem pagos pelo Tesouro do Estado) nas

duas linhas objeto de concessão o total de:

Linha 5 - Lilás: Extensão Largo 13 - 1.325.500.000

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Chácara Klabin

Linha 17 - Ouro: Jabaquara - São Paulo-Morumbi 427.400.000

1.752.900.000

Considerando, que no ritmo acelerado em que

estão sendo executadas as obras nas Linhas 5 e 17, certamente, ao final

desse ano todo o valor previsto no orçamento terá sido gasto, logo, os

valores investidos atingiram:

(Em R$ milhões)

Discriminação Ano Orçamento

Total 2014 2015 2016 2017

Linha 5 - Lilás: Extensão Largo 13 - Chácara Klabin

1.679,9 1.487,2 1.225,9 1.325,5 5.718,5

Linha 17 - Ouro: São Judas - Congonhas -Jabaquara -Morumbi

492,0 272,1 137,5 427,4 1.329,0

TOTAL 7.047,5

Para se ter ideia do absurdo que representa o

valor fixado por essa concessão, tomemos por base tão somente a Linha

5. Faz-se necessário recordar que a Linha 5 já contava com seis

estações em operação desde 2007, pátio de manutenção, subestação

e diversos equipamentos. Portanto, esses 5,7 Bilhões investidos nesses

últimos quatro anos, foram para a construção das demais estações: Adolfo

Pinheiro (em operação comercial), Alto da Boa Vista, Borba Gato e

Brooklin (recém inauguradas em operação assistida) e outras seis

estações: Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa

Cruz e Chácara Klabin, cujas obras estão a todo vapor.

Dessa forma, o valor do conjunto de bens e ativos

que envolve somente a operação da linha 5 supera em muito a

importância desses 5,7 Bilhões investidos.

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Mas não se pode olvidar que a concessão é da

duas linhas pelo irrisório valor de R$ 189.622.380,64 (cento e oitenta e

nove milhões, seiscentos e vinte e dois mil, trezentos e oitenta reais

e sessenta e quatro centavos).

Portanto, se compararmos essa verdadeira

pechincha com o valor investido:

valor total investido R$ 7.047.500.000,00

valor mínimo da outorga R$ 189.622.380,64

relação entre os valores 37,2

percentual do valor investido

2,69%

Pasme, Excelência, apenas comparando o

investimento desses últimos quatro com a irrisória quantia fixada como

outorga mínima representa 37 vezes, ou posto de outra forma, o valor

da outorga não representa nem 3% do somente do valor investido

nesses últimos quatro anos.

Logo se for comparado com o valor do conjunto

de bens envolvidos a diferença ficará ainda mais gritante.

À guisa de comparação, no dia 22 de setembro

de 2011, ou seja, seis anos atrás, no jornal VALOR ECONÔMICO,

conforme documento anexo, era noticiada a compra do sistema de

sinalização e comunicação para a Linha 5, compra essa efetuada da

empresa canadense BOMBARDIER, pelo valor de R$ 171.000.000,00

(cento e setenta e um milhões). Isso quer dizer que já há seis anos o

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Metrô investiu no sistema de sinalização valor praticamente igual

àquele que se pretende receber a título de OUTORGA FIXA

A Constituição Federal estabeleceu que

Art. 37. A administração pública direta e indireta de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão

a suspensão dos direitos políticos, a perda da função

pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento

ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem

prejuízo da ação penal cabível.

Além dos princípios administrativos

constitucionais abordados anteriormente, o procedimento licitatório deve

obediência a princípios informativos específicos, consagrados em sua

própria legislação, constantes do artigo 3º da Lei 8.666/93, assim

expostos: “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio

constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a

administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será

processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da

legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da

probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do

julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” (grifo nosso).

Em reforço à proteção da coisa pública, a Lei

8.429 de 02 de junho de 1992, estabelece:

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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa

que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,

dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,

desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação

dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º

desta lei, e notadamente: (grifo nosso).

Resta patente, que a avaliação do valor definitivo

da outorga representa afronta aos princípios da moralidade e da

probidade.

O modelo de Estado atual (Estado do Bem Estar

Social, modificado pelas privatizações, terceirizações e regulações do

mercado), cuja Administração tem-se pautado pelo consenso e diálogo

com setores da sociedade, deve basear sua conduta na honestidade,

retidão, lealdade e na consideração para com os interesses dos

administrados.

A boa-fé objetiva da Administração aponta, ainda,

para a proteção da confiança que os cidadãos depositam nos

governantes, nas regulações, nas instituições e servidores públicos, nos

atos e em outras medidas adotadas pela Administração Pública, e isso é

proteção da moralidade exigível no agir administrativo.

Nesse passo vale a lição da Eminente Ministra

Cármen Lúcia:

[...] no Estado Moderno, especialmente com o modelo

intervencionista que passou a predominar no presente

século, a exigência de moralidade administrativa

firmou-se como um dos baluartes da confiança do povo

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no próprio Estado, cujas funções são desempenhadas

pelos agentes. A moralidade administrativa tornou-se

não apenas Direito, mas direito público subjetivo do

cidadão: todo cidadão tem direito ao governo honesto

(ANTUNES ROCHA, Cármen Lúcia. Princípios

constitucionais da administração pública. Belo Horizonte:

Del Rey, 1994, p. 190. - grifos no original).

Nessa ordem de ideias, a boa-fé objetiva da

Administração aponta, ainda, para a proteção da confiança que os

cidadãos depositam nos governantes, nas regulações, nas

instituições e servidores. Mas é justamente essa retidão de conduta que

não se verifica na hipótese dos autos, em que as condutas dos Réus,

configuram evidente perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens.

Aliás, de acordo com o entendimento de Di Pietro

(2002), a imoralidade sempre foi defendida como fundamento suficiente para a

Ação Popular, tanto que afirma que:

Hoje a idéia se reforça pela norma do artigo 37, caput,

da Constituição, que inclui a Moralidade como um dos

princípios a que a Administração Pública está sujeita.

Tornar-se-ia letra morta o dispositivo se a prática de

ato imoral não gerasse a nulidade do ato da

Administração. Além disso, o próprio dispositivo

concernente à Ação Popular permite concluir que a

imoralidade se constitui em fundamento autônomo

para a propositura da Ação Popular,

independentemente da demonstração de ilegalidade, ao

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permitir que ela tenha por objeto anular ato lesivo à

Moralidade Administrativa. (DI PIETRO, Maria Sylvia

Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas,

2002, p. 124).

Sendo forçoso reconhecer a nulidade do presente

processo licitatório. Entretanto, as ilegalidades não param por aqui.

IX – DA SEGUNDA LESÃO AO PATRIMÔNIO

PÚBLICO – DA TARIFA SUBSIDIADA AO

CONCESSIONÁRIO – EVIDENTE DESVIO DE

FINALIDADE

O que se extrai da leitura da minuta de Contrato

de Concessão, já no item 20.1:

20.1. A CONCESSIONÁRIA fará jus ao recebimento

do valor da TARIFA DE REMUNERAÇÃO, fixada

em R$ 1,73 (um real e setenta e três centavos), na data

base de 01/02/2017, por PASSAGEIRO

TRANSPORTADO NAS LINHAS.

Em primeiro lugar a cláusula 20.1 diz que a

concessionária fará jus ao recebimento da tarifa de remuneração fixada

em R$ 1,73 na data base de 01 de fevereiro de 2017 por passageiro

transportado nas linhas. Logo, o início da operação, se vier a ocorrer, já

iniciará com um reajuste na tarifa, vez que que está estabelecido na

cláusula 21.1:

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21.1. A TARIFA DE REMUNERAÇÃO será reajustada

anualmente, nos termos da Lei Federal n.º 9.069/1995,

tendo como data base 01/02/2017, pela aplicação da

seguinte fórmula paramétrica:

21.2. O primeiro reajuste será realizado em 12 (doze)

meses contados da data-base referida na Cláusula

21.1.

Realmente é um negócio extraordinariamente

vantajoso para o Concessionário premiado.

Para que fique bem claro, não importa a política a

ser praticada pelo Poder Público em matéria de tarifa. Tampouco, terá

qualquer impacto na remuneração do Concessionário qualquer alteração

na partilha da tarifa entre os operadores do Metrô em São Paulo, pelo

menos é o que afasta a cláusula 20.4.2:

20.4.2. A remuneração da CONCESSIONÁRIA será

calculada exclusivamente de acordo com Cláusula 19,

não sofrendo qualquer tipo de impacto, seja positivo

ou negativo, em razão da redução, preservação ou

majoração dos valores das TARIFAS PÚBLICAS

cobradas dos USUÁRIOS.

Ora Excelência, esse perverso mecanismo de

fixação de um valor de remuneração desvinculado da variação da tarifa

já vem sendo praticado pela Linha 4, operada pelo Consórcio Via 4, em

que um dos principais acionistas é o Grupo CCR, por meio de um PPP,

firmada no passado pelo Governo do Estado com anuência do METRÔ.

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Todavia, para melhor compreensão faz-se

necessário um esclarecimento. Atualmente, na Capital, há cinco linhas de

metrô operados pelo METRÔ:

a) Linha 1 – Azul: de Jabaquara a Tucuruvi;

b) Linha 2 – Verde: Vila Prudente a Vila Madalena;

c) Linha 3 – Vermelha: de Itaquera a Barra Funda;

d) Linha 4 – Amarela: de Luz a Butantã;

e) Linha 5 – Capão Redondo a Brooklin.

Dessa forma, quando um usuário embarca numa

estação da Linha 4 e desembarca noutra estação da própria linha,

estamos diante do que se denomina “tarifa exclusiva”. Todavia, em várias

estações há possibilidade de passagem de uma linha para outra sem que

se pague outra passagem. Demais disso, há ainda algumas linhas da

CPTM interligadas e em algumas estações a passagem da CPTM para o

METRÔ é feita pelos usuários sem que se pague outra tarifa. Quando isso

ocorre estamos diante da chamada “tarifa integrada”.

Pois bem, embora a presente ação trate do atual

processo de concessão, permita-nos um parêntese, para apontar o quão

perversa é essa forma de remuneração para os cofres do Estado de São

Paulo.

Reportagem da Folha de São Paulo (21/09/2013),

em anexo, já dava conta de que em 2013 o Governo do Estado

arrecadava R$ 3,00 e pagava R$ 3,13 por passageiro da Linha 4.

Em pedido de informação ao Serviço Estadual de

Informações ao Cidadão, mantido pelo Governo do Estado de São Paulo,

protocolo nº 408801711330, uma das perguntas era:

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2) Qual era o valor anterior, pago ao longo de 2016? E

o de 2015? E o de 2014?

Resp.: A tarifa é reajustada, conforme determina o

Contrato de Concessão, sempre no mês de fevereiro

de cada ano. A seguir informamos as tarifas praticadas

desde 2014:

Data do Reajuste Tarifa Integrada Tarifa Exclusiva

01/02/2014 R$ 1,6363 R$ 3,2726

01/02/2015 R$ 1,7167 R$ 3,4334

01/02/2016 R$ 1,9033 R$ 3,8066

01/02/2017 R$ 2,0187 R$ 4,0373

Ora Excelência é necessário recordar que a tarifa

fora de: R$ 3,00 no ano de 2014; passando para R$ 3,50 em 06/01/2015

sendo de R$ 3,80 desde 09 de janeiro de 2016. Para melhor compreensão

do mecanismo perverso, separamos a seguir as duas situações: tarifa

integrada e tarifa exclusiva.

No primeiro caso, admitamos para argumentar a

hipótese de um usuário embarcar somente na Via Quatro (Butantã –

Luz, por exemplo) e faz isso desde 2014, comprando bilhete diariamente:

ano Tarifa Exclusiva

Tarifa Exclusiva

diferença

2014 R$ 3,27 R$ 3,00 R$ 0,27

2015 R$ 3,43 R$ 3,50 -

2016 R$ 3,81 R$ 3,80 R$ 0,01

2017 R$ 4,04 R$ 3,80 R$ 0,24

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Repare Excelência, o Governo do Estado já

gasta atualmente R$ 0,24, além do valor pago pelo usuário para o

Concessionário Linha Via Quatro, nas ocorrências de tarifa exclusiva, o

que somente evidencia a perversidade desse modelo de remuneração.

Mas não é somente isso.

No segundo caso, admitamos para argumentar a

hipótese de um usuário que embarca na CPTM em Guaianases, faz

baldeação (transferência de linhas) na Estação Brás do Metrô onde

não paga pela transferência e embarca na Luz na Via Quatro rumo a

Estação Pinheiros. Nesse trajeto todo o usuário paga apenas uma tarifa

na entrada, porém utiliza-se de três empresas diferentes e a participação

ficaria então:

R$ 3,80 – R$ 2,187 (Via Quatro) = R$ 1,613

Logo, sobra apenas R$ 1,1613 para o METRÔ e

CPTM. Dividindo-se pelas duas empresas, temos R$ 0,8065. Repare

Excelência, pelo mesmo usuário a empresa privada Via Quatro, recebe

quase três vezes o valor que o Metrô e a CPTM.

Todavia, se levada a efeito a malfada

privatização, a situação ficaria ainda mais absurda: para argumentar,

portanto é certo que irá ocorrer o pagamento dessa tarifa contingente. E

para tanto recorremos a um outro exemplo prático: usuário que mora no

Tatuapé e trabalha no Brooklin – algo bastante comum – que embarca no

Tatuapé na Linha 3 (Metrô) e vai até Republica, lá embarca na Linha 4

(Via Quatro) Pinheiros, embarca na Linha 9 (CPTM) até a Estação Santo

Amaro e por fim embarca na Linha 5 (CONSÓRCIO). Tudo isso, com

baldeação gratuita nas estações mencionadas e com apenas uma

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tarifa de R$ 3,80, utilizou-se de quatro empresas diferentes. Pelas

regras contidas no edital de concessão:

VIA QUATRO CONSÓRCIO METRÔ CPTM

R$ 2,02 R$ 1,73 - -

E o pior: as duas empresas públicas,

METRO e CPTM, não receberam sequer um centavo, já que elas não

foram agraciadas com um contrato tão vantajoso como o que se

oferta com o presente leilão.

Esse absurdo mecanismo encontra-se expresso

na cláusula 25.8 da Minuta do Contrato 25.8:

“25.8 – A CONCESSIONÁRIA terá direito a receber

diariamente em dias de expediente bancário em sua

conta bancária, mencionada na cláusula 20.3, a parte

que lhe cabe nas receitas comuns provenientes da

arrecadação tarifária, a partir do início da

OPERAÇÃO COMERCIAL, devendo ser observadas:

(i) as obrigações de recebimento já contraídas pelo

PODER CONCEDENTE com as concessionárias Via

Quatro, Move São Paulo e Concessionária do

Monotrilho da Linha 18 Bronze, bem como outras

concessionárias de serviço público de transporte

coletivo de passageiros que fizerem parte do SISTEMA

DE ARRECADAÇÃO e tiverem contratos anteriores

com o PODER CONCEDENTE.

(ii)preferência em relação às obrigações de

recebimento dos demais integrante (METRÔ e

CPTM)

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E agora, Excelência, vem o toque final desse

sistema montado para prejudicar a coisa pública e mais especificamente

lesar ao METRÔ e a CPTM. Vide item:

“ 25.4.1 A quota parte do METRÔ e da CPTM nas

receitas comuns apuradas pelo COMITÊ

METROFERROVIÁRIO terá caráter variável em

função das regras de rateio previamente estabelecidas

perante a CÂMARA DE COMPENSAÇÃO, com a

observância dos critérios de cálculo e ajustes

previstos no CONTRATO e deverá ajustar-se ao

valor do saldo apurado após a dedução da quota

parte das concessionárias privadas.”

Pasme Excelência. Os Réus METRÔ, CPTM e

seus respectivos Presidentes, na referida minuta de contrato, figuram

como intervenientes, ou seja, estão assentindo com essas regras.

Toda a conduta do agente público - lembre-se,

presidentes de Sociedades de Economia Mista, como é o casos das

Rés METRÔ e CPTM - deve agir em conformidade com os princípios

constitucionais já elencados, mas destaca-se também o princípio da

prevalência do interesse público sobre o privado.

Mas o que se vê é exatamente o oposto ao

assentirem com perverso mecanismo de transferência de riquezas.

Na realidade, eles estão enterrando o futuro das duas empresas ao

figurarem como Intervenientes num processo eivado de nulidades, como o

apontado, mas principalmente com claro propósito de favorecimento dos

entes privados, em detrimento das empresas públicas.

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Dúvida alguma não há de que as regras contidas

no Edital, com relação à fixação do valor da tarifa estão totalmente

desvinculados daqueles que devem nortear os processos de licitação,

afigurando-se em flagrante desvio de finalidade.

De acordo com os mais renomados publicistas o

desvio de finalidade ou de poder assim se verifica:

"O ato praticado com desvio de finalidade - como todo

ato ilícito ou imoral - ou é consumado às escondidas

ou se apresenta disfarçado sob o capuz da legalidade

e do interesse público. Diante disto, há que ser

surpreendido e identificado por indícios e

circunstâncias que revelem a distorção do fim legal,

substituído habilidosamente por um fim ilegal ou

imoral não desejado pelo legislador. Dentre os

elementos indiciários do desvio de finalidade está a

falta de motivo ou a discordância dos motivos com o

ato praticado. Tudo isto dificulta a prova do desvio de

poder ou de finalidade, mas não a torna impossível se

recorrermos aos antecedentes do ato e à sua

destinação presente e futura por quem o praticou"

(Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo

Brasileiro, Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 1984,

pág. 74/75 - grifei)

"Se indício é qualquer coisa ou fato sensível que tem

ou pode ter relação com outro fato (João Mendes de

Almeida Júnior, Direito Judiciário Brasileiro, 3ª ed.,

1940, p.210), é bem de ver-se a importância que tal

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elemento adquire na comprovação do desvio de poder,

quando se sabe quão difícil é encontrar prova,

absolutamente irrefutável, que comprometa o editor do

ato, autoridade administrativa, regra geral,

esclarecida e astuta para incriminar-se, deixando

vestígios, mesmo leves, de sua intenção "distorcida".

Nesse caso, os sintomas é que revelarão "o mal",

inserido num quadro clínico indiscutível (Cf. nosso

artigo Sintomas denunciadores do desvio de poder, em

Revista da Procuradoria-Geral do Estado de São

Paulo, 1976, p. 27 a 44).

Denominamos "sintoma" do desvio de poder

qualquer traço interno ou externo, direto, indireto ou

circunstancial que revele a "distorção" da vontade do

agente público ao editar o ato, praticando-o não por

motivo ou interesse público, mas por motivo privado.

(J. Cretella Jr., Anulação do Ato Administrativo por

Desvio de Poder, Forense, Rio de Janeiro, 1978, pág.

106 - grifei).

Há toda evidência que este processo licitatório

que ora se questiona, tem dentre suas finalidades implícitas beneficiar os

atuais e futuros concessionários de Serviços Públicos de transporte

metroviário, com a transferência de recursos tarifários das empresas Rés

METRÔ e CPTM e, ainda, com o acréscimo de recursos do Governo

do Estado.

Toda essa farra, realizada à custa do erário

público!

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Tão sintomático é o desvio de finalidade e a

consequente ilegalidade da licitação que o edital não se compadece de

afirmar que:

“20.5.1 - O início da OPERAÇÃO COMERCIAL DA

LINHA 5 sem nenhuma das estações Santa Cruz e/ou

Chácara Klabin, por fatores alheios à atuação da

CONCESSIONÁRIA, acarretará o acréscimo na

TARIFA DE REMUNERAÇÃO, indicada na cláusula

20.1, do valor de R$ 1,02 (um real e dois centavos),

data base de 01/2/20017, resultando na TARIFA DE

REMUNERAÇÃO CONTINGENTE de R$ 2,75 (dois

reais e setenta e cinco centavos), na data base de

01/02/2017, até o início da OPERAÇÃO COMERCIAL

de ao menos uma das Estações Santa Cruz e Chácara

Klabin”

.................

Cláusula 20.5.3 – A incidência da TARIFA DE

REMUNERAÇÃO CONTINGENTE é um mecanismo

de mitigação dos impactos econômico-financeiros do

CONTRATO, de forma que o seu recebimento, pela

CONCESSIONÁRIA, durante o período de até 06

(seis) meses, será considerado como a completa e

definitiva recomposição de reequilíbrio econômico-

financeiro do CONTRATO, não sendo aplicável a

disciplina prevista na Cláusula 49 e na Cláusula 50.

(alterado pelo comunidade de 201/12/17)

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20.5.3.1. Caso haja incidência da TARIFA DE

REMUNERAÇÃO CONTINGENTE por um período

superior a 6 (seis) meses:

(i) as PARTES iniciarão imediatamente o

procedimento de recomposição do equilíbrio

econômico-financeiro do CONTRATO, nos termos da

Cláusula 49 e da Cláusula 50, visando à apuração do

valor eventualmente devido, considerando-se apenas

os efeitos financeiros posteriores a este período de 06

(seis) meses de incidência da TARIFA DE

REMUNERAÇÃO CONTINGENTE, e considerando-

se, ainda, a contabilização dos valores auferidos em

razão da aplicação da TARIFA DE REMUNERAÇÃO

CONTINGENTE após este período de 06 (seis) meses;

(alterado pelo comunidade de 201/12/17)

O que somente causa o estranhamento dos

Autores pelo desprezo que os Réus demonstram pelo dinheiro público.

Para argumentar, portanto é certo que irá ocorrer

o pagamento dessa tarifa contingente. E para tanto recorremos a um outro

exemplo prático: nas estações mencionadas e com apenas uma tarifa

de R$ 3,80, utilizou-se de usuário que mora no Tatuapé e trabalha no

Brooklin – então embarca no Tatuapé na Linha 3 (Metrô) vai até

Republica, lá embarca na Linha 4 (Via Quatro) Pinheiros, embarca na

Linha 9 (CPTM) até a Estação Santo Amaro e por fim embarca na Linha 5

(CONSÓRCIO). Tudo isso, com baldeação gratuita quatro empresas

diferentes, pelas regras contidas no edital de concessão:

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VIA QUATRO CONSÓRCIO METRÔ CPTM GESP

R$ 2,02 R$ 2,75 - - R$ 0,97

Em suma, o Governo do Estado de São Paulo

(GESP) teria que arcar com R$ 0,97, de cada usuário que fizer a utilização

dessas empresas. E o pior, as duas empresas públicas, METRO e CPTM,

não receberam sequer um centavo, já que elas não foram agraciadas

com um contrato tão vantajoso como o que se oferta com o presente

leilão.

Apenas, para que não se perca de vista o

conjunto das ilegalidades, essa regra de tarifa contingente fora

estabelecida com base em estudos elaborados pelas empresas privadas,

atendendo ao EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 2-2015, visando

ao APROFUNDAMENTO DOS ESTUDOS PARCERIA LINHA 5 E LINHA

17 DO METRÔ, conforme consta do DOE de 20 de novembro de 2015.

Lembremos o que consta já da introdução do referido edital:

O projeto de parceria objeto do presente Chamamento

Público é oriundo de proposta apresentada em 23 de

julho de 2015 pela empresa CCR S/A, por meio do

sítio eletrônico www. parcerias.sp.gov.br (“Plataforma

Digital de Parcerias”), com o objetivo de realizar os

estudos de viabilidade técnica, jurídica e econômico-

financeira visando à delegação pelo Estado de São

Paulo à iniciativa privada dos serviços de adequação,

operação e manutenção da Linha 5-Lilás do Metrô.

Ora Excelência, não poderia ser outro o resultado

quando é a iniciativa privada quem dá início a um processo de concessão,

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estabelecendo as premissas e realizando os estudos técnicos, senão a

propositura da espúria regra de pagamento de tarifas.

Se por um lado é até natural que a iniciativa

privada proponha uma regra absurda como a exposta, totalmente, lesiva

ao patrimônio público, por outro os imperativos princípios contidos na

norma constitucional e infraconstitucional tem o condão de justamente

evitar que o agentes públicos compactuem com isso. Mas o que vemos

fora exatamente o oposto: os Réus elaboraram as regras que representam

um verdadeiro assalto aos cofres públicos.

Com efeito o artigo 11 da Lei de Improbidade

Administrativa, certamente, encontra-se violado pela quantidade de

ilegalidades até aqui apontadas:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa

que atenta contra os princípios da administração

pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres

de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade

às instituições, e notadamente:

O Eminente Ministro JOSÉ DELGADO, do STJ ao

relata o RECURSO ESPECIAL Nº 695.718 – SP, em seu voto a referir-se

a tal dispositivo legal, assim comenta:

A doutrina salienta que a proteção da moralidade

administrativa é atualmente causa autônoma da

ação popular, independentemente de produzir

prejuízo ao erário. Segundo Wallace Paiva Martins

Júnior (obra citada anteriormente), na ação de

improbidade administrativa é a causa principal, uma

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vez que também reprime civilmente o enriquecimento

ilícito e os atentados a princípios da administração

pública, isto é, a valores éticos e morais da estrutura

administrativa brasileira, independentemente da

ocorrência de efetiva lesão ao erário no seu aspecto

material.

Ao estatuir o art. 11, o legislador silenciou quanto ao

aspecto subjetivo do ato do agente. Não especificou a

necessidade da conduta estar revestida de dolo ou

culpa, impulsionada por boa ou má-fé. Desse modo, a

melhor interpretação a ser oferecida ao dispositivo em

comento não pode ser a extensiva, sob pena de

acrescentar o que a lei não desejou.

Não há razão para se admitir, tendo em vista a

explícita admissão do dolo e da culpa no art.

10, que a lei tenha exigido o dolo para o art. 11 e

tornado impunível o ato culposo nestas espécies de

ações ímprobas.

Em síntese, a ofensa à moralidade e a agressão ao

princípio da legalidade administrativa são causas

previstas para a incidência da Lei 8.429/92. Uma vez

evidenciado que o administrador público agiu

displicentemente no trato da coisa pública - de forma

omissiva ou comissiva, por culpa ou dolo, com boa

ou má-fé – reclama-se a necessidade de resposta

estatal firme e a conseqüente repressão aos atos

caracterizados como de improbidade administrativa.

(grifo nosso)

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Portanto, é forçoso que os atos perpetrados pelos

Réus estão eivados de nulidade desde o seu nascedouro, devendo

culminar na nulidade de todo o certame.

Caso não haja pronta intervenção judicial,

certamente, teremos a população de São Paulo, rapidamente, pagando

uma tarifa muito mais elevada que a atual, ou a breve quebradeira do

Governo Estadual.

X – DA TERCEIRA LESÃO AO PATRIMÔNIO

PÚBLICO – DO IRRISÓRIO VALOR DO

CONTRATO FRENTE AO NÚMERO DE

USUÁRIOS TRANSPORTADOS

Na hipótese dos autos a irracionalidade é o traço

mais marcante na definição do valor da outorga mínima, basta verificar a

quantidade atual de usuários que o sistema transporta.

Ora Excelência, essa concessão pode ser

explicada: o Concessionário não necessitará fazer absolutamente nada! É

só assumir a linha e continuar rodando (claro que isso é mera força de

expressão, há uma rápida transição prevista no edital), mas uma coisa é

verdade: nada será construído, nenhum equipamento será comprado,

nenhum sistema será instalado, no popular: “é só virar a chave e

rodar”!

Pois bem, se considerarmos apenas o

carregamento da linha 5, ou seja, a quantidade de passageiros

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transportados, obtém-se no site da transparência da Cia. do Metropolitano

de São Paulo:

INFORMAÇÕES SOBRE A DEMANDA

ENTRADA DE PASSAGEIROS POR LINHA¹ Agosto/2017

DEMANDA (milhares)

Linha 1

Azul

Linha 2

Verde

Linha 3

Vermelha

Linha 5

Lilás

Linha 15

Prata

Rede

Total 27.124 14.080 31.640 6.652 259 79.755

Média dos dias úteis

1.032 546 1.188 253 11 3.029

Média dos Sábados

563 238 704

147 3 1.656

Média dos Domingos

284 143 373

62 1 864

Máxima Diária 1.059 563 1.219 262 11 3.107

¹ Corresponde às entradas pelas linhas de bloqueios

Fonte: Diretoria de Operações / Coordenadoria Técnica de Estudos e Informação - Agosto/2017

Extraído: site: https://transparencia.metrosp.com.br/dataset/demanda

Ora Excelência, nessa ordem de ideias salienta-

se que foram 6.652.000, no mês de agosto. Adotemos esse último valor

para um simples cálculo:

quantidade de usuários tarifa Receita bruta

6.520.000 R$ 1,73 R$ 11.279.600,00

Se considerarmos, a hipótese da malfadada

“tarifa contingente”, então teremos:

quantidade de usuários tarifa Receita bruta

6.520.000 R$ 2,75 R$ 17.930.000,00

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Pasme Excelência, se praticada a tarifa normal

em apenas 17 (dezessete) meses a receita bruta obtida somente com a

tarifa, será suficiente para recuperar os R$ 189.622.380,64. No entanto, se

praticada a tarifa contingente, em apenas 11 (onze) meses se alcança o

valor da outorga mínima.

Mas não é somente essa a receita da Linha 5.

Vejamos.

Com efeito, é o contido na cláusula 22, que trata

das chamadas “receitas acessórias”:

22.1 – “A CONCESSIONÁRIA, por sua exclusiva

responsabilidade, poderá explorar fontes alternativas e

complementares da receita e empreendimentos

associados à CONCESSÃO, visando a obtenção de

RECEITAS ACESSÓRIAS, desde que estas atividades

não comprometam a segurança da operação e os

padrões de qualidade do SERVIÇO CONCEDIDO,

conforme previsto nas normas e procedimentos

integrantes deste contrato.”

22.2 – Serão consideradas RECEITAS ACESSÓRIAS

aquelas não decorrentes diretamente da exploração do

SERVIÇO CONCEDIDO, tais como aquelas oriundas

de serviços de publicidade, aluguel de espaços

comerciais e prestação de outros serviços

complementares.”

E mais adiante, na cláusula 22.16, está escrito:

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“22.16 - Caso o montante total das RECEITAS

ACESSÓRIAS supere 12% (doze por cento) do valor

auferido pela CONCESSIONÁRIA a título de

RECEITA TARIFÁRIA, o excedente será

compartilhado com o PODER CONCEDENTE, que

perceberá o correspondente a 20 (vinte por cento) do

valor excedente.

22.16.1 – O valor correspondente a 20% (vinte por

cento) do excedente de que trata a cláusula 22.16

deverá ser objeto de encontro de contas, por meio de

balancete e demonstrativo de resultados, apresentados

conforme exigência deste CONTRATO, e descontado

do valor devido a título de RECEITA TARIFÁRIA à

CONCESSIONÁRIA.

22.16.2 – O desconto de que trata a cláusula 22.16.1

ocorrerá em periodicidade anual, a partir do terceiro

ano de vigência da CONCESSÃO, no 5º (quinto) dia

útil do mês de maio de cada ano da CONCESSÃO.

22.17 – Para fins deste CONTRATO, as RECEITAS

ACESSÓRIAS são consideradas aleatórias, de modo

que a CONCESSIONÁRIA não fará jus ao reequilíbrio

econômico-financeiro, tampouco a quaisquer

indenizações pelos investimentos realizados, ainda que

o empreendimento associado tenha sido objeto de

aceite pelo PODER CONCEDENTE.”

Apenas para que se possa ter ideia do montante

dessas receitas, vale observar o impacto atual de todas as receitas não

tarifárias no resultado financeiro da Cia. do Metropolitano de São Paulo.

Para tanto devemos observar o relatório de administração da Terceira Ré

(Companhia do Metropolitano de São Paulo), vide fl. 49:

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A receita não tarifária auferida no ano de 2016 com a

exploração comercial dos segmentos: imobiliário,

publicidade, varejo, telefonia e áreas incorporadas alcançou

o montante de R$ 188.741mil, representando um crescimento

de 1,2% em relação ao ano anterior.

Destaca-se o segmento imobiliário que totalizou R$ 92.947

mil, representando 49% das receitas não tarifárias

abrangendo: Shopping Centers Metrô Tatuapé, Boulevard

Tatuapé, Santa Cruz, Itaquera, Tucuruvi e Centros

Comerciais Marechal Deodoro, Vila Madalena e Vila

Mariana, além dos Terminais Rodoviários Tietê e Jabaquara,

e imóveis. As demais receitas são provenientes de:

publicidade (exploração de mídia, TV Minuto, fotos &

filmagem etc.); varejo (ações promocionais, lojas e espaços);

telefonia e áreas incorporadas (Bilhete Único, incorporação

de patrimônio e cabeamento), conforme representado abaixo:

Veja Excelência, somente com a publicidade o

METRÔ faturou em 2016 o valor de R$ 188.741.000,00 (cento e oitenta e

oito milhões setecentos e quarenta e um mil reais). É certo que parte

significativa desse valor advém das estações atuais da Linha 5.

Sendo forçoso reconhecer que o valor aquilatado

para essa concessão encerra uma grande dilapidação do patrimônio

público, que não pode ser permitida pelo MM Juízo.

E o pior Excelência, é que esse assalto aos cofres

estaduais é muito maior do que se possa imaginar. Em recente

reportagem divulgada pela própria Secretaria dos Transportes

Metropolitanos, cujo titular também figura como Réu, a projeção é que

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após a conclusão das obras somente a linha 5 transporte 800.000

passageiros por dia.

Ou seja, considerando que a média atual é de

262.000, em suma, o número de passageiro irá triplicar.

Ora Excelência, essa linha se não privatizada

significará um importante incremento de receita ao METRÔ, o que o

fortaleceria como empresa pública e permitiria a continuidade da

prestação de serviço de excelência, não se mostrando racional que venha

a concordar com essa licitação.

Resta evidente, que os Réus ao estabelecerem

valor de pagamento de outorga da concessão, sabidamente irrisório, e

fixar preço de tarifa em flagrante prejuízo às empresas públicas que

atualmente operam o sistema de transporte, afrontam ao princípio da

eficiência insculpido no artigo 37 da CF.

Evidencia-se o princípio da Eficiência, o qual, num

grau não inferior aos demais, vem ditar ao gestor público o dever de

celeridade, eficácia, economicidade, efetividade e qualidade por

ocasião da concretização de seus atos administrativos.

É melhor entendido e aplicado quando visualizado

pelo aspecto econômico: visa a combater o mau uso dos recursos

públicos, bem como, a ausência de planejamento na gestão pública.

Permite avaliar se, em face do recurso aplicado, foi obtido o melhor

resultado, fortalecendo desta maneira, o controle de resultados:

“O princípio da eficiência apresenta, na realidade,

dois aspectos: pode ser considerado em relação ao

modo de atuação do agente público, do qual se espera

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o melhor desempenho possível de suas atribuições,

para lograr os melhores resultados; e em relação ao

modo de organizar, estruturar, disciplinar a

Administração Pública, também com o mesmo objetivo

de alcançar os melhores resultados na prestação do

serviço público.” (DI PIETRO, 2002, p. 83).

No mesmo sentido, GASPARINI especifica:

“Conhecido entre os italianos como “dever de boa

administração”, o princípio da eficiência impõe à

Administração Pública direta e indireta a obrigação de

realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e

rendimento, além, por certo, de observar outras

regras, a exemplo do princípio da legalidade. Pela EC

n. 19/98, que o acrescentou ao rol dos consignados no

art. 37, esse princípio ganhou status constitucional.”

(GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 8ª

ed., rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2003, p.20).

Não se pode olvidar que esse incremento de

usuários potencializará ainda mais a transferência de receitas entre

METRÔ e a CPTM e o futuro concessionário.

A conduta dos Réus é, igualmente, afrontosa ao

que preconiza o artigo 7º da Lei Estadual 9.361/1996, que estabelece:

Artigo 7.º - A determinação do preço mínimo dos

projetos de desestatização levará em consideração

estudos elaborados com base na análise detalhada das

condições de mercado, da situação econômico-

financeira e das perspectivas de rentabilidade da

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sociedade, atividade ou bens e direitos a serem

desestatizados.

Já que não se verifica qualquer equilíbrio entre o

preço fixado e as perspectivas de rentabilidade, salta aos olhos o tamanho

da lesão ao patrimônio público.

Por derradeiro, a Lei 12.529 de 30 de novembro

de 2011, estabelece em seu art. 1º e 36:

Art. 1o Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de

Defesa da Concorrência - SBDC e dispõe sobre a

prevenção e a repressão às infrações contra a ordem

econômica, orientada pelos ditames constitucionais de

liberdade de iniciativa, livre concorrência, função

social da propriedade, defesa dos consumidores e

repressão ao abuso do poder econômico.

Parágrafo único. A coletividade é a titular dos bens

jurídicos protegidos por esta Lei.

(...)

Art. 36. Constituem infração da ordem econômica,

independentemente de culpa, os atos sob qualquer

forma manifestados, que tenham por objeto ou

possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não

sejam alcançados:

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a

livre concorrência ou a livre iniciativa;

II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;

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III - aumentar arbitrariamente os lucros; e

IV - exercer de forma abusiva posição dominante.

A modelagem desenhada pelas empresas

privadas, capitaneadas pela CCR S/A e, ainda custeada pelo Estado, é

bastante engenhosa:

tem garantia de tarifa mais vantajosa;

prioridade no recebimento de valores;

possibilidade de exploração comercial das áreas das estações;

garantia de tarifa vultosa no caso de atraso das obras;

potencial de triplicar a clientela em poucos meses; e

vem com mecanismo de transferência de riquezas que forçará a

quebra das empresas públicas de transporte: METRÔ e CPTM.

Essas manobras representam significativa lesão

aos cofres públicos, bem como, infração a própria ordem econômica. E,

certamente, não poderá prevalecer sob pena de vermos o Estado de São

Paulo se aproximar da “quebradeira” que hoje impera em outros Estados

Federados.

XI – DA QUARTA LESÃO AO PATRIMÔNIO

PÚBLICO – DEFINIÇÃO DE PREMISSAS E

REQUISITOS DE PARTICIPAÇÃO –

FAVORECIMENTO DE GRUPO ECONÔMICO

Ora Excelência, os fatos encadeados até o

momento apontam para um roteiro de dilapidação do patrimônio e forte

intervenção de grupos econômicos no processo. Vamos aos fatos.

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Inicialmente, conforme já salientamos constar do

DOE de 20 de novembro de 2015, fora publicado o EDITAL DE

CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 2-2015, visando ao APROFUNDAMENTO

DOS ESTUDOS PARCERIA LINHA 5 E LINHA 17 DO METRÔ. No

entanto, o que chama atenção é que consta da introdução do referido

edital:

O projeto de parceria objeto do presente Chamamento

Público é oriundo de proposta apresentada em 23 de

julho de 2015 pela empresa CCR S/A, por meio do sítio

eletrônico www. parcerias.sp.gov.br (“Plataforma

Digital de Parcerias”), com o objetivo de realizar os

estudos de viabilidade técnica, jurídica e econômico-

financeira visando à delegação pelo Estado de São

Paulo à iniciativa privada dos serviços de adequação,

operação e manutenção da Linha 5-Lilás do Metrô.

Repare Excelência que a empresa CCR S/A é

responsável desde o início da elaboração da modelagem econômica pelo

estabelecimento das premissas. E já na reunião seguinte do CPED, já

surge a malfada ideia da criação da “tarifa contigente” e limitação da

outorga variável em apenas 1%.

Na reunião do CPED de 23 de fevereiro de 2017,

publicada no DOE de 28/03/2017: O processo de seleção das propostas

resultou no aproveitamento total de 29,09%, cabendo ressarcimento total de R$

2.543.500,00 às empresas autorizadas, cujos estudos foram efetivamente

utilizados, pelo vencedor de eventual licitação.

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Posteriormente, retificada em 11 de abril de

2017, determinou:

Onde se lê: “Como resultado, aos estudos

apresentados pela CCR S/A caberá o ressarcimento de

R$ 204.000,00. Aos estudos apresentados pela

Odebrecht Mobilidade S/A caberá o ressarcimento de

R$ 459.000,00”, leia-se: “Como resultado, aos estudos

apresentados pela CCR S/A caberá o ressarcimento de

R$ 829.000,00. Aos estudos apresentados pela

Odebrecht Mobilidade S/A caberá o ressarcimento de

R$ 204.000,00”.

Em suma, se o total era de R$ 2,9 milhões e

coube à CCR/SA R$ 829 mil, é sinal de que fora dela o estudo

preponderante. Mas afinal, o que há de ilegal nisso? Repare Excelência,

que já salientamos linhas acima que foram adotados critérios bastante

danosos aos cofres públicos que já vem sangrando ao erário em favor do

Consórcio Via Quatro, cujo sócio majoritário é justamente quem elaborará

as premissas do estudo de viabilidade econômica.

Porém ao definir os critérios de habilitação

técnica, reunião do CPED de 23 de fevereiro de 2017, publicada no DOE

de 28/03/2017, restou definido: Será exigida, como critério de habilitação

técnica, a operação comprovada de sistema de transporte com tecnologia de

metrô, monotrilho ou ferroviária por, no mínimo, 12 meses, além de, pelo menos,

400 mil entradas de passageiros, em média, por dia útil, sendo admitida a soma

de atestados, desde que pelo menos um dos atestados apresente 50% do

quantitativo exigido.

Esse requisito restou estampado no item 16 do

Edital de Licitação:

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13.6.2. Para a comprovação da aptidão para o

desempenho de atividade pertinente e compatível em

características, quantidades e prazos com o objeto da

LICITAÇÃO, a LICITANTE deverá comprovar

experiência prévia na operação de sistema de

transporte público de passageiros urbano ou

metropolitano com tecnologia de metrô, de metrô leve

(monotrilho, VLT) ou ferroviária, por no mínimo 12

(doze) meses consecutivos, com pelo menos 400

(quatrocentas) mil entradas de passageiros, em média

por dia útil, admitindo-se a soma de atestados para a

comprovação do quantitativo de entrada de

passageiros exigido, desde que pelo menos um dos

atestados apresente 50% (cinquenta por cento) do

quantitativo exigido.

Ora Excelência, essa regra que parece ser uma

regra que visa assegurar a competência técnica do futuro Concessionário,

nada mais é do que uma forma dissimulada de favorecer ao Grupo CCR

S/A. Entenda por que:

Inicialmente um carregamento de 400 mil

usuários por dia somente é possível de ser obtido nas grandes capitais, ou

num conjunto de diversas capitais e grandes cidades. É sabido que no

país inexiste investimento privado e público em transporte sobre trilhos.

Para ilustrar, o Metrô de Belo Horizonte é operado

pela CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos; cerca de 240 mil

pessoas utilizam o Metrô, diariamente.

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Já o Metrô de Porto Alegre é operado pelo

Governo Federal através da empresa Trensurb, transportando cerca de

228 mil usuários por dia.

Por sua vez, o Metrô de Recife, é operado pela

Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Compõe-se atualmente

(2018) de vinte e nove estações, com linhas que somam 71 quilômetros

de extensão (quando somada a extensão do sistema complementar por

VLT - 39,5km considerando apenas o Metrô), transportando cerca de 600

mil usuários por dia.

O Metrô de Brasília é um sistema de metrô que

opera em 6 regiões administrativas do Distrito Federal, sendo operado

pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, transportando uma

média de 144 mil passageiros por dia

No Brasil, ainda existem mais três Metrôs: Natal,

Maceió, e João Pessoa, todos operado pela Companhia Brasileira de

Trens Urbanos (CBTU), com média diária de passageiros inferior a onze

mil passageiros.

O Metrô do Rio de Janeiro é o segundo mais

movimentado do país, operado pelo Grupo Invepar transportando

diariamente cerca de 850 mil passageiros.

Todavia, no Brasil é o Grupo CCR S/A quem

opera mais nesse segmento. A empresa CCR, que é detentora de 49% do

capital social do Consórcio Via Quatro, opera a Linha 4 do Metrô de São

Paulo; opera o Metrô de Salvador e o VLT no Rio de Janeiro.

Como é possível, notar embora tenha sido

formulada como uma licitação internacional, é certo que o interesse pelo

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negócio deverá ficar limitado aos grupos nacionais. Nesse passo, somente

dois grupos locais poderiam se habilitar: o Grupo Invepar Participações

e o Grupo CCR S/A, já que o único Metrô com o porte requerido é

operado pela CBTU, em Recife.

No entanto, resta claro que havendo apenas dois

grupos no país aptos a se habilitarem e sendo um deles o formulador de

toda a modelagem do negócio, é certo que esse grupo econômico tem

larga vantagem, quer seja no recebimento prévio e conhecimento de

informações estratégicas do negócio, como pela própria omissão ou

superdimensionamento de determinados pontos do modelo desenhado

para essa licitação.

Mas não para por ai. No último período, com a

crise econômica e com a consequente dificuldade de acessar o mercado

de capitais, a Invepar se viu afogada em dívidas milionárias, obrigando-a a

vender suas participações acionárias. Diante deste cenário, o Grupo

CCR/SA assumiu a dianteira na disputa por sua concorrente. Segundo

matéria dos jornais VALOR ECONÔMICO e O GLOBO de novembro de

2017:

“CCR, que tem entre seus controladores a Camargo

Corrêa e a Andrade Gutierrez, assumiu a dianteira na

disputa pela Invepar, que tem a concessão do

aeroporto de Guarulhos e do metrô do Rio. Na

proposta que está sobre a mesa, a concessionária

carioca seria incorporada pela concorrente mediante

operação que combinaria troca de ações e injeção de

capital. Com isso, segundo fontes a par das

negociações, os fundos de pensão Previ (de

funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e

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Petros (Petrobras), que hoje tem 25% na Invepar cada,

passariam a ser sócios da CCR. A empresa precisa de

cerca de R$ 800 milhões para resolver seus problemas

de caixa”.

Ou seja, Excelência, diante da possível

incorporação da Invepar pelo Grupo CCR/SA, a “disputa” que já era

limitada ficará exclusiva. O Grupo CCR/SA é em todos os aspectos

não só o que detém a maior vantagem como, provavelmente, o único

grupo capaz de se habilitar às exigências do Edital, cujo modelo de

negócio, reforça-se, foi por ele formulado.

Repise, há uma coincidência de cláusulas

danosas ao erário entre a PPP da linha 4 e a futura concessão da Linha 5,

evidenciando uma forte influência do citado grupo econômico. Na

modelagem do negócio, data maxima venia, restam violadas as regras

mais elementares de um processo licitatório.

Colaciona-se, do disposto da Lei de Improbidade

Administrativa no art. 4º da Lei:

Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou

contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das

pessoas ou entidades referidas no art. 1º. (...)

III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço

público, quando: (...)

b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas

ou condições, que comprometam o seu caráter

competitivo;

A Lei Federal, 8.987/1995, estabelece:

(...)

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Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida

ou não da execução de obra pública, será objeto de

prévia licitação, nos termos da legislação própria e

com observância dos princípios da legalidade,

moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por

critérios objetivos e da vinculação ao instrumento

convocatório

(...)

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:

XI - incentivar a competitividade;

Ora Excelência, a Constituição Federal, ao

outorgar a prerrogativa ao cidadão através da ação popular para a defesa

da moralidade administrativa, considera suficiente a postulação da

proteção efetiva dos valores éticos, morais, da decência e decoro, dos

atos administrativos, configurando-se o interesse processual dos Autores,

em favor do interesse público.

XII – DA QUINTA LESÃO AO PATRIMÔNIO

PÚBLICO - DA SUBCONTRATAÇÃO ILEGAL

O primeiro Réu houve por bem no curso do

processo licitatório alterar a cláusula 63.6 da minuta do contrato, que faz

parte do edital. Assim, a anterior redação dizia o seguinte:

“É vedada a contratação, pela CONCESSIONÁRIA, de

qualquer terceiro que tenha figurado como

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LICITANTE, que tenha sido desabilitado,

desclassificado ou vencido na LICITAÇÃO”

No entanto, a nova redação passou a dizer o

seguinte:

“A CONCESSIONÁRIA deverá submeter à prévia

anuência do PODER CONCEDENTE a contratação de

terceiro que tenha figurado como LICITANTE na

LICITAÇÃO, que tenha sido inabilitado,

desclassificado ou vencido na LICITAÇÃO.

Ora Excelência, essa modificação, é

extremamente grave pois permitirá a empresas que não têm condições

legais para contratar com o poder público o fazer de forma indireta. Afinal,

a inabilitação poderá acontecer por motivos triviais, mas também poderá

sê-lo por fatos extremamente graves. Nesse sentido leia-se Marçal Justen

Filho na sua obra COMENTÁRIOS À LEI DE LICITAÇÕES E

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (São Paulo, Dialética, 2012, 15ª. ed.)

à fl. 453:

“A titularidade das condições do direito de licitar é

denominada, usualmente, de “habilitação”. No

entanto, o vocábulo também é utilizado para indicar

tanto a fase procidemental de avaliação das condições

de licitar como a decisão proferida pela

Administração.

Na acepção da fase procedimental, a habilitação

consiste no conjunto de atos orientados a apurar a

idoneidade e a capacitação do sujeito para contratar

com a Administração Pública. Na acepção do ato

administrativo decisório, indica o ato pelo qual a

Administração finaliza essa fase procedimental,

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decidindo sobre a presença das condições do direito de

licitar.......Os requisitos de habilitação consistem em

exigências relacionadas com a determinação da

idoneidade do licitante. É um conjunto de requisitos

que se poderiam dizer indiciários, no sentido de que

sua presença induz à presunção de que o sujeito

dispõe de condições para executar satisfatoriamente o

objeto licitado. Por decorrência, a ausência de

requisito de habilitação acarreta o afastamento do

licitante do certame, desconsiderando-se sua proposta.

O elenco dos requisitos de habilitação está delineado

em termos gerais nos artigos 27 a 32 da lei de

licitações. É inviável o ato convocatório ignorar os

limites legais e introduzir novos requisitos de

habilitação, não autorizados legislativamente.

Está claro que a habilitação é uma fase

extremamente importante no processo licitatório pois é através dela que

se afere a idoneidade da empresa e sua capacitação para contratar com a

Administração Pública. Se ela é inabilitada é porque algo extremamente

grave aconteceu no seu passado.

Ora, candidamente, o que a administração

estadual diz é que essas empresas proibidas pela lei para contratarem

com a administração poderão fazê-lo através da subcontratação. Assim,

aquele dispositivo legal de caráter moralizante é solenemente desprezado

e, indo mais longe e sem medo de exagerar, está-se diante de autêntica

simulação do ato jurídico tal como apontado pela doutrina: “Ela se

caracteriza por um desacordo intencional entre a vontade interna e a

declarada, no sentido de criar, aparentemente, um ato jurídico que, de

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fato, não existe, ou então oculta, sob determinada aparência, o ato

realmente querido” (Monteiro, W. B, Curso de Direito Civil, Editora Saraiva,

edição 2005).

Está claro que com esse aparente inocente

dispositivo procura-se permitir a empresas que estão inidôneas perante o

Poder Público trabalharem para ele indiretamente, através do instituto da

subcontratação.

Afinal, nos dias que correm, quando inúmeras são

as operações levadas a cabo pelo Ministério Público Federal e Polícia

Federal para descobrir ilicitudes praticadas por grandes empresas contra o

erário, quando se descobrem inúmeros crimes praticados por seus

diretores e dirigentes, esse dispositivo recém-alterado cai como uma luva

na vida dessas pessoas.

Há flagrante violação do princípio da moralidade.

Como pode o Estado já prever a contratação eventual de inabilitados

quando é sabido que, caso tenham sido inabilitados, o poderão ter sido

por inidoneidade?

Leia-se Marçal Justen Filho na sua obra

COMENTÁRIOS À LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

ADMINISTRATIVOS (São Paulo, Dialética, 2012), 15ª. ed, à página 947:

“A subcontratação será admitida nos termos e limites

previstos no instrumento convocatório. Ademais, será

exigida a comprovação da viabilidade e

satisfatoriedade da subcontratação. Ainda que não se

estabeleça um vínculo direto e imediato entre a

Administração e o subcontratado, deverá comprovar-

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se uma promessa de subcontratação e a idoneidade

do possível subcontratado. Para isso será

imprescindível que a Administração avalie requisitos

que atestem a regularidade no exercício das atividades

da subcontratada. Afinal, a subcontratação envolve

riscos para a Administração Pública, os quais devem

ser minimizados.”

Essa alteração no edital cria um mecanismo que

possibilita a formação de cartel entre os próprios concorrentes, o que

afrontaria ao que preconiza a Lei 12.529 de 30 de novembro de 2011, que

estabelece em seu artigo 36:

Art. 36. Constituem infração da ordem econômica,

independentemente de culpa, os atos sob qualquer

forma manifestados, que tenham por objeto ou

possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não

sejam alcançados:

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a

livre concorrência ou a livre iniciativa;

II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;

III - aumentar arbitrariamente os lucros; e

IV - exercer de forma abusiva posição dominante.

(...)

§ 3o As seguintes condutas, além de outras, na medida

em que configurem hipótese prevista no caput deste

artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem

econômica:

I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com

concorrente, sob qualquer forma:

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(...)

d) preços, condições, vantagens ou abstenção em

licitação pública;

Não bastasse todas as ilegalidades até aqui

apontadas, o METRÔ ao compactuar com essas regras viola regra de

governança por ele estabelecida e transmitida à Sociedade, vide notas

explicativas constantes do Balanço de 2016:

Outras Contingências

Linha 2 Verde - Cartel de Trens

Um dos Contratos da Companhia foi mencionado nas investigações

do Cartel do mercado metro ferroviário e está sob investigação.

Trata-se do contrato nº 04193800-1, que teve por objeto a

implementação do sistema de parte da Linha 2.

Ações adotadas:

a) Houve a instauração de um Procedimento Administrativo para

apurar se compete aplicar sanções às empresas privadas vinculadas

ao referido contrato ainda não finalizado.

b) A Companhia não mais aceita como subcontratada empresa

que tenha participado do mesmo certame licitatório.

c) A 4ª vara da Fazenda Pública, por meio do processo 0031997-

85.2013.8.26.0053 - Procedimentos Ordinários acolheu a inicial

contra Siemens Ltda e outros com o escopo de obterem

ressarcimento de valores resultantes de dano ao erário, fruto do

sobrepreço praticado nos contratos e subcontratos descritos na

inicial, celebrados com o Metrô e CPTM, no período de 1998 a

2009.

O processo do Cartel de Trens que envolve a Companhia encontra-

se em andamento e nenhuma provisão relacionada a esse assunto foi

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constituída, uma vez que os advogados informaram que não houve

pedido formulado contra a Companhia, portanto não há risco de

perdas.

Portanto, o presidente da Companhia do

Metropolitano de São Paulo nem estaria autorizado pelo Conselho de

Administração do próprio METRÔ a firmar qualquer instrumento jurídico

que contrarie as normas internas de governança da Companhia.

Há flagrante violação do princípio da

moralidade a malfadada regra alterada no interregno entre os dois

leilões, que libera a subcontratação de vencidos por vencedores da

licitação. Ora Excelência a um só tempo:

i. permite contratar quem não preencheu requisitos elementares para

ser contratado direto;

ii. possibilita o ajuste entre vencido e vencedor abrindo a porta para a

simulação de concorrência: por essa regra uma empresa que esteja

envolvida nos atuais escândalos, ou proibida de contratar pelos

tribunais de contas ou mesmo declarada inidônea, pode vir a ser

subcontrada.

Por fim, não é demasiado lembrar que essa

modificação ocorreu entre a realização de um leilão e outro. Basta ver que

sua publicação se deu no DOE de 29/06/2017, ou seja, uma semana

antes da realização do primeiro leilão, não se podendo falar em mera

errata: pois o edital fora publicado em 30 de março de 2017. Trata-se

de um claro ajuste de redação que possibilita esses ajustes espúrios entre

os licitantes.

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XIII – DA SEXTA LESÃO AO PATRIMÔNIO

PÚBLICO – OPERAÇÃO, CAPACITAÇÃO E

TREINAMENTO TÉCNICO DA

CONCESSIONÁRIA PELO METRÔ

A Minuta do contrato de concessão prevê uma

fase pré-operacional, com duração de até 120 (cento e vinte) dias

contados da data de assinatura (cláusula 10.1), que poderá ser prorrogado

“caso haja a necessidade de intensificar a transferência de

conhecimento/monitoramento” (cláusula 10.2).

Segundo consta no quadro da cláusula 10.6 da

Minuta, nesta fase fica sob a responsabilidade do METRÔ o treinamento e

a transferência do conhecimento técnico à Concessionária, o que envolve

até o 30º dia:

-Operação e manutenção do TRECHO

OPERACIONAL;

-Entrega de projetos, manuais e documentação técnica

relacionadas ao TRECHO OPERACIONAL;

-Entrega de inventário dos BENS INTEGRANTES DA

CONCESSÃO disponibilizados à CONCESSIONÁRIA,

e dos recursos materiais de operação e de manutenção,

conforme Cláusula 10.7.1, (iv).

Do 31º (trigésimo primeiro) dia até o 90º

(Nonagésimo) dia, o METRÔ é responsável, continuamente, pela

“operação e manutenção do TRECHO OPERACIONAL”.

Conforme dispõe a cláusula 10.7, da Minuta:

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10.7. A etapa de Treinamento Técnico (Transferência

de Conhecimento), constante do quadro da Cláusula

10.6, terá duração de 30 (trinta) dias, contados da

DATA DE ASSINATURA, período em que:

10.7.1. O PODER CONCEDENTE, por intermédio do

METRÔ, será responsável por:

(i) transferir o conhecimento e capacitar os

MULTIPLICADORES DA CONCESSIONÁRIA, quanto

à operação e à manutenção de instalações,

equipamentos e sistemas, observadas as especialidades

descritas no item 2.3.4 e a carga horária do item

2.3.4.4, ambos constantes do ANEXO XI –

DIRETRIZES PARA TRANSIÇÃO OPERACIONAL E

DE MANUTENÇÃO, que, por sua vez, serão

responsáveis por treinar as diversas equipes

operacionais e de manutenção da CONCESSIONÁRIA;

(ii) operar e manter o TRECHO OPERACIONAL;

(iii) entregar os projetos, os manuais de operação e de

manutenção e documentação técnica relacionada ao

TRECHO OPERACIONAL; e

(iv) entregar à CONCESSIONÁRIA: (iv.a) o

INVENTÁRIO DOS BENS INTEGRANTES DA

CONCESSÃO já passíveis de disponibilização à

CONCESSIONÁRIA; e (iv.b) o TERMO DE ENTREGA

PRÓVISÓRIO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE.

(v) ceder temporariamente os bens administrativos do

TRECHO OPERACIONAL, observado o programa de

ocupação das instalações de que trata a Cláusula 10.5.

Ou seja, ao longo deste período o Metrô arcará

com o treinamento técnico e a operação do trecho concedido, o que

ocorrerá sem qualquer custo à concessionária. O Poder Público, portanto,

além dos prejuízos advindos com a concessão, terá que dispender parte

de seu patrimônio para capacitar o concessionário na gestão da via e

mesmo OPERÁ-LA. O Concessionário, assim, fará uso da estrutura do

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METRÔ e de seus servidores públicos sem qualquer compensação

ou contrapartida, o que reverte no aumento de seus lucros à custa do

Poder Público.

XIII – DA NECESSIDADE DA MEDIDA

CAUTELAR

O § 4º do art. 5º da Lei nº 4.717/65 prevê a

suspensão liminar de ato lesivo ao patrimônio público, verbis:

§ 4º. Na defesa do patrimônio público caberá a

suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Grifamos.

Observe-se que não se trata de mera faculdade,

mas de CABIMENTO da suspensão.

Os argumentos são suficientemente contundentes

para não deixar dúvida da existência de diversos danos decorrente dos

atos já praticados pelos os Réus.

Restaram sobejamente demonstrados os danos

que advirão da manutenção do leilão:

ausência de autorização constitucional e legislativa;

adoção de critérios de escolha de empresa com claro favorecimento

de determinado grupo econômico;

determinação de valor irrisório a ser pago pela outorga

garantia de recebimento de tarifa mais favorável que as empresas

públicas que prestam serviço de mesma natureza, com prioridade

no recebimento desses valores;

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garantia de tarifa vultosa no caso de atraso das obras;

potencial de triplicar a clientela em poucos meses;

criação de mecanismo de transferência de riquezas que forçará a

quebra das empresas públicas de transporte: METRÔ e CPTM;

manifestação preliminar o TCE suspendendo o processo licitatório.

Além disso há afronta aos princípios

constitucionais estampados no artigo 37, ausência de autorização

legislativa determinada no artigo 175 da CF; ofensa a diversos dispositivos

da Leis Federal nº 8.666/93; artigo 2º da Lei nº 9.074/1995; ofensa ao

artigo 36 da Lei Federal nº 12.529 de 30 de novembro de 2011; aos

artigos 14 e 29, inciso XI da Lei Federal, 8.987/1995 e a ofensa ao artigo

7º da Lei Estadual 9.361/1996.

Configurando-se a ofensa ao disposto nos artigos:

2º; 4º; 10º e 11 da Lei 8.429 de 02 de junho de 1992, que trata da

improbidade administrativa.

Demonstrada a plausibilidade do direito argüido,

demonstra-se igualmente o perigo de seu perecimento em decorrência da

demora na prestação jurisdicional.

Claro está o fumus boni iuris.

Já o periculum in mora se configura diante do fato

de que se deve barrar a licitação, pois, concluído aquele processo, caso

seja a presente ação julgada procedente, terá o governo estadual que

descontratar com o vencedor e arcar com os custos de perdas e danos.

Nesse caso, repise, o distrato, nesses casos, se

arrastaria por longos anos, tudo isso com a continuidade do escoamento

dos recursos públicos, como se evidenciou linhas acima.

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E a questão possui elevada URGÊNCIA.

Conforme já salientamos há um açodamento acentuado do Governo

Estadual em consumar esse processo, haja vista a retomada da licitação

em comunicado de 20 de dezembro de 2017, que informou da nova data

da sessão pública de recebimento e abertura dos envelopes marcada

para o dia 19 de janeiro de 2018, às 10h.

Está claro, pois, que se trata de dano

irreparável ou de difícil reparação ao patrimônio público, caso a licitação

seja perpetrada, restando, ainda, desatendidas as normas legais e

constitucionais que atualmente destinam-se a assegurar ao Estado os

direitos sobre a atividade de transporte metroviário, bem como, sua

exploração com as devidas garantias e salvaguardas econômicas.

O interesse público é o bem a ser protegido pela

medida liminar, com o fito de evitar a prática de atos lesivos, restando

preenchidos os pressupostos legais, em especial o fumus boni iuris,

fartamente demonstrado pela infração das disposições legais e

constitucionais relatadas na presente petição e pelas diversas formas de

lesão ao patrimônio público.

Deixar consumar-se um contrato neste patamar

de valor e eivado de irregularidades, com as dúvidas e ilegalidades

apontadas, seria verdadeira medida lesa pátria.

Portanto, na hipótese, estão presentes os dois

pressupostos indispensáveis à concessão da liminar – o sinal do bom

direito e o perigo da demora que mantém válidos os atos administrativos,

marcados de nulidade e que se encontram sob a apreciação do Poder

Judiciário.

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Encontra amparo a medida liminar, ainda, na

faculdade que dispõe o juiz de tomar providências acautelatórias diante da

possibilidade da pratica de atos lesivos ao interesse público.

Ao se deparar com questões de inequívoca

relevância, que exijam do julgador um exame mais acurado, há de se

escancarar a possibilidade de retardamento do processo e conseqüente

eventualidade de danos de incerta e difícil reparação resultantes deste

retardamento.

Impositiva, portanto, a suspensão liminar da

eficácia do ato impugnado, bem como os atos dele decorrentes.

Para obstar a agressão aos mais comezinhos

princípios norteadores da administração pública, necessário se faz obter

determinação judicial no sentido de suspender os efeitos do edital até final

julgamento da presente Ação Popular.

Em face dos inequívocos fundamentos acima

declinados, evidenciado o periculum in mora, especialmente pela

repercussão danosa que o ato maculado de vício e inquinado de

inconstitucionalidade, poderá causar ao erário público, requer-se seja

deferida a medida liminar inaudita altera pars, na forma do § 4º, do art. 5º,

da Lei nº 4.717/65, na forma requerida abaixo

XIV - DOS DEMAIS PEDIDOS

Diante de todo exposto, requerem respeitosamente a Vossa Excelência:

a) seja concedida decisão liminar, sem a oitiva da parte contrária

para, diante das violações acima demonstradas, suspender sine die

o leilão previsto no EDITAL DA CONCORRÊNCIA

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INTERNACIONAL Nº 02/2016 PROCESSO STM Nº 000770/2015 –

Concessão Linhas 5-Lilás e 17-Ouro; até que todos os fatos

apontados na ação sejam esclarecidos e resolvidos à luz da

legislação vigente;

b) sejam fixadas astreintes, em valor compatível com a

capacidade econômica dos Réus, cujo valor seja destinado ao FAT

– Fundo de Amparo aos Trabalhadores;

c) no mérito, seja julgada procedente a presente ação, com a

confirmação da liminar deferida, item “a”, bem como para:

c.1) reconhecer a ausência de autorização constitucional para que o

Governo do Estado de São Paulo figure como Poder Concedente dos

serviços que pretende conceder, face a norma contida no artigo 30, inciso

V da Constituição Federal combinada com o artigo 172 e seguintes da Lei

Orgânica do Munícipio de São Paulo, declarando-se a nulidade de todos

os atos praticados desde o EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 2-

2015, visando ao APROFUNDAMENTO DOS ESTUDOS PARCERIA

LINHA 5 E LINHA 17 DO METRÔ;

c.2) caso não acolha o item “c1”, reconhecer a ofensa ao que dispõe o

artigo 175 da CF, Lei nº 9.074/1995,de 07.07.1995 em seu art. 2º,

declarando a ineficácia de todos os atos praticados pelos Réus a partir da

edição do Decreto Estadual nº 62.527 de 30 de março de 2017, cujo

objeto é dispor: sobre a concessão do serviço público de transporte de

passageiros das Linhas 5 - Lilás e 17 - Ouro da Rede Metroviária de São

Paulo e dá providências correlatas;

c.3) face às inúmeras ilegalidades apontadas e a inquestionável

ocorrência de atos de improbidade administrativa, seja reconhecido, em

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definitivo, a nulidade do malfadado: EDITAL DA CONCORRÊNCIA

INTERNACIONAL Nº 02/2016 PROCESSO STM Nº 000770/2015 –

Concessão Linhas 5-Lilás e 17-Ouro, e dos atos praticados em

decorrência de sua existência.

c.4) sucessivamente, na eventualidade de não atendimento do pedido

c.4, que sejam declarados nulos os seguintes dispositivos que, pelas

razões já expostas, são gravemente lesivos ao patrimônio público ou

ilegais:

1. itens 12.1 e 12.1.2, do edital, por fixarem valor irrisório para

pagamento da outorga dos serviços;

2. itens 20.1, 20.4.2; 21.1, 21.2; 25.4.1 e 25.8 todos da Minuta do

Contrato de Concessão, anexo ao Edital impugnado, por

estabelecerem valores de tarifas em flagrante prejuízo aos cofres

públicos (necessidade de subsidio de tarifa) e por provocar severos

prejuízos ao METRÔ e à CPTM;

3. itens 13.6.2, do Edital, por estabelecer regra que inviabiliza a

concorrência com claro favorecimento dos grupos privados CCR

S/A e INVEPAR, em especial deste primeiro, talvez o único

verdadeiramente apto a disputa-lo;

4. item 63.6, do Edital, por possibilitar a subcontratação dos excluídos

no processo licitatório, em flagrante ofensa ao interesse público e

possibilitando ajuste entre os concorrentes.

5. Item 10.6 e 10.7.1 da Minuta do Contrato de Concessão, por impor

ao Poder Público, por intermédio do Metrô, a responsabilidade em

capacitar o pessoal da Concessionária e operar e manter o trecho

operacional durante a etapa de Treinamento Técnico.

d) a intimação do Ilustre Representante do respeitável órgão do

Ministério Público, para que se manifeste no feito (artigo 7º, I, “a”,

da Lei 4.747/65);

Par

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