evolução de resistências e ecologia microbiana na ulsm

11
Serviço de Patologia Clínica , epe Unidade Local de Saúde de M atosinhos Evolução de Resistências 2005-2011 e Ecologia Microbiana 2011 - Os dados apresentados correspondem a resultados globais de estirpes isoladas no nosso laboratório no período de 1/01/2005 a 31/12/2011. Esta análise foi efectuada após a eliminação de duplicados de acordo com a Norma M-39 da CLSI. - São apresentados os resultados mais significativos da evolução de resistências (em taxa e em densidade de incidência) ao longo dos últimos anos e dos perfis de susceptibilidade no ano de 2011 das estirpes mais prevalentes (com número superior a 30 isolados), hospitalares e da comunidade. Notas: - O Staphylococcus aureus mantem-se como o microrganismo multirresistente mais frequentemente identificado. Embora se tenha verificado um ligeiro aumento da taxa de resistência à meticilina (de 56% para 57%) manteve-se a densidade de incidência (0,95 casos por mil dias de internamento). - 9% das estirpes de Escherichia coli e 20% de Klebsiella pneumoniae são produtoras de β-lactamases de espectro alargado (ESBL). - Foram identificados pela primeira vez mais de 30 isolados de Acinetobacter baumannii sendo 75 % das estirpes multirresistentes, com sensibilidade aos aminoglicosídeos e colistina. - Verificou-se uma diminuição de resistências na Pseudomonas aeruginosa. - A percentagem de Streptococcus pneumoniae com resistência elevada à penicilina é de 1% e a resistência aos macrólidos de 25%. - O número de novos casos de infecção por Mycobacterium tuberculosis aumentou de 50 em 2010 para 61 em 2011.

Upload: cristina-mota

Post on 30-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Descrição da evolução das resistências e ecologia microbiana na ULSM

TRANSCRIPT

Page 1: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Serviço de Patologia Clínica

, epe Unidade Local de Saúde de M atosinhos

Evolução de Resistências 2005-2011

e Ecologia Microbiana 2011

- Os dados apresentados correspondem a resultados globais de estirpes isoladas no

nosso laboratório no período de 1/01/2005 a 31/12/2011. Esta análise foi efectuada após a eliminação de duplicados de acordo com a Norma M-39 da CLSI.

- São apresentados os resultados mais significativos da evolução de resistências (em taxa e em densidade de incidência) ao longo dos últimos anos e dos perfis de susceptibilidade no ano de 2011 das estirpes mais prevalentes (com número superior a 30 isolados), hospitalares e da comunidade.

Notas: - O Staphylococcus aureus mantem-se como o microrganismo multirresistente mais

frequentemente identificado. Embora se tenha verificado um ligeiro aumento da taxa de resistência à meticilina (de 56% para 57%) manteve-se a densidade de incidência (0,95 casos por mil dias de internamento).

- 9% das estirpes de Escherichia coli e 20% de Klebsiella pneumoniae são produtoras de β-lactamases de espectro alargado (ESBL).

- Foram identificados pela primeira vez mais de 30 isolados de Acinetobacter baumannii sendo 75 % das estirpes multirresistentes, com sensibilidade aos aminoglicosídeos e colistina.

- Verificou-se uma diminuição de resistências na Pseudomonas aeruginosa. - A percentagem de Streptococcus pneumoniae com resistência elevada à penicilina

é de 1% e a resistência aos macrólidos de 25%. - O número de novos casos de infecção por Mycobacterium tuberculosis aumentou de

50 em 2010 para 61 em 2011.

Page 2: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Ecologia Microbiana2011

BACTÉRIAS TOTAL %5610 100%

Escherichia coli 1949 34,74%Klebsiella pneumoniae 393 7,01%Staphylococcus aureus 382 6,81%Staphylococcus coagulase negativa 338 6,02%Pseudomonas aeruginosa 323 5,76%Enterococcus faecalis 254 4,53%Proteus mirabilis 238 4,24%Staphylococcus epidermidis 194 3,46%Haemophilus influenzae 113 2,01%Streptococcus pneumoniae 113 2,01%Streptococcus agalactiae - (Group B) 87 1,55%Enterobacter cloacae 79 1,41%Ureaplasma urealyticum 67 1,19%Enterococcus faecium 64 1,14%Gardnerella vaginalis 59 1,05%Morganella morganii 59 1,05%Staphylococcus hominis 59 1,05%Klebsiella oxytoca 53 0,94%Bacteroides grupo fragilis 45 0,80%Acinetobacter baumannii 43 0,77%Citrobacter freundii 37 0,66%Bacteroides fragilis 33 0,59%Staphylococcus saprophyticus 33 0,59%Chlamydia trachomatis 31 0,55%Enterobacteriaceae (outras) 31 0,55%Streptococcus constellatus 29 0,52%Campylobacter spp 27 0,48%Enterobacter aerogenes 27 0,48%Streptococcus anginosus 26 0,46%Staphylococcus haemolyticus 24 0,43%Bacilos Gram - (outros) 22 0,39%Moraxella catarrhalis 21 0,37%Streptococcus mitis 21 0,37%Prevotella spp 20 0,36%Serratia marcescens 20 0,36%Streptococcus alfa-hemolitico (outros) 17 0,30%Staphylococcus capitis 16 0,29%Staphylococcus warneri 16 0,29%Streptococcus b-hemolitico (outros) 16 0,29%Mycoplasma hominis 15 0,27%Salmonella spp 15 0,27%Staphylococcus ludgnensis 15 0,27%Providencia stuartii 14 0,25%Cocos Gram+ (outros) 13 0,23%Bacilos Gram + (outros) 12 0,21%Outros anaeróbios 12 0,21%Peptostreptococcus spp 12 0,21%Stenotrophomonas maltophilia 12 0,21%Proteus vulgaris 11 0,20%Streptococcus pyogenes - (Group A) 11 0,20%Legionella pneumophila 8 0,14%Staphylococcus hominis ssp hominis 8 0,14%Streptococcus intermedius 8 0,14%Propionobacterium acnes 7 0,12%Streptococcus salivarius 7 0,12%Corynebacterium spp 6 0,11%Staphylococcus simulans 6 0,11%Clostridium spp 5 0,09%Streptococcus oralis 5 0,09%Streptococcus sanguinis 5 0,09%Veillonella spp 5 0,09%Mycoplasma pneumoniae 4 0,07%Arcanobacterium haemolyticum 3 0,05%Enterococcus avium - (Group D) 3 0,05%Brucella melitensis 2 0,04%Cocos Gram - (outros) 2 0,04%Listeria monocytogenes 2 0,04%Neisseria gonorrhoeae 1 0,02%Neisseria meningitidis 1 0,02%Yersinia enterocolitica group 1 0,02%

TOTAIS: 5610 100%

ULS Matosinhos -Serviço de Patologia Clínica - Microbiologia

Page 3: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Ecologia Microbiana2011

VÍRUS TOTAL %198 100%

Sincicial Respiratório 71 35,86%Rotavírus 29 14,65%Influenza A H1N1v 17 8,59%Metapmeumovirus 16 8,08%Citomegálico 12 6,06%Adenovírus 9 4,55%Parvovírus B19 6 3,03%Parainfluenza1 5 2,53%Varicela Zoster 4 2,02%Herpes simples 2 4 2,02%Epstein-Barr 2 1,01%Herpes simples 1 2 1,01%Enterovírus 1 0,51%Parainfluenza 3 1 0,51%Adenovírus 40/41 1 0,51%Parainfluenza 2 1 0,51%Influenza A 1 0,51%

TOTAIS: 198 91%

FUNGOS TOTAL %394 100%

Candida albicans 256 65,0%Candida glabrata 48 12,2%Candida tropicalis 25 6,3%Candida parapsilosis 19 4,8%Aspergillus fumigatus 16 4,1%Outros fungos 8 2,0%Outras Candidas 7 1,8%Candida krusei 5 1,3%Candida lusitaniae 4 1,0%Cryptococcus neoformans 3 0,8%Pneumocystis jiroveci 3 0,8%

TOTAIS: 394 100%

PARASITAS TOTAL %18 100%

Giardia lamblia 9 50,0%Plasmodium spp. 5 27,8%Cryptosporidium parvum 3 16,7%Taenia spp 1 5,6%

TOTAIS: 18 100%

MICOBACTÉRIAS TOTAL %73 100%

Mycobacterium tuberculosis complex 61 83,6%Mycobacterium avium complex 4 5,5%Mycobacterium kansasii 2 2,7%Outras micobactérias 6 8,2%

TOTAIS: 73 100%

MICRORGANISMOS TOTAL %6293 100%

Aeróbios Gram negativo 3561 56,59%Aeróbios Gram positivo 1793 28,49%Fungos 394 6,26%Vírus 198 3,15%Anaeróbios 139 2,21%Micoplasmas/Chlamydia 117 1,86%Micobactérias 73 1,16%Parasitas 18 0,29%

TOTAIS: 6293 100%

ULS Matosinhos -Serviço de Patologia Clínica - Microbiologia

Page 4: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Staphylococcus aureus - Evolução da Resistência à Meticilina

67%

62%66%

62%65%

56% 57%60%

80%

100%

1,50

2,00

2,50

3,00

0%

20%

40%

580 429 356 285 276 218 189

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Número de estirpes estudadas/Ano

0,00

0,50

1,00

Taxa OXA ‰ Linear (‰)

Page 5: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Escherichia coli ESBL+

0,40

0,60

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Número de estirpes estudadas por ano

5%8% 8% 8%

10%12%

9%

0,00

0,20

0%

5%

10%

15%

1428 498 526 478 461 437 341

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Taxa ESBL+ ‰

Page 6: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Klebsiella pneumoniae ESBL+

52%0,60

0,80

1,00

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Den

sida

de d

e in

cidê

ncia

Tax

a de

ES

BL

28%21%

15%

27%33%

20%

0,00

0,20

0,40

0%

10%

20%

30%

40%

175 164 220 229 250 211 123

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Den

sida

de d

e in

cidê

ncia

Tax

a de

ES

BL

Número de estirpes estudadas por ano

Page 7: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Pseudomonas aeruginosa –Evolução de Resistências

30%

40%

50%

0%

10%

20%

426 310 276 256 228 252 172

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

CEFTAZIDIMA PIPERACILINA/TAZ GENTAMICINA

CIPROFLOXACINA MEROPENEM

Page 8: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Streptococcus pneumoniae R Penicilina

1%

1%

2%

0%0%

0%

107

119

113

2009

2010

2011

5%

6%

2%

5%

17%

12%

6%

10%

0% 5% 10% 15% 20% 25%

100

80

101

110

2005

2006

2007

2008

Elevada

Intermédia

Page 9: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Clostridium difficille

38

29

43

40

50

60

70

80

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1319

29

17 19

0

10

20

30

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

Casos Densidade de incidência

Número de estirpes estudadas por ano

Page 10: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Esc

heric

hia

coli

Kle

bsie

lla p

neum

onia

e

Pro

teus

mira

bilis

Ent

erob

acte

r cl

oaca

e

Aci

net.

baum

anni

i

Sta

phyl

ococ

cus

aure

us

Ent

eroc

occu

s fa

ecal

is

Ent

eroc

occu

s fa

eciu

m

Total de Estirpes 341 123 70 44 31 189 110 57

Beta - lactâmicos

Ampicilina 41 54 88 16

Amox-Ac.clavulânico 73 57 81

Oxacilina 43

Cefotaxima 91 76 97 59

Ceftazidima 25

Piperacilina -Taz 89 57 99 61 19

Meropenem/Imip 100 100 100 98 85 84 25

Estirpes hospitalares mais prevalentes (% de Suscep tibilidade) - 2011

Par

a m

ais

info

rmaç

ões

cons

ulta

r o

site

da

ULS

M

Pse

ud. a

erug

inos

a

172

79

77

Meropenem/Imip 100 100 100 98 85 84 25

Aminoglicosídeos

Gentamicina 89 81 81 91 59 64 78

Amicacina 92 81 99 87 94

Outros

Nitrofurantoína 92 26 21 98 19

Cotrimoxazol 68 59 60 93 98

Ciprofloxacina 70 68 66 87 22

Linezolide 100 98 95

Vancomicina 100 99 72

Colistina 100

86

94

Resistências Naturais

entre 50 e 80% de sensibilidade

99

69P

ara

mai

s in

form

açõe

s co

nsul

tar

o si

te d

a U

LSM

< 50% de sensibilidade

>80% de sensibilidade

Page 11: Evolução de Resistências e Ecologia Microbiana na ULSM

Esc

heric

hia

coli

(95%

urin

ária

s)

Kle

bsie

lla p

neum

onia

e

(90%

urin

ária

s)

Pro

teus

mira

bilis

(82%

urin

ária

s)

Ent

erob

acte

r cl

oaca

e

(66%

urin

ária

s)

Mor

gane

lla m

orga

nii

(57%

urin

ária

s)

Pse

ud. a

erug

inos

a(4

0% u

rinár

ias

37%

pel

e e

teci

dos

mol

es)

Sta

phyl

ococ

cus

aure

us

(46%

pel

e e

teci

dos

mol

es)

Sta

ph. s

apro

phyt

icus

(100

% u

rinár

ias)

Ent

eroc

occu

s fa

ecal

is

(86%

urin

ária

s)

Total de Estirpes

Beta - lactâmicos

Ampicilina

Amox-Ac.clavulânico

Oxacilina

Cef - Acetil/Sódica 87 89 70 82 91 95 0 40

Cefotaxima

Ceftazidima

Estirpes da comunidade mais prevalentes (% de Susce ptibilidade) - 2011

30

80 60

63

1608 151

52

270

62

81 80

8795 97

85

75

74

192 3235 144

86

168

Piperacilina -Taz

Meropenem/Imip 83 84

Aminoglicosídeos

Gentamicina

Outros

Nitrofurantoína

Cotrimoxazol

Ciprofloxacina

Clindamicina

Ác. Fusídico

Serviço de Patologia Clínica - Microbiologia l ULS Matosinhos - Hospital Pedro Hispano

63

92 30 31

91

79 74

95

69 77

76 76

94

80

61 57

86 10093 78

100

91

97

81

59

100

>80% de sensibilidadeResistências Naturais

< 50% de sensibilidadeentre 50 e 80% de sensibilidade