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EVOLUÇÃO DA PESQUISA CLÍNICA NACIONAL E DAS MEDIDAS DE REGULAÇÃO PELOS CONSELHOS DE ÉTICA E ANVISA Cássia Silveira Assis Barros 1 Carina Rau 2 Resumo O investimento na Pesquisa Clínica Nacional é uma estratégia importante para o incentivo de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nas indústrias farmacêuticas nacionais, e que deve ser melhor explorada pelo Ministério da Saúde. A capacitação dos profissionais desta área, principalmente na elaboração do protocolo de todas as quatro fases do estudo clínico, permitirá que pesquisas direcionadas às doenças que acometem a população, e que não são de interesse de investimento das multinacionais, sejam priorizadas. O objetivo deste trabalho foi, por meio de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 11 anos e de análise de dados publicados nos sites dos órgãos reguladores ANVISA, CEP, CONEP e do Ministério da Saúde, foi pesquisar o perfil das organizações/centros de pesquisa clínica do país, assim como o histórico da evolução da regulação desta área. Também foram levantadas informações sobre o número de protocolos clínicos sujeitados à aprovação da ANVISA na última década e às quais fases da pesquisa clínica eles pertenciam. O Ministério da Saúde juntamente com a ANVISA devem ocupar um lugar central na política de pesquisa clínica e desta forma aproximar a agenda de pesquisa com as prioridades e necessidades públicas, visando o desenvolvimento das áreas de pesquisa de novos medicamentos nas universidades em parceria com as indústrias nacionais. Palavras-chaves: Pesquisa Clínica, ANVISA, Ministério da Saúde e pesquisa e Desenvolvimento. Abstract Investment in the Clinical Research National is an important strategy for encouraging P&D in the national pharmaceutical industry, and that could be better exploited by the Ministry of Health. Training of professionals in this area, especially in developing the protocol of all four phases of the clinical trial, will allow research directed to diseases affecting the population, and that are not targeted from the multinationals Investments. The objective this paper was through a literature review and analysis of published data, on the websites of the regulatory bodies ANVISA, CEP and CONEP and the Ministry of Health, the profile of such were surveyed, as well as the history of the evolution of regulation of this area, in the last 11 years. There were also raised information about the number of clinical protocols subject to approval by ANVISA in the last decade and about which phases of clinical research they belonged to. The Ministry of Health together with the ANVISA should to occupy a central place in the policy of clinical research and in this way bring the agenda of research with priorities and public needs, seeking the development of the areas of new drug research in universities in partnership with industry national. Keywords: Clinical Research, ANVISA, Ministry of Health and P&D. ___________________________ 1 Farmacêutica Bioquímica Industrial graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto e aluna do curso de Especialização em Vigilância Sanitária pelo IFAR/PUC de Goiás. 2 Farmacêutica Industrial graduada pela Universidade Federal do Paraná UFPR; Mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFPR. Professora do Curso de Farmácia do Centro Universitário Campos Andrade UNIANDRADE. E-mail: [email protected]

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EVOLUÇÃO DA PESQUISA CLÍNICA NACIONAL E DAS MEDIDAS DE

REGULAÇÃO PELOS CONSELHOS DE ÉTICA E ANVISA

Cássia Silveira Assis Barros1

Carina Rau2

Resumo

O investimento na Pesquisa Clínica Nacional é uma estratégia importante para o incentivo de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nas indústrias farmacêuticas nacionais, e que deve ser melhor explorada pelo Ministério da Saúde. A capacitação dos profissionais desta área, principalmente na elaboração do protocolo de todas as quatro fases do estudo clínico, permitirá que pesquisas direcionadas às doenças que acometem a população, e que não são de interesse de investimento das multinacionais, sejam priorizadas. O objetivo deste trabalho foi, por meio de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 11 anos e de análise de dados publicados nos sites dos órgãos reguladores ANVISA, CEP, CONEP e do Ministério da Saúde, foi pesquisar o perfil das organizações/centros de pesquisa clínica do país, assim como o histórico da evolução da regulação desta área. Também foram levantadas informações sobre o número de protocolos clínicos sujeitados à aprovação da ANVISA na última década e às quais fases da pesquisa clínica eles pertenciam.O Ministério da Saúde juntamente com a ANVISA devem ocupar um lugar central na política de pesquisa clínica e desta forma aproximar a agenda de pesquisa com as prioridades e necessidades públicas, visando o desenvolvimento das áreas de pesquisa de novos medicamentos nas universidades em parceria com as indústrias nacionais.

Palavras-chaves: Pesquisa Clínica, ANVISA, Ministério da Saúde e pesquisa e

Desenvolvimento.

Abstract

Investment in the Clinical Research National is an important strategy for encouraging P&D in the national pharmaceutical industry, and that could be better exploited by the Ministry of Health. Training of professionals in this area, especially in developing the protocol of all four phases of the clinical trial, will allow research directed to diseases affecting the population, and that are not targeted from the multinationals Investments. The objective this paper was through a literature review and analysis of published data, on the websites of the regulatory bodies ANVISA, CEP and CONEP and the Ministry of Health, the profile of such were surveyed, as well as the history of the evolution of regulation of this area, in the last 11 years. There were also raised information about the number of clinical protocols subject to approval by ANVISA in the last decade and about which phases of clinical research they belonged to. The Ministry of Health together with the ANVISA should to occupy a central place in the policy of clinical research and in this way bring the agenda of research with priorities and public needs, seeking the development of the areas of new drug research in universities in partnership with industry national.

Keywords: Clinical Research, ANVISA, Ministry of Health and P&D.

___________________________ 1

Farmacêutica Bioquímica Industrial graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto e aluna do curso de

Especialização em Vigilância Sanitária pelo IFAR/PUC de Goiás. 2

Farmacêutica Industrial graduada pela Universidade Federal do Paraná – UFPR; Mestre em Ciências

Farmacêuticas pela UFPR. Professora do Curso de Farmácia do Centro Universitário Campos Andrade –

UNIANDRADE. E-mail: [email protected]

1. INTRODUÇÃO

A Pesquisa Clínica é uma área de atuação relativamente nova no Brasil, com

crescente interesse tanto por parte de pesquisadores inseridos nas instituições acadêmicas

universitárias, como por parte da iniciativa privada, principalmente das indústrias

farmacêuticas que vêm desenvolvendo novos fármacos (ACCETTURI; LOUSANA, 2002).

Atualmente, um grande número de indústrias estrangeiras está utilizando os centros

de pesquisa do território nacional para execução dos protocolos de estudos clínicos de

novos medicamentos. O fortalecimento da pesquisa clínica no Brasil implica a criação,

expansão ou consolidação de novos centros, em especial na recuperação dos hospitais

universitários e do fortalecimento do vínculo entre ensino e pesquisa (ZAGO, 2004).

De acordo com o Ministério da Saúde (MS) atualmente, há inúmeros protocolos de

pesquisa clínica em andamento no país. A grande maioria destes protocolos são relativos às

prioridades dos laboratórios contratantes. A participação dos pesquisadores brasileiros,

nestes estudos, têm se restringido à execução de protocolos desenvolvidos em outros

países, além disso, a análise dos dados, bem como a sua apropriação, estão integralmente

no âmbito das firmas contratantes (BRASIL, 2011a).

Os centros de pesquisa clínica no país possuem, hoje em dia, experiência maior na

execução dos testes clínicos, devido à necessidade de atender à demanda de

multinacionais farmacêuticas, prejudicando desta forma a capacitação dos centros de

pesquisa e também dos órgãos no planejamento, execução e avaliação dos estudos,

principalmente dos ensaios clínicos da fase I. A pesquisa clínica nacional apresenta alta

capacitação na realização dos ensaios clínicos da fase III, razoável nas fases II e IV e ainda

é incipiente na I, para o qual existem poucos centros com experiência (QUENTAL; FILHO,

2006).

Acredita-se que o investimento na capacitação nacional em ensaios clínicos é

importante para o desenvolvimento de novos medicamentos para tratar de enfermidades de

importância nacional e que são negligenciadas pela indústria farmacêutica nacional

(QUENTAL; FILHO, 2006), e concomitantemente os órgãos reguladores e comitês de ética

devem também acompanhar esse desenvolvimento na área da pesquisa clínica.

A regulação brasileira sobre pesquisa clínica (conjunto de resoluções do Conselho

Nacional de Saúde - CNS) sob o foco bioético é bastante avançada, podendo ser

considerada em nível de igualdade com os países mais desenvolvidos. Por outro lado, a

regulação sanitária (ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária) começou muito

tímida, com uma visão restrita ao controle de entrada no Brasil, para fins de pesquisa

clínica, de produtos sobre vigilância sanitária não registrados no país e hoje apresenta uma

grande evolução na área em questão (NISHIOKA, 2006).

O objetivo deste trabalho é, por meio de revisão bibliográfica, conhecer melhor o

perfil atual e a evolução da pesquisa clínica no país e como os órgãos reguladores

fiscalizam e controlam os protocolos de estudos clínicos elaborados e executados pelos

centros de pesquisa. Foram vários os fatores que levaram a uma tímida participação das

indústrias farmacêuticas nacionais na pesquisa clínica de novos medicamentos e alguns

deles serão discutidos neste artigo.

2. METODOLOGIA

Para a elaboração da presente revisão bibliográfica foi realizada uma busca na

literatura baseada em artigos científicos de sites especializados em pesquisas na área da

saúde, da análise de normas reguladoras direcionadas à pesquisa clínica e publicações em

sites do MS, dos Conselhos de Ética em Pesquisa (CEP), do Conselho Nacional de Ética

em Pesquisa (CONEP) e da ANVISA. Realizou-se um estudo descritivo de caráter

retrospectivo da evolução da pesquisa clínica nacional e da regulação desta área.

Optou-se por artigos publicados entre o período de 2000 a 2011. A busca foi feita por

meio das palavras chaves: Pesquisa Clínica, ANVISA, Ministério da Saúde e P&D nas bases

de dados Scientific Library online (Scielo), Library of Medicine e Descritores em Ciências da

Saúde (DECs/BIREME), e em outras fontes de dados como livros e no marco regulatório

brasileiro.

3. DISCUSSÃO

3.1 PESQUISA CLÍNICA

O desenvolvimento de um novo medicamento é um processo longo, trabalhoso e de

custo elevado. A cada 10.000 moléculas identificadas com potencial terapêutico,

aproximadamente 1.000 chegam à fase de investigação pré-clinica, e dessas, apenas 10

serão estudadas em seres humanos e somente uma delas chegará ao mercado, após

aprovação e registro para uso terapêutico. Esse processo tem duração aproximada de 10 a

12 anos e custo superior a 300 milhões de dólares (ACCETTURI; LOUSANA, 2002).

O processo de desenvolvimento de um medicamento se divide em cinco fases, cujas

características principais estão especificadas no quadro abaixo (Quadro 1).

Antes de iniciar os testes clínicos em humanos os protocolos referentes aos testes

que serão efetuados devem ser previamente aprovados pelas instâncias regulatórias

nacionais ANVISA, CEP e CONEP.

Fase Sujeito Número de

participantes Objetivo principal

Pré-clínica Animais de laboratório

Variável Verificar efeitos

farmacológicos/terapêuticos e toxicidade em animais

Fase I Voluntários

sadios 20 a 100

Segurança, farmacocinética e farmacodinâmica

Fase II Enfermos 100 a 300 Segurança, eficácia e dosagem

Fase III Enfermos 300 a 1000 Eficácia comparativa e segurança

Fase IV Enfermos Mais de 1000

Ampliar experiência em eficácia e segurança.

Vigilância farmacológica e comercialização.

Quadro 1: Fases de desenvolvimento de novos fármacos Fonte: ACCETTURI; LOUSANA, 2002

Para o novo medicamento obter o registro e a liberação para comercialização é

necessário o encaminhamento para os órgãos reguladores da documentação referente ao

testes pré-clínicos e testes clínicos das fases I, II e III. Após verificação e aprovação dos

dossiês referentes a estes testes o novo medicamento poderá ser comercializado e deverá

ser iniciado estudos da fase IV, também denominados como vigilância pós-comercialização,

com o objetivo de detectar a incidência de reações adversas pouco frequentes ou não

esperadas, determinar os efeitos da administração do produto a longo prazo, avaliar o

produto em populações não estudadas nas fases anteriores e estabelecer possíveis novos

usos para o produto (ACCETTURI; LOUSANA, 2002).

Os medicamentos genéricos e similares são isentos da necessidade da realização

dos testes clínicos, sendo que os testes clínicos de fase I, II e III já realizados para os

medicamentos os quais eles são “cópias” serão válidos para os mesmos a partir do

momento em que for realizado o teste de bioequivalência entre os dois e comprovada a sua

intercambialidade (RUMEL; NISHIOKA; SANTOS; 2006).

O teste de bioequivalência poderia ser considerado “grosseiramente” “uma pesquisa

clínica simplificada”, onde o medicamento de referência e o medicamento ao qual deseja-se

comprovar a intercambialidade com o de referência, serão administrados em pacientes

sadios e avaliada a semelhança na biodisponibilidade das duas drogas, comparando-se as

velocidades de absorção, distribuição e eliminação (RUMEL; NISHIOKA; SANTOS; 2006). A

bioequivalência é de suma importância para a farmacologia, uma vez que, através dela

asseguramos a eficácia e segurança da droga testada comparativamente ao medicamento

de referência.

3.2. CENTROS DE PESQUISA CLÍNICA E A CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA

ÁREA

A pesquisa clínica vem se desenvolvendo no cenário nacional, sobre tudo após a

criação das leis dos genéricos e mais recentemente pela RDC 133/03 que passou a exigir

que todas as empresas detentoras de registros de medicamentos similares para uso oral

realizassem os teste de bioequivalência para renovação do registro. A regulamentação criou

uma firme demanda por testes de bioequivalência e biodisponibilidade por parte das

empresas nacionais. Em 2005, poucos centros de pesquisa, entretanto, cobriam essa

demanda: 78% dos estudos realizados em 2005 foram realizados por 5 dos 24 centros

credenciados para tal (QUENTAL; FILHO, 2006).

Com relação à pesquisa clínica de novos medicamentos, de acordo com MS, os

protocolos desenvolvidos no País são relativos a laboratórios estrangeiros contratantes e as

prioridades do Sistema Único de Saúde (SUS) encontram-se, em geral, negligenciadas. A

participação dos pesquisadores brasileiros têm se restringido à execução de protocolos

desenvolvidos em outros países e a análise dos dados, bem como a sua apropriação, estão

integralmente no âmbito das firmas contratantes. Por outro lado, do ponto de vista da

ANVISA, as pesquisas clínicas patrocinadas por empresas de capital estrangeiro pode

oferecer informações sobre eficácia e segurança desses produtos nas condições locais em

nossa população além de que propicia treinamento a investigadores brasileiros e é campo

de trabalho para profissionais graduados em ciência da saúde (NISHIOKA; SÁ, 2006).

O MS em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) criou a Rede

Nacional de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino (RNPC) com o intuito de promover

melhores práticas de pesquisa voltadas às necessidades do (SUS). A rede prioriza o

desenvolvimento de ensaios clínicos de medicamentos, procedimentos, equipamentos e

dispositivos diagnósticos, de interesse para o SUS (BRASIL, 2011a).

Em 2009, 32 centros de pesquisa públicos encontravam-se vinculados ao RNPC,

que foi idealizado com o objetivo de incentivar a integração dos centros de pesquisa clínica

para proporcionar maior intercâmbio entre pesquisadores e incrementar a produção

científica e tecnológica em território nacional. O objetivo é que a capacitação regional

proveniente da integração nacional dirigida promova a aceleração do crescimento e da

capacidade científica de cada um destes centros. Desse modo, eles estarão aptos a

desenvolver ferramentas próprias com capacidade de solucionar desafios específicos do

nosso país (BRASIL, 2011 a).

A capacitação dos profissionais da área e o investimento em infraestrutura dos

centros de pesquisa são de suma importância para que as indústrias farmacêuticas

nacionais possam competir no terreno da inovação, através de estratégias menos custosas

e arriscadas, além de ser o único caminho para o desenvolvimento de medicamentos para

enfermidades de importância nacional e negligenciadas pelas indústrias internacionais

(QUENTAL; FILHO, 2006).

De acordo com os dados divulgados pela ANVISA no site portal.anvisa.gov.br, o

número de estudos clínicos submetidos ao órgão regulador e o número de aprovações se

mostraram durante o período entre 2003 e 2011, conforme o Gráfico 1.

Gráfico 1 – Número de estudos clínicos submetidos à ANVISA e aprovações

Fonte: BRASIL, 2011c

Nos gráficos abaixo (Gráficos 2 e 3), visualiza-se o perfil dos estudos clínicos submetidos à

ANVISA durante o mesmo período, de 2003 a 2011. Formatar os outros dois gráficos de

acordo com a formatação do texto e normas de metodologia científicas do IFAR.

Gráfico 2 – Porcentagem de estudos clínicos patrocinados por empresas multinacionais x empresas

nacionais

Fonte: BRASIL, 2011c

Gráfico 3 – Distribuição das fases de estudos clínicos submetidos à aprovação da ANVISA

Fonte: BRASIL, 2011c

3.3 REGULAÇÃO DA PESQUISA NO PAÍS

Atualmente, para dar sequencia às etapas da pesquisa clínica no país, os protocolos

de estudo devem estar previamente aprovados pela ANVISA, CONEP e CEP.

O primeiro regulamento sobre pesquisa clínica no Brasil que já requeria aprovação

ética para realização de ensaios clínicos em seres humanos foi a resolução nº. 1 do CNS de

13 de junho de 1988, porém, essa norma teve pouco impacto e foi revogada pela resolução

196 do CNS de 10 de outubro de 1996. A resolução 196 atribuía a aprovação dos ensaios

clínicos a nível local aos CEPs e determinava a criação da CONEP (NISHIOKA, 2006).

Foram criadas novas regulamentações complementares à Resolução 196/1996 que

foram, em 1997 a resolução nº. 251 – que aprovou normas de pesquisa envolvendo seres

humanos na área de pesquisa com novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes

diagnósticos – e, em 1999 a resolução nº. 292 – complementou a resolução 196 na área

específica sobre pesquisa em seres humanos, coordenadas do exterior ou com participação

estrangeira e pesquisas que envolvam remessa de material biológico para o exterior

(NISHIOKA, 2006).

O CNS publicou outras resoluções pertinentes à pesquisa clínica entre 2000 e 2004,

e em 2004 foi criada a RDC nº. 219 que atribuía à ANVISA a aprovação do regulamento

para elaboração de dossiê para obtenção de Comunicado Especial (CE) para realização de

pesquisa clínica com medicamentos e produtos para saúde, que substituiu a portaria nº.

911/99. Por meio desta resolução, estudos com medicamentos e produtos para saúde

fabricados no Brasil também devem ser submetidos à avaliação da vigilância sanitária, e

dados pré-clínicos e de estudos clínicos de fases anteriores ao protocolo devem ser

apresentados para dar subsídio à sua avaliação (NISHIOKA, 2006).

Foram publicadas outras resoluções relacionadas à pesquisa clínica ao longo dos

últimos anos, descritas no Quadro 2 (NISHIOKA, 2006). Vale mencionar também a Lei nº.

9787/1999 (Lei dos Genéricos), pois o grande incentivo dado pelo MS para o

desenvolvimento de medicamentos genéricos fez com que crescesse a fiscalização por

parte da ANVISA em centros de bioequivalência nacionais e internacionais, e os mesmos só

poderiam realizar os testes após receber a certificação desta agência.

Ano Norma Emissor Pontos principais Situação

1976 Lei n. 6360 Congresso nacional

Vigilância sanitária de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos.

Vigente

1988 Resolução n. 1

CNS Aprova normas de pesquisa em saúde. Revogada

1996 Lei n. 9279 Congresso nacional

Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.

Vigente

1996 Resolução n.196

CNS Requisitos para realização de pesquisa clínica de produtos para saúde utilizando seres humanos

Vigente

1997 Resolução n.240

CNS Define representação de usuários nos CEPs Vigente

1997 Resolução n. 251

CNS Pesquisa envolvendo seres humanos para a área temática de pesquisa com novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos

Vigente

1998 Portaria n. 911

SVS Documentos necessários à instrução de pedidos de autorização para realização de Pesquisa Clínica

Revogada

1999 Lei n. 9782 Congresso Nacional

Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a ANVISA

Vigente

1999 Lei n. 9787 Congresso Nacional

Medicamentos Genéricos Vigente

1999 Resolução n.292

CNS Pesquisas coordenadas do exterior/com participação estrangeira: remessa material biológico

Vigente

2000 Resolução n.303

CNS Reprodução Humana Vigente

2000 Resolução n.304

CNS Pesquisas em povos indígenas Vigente

2004 Resolução n.304

CNS Genética Humana Vigente

2004 RDC n.219 ANVISA Pesquisa Clínica com medicamentos e produtos para saúde

Vigente

2005 Resolução n. 346

CNS Projetos multicêntricos Vigente

2005 Resolução n. 347

CNS Armazenamento de materiais ou uso de materiais armazenados em pesquisas anteriores

Vigente

Quadro 2: Principais normas brasileiras pertinentes à pesquisa clínica

Fonte: NISHIOKA, 2006

3.3.1 Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

O número de CEPs no país vem crescendo à medida que novas solicitações de

registro continuam chegando à CONEP. Antes da resolução 196/96 o país possuía menos

de cinco CEPs no país e após a resolução esse número elevou-se a um número superior a

300 comitês (ACCETTURI; LOUSANA, 2002).

Conforme a Res. 196/96, os CEPs devem ser compostos pelo menos por sete

membros, de formação profissional diferente e suas atividades serão exercidas

voluntariamente sem qualquer tipo de remuneração. São incumbências dos CEPs:

Analisar os projetos encaminhados: o CEP tem o prazo máximo de 30 dias

para emitir um parecer sobre o projeto em análise e, baseado em seu regimento interno,

este conselho definirá o fluxo interno do dossiê.

Encaminhar o projeto ao CONEP após ter analisado.

Encaminhar para a ANVISA os projetos referentes a novos medicamentos e

produtos para saúde a fim de que sejam liberados o CE e licença de importação.

Acompanhar os projetos por ele analisados, enquanto estes não tiverem sido

encerrados

3.3.2 Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP)

A CONEP está diretamente ligada ao CNS. Ela foi criada pela Resolução do CNS

196/96 como uma instância colegiada, de natureza consultiva, educativa e formuladora de

diretrizes e estratégias no âmbito do Conselho. Além disso, é independente de influências

corporativas e institucionais. Uma das suas características é a composição multi e

transdisciplinar, contando com um representante dos usuários (BRASIL, 2011b).

Ela é composta por 13 membros e 13 suplentes, também de formações profissionais

diferentes, que trabalham voluntariamente e com mandatos de quatro anos de duração. A

CONEP, assim como a ANVISA, pode se valer do auxílio de consultores ad hoc (são, em

geral, especialistas, pesquisadores e/ou professores universitários de reconhecida

competência, que não devem ter conflitos de interesse) para avaliação de protocolos ou

temas de maior complexidade (NISHIOKA, 2006).

A CONEP tem como principal atribuição o exame dos aspectos éticos das pesquisas

que envolvem seres humanos. Como missão, elabora e atualiza as diretrizes e normas para

a proteção dos sujeitos de pesquisa e coordena a rede de Comitês de Ética em Pesquisa

das instituições (BRASIL, 2011b).

Cabe à CONEP avaliar e acompanhar os protocolos de pesquisa em áreas temáticas

especiais como: genética e reprodução humana; novos equipamentos; dispositivos para a

saúde; novos procedimentos; população indígena; projetos ligados à biossegurança e como

participação estrangeira e também se constitui em instância de recursos para qualquer das

áreas envolvidas (BRASIL, 2011b).

3.3.3 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

A gerência interna da ANVISA voltada para a pesquisa clínica é denominada de

GEPEC (Gerência de Pesquisa e ensaios clínicos) e a mesma encontra-se subordinada à

Gerência-Geral de Medicamentos (GGMMED).

A ANVISA, por meio da GEPEC, é responsável pela avaliação dos protocolos

clínicos quanto aos aspectos metodológicos, ao risco sanitário e quanto ao correto

endereçamento das questões pertinentes às avaliações futuras do registro dos produtos em

investigação. A autorização da entrada no Brasil de produtos ainda não registrados,

originados de outros países, destinados a estudos clínicos também é atribuição da ANVISA

(NISHIOKA, 2006).

Vale destacar as peculiaridades da sistematização da análise dos dossiês de

pesquisa clínica na GEPEC, considerando que ela ocorre somente após eles terem sido

aprovados pelos CEPs, que os avaliam em nível local, e é feita em paralelo com a CONEP,

sempre que se faça necessária a avaliação por esta comissão, como é o caso da grande

maioria dos ensaios clínicos patrocinados do exterior (NISHIOKA, 2006).

3.3.4 Perspectiva da Regulação da Pesquisa Clínica no Brasil

No Brasil, os estudos clínicos ainda são considerados recentes e certamente as

instâncias regulatórias nacionais estão buscando um melhor acompanhamento e

entrosamento com o processo de condução de um protocolo de pesquisa clínica como um

todo, de forma que, questões como os fluxos operacionais e a própria legislação, poderão

ser revistas e atualizadas dentro dos próximos anos (ACCETTURI; LOUSANA, 2002).

Visa-se futuramente melhorar o acompanhamento dos ensaios clínicos, uma vez que

atualmente ele é feito apenas através de notificações de eventos adversos e de relatórios

periódicos que lhe são submetidos (NISHIOKA; SÁ, 2006).

Consultas públicas estão sendo realizadas para que toda classe evolvida com a

pesquisa clínica nacional possam opinar quanto à regulação vigente, de forma que as

instâncias passem a atuar de forma mais ágil e eficiente, ou seja, diminuindo a burocracia e

aperfeiçoando o controle sanitário (NISHIOKA; SÁ, 2006).

3.4 FOCO DA PESQUISA CLÍNICA NACIONAL

Atualmente a indústria farmacêutica ocupa uma posição insubstituível no cenário

médico atual, pois, é ela quem põe a disposição de pacientes e médicos os medicamentos

que, em ultima instância, consubstanciam a síntese de grande parte da pesquisa médica e

biológica (ZAGO, 2004),

Os interesses das indústrias farmacêuticas, em grande maioria as indústrias de

capital estrangeira, superpõe os interesses públicos, e toda infraestrutura e mão-de-obra

qualificada é deslocada para o desenvolvimento de novos medicamentos de interesse da

indústria e, as pesquisas voltadas a doenças características da população brasileira são

negligenciadas (ZAGO, 2004).

As alterações ocorridas no perfil demográfico da população brasileira nos últimos

anos trouxeram para lista de prioridades da pesquisa em saúde as doenças

cardiovasculares, neoplasias, doenças mentais, doenças associadas a urbanização,

acidentes e violência, e doenças do envelhecimento. Ainda no Brasil, evidenciamos a

incidência e ou prevalência de endemias importantes no seu quadro epidemiológico:

dengue, malária, esquistossomose, hanseníase, hepatite viral, entre outras (ZAGO, 2004).

O investimento na capacitação de profissionais na área de pesquisa clínica, na

infraestrutura de centros de pesquisa universitários e uma política rígida para

direcionamento das pesquisas para doenças de relevância nacional é a única forma para se

desenvolver medicamentos, vacinas, entre outros, voltado ao tratamento de enfermidades

de importância para o Brasil e que são esquecidas pela indústria farmacêutica internacional

(QUENTAL; FILHO, 2006).

3.4.1 Inovação na área de medicamentos no Brasil

De acordo com Filho e Pan (2003), o desenvolvimento das indústrias farmacêuticas

nacionais ocorreu conforme o cronograma abaixo:

Década de 30 – formação das empresas farmacêuticas brasileiras com

características industriais, a partir das boticas;

Década de 40 e 50 – internacionalização da indústria, com as políticas de

atração das primeiras empresas multinacionais;

1971 – promulgação do Código de Propriedade Industrial pela Lei 5.772, de

21/12/1971, que não reconhecia patentes nem de produtos químicos nem de processos de

obtenção, e criação da Central de Medicamentos (Ceme), órgão do Ministério da Saúde

encarregado de definir as políticas e centralizar as compras governamentais de

medicamentos;

1974 – elaboração da primeira Relação Nacional de Medicamentos

Essenciais (Rename), atualizada em 1999 pela portaria MS 597/99;

1984 – Portaria interministerial número 4, dos Ministérios da Saúde e da

Indústria e Comércio, que estabeleceu medidas de incentivo e proteção à produção interna

de fármacos;

Década de 80 – medidas diversas de controle de preços de medicamentos;

1990 – redução das tarifas de importação de fármacos e medicamentos e

eliminação das restrições e proibições à importação de insumos farmacêuticos;

1991 a 1999 – liberação dos preços de medicamentos;

1996 – promulgação da Lei de Patentes no Brasil;

1998 – Portaria MS 3.916/98, estabelecendo a Política Nacional de

Medicamentos;

1999 – promulgação da Lei de Genéricos, criação da ANVISA, e retomada da

política de administração de preços de medicamentos.

Analisando o cronograma acima, verifica-se alguns motivos pelo qual a Pesquisa Clínica de novos medicamentos não foi interesse de investimento do ramo farmacêutico nacional. A política econômica adotada no país nos anos 50 estimulou a instalação de empresas estrangeiras no Brasil, elevando a participação destas indústrias de 14% do total em 1930, para 35% em 1940, 73% em 1960 e em 2002 para cerca de 70% a 80% do total. Esse movimento obteve como aspecto positivo a elevação dos padrões técnicos e gerenciais da produção brasileira e a redução drástica das importações. Já o aspecto negativo é a cristalização de uma condição de excessiva concentração da produção em um grupo de empresas cujas estratégias no país não contemplam a realização de atividades de inovação, já que esta era realizada na matriz e transferida para as filiais em todo o mundo (FILHO; PAN, 2003).

A partir de 1971, a política de não reconhecimento de patentes pelo Brasil, estimulou

as empresas brasileiras a copiarem os produtos patenteados no país, com sua própria

marca, originando o medicamento similar, com custos mais baixos.

As dificuldades ao desenvolvimento de P&D no setor farmacêutico brasileiro devem-

se principalmente à (CALIXTO, 2008):

- Altos custos e riscos do desenvolvimento de novas drogas tradicionais.

- Elevados custos financeiros (juros) e pouca oferta de capital de risco.

- Longo tempo de maturação dos projetos de P&D no setor industrial.

- Falta de divisões formais de P&D no setor industrial.

- Redução do número de empresas nacionais por incorporação às multinacionais /

transnacionais.

- Pouca experiência na área de inovação tecnológica.

- Ausência de pesquisadores nas empresas.

-Ausência (até recentemente) de um programa nacional com a participação do

governo e suas agências.

O estimulo às empresas nacionais para realização atividades de P&D sempre foi

muito reduzido. A maior facilidade, devido ao custo reduzido, de produzir e comercializar

cópias de produtos patenteados no exterior, em conjunto com a inexistência de uma política

industrial para o setor, a instabilidade econômica crônica, as reduzidas exigências

regulatórias de então e a persistente adoção de políticas de controle de preços casuísticas e

sem qualquer base técnica levou as empresas brasileiras a não investirem na inovação.

4. CONCLUSÃO

São várias as discussões de temas como a bioética, a biossegurança, a pesquisa

realizada em seres humanos, o uso de organismos geneticamente modificados

(transgênicos) na indústria alimentícia e as tantas diferentes técnicas de manipulação, com

influencia direta e indireta para o homem, têm feito não apenas a comunidade científica

mundial, mas também grande parte da sociedade. Cada vez mais, produtos de tecnologias

inovadoras são lançados no mercado, o que causa grande preocupação por parte dos

órgãos reguladores quando ao verdadeiro impacto na saúde coletiva.

De acordo com a revisão bibliográfica realizada, o setor da pesquisa clínica no país

está se desenvolvendo, devido principalmente, ao aumento do número de estudos clínicos

multicêntricos realizados no país. Portanto, são crescentes os números de protocolos

clínicos submetidos à aprovação do CEP, CONEP e ANVISA e estes órgãos reguladores

estão buscando acompanhar a evolução desta área.

Entretanto, o desenvolvimento de estudos clínicos está diretamente relacionado à

capacidade do país de produzir e desenvolver novos medicamentos. No Brasil, 80% dos

estudos de pesquisa clínica para desenvolvimento de novos medicamentos são conduzidos

por empresas multinacionais. Além disso, apenas 4% do total desses estudos são

dedicados a pesquisas clínicas de fase I, ou seja, aquelas em que um novo princípio ativo

de medicamento é testado pela primeira vez em humanos. O MS juntamente com a ANVISA

devem ocupar um lugar central na política de pesquisa clínica e desta forma aproximar a

agenda de pesquisa com as prioridades e necessidades públicas, visando o

desenvolvimento das áreas de pesquisa de novos medicamentos nas universidades em

parceria com as indústrias nacionais.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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