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Esse livro é uma ferramenta de desconstrução de toda identidade que você talvez tenha vestido até aqui, que não seja a identidade que o céu liberou sobre você. Larissa é corajosa, ela se vestiu da sua autoridade de filha e assim teve como lindo propósito ajudar a tantos através desse livro para serem livres de pesos. Ela expõe suas cicatrizes no decorrer dos capítulos, com maestria. Quando expomos feridas fechadas, isso libera autoridade para cura. Esse livro é uma poderosa arma de des-construção, reconstrução e reposicionamento de identidade nas mãos de Deus. Certamente você será completamente revestida com a sua essência de filha do Aba após mergulhar nessas páginas e nunca mais será a mesma.

Pastora Mowana Débora. Atua resgatando, reconstruindo e reposicionando mulheres no propósito através do rise up woman

Deus está levantando mulheres comuns. Elas não ocupam lugares de evidência, mas, através da sua identidade restaurada e do entendimen-to do seu papel como mulheres, se destacam onde estão. Essa leitura trará cura ao seu coração e te reposicionará nesse lugar, que sempre foi seu, o de filha, e te conduzirá a uma jornada linda de restauração e propósito.

Angel Fernandes

DESCOBRINDO O PODER DE SER FILHACopyright © 2021 por Larissa CoutoPublicado por Editora Quitanda

É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quais-quer meios (eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem pré-via autorização, por escrito, da editora.

Revisão: João Lucas Régis Cabral Edição: Tomás CambaProdução: Editora Quitanda Capa e Diagramação: Caio D’art DesignColaboração: Augustavo Sembissa

As citações bíblicas foram extraídas das versões: Almeida Corrigida e Fiel (ACF), Nova Versão Internacional (NVI), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), Nova Almeida Atualizada (NAA) e King James (KJA).

Índices para catálogo sistemático:

1. Mulheres cristãs : Vida cristã : Cristianismo 248.843Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

Couto, Larissa Descobrindo o poder de ser filha / Larissa Couto.-- 1. ed. -- São Paulo : Editora Quitanda, 2021. ISBN 978-65-990870-6-6 1. Cristianismo 2. Inspiração - Aspectos religiosos - Cristianismo 3. Literatura devocional 4. Mulheres (Teologia cristã) I. Título.

21-60653 CDD-248.843

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

sumário

agradecimentos

prefácio

apresentação

introdução

i. poder feminino na era feminista

ii. ser independente no mundo dependente

iii. ninguém manda em mim

iv. o sacerdócio x feminilidade

v. viva a plenitude de ser você

vi. a comparação que corrompe a perfeição

vii. ministério

viii. quem é você?

ix. guarde o seu coração no alto

x. dependência emocional

xi. o que os filtros não escondem

xii. a beleza de ser filha nos dias cinzas

conclusão

sobre a autora

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agradecimentos Esse livro é uma resposta de gratidão a tudo que o meu Pai fez em mim. Sou grata por Ele ter me salvado de todas as maneiras possíveis a ponto de me tornar um meio para que outras filhas sejam salvas.

Como não agradecer ao meu marido, Leandro Pereira, que desde sempre me encorajou, desafiou e impulsionou a viver os sonhos de Deus para mim, sem respeitar os meus medos e inseguranças, me fa-zendo romper com meu conforto e expor aquilo que eu carrego. Nossa história foi marcada pelo favor de Deus e tem sido incrível caminhar ao lado de um homem que escolheu antes caminhar com o Senhor.

Sou grata aos meus pais, Rosangela e Paulo, que me educaram de forma forte, me corrigiram em amor e dentro de todas as suas limita-ções me expandiram em graça e cuidado, e sempre acreditaram na por-ção que Deus depositou sobre mim. Minha mãe junto com Leandro participou de cada capítulo desse livro, me ouviu ler incontáveis vezes cada parágrafo para ver se estava bom, aguentou as madrugadas de escrita e leitura, em cada página tem um pouco deles também.

Agradeço pela minha irmã, Beatriz, foi pensando nela que escrevi muitos textos, o amor que sinto por ela me faz amar outras mulheres que, mesmo tão diferentes de mim, se tornam iguais pelo único moti-vo: somos filhas. Depois do amor a Deus, Bia é a minha inspiração a cuidar, despertar e munir mulheres para a verdade que elas carregam. Sou infinitamente grata a Deus por me dar uma irmã que me tira da zona de conforto e me leva à essência do meu chamado. Em todos os momentos que vivi e relatei no livro, ela estava do meu lado, vivemos juntas algumas dores e dividimos momentos únicos, ela e minha mãe são minhas melhores amigas e eu não poderia estar melhor acompa-nhada para viver a jornada da vida do que ao lado de mulheres tão diferentes que me complementam e me levam além.

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descobrindo o poder de ser filha

Não posso deixar de agradecer a minha avó, as minhas tias, Roseni, Roseneide, meus sogros, Silvia e Wellington, meus cunhados, Guilherme e Ana Luisa, que sonharam com o projeto quando ele ainda não era nem uma hipótese, que me encorajaram e sempre estiveram ao meu lado.

Diante de tantos amigos queridos que sempre me impulsionaram a escrever, preciso honrar em especial a vida do Guilherme Gama que acompanhou o meu processo de escrita, corrigiu, deu ideias e me ajudou de forma tão gentil a desenvolver o livro com sensibilidade e verdade.

Para finalizar, sou grata pelos meus pastores André Fernandes e Quezia Cadimo, que me acolheram e se alegraram com o livro e me muniram de coragem para viver tudo que Deus tem para mim. Como minha pastora sempre diz, chegou a hora de florescer, e como sou grata por estar plantada ao lado de grandes árvores frondosas na fé.

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prefácio Larissa é sensível e, ao mesmo tempo, forte. Ela consegue traduzir, em palavras, muitas das nossas vivências do “universo feminino”. Com a coragem de ser vulnerável, ela sempre está questionando algo, mas, ao mesmo tempo, deixando Deus trabalhar a seu favor, de dentro pra fora! Ela conhece o seu valor e se posicionou para que outras mulheres também conheçam o que carregam dentro de si.

Em Descobrindo o poder de ser filha, Larissa compartilha seu co-ração com experiências reais que ela enfrentou, medos que venceu e dúvidas que foram respondidas pelo Pai. E nessa jornada de descobrir-mos nossa identidade, estamos sendo construídas, dia após dia, sendo transformadas de glória em glória, à medida que conhecemos mais o nosso Pai e nos relacionamos com Ele. Tenha uma certeza: Ele te ge-rou de uma forma maravilhosa e única!

Que esse livro seja um catalisador de tudo aquilo que Deus tem pra sua vida, que as “mentiras perfeitas” que sua mente tenta te contar abram espaço pro novo. Que você receba o amor furioso e imutável do nosso Pai e abrace sua real identidade: você é FILHA!

Quezia Cadimo

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apresentação Caminhei de perto com a Larissa em todo seu processo de crescimento. Tivemos boas conversas e juntas nos alegramos, choramos, indagamos, oramos e sonhamos. Em muitos momentos queríamos chegar no final de uma situação, de uma história com a resolução do que esperávamos, quando no fundo o plano era que a identidade de filha ficasse cada vez mais latente no modo de viver, nas palavras e na rotina da Larissa.

Eu me lembro quando ela me disse que ela tinha uma impressão que Deus queria que ela começasse a escrever sobre ser filha. Primeiro ela começou com alguns posts na internet, depois com vídeos, até que ela me disse: “Camis, comecei a escrever o livro.” Ela sempre foi bem intencional quando acredita viver o propósito de Deus pra vida dela. E este é um dos principais aspectos de alguém que se reconhece como filha, Acreditar.

Acreditar que quem ela escuta e a ama tanto não erraria a direção, que o Salmo 139 é real e que ela nunca seria abandonada ou esquecida. Quando acreditamos que somos amados, não importa o que escuta-mos das pessoas, confiamos neste amor que Sempre irá nos levar para o melhor. E foi nesta caminhada de fé e confiança que a Larissa trilhou todo este tempo e em todos os processos.

Cada palavra, cada história, cada situação neste livro faz parte de uma autodescoberta dela mesma com Deus Pai. Este livro não é uma autoajuda apenas, mas é um caminho que todas nós percorremos, e a Larissa pode te ajudar, através deste livro, a caminhar mais leve, segura e sabendo que existe o outro lado. O lado que apesar de nem sempre termos respostas e a vida fazer todo sentido, estamos seguras que po-demos ser filhas, descansar e confiar.

Foi e é um privilégio fazer parte deste processo, pois, você sabe, quando caminhamos juntos, todos aprendemos. E talvez você irá ler

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este livro e já tem convicção de ser filha, mas, com certeza, existem muitas pessoas ao seu redor que irão precisar deste caminho aqui des-crito.

Que nesta geração estas palavras venham brilhar e trazer vida, mi-nha amiga Larissa!

Com amor,Camila Carelli

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introduçãoEste livro nasceu do meu despertar como filha, pois apesar de ter vi-vido toda a minha vida dentro da igreja, servindo, liderando e amando vidas, ainda não tinha me encontrado no Pai. Eu conhecia o Deus que é Salvador e Senhor da minha vida, até mesmo Pai, mas existe um abismo entre saber que Ele é Pai e se perceber como filha, e, então, conseguir andar à altura disto, mesmo com alguns tropeços.

Eu quero que, através desse livro, você entenda que a sua força não vem do grito, do corpo, do sexo, eu quero que você enxergue que seu valor não está na sua mão de obra, por mais competente que você seja no trabalho, e, ainda que você seja reconhecida por aquilo que faz. Eu quero que você termine esse livro e consiga olhar para o espelho e en-contrar beleza, não porque você perdeu alguns quilinhos, ou conseguiu disfarçar as gordurinhas extras com uma cinta ou uma roupa, mas por-que você descobriu a singular harmonia que há em você, e encontrou algo admirável além dos seus peitos, bunda e barriga sem precisar que os homens ou a sociedade descubram isso primeiro em você.

Eu quero que você se sinta desejada sem precisar estar com uma roupa que exponha seu corpo, que você valorize sua inteligência de fato, e não use como isca para os seus relacionamentos a sua carne. Eu quero que você descubra de verdade o que é ser livre de estereótipos e ideologias que só te definham, te diminuem e te roubam da essência. Eu quero que a sua alegria não se torne refém da bebida, da droga ou de relacionamentos tóxicos, que você possa respirar no meio de uma tarde conturbada e sinta seus pulmões se enchendo de misericórdia, que seus olhos se fechem à noite para dormir e, ao invés de você reca-pitular todos os erros do dia e tudo que ainda falta para você se tornar quem deseja ser. Eu desejo que você medite em quem Ele já tem te tornado e no quanto Ele ama te ver crescendo nEle.

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Meu desejo é que através deste livro você descubra que a sua voz tem importância, independente de algum homem ou mulher terem ou não dado valor, que suas ideias são plausíveis e que seus sonhos não são bobagem. Eu quero que você pare de carregar o fardo do passado e aceite definitivamente a leveza de ser dEle. Minha oração é que, ao final deste livro, a “liberdade” que te aprisiona às expectativas alheias e a necessidade de impressionar sejam quebradas pelo poder de perten-cer a alguém que te ama e que cuidadosamente planejou sua história, que te forjou e tem expectativas sobre a sua vida. Eu quero que você descubra, viva e se empodere do poder de ser filha!

Esse livro é para reavivar verdades que estão adormecidas em você, é para te lembrar que existe um propósito na sua existência e beleza mesmo em meio ao caos. Não existe nada novo, tudo já foi dito e cravado em nossos corações, mas, infelizmente, o dia a dia, a rotina e até mesmo a religião nos fazem esquecer quem de fato somos e por que somos.

Quero te lembrar que somos mulheres delicadamente guerreiras e sabiamente determinadas, capazes de gerar uma nação. Sensíveis, mas não frágeis. Esculpidas à imagem e semelhança do próprio Deus, o re-fino da criação, exclusivamente desenhada e intencionalmente forjada. filhas. Furiosamente amadas e graciosamente desejadas.

O diabo sabe o poder de mulheres despertas em seu propósito, e, por isso, insiste em nos manter distraídas. A necessidade de impressio-nar, de mostrar nossa capacidade intelectual, de conquistar e seduzir rouba o foco, sem perceber passamos a vida “provando que não pre-cisamos provar nada para ninguém”, correndo atrás do nosso valor e com isso nos desvalorizando, buscando nossa força naquilo que nos torna fracas e vazias.

Meu desejo é que sobre sua vida prevaleça a única marca que pro-duz vida, a cruz. E que no decorrer das páginas você seja curada, não porque há poder na junção dessas palavras, mas porque há poder na-

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INTRODUÇÃO

quEle que te acompanhará nessa jornada. Oro para que você descubra que somente os furos nas mãos de Jesus podem cobrir a sua vergonha e que através dEle sua dignidade é restaurada. Saiba que você é filha amada, e que ser amada não é o fim de todas as coisas, mas o começo delas. Que você caminhe sobre a verdade e que se empodere da vida de Deus que pulsa dentro de você.

Que você silencie seus medos e lute corajosamente contra o peca-do e que o peso da sua voz seja por ecoar a voz do Eterno. Que você não encare histeria como força e o grito como a única forma de ser ouvida, saiba que, ao contrário do que dizem, ser mansa não é sinal de fraqueza, mas de domínio próprio. Que você saiba que seu corpo foi minuciosamente criado para ser templo do Espírito Santo e que você pode fazer o que quiser com ele, mas que você escolha fazer exatamen-te aquilo que você foi chamada para fazer.

Que você não escolha expor sua pele para ser elogiada, mas que você consiga ouvir os elogios do seu Pai todos os dias. Que você des-cubra que o poder, a beleza e o privilégio de ser mulher está em ser filha e através desse livro seja equipada para viver a plenitude de ser quem você nasceu para ser: livre, liberta e única.

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i. poder feminino na era feminista

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PODER FEMININO NA ERA FEMINISTA

Muitas mulheres foram criadas para não dependerem de homens, mui-tas vezes pela omissão da figura masculina em casa ou por sua impo-sição. Na minha família não foi diferente – meu pai, por trabalhar em outra cidade, foi muito ausente, e minha mãe precisava, além de cuidar da casa e das filhas, se desdobrar em dois (alguns períodos três) traba-lhos. Eu e minha irmã passávamos a tarde e parte da noite sozinhas, com 9 anos eu pegava ônibus com minha irmã para estudar na cidade vizinha, desde muito novas entendemos a urgência de tornar mais leve a rotina da minha mãe.

Por eu ser mais velha, assumi a responsabilidade de cuidar da Bia e nós duas cuidávamos da casa, o que construiu dentro de mim um senso de independência da figura masculina, um entendimento de que através do meu trabalho vem o meu sustento e que os meus futuros filhos preencheriam facilmente o lugar do meu futuro marido. Eu acre-ditei que era potencialmente capaz de ser tudo que eu precisava para ser feliz, o que de fato sou, mas ao longo da minha caminhada descobri que sozinha eu não me basto e por mais que Cristo seja suficiente para todos os meus vazios eu não me torno sua noiva sozinha.

É através dos relacionamentos que me torno Corpo. O seu sangue me purifica ao passo que me conduz a viver a plenitude de ser filha e ser filha me leva a viver a unidade do corpo, afinal é através dele que a minha individualidade é enriquecida, que eu sou lapidada, a comple-mentariedade que jorra na unidade me torna apta a ser minha melhor versão; quando essa chave virou na minha mente pude entender o quão poderoso é o casamento e porque ele faz parte do propósito de Deus para seus filhos e porque Satanás tenta sempre deturpar essa verdade.

Hoje em dia, a ideia de individualidade está tão encharcada de in-dividualismo e a concepção da força feminina tão corrompida a ponto de contaminar, inclusive dentro da igreja, o coração das mulheres, fa-zendo-as acreditar que a força da mulher está associada à sua indepen-dência, à capacidade de tomar decisões e ser dona do próprio nariz, e

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que o casamento é um empecilho para isto – o poder feminino está ligado à liberdade que as acorrenta nas mesas de escritórios, chefes e cargos. O empoderamento feminino no discurso anuncia uma falsa liberdade de ser o que quiser desde que você queira ser o que o mundo moderno impõe, que tenha seu próprio salário, durma com quantos homens quiser, viva seus impulsos e exponha seu corpo o máximo que puder sem se preservar, e qualquer coisa fora desta “liberdade” é sinal de estar sucumbida ao patriarcado.

A revolta contra o machismo é legitima, porém muitas pessoas pinçam apenas partes da Bíblia e tomam como verdades bíblicas textos fora do contexto, baseiam seus discursos em mentiras e os sustentam de modo ignorante, como é o caso do patriarcado incutido nos discur-sos feministas como sendo sinônimo de um Deus machista.

No entanto, o patriarcado é um modelo social que Deus adotou para Israel: diferente dos outros deuses para quem era necessário fazer rituais de orgia e que objetificavam a mulher – falarei mais sobre isso nos capí-tulos seguintes –, Deus escolheu se relacionar com o seu povo através da paternidade e não limitou esse relacionamento apenas entre Ele e seus filhos, mas trouxe para o lugar de honra a mulher, quando estendeu esse modelo ao homem, trazendo sobre ele a responsabilidade de ser o sacer-dote da casa, zelar e proteger sua família em amor. Entender o contexto social em que a bíblia foi escrita nos ajuda a compreender os grandes passos que o cristianismo deu para ressignificar o valor da mulher perdi-do depois que o homem se afastou do seu Criador.

O propósito de Deus com as mulheres é que elas sejam a expressão da sua glória, você foi criada com uma harmonia única de dons e talen-tos para serem manifestados e não escondidos, pois nunca fez parte da intenção de Deus te limitar – pelo contrário, o desejo dEle é que você exerça na totalidade tudo aquilo que lhe foi dado. O intuito de Satanás é distorcer nosso entendimento quanto ao amor do Pai revelado em nossa feminilidade, nos fazendo acreditar que Deus, através da religião,

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quer abafar nossas habilidades, nos reduzindo apenas aos afazeres do-mésticos em silêncio. Deus não quer o seu silêncio, Ele quer a sua voz ministrando as verdades dEle em tudo que você fizer, há poder nas suas mãos e na sua voz para curar as feridas que as mentiras de Satanás têm aberto por meio de uma religiosidade cega.

Os abusos que as mulheres sofreram ao longo dos anos por ho-mens, inclusive dentro da igreja, nunca fizeram parte da intenção de Deus. Tais abusos ocorrem, porque corações corrompidos distorcem as verdades bíblicas em beneficio próprio e a falta de conhecimento nos torna cativas deles. Voltar à origem feminina é não anular sua his-tória com o Criador, é entender o coração do Criador, perceber que os planos de Deus permanecem perfeitos ainda que executados de forma errônea e que sempre podem ser corrigidos quando voltamos nossos olhos para o início, onde tudo foi gerado.

A FEMINILIDADE NO MERCADO DE TRABALHO

Deus não é contra mulheres no mercado de trabalho, nunca foi, ainda que alguns digam isto. Para conhecermos o que de fato são as expectati-vas de Deus a nosso respeito, precisamos buscar na Bíblia os princípios que devem nos nortear, sem negligenciar o tempo em que ela foi escrita.

Até a revolução industrial o trabalho acontecia no âmbito fami-liar, uma mesma família realizava todo o processo de produção de um produto, ou seja, a mesma família que criava as ovelhas, produzia a lã, fazia o tecido, coloria e comercializava. Quanto ao trabalho, não havia separação física entre as esferas privadas e públicas – tudo acontecia no mesmo lugar, por isso quando olhamos as passagens bíblicas que orientam a mulher a cuidar da casa e do marido não quer dizer que ela só deveria e deva fazer isto, mas ensinam, como ela já trabalhava, os filhos e maridos não deveriam ser menos importantes.

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Naquele tempo, a paternidade e a maternidade aconteciam conco-mitantemente, ambos exerciam juntos a criação dos filhos, porém, após a revolução industrial o homem precisou sair de casa para trabalhar, e com isso a responsabilidade de cuidar dos filhos recaiu na mulher que permaneceu em casa. Entender a Bíblia à luz do tempo e da realidade em que foi escrita nos leva a compreendermos a diretriz principal do trabalho que é glorificar a Deus e exercer um trabalho sacrificial, isto se aplica tanto para os homens como para as mulheres, porém não existe um padrão específico para todos, por isso é tão importante entender a sua realidade atual e buscar em Deus como deve agir frente a ela. Cada pessoa é única, cada situação é diferente e Deus quer agir na sua parti-cularidade, dentro das condições em que você está inserida.

“Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem pruden-tes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus próprios maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada”. – Tito 2.4,5 ( NVI ).

“Portanto, aconselho que as viúvas mais jovens se casem, tenham filhos, administrem suas casas e não deem ao inimigo nenhum motivo para maledicência”. – 1 Timóteo 5.14 ( NVI ).

Quando Paulo diz para as mulheres serem boas esposas, mães e do-nas de casa, ele não está partindo do pressuposto de uma sociedade em que essas coisas não poderiam ser feitas juntas, porque na realida-de em que ele viva tudo acontecia ao mesmo tempo, inclusive Paulo teve seu ministério auxiliado por Lídia e Priscila, duas mulheres que tinham suas vidas ativas na sociedade e ministerialmente.

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“E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da ci-dade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o co-ração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.” – Atos 16.14 ( ACF ).

Lídia, como mulher, era a cabeça da sua família, isso quer dizer que era viúva ou solteira e ocupava uma posição importante na sociedade, e era reconhecida pelo seu trabalho e posses, no entanto, ela não quis reduzir o seu potencial as conquistas do seu próprio braço. Em uma das ministrações de Paulo, durante sua viagem, Lídia ouviu a palavra de Deus, permitiu que mudasse a sua forma de pensar, tomou sua posição no corpo de Cristo, levando sua família e muito provavelmente seus empregados também a se converterem.

“E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos ro-gou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Se-nhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constran-geu a isso.” Atos 16.15 ( ACF ).

Lídia foi a primeira europeia a se converter e fez da sua casa a primei-ra igreja na Europa, sua hospitalidade abrigou Paulo e sua equipe em sua casa, e o seu coração no serviço a tornou uma mulher importante não só na sociedade pela sua condição financeira como também na proclamação do Evangelho. Deus não quer só parte do seu potencial e recursos, se Ele te muniu de habilidades elas devem ser utilizadas em sua totalidade, assim como Lídia fez.

A mulher de provérbios 31 demonstra que a produtividade femini-na não se limita a estar dentro de casa ou no trabalho, ainda que ambos fossem realizados no mesmo ambiente, ela era empresária bem-sucedi-da ao passo que era uma ótima dona de casa, esposa e mãe, pois uma função não se dissocia da outra, muito menos anula; pelo contrário, tudo que ela fazia era bem-feito, utilizando todas as habilidades em que ela foi dotada da melhor forma com objetivo de honrar a Deus. Esse é

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o papel da mulher, ser útil em todas as esferas em que ela estiver inse-rida e priorizar as que produzem frutos para a eternidade, sem deixar de perceber que os dons e talentos são presentes do Pai que devem ser aproveitados.

Deus quer te usar dentro do universo em que você está inserida, pois ser filha não muda as circunstâncias, mas a forma como você re-age a elas – o propósito do Pai é que você expresse o DNA dEle em tudo que você fizer. Nem todas as mulheres têm filhos, nem todas que têm conseguem trabalhar em casa, algumas ainda não são casadas e outras já têm seus filhos morando fora. Cada contexto é único e dentro desta realidade precisamos saber alinhar o nosso coração para não co-locarmos em segundo plano aquilo que tem valor eterno. Saiba que en-sinar seus filhos e cuidar do seu marido é tão produtivo para sociedade quanto ser uma profissional bem-sucedida, porém ser reflexo do amor e da graça de Deus dentro do seu lar é um presente que Deus te deu e que não deve ser esquecido ou trocado por nenhuma outra função.

Nos dias de hoje, a sua profissão fala mais de você do que a sua identidade, o cargo que você ocupa determina o quanto você deve ser ouvida. Suas conquistas profissionais são o que refletem o quão empo-derada você é, e as suas notáveis capacidades são resumidas ao âmbito profissional, tudo isso leva à falta de tempo para construir uma família, cuidar do lar, sonhar com os filhos – planos que são negligenciados pela admirável rotina empresarial.

A independência e a autossuficiência financeira ludibriam nosso coração, nos fazendo acreditar que o poder vem disto. Somos levadas ao abismo do ego, sucumbidas pelos nossos próprios interesses, olha-mos tanto para as nossas conquistas que esquecemos de nós, o retorno profissional traz a sensação que somos úteis, capazes e fortes, uma sensação tão boa que nos instiga a querermos cada vez mais.

O mundo capitalista substancializou a produção: produzir é sinô-nimo de dinheiro e dinheiro é o que gera reconhecimento. No mundo

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onde o que você tem mais do que aquilo que você é, suas conquistas se materializam no salário, e qualquer coisa que não produza dinheiro, não produz nada. Somos levadas a acreditar que a vida fora do meio corpora-tivo é desperdiçada, com uma rede de mulheres fracassadas. Inutilizamos os diversos potenciais femininos por limitarmos sua produção àquilo que é profissionalmente reconhecido através de um salário.

Decidir ir contra, e de fato ser o que quiser, não ser dominada pela ditadura feminista imposta nas entrelinhas das conversas, dos olhares, e muitas vezes de forma clara, é um ato de coragem que precisa ser reafirmado todos os dias dentro e fora de casa, dentro e fora de você. Somos a incrível geração que ama a ponto de ter orgulho em se subme-ter ao chefe e que odeia a ideia de submissão ao marido.

Quando decidi casar com o Leandro, decidi também abrir mão da faculdade federal em que eu estudava e me transferi para uma par-ticular, a maioria das pessoas achou loucura, julgaram que eu estava abrindo mão de uma conquista para seguir um homem. Assim que me formei na faculdade estava trabalhando em uma empresa que eu amava, porém Deus nos chamou para mudarmos de cidade e nova-mente precisei me desligar de mais uma conquista. Eu tinha, claro, e a cada dia que passa tenho mais convicção que nunca foi uma troca das minhas conquistas pelas conquistas do meu marido, ainda que esse tipo de comentário faça parte de algumas conversas e de muitos pensamentos, sempre foi um abrir mão daquilo que eu tinha por algo maior e esse algo maior não vem por ser algo dele, mas por ser o meu em direção ao meu propósito.

Isso deixa claro que não é igual para todas as mulheres, cada uma de nós é única, com propósitos únicos e que devem ser exercidos, in-dependentemente do que digam a respeito, com tudo aquilo que temos à mão – seja em um ambiente acadêmico, empresarial, ministerial ou no lar. Não importa se o que Deus te chamou para fazer é ou não so-cialmente aceitável nos dias de hoje – se você tem uma palavra do Pai,

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mantenha seu coração nela, pois ainda que os ventos sejam contrários ela será suficiente para te fazer permanecer.

Desde que me casei com o Leandro, estudei, trabalhei fora e dentro de casa, não tínhamos ajudante e morávamos longe das nossas famílias. Apesar de Leandro sempre me ajudar muito com as atividades de casa, eu ainda precisava cuidar dela, a rotina era exaustiva, acordava todos os dias às 6h da manhã e chegava em casa às 21h30, o tempo que sobrava estudava e cuidava da casa, os finais de semana eram dedicados à igreja. Quando nos mudamos para a nova cidade e precisei largar o emprego decidi que me dedicaria apenas à minha família e ao ministério.

Não foi fácil sustentar essa decisão por um ano, a maioria dos membros da igreja, com a melhor das intenções, queria arrumar um emprego para mim, ainda mais porque durante seis meses decidi não estar à frente de ministério nenhum, me coloquei apenas como suporte do Leandro. Precisei ouvir “mas você não trabalha?”, “mas você é tão nova e inteligente, prefere ficar dependendo do seu marido?”, “você estudou esse tempo todo para não trabalhar?”, seguido de “talvez você não tenha acertado na escolha da profissão...”, “você não gosta da sua área?”, ”é tão melhor e libertador ter seu próprio dinheiro, ser independente”. Fo-ram incansáveis perguntas, seguidas de tantos olhares de repreensão, que por algumas vezes surgiram dúvidas no meu coração a respeito da palavra que Deus tinha me dado.

Me manter segura na decisão que o Senhor me deu não foi fácil, mas me levou a um outro nível com Ele e comigo mesma – saber que eu estava onde o meu Criador me queria fez silenciar os comentários de pessoas que nem ao menos me conheciam direito. Eu e Ele precisá-vamos do nosso tempo a sós, eu precisava ser ministrada e curada por Ele. Nesses seis meses silenciosos o meu ministério foi fundamentado, eu me descobri como filha e aprendi que não é o ativismo que nos dig-nifica, mas trabalhar dentro do nosso propósito, resgatar a essência de ser você e, por isso, fazer o que você faz, seja dentro ou fora de casa,

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é a expressão de tudo aquilo que você é, de tudo aquilo que você foi criada para ser.

A ideia que eu quero passar não é de apedrejar o trabalho, mas co-locar cada um em seu devido lugar, te fazer entender que prioridades devem ser priorizadas e não invertidas. O trabalho te dignifica, mas não te constrói, a sua base precisa estar alicerçada em fontes que pro-duzem vida, não nas que te consomem. Não há pecado no trabalho, ele foi criado pelo Senhor como forma de trazer sustento, mas ele é pecaminoso quando passa a ser sua fonte de identidade, realização e felicidade.

evidência, mas, através da sua identidade restaurada e do ...€¦ · esse livro é uma...

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