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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra Europa e os Migrantes do Século XXI Lara Durães Coimbra, 2012

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Faculdade de Economia

Universidade de Coimbra

Europa e os Migrantes do Século XXI

Lara Durães

Coimbra, 2012

Faculdade de Economia

Universidade de Coimbra

Europa e os Migrantes do Século XXI

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de

Fontes de Informação Sociológica

Docente: Paulo Peixoto

Ano lectivo: 2012-2013

Imagem da capa: Fotopedia, 2012

http://www.fotopedia.com/items/flickr-7163682354

Lara Durães

Coimbra, 2012

Índice

1. Introdução ........................................................................................... 1

2. Estado das Artes ................................................................................... 2

2.1. O que é migração ............................................................................. 2

2.2. Legislação imigratória vigente em Portugal .......................................... 5

2.3. A ilusão da emigração e os Principais Países de destino da população

portuguesa ............................................................................................ 6

3. Descrição detalhada da pesquisa ........................................................... 10

4. Avaliação de página de Internet ............................................................ 12

5. Ficha de leitura ................................................................................... 14

6. Conclusão .......................................................................................... 19

7. Referências bibliográficas ..................................................................... 20

Anexo I

Texto de suporte da ficha de leitura

Anexo II

Página da Internet avaliada

Anexo III

Avaliação da página da Internet

Europa e os Migrantes do Século XXI

1

1. Introdução

Este trabalho foi realizado como elemento de avaliação contínua no

âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, cujo docente é o

professor Paulo Peixoto. Esta cadeira pertence à Licenciatura de Sociologia da

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Existiam temas gerais interessantes e pertinentes para a elaboração do

trabalho. O tema que mais se tornou apelativo à elaboração do trabalho foi o

tema que abrangia ”A Europa e os migrantes no século XXI“. Ao início tornou-se

difícil a escolha, e só decidi a partir dos textos a desenvolver para os temas. O

tema sobre o qual se vai desenvolver o meu trabalho será sobre os fluxos

migratórios. Sobre como os movimentos migratórios podem afectar a vida de

uma sociedade e sua constituição, podendo através destes movimentos

construir sociedades variadas.

Este tema tem uma elevada abrangência, o que dificultou a escolha de

subtemas mais específicos para me cingir. Considero que esta divisão se torna

pertinente para uma melhor compreensão do tema principal. Pretendo

expressar-me e referenciar todas fontes utilizadas de forma a facilitar a leitura e

pesquisa suplementar do meu trabalho. Achei pertinente em fase inicial abordar

um tema mais específico, abordar em que consiste a migração, o que é

migração; Legislação imigratória vigente em Portugal e a ilusão da emigração e

os Principais Países de destino da população portuguesa. Estes subtemas acho

que demonstram perspectivas que explicam bem em que incide o trabalho.

Noutra parte do trabalho realizo a descrição detalhada da pesquisa, onde

abordo cada passo que deu origem ao trabalho final e a avaliação da página da

Internet. A página foi escolhida tendo em conta a pertinência da informação e o

seu uso ao longo do trabalho. Para proceder à respectiva avaliação de

acessibilidade desta página da Internet, utilizei algumas ferramentas de

avaliação, tais como: Wave e DaSilva.

Na parte final encontra-se a conclusão, as referências bibliográficas e os

anexos.

Europa e os Migrantes do Século XXI

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2. Estado das Artes

2.1. O que é migração

«A tua casa pode substituir o mundo,

mas o mundo nunca poderá substituir a tua casa.»

Provérbio alemão

Como já vem sido entendido ao longo dos tempos, é considerada

migração os movimentos que as pessoas executam de uma região para outra.

Esta pode ser interna ou externa. Segundo o Instituto Nacional de Estatística,

migração é a “deslocação de uma pessoa através de um determinado limite

espacial, com intenção de mudar de residência de forma temporária ou

permanente. A migração subdivide-se em migração internacional (migração

entre países) e migração interna (migração no interior de um país).” (ALEA,

s.d). Não podendo deixar de citar quem afirma, que “definir conceitos nesta

temática torna-se uma tarefa relevante, contudo delicada, uma vez que a

complexidade do fenómeno migratório, a sua multiplicidade de formas e a

própria evolução, leva a que seja necessário ter em conta uma reflexão

aprofundada e contínua.” (Castro F. V., 2008.a, p. 23). Como salienta Fátima

Velez de Castro, citada, existem outros autores que se perfilam na mesma linha

de pensamento do Instituto Nacional de Estatística. Entre eles são citados

Jackson e Pailhé. (Jackson; Pailhé apud Castro F. V., 2008)

Em relação aos conceitos que se relacionam com migração, estes têm

uma grande variedade e podem ser interpretados de diferentes formas, mais

aprofundadas, e levando em conta a linha de pensamento de cada autor. De

forma mais genérica, pode-se ter conceitos globais, que facilitem e expliquem

de forma sucinta os termos em questão. “Na legislação portuguesa há um

conjunto de conceitos claros, como são os que respeitam: à migração sazonal

Europa e os Migrantes do Século XXI

3

ou não duradoura; migração de retorno ou regresso; migração para estudo

(incluindo o intercâmbio de estudantes, formação não remunerada e

voluntariado); migração para o exercício de actividades de investigação e

desenvolvimento (I&D) e de investigação e desenvolvimento tecnológico

(I&DT); e/ou migração temporária, bem como um outro conjunto de conceitos

mais fluidos respeitantes à “circularidade” migratória ou migração circular.”

(SEF, 2010, p. 12). O que mesmo sendo um conjunto de conceitos claros, não

ficam independentes a refutações e várias opiniões divergentes.

Durante a minha pesquisa, deparei-me com um gráfico que considerei

bastante importante no tema em questão. Considero que nos transmite, com

grande eficácia, a sua realidade em relação à emigração.

Fig. 1 - Emigração por Tipo, 2002

Fonte: (INE, 2003.a)

Lara Durães

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Em relação à emigração, podemos ainda agrupá-la em diferentes tipos.

Dos quais, vou referir os que achei mais relevantes.

Fig.2 - Emigração por Grau de Instrução, 2002

Fonte: (INE, 2003.b)

Fig.3 - Emigração por Nacionalidade, 2002

Fonte: (INE, 2003.c)

Europa e os Migrantes do Século XXI

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2.2. Legislação imigratória vigente em Portugal

A legislação vigente, data de 25 de Fevereiro de 2003 e constitui o

Decreto-Lei 34/2003. Como principal objectivos são citados: “promoção da

imigração legal em conformidade com as possibilidades reais do País, integração

efectiva dos imigrantes e combate firme à imigração ilegal” 1. Esta legislação foi

criada com vista a diminuir a ilegalidade em Portugal e a promover a legalidade.

A imigração clandestina, ao contrário do pensamento de várias pessoas é

bastante importante. No nosso quotidiano somos confrontados ou podemos ter

acesso a dados, maioritariamente estatísticos, que nos informam sobre a

dimensão do fenómeno da imigração clandestina. Dados esses que não podem

ter em linha de conta os imigrantes clandestinos/ilegais, por eles serem, como o

próprio nome indica, clandestinos. Como por exemplo, gráficos como o exposto

na figura 4, que indica a População estrangeira em Portugal entre 1980-

2008.

Fig.4 - População estrangeira em Portugal entre 1980-2008

Fonte: (INE, 2003.d)

1 Decreto de Lei, N. 34/2003 de 25 de Fevereiro de 2003. Obtido em Novembro de 2012, de Portal Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras: http://www.sef.pt/portal/v10/PT/aspx/legislacao/legislacao_detalhe.aspx?id_linha=4198

Lara Durães

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Alguns autores consideram a imigração clandestina como sendo um

fenómeno que resulta essencialmente da escassez de estudos.

De acordo com a legislação vigente, para ser um imigrante legal deve ser

portador de documentos válidos. Para terem acesso aos vistos pretendidos, têm

de se deslocar às embaixadas ou consulados portugueses. Os vistos, só

proporcionam uma entrada temporária no país e para o fim definido. Outra das

consequências da legislação é o regime de quotas de imigração. O regime de

quotas “é um instrumento legal que permite, plurianualmente, fixar o número

máximo de imigrantes que Portugal deve acolher, em função das necessidades

de mão-de-obra e da capacidade de integração de cada região” (Santos C. A.,

2007.a, p. 37). Segundo outras fontes, mas ainda referente ao regime de cotas,

afirmam que este se tende a generalizar. “A maioria está a estabelecer um

sistema de "quotas", assim como a estabelecer um processo de selecção dos

imigrantes, nomeadamente através de prestação de "provas" pelos candidatos

(conhecimento da língua, da cultura, etc).” (Fontes, s.d.a).

Considera-se, na maioria dos casos de ilegalidade, a expiração dos vistos

adquiridos por curto prazo de tempo. Segundo Clara Almeida Santos, há a

existência de casos que utilizam documentos falsos para entrar no país. Em

Portugal, devido à limitada fronteira marítima, tem poucos casos de imigrantes

ilegais que chegam de barco. Sendo a chegada de avião mais comum.

2.3. A ilusão da emigração e os Principais Países de destino da população

portuguesa

Quando ouvimos falar de emigração, associamos quase que

automaticamente a emigração à busca de uma vida melhor. Perante a crise que

atravessa o país ainda mais força tem a busca de países/lugares que nos

possam proporcionar uma melhor qualidade de vida, nomeadamente a nível

económico. Por outro lado, existem autores, como o Professor Umberto Melotti,

Lara Durães

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da Faculdade de Sociologia da Universidade de Roma La Sapienza, que na sua

participação no seminário “Sociedade e Cultura Política – Debates

Contemporâneos” transmitindo a sua perspectiva sobre a migração na Europa

contemporânea, afirmou que a “migração deve ser vista não apenas como um

fenómeno económico ou social, mas principalmente como um fenómeno

político.” (ORIUNDI, 2012).

A partir da emigração, surge a construção de uma vida nova longe de

tudo o que por definição era o nosso quotidiano. Não se pode interpretar a

emigração, na minha opinião, como por exemplo a entrada na Universidade. É

certo que, com a entrada nesta, quem tem de sair de sua casa oficial sente um

pouco de dificuldade, mas nada que se compare ao mudar completamente de

bases. Isso acontece no caso da emigração, em que as pessoas têm de, na

teoria, começar a “vida do 0”, alicerçar novo rumo para a sua vida.

Um dos motivos de migrações que contribui para uma quantidade de

emigrantes crescente, é a reunificação familiar. Na procura, em geral de uma

qualidade superior de vida, normalmente, o “chefe de família” migra. No

entanto, nem sempre fica separado da família, e em certos casos, após ter

estabilizado a sua vida no local de emigração, junta a família e passam a

construir uma vida nesse local. A emigração não se trata de mudança apenas a

nível geográfico, mas também e sobretudo a nível emocional e social.

No domínio em que os emigrantes são mais enganados é a nível do

trabalho. Os imigrantes, com a saída do país, pretendem adquirir uma maior

comodidade e visam ser recebidos como membros da sociedade, com o devido

respeito. Facto este que não sucede em todos os casos desta forma. E estes,

passam a ser alvo de grandes crueldades e vários tipos de discriminações, como

por exemplo racismo e a xenofobia.

“Em toda a parte não deixam de ser estrangeiros. A lógica da

sua recepção é sempre a mesma: serão bem recebidos se escasseia a

mão-de-obra, mas indesejáveis se o desemprego estiver em

crescimento. As condições de acolhimento torna-se frequentemente

num autêntico pesadelo. Sentem todo o peso da discriminação nos

salários, mas também no contacto com as comunidades locais.”

(Fontes, s.d.b).

Carlos Fontes debruçou-se sobre este tema, daí apresentar

posteriormente alguns casos que ele citou para demonstrar os “dramas da

Emigração Portuguesa na União Europeia”.

Fig. 5 - Dramas da Emigração Portuguesa na União Europeia

Fonte: (Fontes, 2004)

Europa e os Migrantes do Século XXI

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Especificando agora um pouco as preferências dos países de emigração da

população, apresento, de forma sucinta e esquematizada, a informação

adquirida ao longo da pesquisa.

Países Número de habitantes Número de emigrantes

Portugueses

Estados Unidos da América 300 milhões 1150000

Brasil 185405000 700000 mil

França 60876136 550000

Suíça 7.6 milhões 152000

Alemanha 82.5 milhões 132000

Quadro 1 – Principais Países de Emigração Portuguesa

Fonte: (Turma 4.º, 2009)

Lara Durães

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3. Descrição detalhada da pesquisa

O método de pesquisa utilizado no trabalho baseou-se inicialmente na

pesquisa na Internet. Com a pesquisa, obtive bastante informação, da qual

muita não era pertinente. Com a introdução no motor de pesquisa do tema de

trabalho (Europa e os Migrantes do século XXI), obtive 2.700.00 resultados.

Quando me deparei com este nível tão elevado, coloquei a expressão exacta à

qual obtive apenas 1 resultado. Esta diferença de resultados levou-me à

utilização de operadores boleanos, para especificar o pretendido, mas sem a

utilização da expressão exacta visto que esta não me apresentava variedade

de resultados.

Posteriormente, acedi aos catálogos bibliográficos para encontrar livros

que abordassem a temática do trabalho. Comecei por pesquisar no Catálogo

Bibliográfico da Faculdade de Economia. Como descritores de pesquisa,

inicialmente utilizei: Europa e os migrantes do século XXI. Com este descritor,

não encontrei nenhum livro. Introduzindo novo descritor: Migrações do século

XXI, já pode aceder a uma tese. Ainda sem informação suficiente, coloquei um

descritor de carácter mais abrangente: Migrações, que me proporcionou uma

mais ampla de informação. A muita desta informação pude aceder em suporte

digital, o que me facilitou o acesso, como, por exemplo ao estudo de (Healy,

2011). Recorri também a relatórios disponíveis online sobre a minha temática,

como por exemplo o relatório de Fátima Velez Castro (Castro F. V., 2008.b). De

forma a especificar a minha temática, dividi-a em 3 subtemas: Migração,

Legislação imigratória vigente em Portugal e A ilusão da emigração e os

Principais países de destino da população portuguesa. De seguida, recolhi

informações sobre o conceito de migração. Achei pertinente abordar

inicialmente o conceito sobre qual todo o trabalho iria incidir.

Como fonte para referenciar as citações introduzidas ao longo do texto,

utilizei a página da cadeira. (Peixoto, 2012)

Europa e os Migrantes do Século XXI

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Em suma, o método de pesquisa foi bastante simples, mas considerei

eficaz visto que me proporcionou a informação necessária para a finalização do

trabalho.

Lara Durães

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4. Avaliação de página de Internet

A página da Web que achei pertinente avaliar foi o ACIDI (Alto

Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural). Durante o trabalho,

utilizei vários dados fornecidos por este site. A ACIDI possui vários tipos de

informações importantes, quer a nível informativo, de serviços e de legislação.

Possui também uma agenda de eventos que facilita a divulgação dos mesmos. A

língua oficial é o Português, mas também possui a opção de língua para Inglês,

o que se torna disponível para um grupo mais abrangente de pessoas. Esta

página Web encontra-se disponível em http://www.acidi.gov.pt/.

O autor desta página não está identificado explicitamente na página, mas

esta encontra-se associada ao Governo de Portugal e FEINPT (Fundo Europeu

para a Integração de Nacionais de Países Terceiros). Embora o autor não seja

referido, considero a página com grande grau de autenticidade e fiabilidade

devido às associações anteriormente referidas. O url é curto e remete-nos para

a credibilidade deste associado à extensão GOV.

Para facilitar o acesso às informações existentes na página, podemos ter

acesso a um motor de busca interno e contém uma estrutura que facilita a

navegação. Possui links apoiados com imagens que nos direccionam para a

informação que queremos obter, e existe um vasto número de ligações internas.

As ligações encontram-se activas, excepto o link que acede ao tema de

Sociedades Ciganas, que se encontra indisponível. Existe um pequeno espaço

direccionado para a publicidade, que chama a atenção para actividades acerca

do tema central da página, mas não interfere na leitura do resto da página.

Ao longo da pesquisa deparei-me com várias fontes algumas fontes

sobre este tema, e perante a informação que recolhi e a da página, estas são

coincidentes. O discurso utilizado é claro e a sua divisão em subtemas torna-se

mais objectivo. Esta página não referencia muitas outras páginas.

Europa e os Migrantes do Século XXI

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Em relação ao grafismo, a sua estética é atractiva, mas possui défices de

acessibilidade visual (representados por um olho em fundo amarelo, na

avaliação feita pela ferramenta de avaliação Wave). Relativamente à avaliação

em específico, foram avaliadas através do DaSilva e do Wave. Foram

encontrados respectivamente, 24 erros, 487 avisos e 23 erros de acessibilidade.

A acessibilidade desta página encontra-se limitada pelos vários défices

encontrados, que são descritos (Dasilva) e demonstrados (Wave). (Avaliações

da página da Internet - Anexo III)

Lara Durães

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5. Ficha de leitura

Título da publicação: Imagens de mulheres imigrantes na imprensa

portuguesa – análise do ano 2003

Local onde se encontra:

http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Col_Teses/14_CAS.pdf

Referência bibliográfica: SANTOS, Maria Clara Moreira Taborda de Almeida,

1977- “Imagens de mulheres imigrantes na imprensa portuguesa - análise do

ano 2003”. Página consultada em dia 22 de Outubro de 2012, acedida em

http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Col_Teses/14_CAS.pdf

Data de publicação: Novembro 2007

Nº de páginas: 138

Páginas: 17-44; 27 páginas

Data de leitura: Outubro de 2012

Área cientifica: Ciências Sociais

Sub-área cientifica: Migrações, Etnicidade e Racismo

Europa e os Migrantes do Século XXI

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Autora: Maria Clara Moreira Taborda de Almeida Santos

Local de edição e editora: Lisboa: ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração

e Diálogo Intercultural)

Assunto: Estudos sobre migrações

Palavras-chave: migração, fluxos migratórios, mercado laboral, cidadania,

reunificação familiar

Resumo/ Argumento: Clara de Almeida Santos, através desta tese, consegue

mostrar-nos a visão de vários autores, e cita os estudos/perspectivas teóricas

por eles apresentados. A autora, associa a referências histórico-culturais, os

factos relativos a migrações num contexto global. Com base nos estudos, e

dados estatisticos de várias fontes reconhecidas, são-nos demonstradas as

conclusões sobre o tema em questão.

Estrutura

Introdução:

A autora, Prof. Doutora Maria Clara Moreira Taborda de Almeida Santos, é

Doutorada em Ciências da Comunicação (2006-2010), possui Mestrado em

Comunicação e Jornalismo (2002-2004) e Licenciada em Jornalismo (1995-

2000), pela Universidade de Coimbra. (DeGóis, 2010)

É actualmente professora auxiliar no Departamento de Filosofia,

Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Jornalista de formação e directora da UCV – televisão Web da Universidade de

Coimbra. (Universidade de Coimbra, s.d)

Lara Durães

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Este texto, é uma tese da autora. O estudo referente a esta tese, utilizou,

na sua maioria dados relativos às migrações que têm Portugal como destino.

Desenvolvimento/ Síntese:

Com este trabalho, Clara Almeida Santos, pretende enquadrar o

tratamento que a imprensa dá ao fenómeno das migrações, e a tudo o que a

eles diz respeito. Pretende também mostrar o significado dos números, que

apresentam um universo de especificidades relativamente aos períodos

anteriores. Na medida que avançamos na leitura, deparamo-nos cada vez mais

dados que apontam para diferentes perspectivas em estudo. Para uma melhor

percepção, a autora, dividiu o texto em dois tópicos principais, sendo eles: Ser

imigrante; Portugal, País de migração.

É abordada no texto, a dramatização da presença dos imigrantes,

sobretudo no discurso político. Pois, traz como consequência um aumento

exponencial. Como principal factor que leva à migração, é considerado o

mercado laboral. Dentro dos motivos, é citado que “a migração varia, em

termos de volume e de composição, consoante o grau de diversidade das áreas

dentro de determinado território, conforme a variedade das pessoas, com as

flutuações da economia.” (Santos C. A., 2007.b, p. 22). São também

considerados factores exógenos que influenciam as migrações, e respectivas

teorias que os sustentam. Segundo Jonas Widgren, “o maior fluxo de migração

se registou entre 1845 e 1924, com 50 milhões de pessoas (na sua maioria

europeus) a movimentar-se.” (Santos C. A., 2007.c, p. 23). O reagrupamento

familiar, potencia a chegada de vagas de imigração. A língua é um factor de

grande influência nestes processos de “mudança do conhecido para o

conhecido”. Para combater a ilegalidade nas migrações são promovidas épocas

de legalização. Mais restritamente ao sexo feminino, estas são consideradas

cada vez mais importantes nas migrações. Como principal factor de migração

contínua sendo o mercado laboral. Mas, no caso feminino, mais direccionado

para serviços a empresas e hotelaria. Por outro lado, os homens serão mais

direccionados para a construção civil, e hotelaria. Para finalizar, é-nos também

Europa e os Migrantes do Século XXI

17

demonstrado a influência que os media tem na transmissão de certas

mensagens.

Pontos fracos e fortes do documento:

Um dos pontos que considero forte no documento é quando a autora

afirma que a fase de consideração da cidadania e dos direitos políticos

outorgados aos imigrantes, representava já algum reconhecimento da

consolidação da imigração. Considero também, quando a autora afirma que

Portugal apesar de ser considerado anti-racista, é seriamente marcado por

atitudes racistas. Após estas afirmações, a autora consegue pôr o leitor a

reflectir e tomar a sua posição perante tais afirmações. Um dos pontos que

considero mais fraco é relativamente à abordagem de um “quinto período”.

Neste período, ao contrário das explicações anteriores, não assenta em dados

estatísticos, mas sim probabilísticos.

Conclusão:

Em forma de conclusão são-nos apresentados dados que problematizam a

permanência de estrangeiros ilegais. Por outro lado, associam a percentagem

prisional ao número de estrangeiros, que em parte não estão legalizados. Este

tipo de afirmação, faz suscitar juízos como de que imigrantes são os principais

causadores do vandalismo. A autora, baseia-se, durante o texto, em dados

concretos, ou seja, estudos estatísticos.

Autores/ Personagens/ escolas de pensamento

Principais Autores Citados ou eventuais identificados no texto:

Appleyard, Foner, Rumbaut, Gold, D’Almeida, Ghatak, Sassoon, Marios

Nikolinakos, Alejandro Portes, Alain Taurrius, F. L. Machado, Baganha, Marques,

Esteves, Garcia, Cónim, Carrillo, Stephen Castles, Mark J. Miller, Kymlicka,

Lara Durães

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Bastenier, Dasselto, Cohen, Martiniello, Bauböck, John Solomos, Maria Beatriz

Rocha – Trindade, Ribeiro, Jackson, Castels, Davidson, Both, Solé, Wallace,

Ramalho, Appadurai, Jórsef Böröcz, Everett Lee, Cádima, Figueiredo, Góis

Referências histórico-culturais: Final do Bloco Soviético, final da 2ª Guerra

Mundial, décadas de 60/70, formação da União Europeia, Revolução de 1974,

Queda do Muro de Berlim, Guerra Fria, Acordo de Schengen.

Recursos de estilo e linguagem: Tende a referir-se a dados estatísticos.

Conceitos: Uma das maiores problemáticas do texto cinge-se na ilegalidade de

imigrantes. Como temas, a autora cita alguns como: Legislação vigente,

enquadramento estatístico da imigração nos nossos dias, Tipologia das

migrações, tendências actuais, a imigração em Portugal em números , Mulheres

imigrantes e mercado laboral, valores e atitudes face aos imigrantes, mercado

laboral, teorias e polémicas, entre outros.

Europa e os Migrantes do Século XXI

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6. Conclusão

Concluido o trabalho, adquiri informações sobre este tema que acho

pertinentes, como por exemplo as influências que as migrações podem ter na

sociedade. Deste modo, penso que a elaboração destes trabalhos aprofundam

os nossos conhecimentos sobre áreas que são bastante interessantes.

Depois da elaboração deste trabalho, apercebi-me da escassez de

informação que tinha acerca deste. Como a maior parte da população, o nosso

conhecimento é bastante superficial o que dificulta escrever sobre o assunto.

Conforme referi na pesquisa detalhada, a informação ou se tornava escassa, ou

se tornava demasiada. O que se revelou ainda mais pertinente a delimitação do

tema. Com a delimitação do tema foi mais fácil tratar e articular o tema

principal.

Posso concluir que os movimentos migratórios trazem vantagens, mas

também desvantagens para a população em geral. Não podem apenas ser

tomado em linha de conta aquilo que proporciona uma melhor vida a quem

imigra, mas também as complicações que daí podem resultar.

A página da internet avaliada, foi escolhida pela sua pertinência em

relação ao tema. Foi dificil a escolha do site, e da informação que melhor se

adequaria ao trabalho. Para a avaliação, não recorri à ferramenta de avaliação

proposta pelo docente da cadeira, devido a não conseguir obter resultados. No

meu parecer o trabalho foi enriquecedor, pois permitiu-me uma abordagem

mais profunda de assuntos que desconhecia a complexidade, e de como realizar

a avaliação de uma página da Internet.

Lara Durães

20

7. Referências bibliográficas

ALEA. (s.d). Actualidades do INE. Obtido em 8 de Novembro de 2012, de Alea:

http://www.alea.pt/html/actual/pdf/actualidades_40.pdf

Castro, F. V. (2008.a). A Europa do outro – A Imigração em Portugal no início

do século XXI - Estudo do casos dos imigrantes da Europa do Leste no Concelho

de Vila Viçosa. Lisboa: ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO

INTERCULTURAL.

Castro, F. V. (2008.b). A Europa do outro - A Imigração em Portugal no início do

século XXI- Estudo do caso dos imigrantes da Europa do Leste no Concelho de

Vila Viçosa. Lisboa: Alto-Comissariado para a imigração e Diálogo Intercultural.

DeGóis, C. (11 de Novembro de 2010). Maria Clara Moreira Taborda de Almeida

Santos. Obtido em 28 de Outubro de 2012, de Portal DeGóis:

http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=2073814119399159

Fontes, C. (s.d.b). Emigrantes Portugueses Vítimas de Racismo e Escravatura

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Fontes, C. (s.d.a). Imigração na Europa- Imigrantes Somos Todos. Obtido em 8

de Novembro de 2012, de Sapo: http://imigrantes.no.sapo.pt/page3.html

Fontes, C. (6 de Novembro de 2004). Imigrantes Somos Todos. Obtido em

2012, de Sapo: http://imigrantes.no.sapo.pt/page6.EmigPortEsc01.html

Healy, C. (2011). Cidadania Portuguesa: A nova Lei da Nacionalidade de 2006.

Lisboa: Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural.

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http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUES

dest_boui=71844&DESTAQUESmodo=2

INE. (17 de Junho de 2003.b). Retrato da Realidade Emigratória em Portugal -

Statistics Portugal. Obtido em 2012, de INE:

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUES

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INE. (17 de Junho de 2003.c). Retrato da Realidade Emigratória em Portugal -

Statistics Portugal. Obtido em 2012, de INE:

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUES

dest_boui=71844&DESTAQUESmodo=2

Europa e os Migrantes do Século XXI

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INE. (17 de Junho de 2003.d). Retrato da Realidade Emigratória em Portugal -

Statistics Portugal. Obtido em 2012, de INE:

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUES

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Jackson; Pailhé apud Castro, F. V. (2008). A Europa do outro – A Imigração em

Portugal no início do século XXI - Estudo do casos dos imigrantes da Europa do

Leste no Concelho de Vila Viçosa. Lisboa: Alto-Comissariado para a Imigração e

Diálogo Intercultural.

ORIUNDI, R. D. (20 de Março de 2012). Sociólogos italianos falam sobre

migração, turismo e saúde em SC [pt]. Obtido em Novembro de 2012, de

ORIUNDI: http://oriundi.net/site/oriundi.php?menu=noticiasdet&id=19702

Peixoto, P. (Novembro de 2012). Fontes de Informação Sociológica. Obtido de

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra:

http://www4.fe.uc.pt/fontes/

Santos, C. A. (2007.a). Imagens de Mulheres Imigrantes na Imprensa

Portuguesa - Análise do ano 2003. Lisboa: ALTO-COMISSARIADO PARA A

IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO INTERCULTURAL.

Santos, C. A. (2007.c). Imagens de Mulheres Imigrantes na Imprensa

Portuguesa - Análise do ano 2003. ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E

DIÁLOGO INTERCULTURAL (ACIDI, I.P.).

Santos, C. A. (2007.b). Imagens de Mulheres na Imprensa Portuguesa - análise

de 2003. Lisboa: ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO

INTERCULTURAL.

SEF. (2010). Migração temporária e circular em Portugal - Factos, políticas e

estratégias. Obtido em 2012, de CES:

http://www.ces.uc.pt/myces/UserFiles/livros/628_21b-

1._PORTUGAL_National_Report_Circular_Migration_FINAL_Version_6_Jan_2011

_(PT).pdf

Turma 4.º, M. (29 de Maio de 2009). Paises De Emigração Portuguesa. Obtido

em 2012, de SlideShare.

Universidade de Coimbra. (s.d). Clara Almeida Santos. Obtido em 22 de

Outubro de 2012, de Universidade de Coimbra:

http://www.uc.pt/governo/reitoria/claraalmeidasantos

Lara Durães

22

No trabalho, utilizei o estilo de citações bibliográficas APA.

Europa e os Migrantes do Século XXI

23

Anexo I

Santos, Clara Almeida (2007), “Imagens de mulheres imigrantes na imprensa

portuguesa - análise do ano 2003”, Dissertação de Mestrado em Comunicação e

Jornalismo, p: 17-44. Lisboa: Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo

Intercultural.

Lara Durães

24

Anexo II

Europa e os Migrantes do Século XXI

25

Anexo III

DaSilva

Lara Durães

26

Europa e os Migrantes do Século XXI

27

URL: http://www.acessobrasil.org.br/dasilva/aval.do

Lara Durães

28

Wave

URL:

http://wave.webaim.org/report?url=http%3A%2F%2Fwww.acidi.gov.pt%2F&js

=2