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Universidade de Coimbra Faculdade de Economia
Profissões de Risco
Margarida Maria Neves de Jesus Simão
Coimbra, Dezembro de 2007
Universidade de Coimbra Faculdade de Economia
Profissões de Risco Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação
Sociológica, do 1º ano do curso de Sociologia, leccionada pelo Doutor Paulo
Peixoto.
Autora do trabalho:
- Margarida Maria Neves de Jesus Simão
- Nº 20070899
Imagens da capa retiradas de:
http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://www.midiasemmascara.com.br
/images/articles/Policia.JPG&imgrefurl=http://www.midiasemmascara.com.b
r/artigo.php%3Fsid%3D2118&h=412&w=418&sz=29&hl=pt-
PT&start=1&tbnid=0HUI3BW07hQiCM:&tbnh=123&tbnw=125&prev=
http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://bombportugal.no.sapo.pt/image
s/bomb%2520as%2520costas.jpg&imgrefurl=http://bombportugal.no.sapo.pt/
&h=319&w=244&sz=23&hl=pt-
PT&start=12&tbnid=xheMApDy9Dwv2M:&tbnh=118&tbnw=90&prev=
Índice 1. Introdução 1
2. Desenvolvimento 2
2.1 Estado das Artes 2
2.1.1 Profissão 2
2.1.2 Risco 5
2.1.3 Erro Humano 7
2.1.4 Enquadramento Legal 11
2.1.5 Os Bombeiros 14
2.2 Descrição pormenorizada do processo de pesquisa 17
3. Ficha de Leitura 19
4. Avaliação de uma página Web 22
5. Conclusão 23
6. Referências Bibliográficas 24
Anexo A
Cópia do livro de suporte da ficha de leitura com o título:
“Globalização insidiosa e excludente. Da incapacidade de organizar
respostas à escala local”, capítulo da obra Risco social e incerteza: Pode o
Estado social recuar mais?
Anexo B
Cópia da página do Expresso avaliada com o título:
“Profissões de risco”
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1. Introdução Profissões de risco…quem não ouviu falar? Todas as profissões têm o
seu risco, com um grau maior ou menor de perigosidade. Em algumas as
sequelas são permanentes e visíveis, noutras não. Mas, apesar dos danos não
serem visíveis, eles existem… Visíveis ou invisíveis, estes danos podem em
certas situações pôr em risco a vida dos profissionais, causando-lhes a morte.
Mas, o risco não pertence exclusivamente às profissões.
Quando decidi abordar este tema não tinha em mente a dimensão do
risco e quão abrangente podia ser. Ele está presente na sociedade, camuflado,
espreitando em cada esquina e acompanha-nos desde o berço ao caixão.
Este tema interessou-me bastante, de forma a escolhê-lo entre os
demais.
Sendo um tema muito abrangente não restringi o meu trabalho apenas
às profissões de risco, procurei perceber o que é uma profissão, o que
significa risco e erro humano, em que condições o risco se encontra presente
na nossa sociedade condicionada pelo globalismo e pela competitividade das
empresas e ainda de que forma o Estado legitimou o risco.
Desta forma, o meu Estado das Artes encontra-se subdividido nos
seguintes sub-temas: “profissão”; “risco”; “erro humano”; “enquadramento
legal” e não podia terminar sem falar de uma profissão considerada de risco,
“os bombeiros.”
Terminada esta fase, faço uma descrição detalhada de todo o processo
de pesquisa, seguido de uma ficha de leitura do capítulo “Globalização
insidiosa e excludente. Da incapacidade de organizar respostas à escala
local.” de Pedro Hespanha et al. (2002). Procedo finalmente à avaliação de
uma página da Internet do Expresso, onde as “profissões de risco” são o tema
central.
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2. Desenvolvimento
2.1 Estado das Artes
2.1.1 Profissão
Para abordar o tema das profissões é necessário primeiramente
distingui-las de ocupações, para que se possa entender como estas são aceites
pela sociedade.
Este tema foi abordado no enquadramento teórico de uma tese de
doutoramento, no domínio da “Sociologia das Profissões” por Maria de
Lurdes Rodrigues (1997), no qual inicio o meu trabalho para diferenciar
profissão de ocupação e definir profissionalismo.
Carr-Saunders e Wilson iniciaram os estudos da abordagem
funcionalista, sendo a sua principal preocupação identificar características
que permitissem diferenciar as profissões do conjunto das ocupações. (apud
Rodrigues 1997: 7)
Na visão funcionalista, o termo profissão alicerça-se na suposição de
que todas as profissões têm características comuns, preocupações com o
interesse geral, base comum de conhecimentos, comportamentos regidos por
um código de ética e a existência de pagamento dos serviços prestados.
Anexados a estes aspectos comuns existiriam diferentes
características, que distinguiriam as profissões e ocupações, “semiprofissão”,
“quase profissão” e “não profissão.”
Assim, a constituição das profissões decorreria de: (i) um número
delimitado de pessoas, praticando uma tarefa como resposta a necessidades
sociais; (ii) da criação de “associações profissionais”, sendo reconhecida a
sua exclusividade pela sociedade e empregadores e exercida apenas por
profissionais detentores de códigos de conduta e ética, permitindo desta
forma a distinção de profissionais e não profissionais; (iii) e que, aos
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profissionais fossem dados conhecimentos específicos, inerentes à profissão
para que melhor a pudessem desempenhar.
Segundo Rodrigues (1997: 17-18), a abordagem interaccionista,
defende que o modelo profissional corresponde a uma imagem que as
profissões querem dar de si próprias. Esta abordagem não analisa os
privilégios profissionais, nem a sua estrutura, considera mais importante
identificar as circunstâncias que ocorrem para permitir a transformação de
ocupação em profissão, as “interacções” e os “conflitos”, os meios e recursos
mobilizados neste processo, procura chamar desta forma a atenção para o
papel utilizado pelas “reivindicações” e pelos “discursos” sobre o saber, na
transformação de uma ocupação em profissão.
Embora se desenvolvessem separadamente, estas duas abordagens não
se ignoraram ou excluíram, articularam-se, permitindo “visões
complementares”, integrando resultados de pesquisas e mesmo alguns
conceitos.
Rodrigues (1997: 20) diz ainda que o trabalho de Wilenshy
estabeleceu uma síntese das abordagens funcionalista e interaccionista.
Assim, o termo profissionalização assenta num processo pelo qual
uma ocupação reúne, em quantidades desiguais, diferentes critérios que a
definem. Por exemplo, a profissão, seria considerada uma ocupação social
importante, para se exercer esta função seria necessário um elevado grau de
aptidão para enfrentar situações não rotineiras, como problemas e novas
situações. Uma profissão lidaria com conhecimentos exclusivos dos quais
decorreriam os princípios, as teorias, as crenças, as técnicas, as práticas e as
metodologias com as quais os profissionais trabalham e que fornecem a base
para a formação e o treino profissionais.
Acrescenta ainda, ao propósito social da ocupação e do exercício de
habilidades especializadas, outros critérios para o conhecimento de um
campo de trabalho como profissão, um período extenso de preparação,
manter uma organização profissional, obter instrução e um código de ética.
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Assim, o profissionalismo pode definir-se em quatro etapas: (i) na
passagem de uma actividade amadora a uma ocupação a tempo inteiro, com o
estabelecimento do controlo sobre a formação; (ii) na criação de “associações
profissionais”, tendo como principal função a definição de tarefas essenciais
a gestão de “conflitos” internos entre profissionais com tarefas e formações
académicas desiguais e a gestão de “conflitos” com outras empresas de
actividades semelhantes; (iii) o estatuto que o Estado lhe confere; (iv) a
definição de códigos de ética inerentes à própria função.
Desta forma concluo que, profissionais são aqueles que possuem
formação para a execução de uma profissão a tempo inteiro, detentores de
códigos de conduta e ética e plenamente reconhecidos pelo Estado.
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2.1.2 Risco
Risco…o que é o risco? O risco está presente no nosso dia a dia, onde
quer que estejamos. Ocorre onde quer que nos encontremos e sobre as mais
variadas formas1. O risco é uma componente das profissões, mas também da
falta delas:
“O desemprego cíclico, os empregos precários e mal pagos, a insegurança social, a informatização do mercado de trabalho, o trabalho infantil, as migrações forçadas de famílias à procura de ocupação, a marginalização dos que sofrem incapacidade de trabalhar (…).” (Hespanha et al., 2002: 13)
Na actualidade todos estes factores condicionantes são originados, na
sua maioria, pela globalização. As empresas transnacionais invadiram os
mercados, controlaram a produção de bens e serviços, provocando dura
competição na partilha dos mercados e gerando um elevado número de
“empresas subsidiárias” com a mesma produção. Em desigual competição, a
forma encontrada para não encerrar e obter lucros nas empresas, foi aumentar
o emprego precário e consecutivamente o desemprego. Desta forma
amplificou-se o risco social.
Os indivíduos e as famílias aprenderam a conviver com a precarização
da relação de trabalho, desemprego, flexibilidade e insegurança. A
precariedade do emprego e a instabilidade aumentam o factor de risco,
salários baixos e incertos e a ausência de direitos sociais garantidos por
vínculo laboral 2 . É nas cidades que se torna mais visível este flagelo,
atingindo maioritariamente as mulheres, quem possua um baixo nível de
escolaridade, também os jovens, ainda por vezes em idade escolar são
1 Acidente de viação, atropelamento, queda de objectos, terramotos, enchentes, doenças terminais, morte súbita, etc. 2Desvio das contribuições dos trabalhadores, incumprimento das obrigações patronais em caso de acidente ou baixa e trabalhadores estrangeiros não legalizados.
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enviados para o mercado de trabalho, consequência do aumento das famílias
monoparentais, os idosos quando, ao atingir a idade de reforma, constatam
que não têm direitos, pois os patrões apesar de lhes cobrarem os descontos não
os enviavam para a Segurança Social, afecta ainda os inválidos, os
toxicodependentes, os mendigos e os sem-abrigo.
Reduzir as despesas e diminuir o consumo foi a forma encontrada para
sobreviver, cortam na alimentação, evitam despesas em medicamentos e
cuidados de saúde e vivem em casa degradadas, sem condições (água, luz,
saneamento básico), convivem com lixeiras, ratos, cobras e insectos.
Sobrevivendo nestas condições, as famílias têm uma saúde bastante
debilitada. “A fragilidade física e psicológica é um entrave a uma actividade
profissional remunerada, única fonte de subsistência.” (Hespanha et al., 2002:
38).
Também os cuidados com os dependentes (crianças, idosos,
deficientes), é um dos factores de “vulnerabilidade” das famílias. Os
equipamentos sociais existentes3 são por vezes limitados pela falta de vagas e
valores elevados, obrigando que os dependentes fiquem sozinhos ou na
melhor das hipóteses com familiares ou vizinhos.
“No domínio da protecção social institucionalizada, (…) o desconhecimento dos processos por parte dos cidadãos e a falta de transparência e arbitrariedade dos critérios utilizados pelas instituições produzem (…) uma falta de confiança por parte dos seus serviços (…). A tradicional prática de culpabilizar o pobre pela sua própria pobreza tende a persistir (…). Continua a esperar-se dele o principal investimento para ultrapassar os riscos sociais, (…) cumprindo programas e normas que as instituições negoceiam com eles, ignorando frequentemente a desigualdade que a relação institucional por natureza contém e reproduz.” (Hespanha et al., 2002: 50-51)
3 Jardins-de-infância, ATL e lares de terceira idade.
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2.1.3 Erro Humano
O erro humano encontra-se intimamente ligado aos acidentes de
trabalho. Pondo em risco indivíduos, edifícios e o próprio ambiente.
Na actualidade, com as novas tecnologias e maiores exigências de
produção, o erro humano assumiu uma importância mais visível do que
possuía anteriormente, aumentando o risco de acidentes no trabalho.
Quando se faz a divisão do mau funcionamento de um sistema
produtivo, quer seja nos equipamentos quer seja na actividade humana,
descobrem-se falhas técnicas que escondem erros humanos e vice-versa. É
pois, necessário analisar o erro para que se possa avaliar e caracterizar nas
suas verdadeiras dimensões.
Não há muito tempo, quando se dizia “errare humanum est” todos
aceitavam como um facto “incontornável”, sendo o erro considerado um
“fatalismo” impossível de contrariar. Com a evolução da técnica e as novas
exigências das tarefas, o erro deixou de ser considerado exclusivamente
humano.
Cada nova catástrofe 4 faz sobressair o problema do erro humano,
desencadeando ondas de protesto e falta de confiança contra quem
supostamente agiu mal, quer por erro ou omissão. Mesmo quando não se
encontra o culpado do acidente, é difícil não atribuir a culpa ou absolver
quem esteve implicado na tragédia.
O erro deve ser visto noutra perspectiva, deve ser um sinal que algo
está mal, quer na organização do trabalho ou na formação profissional. Neste
caso o erro deve servir para se alterarem estratégias, para o estabelecimento
de acções mais convincentes e ajustadas. “Não há melhor forma de
neutralizar o erro do que evitá-lo, em vez de o remediar ou desculpar, uma
atitude preventiva será a melhor forma de o anular.” (Faria, 1995: 7)
4 Acidentes em centrais nucleares, acidentes rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos, etc.
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No mercado de trabalho, o Homem confronta-se com duas exigências:
a exigência de produção e a exigência de segurança, procurando-se um certo
“nível de equilíbrio” entre as duas.
O aumento da competitividade aumenta a pressão temporal para a
execução do trabalho e poderá concorrer para que a exigência de produção
seja muitas vezes a preocupação dominante do trabalhador, em prejuízo das
condições de segurança com que executa o seu trabalho. Este desequilíbrio e
a incapacidade do trabalhador gerir eficazmente situações imprevistas e
falhas no seu sistema de trabalho, pode desencadear situações de erro
humano e, por vezes, consequentemente, acidentes cuja gravidade pode, em
certos casos, causar a própria morte.
Contudo, podemos encontrar falha humana na origem do acidente de
trabalho, mas esta nem sempre se pode atribuir a factores internos ao
indivíduo. Muitas vezes, estas falhas são causas técnicas e “organizacionais”
relacionadas com a forma como o trabalho está ordenado.
Para facilitar o desempenho da sua função, os trabalhadores definem
estratégias de “regulação” para gerir um conjunto de falhas técnicas e de
organização do trabalho.
Desta forma muitas situações que podiam à partida ser despoletadoras
de erros humanos, não chegam na verdade a causá-los. Acontecem, então,
apenas “variações à normalidade” que podem dizer respeito à tarefa ou
actividade. As variações como os acidentes, com maior complexidade, são
índices dos aspectos “críticos” das tarefas e revelam muitas vezes objectivos
ou exigências de produção mal definidas, assim como falhas de organização,
de logística ou níveis de exigência contraditórios com os definidos na tarefa
prescrita.
Contudo, em certas situações, várias dificuldades ocorrem
conjuntamente, fazendo com que o trabalhador não consiga, em tempo útil,
construir uma estratégia reparadora desses disfuncionamentos conjuntos,
atribuindo-se a causa ao actualmente muito veiculado “erro humano.”
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“Em suma, deve existir uma complementaridade entre a análise dos
acidentes de trabalho e a análise do trabalho, pelo que devem ser realizadas
de modo interactivo.” (Semedo, 2001: 26-31)
Analisar os erros “objectivos e reais” permite compreendê-los melhor,
controlá-los e possivelmente neutralizá-los, sobretudo em duas áreas.
“Área técnica” – que visa a presença de automatismos de segurança
que permitem ao trabalhador um certo período de reflexão antes de qualquer
tentativa de reparação de um erro ou incidente. Trata-se de ajudas técnicas
destinadas ao operador5.
“Área organizacional” – estabelecimento de planos de urgência que
prevêem, procedimentos de análise e diagnóstico de acontecimentos a
diferentes níveis, fazendo intervir especialistas de diversas áreas, além dos
operadores.
A maioria das máquinas e suportes lógicos possuem nos dias de hoje,
dispositivos que permitem detectar e neutralizar grande parte dos erros6. Por
exemplo as guilhotinas munidas de células fotoeléctricas que apenas
funcionam se as mãos do operador não se encontrarem no plano do corte.
Há ainda outros aspectos que podem ser aperfeiçoados: um plano
continuado de formação profissional, o reforço dos canais que transmitem
informação, permitir ao operador não apenas o controlo do processo, mas
também do sistema onde está inserido e articular a apreensão temporal tendo
em conta as características das tarefas e as dificuldades sentidas na prática.
Segundo Faria, (1995: 17) “… pode-se afirmar que a gestão do erro é possível. Uma análise exigente do sistema de produção e do seu funcionamento pode contribuir para o reduzir. Mas o erro também significa procura, aprendizagem, perseverança, humildade, coragem, desafio… progresso. Errare continua e continuará a ser, por todos os séculos dos séculos… humano!” (sublinhado nosso)
5 Diagnóstico da situação, sistemas de alarme inteligentes, etc. 6 Comandos trancados e ordens recusadas pelo computador emitindo uma mensagem ao operador do erro que cometeu.
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Na área da segurança, foi realizado um estudo em diferentes
indústrias7.
Dele se concluiu que, em Portugal, a idade e a escolaridade
influenciam em larga escala a atitude dos trabalhadores em relação à
segurança, a escolaridade é muito baixa entre os trabalhadores mais velhos e
aumenta gradualmente à medida que a idade diminui. Com tão baixo nível de
escolaridade será difícil adoptar um padrão de eficácia na Prevenção de
Acidentes. Só à medida que os mais velhos se forem reformando, sendo
substituídos pelos mais novos com instrução obrigatória mais elevada, o
problema se resolverá por si próprio. Esta mudança de mentalidades
demorará ainda alguns anos, mas é necessária para anular o crónico fatalismo
tão difundido entre o povo português. Só então, e depois das mudanças
apontadas, a atitude dos trabalhadores em relação à Segurança pode mudar,
diminuindo desta forma os acidentes de trabalho e o risco que lhe é inerente.
(Faria, 1996)
7 Celulose, cimento, bebidas, metalomecânica, e indústria alimentar.
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2.1.4 Enquadramento Legal A legislação portuguesa contém leis que regulam a segurança, higiene
e saúde no trabalho e acidentes de trabalho.
Assim, todo o “…trabalhador tem direito à prestação de trabalho em
condições de segurança, higiene e saúde asseguradas pelo empregador.”
(Leite e Almeida, 2007: 117)
O empregador é obrigado por lei a organizar actividades de forma a
dar formação aos trabalhadores para prevenção de riscos de trabalho. É
obrigado também a identificar os riscos previsíveis, combatendo-os na sua
origem, para que estes possam ser anulados ou limitados, garantindo um
nível eficaz de prevenção, planificar a prevenção na empresa, num sistema
que tenha em conta a componente técnica e a organização do trabalho.
Assegurar vigilância à saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que se
encontram expostos. Estabelecer os contactos necessários, com entidades
competentes, em matéria de primeiros socorros, combate a incêndios e
evacuação de trabalhadores. (Artigo 272º do Código do Trabalho)
Os trabalhadores têm por obrigação zelar pela sua segurança e saúde.
Mas não só. Também pela saúde e segurança de outras pessoas que possam
ser afectadas pelas suas acções ou omissões. Devem também utilizar
correctamente máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e
outros equipamentos e meios postos à sua disposição (equipamentos de
protecção colectiva ou individual), bem como cumprir os procedimentos de
trabalho estabelecidos. Tem o dever de alertar o seu superior hierárquico, ou
aos trabalhadores que tenham sido designados para se ocuparem das
actividades de segurança, quaisquer avarias, deficiências ou situações
susceptíveis de originar perigo grave ou eminente. (Artigo 274º)
Deve ser facultada aos trabalhadores, quando: admitidos numa
empresa, mudem de posto de trabalho ou de função, se introduzam novos
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equipamentos ou se alterem os existentes, informação actualizada sobre os
riscos para a segurança e saúde, bem como medidas de protecção e prevenção
e a forma como se aplicam, relacionadas com a sua função e o material de
protecção que seja necessário utilizar. (Artigo 275º)
Está prevista fiscalização para o cumprimento da legislação relativa à
segurança, higiene e saúde no trabalho. Compete à Inspecção-Geral do
Trabalho, em caso de acidente mortal ou que evidencie uma situação
particularmente grave a realização de inquéritos. Já em caso de doenças
profissionais ou quaisquer outros danos para a saúde ocorridos durante o
trabalho ou com ele relacionados, compete à Direcção-Geral de Saúde ou ao
Centro Nacional de Protecção contra riscos Profissionais, promover a
realização de inquéritos. (Artigo 279º)
A noção de delimitação do acidente de trabalho está prevista no
Artigo 284º:
“1- É acidente de trabalho o sinistro, entendido como acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho; 2- Para os efeitos deste capítulo, entende-se por: a) Local de trabalho todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, directa ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador; b) Tempo de trabalho além do período normal de trabalho, o que precede o seu início, em actos de preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe segue, em actos com ele também relacionados, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho.” (Leite e Almeida, 2007: 125)
Quanto ao dano o Artigo 286º diz:
“1- Considera-se dano a lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante directa ou indirectamente de acidente de trabalho (…).” (Leite e Almeida, 2007: 126)
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A legislação prevê em caso de doenças profissionais, acidentes com
lesões ligeiras ou graves, que reduzam a capacidade de trabalho ou mesmo a
morte, acções reparadoras. Estas podem assumir a forma de baixa médica,
reabilitação, mobilidade funcional ou indemnização, sem perda de
remuneração para o trabalhador.
Em jeito de conclusão, é do conhecimento geral que, em caso de
acidente, a culpa é por norma atribuída ao erro humano, ainda que se consiga
provar o contrário, o pagamento das baixas médicas e indemnizações é um
processo moroso com prejuízo para os trabalhadores. Nem sempre existe
fiscalização, quer na prevenção ou na atribuição do erro. Assim, o trabalho
encerra em si um risco que cresce diariamente com a globalização e o
aumento de competitividade.
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2.1.5 Os Bombeiros De entre todas as profissões consideradas de “risco”, optei pela que
considerei mais pertinente. Vemo-los todos os dias no combate a incêndios,
nos desencarceramentos, no transporte de doentes, nas inundações, etc.
Encarando de forma altruísta a sua profissão.
Só muito recentemente se investiu, com grande “determinação” e
“persistência” na formação dos bombeiros, dando-se ênfase à segurança e
protecção individual. Antes de mais porque o bombeiro constitui o principal
recurso à disposição do socorro.
Devido ao ambiente em que desempenham as suas missões, é
necessário que os bombeiros possuam o equipamento e vestuário de
protecção individual8 adequado à sua missão. Se estes forem de qualidade e
utilizados correctamente, os acidentes pessoais podem ser reduzidos ou
mesmo evitados. Contudo, o facto de se possuir e de se utilizar os
equipamentos e vestuário de protecção não garante, necessariamente, por si
só, segurança. A formação e as capacidades física e psíquica são, também,
importantes factores a ter em atenção à segurança do bombeiro.
Trabalhando normalmente em ambientes de risco, são inúmeros os
factores que os bombeiros devem ter em conta:
• Na exposição, em incêndios, a atmosferas perigosas (gases de
combustão tóxicos 9 , ar quente e por vezes com elevado teor de
humidade), os seus efeitos nocivos afectam directamente os pulmões,
mas passam também para o sangue diminuindo a capacidade
transportadora de oxigénio pelos glóbulos vermelhos provocando
problemas cardíacos;
8 A utilização do equipamento e vestuário de protecção individual requer do bombeiro um esforço suplementar devido ao peso, à dificuldade de movimentos e, em alguns casos, à falta de visibilidade. 9 Monóxido de carbono, ácido clorídrico, ácido cianídrico, dióxido de carbono, dióxido de carbono e fosfénio.
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• Ainda no combate a incêndios, podem sofrer de queimaduras, quer
pela acção directa do fogo ou pelos vapores de água, à ocorrência de
explosões, aos riscos de derrocada, queda de objectos, quedas dos
próprios bombeiros e exaustão pelo esforço físico dispendido;
• No socorro em acidentes de viação, ao atropelamento e ferimentos
vários no decurso de acções de desencarceramento;
• Na área da saúde, a contágios e infecções várias;
• Nas acções de salvados, a quedas e ferimentos resultantes da
projecção de objectos;
• Nos socorros por inundações e socorros a náufragos, aos riscos de
afogamento, hipotermia, contaminação por águas insalubres, quedas e
ferimentos vários devido a objectos cortantes;
• Nos acidentes com matérias perigosas, expõem-se a riscos
diversificados em função das matérias em presença, com destaque
para a sua toxicidade e corrosividade.
Respeitando as três condições básicas de segurança que se designam
por “triângulo de segurança” os bombeiros protegem-se dos riscos que
resultam da sua actividade:
• Boa condição física e psíquica;
• Vestuário e equipamento de protecção individual adequado a cada
situação;
• Conhecimento e treino.
No desempenho das suas missões trabalham em condições
desconhecidas. Por vezes, são obrigados a entrar em acção imediatamente,
sem possibilidade de se adaptarem aos perigos existentes.
Transportar pessoas, muitas vezes inanimadas, efectuar escaladas,
descidas, transportar materiais e equipamentos pesados, obriga os bombeiros
a estar permanentemente nas melhores condições físicas e psíquicas. Perante
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a existência de perigo, uma boa forma física e psíquica, permite diminuir ou
evitar situações de acidente.
O bombeiro deve possuir as seguintes condições físicas e psíquicas:
• Forma física: cárdio-circulatória; respiratória; músculo-esquelética;
neurológica;
• Forma psíquica: estabilidade emocional; autoconfiança; não sofrer de
doenças do foro psíquico.
“Importa ter sempre presente que, quando decidimos ser bombeiros, temos a obrigação de estar permanentemente nas melhores condições físicas e psíquicas. Se assim não for. Podemos pôr em risco a nossa vida e a de terceiros.” (Guerra, 2002: 14)
Quando os bombeiros começam o seu trabalho de intervenção devem
usar os equipamentos de protecção individual adequados às situações que vão
enfrentar. Estes são utilizados para reduzir ou evitar lesões e eventuais perdas
de vida.
Equipamentos de protecção individual mais utilizado pelos bombeiros:
capacete de protecção; óculos e viseira de protecção; protectores auriculares;
alarme pessoal de segurança; abrigo de incêndio florestal; aparelho
respiratório isolante de circuito aberto.
Concluo que, apesar de só muito recentemente se começar a apostar na
formação dos bombeiros e na utilização dos equipamentos e vestuário de
protecção individual, as suas intervenções são cada vez mais arriscadas face
aos inúmeros e diversos perigos que enfrentam.
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2.2 Descrição pormenorizada do processo de pesquisa Seleccionado o tema “Profissões de risco”, estabeleci ideias,
mentalmente organizei o trabalho, pensando apenas focar profissões
consideradas de risco. Mas quais? O que dizer sobre elas? Apesar das
profissões consideradas de risco serem abundantes e os riscos serem distintos,
devia apenas abordar as profissões de risco? O que fazer?
Ainda confusa, dirigi-me à Biblioteca da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra, ao Centro de Estudos Sociais e à Biblioteca Geral
da Universidade de Coimbra, procurando algo sobre “Profissões de risco.” O
pouco que encontrei era insuficiente e desinteressante, não sabia o que fazer.
Posteriormente, conversei com o Doutor Paulo Peixoto. A sua opinião
foi deveras interessante e direccionou o meu trabalho por um trajecto bem
mais aliciante.
Sendo o recurso mais viável, pois o facto de ser trabalhadora estudante
condicionava bastante o meu tempo, dirigi-me à Biblioteca da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra, pesquisando o catálogo da referida
biblioteca, introduzi em títulos a palavra «profissões» obtendo 88 resultados
de entre estes requisitei “Sociologia das profissões” de Maria de Lurdes
Rodrigues. Depois, decidi definir «risco», não foi fácil, pois os livros que
consultei, apesar de serem numerosos, eram pouco interessantes ou então não
se encontravam disponíveis, em qualquer campo 138, decidi filtrar mais a
busca, assim em assunto encontrei 14 resultados, restringi ainda mais e
encontrei apenas cinco. A bem dizer a minha pesquisa era apenas direccionada
para as profissões, não me apercebendo de outros “riscos.” Uma vez mais, o
Doutor Paulo Peixoto forneceu uma preciosa ajuda. Decidi abordar a questão
de risco social num livro que considerei realmente interessante “Risco social e
incerteza: Pode o Estado social recuar mais?”, pesou também em seu favor os
autores, essencialmente, Pedro Hespanha e Boaventura Sousa Santos pelo
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facto de já ter lido alguns textos seus, que considerei pertinentes e
interessantes e ainda pelo facto de uma das autoras ser minha professora, a
Doutora Sílvia Portugal.
Escolhi então para concluir o meu trabalho outros livros que considerei
pertinentes, já sem grande dificuldade. Da mesma colecção e da mesma autora,
Maria da Graça Lobato de Faria “O erro humano” que encontrei em titulo
apenas com 1 resultado e “Atitude dos Trabalhadores em Relação à
Segurança,” No CES uma tese de mestrado de Carla Sofia Carrilho Lopes
Santarém Semedo “Acidentes de trabalho na área da saúde em Portugal.” O
“Código do Trabalho” de Jorge Leite e F. Jorge Coutinho Almeida que tinha
em casa. Finalmente, e para concluir o meu trabalho, considerei relevante
focar uma “Profissão de risco”, não tendo no início da minha pesquisa
encontrado nenhum livro interessante sobre o assunto, dirigi-me então aos
Bombeiros Sapadores de Coimbra onde o formador Jorge Humberto muito
gentilmente, me emprestou alguns livros que evidenciavam o tema, escolhi o
que considerei conter o que me interessava “Segurança e protecção
individual” de António Matos Guerra.
No que respeita à pesquisa on-line, optei apenas por dois motores de
busca, o Google e o Sapo, decidi posteriormente utilizar o Google. Numa
primeira fase, utilizei o termo “Profissões de risco” para iniciar a minha
procura, apresentando muito ruído, decidi então restringir a procura de forma
a obter menos resultados. Adicionei então as palavras “Bombeiros”,
“Enfermeiros”, “Professores” e “Polícias”, procurei apenas em Portugal, em
qualquer altura, decididamente os resultados obtidos foram muito menores,
apenas 29 facilitando desta forma a minha escolha. Contribuiu também para
tal considerar o Expresso uma fonte de informação com alguma credibilidade.
Não decidi fazer o meu trabalho com este recurso, pois considero que apesar
de encontrar bastante informação esta não é na sua maioria fidedigna e os
artigos encontrados são apresentados de forma sucinta, pouco podendo
contribuir para um trabalho académico.
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Por fim, no que respeita à ficha de leitura, escolhi o livro que mais me
entusiasmou ler, pois considero que é um tema bastante actual e que de certo
modo me ajudou a reformular a minha opinião sobre o risco.
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3. Ficha de Leitura Título da publicação: Risco social e incerteza: pode o Estado português
recuar mais?
Autores: Pedro Hespanha et al.
Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra
Data de publicação: 2002
Edição: 1ª
Local de edição: Porto
Editora: Edições Afrontamento
Título do capítulo: Globalização insidiosa e excludente. Da incapacidade de
organizar respostas à escala local
Cota: 316 RIS
Número de páginas: 40
Assunto: estudo à escala dos indivíduos, das famílias e das pequenas
comunidades, dos efeitos da globalização geradores de risco social
Palavras-chave: risco social, precarização do trabalho, desemprego,
flexibilidade, insegurança
Data de leitura: Dezembro de 2007
Observações: nenhuma digna de registo
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Notas sobre os autores
Pedro Hespanha, docente da Faculdade de Economia de Coimbra e
Investigador do Centro de estudos Sociais
Ana Damas, bolseira do projecto de investigação “O papel da sociedade na
protecção social” (SSPS/C/ACL/2626/96).
António Cardoso Ferreira, médico no Centro de Saúde de Gouveia
Maria Helena Nunes, assistente social, no Instituto de Solidariedade e
Segurança Social – Delegação do Norte
Maria José Hespanha, médica na Sub-região de Saúde de Coimbra e
Investigadora do Centro de Estudos Sociais
Rosa Madeira, docente do Departamento de Ciências da Educação da
Universidade de Aveiro
Rudolph van den Hoven, docente do Instituto Superior de Serviço Social do
Porto
Sílvia Portugal, docente da Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra e Investigadora do Centro de Estudos Sociais
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Resumo
No capítulo analisado, os autores apresentam um estudo à dimensão
dos indivíduos, das famílias e das pequenas comunidades e dos efeitos do
risco social. Explicam ainda os factores de risco e a forma como o Estado-
Providência actua.
Estrutura
Inicialmente os autores procuram demonstrar os efeitos da
globalização no risco social.
Este é sem dúvida, um problema que se dissemina na nossa sociedade
dita desenvolvida, onde as assimetrias se amplificam diariamente.
Actualmente, os riscos sociais estão em franco desenvolvimento, os
indivíduos, as famílias e as comunidades convivem com eles diariamente sob
as mais diversas formas defendendo-se como podem.
Posteriormente, os autores descrevem o estudo de pequenas
comunidades e a análise de diferentes situações de risco.
Finalmente, os autores concluem que a crise social instalada nestas
comunidades se deve aos fenómenos da globalização, à incapacidade
demonstrada em aceder a “níveis de vida mais avançados” e ao aumento das
desigualdades.
A minha avaliação sobre este capítulo é positiva, está bem estruturado,
fornecendo ao leitor uma ideia concisa sobre os riscos sociais. Peca no
entanto por não referir os riscos que estas pequenas comunidades10 geram,
que a meu ver seria pertinente. Contudo é de fácil leitura e interpretação,
facto que considero imprescindível para que o leitor não perca o interesse,
pois o tema é cada vez mais actual. 10 Gangs organizados no tráfico de estupefacientes, armas e assaltos, a prostituição, a disseminação de doenças infecto contagiosas, etc.
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4. Avaliação de uma página da Internet No âmbito dos objectivos deste trabalho, optei por avaliar a página do
Expresso:http://clix.expressoemprego.pt/scripts/Actueel/displayarticle.asp?ID
=1604&artCount=2&startPos=1&artsLoaded=1 tendo em conta a informação
que dela pude retirar, entre outros critérios e em comparação com outras
páginas encontradas.
Ao aceder à página, verifiquei que é um site bastante acessível, que
qualquer pessoa pode consultar desde que possua computador com ligação à
Internet não exigindo para tal um software específico.
A página contém itens de informação que vão desde a oferta de
emprego até à formação profissional em várias especialidades. Considero-a
portanto bastante completa na área das profissões.
Outro ponto que abona em seu favor é o facto da página se encontrar
escrita em português, sendo portanto acessível a quem não está familiarizado
com outras línguas.
Este artigo foi escrito por Cátia Mateus e Marisa Antunes e publicado
em 14 de Julho de 2006, não sendo muito recente, contudo, mantém-se actual.
Respeitante à integridade da página, aborda o tema com simplicidade,
apresenta exemplos palpáveis, de conhecimento comum e críticas relevantes.
Em termos de leitura, é compreensível, simples e agradável à vista.
Apesar de apenas focar de entre muitas, quatro profissões de risco que
considero importantes, este texto peca por não focar uma das profissões mais
arriscadas em Portugal, a construção civil. Esta área tem um número
expressivo de mortes, falta de condições para que o trabalho seja executado
com segurança e pouca fiscalização.
Concluo fazendo uma avaliação positiva da página, apesar de esta não
ter contribuído para o meu trabalho. Sendo a Internet um instrumento bastante
útil, contudo é necessário ter o maior cuidado pois nem toda a informação é
fidedigna.
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5. Conclusão Profissões, muitos indivíduos têm-nas, outros não, mas é um facto que
existem. Já o risco todos a todos pertence, sem excepção e está sempre
presente, onde quer que nos encontremos. Na actualidade, com a globalização,
a sociedade sofre transformações que aumentam o risco, ele [o risco]
encontra-se ao dobrar de cada esquina, alterou-se, insinuou-se, difundiu-se e
instalou-se entre nós ganhando novos contornos. Também o erro humano e a
evolução da tecnologia geram novos riscos, para os combater é necessário que
se aposte na prevenção, através da formação dos profissionais.
Para a elaboração deste trabalho, muito ajudou o que aprendi nas aulas,
foi aliás crucial para que pudesse encontrar o material que serviu de base para
o efectuar.
No âmbito da cadeira pretendi cumprir os objectivos, espero tê-lo
conseguido, contudo foi um trabalho que apesar de interessante, bastante
moroso para o tempo que dispunha.
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6. Referências Bibliográficas Almeida, F. Jorge Coutinho de e Leite, Jorge (2007), Código do Trabalho. Coimbra: Coimbra Editora. 5ª Edição. Faria, Maria da Graça Lobato de (1995), O erro humano. Lisboa: IDICT. Faria, Maria da Graça Lobato de (1996), Atitude dos Trabalhadores em Relação à Segurança. Lisboa: Ministério para a qualificação e o emprego, 3. Guerra, António Matos (2002), Segurança e protecção individual. Sintra: Gráfica Europam. Volume 8. Hespanha, Pedro et al. (2002), “Globalização insidiosa e excludente. Da incapacidade de organizar respostas à escala local”, in Pedro Hespanha e Graça Carapinheiro (orgs.), Risco social e incerteza: Pode o Estado social recuar mais?. Porto: Edições Afrontamento, 3, 13-52. Rodrigues, Maria de Lurdes (1997), “Definição do campo ou a procura de um modelo”, in Maria de Lurdes Rodrigues, Sociologia das Profissões. Oeiras: Celta Editora, 7-18. Semedo, Carla Sofia Carrilho Lopes Santarém (2001), “Acidentes de trabalho na área da saúde em Portugal”, Tese de mestrado em psicologia. Porto.