eugenio montale

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Dê-me o girassol para que eu o replante no meu terreno queimado pelo sal e mostre todo o dia ao azul espelhante do céu a ansiedade do seu rosto pálido. Tendem à claridade as coisas obscuras, diluem-se os corpos num fluir de cores; estas em músicas. Esvair-se é pois a ventura das venturas. Dê-me a planta que conduz, onde surgem louras trasparências e esvai-se a vida qual essência; dê-me o girassol enlouquecido de luz. Eugenio Montale. Ossi di Seppia (1978) (Trad. Maria Eneida Victor Farias)

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D-me o girassol para que eu o replanteno meu terreno queimado pelo sale mostre todo o dia ao azul espelhantedo cu a ansiedade do seu rosto plido.

Tendem claridade as coisas obscuras,diluem-se os corpos num fluirde cores; estas em msicas. Esvair-se pois a ventura das venturas.

D-me a planta que conduz,onde surgem louras trasparnciase esvai-se a vida qual essncia;d-me o girassol enlouquecido de luz.

Eugenio Montale. Ossi di Seppia (1978)(Trad. Maria Eneida Victor Farias)